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Ilustrações
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Maria Eugênia
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Agradecemos aos parceiros que investem em nosso projeto.
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Patrícia Engel Secco
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Joao
ISBN 978-85-7694-122-4
"O mundo não nos foi dado por nossos avós.
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Ele nos é emprestado por nossos filhos."
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Provérbio africano
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Patrícia Engel Secco
Ilustração
Maria Eugênia
agua
agua
da
da
Joao
oao
Autora
Patrícia Engel Secco
Coordenação editorial
Sílnia N. Martins Prado
Revisão
Kátia Rossini
Ilustração
Maria Eugênia
Projeto Gráfico
B.J
Realização
Fundação Educar DPaschoal
www.educardpaschoal.org.br
F: (19) 3728-8129
Todos os livros da Fundação Educar DPaschoal são distribuídos gratuitamente
a escolas públicas, organizações sociais e bibliotecas.
Esta obra foi impressa na Gráfica Editora Modelo Ltda. em papel cartão Art Premium
Tech (capa) e papel Couché Suzano Matte (miolo), ambos produzidos pela Suzano Papel
e Celulose a partir de florestas renováveis de eucalipto. Cada árvore foi plantada para
este fim. Esta é a 2ª edição, datada de 2007, com tiragem de 30.000 exemplares.
A tiragem e a prestação de contas referentes
a esta publicação foram conferidas pela Deloitte.
Uma lenda budista recontada por:
JOÃO DA ÁGUA
tinha 19 anos e era o filho mais velho
de dona Maria, mãe de três outras crianças.
2
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3
Todos os dias, João acordava bem cedo e,
antes mesmo de o sol raiar, caminhava até o
riacho fundo para pegar água. Levava sempre nos
ombros um pedaço de bambu com dois latões
amarrados, um de cada lado.
Por esta razão, todos o
chamavam de João da Água.
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Ninguém mandava João pegar
água, ninguém pedia. João caminhava
com o bambu nas costas porque sabia
que sua mãe precisava de água para
cozinhar e cuidar dos irmãos.
João adorava o caminho do
rio. Por onde passava, encontrava
pessoas que o cumprimentavam:
– Olá, João da Água! – diziam os amigos.
– Olá, bom dia! – respondia João.
E seguia, feliz, seu caminho para o rio.
Chegando no rio, João enchia os latões
e, alegre como sempre, voltava para casa,
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Entretanto, um dos latões que João
carregava estava furado e vazava por todo
o caminho. Quando João da Água chegava
em casa, só restava um latão e meio de água
para sua mãe usar na cozinha.
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Muitas vezes, os amigos de João avisavam:
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jeito, ele não presta mais não!
Mas João da Água, calmo como sempre,
respondia:
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ótimo!
Todos percebiam o esforço que João da
Água fazia para carregar os latões. Mas ninguém
compreendia por que ele não trocava seu latão
furado, e isso era motivo de brincadeira por
toda a cidade.
– João da Água, João do latão,
pingando assim você parece um bobão!
– caçoavam todos.
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– Queridos irmãozinhos, vocês sabem como eu
gosto de ir todos os dias buscar água para vocês,
não sabem?
– Sim, João, nós sabemos!
– E vocês também sabem que eu gosto muito
do meu latão furado, não sabem?
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você gosta muito do seu latão furado, nós não
entendemos por que você o carrega assim,
vazando por todo o caminho – disse o irmão
mais velho.
– Isso mesmo, João. Você não percebe que
o latão chega aqui quase vazio? – perguntou o
irmão do meio.
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João? – perguntou o mais novo.
Um belo dia, cansados de ouvirem chamar
o João de bobão, seus irmãos decidiram trocar
o latão e, assim, fazer uma surpresa para ele.
Entretanto, quando João da Água percebeu
a troca, chamou as crianças e perguntou:
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11
– Eu vejo uma estrada de terra, bonita e cheia
de flores... – disse o irmão mais novo.
– Crianças, agradeço muito a preocupação de
vocês. Obrigado. Mas eu não ligo para as piadas
e adoro carregar o meu latão furado. Vou lhes
contar o porquê: prestem atenção no caminho
que eu faço, todos os dias, do rio para nossa casa
– pediu o moço. – O que vocês vêem?
– Bem, eu vejo uma estrada de terra... – disse
o irmão mais velho.
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– disse o irmão do meio.
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– E eu – disse João da Água, pensativo –,
eu vejo uma estrada com flores de um lado só,
flores que eu rego todos os dias com a água
do rio, com os pingos que vazam do meu latão
furado, de que eu tanto gosto.
A partir daquele dia, ninguém mais riu de
João da Água.
Seus irmãos mostraram para todos da cidade as
flores do caminho e, assim, João ganhou outro
apelido, o de
JOAO DAS FLORES.
JOAO DAS FLORES.
Sobre a Fundação Educar DPaschoal
A Fundação Educar DPaschoal – investimento social do grupo
DPaschoal – foi criada há 17 anos com o objetivo de estimular pes-
soas a adotarem a educação para a cidadania como estratégia de
transformação social e econômica.
Em sete anos, por meio do projeto “Leia Comigo!”, já editou 30
milhões de livros infantis distribuídos gratuitamente a escolas públi-
cas, organizações sociais e bibliotecas. Mais que isso, este projeto
preocupa-se com um conteúdo que estimule o gosto pela leitura,
reforce valores e incentive a atitude cidadã.
Com a “Academia Educar”, promove o desenvolvimento de jovens
do ensino médio, tendo a escola pública como centro de cidadania
na comunidade; com o projeto “Trote da Cidadania”, forma futuros
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  • 1. ag agua da da Ilustrações Ilustrações Maria Eugênia Maria Eugênia Agradecemos aos parceiros que investem em nosso projeto. Agradecemos aos parceiros que investem em nosso projeto. Patrícia Engel Secco Patrícia Engel Secco Joao ISBN 978-85-7694-122-4 "O mundo não nos foi dado por nossos avós. "O mundo não nos foi dado por nossos avós. Ele nos é emprestado por nossos filhos." Ele nos é emprestado por nossos filhos." Provérbio africano Provérbio africano
  • 2. Patrícia Engel Secco Ilustração Maria Eugênia agua agua da da Joao oao Autora Patrícia Engel Secco Coordenação editorial Sílnia N. Martins Prado Revisão Kátia Rossini Ilustração Maria Eugênia Projeto Gráfico B.J Realização Fundação Educar DPaschoal www.educardpaschoal.org.br F: (19) 3728-8129 Todos os livros da Fundação Educar DPaschoal são distribuídos gratuitamente a escolas públicas, organizações sociais e bibliotecas. Esta obra foi impressa na Gráfica Editora Modelo Ltda. em papel cartão Art Premium Tech (capa) e papel Couché Suzano Matte (miolo), ambos produzidos pela Suzano Papel e Celulose a partir de florestas renováveis de eucalipto. Cada árvore foi plantada para este fim. Esta é a 2ª edição, datada de 2007, com tiragem de 30.000 exemplares. A tiragem e a prestação de contas referentes a esta publicação foram conferidas pela Deloitte. Uma lenda budista recontada por:
  • 3. JOÃO DA ÁGUA tinha 19 anos e era o filho mais velho de dona Maria, mãe de três outras crianças. 2 2 3 3
  • 4. Todos os dias, João acordava bem cedo e, antes mesmo de o sol raiar, caminhava até o riacho fundo para pegar água. Levava sempre nos ombros um pedaço de bambu com dois latões amarrados, um de cada lado. Por esta razão, todos o chamavam de João da Água. 4 4 5 5 Ninguém mandava João pegar água, ninguém pedia. João caminhava com o bambu nas costas porque sabia que sua mãe precisava de água para cozinhar e cuidar dos irmãos.
  • 5. João adorava o caminho do rio. Por onde passava, encontrava pessoas que o cumprimentavam: – Olá, João da Água! – diziam os amigos. – Olá, bom dia! – respondia João. E seguia, feliz, seu caminho para o rio. Chegando no rio, João enchia os latões e, alegre como sempre, voltava para casa, sorrindo, apreciando a vida e a natureza que o sol começava a colorir. Entretanto, um dos latões que João carregava estava furado e vazava por todo o caminho. Quando João da Água chegava em casa, só restava um latão e meio de água para sua mãe usar na cozinha. 6 6 7 7
  • 6. Muitas vezes, os amigos de João avisavam: – João da Água, seu latão está furado! E, outras vezes, algumas pessoas zoavam: – João, João, troque seu latão! Furado desse jeito, ele não presta mais não! Mas João da Água, calmo como sempre, respondia: – Não se preocupem, amigos, o meu latão está ótimo! Todos percebiam o esforço que João da Água fazia para carregar os latões. Mas ninguém compreendia por que ele não trocava seu latão furado, e isso era motivo de brincadeira por toda a cidade. – João da Água, João do latão, pingando assim você parece um bobão! – caçoavam todos. 8 8 9 9
  • 7. – Queridos irmãozinhos, vocês sabem como eu gosto de ir todos os dias buscar água para vocês, não sabem? – Sim, João, nós sabemos! – E vocês também sabem que eu gosto muito do meu latão furado, não sabem? – Sim, João, mas... Mesmo sabendo que você gosta muito do seu latão furado, nós não entendemos por que você o carrega assim, vazando por todo o caminho – disse o irmão mais velho. – Isso mesmo, João. Você não percebe que o latão chega aqui quase vazio? – perguntou o irmão do meio. – E que as pessoas até fazem piada de você, João? – perguntou o mais novo. Um belo dia, cansados de ouvirem chamar o João de bobão, seus irmãos decidiram trocar o latão e, assim, fazer uma surpresa para ele. Entretanto, quando João da Água percebeu a troca, chamou as crianças e perguntou: 10 10 11 11
  • 8. – Eu vejo uma estrada de terra, bonita e cheia de flores... – disse o irmão mais novo. – Crianças, agradeço muito a preocupação de vocês. Obrigado. Mas eu não ligo para as piadas e adoro carregar o meu latão furado. Vou lhes contar o porquê: prestem atenção no caminho que eu faço, todos os dias, do rio para nossa casa – pediu o moço. – O que vocês vêem? – Bem, eu vejo uma estrada de terra... – disse o irmão mais velho. – Eu vejo uma estrada de terra bem bonita... – disse o irmão do meio. 12 12 13 13
  • 9. 14 14 15 15 – E eu – disse João da Água, pensativo –, eu vejo uma estrada com flores de um lado só, flores que eu rego todos os dias com a água do rio, com os pingos que vazam do meu latão furado, de que eu tanto gosto. A partir daquele dia, ninguém mais riu de João da Água.
  • 10. Seus irmãos mostraram para todos da cidade as flores do caminho e, assim, João ganhou outro apelido, o de JOAO DAS FLORES. JOAO DAS FLORES. Sobre a Fundação Educar DPaschoal A Fundação Educar DPaschoal – investimento social do grupo DPaschoal – foi criada há 17 anos com o objetivo de estimular pes- soas a adotarem a educação para a cidadania como estratégia de transformação social e econômica. Em sete anos, por meio do projeto “Leia Comigo!”, já editou 30 milhões de livros infantis distribuídos gratuitamente a escolas públi- cas, organizações sociais e bibliotecas. Mais que isso, este projeto preocupa-se com um conteúdo que estimule o gosto pela leitura, reforce valores e incentive a atitude cidadã. Com a “Academia Educar”, promove o desenvolvimento de jovens do ensino médio, tendo a escola pública como centro de cidadania na comunidade; com o projeto “Trote da Cidadania”, forma futuros líderes socialmente responsáveis, que utilizam sua energia para a mobilização universitária. 16 16 17 17