O documento resume a independência da Índia da Grã-Bretanha, liderada por Mohandas Gandhi. A Índia foi dominada pelos britânicos por décadas até que os movimentos de independência liderados por Gandhi, usando não-violência e desobediência civil, eventualmente levaram à concessão da independência em 1947. No entanto, a Índia foi dividida entre a Índia e o Paquistão devido a tensões religiosas, e o conflito sobre a região da Caxemira continua até hoje.
2. Neocolonialismo
Na segunda metade do século XIX, países europeus como a Inglaterra, França,
Alemanha e Itália, eram considerados grandes potências industriais. Todos esses países
exerceram atitudes imperialistas, pois estavam interessados em formar grandes impérios
econômicos, levando suas áreas de influência para outros continentes
Com o objetivo de aumentarem sua margem de lucro e também de conseguirem
um custo consideravelmente baixo, estes países se dirigiram à África, Ásia e Oceania,
dominando e explorando esses povos.
Durante a corrida imperialista, a grande potência Inglaterra tomara a Índia como
colônia. Invadiu o território e o dividiu em províncias, comandadas por ingleses de
confiança da corte. O controle da Índia apresentava muitas vantagens econômicas, visto
que a localidade é ideal para diversos cultivos e investimentos.
Porém, depois de muitos anos de exploração e controle por parte da Inglaterra,
deu-se a Segunda Guerra Mundial e entre suas consequências pode-se apontar a
descolonização e o surgimento de várias novas nações na África e Ásia.
3. Na Índia
País de dimensões continentais, com certa de 3,3 milhões km², a Índia - dividida
em principados – constituía uma das mais importantes colônias britânicas sob o aspecto
econômico e em 1885, surgiu o primeiro movimento nacionalista na região, encabeçado
por intelectuais indianos.
Entretanto, até o fim da Primeira Guerra Mundial o movimento nada conseguiu. A
partir daí, passou a enfrentar uma Inglaterra enfraquecida economicamente e com
dificuldades para manter o seu extenso Império.
Com o fim da Segunda Guerra mundial e as grandes potências destruídas os
países desejosos de independência viram a oportunidade perfeita para alcançar o seu
objetivo.
E na Índia foram formadas duas frentes de libertação em prol da independência:
4. Frentes de Libertação
Hindus Muçulmanos
• Como grupo que mais de destacou, os
hindus contavam com o Partido do
Congresso. Tinha como líder Mohandas
• Os adeptos ao islamismo na Índia
Gandhi.
(minoria evidente), se uniram e formaram
• Este pregava a resistência à dominação
a Liga Muçulmana sob o comando de
e a luta contra os britânicos por meio da
Mohamed Ali Jinnah.
não-violência e da desobediência civil.
5. Mohandas Gandhi
• Nascido em Porbandar, em 2 de outubro de
1869, ficou mais conhecido como Gandhi. Ou
até Mahatma “A Grande Alma”.
• O hindu ficou conhecido por defender
profundamente a Independência da Índia e ser
o idealizador e fundador do Satyagraha.
O princípio do satyagraha, frequentemente
traduzido como “o caminho da verdade”
consistia na defesa da não-agressão e não-
violência como meio de revolução que também
inspirou várias gerações de ativistas
democráticos e anti-racismo.
6. Luta pela Independência
Durante a sua luta contra os britânicos, Gandhi, que se tornou o “pai dos indianos”,
procurava sempre unir as forças religiosas presentes na Índia; siques, muçulmanos e
hindus. Ele pregava que todos deveriam esquecer as diferenças culturais e lutar juntos
por uma causa comum: a libertação.
E a partir daí, começou a discursar e ganhar a população por onde passava,
espalhando seus ideais devido à boa oratória do advogado. Mohandas insistia no
princípio de não-agressão, reforçando sempre que tinha outros meios de revolução nos
quais não era necessário derramar sangue.
Crescia cada vez mais seus adeptos e a oposição à metrópole, que tentava de toda
forma reprimir os movimentos e controlar a população. Sempre utilizando de violência,
soldados ingleses cessavam movimentos com matança e o sofrimento dos
revolucionários.
Gandhi porém, não “devolvia com a mesma moeda” e investia na sua forma de revolução:
7. Desobediência e Sabotagem
A ação de Gandhi consistia em desobedecer as leis inglesas sem se importar em
sofrer as consequências do ato, em boicotar os produtos ingleses e em fazer greves de
fome para que hindus e muçulmanos deixem de lado as divergências religiosas.
Dentre as medidas desobedientes do pacifista, houve uma que merece destaque. A
Marcha do Sal. Na Índia era lei: a produção de sal é monopólio da metrópole e é proibida
a comercialização do produto por indianos. Nessa ocasião Gandhi promoveu uma marcha
com milhares de muçulmanos, hindus e siques indianos até o mar, para fazerem sal e
comercializarem nas ruas e povoados da Índia. A Inglaterra logo conteve a venda e a
produção, mas era clara a determinação dos revoltosos que preocupavam cada vez mais
a metrópole.
9. Concessão da Independência
Além das fortes pressões indianas a Segunda Guerra Mundial contribuiu com que a
Inglaterra passasse, aos poucos, depois de certo tempo, a conceder certos direitos à Índia
e, posteriormente, a Independência definitiva. Isso aconteceu em 15 de agosto de 1947.
10. Fragmentação e criação do Paquistão
Mesmo independente, o país, porém ainda enfrentava forte tensão entre os grupos
religiosos rivais dentro do território. Então viram como solução a separação territorial
devido às diferenças religiosas e se fragmentou em dois. A Índia propriamente dita e o
Paquistão. Portanto, a violência religiosa e a disputa por terras prevaleciam.
Gandhi, que pregava a paz e a união de hindus e muçulmanos foi assassinado em 1948
por um radical hindu. Ainda com território próprio, há muçulmanos que vivem entre os
hindus e siques na Índia
11. Questão da Caxemira
A Caxemira é uma região montanhosa ao norte da Índia e do Paquistão. Os
conflitos pela região da Caxemira, se iniciaram no final da colonização britânica quando a
região foi dividida entre a Índia e o Paquistão. A Caxemira foi incorporada à Índia, o que
contrariou as pretensões do Paquistão e da população local - de maioria muçulmana - e
levou à guerra de 1947 a 1948. O conflito termina com a divisão da Caxemira: cerca de
um terço fica com o Paquistão e o restante com a Índia.
12. Nos dias de hoje...
Nos anos 1980, guerrilheiros separatistas passam a atuar na Caxemira indiana.
Mais de 25 mil pessoas morrem desde então. A Índia acusa o governo paquistanês de
apoiar os guerrilheiros - favoráveis à unificação com o Paquistão - e intensifica a
repressão.
A situação da área continua tensa - além do conflito com o Paquistão, existe
atualmente um forte movimento pró-independência na Caxemira.
13. Morte de Gandhi
Mal o avistaram, cercaram-no.
Vinham de longe para ver o Mahatma, "a
grande alma", o homem santo que os havia
libertado de dois séculos de domínio
britânico. Em meio ao tumulto respeitoso,
num repente, espocaram três tiros. Gandhi
encolheu-se no chão, baleado por uma mão
que empunhara uma Beretta. As suas
roupas, tecidas por ele mesmo na sua roca
de fiar, mancharam-se de sangue. Os gritos
da multidão comovida e indignada
misturaram-se aos seus fracos e
derradeiros gemidos. O apóstolo da
satyagraha, a não-violência, fora executado
a bala.
Detiveram o pistoleiro. Chamava-se
Nathuram Godse, um ativista da RSS
(Rashtriya Swayamsevak Sangh), uma
organização da extrema-direita nacionalista
do estado de Maharastra, que vira no
atentado um protesto contra a secessão do
subcontinente entre hindus e muçulmanos,
referendada pelo Mahatma.
14. “As religiões são caminhos diferentes convergindo para o mesmo ponto. Que importância
faz se seguimos por caminhos diferentes, desde que alcancemos o mesmo objetivo? “
”A força não provém da capacidade física e sim de uma vontade indomável.”
“Olho por olho, e o mundo acabará cego. “