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Luzia20-07-2009
As muito feias que me perdoem
Mas beleza é fundamental. É
preciso
Que haja qualquer coisa de flor
em tudo isso
Qualquer coisa de dança, qualquer coisa
de haute couture
Em tudo isso (ou então
Que a mulher se socialize
elegantemente em azul, como na
República Popular Chinesa).
Não há meio-termo possível.
Que tudo isso seja belo. É preciso
que súbito
Tenha-se a impressão de ver uma garça apenas
pousada e que um rosto
Adquira de vez em quando essa cor só
encontrável no terceiro minuto
da aurora.
É preciso que tudo isso seja sem ser,
mas que se reflita e desabroche
No olhar dos homens.
É preciso, é absolutamente preciso
Que seja tudo belo e inesperado.
É preciso que umas pálpebras
cerradas
Lembrem um verso de Éluard
e que se acaricie nuns braços
Alguma coisa além da carne: que se os
toque
Como o âmbar de uma tarde.
Ah, deixai-me dizer-vos
Que é preciso que a mulher que ali está
como a corola ante o pássaro
Seja bela ou tenha pelo menos um rosto
que lembre um templo e
Seja leve como um resto de nuvem: mas
que seja uma nuvem
Com olhos e nádegas. Nádegas é
importantíssimo. Olhos, então
Nem se fala, que olhem com certa
maldade inocente. Uma boca
Fresca (nunca úmida!) é também de
extrema pertinência.
É preciso que as extremidades sejam
magras; que uns ossos
Despontem, sobretudo a rótula no cruzar as
pernas, e as pontas pélvicas
No enlaçar de uma cintura semovente.
Gravíssimo é porém o problema das
saboneteiras: uma mulher sem
saboneteiras
É como um rio sem pontes.
Indispensável
Que haja uma hipótese de barriguinha, e em
seguida
A mulher se alteia em cálice, e
que seus seios
Sejam uma expressão greco-romana, mais que
gótica ou barroca
E possam iluminar o escuro com uma
capacidade mínima de cinco velas.
Os membros que terminem como hastes, mas
bem haja um certo volume de coxas
E que elas sejam lisas, lisas como a pétala e
cobertas de suavíssima penugem
No entanto sensível à carícia em sentido
contrário.
É aconselhável na axila uma doce relva
com aroma próprio
Apenas sensível (um mínimo de produtos
farmacêuticos!)
Preferíveis sem dúvida os pescoços
longos
De forma que a cabeça dê por vezes a
impressão
De nada ter a ver com o corpo, e a
mulher não lembre
Flores sem mistério.
Pés e mãos devem conter elementos
góticos
Discretos. A pele deve ser fresca nas
mãos, nos braços, no dorso e na face.
Mas que as concavidades e
reentrâncias tenham uma
temperatura nunca inferior
A 37º centígrados, podendo
eventualmente provocar queimaduras
Do primeiro grau
Os olhos, que sejam de preferência
grandes
E de rotação pelo menos tão lenta quanto
a da terra; e
Que se coloquem sempre para lá de um
invisível muro de paixão
Que é preciso ultrapassar.
Que a mulher seja em princípio alta
Ou, caso baixa, que tenha a atitude
mental dos altos píncaros.
Ah, que a mulher dê sempre a impressão
de que se fechar os olhos
Ao abri-los ela não mais estará
presente
Com seu sorriso e suas tramas.
Que ela surja, não venha; parta, não vá
E que possua uma certa capacidade de
emudecer subitamente e nos fazer beber
O fel da dúvida.
Oh, sobretudo
Que ela não perca nunca, não importa em
que mundo
Não importa em que circunstâncias, a sua
infinita volubilidade
De pássaro; e que acariciada no fundo de
si mesma
Transforme-se em fera sem perder sua
graça de ave; e que exale sempre
O impossível perfume; e destile sempre
O embriagante mel;
e cante sempre o inaudível canto
Da sua combustão; e não deixe de
ser nunca a eterna dançarina
Do efêmero;
e em sua incalculável imperfeição
Constitua a coisa mais bela e mais
perfeita de toda a criação
inumerável.
FORMATAÇÃO: LUZIA GABRIELE
EMAIL: luziagabriele@hotmail.com
POESIA: VINICIUS DE MORAES
FOTOS: INTERNET
MÚSICA:VINICIUS DE MORAES E TOQUINHO
PARA VIVER UM GRANDE AMOR
DATA : 20 DE JULHODE 2009
FORTALEZA- CEARÁ- BRASIL

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Receita de mulher

  • 2. As muito feias que me perdoem Mas beleza é fundamental. É preciso Que haja qualquer coisa de flor em tudo isso
  • 3. Qualquer coisa de dança, qualquer coisa de haute couture Em tudo isso (ou então Que a mulher se socialize elegantemente em azul, como na República Popular Chinesa). Não há meio-termo possível.
  • 4. Que tudo isso seja belo. É preciso que súbito Tenha-se a impressão de ver uma garça apenas pousada e que um rosto Adquira de vez em quando essa cor só encontrável no terceiro minuto da aurora.
  • 5. É preciso que tudo isso seja sem ser, mas que se reflita e desabroche No olhar dos homens. É preciso, é absolutamente preciso Que seja tudo belo e inesperado.
  • 6. É preciso que umas pálpebras cerradas Lembrem um verso de Éluard e que se acaricie nuns braços Alguma coisa além da carne: que se os toque Como o âmbar de uma tarde.
  • 7. Ah, deixai-me dizer-vos Que é preciso que a mulher que ali está como a corola ante o pássaro Seja bela ou tenha pelo menos um rosto que lembre um templo e Seja leve como um resto de nuvem: mas que seja uma nuvem
  • 8. Com olhos e nádegas. Nádegas é importantíssimo. Olhos, então Nem se fala, que olhem com certa maldade inocente. Uma boca Fresca (nunca úmida!) é também de extrema pertinência.
  • 9. É preciso que as extremidades sejam magras; que uns ossos Despontem, sobretudo a rótula no cruzar as pernas, e as pontas pélvicas No enlaçar de uma cintura semovente.
  • 10. Gravíssimo é porém o problema das saboneteiras: uma mulher sem saboneteiras É como um rio sem pontes. Indispensável
  • 11. Que haja uma hipótese de barriguinha, e em seguida A mulher se alteia em cálice, e que seus seios Sejam uma expressão greco-romana, mais que gótica ou barroca E possam iluminar o escuro com uma capacidade mínima de cinco velas.
  • 12. Os membros que terminem como hastes, mas bem haja um certo volume de coxas E que elas sejam lisas, lisas como a pétala e cobertas de suavíssima penugem No entanto sensível à carícia em sentido contrário.
  • 13. É aconselhável na axila uma doce relva com aroma próprio Apenas sensível (um mínimo de produtos farmacêuticos!)
  • 14. Preferíveis sem dúvida os pescoços longos De forma que a cabeça dê por vezes a impressão De nada ter a ver com o corpo, e a mulher não lembre Flores sem mistério.
  • 15. Pés e mãos devem conter elementos góticos Discretos. A pele deve ser fresca nas mãos, nos braços, no dorso e na face.
  • 16. Mas que as concavidades e reentrâncias tenham uma temperatura nunca inferior A 37º centígrados, podendo eventualmente provocar queimaduras Do primeiro grau
  • 17. Os olhos, que sejam de preferência grandes E de rotação pelo menos tão lenta quanto a da terra; e Que se coloquem sempre para lá de um invisível muro de paixão Que é preciso ultrapassar.
  • 18. Que a mulher seja em princípio alta Ou, caso baixa, que tenha a atitude mental dos altos píncaros.
  • 19. Ah, que a mulher dê sempre a impressão de que se fechar os olhos Ao abri-los ela não mais estará presente
  • 20. Com seu sorriso e suas tramas. Que ela surja, não venha; parta, não vá E que possua uma certa capacidade de emudecer subitamente e nos fazer beber O fel da dúvida.
  • 21. Oh, sobretudo Que ela não perca nunca, não importa em que mundo Não importa em que circunstâncias, a sua infinita volubilidade De pássaro; e que acariciada no fundo de si mesma
  • 22. Transforme-se em fera sem perder sua graça de ave; e que exale sempre O impossível perfume; e destile sempre O embriagante mel;
  • 23. e cante sempre o inaudível canto Da sua combustão; e não deixe de ser nunca a eterna dançarina Do efêmero;
  • 24. e em sua incalculável imperfeição Constitua a coisa mais bela e mais perfeita de toda a criação inumerável.
  • 25. FORMATAÇÃO: LUZIA GABRIELE EMAIL: luziagabriele@hotmail.com POESIA: VINICIUS DE MORAES FOTOS: INTERNET MÚSICA:VINICIUS DE MORAES E TOQUINHO PARA VIVER UM GRANDE AMOR DATA : 20 DE JULHODE 2009 FORTALEZA- CEARÁ- BRASIL