Tempo de angustia. Fim dos Tempos. Cristo o mediador. Cristo sai do Santuário: Houve silencio no Céu por meia hora. O dia do Senhor. O juízo de Deus. Vigiai e orai.
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A PORTA DA GRAÇA SERÁ FECHADA
“Eis que tenho posto diante de ti uma porta aberta” Ap 3.8.
A porta da graça está aberta a todos que aceitarem a Jesus como Senhor e
Salvador de suas vidas. Jesus ofereceu, para sempre, um único sacrificio pelos pecados,
e assentou-se a destra de Deus, porque com uma única oferta, aperfeiçoou todos que
estão sendo santificados. Temos, pois, irmãos, intrepidez para entrar no Santo dos
Santos, pelo sangue de Jesus, pelo novo e vivo caminho que ele nos consgrou pelo véu,
isto é, pela sua carne e tendo-o como grande sacerdote da casa de Deus, aproximemo-
nos, com sincero coração, em plena certeza de fé, tendo o coração purificado da má
consciência e lavado o corpo com agua pura. Guardemos firmes a confição da
esperança, sem vacilar, pois quem fez a promessa é fiel. Hb 10.12,14,19-23. “Tendo,
pois, a Jesus, o Filho de Deus, como grande Sumo Sacerdote que penetrou aos céus,
conservemos firmes a nossa confissão. Acheguemo-nos, portanto, confiadamente, junto
ao trono da graça, a fim de recebermos misericórdia e acharmos graça para socorro
em ocasião oportuna”. Hb 4.14,16. “Com efeito nos convinha um sacerdote como este,
santo, inculpável, sem mácula, separado dos pecadores e feito mais alto do que os céus.
Por isso, também pode salvar totalmente os que por ele se chegam a Deus, vivendo
sempre para interceder por eles”. Hb 7.26,25.
“Vi um anjo voando pelo meio do céu, tendo o evangelho eterno para pregar,
aos que se assentam, sobre a terra, e a toda nação, e tribo, e língua, e povo, dizendo em
grande voz: Temei a Deus e dai-lhe glória, pois é chegada a hora do seu juízo; adorai
aquele que fez o céu, e a terra, e o mar, e as fontes das aguas”, Ap 14.6-7. “Vem dias,
diz o Senhor Deus, em que enviarei fome sobre a terra, não de pão, nem sede de agua,
mas de ouvir a Palavra do Senhor. Andarão de mar a mar e do Norte até o Oriente;
correrão por toda parte, procurando a Palavra do Senhor e não acharão” Am 8.11.
“Nesse tempo se levantará Miguel, o grande príncipe, o defensor dos filhos do teu
povo, e haverá tempo de angustia, qual nunca houve desde que houve nação até aquele
tempo; mas naquele tempo será salvo o meu povo, todo aquele que for achado inscrito
no livro”, Dn 12.1-2.
“O santuário se encheu de fumaça procedente da glória de Deus e de seu
poder, e ninguém podia penetrar no santuário, enquanto não se cumprisse os sete
flagelos dos sete anjos”, Ap 15.8. A expressão “ninguém podia entrar no santuário”
indica o fechamento da Porta da Graça. Quando o ministério mediador de Cristo no Céu
chegar ao fim, a porta para o arrependimento se fechará para sempre. Portanto, as sete
ultimas pragas não levarão ninguém a se arrepender; elas apenas revelarão a dureza do
coração daqueles que escolheram juntar-se as heresias de Babilônia, levando-os a odiar
ainda mais a Deus. Com o fim da intercessão de Cristo no santuário celestial, o
destino, de cada individuo, terá sido determinado para sempre. Então, para os que
rejeitaram o evangelho chegará o momento de experimentar a ira de Deus. Porém, antes
do fechamento da porta da graça, os justos passarão pela Grande Tribulação e sobre os
ímpios cairão os Sete Últimos Flagelos. Estes flagelos serão muito maiores, mas
semelhantes às pragas que acometeram o povo egípcio, mas não atingiram o povo de
Deus, no tempo em que eles eram escravos do Faraó, no Egito.
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Vi, quatro anjos em pé nos quatro cantos da terra, conservando seguros os quatro
ventos da terra, para que nenhum vento soprasse sobre a terra, nem sobre o mar, nem
sobre arvore alguma, até que fossem selados na fronte todos os servos de Deus, Ap
7.1-3. “Ouvi, vindo do santuário, uma grande voz, dizendo aos sete anjos: ide, e
derramai pela terra as sete taças da cólera de Deus. Saiu, pois, o primeiro anjo e
derramou a sua taça pela terra, e aos homens portadores da marca da besta, e
adoradores da sua imagem, sobrevieram úlceras malignas e perniciosas,” Ap 16.1-2.
“Derramou o sexto a sua taça sobre o grande rio Eufrates, cujas aguas secaram, para
que se preparasse o caminho dos reis que vem do lado do nascimento do sol”. Ap
16.12. As aguas do rio Eufrates secaram, significa que a dispensação do Espirito Santo
será retirado da Terra. Então, acontecerá o que João disse em Ap 22.11: “Continue o
ímpio fazendo injustiça, continue o imundo ainda sendo imundo; o justo continue na
prática da justiça, e o santo a santificar-se”. Aqui, o Espirito intercessor de Deus foi
retirado da Terra e a Porta da Graça estará fechada. “Derramou o sétimo anjo a sua
taça pelo ar, e saiu grande voz do santuário, do lado do trono, dizendo: Feito está”.
“Todas as ilhas fugiram e os montes não foram achados”, Ap 16.17.20. Este será
ultimo flagelo e representa a volta do Senhor Jesus em Glória, onde os justos, os que
foram santificados pelo sangue do Cordeiro, irão ao Seu encontro nos ares, ITs 4.13-18;
e todos os ímpios serão destruídos e a Terra será purificada.
Há muitos motivos para alarmar-nos, quando se fala a respeito da condição do
mundo religioso de hoje. Tem-se tido em pouca conta a misericórdia de Deus. A
multidão anula a sua lei, ensinando doutrinas que são preceitos de homens, Mt 15.9 e
Dn 5.4-21. A incredulidade permanece em muitas igrejas de nosso país; não a
incredulidade em seu sentido mais amplo, como a rejeição da Palavra de Deus, mas uma
incredulidade vestida com trajes de cristianismo, que procura destruir a verdadeira fé na
Bíblia como revelação. A devoção fervorosa e a piedade vital deram lugar ao
formalismo oco. Como consequência prevalece à apostasia e o sensualismo. Cristo
disse: “O mesmo aconteceu nos dias de Ló. Assim será no dia em que o Filho do
Homem se manifestar” Lc 17.28,30. Os fatos que estão acontecendo em nossos dias
testificam o cumprimento de suas palavras. O mundo rapidamente está amadurecendo
para a destruiçao. Logo será derramado o juizo de Deus, e o pecado e os pecadores
serão destruidos.
Antes da destruição de Sodoma, Deus enviou uma mensagem a Ló: ”salva a tua
vida; não olhes para trás, nem pares em toda a campina; foge para o monte, para que
não pereças”, Gn 19.17. A mesma vóz de advertencia foi ouvida pelos dicipulos de
Cristo, antes da destruição de Jerusalém: “Quando, porém, virdes Jerusalém sitiada de
exércitos, sabei que está próxima a sua devastação. Então, os que estiverem na judéia,
fujam para os montes” Lc 21.20,21. Não se demorem em reunir as suas posses, mas
apenas aproveitem a oportunidade para fugir. Houve uma saída, uma decidida separação
dos ímpios, uma escapada para salvar a vida. Assim foi nos dias de Ló e assim
aconteceu com os discípulos antes da destruição de Jerusalém; e assim também será nos
últimos dias. De novo se houve a voz de Deus em uma mensagem de advertência,
mandando seu povo separar-se da iniquidade que prevalece no mundo.
O estado de corrupção e apostasia, que existirá no mundo religioso nos últimos
dias, foi revelado por João, em sua visão da Babilônia do tempo do fim:“A grande
cidade que domina sobre os reis da terra”, Ap 17.18. Antes da sua destruiçao será feito
um convite: “Retirai-vos dela, povo meu, para não serdes cúmplices em seus pecados e
para não participardes dos seus flagelos; porque os seus pecados se acumularam até
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ao céu” Ap 18.4,5. Como nos dias de Ló e dos apostolos, tem de haver uma separação
distinta entre o justo e o profano. Não pode haver mistura entre Deus e o mundo, nem
retrocesso para conseguir tesouros terrestres. “Não podeis servir a Deus e as riquesas”
Mt 6,24.
Como aconteceu com os habitantes de Sodoma, sonhavam com prosperidade e
paz, porém veio os anjos e disseram: “foge para o monte, para que não pereças”.
Porém muitos houvem outra vóz: “não se preocupe, está tudo bem”. As multidões
clamam: “Paz e segurança” ITm 5.3, quando o Céu declara que repentina destruição
está para sobrevir aos transgressores. Na noite antes da destruição de Sodoma o povo se
entregou aos prazeres turbulentos e caçoaram do aviso dos mensageiros de Deus, por
isso, todos que permaneceram em Sodoma pereceram nas chamas. Naquela mesma
noite a porta da graça foi fechada para sempre aos impios e descuidados habitantes
daquela planicie.
As escolhas que fazemos hoje determinam o que iremos colher no futuro.
Porém, muitos ainda estão cometendo o mesmo erro. Quando escolhem um lar, olham
mais para as vantagens temporais que podem adquirir do que para as influencias morais
e sociais que cercarão os seus familiares. Escolhem um território belo e fertil, ou
mudam-se para uma cidade de futuro florecente, na esperança de conceguir maior
prosperidade, mas seus filhos estarão rodeados de tentações e envolvendo-se com
pessoas que deformarão o seu caráter. Um ambiente de moralidade frouxa,
incredulidade e indiferença ás práticas religiosas, têm como tendência contrariar a
influencia dos pais. Muitos jovens fazem amizades com ateus e incrédulos lançando a
sua sorte nas mãos daqueles que são guiados pelo inimigo de Deus. “Bem aventurados
aqueles que lavam as suas vestiduras no sangue do Cordeiro, para que lhes assista o
direito a arvore da vida, e entrem na cidade pelas portas. Fora ficam os cães, os
feiticeiros, os impuros, os assassinos, os idolatras e todo aquele que ama e pratica a
mentira,” Ap 22.14-15.
O cumprimento da promessa de Deus pode tardar, pois “um dia é como mil anos
e mil anos é como um dia” IIPe 3.8. Por isso, pode parecer que está demorando, mas no
tempo adeguado certamente Ele virá e não tardará. Surgirá no Oriente uma pequena
nuvem negra aproximanadamente da metade da mão de um homem. É a nuvem que
rodeia o Salvador, e que, a distancia, parece estar envolvida em trevas. O povo de Deus
sabe ser este o sinal do Filho do Homem. Em solene silencio fitam-na, enguanto se
aproxima da Terra, mais e mais e brilhante, e gloriosa, até se tornar uma grande nuvem
branca, mostrando na base uma glória semelhante ao fogo consumidor e coroada pelo
arco-íris da aliança. Na nuvem, Jesus avança como poderoso vencedor. Agora, não
como Homem de dores, para sorver o amargo calice da ignomia da cruz, mas como
vitorioso no Céu e na Terra, para julgar os vivos e os mortos. Fiel e verdadeiro ele julga
e peleja em justiça. E seguem-no os exercitos do Céu, Ap 19-11.15. Com melodias
celestiais, os santos anjos, em vasta e inumeravel multidão, acompanham-no em seu
avanço. O firmamento está repleto de formas radiantes, milhares de milhares e milhões
de milhões de anjos. Nenhum ser humano pode descrever a cena, nenhuma mente
mortal é capaz de explicar o seu esplendor.
A benção que Deus prometeu a seu povo não está neste mundo. Abraão, o pai da
fé, não teve possessão na terra, “Nela não lhe deu herança, nem sequer o espaço de um
pé” At 7.5. Ele possuia muitos recursos, e deles fazia uso para a glória de Deus e para o
bem de seus semelhantes; mas não olhava para este mundo como sua patria. Devemos
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morar neste mundo como peregrinos e estrangeiros se quisermos alcançar uma patria
melhor, Hb 11.16. Estamos procurando uma cidade, a Nova Jerusalem, cujo artífice é
Deus. Deus não será zombado, nem menosprezado por mais tempo. “Eis que vem o dia
do Senhor, dia cruel, com ira e ardente furor, para converter a terra em assolação e
dela destruir os pecadores” Is 13.9. A maioria das pessoas no mundo submergirão em
destruiçao, porque rejeitaram a misericórdia de Deus, porém aqueles que atenderam a
sua advertencia, habitarão na Nova Cidade.
A experiência de Jacó ao lutar com Deus durante uma noite, até ser abençoado
por ele, representa a Grande Tribulação e a angustia pela qual o povo remanescente,
“os que guardam os mandamentos de Deus e a fé em Jesus” Ap 14.12, passarão
precisamente antes da segunda vinda de Cristo. Com arrependimento sincero clamarão
os justos a Deus dia e noite por livramento dos inimigos que o cercam. Não fará Deus
justiça aos seus escolhidos, que clamam dia e noite, embora pareça demorado em
defendê-los? Digo-vos que depressa, lhes fará justiça. Contudo, quando vier o Filho do
Homem, achará fé na terra?
Depois destas coisas, vi, e eis grande multidão que ninguém podia enumerar, de
todas as nações, tribos, povos e línguas, em pé diante do trono e diante do cordeiro,
vestidos de vestiduras brancas, com palmas nas mãos. Um dos anciãos tomou a palavra
dizendo: Estes, que se vestem de vestiduras brancas, quem são e donde vieram?
Respondi-lhe: Senhor tu o sabes; ele então me disse: São estes que vieram da Grande
Tribulação, lavaram suas vestiduras e as alvejaram no sangue do Cordeiro. Ap
7.13,14. “Vi como um mar de vidro, mesclado de fogo, e os vencedores da besta da sua
imagem e do numero do seu nome, que se achavam em pé no mar de vidro, tendo
harpas de Deus; e entoavam o cântico de Moisés, o servo de Deus, e o cântico do
Cordeiro”, Ap 15.2,3. Quando Cristo cessar a sua obra como mediador em prol do
homem, então começará este tempo de angustia. O caso de toda alma já estará decidido,
e não haverá mais sangue expiatório para purificar o pecado. Ao deixar Jesus sua
posição de intercessor do homem junto a Deus, faz-se o solene anuncio: “Eis que venho
sem demora, e comigo está o galardão que tenho para retribuir para cada um segundo
suas obras”, Ap 22.12.
Assim, como Jacó foi ameaçado de morte por seu irmão irado, o povo de Deus
também estará em perigo no tempo do fim, os ímpios os perseguirão procurando
destrui-los. Da mesma maneira que o patriarca lutou toda noite para conseguir a benção
de Deus que o livraria das mãos vingativas de Esaú, tal será a experiência do povo
remanescente de Deus em sua luta final contra os poderes do mal. Na grande tribulação
o povo de Deus será provado. Satanás usará todos os seus esforços para atemoriza-los,
dizendo que seus casos são sem esperança; que seus pecados foram demasiado grandes
para serem perdoados. Muitos sentirão uma profunda angustia e um sentimento de
fracasso, por isso, muitos perderão a esperança durante a perseguição que se apresenta.
Aqueles que com fé perseverarem e confiarem no poder do sangue de Jesus sairão
vencedores. “Acautelai-vos, por vós mesmos, para que nunca vos suceda que o vosso
coração fique sobrecarregado com as consequências da orgia, da embriagues e das
preocupações deste mundo, e para que dia não venha sobre vós repentinamente, como
um laço. Pois há de sobre vir a todos os que vivem sobre a face de toda terra. Vigiai,
pois, a todo tempo, orando, para que possais escapar de todas essas coisas que tem de
suceder e estar em pé na presença do Filho do Homem”. Lc 21.34-36.
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Nada podemos fazer por nós mesmos. Em toda a nossa vida, desajustada e
indigna, devemos confiar unicamente nos méritos do Salvador crucificado, ressuscitado
e glorificado. Ninguém perecerá, se mantiver os olhos em Cristo. “O que anda em
justiça e fala o que é reto; o que despreza o ganho de opressão; o que, com um gesto de
mãos, recusa a aceitar suborno, o que tapa os ouvidos, para não ouvir falar de
homicídios, e fecha os olhos para não ver o mal, este habitará nas alturas”, Is 33.15-
16. A lista longa e negra dos nossos pecados está diante dos olhos do Ser Infinito.
Porém, aquele que perseverar e confiar na grande misericórdia de Deus e nas promessas
feitas por Cristo será salvo. Deus ouvirá o seu clamor: Se, com fé e arrependimento
confessar os seus pecados, pois ele prometeu em sua Palavra. “Pois, para com as suas
iniquidades, usarei de misericórdia e dos seus pecados jamais me lembrarei”, Hb 8.12.
“Porque guardaste a palavra da minha perseverança, também eu te guardarei
da hora da minha provação que há de vir sobre o mundo inteiro, para experimentar
os que habitam sobre a terra. Venho sem demora. Conserva o que tens, para que
ninguém tome a tua coroa” Ap 3.10,11.