O documento descreve o complexo regional do Nordeste brasileiro, dividindo-o em quatro sub-regiões com características climáticas, geográficas e econômicas distintas: Zona da Mata, Agreste, Sertão e Meio-Norte. Apresenta os contrastes naturais e socioeconômicos da região, destacando a agricultura irrigada no Vale do São Francisco e o turismo como fatores de desenvolvimento.
Nordeste: diversidade climática e desigualdades regionais
1. Complexo regional do Nordeste
Parque Nacional dos Lençóis Maranhenses, MA.
Prédios à beira da praia, em Fortaleza, CE.
Sertão de Pai Pedro, MG. O norte do estado de Minas
Gerais pertence ao complexo regional Nordeste.
Bloco de Carnaval em Olinda, PE. Um dos grandes
eventos turísticos da região.
LuizC.Ribeiro/Shutterstock
garyyim/ShutterstockAntônioCruz/Abr
ValterCampanato/ABr
2. De acordo com a divisão do território brasileiro
em complexos regionais, o complexo regional
do Nordeste abrange desde o leste do
Maranhão até o norte de Minas Gerais.
O complexo regional Nordeste apresenta
contrastes naturais e socioeconômicos.
Devido a essas diferenças, é possível dividi-
lo em 4 sub-regiões:
• Zona da Mata
• Agreste
• Sertão
• Meio-Norte
Brasil: complexo regional do
Nordeste (2009)
Adaptado de: ATLAS geográfico escolar. 5. ed. Rio de
Janeiro: IBGE, 2009. p. 152.
Allmaps
3. Zona da Mata
Principais características
• Segue ao longo do litoral do Rio
Grande do Norte até o sul da Bahia.
• Predomina o clima tropical litorâneo.
• Temperaturas elevadas o ano todo.
• Chuvas abundantes no inverno.
• Umidade relativa do ar elevada.
• Clima favoreceu a formação da floresta tropical (Mata Atlântica).
• Concentração da maior parte da atividade econômica
regional: industrial, agrícola e de serviços.
A Zona da Mata pode ser regionalizada pelas atividades
econômicas desenvolvidas em cada lugar:
• Zona da Mata açucareira
• Zona da Mata cacaueira
• Recôncavo Baiano
Paisagem do centro histórico da cidade de Ilhéus, BA.
Ilhéus já foi o maior produtor de cacau do mundo.
Indústria automobilística no Polo Petroquímico de
Camaçari, no Recôncavo Baiano.
JoséBahia/Dreamstime.com
MauricioSimonetti/PulsarImagens
4. Agreste
• Estende-se do Rio Grande do Norte até a divisa com
a Bahia.
• Predomina o clima tropical, mas não em toda a sub-
região.
• Nas áreas de menores altitudes, as temperaturas são
elevadas.
• Em maiores altitudes, as temperaturas caem.
• Nas áreas de clima tropical, a vegetação é
abundante, chamada floresta tropical.
• O clima semiárido apresenta vegetação mais
escassa, chamada caatinga.
• Policultura e pecuária, com destaque para a pecuária
leiteira.
Sertão
• É a maior sub-região nordestina da região Nordeste.
• Apresenta clima tropical semiárido.
• Temperaturas elevadas o ano todo.
• Baixos índices pluviométricos
• Duas estações bem definidas: seca e chuvosa.
• A vegetação predominante é a caatinga.
• Destacam-se a criação de caprinos, outros gados e a
agricultura familiar.
O Planalto da Borborema é um conjunto de serras e
chapadas de elevadas altitudes que se localizam nos
estados de Alagoas, Pernambuco, Paraíba e Rio Grande do
Norte. Ele é uma barreira natural que impede a chegada da
umidade vinda do oceano Atlântico, fator determinante nas
condições climáticas da região. Do lado do oceano Atlântico,
a umidade proporciona um clima tropical. Do lado do
interior, devido aos baixos níveis de chuvas, o clima que
prevalece é o semiárido.
Editoriadearte
5. A seca
A seca agrava os problemas socioeconômicos vividos
pela população do Sertão. A falta de chuvas, muitas
vezes, inviabiliza a atividade agrícola.
Os problemas da fome e desnutrição agravam-se nos
períodos de maiores secas, ocorrendo, como
consequência, o aumento do êxodo rural para os
grandes centros, tanto da Zona da Mata como de outras
regiões do Brasil. Com a finalidade de minimizar e
direcionar investimentos para o Sertão, o Governo
Federal, em 1951, delimitou uma área chamada
“Polígono das Secas”.
A seca é um problema que persiste até os dias atuais.
Observe que a região do “Polígono das Secas”
vai além do clima semiárido.
Polígono das Secas:
localização (2007)
Elaborado com base em: REBOUÇAS, Aldo da C.
Água na região Nordeste: desperdício e
escassez. Estudos avançados. v. 11, n. 29, 1997.
p. 133. Disponível em: <www.scielo.br/
pdf/ea/v11n29/v11n29a07.pdf>. Acesso em: 20
dez. 2011. ATLAS geográfico escolar. 5. ed. Rio
de Janeiro, 2009. p. 152.
Pasto seco
com gado
magro, após
longo
período sem
chuva, em
Urandi, BA.
Allmaps
ValterCampanato/ABr
6. O vale do Rio São Francisco e a agricultura irrigada
Outra atividade importante para a economia da
região é a agricultura irrigada de frutas. A atividade
conseguiu ser viabilizada porque o rio São Francisco
é um rio perene. É com a água captada do rio que
ocorre a irrigação das plantações.
Os polos de irrigação de maior importância e
produtividade estão nas cidades de Juazeiro (BA)
e Petrolina (PE), situadas no médio vale do rio.
Rio São Francisco, em Piranhas, AL, 2009.
Bacia do Rio São Francisco: localização (2012)
ATLAS geográfico escolar. 5. ed. Rio de Janeiro: IBGE, 2009.
p. 90. IBGE. Mapas temáticos. Hidroquímica. Disponível em:
<www.ibge.gov.br/mapas_ibge/tem_hidroquimica.php>.
Acesso em: 20 dez. 2011.
ViniciusTupinamba/Dreamstime.com
Allmaps
7. Meio-Norte
• Área de transição entre o
Sertão e a Amazônia, por
isso apresenta
características climáticas
de ambas as regiões.
• No oeste do Maranhão o
clima é predominantemente
úmido e no Piauí
prevalecem as condições
semiáridas.
• Por ser uma área de
transição, apresenta uma
característica particular:
seus vales fluviais são
ocupados por uma
vegetação chamada Mata
dos Cocais.
Mata dos Cocais na Reserva Extrativista Chapada Limpa, em Chapinha, MA.
PalêZuppani/PulsarImagens
8. Nordeste: turismo e cultura
Um importante fator favorável ao
desenvolvimento econômico da região
Nordeste é seu grande potencial
turístico.
As paisagens naturais e as
características históricas e culturais são
os principais motivos do interesse
das pessoas em visitar os lugares
dessa região.
Para o desenvolvimento de polos
turísticos é necessário:
• investimento em infraestrutura
• capacitação da mão de obra
• consciência ambiental
Bairro do
Pelourinho, em
Salvador, BA.
Um dos mais
importantes
pontos
turísticos da
cidade.
Praia de
Canoa
Quebrada,
Aracati, CE.
A beleza
natural da
praia atrai
turistas do
Brasil e do
mundo.
ViniciusTupinamba/Shutterstockostill/Shutterstock
12. Nordeste: aspectos gerais
Fonte: editoria de arte, com base em
dados do IBGE.
A diversidade climática, acompanhada
pela mudança da vegetação, compõe
faixas diferenciadas, representadas por
quatro sub-regiões: meio-norte, sertão,
agreste e zona da mata.
15. Nordeste: diversidade e desigualdade
Nordeste: aspectos gerais
As sub-regiões
Zona da mata
A monocultura canavieira
representa a forma de
ocupação histórica da
região da zona da mata
nordestina.
A cidade do Recife, PE,
fundada em 1537, é um
exemplo da histórica
ocupação da zona da
mata nordestina.
16. Nordeste: diversidade e desigualdade
Nordeste: aspectos gerais
Agreste
O agreste, caracterizado como área de transição entre zona da mata e sertão, é
coberto por uma floresta de vegetação peculiar, na qual as espécies da mata
atlântica se misturam com as da caatinga. A vegetação original, contudo,
dificilmente pode ser vista, porque a maior parte dela foi devastada e substituída
por campos de cultivo.
As sub-regiões
18. Nordeste: diversidade e desigualdade
Nordeste: aspectos gerais
As sub-regiões
• Abrange a totalidade do Sertão
(incluindo o norte de Minas Gerais) e
partes do Agreste e do Meio-Norte;
• Criado no governo de Getúlio Vargas
(1940) pelo DNOCS;
• Construção de açudes e de cisternas
familiares, projetos de irrigação e
abertura de poços artesianos são
exemplos de obras contra a seca;
• Infelizmente ainda existe a ‘Indústria
da Seca’ - termo utilizado para
designar a estratégia de pessoas (ex.:
políticos, empresários) que aproveitam
a tragédia da seca para ganho próprio.
19. Nordeste: diversidade e desigualdade
Nordeste: aspectos gerais
Usina de dessalinização
As sub-regiões
Cisterna
20. Nordeste: diversidade e desigualdade
Nordeste: aspectos gerais
As sub-regiões
Palmáceas típicas
do meio-norte, a
carnaúba e o
babaçu são
amplamente
usados em
diversos ramos
industriais.
Meio-norte