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ANÁLISE DE CUSTOS NA PRODUÇÃO DE GRÃOS EM UMA
PROPRIEDADE RURAL DE TAPEJARA, RIO GRANDE DO SUL
Patrick Dalbosco1
, Luiz Fernando Fritz Filho2
, Priscila Sampaio de Moraes3
, Amanda Regina
Leite4
Resumo
O estudo analisou os custos de produção de soja na safra 2016/2017, em uma propriedade rural do município de
Tapejara/RS. Para tanto caracterizou a propriedade, apurou os custos envolvidos na cultura da soja, as despesas e
receitas geradas na produção demonstrando os resultados financeiros da safra, assim como o ponto de equilíbrio
e a margem de contribuição apropriada. Esta pesquisa caracteriza-se como uma pesquisa quantitativa e
qualitativa. O plano de coleta de dados para esta pesquisa é caracterizado a partir de fontes primárias destacam-
se a realização de entrevista com o produtor rural e a observação da propriedade, e como fontes secundárias
estão à pesquisa bibliográfica e a análise de relatórios, planilhas e documentos relativos à produção de soja de
2017 da propriedade estudada. Este estudo é relevante por subsidiar os produtores na tomada de decisão e na
escolha das estratégias adotadas em suas unidades.
Palavras-chave: Análise de Custos. Administração Rural. Produção Agrícola. Soja.
Abstract
The study analyzed the costs of soybean production in the 2016/2017 harvest, in a rural property in the
municipality of Tapejara / RS. In order to do so, it characterized the property, determined the costs involved in
the soybean crop, the expenses and revenues generated in the production demonstrating the financial results of
the crop as well as the appropriate break-even point and contribution margin. This research is characterized as
a quantitative and qualitative research. The plan of data collection for this research is characterized from
primary sources stand out the accomplishment of interview with the rural producer and the observation of the
property and as secondary sources are to the bibliographical research and the analysis of reports, spreadsheets
and relative documents to the soybean production of 2017 of the property studied. This study is relevant because
it subsidizes producers in decision making and in the choice of strategies adopted in their units.
Keywords: Cost analysis. Rural Administration. Agricultural production.Soy.
1 Introdução
A produção agrícola vem se consolidando ao longo do tempo como uma das principais
geradoras de renda e riqueza, com grande representatividade na economia brasileira,
registrando importantes avanços e mantendo um desempenho que tem superado o setor
industrial (CREPALDI, 2016). De acordo com os dados da Conab (2017) a safra brasileira
2016/2017 foi estimada em 237,22 milhões de toneladas, representando um crescimento de
27,1% em relação à safra 2015/2016. Além disso, houve incremento da área plantada em
60,49 milhões de hectares, o que representou 3,7% de aumento se comparado à safra passada.
O agronegócio, no ano de 2016, correspondeu a 23% do PIB nacional, além de representar
48% das exportações totais do país (PORTAL BRASIL, 2016).
Martins (2005) destaca que o agronegócio da soja movimenta volume físico e
financeiro elevado, exigindo ampla visão empresarial por parte dos produtores, fornecedores
de insumos, processadores da matéria prima e negociantes, de forma a manter e estender as
vantagens competitivas de produção. As pequenas e médias propriedades rurais são
consideradas fundamentais para a economia das regiões, sendo o estabelecimento rural
1
Bacharel em Administração, Universidade de Passo Fundo- mecanicadalbosco@xmax.com.br
2
Doutorado em Desenvolvimento Rural, Universidade de Passo Fundo r- fritz@upf.br
3
Bacharel em Administração, aluna do Mestrado em Administração do PPGADM/UPF/Universidade de Passo
Fundo-120560@upf.br.
4
Bacharel em Administração, aluna do Mestrado em Administração do PPGADM/UPF/Universidade de Passo
Fundo - amanda-rl@hotmail.com
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identificado como um sistema básico com suas diversidades e inter-relações entre os
componentes e o meio ambiente, sendo o produtor rural e sua família, a parte central deste
sistema, exercendo grande representatividade na promoção do desenvolvimento agrícola
(FRITZ FILHO e MIGUEL, 2010).
Desse modo, considera-se importante compreender os problemas enfrentados pelos
produtores, as exigências do mercado e os desafios que se mostram ao longo da cadeia
produtiva, promovendo o desenvolvimento de ações e de conhecimentos que podem auxiliá-
los na melhoria da gestão do seu negócio. Assim, este estudo tem como objeto de discussão a
administração rural sob o enfoque da análise de custos de produção, considerando as
necessidades de uma propriedade rural localizada no município de Tapejara, estado do Rio
Grande do Sul. Analisando os custos de produção de soja na safra 2016/2017, além de apurar
os custos, as receitas e as despesas geradas na produção de soja demonstrando o resultado
financeiro da safra, identificando o ponto de equilíbrio e a margem de contribuição,
compreendendo de que forma a análise de custos da produção agrícola podem contribuir para
o desenvolvimento das atividades e dos resultados de propriedade rural no município de
Tapejara/RS. A propriedade estudada tem sua sede no município de Tapejara/RS, com 90
hectares, mas também atua no município de Capão Bonito do Sul/RS, com mais 160 hectares.
2. REFERENCIAL TEÓRICO
Neste capitulo são apresentados os conceitos das características da atividade agrícola,
aspectos da produção de soja, gestão da propriedade rural e contabilidade e métodos de
custeio agrícola.
2.1 Caracterização da Atividade Agrícola
A atividade agrícola é muito representativa na economia, a agricultura é entendida
como “a arte de cultivar a terra”, através da qual o homem procura satisfazer suas
necessidades básicas (SANTOS, MARION e SEGATTI 2012).
A agricultura representa toda a atividade de exploração da terra, seja no cultivo de
lavouras e florestas ou a criação de animais, exercidas de forma variadas, desde o cultivo
caseiro para a própria subsistência até os grandes complexos industriais, explorando os
setores agrícolas, pecuários e agroindustriais. Assim, a atividade agrícola desempenha um
papel importante no processo de desenvolvimento produzindo alimentos baratos e de boa
qualidade, bem como matéria-prima para a indústria (CRESPALDI 2016).
Araújo destaca (2013) que a produção agrícola envolve uma série de atividades
necessárias ao preparo de solo, tratos culturais, colheita, transporte e armazenagem internos,
administração e gestão dentro das unidades produtivas, para a condução de culturas vegetais.
Apesar da importância e da representatividade da atividade agropecuária para a economia,
muitas são as peculiaridades do setor que influenciam diretamente seus resultados sendo que
um dos elementos que marcam essa atividade é a sazonalidade, decorrente da forte
dependência de fatores climáticos, ambientais e dos ciclos biológicos das plantas. Apesar do
progresso tecnológico que tem modificado a sazonalidade “natural”, encurtando tempos de
crescimento e maturação, desenvolvendo espécies adaptadas e melhoria genética de sementes,
a atividade é fortemente dependente de fatores da natureza. (BUAINAIN e SOUZA FILHO,
2011).Nesse sentido, acredita-se que a adoção de técnicas de gestão e controle,
principalmente de custos, pode ser uma alternativa fundamental para melhorar a rentabilidade
e projetar ações futuras que visam o desenvolvimento, minimizando riscos.
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2.2 Gestão da Propriedade Rural
A propriedade rural é o espaço onde são exercidas atividades que exploram a
capacidade produtiva do solo por meio do cultivo da terra, da criação de animais e da
transformação de determinados produtos agrícolas (MARION, 2014).
Oliveira (2015) destaca que o estabelecimento agropecuário constitui-se de um imóvel
de área contínua, geralmente localizado na zona rural, subdividido ou não, sob o domínio de
um produtor ou administrador, no qual se realizam explorações agropecuárias. Nesse
estabelecimento o produtor rural retira o sustento para sua família e, dependendo do volume
das atividades, pode também ter empregados.
A gestão de uma propriedade rural revela-se como um processo de tomada de decisão
que avalia a alocação de recursos escassos em diversas possibilidades produtivas, dentro de
um ambiente de riscos e incertezas características do setor agrícola. Assim, independente de
tamanho e atividade desenvolvida, o gerenciamento da propriedade rural é um dos fatores
indispensáveis para alcançar o desenvolvimento sustentável (LORENZANI, SOUZA FILHO
e BANKUTI, 2012).
Por isso, dentre as práticas da administração rural estão o planejamento, com previsão
das necessidades e geração de recursos, controle do andamento, comparando a realidade e o
orçamento; o controle financeiro e de resultados, permitindo a identificação dos problemas
operacionais e avaliação do desempenho de cada unidade estratégica de negócio; e o controle
de produção (CREPALDI, 2016). Lourenzani, Souza Filho e Bankuti (2017), consideram que
além do planejamento e do controle, o produtor rural deve também desempenhar a função de
implementação.
2.3 Análise de Custos: Sistemas de Custeio Agrícola
A gestão de custos torna-se uma estratégia fundamental para que o produtor rural
consiga acompanhar sua produção e melhorar seus resultados, de acordo com Santos, Marion
e Segatti (2012), constitui-se em um conjunto de procedimentos administrativos que registra,
de forma sistemática e contínua, a efetiva remuneração dos fatores de produção empregados
nos serviços rurais.
Os custos de uma produção agrícola envolvem uma análise realizada a partir da
mensuração dos custos incorridos no processo produtivo, que, em termos econômicos, são
tidos como fixos, no qual existem independentemente da quantidade produzida e que muitas
vezes não exibem um desembolso direto do produtor, e variáveis que são obtidos diretamente
da multiplicação da quantidade utilizada de certo insumo pelo preço de mercado do insumo
(MENEGATTI; BARROS, 2007).
De acordo com Santos, Marion e Segatti (2002) muitos são os custos presentes
na produção agrícola e que precisam ser considerados para um maior controle e mensuração
de resultados. Os principais objetivos do sistema de custos da propriedade rural é auxiliar a
administração na organização e controle da unidade de produção, permitir uma correta
valorização dos estoques para apuração dos resultados obtidos em cada cultivo ou criação,
oferecer bases consistentes e confiáveis para projeção dos resultados e auxiliar o processo de
planejamento rural.
O sistema de custeio consiste num critério por meio do qual os custos são
apropriados à produção, tratando-se de uma estratégia de gerenciamento de custos,
desperdício e melhor resultado sobre o lucro. O sistema de custeio divide-se em: custeio
direto ou variável; custeio por absorção e custeio por atividades.
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O custeio direto ou variável nasceu da necessidade de uma adaptação de custos, ou
seja, todos os custos diretos, indiretos e variáveis são apropriados aos custos variáveis
deixando os custos fixos isolados, pois são considerados despesas do período, afetando
diretamente o resultado, independente da venda ter ocorrido ou não (MARTINS, 2010). O
custeio baseado em atividades (ABC) analisa as atividades da empresa, pois é através do
consumo das atividades que se formam os custos e não pelo consumo dos produtos. O custeio
por absorção é considerado um método tradicional de custeamento, onde, para se obter o
custo dos produtos, consideram-se todos os gastos industriais, diretos ou indiretos, fixos ou
variáveis (PADOVEZE, 2010).
2.4 Demonstração do resultado, margem de contribuição e ponto de equilíbrio
A demonstração do resultado informa como o resultado é formado em determinado
período de movimentação da organização (ASSAF NETO, 2010). Nesse demonstrativo estão
apresentadas todas as receitas e despesas geradas no período, fazendo-se as deduções
necessárias para assim se chegar ao lucro do exercício (MARION, 2009).
Conforme Assaf Neto (2010) pode ser estruturada da seguinte forma:
i. Receita Operacional Bruta: refere-se ao valor nominal total das vendas de
bens ou de serviços prestados pela empresa, antes de qualquer dedução.
ii. Deduções da Receita Bruta: incluem-se todos os valores que devem ser
abatidos do valor da Receita Operacional Bruta, como: vendas anuladas; descontos
incondicionais concedidos (quando contabilizados); impostos sobre produtos, etc.
iii. Receita Operacional Líquida: receita já deduzida.
iv. Custo das Vendas ou Custo das Mercadorias Vendidas: são os custos
envolvidos no processo de produção e venda.
v. Lucro Operacional Bruto: é o valor que sobra depois da dedução do custo
das vendas com a receita operacional líquida.
vi. Despesas operacionais: são todas as despesas operacionais incorridas no
período, agrupadas em despesas com as vendas, despesas financeiras, despesas gerais e
administrativas e outras despesas operacionais.
vii. Lucro ou Prejuízo Operacional: é o lucro obtido no confronto entre lucro
acrescido das demais receitas operacionais e deduzido das demais despesas operacionais.
Assim, ao vender determinado produto, a propriedade obtém um lucro sobre este
produto, sendo que multiplicado pelo total de produtos vendidos, consegue se calcular a
margem de contribuição total. A margem de contribuição pode ser calculada em qualquer
empresa ou ramo em que ela atua. Esse conceito incorpora o regime de competência, além
dois custos diretos, variáveis e relevantes (LEONE, 2011).
Por fim, o ponto de equilíbrio que é aquele momento em que a empresa rural atinge
um volume de vendas que lhe permite cobrir seus custos operacionais, sem lucro nem
prejuízo. O Ponto de Equilíbrio Contábil (PEC) é obtido quando há volume (monetário ou
físico) suficiente para cobrir todos os custos e despesas fixas, ou seja, o ponto em que não há
lucro ou prejuízo contábil, com igualdade entre a receita total e o custo total. (CREPALDI,
2016).
3. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
O estudo utiliza-se do meio de uma pesquisa quantitativa e qualitativa, quanto ao seu
objetivo geral é caracterizada como pesquisa exploratória; e quanto ao procedimento técnico é
caracterizada como pesquisa de levantamento de dados e estudo de caso. Também cabe
caracterizar as pesquisas de levantamento de dados, nas quais ocorre o questionamento direto das
pessoas cujo comportamento se deseja conhecer. Já o estudo de caso é a pesquisa que tem por objetivo
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selecionar um objeto de estudo restrito, com a finalidade de aprofundar-se nos aspectos característicos
do mesmo (SANTOS, 2001).
O plano de coleta de dados para esta pesquisa é caracterizado a partir de fontes
primárias e secundárias. Como fontes primárias destacam-se a realização de entrevista com o
produtor rural e a observação da propriedade. Como fontes secundárias estão a pesquisa
bibliográfica e a análise de relatórios, planilhas e documentos relativos à produção de soja de
2017, bem como aspectos operacionais e financeiros da propriedade. Após a coleta, os dados
foram organizados e apresentados em tabelas e de forma descritiva, sendo que foram
analisados pelo pesquisador a partir dos objetivos do estudo, considerando a aplicação do
método de custeio direto.
4. RESULTADOS
Nesta seção é apresentado o levantamento de dados realizado na propriedade,
considerando a área de terras, infraestrutura e bens, receitas e despesas realizadas na safra da
soja, no período de 15 de outubro de 2016 a 15 de março de 2017, totalizando
aproximadamente 5 meses de produção.
4.1 Área de terras, infraestrutura e bens da propriedade
A propriedade em estudo é familiar, localizada no norte do Rio Grande do Sul, no
município de Tapejara e também no município de Capão Bonito do Sul. A propriedade
prioriza a cultura da soja, na safra de verão, sendo que no período de inverno, realiza
cobertura de solo com aveia. O método de cultivo desenvolvido é o plantio direto.
Ao todo são 250 hectares de área, sendo 80% de área de cultivo (200 hectares) e 20%
(50 hectares) correspondente a matas, estradas e reservas de preservação. A característica da
instalação da propriedade conta com um galpão, construído em 2010, cujo valor é de R$
250.000,00 e uma casa de 100 m², avaliada em 150.000,00.
Com relação às máquinas e equipamentos, a propriedade dispõe de caminhão,
colheitadeira, trator, carroção graneleiro, plantadeira, pulverizador e tratores num valor total
de R$ 1.430.000,00 de máquinas, veículos e equipamentos.
Tabela 1 – Máquinas, veículos e equipamentos
Descrição Marca Ano Valor do bem (R$)
Caminhão VW 2010 200.000,00
Colheitadeira New Holland 2016 750.000,00
Trator Valtra 2005 90.000,00
Carroção Graneleiro Stara 2010 20.000,00
Plantadeira Adubadeira Semeato 2008 70.000,00
Pulverizador Montana 2013 300.000,00
Total 1.430.000,00
4.2 Mão-de-obra
A formação da mão-de-obra que na propriedade em estudo é estritamente familiar,
contando com a participação do pai e do filho para a condução das atividades. O valor mensal
do custo de mão de obra é de R$ 5.000,00, sendo que o período da safra é de novembro a
abril, totalizando 5 meses, ou seja, R$ 25.000,00.
Cumpre salientar que no período da safra, a família contrata uma pessoa para auxiliar
no processo produtivo, especialmente no período do plantio. Foram considerados 30 dias de
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trabalho, com 10 horas de trabalho por dia, num custo de R$ 10,00 por hora. No total foi
contabilizado um gasto total de mão-de-obra terceirizada de R$ 3.000,00.
4.3 Depreciação
Os valores da depreciação, sendo o cálculo realizado conforme norma do CPC 27-
Ativo Imobilizado, que orienta que a estimativa do tempo de vida útil dos bens é feita pelo
próprio proprietário, sendo que a taxa de depreciação é a divisão dos 100% pelo total de vida
útil definida pelo proprietário. A depreciação total (anual) representa o valor dos bens
aplicado à taxa de depreciação, sendo que a depreciação da cultura da soja corresponde aos
meses de produção, ou seja, 5 meses.
Tabela 2 – Despesas com depreciação (instalações, máquinas, veículos e equipamentos)
Descrição Ano
Valor do bem
(R$)
Tempo
de vida
útil/anos
Taxa de
depreciação
(%)
Depreciação
total/ano
(R$)
Depreciação
cultura da soja
(R$)
Caminhão 2010 200.000,00 20 5% 10.000,00 4.166,67
Colheitadeira 2016 750.000,00 15 6,67% 50.025,00 20.843,75
Trator 2005 90.000,00 20 5% 4.500,00 1.875,00
Carroção graneleiro 2010 20.000,00 20 5% 1.000,00 416,67
Plantadeira adub. 2008 70.000,00 15 6,67% 4.669,00 1.945,41
Pulverizador 2013 300.000,00 20 5% 15.000,00 6.250,00
Galpão 2010 250.000,00 30 3,34% 8.350,00 3.479,17
Casa 2002 150.000,00 30 3,34% 5.010,00 2.087,50
Total 98.554,00 41.064,17
Ressalta-se a importância do cálculo da depreciação como forma do produtor rural
avaliar seus bens e a necessidade de investimento.
4.4 Identificação dos custos e despesas
Os custos levantados a partir da cultura da soja envolvem os insumos utilizados na
safra, a mão-de-obra, transporte, despesas com financiamentos de máquinas/equipamentos e
outras despesas operacionais. Abaixo se observa os gastos com insumos da safra 2016/2017.
Tabela 3 – Gastos com insumos safra 2017
Quant. de
compra
Descrição dos
produtos
Quant.
por ha
Preço
Unit.
Custo total por
ha (R$)
Custo total
(R$)
% do
custo
50.000 kg Adubo. 250 kg 1,40 350,00 70.000,00 22,4
30.000 kg Cloreto 150 kg 1,00 150,00 30.000,00 9,6
300 lt Fertilizante líquido 0,500 lt 3,00 450,00 900,00 28,8
12.000 kg Semente 60 kg 2,00 120,00 24.000,00 7,7
100 lt Herbicida 0,500 lt 340,00 170,00 34.000,00 10,9
100 lt Inseticida 0,500 lt 260,00 130,00 26.000,00 8,3
100 lt Fungicida 0,500 lt 220,00 110,00 22.000,00 7,1
200 lt Outros insumos 1 lt 80,00 80,00 16.000 5,2
Total 1.560,00 312.000,00 100
Nota-se que o custo por hectare foi de R$ 1.560,00, num custo total de R$ 312.000,00
com insumos para a produção da soja.
Com relação às despesas financeiras, foram incluídos os gastos com juros de
financiamentos a pagar. No período referente à safra foram gastos R$ 16.666,67 relativos aos
juros, considerando o período da cultura da soja.
Outras despesas realizadas na safra 2016/2017 de soja na propriedade. Foram
incluídos itens como manutenção da colheitadeira, lubrificantes, combustível, energia elétrica,
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seguros e ITR (Imposto Territorial Rural), num total de R$ 50.500,00. Cumpre salientar que o
ITR corresponde a totalidade do valor no ano.
4.5 Identificação de produção e receita e demonstração dos custos de produção
A receita total foi de R$ 910.000,00, relativa a uma produção de 14.000 sacas de 60
kg. A abaixo 4 apresenta a demonstração dos custos de produção, fixos e variáveis, relativos à
safra de soja em 2016/2017.
Tabela 4 – Demonstração dos custos de produção – Safra de soja 2016/2017
Itens Custos (R$)
Fixos Variáveis
Insumos 312.000,00
Depreciação 41.064,17
Despesas financeiras 16.666,67
Mão-de-obra 28.000,00
Manutenção 10.000,00
Lubrificantes 3.000,00
ITR 1.800,00
Combustível 25.500,00
Seguros 9.000,00
Energia elétrica 1.200,00
Total 69.730,84 378.500,00
Total geral de custos 448.230,84
Observa-se que no total os custos foram de R$ 448.230,84 o que representa R$
2.241,15 de custos por hectare. Do total, R$ 69.730,84 são de custos fixos e R$ 378.500,00
de custos variáveis. O percentual de custos da produção da soja na propriedade representa 1%
dos custos fixos, e 84% dos custos variáveis. Os custos fixos representaram 16% do total dos
custos e os variáveis 84% do total dos custos da produção de soja na safra 2016/2017.
O percentual de diferenciação dos custos da produção da soja apresenta-se como o
principal custo fixo, representando 59% a depreciação das maquinas e equipamentos e 24% as
despesas financeiras. Já entre os custos variáveis os insumos são os mais significativos,
correspondendo a 82% do total, e 7% com combustíveis e lubrificantes.
4.7 Demonstração dos resultados
A demonstração do resultado da safra de soja em 2016/2017 é exposta na tabela 5.
Tabela 5 – Demonstração do resultado da safra de soja 2016/2017
Receita Operacional Bruta R$ 910.000,00
(-) Funrural R$ 29.930,00
(=) Receita Líquida R$ 880.070,00
(-) Custos variáveis R$ 378.500,00
(=) Lucro Bruto R$ 501.570,00
(-) Custos fixos R$ 69.730,84
(=) Lucro líquido total R$ 431.839,16
(=) Lucro líquido por hectare R$ 2.159,19
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De acordo com os dados levantados e apurados, o lucro líquido foi de R$ 431.839,16
sendo que dividindo pelo número de hectares plantados, obteve-se um lucro de R$ 2.159,19
por hectare com base na produtividade obtida na safra 2016/2017. Os percentuais dos custos
que incidem sobre a receita bruta, considerando que 81% diz respeito aos custos variáveis,
15% aos custos fixos e 4% ao Funrural.
4.7 Apuração da margem de contribuição e ponto de equilíbrio
Nesta seção se apresentado a identificação da margem de contribuição e seu respectivo
percentual sobre a receita total da propriedade na produção de soja 2016/2017. Para se
calcular a margem de contribuição é necessário deduzir os custos variáveis da receita líquida.
Observa-se que nessa safra a margem de contribuição foi de R$ 501.570,00, o que
representou 57% da receita líquida obtida.
Esse instrumento é muito importante na atividade agrícola como em qualquer
atividade produtiva, determinando qual a quantidade mínima a ser produzida ou qual o
faturamento necessário para que se consiga cobrir os custos de produção.
Para o cálculo do ponto de equilíbrio da propriedade em estudo, utilizou-se a seguinte
fórmula: PE = CFT / MC, onde:
PE = Ponto de Equilíbrio
CFT = Custo Fixo Total
MC = Margem de Contribuição
a) PEV = Ponto de Equilíbrio em Valor (R$)
MC = 57 / 100 = 0,57
PEV = 69.730,84 / 0,57
PEV = R$ 122.334,80
b) PEQ = Ponto de Equilíbrio em Quantidade (sacas)
MC = Valor pago por saca R$ 65,00 x 57% = 37,05
PEQ = 69.730,84 / 37,05
PEQ = 1.882,07 sacas de soja
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
A grande importância da produção agrícola para a economia tem ampliando a
discussão acerca da representatividade das propriedades rurais e da necessidade que elas
tornem-se verdadeiras empresas para melhor gerenciar suas atividades, especialmente com
relação aos custos de produção e planejamento de ações ao longo das safras.
Além da falta de informação e controle, grande parte dos produtores rurais tem pouca
escolaridade e dificuldade para compreender as diversas variáveis envolvidas na produção e
que influenciam os resultados financeiros das safras. Por isso, este estudo trouxe um modelo
simplificado de análise de custos, voltado ao custeio direto ou variável, que pode servir de
base para a identificação dos principais elementos financeiros que fazem parte da safra
agrícola de soja.
Este estudo analisou o custo obtido na produção de soja em uma propriedade do
município de Tapejara/RS na safra 2016/2017, verificando que numa área cultivada de 200
hectares foram colhidos 14.000 sacas, com uma receita de R$ 910.000,00. Contudo, o lucro
líquido total foi de R$ 431.839,16, ou seja, R$ 2.159,19 por hectare, sendo os custos fixos e
variáveis contabilizados em 448.230,84, o que representa R$ 2.241,15 por hectare produzido.
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Os resultados observados mostram o quanto o levantamento dessas informações é
importante para gerar dados capazes de possibilitar a projetação das novas safras, bem como
possibilitar uma tomada de decisão mais segura com relação à atividade desenvolvida, como
por exemplo, investimentos na produção, financiamentos bancários, entre outros.
A adoção de estratégias de controle, adequado registro de informações a respeito dos
custos envolvidos, organização de notas de compra e outros documentos de pagamento
relativos à produção devem fazer parte do dia a dia das ações do produtor, fazendo com que
essa organização gere a possibilidade de fazer o levantamento dos custos, facilitando a
demonstração do resultado.
Dessa forma o objetivo do estudo proposto foi atingido, sendo que a sugestão é que a
propriedade mantenha o controle e análise de custos, melhorando as ações a partir de
processos de administração e gerenciamento, viabilizando ainda mais a produção de soja, tão
representativa nos resultados daquele empreendimento rural. Além disso, espera-se que o
modelo proposto neste trabalho, possa servir de exemplo para outros produtores, podendo ser
adaptado à realidade de outras propriedades rurais, e colaborando para uma melhor
organização das atividades. A necessidade de conhecimento do custo, receita, margem de
contribuição, derivada de cada atividade, tornam-se determinantes para a escolha de
alternativas pertinentes na escolha do sistema produtivo e nas estratégias a serem
desenvolvidas nas unidades de produção agrícolas.
Referências
ARAÚJO, Massilon J. Fundamentos de agronegócios. 4. São Paulo: Atlas, 2013.
ASSAF NETO, Alexandre. Estrutura e análise de balanços: um enfoque econômico-
financeiro. 9. ed. São Paulo: Atlas, 2010.
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Brasil: evolução e principais instrumentos. In: BATALHA, Mário (Coord.). Gestão
agroindustrial: GEPAI: Grupo de Estudos e Pesquisas Agroindustriais, v. 2. 5. ed. São Paulo
Atlas 2011.
COMITÊ DE PRONUNCIAMENTOS CONTÁBEIS (CPC). Pronunciamento Técnico
CPC 27, Ativo Imobilizado, Correlação ás Normas Internacionais de Contabilidade -
IAS 16. Aprovado em 2009. Disponível em: <http://www.cpc. org.br/CPC/Documentos-
Emitidos/Pronunciamentos/Pronunciamento?Id=58>. Acesso em: 15 out. 2017.
CONAB. Companhia Nacional de Abastecimento. Observatório agrícola:
acompanhamento da safra brasileira de grãos (2016/2017), Brasília, v. 4, n. 10,
julho/2016.
CREPALDI, Silvio A. Curso de contabilidade de custos. São Paulo: Atlas, 1999.
CREPALDI, Silvio Aparecido. Contabilidade rural: uma abordagem decisorial. 8. Rio de
Janeiro Atlas 2016.
FRITZ FILHO, Luiz Fernando; MIGUEL, Lovois de Andrade. Utilização da abordagem
sistêmica para o diagnóstico de realidades agrícolas municipais. Teor. Evid. Econ., Passo
Fundo v. 8 n. 15 p. 151-167, 2000.
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LEONE, George Sebastião Guerra. Custos: planejamento, implantação e controle. 3. São
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LOURENZANI, Wagner Luiz; SOUZA FILHO, Hildo Meirelles de; BANKUTI, Ferenc
Istvan. Gestão da empresa rural: uma abordagem sistêmica. Disponível em:
http://www.gepai.dep.ufscar.br/pdfs/1102012100_LourenzaniSouzaBankutipdf. Acesso em:
20 ago. 2017.
MARION, José Carlos. Contabilidade básica. 10. ed. São Paulo: Atlas, 2009.
MARION, José Carlos. Contabilidade rural: contabilidade agrícola, contabilidade da
pecuária. 14 ed. São Paulo Atlas 2014.
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Decisões estratégicas na logística do agronegócio: compensação de custos transporte-
armazenagem para a soja no estado do Paraná. Revista de Administração Contemporânea,
v. 9, n. 1, p.53-78, 2005.
MENEGATTI, Ana Laura Angeli; BARROS, Alexandre Lahóz Mendonça de. Análise
comparativa dos custos de produção entre soja transgênica e convencional: um estudo de caso
para o Estado do Mato Grosso do Sul. Revista de Economia Social e Rural. v. 45, n.1, p.
163-183, 2007. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/resr/v45n1/08.pdf. Acesso em: 15
ago. 2017.
OLIVEIRA, Ivanoel Marques de. Ferramentas de gestão para agropecuária. São Paulo:
Erica, 2015.
PADOVEZE, Clóvis Luís. Contabilidade gerencial: um enfoque em sistema de informação
contábil. 7. ed. São Paulo: Atlas, 2010.
PORTAL BRASIL. Agronegócio deve ter crescimento de 2% em 2017. Publicado em
06/12/2016. Disponível em: <http://www.brasil.gov.br/economia-e-emprego/2016/12/
agronegocio-deve-ter-crescimento-de-2-em-2017> Acesso em: 05 ago. 2017.
SANTOS, Antonio Raimundo dos. Metodologia científica: a construção do conhecimento. 4.
ed. Rio de Janeiro: DP&A, 2001.
SANTOS, Gilberto José dos; MARION, José Carlos; SEGATTI, Sonia. Administração de
custos na agropecuária. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2012.

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Análise-de-custos-na-produção-de-grãos-em-uma-propriedade-rural-de-Tapejara-Rio-Grande-do-Sul.pdf

  • 1. Av. Bento Gonçalves, 7712 – Prédio Central – Porto Alegre – CEP 91.540-000 - Tel. 3308-6586 E-mail: simposioagronegocio@gmail.com ANÁLISE DE CUSTOS NA PRODUÇÃO DE GRÃOS EM UMA PROPRIEDADE RURAL DE TAPEJARA, RIO GRANDE DO SUL Patrick Dalbosco1 , Luiz Fernando Fritz Filho2 , Priscila Sampaio de Moraes3 , Amanda Regina Leite4 Resumo O estudo analisou os custos de produção de soja na safra 2016/2017, em uma propriedade rural do município de Tapejara/RS. Para tanto caracterizou a propriedade, apurou os custos envolvidos na cultura da soja, as despesas e receitas geradas na produção demonstrando os resultados financeiros da safra, assim como o ponto de equilíbrio e a margem de contribuição apropriada. Esta pesquisa caracteriza-se como uma pesquisa quantitativa e qualitativa. O plano de coleta de dados para esta pesquisa é caracterizado a partir de fontes primárias destacam- se a realização de entrevista com o produtor rural e a observação da propriedade, e como fontes secundárias estão à pesquisa bibliográfica e a análise de relatórios, planilhas e documentos relativos à produção de soja de 2017 da propriedade estudada. Este estudo é relevante por subsidiar os produtores na tomada de decisão e na escolha das estratégias adotadas em suas unidades. Palavras-chave: Análise de Custos. Administração Rural. Produção Agrícola. Soja. Abstract The study analyzed the costs of soybean production in the 2016/2017 harvest, in a rural property in the municipality of Tapejara / RS. In order to do so, it characterized the property, determined the costs involved in the soybean crop, the expenses and revenues generated in the production demonstrating the financial results of the crop as well as the appropriate break-even point and contribution margin. This research is characterized as a quantitative and qualitative research. The plan of data collection for this research is characterized from primary sources stand out the accomplishment of interview with the rural producer and the observation of the property and as secondary sources are to the bibliographical research and the analysis of reports, spreadsheets and relative documents to the soybean production of 2017 of the property studied. This study is relevant because it subsidizes producers in decision making and in the choice of strategies adopted in their units. Keywords: Cost analysis. Rural Administration. Agricultural production.Soy. 1 Introdução A produção agrícola vem se consolidando ao longo do tempo como uma das principais geradoras de renda e riqueza, com grande representatividade na economia brasileira, registrando importantes avanços e mantendo um desempenho que tem superado o setor industrial (CREPALDI, 2016). De acordo com os dados da Conab (2017) a safra brasileira 2016/2017 foi estimada em 237,22 milhões de toneladas, representando um crescimento de 27,1% em relação à safra 2015/2016. Além disso, houve incremento da área plantada em 60,49 milhões de hectares, o que representou 3,7% de aumento se comparado à safra passada. O agronegócio, no ano de 2016, correspondeu a 23% do PIB nacional, além de representar 48% das exportações totais do país (PORTAL BRASIL, 2016). Martins (2005) destaca que o agronegócio da soja movimenta volume físico e financeiro elevado, exigindo ampla visão empresarial por parte dos produtores, fornecedores de insumos, processadores da matéria prima e negociantes, de forma a manter e estender as vantagens competitivas de produção. As pequenas e médias propriedades rurais são consideradas fundamentais para a economia das regiões, sendo o estabelecimento rural 1 Bacharel em Administração, Universidade de Passo Fundo- mecanicadalbosco@xmax.com.br 2 Doutorado em Desenvolvimento Rural, Universidade de Passo Fundo r- fritz@upf.br 3 Bacharel em Administração, aluna do Mestrado em Administração do PPGADM/UPF/Universidade de Passo Fundo-120560@upf.br. 4 Bacharel em Administração, aluna do Mestrado em Administração do PPGADM/UPF/Universidade de Passo Fundo - amanda-rl@hotmail.com
  • 2. Av. Bento Gonçalves, 7712 – Prédio Central – Porto Alegre – CEP 91.540-000 - Tel. 3308-6586 E-mail: simposioagronegocio@gmail.com identificado como um sistema básico com suas diversidades e inter-relações entre os componentes e o meio ambiente, sendo o produtor rural e sua família, a parte central deste sistema, exercendo grande representatividade na promoção do desenvolvimento agrícola (FRITZ FILHO e MIGUEL, 2010). Desse modo, considera-se importante compreender os problemas enfrentados pelos produtores, as exigências do mercado e os desafios que se mostram ao longo da cadeia produtiva, promovendo o desenvolvimento de ações e de conhecimentos que podem auxiliá- los na melhoria da gestão do seu negócio. Assim, este estudo tem como objeto de discussão a administração rural sob o enfoque da análise de custos de produção, considerando as necessidades de uma propriedade rural localizada no município de Tapejara, estado do Rio Grande do Sul. Analisando os custos de produção de soja na safra 2016/2017, além de apurar os custos, as receitas e as despesas geradas na produção de soja demonstrando o resultado financeiro da safra, identificando o ponto de equilíbrio e a margem de contribuição, compreendendo de que forma a análise de custos da produção agrícola podem contribuir para o desenvolvimento das atividades e dos resultados de propriedade rural no município de Tapejara/RS. A propriedade estudada tem sua sede no município de Tapejara/RS, com 90 hectares, mas também atua no município de Capão Bonito do Sul/RS, com mais 160 hectares. 2. REFERENCIAL TEÓRICO Neste capitulo são apresentados os conceitos das características da atividade agrícola, aspectos da produção de soja, gestão da propriedade rural e contabilidade e métodos de custeio agrícola. 2.1 Caracterização da Atividade Agrícola A atividade agrícola é muito representativa na economia, a agricultura é entendida como “a arte de cultivar a terra”, através da qual o homem procura satisfazer suas necessidades básicas (SANTOS, MARION e SEGATTI 2012). A agricultura representa toda a atividade de exploração da terra, seja no cultivo de lavouras e florestas ou a criação de animais, exercidas de forma variadas, desde o cultivo caseiro para a própria subsistência até os grandes complexos industriais, explorando os setores agrícolas, pecuários e agroindustriais. Assim, a atividade agrícola desempenha um papel importante no processo de desenvolvimento produzindo alimentos baratos e de boa qualidade, bem como matéria-prima para a indústria (CRESPALDI 2016). Araújo destaca (2013) que a produção agrícola envolve uma série de atividades necessárias ao preparo de solo, tratos culturais, colheita, transporte e armazenagem internos, administração e gestão dentro das unidades produtivas, para a condução de culturas vegetais. Apesar da importância e da representatividade da atividade agropecuária para a economia, muitas são as peculiaridades do setor que influenciam diretamente seus resultados sendo que um dos elementos que marcam essa atividade é a sazonalidade, decorrente da forte dependência de fatores climáticos, ambientais e dos ciclos biológicos das plantas. Apesar do progresso tecnológico que tem modificado a sazonalidade “natural”, encurtando tempos de crescimento e maturação, desenvolvendo espécies adaptadas e melhoria genética de sementes, a atividade é fortemente dependente de fatores da natureza. (BUAINAIN e SOUZA FILHO, 2011).Nesse sentido, acredita-se que a adoção de técnicas de gestão e controle, principalmente de custos, pode ser uma alternativa fundamental para melhorar a rentabilidade e projetar ações futuras que visam o desenvolvimento, minimizando riscos.
  • 3. Av. Bento Gonçalves, 7712 – Prédio Central – Porto Alegre – CEP 91.540-000 - Tel. 3308-6586 E-mail: simposioagronegocio@gmail.com 2.2 Gestão da Propriedade Rural A propriedade rural é o espaço onde são exercidas atividades que exploram a capacidade produtiva do solo por meio do cultivo da terra, da criação de animais e da transformação de determinados produtos agrícolas (MARION, 2014). Oliveira (2015) destaca que o estabelecimento agropecuário constitui-se de um imóvel de área contínua, geralmente localizado na zona rural, subdividido ou não, sob o domínio de um produtor ou administrador, no qual se realizam explorações agropecuárias. Nesse estabelecimento o produtor rural retira o sustento para sua família e, dependendo do volume das atividades, pode também ter empregados. A gestão de uma propriedade rural revela-se como um processo de tomada de decisão que avalia a alocação de recursos escassos em diversas possibilidades produtivas, dentro de um ambiente de riscos e incertezas características do setor agrícola. Assim, independente de tamanho e atividade desenvolvida, o gerenciamento da propriedade rural é um dos fatores indispensáveis para alcançar o desenvolvimento sustentável (LORENZANI, SOUZA FILHO e BANKUTI, 2012). Por isso, dentre as práticas da administração rural estão o planejamento, com previsão das necessidades e geração de recursos, controle do andamento, comparando a realidade e o orçamento; o controle financeiro e de resultados, permitindo a identificação dos problemas operacionais e avaliação do desempenho de cada unidade estratégica de negócio; e o controle de produção (CREPALDI, 2016). Lourenzani, Souza Filho e Bankuti (2017), consideram que além do planejamento e do controle, o produtor rural deve também desempenhar a função de implementação. 2.3 Análise de Custos: Sistemas de Custeio Agrícola A gestão de custos torna-se uma estratégia fundamental para que o produtor rural consiga acompanhar sua produção e melhorar seus resultados, de acordo com Santos, Marion e Segatti (2012), constitui-se em um conjunto de procedimentos administrativos que registra, de forma sistemática e contínua, a efetiva remuneração dos fatores de produção empregados nos serviços rurais. Os custos de uma produção agrícola envolvem uma análise realizada a partir da mensuração dos custos incorridos no processo produtivo, que, em termos econômicos, são tidos como fixos, no qual existem independentemente da quantidade produzida e que muitas vezes não exibem um desembolso direto do produtor, e variáveis que são obtidos diretamente da multiplicação da quantidade utilizada de certo insumo pelo preço de mercado do insumo (MENEGATTI; BARROS, 2007). De acordo com Santos, Marion e Segatti (2002) muitos são os custos presentes na produção agrícola e que precisam ser considerados para um maior controle e mensuração de resultados. Os principais objetivos do sistema de custos da propriedade rural é auxiliar a administração na organização e controle da unidade de produção, permitir uma correta valorização dos estoques para apuração dos resultados obtidos em cada cultivo ou criação, oferecer bases consistentes e confiáveis para projeção dos resultados e auxiliar o processo de planejamento rural. O sistema de custeio consiste num critério por meio do qual os custos são apropriados à produção, tratando-se de uma estratégia de gerenciamento de custos, desperdício e melhor resultado sobre o lucro. O sistema de custeio divide-se em: custeio direto ou variável; custeio por absorção e custeio por atividades.
  • 4. Av. Bento Gonçalves, 7712 – Prédio Central – Porto Alegre – CEP 91.540-000 - Tel. 3308-6586 E-mail: simposioagronegocio@gmail.com O custeio direto ou variável nasceu da necessidade de uma adaptação de custos, ou seja, todos os custos diretos, indiretos e variáveis são apropriados aos custos variáveis deixando os custos fixos isolados, pois são considerados despesas do período, afetando diretamente o resultado, independente da venda ter ocorrido ou não (MARTINS, 2010). O custeio baseado em atividades (ABC) analisa as atividades da empresa, pois é através do consumo das atividades que se formam os custos e não pelo consumo dos produtos. O custeio por absorção é considerado um método tradicional de custeamento, onde, para se obter o custo dos produtos, consideram-se todos os gastos industriais, diretos ou indiretos, fixos ou variáveis (PADOVEZE, 2010). 2.4 Demonstração do resultado, margem de contribuição e ponto de equilíbrio A demonstração do resultado informa como o resultado é formado em determinado período de movimentação da organização (ASSAF NETO, 2010). Nesse demonstrativo estão apresentadas todas as receitas e despesas geradas no período, fazendo-se as deduções necessárias para assim se chegar ao lucro do exercício (MARION, 2009). Conforme Assaf Neto (2010) pode ser estruturada da seguinte forma: i. Receita Operacional Bruta: refere-se ao valor nominal total das vendas de bens ou de serviços prestados pela empresa, antes de qualquer dedução. ii. Deduções da Receita Bruta: incluem-se todos os valores que devem ser abatidos do valor da Receita Operacional Bruta, como: vendas anuladas; descontos incondicionais concedidos (quando contabilizados); impostos sobre produtos, etc. iii. Receita Operacional Líquida: receita já deduzida. iv. Custo das Vendas ou Custo das Mercadorias Vendidas: são os custos envolvidos no processo de produção e venda. v. Lucro Operacional Bruto: é o valor que sobra depois da dedução do custo das vendas com a receita operacional líquida. vi. Despesas operacionais: são todas as despesas operacionais incorridas no período, agrupadas em despesas com as vendas, despesas financeiras, despesas gerais e administrativas e outras despesas operacionais. vii. Lucro ou Prejuízo Operacional: é o lucro obtido no confronto entre lucro acrescido das demais receitas operacionais e deduzido das demais despesas operacionais. Assim, ao vender determinado produto, a propriedade obtém um lucro sobre este produto, sendo que multiplicado pelo total de produtos vendidos, consegue se calcular a margem de contribuição total. A margem de contribuição pode ser calculada em qualquer empresa ou ramo em que ela atua. Esse conceito incorpora o regime de competência, além dois custos diretos, variáveis e relevantes (LEONE, 2011). Por fim, o ponto de equilíbrio que é aquele momento em que a empresa rural atinge um volume de vendas que lhe permite cobrir seus custos operacionais, sem lucro nem prejuízo. O Ponto de Equilíbrio Contábil (PEC) é obtido quando há volume (monetário ou físico) suficiente para cobrir todos os custos e despesas fixas, ou seja, o ponto em que não há lucro ou prejuízo contábil, com igualdade entre a receita total e o custo total. (CREPALDI, 2016). 3. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS O estudo utiliza-se do meio de uma pesquisa quantitativa e qualitativa, quanto ao seu objetivo geral é caracterizada como pesquisa exploratória; e quanto ao procedimento técnico é caracterizada como pesquisa de levantamento de dados e estudo de caso. Também cabe caracterizar as pesquisas de levantamento de dados, nas quais ocorre o questionamento direto das pessoas cujo comportamento se deseja conhecer. Já o estudo de caso é a pesquisa que tem por objetivo
  • 5. Av. Bento Gonçalves, 7712 – Prédio Central – Porto Alegre – CEP 91.540-000 - Tel. 3308-6586 E-mail: simposioagronegocio@gmail.com selecionar um objeto de estudo restrito, com a finalidade de aprofundar-se nos aspectos característicos do mesmo (SANTOS, 2001). O plano de coleta de dados para esta pesquisa é caracterizado a partir de fontes primárias e secundárias. Como fontes primárias destacam-se a realização de entrevista com o produtor rural e a observação da propriedade. Como fontes secundárias estão a pesquisa bibliográfica e a análise de relatórios, planilhas e documentos relativos à produção de soja de 2017, bem como aspectos operacionais e financeiros da propriedade. Após a coleta, os dados foram organizados e apresentados em tabelas e de forma descritiva, sendo que foram analisados pelo pesquisador a partir dos objetivos do estudo, considerando a aplicação do método de custeio direto. 4. RESULTADOS Nesta seção é apresentado o levantamento de dados realizado na propriedade, considerando a área de terras, infraestrutura e bens, receitas e despesas realizadas na safra da soja, no período de 15 de outubro de 2016 a 15 de março de 2017, totalizando aproximadamente 5 meses de produção. 4.1 Área de terras, infraestrutura e bens da propriedade A propriedade em estudo é familiar, localizada no norte do Rio Grande do Sul, no município de Tapejara e também no município de Capão Bonito do Sul. A propriedade prioriza a cultura da soja, na safra de verão, sendo que no período de inverno, realiza cobertura de solo com aveia. O método de cultivo desenvolvido é o plantio direto. Ao todo são 250 hectares de área, sendo 80% de área de cultivo (200 hectares) e 20% (50 hectares) correspondente a matas, estradas e reservas de preservação. A característica da instalação da propriedade conta com um galpão, construído em 2010, cujo valor é de R$ 250.000,00 e uma casa de 100 m², avaliada em 150.000,00. Com relação às máquinas e equipamentos, a propriedade dispõe de caminhão, colheitadeira, trator, carroção graneleiro, plantadeira, pulverizador e tratores num valor total de R$ 1.430.000,00 de máquinas, veículos e equipamentos. Tabela 1 – Máquinas, veículos e equipamentos Descrição Marca Ano Valor do bem (R$) Caminhão VW 2010 200.000,00 Colheitadeira New Holland 2016 750.000,00 Trator Valtra 2005 90.000,00 Carroção Graneleiro Stara 2010 20.000,00 Plantadeira Adubadeira Semeato 2008 70.000,00 Pulverizador Montana 2013 300.000,00 Total 1.430.000,00 4.2 Mão-de-obra A formação da mão-de-obra que na propriedade em estudo é estritamente familiar, contando com a participação do pai e do filho para a condução das atividades. O valor mensal do custo de mão de obra é de R$ 5.000,00, sendo que o período da safra é de novembro a abril, totalizando 5 meses, ou seja, R$ 25.000,00. Cumpre salientar que no período da safra, a família contrata uma pessoa para auxiliar no processo produtivo, especialmente no período do plantio. Foram considerados 30 dias de
  • 6. Av. Bento Gonçalves, 7712 – Prédio Central – Porto Alegre – CEP 91.540-000 - Tel. 3308-6586 E-mail: simposioagronegocio@gmail.com trabalho, com 10 horas de trabalho por dia, num custo de R$ 10,00 por hora. No total foi contabilizado um gasto total de mão-de-obra terceirizada de R$ 3.000,00. 4.3 Depreciação Os valores da depreciação, sendo o cálculo realizado conforme norma do CPC 27- Ativo Imobilizado, que orienta que a estimativa do tempo de vida útil dos bens é feita pelo próprio proprietário, sendo que a taxa de depreciação é a divisão dos 100% pelo total de vida útil definida pelo proprietário. A depreciação total (anual) representa o valor dos bens aplicado à taxa de depreciação, sendo que a depreciação da cultura da soja corresponde aos meses de produção, ou seja, 5 meses. Tabela 2 – Despesas com depreciação (instalações, máquinas, veículos e equipamentos) Descrição Ano Valor do bem (R$) Tempo de vida útil/anos Taxa de depreciação (%) Depreciação total/ano (R$) Depreciação cultura da soja (R$) Caminhão 2010 200.000,00 20 5% 10.000,00 4.166,67 Colheitadeira 2016 750.000,00 15 6,67% 50.025,00 20.843,75 Trator 2005 90.000,00 20 5% 4.500,00 1.875,00 Carroção graneleiro 2010 20.000,00 20 5% 1.000,00 416,67 Plantadeira adub. 2008 70.000,00 15 6,67% 4.669,00 1.945,41 Pulverizador 2013 300.000,00 20 5% 15.000,00 6.250,00 Galpão 2010 250.000,00 30 3,34% 8.350,00 3.479,17 Casa 2002 150.000,00 30 3,34% 5.010,00 2.087,50 Total 98.554,00 41.064,17 Ressalta-se a importância do cálculo da depreciação como forma do produtor rural avaliar seus bens e a necessidade de investimento. 4.4 Identificação dos custos e despesas Os custos levantados a partir da cultura da soja envolvem os insumos utilizados na safra, a mão-de-obra, transporte, despesas com financiamentos de máquinas/equipamentos e outras despesas operacionais. Abaixo se observa os gastos com insumos da safra 2016/2017. Tabela 3 – Gastos com insumos safra 2017 Quant. de compra Descrição dos produtos Quant. por ha Preço Unit. Custo total por ha (R$) Custo total (R$) % do custo 50.000 kg Adubo. 250 kg 1,40 350,00 70.000,00 22,4 30.000 kg Cloreto 150 kg 1,00 150,00 30.000,00 9,6 300 lt Fertilizante líquido 0,500 lt 3,00 450,00 900,00 28,8 12.000 kg Semente 60 kg 2,00 120,00 24.000,00 7,7 100 lt Herbicida 0,500 lt 340,00 170,00 34.000,00 10,9 100 lt Inseticida 0,500 lt 260,00 130,00 26.000,00 8,3 100 lt Fungicida 0,500 lt 220,00 110,00 22.000,00 7,1 200 lt Outros insumos 1 lt 80,00 80,00 16.000 5,2 Total 1.560,00 312.000,00 100 Nota-se que o custo por hectare foi de R$ 1.560,00, num custo total de R$ 312.000,00 com insumos para a produção da soja. Com relação às despesas financeiras, foram incluídos os gastos com juros de financiamentos a pagar. No período referente à safra foram gastos R$ 16.666,67 relativos aos juros, considerando o período da cultura da soja. Outras despesas realizadas na safra 2016/2017 de soja na propriedade. Foram incluídos itens como manutenção da colheitadeira, lubrificantes, combustível, energia elétrica,
  • 7. Av. Bento Gonçalves, 7712 – Prédio Central – Porto Alegre – CEP 91.540-000 - Tel. 3308-6586 E-mail: simposioagronegocio@gmail.com seguros e ITR (Imposto Territorial Rural), num total de R$ 50.500,00. Cumpre salientar que o ITR corresponde a totalidade do valor no ano. 4.5 Identificação de produção e receita e demonstração dos custos de produção A receita total foi de R$ 910.000,00, relativa a uma produção de 14.000 sacas de 60 kg. A abaixo 4 apresenta a demonstração dos custos de produção, fixos e variáveis, relativos à safra de soja em 2016/2017. Tabela 4 – Demonstração dos custos de produção – Safra de soja 2016/2017 Itens Custos (R$) Fixos Variáveis Insumos 312.000,00 Depreciação 41.064,17 Despesas financeiras 16.666,67 Mão-de-obra 28.000,00 Manutenção 10.000,00 Lubrificantes 3.000,00 ITR 1.800,00 Combustível 25.500,00 Seguros 9.000,00 Energia elétrica 1.200,00 Total 69.730,84 378.500,00 Total geral de custos 448.230,84 Observa-se que no total os custos foram de R$ 448.230,84 o que representa R$ 2.241,15 de custos por hectare. Do total, R$ 69.730,84 são de custos fixos e R$ 378.500,00 de custos variáveis. O percentual de custos da produção da soja na propriedade representa 1% dos custos fixos, e 84% dos custos variáveis. Os custos fixos representaram 16% do total dos custos e os variáveis 84% do total dos custos da produção de soja na safra 2016/2017. O percentual de diferenciação dos custos da produção da soja apresenta-se como o principal custo fixo, representando 59% a depreciação das maquinas e equipamentos e 24% as despesas financeiras. Já entre os custos variáveis os insumos são os mais significativos, correspondendo a 82% do total, e 7% com combustíveis e lubrificantes. 4.7 Demonstração dos resultados A demonstração do resultado da safra de soja em 2016/2017 é exposta na tabela 5. Tabela 5 – Demonstração do resultado da safra de soja 2016/2017 Receita Operacional Bruta R$ 910.000,00 (-) Funrural R$ 29.930,00 (=) Receita Líquida R$ 880.070,00 (-) Custos variáveis R$ 378.500,00 (=) Lucro Bruto R$ 501.570,00 (-) Custos fixos R$ 69.730,84 (=) Lucro líquido total R$ 431.839,16 (=) Lucro líquido por hectare R$ 2.159,19
  • 8. Av. Bento Gonçalves, 7712 – Prédio Central – Porto Alegre – CEP 91.540-000 - Tel. 3308-6586 E-mail: simposioagronegocio@gmail.com De acordo com os dados levantados e apurados, o lucro líquido foi de R$ 431.839,16 sendo que dividindo pelo número de hectares plantados, obteve-se um lucro de R$ 2.159,19 por hectare com base na produtividade obtida na safra 2016/2017. Os percentuais dos custos que incidem sobre a receita bruta, considerando que 81% diz respeito aos custos variáveis, 15% aos custos fixos e 4% ao Funrural. 4.7 Apuração da margem de contribuição e ponto de equilíbrio Nesta seção se apresentado a identificação da margem de contribuição e seu respectivo percentual sobre a receita total da propriedade na produção de soja 2016/2017. Para se calcular a margem de contribuição é necessário deduzir os custos variáveis da receita líquida. Observa-se que nessa safra a margem de contribuição foi de R$ 501.570,00, o que representou 57% da receita líquida obtida. Esse instrumento é muito importante na atividade agrícola como em qualquer atividade produtiva, determinando qual a quantidade mínima a ser produzida ou qual o faturamento necessário para que se consiga cobrir os custos de produção. Para o cálculo do ponto de equilíbrio da propriedade em estudo, utilizou-se a seguinte fórmula: PE = CFT / MC, onde: PE = Ponto de Equilíbrio CFT = Custo Fixo Total MC = Margem de Contribuição a) PEV = Ponto de Equilíbrio em Valor (R$) MC = 57 / 100 = 0,57 PEV = 69.730,84 / 0,57 PEV = R$ 122.334,80 b) PEQ = Ponto de Equilíbrio em Quantidade (sacas) MC = Valor pago por saca R$ 65,00 x 57% = 37,05 PEQ = 69.730,84 / 37,05 PEQ = 1.882,07 sacas de soja 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS A grande importância da produção agrícola para a economia tem ampliando a discussão acerca da representatividade das propriedades rurais e da necessidade que elas tornem-se verdadeiras empresas para melhor gerenciar suas atividades, especialmente com relação aos custos de produção e planejamento de ações ao longo das safras. Além da falta de informação e controle, grande parte dos produtores rurais tem pouca escolaridade e dificuldade para compreender as diversas variáveis envolvidas na produção e que influenciam os resultados financeiros das safras. Por isso, este estudo trouxe um modelo simplificado de análise de custos, voltado ao custeio direto ou variável, que pode servir de base para a identificação dos principais elementos financeiros que fazem parte da safra agrícola de soja. Este estudo analisou o custo obtido na produção de soja em uma propriedade do município de Tapejara/RS na safra 2016/2017, verificando que numa área cultivada de 200 hectares foram colhidos 14.000 sacas, com uma receita de R$ 910.000,00. Contudo, o lucro líquido total foi de R$ 431.839,16, ou seja, R$ 2.159,19 por hectare, sendo os custos fixos e variáveis contabilizados em 448.230,84, o que representa R$ 2.241,15 por hectare produzido.
  • 9. Av. Bento Gonçalves, 7712 – Prédio Central – Porto Alegre – CEP 91.540-000 - Tel. 3308-6586 E-mail: simposioagronegocio@gmail.com Os resultados observados mostram o quanto o levantamento dessas informações é importante para gerar dados capazes de possibilitar a projetação das novas safras, bem como possibilitar uma tomada de decisão mais segura com relação à atividade desenvolvida, como por exemplo, investimentos na produção, financiamentos bancários, entre outros. A adoção de estratégias de controle, adequado registro de informações a respeito dos custos envolvidos, organização de notas de compra e outros documentos de pagamento relativos à produção devem fazer parte do dia a dia das ações do produtor, fazendo com que essa organização gere a possibilidade de fazer o levantamento dos custos, facilitando a demonstração do resultado. Dessa forma o objetivo do estudo proposto foi atingido, sendo que a sugestão é que a propriedade mantenha o controle e análise de custos, melhorando as ações a partir de processos de administração e gerenciamento, viabilizando ainda mais a produção de soja, tão representativa nos resultados daquele empreendimento rural. Além disso, espera-se que o modelo proposto neste trabalho, possa servir de exemplo para outros produtores, podendo ser adaptado à realidade de outras propriedades rurais, e colaborando para uma melhor organização das atividades. A necessidade de conhecimento do custo, receita, margem de contribuição, derivada de cada atividade, tornam-se determinantes para a escolha de alternativas pertinentes na escolha do sistema produtivo e nas estratégias a serem desenvolvidas nas unidades de produção agrícolas. Referências ARAÚJO, Massilon J. Fundamentos de agronegócios. 4. São Paulo: Atlas, 2013. ASSAF NETO, Alexandre. Estrutura e análise de balanços: um enfoque econômico- financeiro. 9. ed. São Paulo: Atlas, 2010. BUAINAIN, Antônio Márcio; SOUZA FILHO, Hildo Meirelles de. A política agrícola no Brasil: evolução e principais instrumentos. In: BATALHA, Mário (Coord.). Gestão agroindustrial: GEPAI: Grupo de Estudos e Pesquisas Agroindustriais, v. 2. 5. ed. São Paulo Atlas 2011. COMITÊ DE PRONUNCIAMENTOS CONTÁBEIS (CPC). Pronunciamento Técnico CPC 27, Ativo Imobilizado, Correlação ás Normas Internacionais de Contabilidade - IAS 16. Aprovado em 2009. Disponível em: <http://www.cpc. org.br/CPC/Documentos- Emitidos/Pronunciamentos/Pronunciamento?Id=58>. Acesso em: 15 out. 2017. CONAB. Companhia Nacional de Abastecimento. Observatório agrícola: acompanhamento da safra brasileira de grãos (2016/2017), Brasília, v. 4, n. 10, julho/2016. CREPALDI, Silvio A. Curso de contabilidade de custos. São Paulo: Atlas, 1999. CREPALDI, Silvio Aparecido. Contabilidade rural: uma abordagem decisorial. 8. Rio de Janeiro Atlas 2016. FRITZ FILHO, Luiz Fernando; MIGUEL, Lovois de Andrade. Utilização da abordagem sistêmica para o diagnóstico de realidades agrícolas municipais. Teor. Evid. Econ., Passo Fundo v. 8 n. 15 p. 151-167, 2000.
  • 10. Av. Bento Gonçalves, 7712 – Prédio Central – Porto Alegre – CEP 91.540-000 - Tel. 3308-6586 E-mail: simposioagronegocio@gmail.com LEONE, George Sebastião Guerra. Custos: planejamento, implantação e controle. 3. São Paulo: Atlas, 2011. LOURENZANI, Wagner Luiz; SOUZA FILHO, Hildo Meirelles de; BANKUTI, Ferenc Istvan. Gestão da empresa rural: uma abordagem sistêmica. Disponível em: http://www.gepai.dep.ufscar.br/pdfs/1102012100_LourenzaniSouzaBankutipdf. Acesso em: 20 ago. 2017. MARION, José Carlos. Contabilidade básica. 10. ed. São Paulo: Atlas, 2009. MARION, José Carlos. Contabilidade rural: contabilidade agrícola, contabilidade da pecuária. 14 ed. São Paulo Atlas 2014. MARTINS, Eliseu. Contabilidade de custos. 10. ed. São Paulo: Atlas, 2010. MARTINS, Ricardo Silveira; REBECHI, Daniele; PRATI, Celso A.; CONTE, Honório. Decisões estratégicas na logística do agronegócio: compensação de custos transporte- armazenagem para a soja no estado do Paraná. Revista de Administração Contemporânea, v. 9, n. 1, p.53-78, 2005. MENEGATTI, Ana Laura Angeli; BARROS, Alexandre Lahóz Mendonça de. Análise comparativa dos custos de produção entre soja transgênica e convencional: um estudo de caso para o Estado do Mato Grosso do Sul. Revista de Economia Social e Rural. v. 45, n.1, p. 163-183, 2007. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/resr/v45n1/08.pdf. Acesso em: 15 ago. 2017. OLIVEIRA, Ivanoel Marques de. Ferramentas de gestão para agropecuária. São Paulo: Erica, 2015. PADOVEZE, Clóvis Luís. Contabilidade gerencial: um enfoque em sistema de informação contábil. 7. ed. São Paulo: Atlas, 2010. PORTAL BRASIL. Agronegócio deve ter crescimento de 2% em 2017. Publicado em 06/12/2016. Disponível em: <http://www.brasil.gov.br/economia-e-emprego/2016/12/ agronegocio-deve-ter-crescimento-de-2-em-2017> Acesso em: 05 ago. 2017. SANTOS, Antonio Raimundo dos. Metodologia científica: a construção do conhecimento. 4. ed. Rio de Janeiro: DP&A, 2001. SANTOS, Gilberto José dos; MARION, José Carlos; SEGATTI, Sonia. Administração de custos na agropecuária. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2012.