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ASPECTOS SÓCIO-ECONÔMICOS DA PECUÁRIA BOVINA LEITEIRA DE
POMBAL/PB NOS ANOS DE SECA (2013 A 2015)
Jacqueline Liedja Araujo Silva Carvalho1
; Prof. D. Sc. Ricardo Schmidt Filho2
; Prof. D. Sc. Patrício
Borges Maracajá3
; Prof. D. Sc. Rosilene Agra da Silva4
1
Mestre em Sistema Agroindustriais pela UFCG. jliedja@hotmail.com
2
prof. D. Sc. UFCG Campus de Campina Grande-PB. rschmidtfilho@hotmail.com
3
prof. D. Sc. UAGRA/CCTA/UFCG Campus de Pombal – PB. patriciomaracaja@gmail.com
4
prof. D. Sc. UAGRA/CCTA/UFCG Campus de Pombal – PB. rosilene@ccta.ufcg.edu.br
RESUMO:
A região do Nordeste brasileiro, principalmente a área do Polígono das Secas sofre muito com a falta de
chuva. O fenômeno da estiagem traz consigo vários efeitos negativos para a população e um dos setores da
economia bastante prejudicado é a pecuária bovina. O presente estudo foi realizado no Município de Pombal
Sertão da Paraíba, por meio de uma pesquisa em campo e aplicação de questionários para cinquenta
produtores bovinos durante o período de seca nos anos de 2013 a 2015. A aplicação dos questionários
ocorreu no período de Janeiro a Junho de 2013 e o acompanhamento da relação do produtor com os recursos
hídricos até o atual período. Este estudo é parte da dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação
em Sistemas Agroindustriais – PPGSA da UFCG tem por objetivo caracterizar alguns aspectos sociais e
econômicos da pecuária bovina leiteira no município de Pombal/PB. Nesta pesquisa investigou-se a
pastagem como a principal forma de alimentar o rebanho. Com a seca, este tipo de alimentação animal
tornou-se inviável e os criadores passaram a alimentar o rebanho apenas com ração comercial onde o alto
custo à manutenção do animal trouxe muitos prejuízos aos produtores, já que a produção leiteira não cobre
os gastos com a ração. Constatou-se este fato com a maioria (54%) dos produtores. Portanto, em virtude da
seca prolongada a bovinocultura, na região é uma atividade insustentável economicamente, acredita-se que
ainda é praticada por ser culturalmente, uma tradição forte do homem sertanejo.
PALAVRAS-CHAVE: Rebanho Animal, Seca, Prejuízo.
INTRODUÇÃO
O Brasil possui um dos maiores rebanhos bovino leiteiros do mundo. No entanto, apesar de
ocupar esta posição, a pecuária nacional encontra-se bastante heterogênea. Parte de algumas
Regiões do Brasil ainda em desenvolvimento, como o Nordeste existem alguns entraves como os
precários cuidados com o rebanho, as inspeções sanitárias e principalmente as condições climáticas
desfavoráveis do semiárido dificultam a participação desta região no mercado competitivo
A área classificada com o clima semiárido, também chamada de Polígono das Secas,
compreende 969.589,4 km² (BRASIL/2005), abrange quase todos estados da região nordestina,
sendo exceção o estado do Maranhão (por possuir regularidade de chuvas, em relação aos outros
estados da mesma região, mas podendo ainda ser atingido pela seca),além de abranger a parte norte
de Minas Gerais. As médias anuais de precipitações são entre 250 e 500 mm.
No período prolongado de estiagem, a população nordestina enfrenta sérias dificuldades e os
reflexos negativos são sentidos pela população humana e animal. Um dos setores da economia
bastante afetado é a agropecuária. Durante o período de 2013 a 2015 não choveu o suficiente e a
Seca tornou-se um desafio para todos que vivem nessa área geográfica.
Findando o ano de 2015 muitos reservatórios hídricos que abastecem as diversas cidades da
Paraíba estão abaixo de 20% da sua capacidade e outras fontes de água como os rios estão também
passando por escassez hídrica, como o Rio Piancó, onde foi centrada boa na parte desta pesquisa.
MATERIAIS E MÉTODOS
O estudo foi realizado no município de Pombal - PB, numa pesquisa em campo e aplicação
de questionários com cinquenta produtores bovinos. Este estudo é parte da dissertação apresentada
ao Programa de Pós-Graduação em Sistemas Agroindustriais – PPGSA Campus de Pombal - PB da
UFCG. A aplicação de questionários ocorreu no período de Janeiro a Junho de 2013, além do
acompanhamento das relações dos produtores com os recursos hídricos até o presente momento.
O município de Pombal - PB está localizado no perímetro da seca, na mesorregião do baixo
Sertão da Paraíba, encontra-se inserido na bacia Hidrográfica do rio Piranhas – Açu. No território
municipal há dois principais rios: Piancó e Piranhas. O Rio Piancó perenizou com os dois grandes
açudes Coremas/Mãe d’Água.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
A pecuária bovina do município de Pombal é praticada desde o período colonial, essa
atividade é parte integrante da cultura do homem sertanejo. Atualmente as raças bovinas
predominantes são: Holandesa, Girolando, Pardo suíço e Mestiço, sendo que a Holandesa
correspondeu 58% dos produtores entrevistados.
Segundo a Agência SEBRAE de Notícias da PB, no ano de 2010 a produção foi de 60 mil
litros de leite ao dia, o que representa um volume de cerca de 1,8 milhões de litros ao mês. A partir
da investigação buscou-se analisar os efeitos da seca nos seus aspectos sociais e econômicos na
atividade leiteira de Pombal/PB.
Nos aspectos sociais, o estudo considerou as principais formas de alimentar o rebanho: a
pastagem e a ração comercial. Com a Seca esta última torna-se a principal alimentação bovina, uma
vez que nenhum produtor armazenou forragem, nem na forma de fenação nem de silagem. A
fenação constitui “uma técnica de conservação de forragens realizadas por meio da desidratação ou
secagem da forragem verde, que preserva o alimento de bom valor nutritivo, com mínimo de perda
na produção” (FURLANETTI e BRAMBILLA, 2008).
Já a silagem é um método que objetiva a preservação dos nutrientes das espécies vegetais, o
“produto resultante da fermentação da planta forrageira na ausência de ar, finamente picada e
armazenada rapidamente em estrutura própria denominada silo. Ensilagem é uma das práticas de
conservação de plantas forrageiras mais utilizadas” afirma Vilela (1985).
Com relação ao número do rebanho nas propriedades verificou-se que 36% possuíam até
50 animais, 28% dos entrevistados possuíam de 51 a 100 animais, 26% das propriedades possuiam
de 101 a 200 animais e apenas 10% tinham de 201 a 300 animais.
Ao indagar cada produtor quanto ao custo de manutenção diária de cada vaca identificou-
se que os valores eram diversos e que o custo mais baixo para manter cada vaca em lactação era
menos de R$ 5,00, o que correspondeu a 22% dos produtores. Já 24% dos produtores afirmaram
gastar entre R$ 5,10 a 10,00; 30% afirmaram ser mais de R$ 10,00 os gastos com a manutenção por
cada fêmea em lactação. E 24% dos produtores afirmaram não ter ideia do quanto custava à
manutenção de cada vaca.
Com relação ao preço de cada litro de leite vendido por dia, 48% dos produtores
cobravam menos de R$ 1,10 real/centavos por litro e o valor mais alto não chegava a mais de R$
2,00 reais por cada litro. Em média eram produzidos 7.015 litros de leite por dia e que destes 48%
eram comercializados por menos de R$ 1,10, aproximadamente R$ 0,90, o apurado diário destes
produtores perfaziam um total de R$ 3.367,20.
Com objetivo de investigar se há viabilidade da produção destas propriedades, com base
nos dados sobre produção de leite diário, o custo diário para manutenção de uma vaca e o valor
pago pelo leite produzido em cada propriedade, verificou-se que a maioria estava obtendo prejuízos
(54% - 27 produtores). Um dos entrevistados declarou que perdeu com a estiagem, cerca de 80
animais chegando a um prejuízo superior a 200 mil reais. 2% dos produtores não estavam tendo
custos e nem lucros e 24% não tinham ideia dos custos de produção, e apenas 20% estavam obtendo
lucros com a atividade.
É necessário ter um olhar em qualquer atividade além das rentabilidades econômicas, assim
afirma Sachs (2004).
Os objetivos do desenvolvimento vão bem além da mera multiplicação da riqueza material.
O crescimento é uma condição necessária, mas de forma alguma suficiente (muito menos é
um objetivo em si mesmo), para se alcançar a meta de uma vida melhor, mais feliz e mais
completa para todos.
É preciso que toda e qualquer atividade traga mais dignidade e qualidade de vida para os
envolvidos.
CONCLUSÕES
Para um melhor desempenho da atividade leiteira de Pombal são necessárias mais políticas
públicas voltadas para o setor, investimentos em cursos e treinamento técnicos da área
agropecuária. Com uma formação adequada os produtores terão uma melhoria de vida e saberão
enfrentar os problemas causados pela Seca. Uma prática sustentável para tanto serão o manuseio do
uso de feno e silagem, pois ao chegar à época de estiagem prolongada, os agropecuaristas não
ficarão a mercê do alto custo das rações comercializadas para manter o animal. Já que as condições
climáticas desfavoráveis como a Seca inviabiliza a política econômica comprometendo e, conforme
constatação em mais da metade dos produtores de leite, após peaquisa, ocasionando prejuízos
econômicos irrelevantes. Este é o principal ponto de entrave para expansão efetiva do
desenvolvimento econômico sustentável, acredita-se que a bovinocultura ainda é praticada por ser
culturalmente, uma forte tradição do homem sertanejo.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Boletim Setorial do Agronegócio. Bovinocultura leiteira. Recife: agosto. 2010. 32 p.
BRASIL. Ministério da Integração Nacional/SDR. Relatório Final do Grupo de Trabalho
Interministerial para Redelimitação do Semi-árido Nordestino e do Polígono das Secas.
Brasília, DF, 2005. P.33.
FURLANETTI, A.C e BRAMBILLA, E. Produção, Utilização e Comercialização do Feno. Revista
Multidisciplinar da UNIESP Saber Acadêmico - n º 06 - Dez. 2008/ ISSN 1980-5950.
SACHS, I. Desenvolvimento: includente, sustentável, sustentado. Rio de Janeiro: Garamond,
2004.
VILELA, D. Sistemas de conservação de forragem. 1. Silagem. Coronel Pacheco: Embrapa Gado
de Leite, 1985. 42p. (Boletim de pesquisa, 11).

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ASPECTOS SÓCIO-ECONÔMICOS DA PECUÁRIA BOVINA LEITEIRA DE POMBAL/PB NOS ANOS DE SECA (2013 A 2015)

  • 1. ASPECTOS SÓCIO-ECONÔMICOS DA PECUÁRIA BOVINA LEITEIRA DE POMBAL/PB NOS ANOS DE SECA (2013 A 2015) Jacqueline Liedja Araujo Silva Carvalho1 ; Prof. D. Sc. Ricardo Schmidt Filho2 ; Prof. D. Sc. Patrício Borges Maracajá3 ; Prof. D. Sc. Rosilene Agra da Silva4 1 Mestre em Sistema Agroindustriais pela UFCG. jliedja@hotmail.com 2 prof. D. Sc. UFCG Campus de Campina Grande-PB. rschmidtfilho@hotmail.com 3 prof. D. Sc. UAGRA/CCTA/UFCG Campus de Pombal – PB. patriciomaracaja@gmail.com 4 prof. D. Sc. UAGRA/CCTA/UFCG Campus de Pombal – PB. rosilene@ccta.ufcg.edu.br RESUMO: A região do Nordeste brasileiro, principalmente a área do Polígono das Secas sofre muito com a falta de chuva. O fenômeno da estiagem traz consigo vários efeitos negativos para a população e um dos setores da economia bastante prejudicado é a pecuária bovina. O presente estudo foi realizado no Município de Pombal Sertão da Paraíba, por meio de uma pesquisa em campo e aplicação de questionários para cinquenta produtores bovinos durante o período de seca nos anos de 2013 a 2015. A aplicação dos questionários ocorreu no período de Janeiro a Junho de 2013 e o acompanhamento da relação do produtor com os recursos hídricos até o atual período. Este estudo é parte da dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Sistemas Agroindustriais – PPGSA da UFCG tem por objetivo caracterizar alguns aspectos sociais e econômicos da pecuária bovina leiteira no município de Pombal/PB. Nesta pesquisa investigou-se a pastagem como a principal forma de alimentar o rebanho. Com a seca, este tipo de alimentação animal tornou-se inviável e os criadores passaram a alimentar o rebanho apenas com ração comercial onde o alto custo à manutenção do animal trouxe muitos prejuízos aos produtores, já que a produção leiteira não cobre os gastos com a ração. Constatou-se este fato com a maioria (54%) dos produtores. Portanto, em virtude da seca prolongada a bovinocultura, na região é uma atividade insustentável economicamente, acredita-se que ainda é praticada por ser culturalmente, uma tradição forte do homem sertanejo. PALAVRAS-CHAVE: Rebanho Animal, Seca, Prejuízo. INTRODUÇÃO O Brasil possui um dos maiores rebanhos bovino leiteiros do mundo. No entanto, apesar de ocupar esta posição, a pecuária nacional encontra-se bastante heterogênea. Parte de algumas Regiões do Brasil ainda em desenvolvimento, como o Nordeste existem alguns entraves como os precários cuidados com o rebanho, as inspeções sanitárias e principalmente as condições climáticas desfavoráveis do semiárido dificultam a participação desta região no mercado competitivo
  • 2. A área classificada com o clima semiárido, também chamada de Polígono das Secas, compreende 969.589,4 km² (BRASIL/2005), abrange quase todos estados da região nordestina, sendo exceção o estado do Maranhão (por possuir regularidade de chuvas, em relação aos outros estados da mesma região, mas podendo ainda ser atingido pela seca),além de abranger a parte norte de Minas Gerais. As médias anuais de precipitações são entre 250 e 500 mm. No período prolongado de estiagem, a população nordestina enfrenta sérias dificuldades e os reflexos negativos são sentidos pela população humana e animal. Um dos setores da economia bastante afetado é a agropecuária. Durante o período de 2013 a 2015 não choveu o suficiente e a Seca tornou-se um desafio para todos que vivem nessa área geográfica. Findando o ano de 2015 muitos reservatórios hídricos que abastecem as diversas cidades da Paraíba estão abaixo de 20% da sua capacidade e outras fontes de água como os rios estão também passando por escassez hídrica, como o Rio Piancó, onde foi centrada boa na parte desta pesquisa. MATERIAIS E MÉTODOS O estudo foi realizado no município de Pombal - PB, numa pesquisa em campo e aplicação de questionários com cinquenta produtores bovinos. Este estudo é parte da dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Sistemas Agroindustriais – PPGSA Campus de Pombal - PB da UFCG. A aplicação de questionários ocorreu no período de Janeiro a Junho de 2013, além do acompanhamento das relações dos produtores com os recursos hídricos até o presente momento. O município de Pombal - PB está localizado no perímetro da seca, na mesorregião do baixo Sertão da Paraíba, encontra-se inserido na bacia Hidrográfica do rio Piranhas – Açu. No território municipal há dois principais rios: Piancó e Piranhas. O Rio Piancó perenizou com os dois grandes açudes Coremas/Mãe d’Água. RESULTADOS E DISCUSSÃO A pecuária bovina do município de Pombal é praticada desde o período colonial, essa
  • 3. atividade é parte integrante da cultura do homem sertanejo. Atualmente as raças bovinas predominantes são: Holandesa, Girolando, Pardo suíço e Mestiço, sendo que a Holandesa correspondeu 58% dos produtores entrevistados. Segundo a Agência SEBRAE de Notícias da PB, no ano de 2010 a produção foi de 60 mil litros de leite ao dia, o que representa um volume de cerca de 1,8 milhões de litros ao mês. A partir da investigação buscou-se analisar os efeitos da seca nos seus aspectos sociais e econômicos na atividade leiteira de Pombal/PB. Nos aspectos sociais, o estudo considerou as principais formas de alimentar o rebanho: a pastagem e a ração comercial. Com a Seca esta última torna-se a principal alimentação bovina, uma vez que nenhum produtor armazenou forragem, nem na forma de fenação nem de silagem. A fenação constitui “uma técnica de conservação de forragens realizadas por meio da desidratação ou secagem da forragem verde, que preserva o alimento de bom valor nutritivo, com mínimo de perda na produção” (FURLANETTI e BRAMBILLA, 2008). Já a silagem é um método que objetiva a preservação dos nutrientes das espécies vegetais, o “produto resultante da fermentação da planta forrageira na ausência de ar, finamente picada e armazenada rapidamente em estrutura própria denominada silo. Ensilagem é uma das práticas de conservação de plantas forrageiras mais utilizadas” afirma Vilela (1985). Com relação ao número do rebanho nas propriedades verificou-se que 36% possuíam até 50 animais, 28% dos entrevistados possuíam de 51 a 100 animais, 26% das propriedades possuiam de 101 a 200 animais e apenas 10% tinham de 201 a 300 animais. Ao indagar cada produtor quanto ao custo de manutenção diária de cada vaca identificou- se que os valores eram diversos e que o custo mais baixo para manter cada vaca em lactação era menos de R$ 5,00, o que correspondeu a 22% dos produtores. Já 24% dos produtores afirmaram gastar entre R$ 5,10 a 10,00; 30% afirmaram ser mais de R$ 10,00 os gastos com a manutenção por cada fêmea em lactação. E 24% dos produtores afirmaram não ter ideia do quanto custava à manutenção de cada vaca.
  • 4. Com relação ao preço de cada litro de leite vendido por dia, 48% dos produtores cobravam menos de R$ 1,10 real/centavos por litro e o valor mais alto não chegava a mais de R$ 2,00 reais por cada litro. Em média eram produzidos 7.015 litros de leite por dia e que destes 48% eram comercializados por menos de R$ 1,10, aproximadamente R$ 0,90, o apurado diário destes produtores perfaziam um total de R$ 3.367,20. Com objetivo de investigar se há viabilidade da produção destas propriedades, com base nos dados sobre produção de leite diário, o custo diário para manutenção de uma vaca e o valor pago pelo leite produzido em cada propriedade, verificou-se que a maioria estava obtendo prejuízos (54% - 27 produtores). Um dos entrevistados declarou que perdeu com a estiagem, cerca de 80 animais chegando a um prejuízo superior a 200 mil reais. 2% dos produtores não estavam tendo custos e nem lucros e 24% não tinham ideia dos custos de produção, e apenas 20% estavam obtendo lucros com a atividade. É necessário ter um olhar em qualquer atividade além das rentabilidades econômicas, assim afirma Sachs (2004). Os objetivos do desenvolvimento vão bem além da mera multiplicação da riqueza material. O crescimento é uma condição necessária, mas de forma alguma suficiente (muito menos é um objetivo em si mesmo), para se alcançar a meta de uma vida melhor, mais feliz e mais completa para todos. É preciso que toda e qualquer atividade traga mais dignidade e qualidade de vida para os envolvidos. CONCLUSÕES Para um melhor desempenho da atividade leiteira de Pombal são necessárias mais políticas públicas voltadas para o setor, investimentos em cursos e treinamento técnicos da área agropecuária. Com uma formação adequada os produtores terão uma melhoria de vida e saberão enfrentar os problemas causados pela Seca. Uma prática sustentável para tanto serão o manuseio do uso de feno e silagem, pois ao chegar à época de estiagem prolongada, os agropecuaristas não
  • 5. ficarão a mercê do alto custo das rações comercializadas para manter o animal. Já que as condições climáticas desfavoráveis como a Seca inviabiliza a política econômica comprometendo e, conforme constatação em mais da metade dos produtores de leite, após peaquisa, ocasionando prejuízos econômicos irrelevantes. Este é o principal ponto de entrave para expansão efetiva do desenvolvimento econômico sustentável, acredita-se que a bovinocultura ainda é praticada por ser culturalmente, uma forte tradição do homem sertanejo. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Boletim Setorial do Agronegócio. Bovinocultura leiteira. Recife: agosto. 2010. 32 p. BRASIL. Ministério da Integração Nacional/SDR. Relatório Final do Grupo de Trabalho Interministerial para Redelimitação do Semi-árido Nordestino e do Polígono das Secas. Brasília, DF, 2005. P.33. FURLANETTI, A.C e BRAMBILLA, E. Produção, Utilização e Comercialização do Feno. Revista Multidisciplinar da UNIESP Saber Acadêmico - n º 06 - Dez. 2008/ ISSN 1980-5950. SACHS, I. Desenvolvimento: includente, sustentável, sustentado. Rio de Janeiro: Garamond, 2004. VILELA, D. Sistemas de conservação de forragem. 1. Silagem. Coronel Pacheco: Embrapa Gado de Leite, 1985. 42p. (Boletim de pesquisa, 11).