Nos sistemas educativos que permitem a liberdade de educação, e nos quais os pais escolhem a escola dos seus filhos baseando-se em critérios que têm a haver com a natureza do serviço, a sua qualidade e a adequação ao perfil e necessidades dos alunos, encontra-se uma maior diversidade de métodos pedagógicos que procuram responder da melhor forma às necessidades educacionais da comunidade. Como a atribuição de financiamento público depende, em primeira instância, da escolha da escola por parte dos pais, o Estado celebra contratos de associação com escolas com métodos pedagógicos diferenciados, que assim ingressam na rede pública de educação.
Escolas Públicas e a Diversidade Pedagógica e Curricular
1. Escolas Públicas e Diversidade
Pedagógica e Curricular
FLE – Fórum para a Liberdade de Educação
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Nos sistemas educativos que permitem a liberdade de educação, e nos quais os pais
escolhem a escola dos seus filhos baseando-se em critérios que têm a haver com a
natureza do serviço, a sua qualidade e a adequação ao perfil e necessidades dos
alunos, encontra-se uma maior diversidade de métodos pedagógicos que procuram
responder da melhor forma às necessidades educacionais da comunidade. Como a
atribuição de financiamento público depende, em primeira instância, da escolha da
escola por parte dos pais, o Estado celebra contratos de associação com escolas com
métodos pedagógicos diferenciados, que assim ingressam na rede pública de
educação.
Na sequência do trabalho de levantamento de informação, apresentação e promoção
da discussão em torno de propostas pedagógicas alternativas que estão inseridas em
redes públicas de educação que temos vindo a fazer, trazemos hoje as Escolas
Waldorf. A pedagogia Waldorf adquire um cada vez maior reconhecimento
internacional e vai aumentando o número de sistemas educativos que pretendem ter
escolas Waldorf na sua rede pública. Os bons resultados que este tipo de escolas têm
nos testes PISA, sobretudo como modelo para a aprendizagem das ciências, dado que
promove o interesse, a curiosidade e a intuição dos alunos, tem sido factor relevante
nesta escolha. Acresce ainda que a simplicidade estrutural que caracteriza estas
escolas, que geralmente não dispõem de laboratórios, ginásios e outras
infraestruturas análogas, bem como o seu espírito prático, diminui geralmente o seu
custo, fazendo com que ele seja bastante mais reduzido do que nas escolas de ensino
tradicional.
(continua)
2. Em termos pedagógicos baseia-se numa filosofia humanista que assenta numa aprendizagem
interdisciplinar, integrando práticas artísticas que enfatizam a imaginação, a liberdade e o
espírito empírico, associando sempre o contacto efectivo com o meio ambiente. As escolas e
os professores Waldorf são totalmente autónomos para definir os seus currículos. No ensino
secundário as aulas são ministradas por professores especializados e centram-se em assuntos
académicos associados com o desenvolvimento de projectos. Ali os alunos colocam em
prática o seu espírito de responsabilidade social, que foi sendo adquirido e promovido ao
longo de todo o percurso educativo. De notar que mesmo no secundário os alunos
continuam a ter espaços de arte, de expressão física, música e artesanato.
Em Inglaterra, depois de a primeira escola com contrato de associação Waldorf ter aberto em
Setembro, abrirá uma segunda já no próximo ano lectivo. O Reino Unido junta-se assim à
Escandinávia, à Holanda, aos Estados Unidos, à Austrália, ao Brasil e a tantos outros países
em que os pais podem escolher uma escola Waldorf, sem terem de pagar propinas.
Em Portugal, as poucas escolas Waldorf que existem são privadas. Enquanto mantivermos o
dogma de que as escolas são públicas em função de quem é o seu proprietário, dificilmente
poderemos ter escolas Waldorf, High Scope, Montsori, Piaget, Bilíngues, Linguísticas, com
projectos pedagógicos e educativos alternativos, que estejam verdadeiramente acessíveis a
toda a população. E isto quando os principais indicadores concluem que uma oferta única é
altamente gravosa para o futuro dos jovens Portugueses.
Na semana em ficamos a saber que houve uma quebra no Eurobarómetro de 10% face a
2006, o que significa que apenas 13% dos portugueses fala pelo menos duas línguas, quando
a média europeia é de 25% (pior só Italianos e Húngaros) e que não obstante o grande
esforço que se tem feito nas escolas, os jovens não são capazes de manter uma conversa em
língua estrangeira, importa questionar o motivo desta tendência Nacional em contraciclo
global e quais as consequências para o futuro dos nossos jovens. Coincidentemente
a OCDEtenta fazer uma extrapolação sobre o que será o curriculum do futuro nas sociedades
em desenvolvimento, sugerindo uma aposta na componente linguística em Inglês, Espanhol e
Mandarim, conceitos básicos em matemática, literacia informática e disciplinas que
fomentem o relacionamento social e presença como uma grande componente da criatividade
e empreendedorismo para que estes jovens sejam preparados para a gestão de micro
empresas, nichos altamente criativos. Mais uma nota importante da incapacidade do nosso
sistema de ensino para fazer face ao mundo global e para aceitarmos que será na
diversidade e com uma avaliação de qualidade séria que será possível melhorar a educação
em Portugal.