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1
Dislipidemia e Obesidade na
Síndrome Metabólica
Dr. Rodinei Vieira Veloso
Conselheiro do CRF-SP
2
Sintomas, Sinais,
Doença e Síndrome
• Sintomas: fenômeno, aspecto ou sensação
experimentado pelo paciente e indicativo de doença.
• Sinais: são alterações percebidas pelo profissional de
saúde, indicativo de uma doença.
• Doença: desvio ou interrupção da estrutura ou
função normal de parte, órgão ou sistema.
• Síndrome: concorrências de múltiplos sintomas.
* Usualmente doença atinge um órgão ou sistema
enquanto síndrome atinge vários sistemas.
3
Definição e Conceito
• A Síndrome Metabólica (SM) é um transtorno complexo
representado por um conjunto de fatores de risco
cardiovascular usualmente relacionados à deposição
central de gordura e à resistência à insulina. (I-DBSM,
2005)
• Associação entre resistência à insulina, intolerância à
glicose, hipertensão arterial (HA), dislipidemia, doença
aterosclerótica e uma série de anormalidades
metabólicas contribuem para a compreensão da
etiopatogenia e do impacto no risco DCV. (SBD, 2006)
I Diretriz Brasileira de Diagnóstico e Tratamento da Síndrome Metabólica
– Abril de 2005 (I-DBSM).
4
Fisiopatologia da SM
• A resistência à insulina é a hipótese mais aceita
como causa da SM, à semelhança do DM-2.
• O  de ácidos graxos circulantes derivados do tecido
adiposo visceral, no fígado, levará ao  na produção
de glicose, TG e de VLDL, associando-se a  no
HDL-c e  na LDL, principalmente a partícula
pequena e densa. Dir. SBD, 2007
5
A Resistência à Insulina
(RI)
• A RI é definida como uma resposta biológica
subnormal a uma determinada concentração de
insulina, sendo condição fisiopatológica de grande
repercussão clínica.
• Indivíduos com RI têm  chance de desenvolver DM-
2; alguns tipos de dislipidemia; HA; doenças
neurodegenerativas; esteatohepatite não-alcoólica;
algumas neoplasias, como de mama, pâncreas e
cólon; e um risco CV  em 2 a 4x
6
Epidemiologia
• Existem poucos estudos representativos para a
população brasileira
• Dados obtidos nos EUA, México e países asiáticos:
♂ 12,4 – 28,5%
♀ 10,7 – 40,5%
• “O estudo da SM tem sido dificultado pela ausência de
consenso na sua definição e nos pontos de corte dos
seus componentes.”
I-DBSM, 2005
7
Epidemiologia
• O aspecto de maior relevância no diagnóstico de SM
são o risco de desenvolvimento de DM-2 e DCV.
• Em uma população sem DM, houve  da
mortalidade (CV e todas as causas) em pessoas
com SM
• Em indivíduos com SM a mortalidade geral é  1,5x
e a cardiovascular é  2,5x.
I-DBSM, 2005
8
A SM representa a combinação
de pelo menos três componentes
Componentes Níveis
Obesidade abdominal por meio
de circunferência abdominal
Homens > 102 cm
Mulheres > 88 cm
Triglicérides ≥ 150 mg/dL
HDL-colesterol
Homens < 40 mg/dL
Mulheres < 50 mg/dL
Pressão arterial ≥ 130 mmHg ou ≥ 85
mmHg
Glicemia de jejum ≥ 110 mg/dL
A presença de DM-2 não exclui o diagnóstico de SM
9
Outras Condições Clínicas
Associadas
* Que não fazem parte dos critérios
diagnósticos da SM:
- Síndrome dos ovários policísticos (SOP);
Acanthosis nigricans; Doença hepática
gordurosa não-alcoólica; Microalbuminúria;
Estados pró-trombóticos; Estados pró-
inflamatórios; Disfunção endotelial;
Hiperuricemia.
I-DBSM, 2005
10
Fatores que contribuem
para o surgimento da SM
• Predisposição genética;
• Alimentação inadequada;
• Inatividade física.
Prevenção Primária
I-DBSM, 2005
11
Tratamento
não-medicamentoso
É terapia de primeira escolha:
Plano alimentar para  peso+Exercício físico
• Conseqüências:
–  circunferência abdominal e a gordura visceral
–  a sensibilidade à insulina e  a glicemia,
podendo prevenir e retardar o DM-2
–  PA
–  TGL e  HDL-c
I-DBSM, 2005
12
Considerações Terapêuticas
da SM
• As principais orientações terapêuticas para a SM,
destinam-se a:
– Remoção e tratamento dos Fatores de Risco
(fumo, hipertensão arterial (HA), obesidade,
dislipidemia, intolerância à glicose, estados pró-
trombótico e pró-inflamatório);
– Tratamento da resistência à insulina.
SBD, 2006
13
Metas para o tratamento da SM
GLICEMIA PLASMÁTICA (mg/dL)
Jejum < 110 mg/dL
Pós-prandial (2h) < 140 mg/dL
Hemog. Glic. A1c (%) no DM < Limite superior do método
COLESTEROL (mg/dL)
Total < 200 mg/dL
HDL > 45 mg/dL
LDL < 100 mg/dL
TRIGLICERÍDEOS (mg/dL) < 150 mg/dL
PA (mmHg)*
Sistólica < 130 mmHg
Diastólica < 85 mmHg
PESO (kg) Perda sustentada de 5% – 10%
I-DBSM, 2005
* Na DM a PA deve ser <130/85mmHg e se houver proteinúria >1g/24h, deverá ser
<125/75 mmHg.
14
Tratamento
Medicamentoso
• Obesidade;
• Dislipidemia;
• Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS);
• Diabetes Mellitus (DM).
15
Dislipidemia
16
Conceito e Definição
• Alterações no metabolismo das lipoproteínas
plasmáticas, levando a defeitos no transporte dos
lípides (colesterol e triglicérides).
• Também inclui as condições nas quais não se pode
evidenciar aumento ou diminuição nos lipídeos, e sim
alterações nas proporções relativas entre uma
lipoproteína plasmática e outra.
• Na SM, a dislipidemia caracteriza-se pela presença de
níveis baixos de HDL-c e níveis elevados de TG
17
Aspectos Gerais
• A doença aterosclerótica é a principal causa de
mortalidade no Brasil e a dislipidemia é uma dos seus
principais fatores de risco.
• DM, hipertensão, alcoolismo e hipotireoidismo
evoluem com hiperlipidemia.
• Os lípides mais importantes são os fosfolípides, o
colesterol, os triglicérides e os ácidos graxos.
• As lipoproteínas são responsáveis pela solubilização
e transporte dos lípides no plasma.
18
Lipoproteínas
– TIPOS –
• Quilomícrons - são ricas em TG, maiores e menos
densas, de origem intestinal;
• VLDL (very low density lipoprotein) - lipoproteínas
de densidade muito baixa, de origem hepática;
• LDL (Low density lipoprotein) – lipoproteínas de
densidade baixa, ricas em colesterol;
• HDL (high density lipoprotein) – lipoproteínas de
densidade alta, ricas em colesterol.
19
Classificação das
Dislipidemias
• As dislipidemias primárias compreendem quatro tipos
bem definidos:
a) Hipercolesterolemia isolada – LDL-Colesterol 
160mg/dL; Ex.: ateromas (LDL oxida e se aloja
nas paredes do endotélio, formando placas de
ateromas).
b) Hipertrigliceridemia isolada – TG  150mg/dL;
c) Hiperlipidemia mista (é a mais grave) – valores
aumentados de ambos LDL-C e TG;
d) HDL Colesterol baixo – redução isolada do HDL-C
(homens <40mg/dL e mulheres <50mg/dL) ou em
associação com aumento de LDL-C ou de TG.
IV Dir. Bras. 2007
20
Tratamento
Medicamentoso
• As metas terapêuticas são muito variáveis e
dependem de fatores como risco para doença
aterosclerótica, diabetes, HA e obesidade central.
– Por exemplo, em aterosclerose manifesta, a
diretriz brasileira preconiza MEV (mudança de
estilo de vida) + tratamento farmacológico e meta
de LDL-C  70mg/dL.
21
Hipercolesterolemia
isolada
• Os medicamentos indicados são as estatinas, que podem ser
administradas em associação à ezetimiba, colestiramina
eventualmente a fibratos ou ácido nicotínico.
Tabela XI – Doses das estatinas e efeitos sobre o LDL–C
Fármaco Doses Δ LDL-C
Sinvastatina 20 a 80mg - 27% a 42%
Lovastatina 10 a 80mg - 21% a 41%
Pravastatina 20 a 40mg - 20% a 33%
Fluvastatina 20 a 80mg - 15% a 37%
Atorvastatina 10 a 80mg - 37% a 55%
Rosuvastatina 10 a 40mg - 43% a 55%
22
Hipertrigliceridemia
isolada
• São indicados os fibratos e, em segundo lugar, o ácido
nicotínico ou a associação de ambos.
Tabela XII – Doses dos fibratos disponíveis e efeito sobre HDL-C e TG
Medicamento Dose mg/dia Δ HDL-C Δ Triglicérides
Bezafibrato 400 a 600 + 5 a 30% - 15 a 55%
Ciprofibrato 100 + 5 a 30% - 15 a 45%
Etofibrato 500 + 5 a 20% - 10 a 30%
Fenofibrato 250 + 5 a 30% - 10 a 30%
Genfibrozil 600 a 1200 + 5 a 30% - 20 a 60%
23
• Lovastatina: Mevacor® (Merck Sharp & Dohme);
Reducol® (Prodome); Lovax® (Cellofarm); Lovasterol®
(Herald’s do Brasil); Genéricos Novartis e Ranbaxy. 10, 20
e 40mg.
• Sinvastatina: Clinfar® (Merk); Cordiron® (Diffucap-
Chemobras); Sinvalip® (Sigma Pharma); Sinvascor®
(Baldacci); Sinvastacor® (Hexal); Sinvastamed®
(Cimed); Sinvaz® (Cellofarm); Vaslip® (Biolab Sanus);
Vastatil® (Cifarma); Zocor® (MS&D). Genérico Medley,
Novartis e Ranbaxy. 5, 10, 20, 40 e 80mg.
24
• Pravastatina: Mevalotin® (Sankio); Pravacol® (Bristol
Myers Squibb). Genérico Rambaxy. 10 e 20mg.
• Fluvastatina: Lescol® e Lescol® XL (Novartis) comp.
20, 40 e 80mg.
• Atorvastatina: Citalor® (Pfizer); Lipitor® (Parke-
Davis). 10, 20, 40 e 80 mg.
• Rosuvastatina: Crestor® (Astra Zeneca); Vivacor®
(Biosintética). 10 e 20 mg
25
• Clofibrato: Lipofacton® (Organon). 500mg.
• Bezafibrato: Cedur® e Cedur®Retard (Roche).
200mg e 400mg
• Fenofibrato: Lipanon® (Allergan) Comp. 250mg;
Lipidil® (Allergan) Comp. 200mg.
• Etofibrato: Tricerol® (Searle)
• Ciprofibrato: Oroxadin® (Sanofi). 100mg.
• Genfibrozil: Lopid® (Parke-Davis). 600 e 900mg
26
Obesidade
27
Obesidade
Definição adotada pela OMS:
“Condição de acúmulo anormal ou
excessivo de gordura no tecido adiposo,
numa extensão em que a saúde pode
ser prejudicada.”
Garrow, 1988
28
Tipos de Obesidade
1. Generalizada;
2. Andróide, superior ou tipo “maçã” –
gordura concentrada no tórax e abdômen;
aumento da mortalidade; aumenta a
morbidade (metabólicas e cardiovasculares);
3. Ginecóide, inferior ou tipo “pêra” – A
gordura está mais concentrada nos quadris e
membros, mais associada a problemas
articulares, circulatórios periféricos e
estéticos.
29
Classificação pelo IMC
- Obesidade -
• Para o diagnóstico em adultos, o parâmetro
utilizado mais comumente é o do Índice de
Massa Corporal (IMC), padrão utilizado pela
OMS, que identifica o peso normal quando o
resultado do cálculo do IMC está entre 18,5 e
24,9.
IMC =
Peso em Kg
(Altura em m)2
30
Razão Cintura Quadril
(RCQ)
• O cálculo da relação cintura-quadril, definida pela
divisão do maior perímetro abdominal entre a última
costela e a crista ilíaca pelo perímetro dos quadris a
nível dos trocânteres femorais com o indivíduo em
decúbito dorsal.
• Índices superiores que 0,8 em mulheres e 0,9 em
homens definem distribuição central de gordura e
aumento do risco morbimortalidade.
Fonte: Consenso Latino Americano de Obesidade – 1998 www.abeso.org.br
31
OMS, 1998 - Lean MEJ et al. Lancet;1998
Circunferência Abdominal
Risco Elevado
> 102 cm
> 88 cm
Risco Elevado
32
Epidemiologia
• A prevalência da obesidade tem aumentado muito,
constituindo num dos maiores problemas atuais de
saúde pública, principalmente nos grandes centros
urbanos.
• É o maior fator de desenvolvimento de DM-2 e está
associada a HAS e a dislipidemia - fatores de risco
importantes de DCV.
PRADO, F.C.; RAMOS, J.; VALLE, J.R.; 2003
33
Etiologia e Fisiopatologia
• A obesidade tem sido atualmente considerada uma
síndrome com múltiplos fatores etiológicos:
– genético; endócrino; psicológico; nutricional;
neuroquímico; imunológico; cultural; social...
• Reconhecer e tratar essa condição é fundamental.
PRADO, F.C.; RAMOS, J.; VALLE, J.R.; 2003
34
IMC e
Magnitude de Risco
Magnitude de
risco
IMC Tipo de
obesidade
Moderado 25 e 29,9 Sobrepeso
Alto 30 e 34,9 Obesidade grau I
Muito Alto 35 e 39,9 Obesidade grau II
Extremo Acima de 40 Obesidade grau III
“mórbida”
Consenso Latino Americano de Obesidade – 1998 www.abeso.org.br
35
Comorbidades Associadas
a Obesidade
36
Tratamento da Obesidade
• É importante considerar a obesidade dentro da
síndrome metabólica (obesidade, hipertensão,
hiperinsulinismo, intolerância à glicose,
hiperlipidemia) e também como fator de risco de
doença coronariana (maior no sexo masculino).
• O objetivo não se restringe à perda ponderal, mas
deve incluir o tratamento de doenças associadas,
assim como das complicações relacionadas ao
excesso de peso.
PRADO, F.C.; RAMOS, J.; VALLE, J.R.; – 2003
37
Modalidades
De Tratamento
• Dieta hipocalórica
• Implementação de atividade física
• Tratamento farmacológico
• Procedimentos cirúrgicos (na obesidade I, II e III,
conforme doenças associadas)
• Terapia comportamental
PRADO, F.C.; RAMOS, J.; VALLE, J.R.; – 2003
38
Tratamento farmacológico
Obesidade
* contra-indicados em diabéticos com arritmia ou insuficiência cardíaca
Aumento de
evacuações;
Urgência e
incontinência fecal;
Flatulência
3 (às
refeições
)
360mg
Inibidor da
absorção da
gordura
intestinal
Orlistat
Aumento da PA e da
FC
1
10-20mg
Noradrenérgico+
serotoninérgico
Sibutramina
1 - 2
1-3mg
Mazindol
1 - 2
40–
120mg
Anfepramona
Irritabilidade,
insônia, ansiedade,
euforia, boca seca,
turvação visual,
arritmias,
hipertensão,
constipação
1 – 2
25-50mg
Noradrenérgicos
*
Femproporex
Efeito colateral
Tomadas
Posologia
Classe
Medicamentos
39
Hipócrates (a.C. 460 – 377 a.C.)
“Se pudermos dar a cada indivíduo a
quantidade exata de nutrientes e de
exercício, que não seja insuficiente nem
excessiva, teremos encontrado o caminho
mais seguro para a Saúde.”
40
Grato pela atenção.
ORGULHO DE SER
FARMACÊUTICO!
rodinei_veloso@hotmail.com

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Dislipidemia e obesidade na SM

  • 1. 1 Dislipidemia e Obesidade na Síndrome Metabólica Dr. Rodinei Vieira Veloso Conselheiro do CRF-SP
  • 2. 2 Sintomas, Sinais, Doença e Síndrome • Sintomas: fenômeno, aspecto ou sensação experimentado pelo paciente e indicativo de doença. • Sinais: são alterações percebidas pelo profissional de saúde, indicativo de uma doença. • Doença: desvio ou interrupção da estrutura ou função normal de parte, órgão ou sistema. • Síndrome: concorrências de múltiplos sintomas. * Usualmente doença atinge um órgão ou sistema enquanto síndrome atinge vários sistemas.
  • 3. 3 Definição e Conceito • A Síndrome Metabólica (SM) é um transtorno complexo representado por um conjunto de fatores de risco cardiovascular usualmente relacionados à deposição central de gordura e à resistência à insulina. (I-DBSM, 2005) • Associação entre resistência à insulina, intolerância à glicose, hipertensão arterial (HA), dislipidemia, doença aterosclerótica e uma série de anormalidades metabólicas contribuem para a compreensão da etiopatogenia e do impacto no risco DCV. (SBD, 2006) I Diretriz Brasileira de Diagnóstico e Tratamento da Síndrome Metabólica – Abril de 2005 (I-DBSM).
  • 4. 4 Fisiopatologia da SM • A resistência à insulina é a hipótese mais aceita como causa da SM, à semelhança do DM-2. • O  de ácidos graxos circulantes derivados do tecido adiposo visceral, no fígado, levará ao  na produção de glicose, TG e de VLDL, associando-se a  no HDL-c e  na LDL, principalmente a partícula pequena e densa. Dir. SBD, 2007
  • 5. 5 A Resistência à Insulina (RI) • A RI é definida como uma resposta biológica subnormal a uma determinada concentração de insulina, sendo condição fisiopatológica de grande repercussão clínica. • Indivíduos com RI têm  chance de desenvolver DM- 2; alguns tipos de dislipidemia; HA; doenças neurodegenerativas; esteatohepatite não-alcoólica; algumas neoplasias, como de mama, pâncreas e cólon; e um risco CV  em 2 a 4x
  • 6. 6 Epidemiologia • Existem poucos estudos representativos para a população brasileira • Dados obtidos nos EUA, México e países asiáticos: ♂ 12,4 – 28,5% ♀ 10,7 – 40,5% • “O estudo da SM tem sido dificultado pela ausência de consenso na sua definição e nos pontos de corte dos seus componentes.” I-DBSM, 2005
  • 7. 7 Epidemiologia • O aspecto de maior relevância no diagnóstico de SM são o risco de desenvolvimento de DM-2 e DCV. • Em uma população sem DM, houve  da mortalidade (CV e todas as causas) em pessoas com SM • Em indivíduos com SM a mortalidade geral é  1,5x e a cardiovascular é  2,5x. I-DBSM, 2005
  • 8. 8 A SM representa a combinação de pelo menos três componentes Componentes Níveis Obesidade abdominal por meio de circunferência abdominal Homens > 102 cm Mulheres > 88 cm Triglicérides ≥ 150 mg/dL HDL-colesterol Homens < 40 mg/dL Mulheres < 50 mg/dL Pressão arterial ≥ 130 mmHg ou ≥ 85 mmHg Glicemia de jejum ≥ 110 mg/dL A presença de DM-2 não exclui o diagnóstico de SM
  • 9. 9 Outras Condições Clínicas Associadas * Que não fazem parte dos critérios diagnósticos da SM: - Síndrome dos ovários policísticos (SOP); Acanthosis nigricans; Doença hepática gordurosa não-alcoólica; Microalbuminúria; Estados pró-trombóticos; Estados pró- inflamatórios; Disfunção endotelial; Hiperuricemia. I-DBSM, 2005
  • 10. 10 Fatores que contribuem para o surgimento da SM • Predisposição genética; • Alimentação inadequada; • Inatividade física. Prevenção Primária I-DBSM, 2005
  • 11. 11 Tratamento não-medicamentoso É terapia de primeira escolha: Plano alimentar para  peso+Exercício físico • Conseqüências: –  circunferência abdominal e a gordura visceral –  a sensibilidade à insulina e  a glicemia, podendo prevenir e retardar o DM-2 –  PA –  TGL e  HDL-c I-DBSM, 2005
  • 12. 12 Considerações Terapêuticas da SM • As principais orientações terapêuticas para a SM, destinam-se a: – Remoção e tratamento dos Fatores de Risco (fumo, hipertensão arterial (HA), obesidade, dislipidemia, intolerância à glicose, estados pró- trombótico e pró-inflamatório); – Tratamento da resistência à insulina. SBD, 2006
  • 13. 13 Metas para o tratamento da SM GLICEMIA PLASMÁTICA (mg/dL) Jejum < 110 mg/dL Pós-prandial (2h) < 140 mg/dL Hemog. Glic. A1c (%) no DM < Limite superior do método COLESTEROL (mg/dL) Total < 200 mg/dL HDL > 45 mg/dL LDL < 100 mg/dL TRIGLICERÍDEOS (mg/dL) < 150 mg/dL PA (mmHg)* Sistólica < 130 mmHg Diastólica < 85 mmHg PESO (kg) Perda sustentada de 5% – 10% I-DBSM, 2005 * Na DM a PA deve ser <130/85mmHg e se houver proteinúria >1g/24h, deverá ser <125/75 mmHg.
  • 14. 14 Tratamento Medicamentoso • Obesidade; • Dislipidemia; • Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS); • Diabetes Mellitus (DM).
  • 16. 16 Conceito e Definição • Alterações no metabolismo das lipoproteínas plasmáticas, levando a defeitos no transporte dos lípides (colesterol e triglicérides). • Também inclui as condições nas quais não se pode evidenciar aumento ou diminuição nos lipídeos, e sim alterações nas proporções relativas entre uma lipoproteína plasmática e outra. • Na SM, a dislipidemia caracteriza-se pela presença de níveis baixos de HDL-c e níveis elevados de TG
  • 17. 17 Aspectos Gerais • A doença aterosclerótica é a principal causa de mortalidade no Brasil e a dislipidemia é uma dos seus principais fatores de risco. • DM, hipertensão, alcoolismo e hipotireoidismo evoluem com hiperlipidemia. • Os lípides mais importantes são os fosfolípides, o colesterol, os triglicérides e os ácidos graxos. • As lipoproteínas são responsáveis pela solubilização e transporte dos lípides no plasma.
  • 18. 18 Lipoproteínas – TIPOS – • Quilomícrons - são ricas em TG, maiores e menos densas, de origem intestinal; • VLDL (very low density lipoprotein) - lipoproteínas de densidade muito baixa, de origem hepática; • LDL (Low density lipoprotein) – lipoproteínas de densidade baixa, ricas em colesterol; • HDL (high density lipoprotein) – lipoproteínas de densidade alta, ricas em colesterol.
  • 19. 19 Classificação das Dislipidemias • As dislipidemias primárias compreendem quatro tipos bem definidos: a) Hipercolesterolemia isolada – LDL-Colesterol  160mg/dL; Ex.: ateromas (LDL oxida e se aloja nas paredes do endotélio, formando placas de ateromas). b) Hipertrigliceridemia isolada – TG  150mg/dL; c) Hiperlipidemia mista (é a mais grave) – valores aumentados de ambos LDL-C e TG; d) HDL Colesterol baixo – redução isolada do HDL-C (homens <40mg/dL e mulheres <50mg/dL) ou em associação com aumento de LDL-C ou de TG. IV Dir. Bras. 2007
  • 20. 20 Tratamento Medicamentoso • As metas terapêuticas são muito variáveis e dependem de fatores como risco para doença aterosclerótica, diabetes, HA e obesidade central. – Por exemplo, em aterosclerose manifesta, a diretriz brasileira preconiza MEV (mudança de estilo de vida) + tratamento farmacológico e meta de LDL-C  70mg/dL.
  • 21. 21 Hipercolesterolemia isolada • Os medicamentos indicados são as estatinas, que podem ser administradas em associação à ezetimiba, colestiramina eventualmente a fibratos ou ácido nicotínico. Tabela XI – Doses das estatinas e efeitos sobre o LDL–C Fármaco Doses Δ LDL-C Sinvastatina 20 a 80mg - 27% a 42% Lovastatina 10 a 80mg - 21% a 41% Pravastatina 20 a 40mg - 20% a 33% Fluvastatina 20 a 80mg - 15% a 37% Atorvastatina 10 a 80mg - 37% a 55% Rosuvastatina 10 a 40mg - 43% a 55%
  • 22. 22 Hipertrigliceridemia isolada • São indicados os fibratos e, em segundo lugar, o ácido nicotínico ou a associação de ambos. Tabela XII – Doses dos fibratos disponíveis e efeito sobre HDL-C e TG Medicamento Dose mg/dia Δ HDL-C Δ Triglicérides Bezafibrato 400 a 600 + 5 a 30% - 15 a 55% Ciprofibrato 100 + 5 a 30% - 15 a 45% Etofibrato 500 + 5 a 20% - 10 a 30% Fenofibrato 250 + 5 a 30% - 10 a 30% Genfibrozil 600 a 1200 + 5 a 30% - 20 a 60%
  • 23. 23 • Lovastatina: Mevacor® (Merck Sharp & Dohme); Reducol® (Prodome); Lovax® (Cellofarm); Lovasterol® (Herald’s do Brasil); Genéricos Novartis e Ranbaxy. 10, 20 e 40mg. • Sinvastatina: Clinfar® (Merk); Cordiron® (Diffucap- Chemobras); Sinvalip® (Sigma Pharma); Sinvascor® (Baldacci); Sinvastacor® (Hexal); Sinvastamed® (Cimed); Sinvaz® (Cellofarm); Vaslip® (Biolab Sanus); Vastatil® (Cifarma); Zocor® (MS&D). Genérico Medley, Novartis e Ranbaxy. 5, 10, 20, 40 e 80mg.
  • 24. 24 • Pravastatina: Mevalotin® (Sankio); Pravacol® (Bristol Myers Squibb). Genérico Rambaxy. 10 e 20mg. • Fluvastatina: Lescol® e Lescol® XL (Novartis) comp. 20, 40 e 80mg. • Atorvastatina: Citalor® (Pfizer); Lipitor® (Parke- Davis). 10, 20, 40 e 80 mg. • Rosuvastatina: Crestor® (Astra Zeneca); Vivacor® (Biosintética). 10 e 20 mg
  • 25. 25 • Clofibrato: Lipofacton® (Organon). 500mg. • Bezafibrato: Cedur® e Cedur®Retard (Roche). 200mg e 400mg • Fenofibrato: Lipanon® (Allergan) Comp. 250mg; Lipidil® (Allergan) Comp. 200mg. • Etofibrato: Tricerol® (Searle) • Ciprofibrato: Oroxadin® (Sanofi). 100mg. • Genfibrozil: Lopid® (Parke-Davis). 600 e 900mg
  • 27. 27 Obesidade Definição adotada pela OMS: “Condição de acúmulo anormal ou excessivo de gordura no tecido adiposo, numa extensão em que a saúde pode ser prejudicada.” Garrow, 1988
  • 28. 28 Tipos de Obesidade 1. Generalizada; 2. Andróide, superior ou tipo “maçã” – gordura concentrada no tórax e abdômen; aumento da mortalidade; aumenta a morbidade (metabólicas e cardiovasculares); 3. Ginecóide, inferior ou tipo “pêra” – A gordura está mais concentrada nos quadris e membros, mais associada a problemas articulares, circulatórios periféricos e estéticos.
  • 29. 29 Classificação pelo IMC - Obesidade - • Para o diagnóstico em adultos, o parâmetro utilizado mais comumente é o do Índice de Massa Corporal (IMC), padrão utilizado pela OMS, que identifica o peso normal quando o resultado do cálculo do IMC está entre 18,5 e 24,9. IMC = Peso em Kg (Altura em m)2
  • 30. 30 Razão Cintura Quadril (RCQ) • O cálculo da relação cintura-quadril, definida pela divisão do maior perímetro abdominal entre a última costela e a crista ilíaca pelo perímetro dos quadris a nível dos trocânteres femorais com o indivíduo em decúbito dorsal. • Índices superiores que 0,8 em mulheres e 0,9 em homens definem distribuição central de gordura e aumento do risco morbimortalidade. Fonte: Consenso Latino Americano de Obesidade – 1998 www.abeso.org.br
  • 31. 31 OMS, 1998 - Lean MEJ et al. Lancet;1998 Circunferência Abdominal Risco Elevado > 102 cm > 88 cm Risco Elevado
  • 32. 32 Epidemiologia • A prevalência da obesidade tem aumentado muito, constituindo num dos maiores problemas atuais de saúde pública, principalmente nos grandes centros urbanos. • É o maior fator de desenvolvimento de DM-2 e está associada a HAS e a dislipidemia - fatores de risco importantes de DCV. PRADO, F.C.; RAMOS, J.; VALLE, J.R.; 2003
  • 33. 33 Etiologia e Fisiopatologia • A obesidade tem sido atualmente considerada uma síndrome com múltiplos fatores etiológicos: – genético; endócrino; psicológico; nutricional; neuroquímico; imunológico; cultural; social... • Reconhecer e tratar essa condição é fundamental. PRADO, F.C.; RAMOS, J.; VALLE, J.R.; 2003
  • 34. 34 IMC e Magnitude de Risco Magnitude de risco IMC Tipo de obesidade Moderado 25 e 29,9 Sobrepeso Alto 30 e 34,9 Obesidade grau I Muito Alto 35 e 39,9 Obesidade grau II Extremo Acima de 40 Obesidade grau III “mórbida” Consenso Latino Americano de Obesidade – 1998 www.abeso.org.br
  • 36. 36 Tratamento da Obesidade • É importante considerar a obesidade dentro da síndrome metabólica (obesidade, hipertensão, hiperinsulinismo, intolerância à glicose, hiperlipidemia) e também como fator de risco de doença coronariana (maior no sexo masculino). • O objetivo não se restringe à perda ponderal, mas deve incluir o tratamento de doenças associadas, assim como das complicações relacionadas ao excesso de peso. PRADO, F.C.; RAMOS, J.; VALLE, J.R.; – 2003
  • 37. 37 Modalidades De Tratamento • Dieta hipocalórica • Implementação de atividade física • Tratamento farmacológico • Procedimentos cirúrgicos (na obesidade I, II e III, conforme doenças associadas) • Terapia comportamental PRADO, F.C.; RAMOS, J.; VALLE, J.R.; – 2003
  • 38. 38 Tratamento farmacológico Obesidade * contra-indicados em diabéticos com arritmia ou insuficiência cardíaca Aumento de evacuações; Urgência e incontinência fecal; Flatulência 3 (às refeições ) 360mg Inibidor da absorção da gordura intestinal Orlistat Aumento da PA e da FC 1 10-20mg Noradrenérgico+ serotoninérgico Sibutramina 1 - 2 1-3mg Mazindol 1 - 2 40– 120mg Anfepramona Irritabilidade, insônia, ansiedade, euforia, boca seca, turvação visual, arritmias, hipertensão, constipação 1 – 2 25-50mg Noradrenérgicos * Femproporex Efeito colateral Tomadas Posologia Classe Medicamentos
  • 39. 39 Hipócrates (a.C. 460 – 377 a.C.) “Se pudermos dar a cada indivíduo a quantidade exata de nutrientes e de exercício, que não seja insuficiente nem excessiva, teremos encontrado o caminho mais seguro para a Saúde.”
  • 40. 40 Grato pela atenção. ORGULHO DE SER FARMACÊUTICO! rodinei_veloso@hotmail.com