O documento discute a teoria das expectativas racionais e sua implicação para a eficácia de políticas monetária e fiscal. A teoria argumenta que, se os agentes econômicos antecipam corretamente as ações do governo baseadas em seu conhecimento do modelo macroeconômico, as políticas não terão mais efeito sobre a economia real. Isso torna as políticas ineficazes a não ser que consigam surpreender os agentes.
2. Histórico
• Em 1974, a OPEP, recém criada, eleva os preços do petróleo em 400%. Em
1979, os preços do petróleo são elevados novamente, o segundo choque
do petróleo. Os países produtores de petróleo acumulam grandes reservas
de dólares que são reemprestados pelos bancos americanos
principalmente para os países da América Latina.
• A economia americana começa a apresentar taxas de inflação E taxas de
desemprego crescentes. A curva de Philips estaria se deslocando para a
direita.
• Os monetaristas argumentam que a curva de Philips é um fenômeno de
curto prazo. No curto prazo, mais inflação pode reduzir o desemprego,
mas logo, trabalhadores e empresários “aprendem” como funciona a taxa
de inflação e reagem adequadamente. Em prazo maior, a curva de Philips
é vertical e a economia tende a taxa “natural” de desemprego. Que será
chamada de NAIRU (non accelerating inflation rate of unemployement ou
desemprego compatível com taxa estável de inflação).
3. Histórico
• É o fim da era neoclássica ou keynesiana. Inicia-se a hegemonia do
pensamento clássico, monetarista ou novo clássico. E a época da chamada
globalização financeira
• Em 1979, Reagan assume o governo. Logo no início, enfrenta greve de
controladores de vôo a que reage violentamente com demissão de todos
os controladores. A reação governamental marca o ínício do
enfraquecimento dos movimentos sindicais americanos que depois
acontece no mundo inteiro
• Assim que assume, Reagan reduz impostos e aumenta o déficit público
apesar dos cortes de gastos, particularmente na área social. O Federal
Reserve eleva as taxas de juros para combater a inflação resultante do
déficit público. A elevação dos juros torna os países da América Latina
insolventes e ameaça de falência os bancos americanos, maiores credores
da divida externa latina americana. Em 1982, na reunião do FMI no
México, os bancos param de emprestar para a maioria dos paises
latinoamericanos.
4. Teoria
• Um artigo do Sargent “aritmética monetarista desagradável” trata da
ineficácia da política monetária para combater a inflação quando há
descoordenação entre as políticas monetárias e fiscal
• Sargent argumenta que no caso de falta de coordenação entre política
monetária e fiscal (o caso da política econômica do Reagan de grandes
déficits e taxas de juros muito altas), a política monetária não conseguiria
controlar nem a taxa de inflação.
• O argumento do Sargent pode ser resumido assim: se a taxa de juros real é
fixada em nível maior do que a taxa de crescimento do produto, mais dia
ou menos dia, esta dívida terá que ser monetizada. Se o público sabe que
a dívida vai ser remonetizada, a inflação esperada no futuro será maior—
mais base monetária , num modelo simples onde a demanda de moeda é
dada pela Teoria Quantitativa da Moeda—implicará em mais inflação
quando a dívida for resgatada por emissão de mais base ou mais moeda.
Se a inflação esperada for maior no futuro, o público se livra da moeda
imediatamente e a inflação sobe imediatamente
5. Teoria
• As expectativas são racionais, isto é, baseiam-se no conhecimento
completo do modelo macroeconômico que determina o comportamento
da economia. No caso do artigo do Sargent, como a demanda de moeda é
do tipo clássico, mais moeda significa mais inflação no futuro e mais
inflação corrente. Nos modelos anteriores, do Friedman e do Cagan, as
expectativas eram determinadas pelo passado (expectativas defasadas) e
especificadas como uma média ponderada das inflações passadas. Agora,
as expectativas são formadas pelo conhecimento total do modelo. Os
“agentes econômicos” reagem como se conhecessem o modelo macro da
economia. É por isto que a política monetária passa a ser ineficaz.
• A política monetária só produz efeitos sobre a produção e a renda se for
inesperada, desconhecida pelos agentes, se for uma surpresa a qual não
podem se adaptar.
6. Passado, Presente e Futuro
Você precisa conhecer o modelo?
Re: Não, mas mesmo assim você
age como se soubesse. Alguns
sinais e evidências vindas do
mundo real viram informações pra
você.
Por Expectativas Racionais, o agente
aprende e não pode ser enganado
repetidamente
7. • O artigo é um clássico dos modelos de expectativas racionais. Com a
hipótese de expectativas racionais, a economia passa a ser um “jogo”
entre agentes econômicos e autoridades econômicas. Ambos conhecem o
mesmo modelo e reagirão à política monetária imediatamente.
• Noutra linha, aparecem os efeitos ricardianos. Os déficits públicos de hoje,
geram expectativa de maiores impostos no futuro, destinados a cobrir este
déficit. Estes impostos maiores são imediatamente descontados da renda
permanente e reduzem o consumo corrente. A política fiscal passa a ser
ineficaz também se os maiores gastos governamentais forem
compensados por rendas permanentes menores e gastos menores de
consumo do setor privado.
• Assim, políticas monetárias e fiscais passam a ser menos capazes de
alterar o ritmo de crescimento da economia ou da taxa de inflação.
8. • Antes, os monetaristas insistiam no controle da taxa de crescimento da
quantidade de moeda. Agora, num mundo em que o dinheiro não tem
fronteiras e que o dinheiro assume várias formas—dívida pública de curto
prazo, derivativos, e várias moedas — o controle monetária passa a ser
sobre a taxa de juros
10. Surpresa!
O1
π2
D2
π1
D1
Demanda surpresa ( Aqui foi + $ )
Resulta em Inflação Surpresa também
11. Ajuste automático
O2
O1
π3
π2 D2
π1 D1
Reação de curto prazo à política antecipada
expansionista no modelo neoclássico:
A PM desloca a demanda agregada para d2,
mas como essa política é esperada, a
economia se move para o ponto Estrela Azul
onde o PIB está na NAIRU
12. Recomendações
Política econômicas podem ser as responsáveis pelos ciclos
econômicos apenas porque surpreendem os agentes econômicos (Pacotes).
Assim, o melhor que o governo teria a fazer é deixar que as coisas andem
sozinhas e não tentar impedir os ciclos reais de negócios.