1. Ter epilepsia é estar sujeito à insegurança de ter crises, pelo fato de não se saber quando e onde
vão ocorrer.
As pessoas com epilepsia se beneficiam quando o tratamento leva em conta os diferentes
aspectos das epilepsias.Um deles é a ocorrência de fatores desencadeantes, pois, apesar do uso
correto dos medicamentos antiepiléticos, existem pacientes que persistem com crises. As crises
epiléticas podem ser desecadeadas por febre, suspensão abrupta da medicação antiepilética,
fadiga física, ingestão de álcool, privação de sono, hiperventilação (respiração forçada), emoções
(relacionadas à preocupação,alegria, irritação, tristeza e outras).
É muito importante ter sono suficiente e regular. Alterações de sono e uso irregular dos
medicamentos são as causas mais comuns de aumento de freqüencia de crises.
Através da identificação dos fatores desencadeantes, para muitos indivíduos pode-se evitar
determinadas situações reduzindo assim o risco de ocorrência de crises.
De acordo com as condições de aparecimento, as crises epiléticas podem ser divididas em:
ocasionais, cíclicas ou desencadeadas.
As crises ocasionais constituem a maioria e geralmente não se consegue evidenciar a razão de
seu aparecimento.
Nas crises cílclicas existem fatores que levam a um aumento normal do funcionamento cerebral,
podendo ocasionar crises. A periodicidade das crises cíclicas pode estar ligada ao ciclo de
sono/vigília e fatores hormonais como menarca (primeira menstruação), menstruação e
menopausa.
Dentre as crises desencadeadas existe uma forma rara de epilepsia, chamada epilepsia reflexa,
onde as crises acontecem exclusivamente perante um desencadeante específico: luz (epilepsia da
televisão), barulho, leitura, música, etc.
Os fatores específicos ou não específicos que levam a crise são:
Eventos não específicos
Dentre os fatores não específicos podem citar o estresse, privação de sono, suspenção abrupta de
medicamentos antiepiléticos e sedativos, febre, processos infecciosos, trauma craniano e várias
alterações tóxicas e metabólicas, que incluem: baixa oxigenação cerebral, hipoglicemia
(diminuição do açucar sanguíneo), diminuição do cálcio sanguíneo,alterações renais,
descompensação diabética com aumento do açucar sanguíneo. Também podem agir como
desencadeantes de crises o uso de drogas convulsivantes como: contrastes isolados,
antidepressivos, antipissicóticos, anestésicos gerais, antiepiléticos em doses tóxicas,
broncodiladores e pesticidas.
Eventos específicos
As epilepsia reflexas são aquelas nas quais as crises podem ser provocadas por estimulação
específica (p.ex: luz).
Não são bem claros os mecanismos de como esses estímulos agem nos portadores de epilepsia
reflexa causando crise.
A maioria dos pacientes NÃO são fotossensíveis. As crises que ocorrem nos pacientes com
epilepsia fotosensível (cerca de 3% de todos os pacientes) podem ser desencadeadas por
2. estimulos luminosos de tv, videogames e alguns padrões geométricos fortes, luz do sol através de
folhas e outros.
Nesses caso, geralmente não há necessidade de tratamento medicamentoso; apenas se recomenda
o uso de controle remoto, fechamento dos olhos quando se aproximar da tv, manter uma luz
acesa no meio da sala, eventualmente o uso de óculos com lentes coloridas (azuis), não jogar ou
assistir tv se estiver cansado, evitar frequentar danceterias com luzes estroboscópicas.
A epilepsia não é uma doença mental, mas descobrir que você tem essa condição pode causar
estresse e ansiedade. Sentimentos de ansiedade, depressão, raiva e frustação são reações naturais
ao estresse e as pessoas com epilepsia não são imunes a esse sentimento.
A ansiedade é um sentimento natural que ocorre em todas as pessoas ocasionalmente. Além do
medo natural relativo as consultas médicas, exames, uso de medicamentos, as pessoas com
epilepsia também têm preocupações a respeito do futuro e da necessidade de provar que são
iguais a qualquer pessoa.
A depressão está geralmente associada a perdas, e desde que você tenha sido diagnosticado como
indivíduo com epilepsia, pode ter a sensação de perda da independência. É comum que o
deprimido deixe de tomar os medicamentos. Não deixe que isso aconteça com você.