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Causa e Efeito ou Meio e Condição?
Estiverelendohojea parábola“Ostrabalhadoresnavinha”eme ocorreuvoltaraescreveralgopara
colocar sob judice no blog. O tema sobre o título acima exposto merece um pouco de atenção de
nossa parte, pois fazparte do contexto dessa parábola de Jesus.
Tentar esclarecer esse “trilhar” no “Caminho de volta à morada do Pai” é sempre uma premissa
que considero importante para colocar em pauta.
Será que Deus mede o nosso prêmio pelo nosso merecimento? Se levarmos em conta que fomos
apresentadosaDeus comamorporJesus,devemosentãoconsiderar a sua palavra como premissa
de revelação a respeito desse Caminho e sobre esse “trilhar”. Segundo o Mestre, as leis da
causalidadesãodo plano físico-mental, não procedem e nem atuam no plano espiritual, pois, ele
nos diz: “Os vossos caminhos não são os meus caminhos, e o vosso pensamento não é o meu
pensamento”. É o “dai a Cezar o que é de Cezar e a Deus o que é de Deus”, - literalmente!
Observo, que na parábola quando um trabalhador da undécima hora recebe antecipadamente o
mesmodenárioqueotrabalhadordaprimeirahora,esseesforçomínimonãoéuma causa interna,
mas,simplescondiçãoexterna para o advento desse pagamento, pois a causa é a bondade desse
senhor ao dispor dos seus bens sem nenhum condicionamento prévio, premiando aqueles que o
seguiramapenasetãosomenteatravésdeumapromessadeum“pagamentojusto”,comotambém,
aquelescomquemtratouumpagamentodeumdenárioportodoumdia detrabalho.Eleé livre no
critério da distribuição dos seus bens, não é servo da justiça humana, mas Senhor da Justiça.
Assim, não existe um humano credor de Deus ou um Deus devedor de méritos humanos. Tudo é
Graça, - que é de graça!Não há barganhas...
Criaremsium meioe umacondiçãofavorávelparareceberopresenteda graça,éestarreceptivoao
Seuchamadosemquestionara forma e sem se achar preparado. É atendê-lo como um bom servo
apenas. Ele não é nosso empregador e nós não somos seus empregados. Não há essa relação de
direitosedeveresentreas partes, com barganhas de competência, segurança e pagamentos. Essa
relaçãodeconvívioentreclasseséhumano,nãoespiritual.Aquisim, vigora nesse plano finito uma
relação de Causa e Efeito,pois no plano espiritual e infinito essa regra não procede.
Se trabalhobem,tenhocompetêncianaáreaqueatuo, sou zeloso, não falto e não me atraso, o faço
na certezademerecercomorecompensaaquilo que me é devido com a mesma responsabilidade e
presteza do meu empregador. Porém, na verticalidade da justiça divina esses parâmetros não
existem.
Tentareiesclareceromeupontodevistacomumametáfora:Seum homemabreumajanelaemsua
alma,e a luzsolardagraça entrarporessajanela,nãopodemosconsiderarque oabrira janela seja
a causa dailuminaçãodesuaalma,pois,seláforanãohouvesseo sol com essa finalidade, de nada
serviriaoabrirajanela.Assim,o abrir a janela não é a causa dessa iluminação, apenas o meio. A
condiçãoéa de não serumdia nublado.Acausa é o sol com a sua luz!Logo, concluo que Deus é a
única causa que gera um efeito.Por isso, Jesus nos adverte com esses dizeres:
“Quandotiverdesfeitotudooque deviesfazer, dizei:Somosservosinúteis, fizemos o que tínhamos
de fazer;nenhum prêmio merecemos por isso.”
Servo, tem a função única de servir, nunca de ser servido!
Comoserpossívelfalarmosemprêmiopormerecimento,comoCausaeEfeitoàluzdessas palavras
e da parábola “Os trabalhadores na vinha”, do Mestre Jesus?
Essanossapresençaeonossotrabalhona“vinhadosenhor” é necessária, não como causa interna
do efeito, mas como condição externa do mesmo.
Na parábola, todos os servos estavam trabalhando na vinha;era a condição indispensável para
receberemoprêmiodeumdenário,masnão foi à causa. Assim, os trabalhadores que começaram
cedo julgavam possuir uma causa maior (maior tempo de trabalho), e por isso, terem um efeito
maior (pagamento maior, e em primeiro lugar), estando em erro, pois confundiram condição
(trabalho na vinha) com a causa (bondade do senhor).
Assim, nem os últimos devem se vangloriar de terem sido agraciados com o pagamento de um
denário em primeiro lugar e por um tempo menor de trabalho, nem os primeiros tinham razões
parasequeixarem,poisninguémrecebeuodenáriopormerecimento.Todosforamagraciadospelo
dono da vinha.
Nele, que não veio aqui para julgar nossos méritos, mas sim, para nos resgatar dos deméritos.
Alfredo Bião D’Osàálá

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  • 1. Causa e Efeito ou Meio e Condição? Estiverelendohojea parábola“Ostrabalhadoresnavinha”eme ocorreuvoltaraescreveralgopara colocar sob judice no blog. O tema sobre o título acima exposto merece um pouco de atenção de nossa parte, pois fazparte do contexto dessa parábola de Jesus. Tentar esclarecer esse “trilhar” no “Caminho de volta à morada do Pai” é sempre uma premissa que considero importante para colocar em pauta. Será que Deus mede o nosso prêmio pelo nosso merecimento? Se levarmos em conta que fomos apresentadosaDeus comamorporJesus,devemosentãoconsiderar a sua palavra como premissa de revelação a respeito desse Caminho e sobre esse “trilhar”. Segundo o Mestre, as leis da causalidadesãodo plano físico-mental, não procedem e nem atuam no plano espiritual, pois, ele nos diz: “Os vossos caminhos não são os meus caminhos, e o vosso pensamento não é o meu pensamento”. É o “dai a Cezar o que é de Cezar e a Deus o que é de Deus”, - literalmente! Observo, que na parábola quando um trabalhador da undécima hora recebe antecipadamente o mesmodenárioqueotrabalhadordaprimeirahora,esseesforçomínimonãoéuma causa interna, mas,simplescondiçãoexterna para o advento desse pagamento, pois a causa é a bondade desse senhor ao dispor dos seus bens sem nenhum condicionamento prévio, premiando aqueles que o seguiramapenasetãosomenteatravésdeumapromessadeum“pagamentojusto”,comotambém, aquelescomquemtratouumpagamentodeumdenárioportodoumdia detrabalho.Eleé livre no critério da distribuição dos seus bens, não é servo da justiça humana, mas Senhor da Justiça. Assim, não existe um humano credor de Deus ou um Deus devedor de méritos humanos. Tudo é Graça, - que é de graça!Não há barganhas...
  • 2. Criaremsium meioe umacondiçãofavorávelparareceberopresenteda graça,éestarreceptivoao Seuchamadosemquestionara forma e sem se achar preparado. É atendê-lo como um bom servo apenas. Ele não é nosso empregador e nós não somos seus empregados. Não há essa relação de direitosedeveresentreas partes, com barganhas de competência, segurança e pagamentos. Essa relaçãodeconvívioentreclasseséhumano,nãoespiritual.Aquisim, vigora nesse plano finito uma relação de Causa e Efeito,pois no plano espiritual e infinito essa regra não procede. Se trabalhobem,tenhocompetêncianaáreaqueatuo, sou zeloso, não falto e não me atraso, o faço na certezademerecercomorecompensaaquilo que me é devido com a mesma responsabilidade e presteza do meu empregador. Porém, na verticalidade da justiça divina esses parâmetros não existem. Tentareiesclareceromeupontodevistacomumametáfora:Seum homemabreumajanelaemsua alma,e a luzsolardagraça entrarporessajanela,nãopodemosconsiderarque oabrira janela seja a causa dailuminaçãodesuaalma,pois,seláforanãohouvesseo sol com essa finalidade, de nada serviriaoabrirajanela.Assim,o abrir a janela não é a causa dessa iluminação, apenas o meio. A condiçãoéa de não serumdia nublado.Acausa é o sol com a sua luz!Logo, concluo que Deus é a única causa que gera um efeito.Por isso, Jesus nos adverte com esses dizeres: “Quandotiverdesfeitotudooque deviesfazer, dizei:Somosservosinúteis, fizemos o que tínhamos de fazer;nenhum prêmio merecemos por isso.” Servo, tem a função única de servir, nunca de ser servido! Comoserpossívelfalarmosemprêmiopormerecimento,comoCausaeEfeitoàluzdessas palavras e da parábola “Os trabalhadores na vinha”, do Mestre Jesus? Essanossapresençaeonossotrabalhona“vinhadosenhor” é necessária, não como causa interna do efeito, mas como condição externa do mesmo.
  • 3. Na parábola, todos os servos estavam trabalhando na vinha;era a condição indispensável para receberemoprêmiodeumdenário,masnão foi à causa. Assim, os trabalhadores que começaram cedo julgavam possuir uma causa maior (maior tempo de trabalho), e por isso, terem um efeito maior (pagamento maior, e em primeiro lugar), estando em erro, pois confundiram condição (trabalho na vinha) com a causa (bondade do senhor). Assim, nem os últimos devem se vangloriar de terem sido agraciados com o pagamento de um denário em primeiro lugar e por um tempo menor de trabalho, nem os primeiros tinham razões parasequeixarem,poisninguémrecebeuodenáriopormerecimento.Todosforamagraciadospelo dono da vinha. Nele, que não veio aqui para julgar nossos méritos, mas sim, para nos resgatar dos deméritos. Alfredo Bião D’Osàálá