O documento discute a diferença entre causa e efeito versus meio e condição no contexto da parábola dos trabalhadores na vinha contada por Jesus. Afirma que nossa presença e trabalho na vinha do Senhor são uma condição para receber a recompensa, mas não a causa, e que Deus é a única causa que gera efeitos em nossas vidas. Conclui que nenhum de nós merece prêmios por mérito, mas somos todos agraciados pela bondade de Deus.
GUIA DE APRENDIZAGEM 2024 9º A - História 1 BI.doc
Causa e efeito ou meio e condição
1. Causa e Efeito ou Meio e Condição?
Estiverelendohojea parábola“Ostrabalhadoresnavinha”eme ocorreuvoltaraescreveralgopara
colocar sob judice no blog. O tema sobre o título acima exposto merece um pouco de atenção de
nossa parte, pois fazparte do contexto dessa parábola de Jesus.
Tentar esclarecer esse “trilhar” no “Caminho de volta à morada do Pai” é sempre uma premissa
que considero importante para colocar em pauta.
Será que Deus mede o nosso prêmio pelo nosso merecimento? Se levarmos em conta que fomos
apresentadosaDeus comamorporJesus,devemosentãoconsiderar a sua palavra como premissa
de revelação a respeito desse Caminho e sobre esse “trilhar”. Segundo o Mestre, as leis da
causalidadesãodo plano físico-mental, não procedem e nem atuam no plano espiritual, pois, ele
nos diz: “Os vossos caminhos não são os meus caminhos, e o vosso pensamento não é o meu
pensamento”. É o “dai a Cezar o que é de Cezar e a Deus o que é de Deus”, - literalmente!
Observo, que na parábola quando um trabalhador da undécima hora recebe antecipadamente o
mesmodenárioqueotrabalhadordaprimeirahora,esseesforçomínimonãoéuma causa interna,
mas,simplescondiçãoexterna para o advento desse pagamento, pois a causa é a bondade desse
senhor ao dispor dos seus bens sem nenhum condicionamento prévio, premiando aqueles que o
seguiramapenasetãosomenteatravésdeumapromessadeum“pagamentojusto”,comotambém,
aquelescomquemtratouumpagamentodeumdenárioportodoumdia detrabalho.Eleé livre no
critério da distribuição dos seus bens, não é servo da justiça humana, mas Senhor da Justiça.
Assim, não existe um humano credor de Deus ou um Deus devedor de méritos humanos. Tudo é
Graça, - que é de graça!Não há barganhas...
2. Criaremsium meioe umacondiçãofavorávelparareceberopresenteda graça,éestarreceptivoao
Seuchamadosemquestionara forma e sem se achar preparado. É atendê-lo como um bom servo
apenas. Ele não é nosso empregador e nós não somos seus empregados. Não há essa relação de
direitosedeveresentreas partes, com barganhas de competência, segurança e pagamentos. Essa
relaçãodeconvívioentreclasseséhumano,nãoespiritual.Aquisim, vigora nesse plano finito uma
relação de Causa e Efeito,pois no plano espiritual e infinito essa regra não procede.
Se trabalhobem,tenhocompetêncianaáreaqueatuo, sou zeloso, não falto e não me atraso, o faço
na certezademerecercomorecompensaaquilo que me é devido com a mesma responsabilidade e
presteza do meu empregador. Porém, na verticalidade da justiça divina esses parâmetros não
existem.
Tentareiesclareceromeupontodevistacomumametáfora:Seum homemabreumajanelaemsua
alma,e a luzsolardagraça entrarporessajanela,nãopodemosconsiderarque oabrira janela seja
a causa dailuminaçãodesuaalma,pois,seláforanãohouvesseo sol com essa finalidade, de nada
serviriaoabrirajanela.Assim,o abrir a janela não é a causa dessa iluminação, apenas o meio. A
condiçãoéa de não serumdia nublado.Acausa é o sol com a sua luz!Logo, concluo que Deus é a
única causa que gera um efeito.Por isso, Jesus nos adverte com esses dizeres:
“Quandotiverdesfeitotudooque deviesfazer, dizei:Somosservosinúteis, fizemos o que tínhamos
de fazer;nenhum prêmio merecemos por isso.”
Servo, tem a função única de servir, nunca de ser servido!
Comoserpossívelfalarmosemprêmiopormerecimento,comoCausaeEfeitoàluzdessas palavras
e da parábola “Os trabalhadores na vinha”, do Mestre Jesus?
Essanossapresençaeonossotrabalhona“vinhadosenhor” é necessária, não como causa interna
do efeito, mas como condição externa do mesmo.
3. Na parábola, todos os servos estavam trabalhando na vinha;era a condição indispensável para
receberemoprêmiodeumdenário,masnão foi à causa. Assim, os trabalhadores que começaram
cedo julgavam possuir uma causa maior (maior tempo de trabalho), e por isso, terem um efeito
maior (pagamento maior, e em primeiro lugar), estando em erro, pois confundiram condição
(trabalho na vinha) com a causa (bondade do senhor).
Assim, nem os últimos devem se vangloriar de terem sido agraciados com o pagamento de um
denário em primeiro lugar e por um tempo menor de trabalho, nem os primeiros tinham razões
parasequeixarem,poisninguémrecebeuodenáriopormerecimento.Todosforamagraciadospelo
dono da vinha.
Nele, que não veio aqui para julgar nossos méritos, mas sim, para nos resgatar dos deméritos.
Alfredo Bião D’Osàálá