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Albert Friesen, Cuidando na Enfermidade.                                                            1



       Cuidando na Enfermidade é um guia prático para leigos, pastores,
seminaristas, líderes e cristãos de todos os tipos para a missão de socorrer pessoas
em seu sofrimento, risco, solidão, doença, luto e problemas espirituais. É um guia
para compreender melhor o que é a dor e a sua inevitabilidade; para entender a
doença e seus desavisos; e o principal: promover encontros transformadores entre o
conselheiro e o aconselhando.

       A grande idéia do livro em todo o seu escopo, início, meio e fim pode ser
resumida em duas frases, uma a respeito do visitador domiciliar, outra a respeito de
quem faz visita em hospital. A primeira nos mostra o valor do encontro1:

                        “Na visitação é preciso desenvolver um encontro verdadeiro. E um encontro
                        é verdadeiro apenas quando ele é pessoal, olho no olho, quando a
                        motivação maior do visitador é a pessoa do visitado [...] „Eu vim para vê-lo e
                        para saber como você está!‟ é a melhor motivação possível para visitar
                        alguém” (pg.27).

       A segunda citação, agora a respeito da visitação hospitalar é a que segue:

                        “No mais significativo dos níveis, o ministro nada faz no quarto do doente.
                        Ele não veio tratar o paciente. Ele não veio realizar nenhum rito mágico. Ele
                        veio para estar com o paciente. Só isso. [...] Ele vem para saber, para ali
                        estar, para fornecer, para levar embora. A tarefa do pastor, o que o torna
                        um recurso tão valioso para o atarefado pessoal hospitalar é estar ali sem
                        outra razão que simplesmente a de estar com o paciente” (pg.113).


       Em termos práticos o livro é rico em informações sobre dicas essenciais
testadas e aprovadas para visitação. Um deles é a metacomunicação na visitação,
ou seja, reparar na linguagem não falada do lugar e da pessoa visitada. Além disso,
ele nos expõe frente às dúvidas sobre a dor, seus estágios, seus limites, como lidar
e encarar seus aspectos positivos e negativos. É específico a respeito de como uma
pessoa hospitalizada se sente, e quais possíveis reações ela está passando e,
portanto, o que falar e o que não falar em tais horas. É assim também com o luto.

       Um aspecto bem demarcada em todo o livro que é muito importante todos
sabermos: “a dor não é simplesmente dor para todos de maneira igual” (pg.75).
Existem muitas maneiras de lidar com a dor. Relacionar-se inadequadamente com a
dor pode atrapalhar mais que ajudar. É impossível não reagir com intensidade diante
da dor.


1
 Outra citação marcante de Friesen é: “uma mensagem do púlpito alcança o intelecto, mas o
encontro na visitação pode atingir emoções, o centro da alma” (pg.32).
Albert Friesen, Cuidando na Enfermidade.                                            2



          Em minha opinião o livro é muito bom, no entanto, é necessário fazer algumas
críticas ao seu conteúdo. Quanto a sua teologia, o livro não possui um fundamento
abrangente da tarefa visitadora, nem um estudo de caso mais elaborado, é de fato,
um livro com um fim prático (prefácio). Isso pode cair em alguns problemas, como
generalização, ocultamento de pressupostos, argumentação sem base bíblica e
conclusões pouco refletidas. Citarei apenas dois exemplos, o 1° sobre o que dizer
em momento de luto na pag. 112 no argumento “d” que promove um pensamento
aberto (e mal elaborado) à doutrina universalista. E o segundo, no início do prefácio
entre a relação fé e obras que é feita de maneira ligeira e muito ambígua.

          Em relação aos pressupostos do autor podemos salientar: 1. Evangélico com
influência alemã2; 2. Missão Integral; 3. Aconselhamento Integral; 4. Tricotomista; 5.
Enfoque prático-pastoral. Eu creio que o autor tem bons pressupostos, embora seu
livro não seja tão bem fundamentado teologicamente é um livro bem evangélico (no
bom sentido) que nutre nossa fé na ação de Cristo na vida da Igreja.

          O livro em termos de abrangência é muito eficaz. É como disse no início um
livro aconselhável para diversas pessoas por possuir uma linguagem simples, fácil
de entender. É também um livro atual que lida com os avanços científicos a respeito
da dor, luto, tratamento, estágios da dor (principalmente com doentes terminais,
pags. 123-126); dialoga com bons autores da atualidade a respeito em poimênica.

          Por isso, é um livro aplicável para a nossa realidade como seminaristas-
cristãos-pastores-conselheiros e para toda a realidade da Igreja de Cristo. Eu, com
certeza, se desse algum curso sobre visitação para os presbíteros, diáconos e a
quem mais se interessar usaria o livro de Friesen como um dos livros-textos, muito
desse entusiasmo por ele ser prático e específico nas situações mais comuns sobre
visitação e aconselhamento.

          Para quem deseja viver e promover encontros de resgate com pessoas em
todos os tipos de sofrimento, dor, desesperança, como o próprio autor nos diz:
“ousar a fé e vivenciar a esperança é o melhor remédio que o ser humano pode
receber como lenitivo da dor final”. A Ele seja toda a glória!




2
    Foi impossível perceber se é Luterano ou Reformado.

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Cuidando na Enfermidade: um guia prático para visitação

  • 1. Albert Friesen, Cuidando na Enfermidade. 1 Cuidando na Enfermidade é um guia prático para leigos, pastores, seminaristas, líderes e cristãos de todos os tipos para a missão de socorrer pessoas em seu sofrimento, risco, solidão, doença, luto e problemas espirituais. É um guia para compreender melhor o que é a dor e a sua inevitabilidade; para entender a doença e seus desavisos; e o principal: promover encontros transformadores entre o conselheiro e o aconselhando. A grande idéia do livro em todo o seu escopo, início, meio e fim pode ser resumida em duas frases, uma a respeito do visitador domiciliar, outra a respeito de quem faz visita em hospital. A primeira nos mostra o valor do encontro1: “Na visitação é preciso desenvolver um encontro verdadeiro. E um encontro é verdadeiro apenas quando ele é pessoal, olho no olho, quando a motivação maior do visitador é a pessoa do visitado [...] „Eu vim para vê-lo e para saber como você está!‟ é a melhor motivação possível para visitar alguém” (pg.27). A segunda citação, agora a respeito da visitação hospitalar é a que segue: “No mais significativo dos níveis, o ministro nada faz no quarto do doente. Ele não veio tratar o paciente. Ele não veio realizar nenhum rito mágico. Ele veio para estar com o paciente. Só isso. [...] Ele vem para saber, para ali estar, para fornecer, para levar embora. A tarefa do pastor, o que o torna um recurso tão valioso para o atarefado pessoal hospitalar é estar ali sem outra razão que simplesmente a de estar com o paciente” (pg.113). Em termos práticos o livro é rico em informações sobre dicas essenciais testadas e aprovadas para visitação. Um deles é a metacomunicação na visitação, ou seja, reparar na linguagem não falada do lugar e da pessoa visitada. Além disso, ele nos expõe frente às dúvidas sobre a dor, seus estágios, seus limites, como lidar e encarar seus aspectos positivos e negativos. É específico a respeito de como uma pessoa hospitalizada se sente, e quais possíveis reações ela está passando e, portanto, o que falar e o que não falar em tais horas. É assim também com o luto. Um aspecto bem demarcada em todo o livro que é muito importante todos sabermos: “a dor não é simplesmente dor para todos de maneira igual” (pg.75). Existem muitas maneiras de lidar com a dor. Relacionar-se inadequadamente com a dor pode atrapalhar mais que ajudar. É impossível não reagir com intensidade diante da dor. 1 Outra citação marcante de Friesen é: “uma mensagem do púlpito alcança o intelecto, mas o encontro na visitação pode atingir emoções, o centro da alma” (pg.32).
  • 2. Albert Friesen, Cuidando na Enfermidade. 2 Em minha opinião o livro é muito bom, no entanto, é necessário fazer algumas críticas ao seu conteúdo. Quanto a sua teologia, o livro não possui um fundamento abrangente da tarefa visitadora, nem um estudo de caso mais elaborado, é de fato, um livro com um fim prático (prefácio). Isso pode cair em alguns problemas, como generalização, ocultamento de pressupostos, argumentação sem base bíblica e conclusões pouco refletidas. Citarei apenas dois exemplos, o 1° sobre o que dizer em momento de luto na pag. 112 no argumento “d” que promove um pensamento aberto (e mal elaborado) à doutrina universalista. E o segundo, no início do prefácio entre a relação fé e obras que é feita de maneira ligeira e muito ambígua. Em relação aos pressupostos do autor podemos salientar: 1. Evangélico com influência alemã2; 2. Missão Integral; 3. Aconselhamento Integral; 4. Tricotomista; 5. Enfoque prático-pastoral. Eu creio que o autor tem bons pressupostos, embora seu livro não seja tão bem fundamentado teologicamente é um livro bem evangélico (no bom sentido) que nutre nossa fé na ação de Cristo na vida da Igreja. O livro em termos de abrangência é muito eficaz. É como disse no início um livro aconselhável para diversas pessoas por possuir uma linguagem simples, fácil de entender. É também um livro atual que lida com os avanços científicos a respeito da dor, luto, tratamento, estágios da dor (principalmente com doentes terminais, pags. 123-126); dialoga com bons autores da atualidade a respeito em poimênica. Por isso, é um livro aplicável para a nossa realidade como seminaristas- cristãos-pastores-conselheiros e para toda a realidade da Igreja de Cristo. Eu, com certeza, se desse algum curso sobre visitação para os presbíteros, diáconos e a quem mais se interessar usaria o livro de Friesen como um dos livros-textos, muito desse entusiasmo por ele ser prático e específico nas situações mais comuns sobre visitação e aconselhamento. Para quem deseja viver e promover encontros de resgate com pessoas em todos os tipos de sofrimento, dor, desesperança, como o próprio autor nos diz: “ousar a fé e vivenciar a esperança é o melhor remédio que o ser humano pode receber como lenitivo da dor final”. A Ele seja toda a glória! 2 Foi impossível perceber se é Luterano ou Reformado.