Este documento descreve as origens da lenda do Rei Arthur e como ela se desenvolveu ao longo dos séculos, inspirando diversas obras literárias e cinematográficas. Também discute se Arthur realmente existiu historicamente e como a busca por entender a humanidade levou à construção desta lenda no imaginário medieval.
1. A primeira versão da lenda foi escrita esta tem fundo de verdade (no caso, se geral era oferecer a todos aquilo que ape- Ao redor das termas, circulavam ban-
por um monge bretão de nome Geoffrey um rei Arthur realmente existiu), como nas os mais abastados podiam gozar, que didos, escroques, sedutores de todos os ti-
de Monmouth, por volta do século XII: His- disse José Carlos Reis em A História en- era o prazer de um banho de luxo. Com pos, prostitutos dos dois sexos. Com seus
toria Regnum Brithanniae (História dos tre a Filosofia e a Ciência: “A história isso, Agripa, ministro das Águas, dedicou- vestiários imensos, seus corredores mal ilu-
Reis da Bretanha). Daí por diante, várias se aproximaria de certa forma da poesia, se à construção de um novo tipo de estabe- minados e suas salas repletas de vapor opa-
versões surgiram, e chegaram até os dias pois elabora um discurso sobre o huma- lecimento inspirado nos encontrados na co, as termas era o palco de um teatro, no Curso de História da FUNEDI/UEMG Divinópolis – Ano 4 – Nº 13 – Junho/2010
atuais. Filmes como As Brumas de Avalon, no em suas múltiplas manifestações, pelo Grécia. Assim, pela primeira vez, a água qual ricos exibiam suas fortunas, combi-
Rei Arthur e muitos outros livros, peças de prazer de conhecer o humano ser” – e necessária era trazida por um aqueduto es- navam negócios e arquitetavam assassina- A História na Feira do ISED
teatro e até mesmo novelas (Pé na Jaca, esta busca também possibilitaria aos ho- pecial. As salas ficavam dispostas em cír- tos; as messalinas vagavam pelos salões,
Ao que tudo indica, nossa participa- dade viva na alma dos divinopolitanos. Esta
de Carlos Lombardi, estreada pela Rede mens do passado “a esperança de sobre- culos e instaladas no coração de um par- os homens se prostituíam e a pureza dos
ção na feira vai ser brilhante. Pelo busca abre caminhos para a percepção de
ediotiral
Globo em 2006) tinham personagens com viverem a sua finitude”. que com um lago artificial, onde se podia jovens e a honra das mulheres desapareci-
empenho dos estudantes, isso não nossas raízes culturais e para a luta de al-
os nomes que remetiam à lenda e até a um Quer ter uma boa visão sobre a lenda? nadar ao ar livre ao sair do frigidarium. am no meio da fumaça.
deixa dúvidas. Os grupos estão or- guns setores na construção de nossa socie-
pouco da história. Eu indico uma trilogia de livros que está Com a nova mudança arquitetônica, Nas águas das termas, realizavam-se en-
ganizados e trabalhando para trazer dade. Nesse sentido, acreditamos que os tra-
Enfim, se o Rei Arthur realmente exis- na lista dos meus favoritos: As Crônicas nasceram as termas, que evocavam ao mes- contros, traições, armações, descansos, co-
um colorido cultural e um debate efu- balhos vão jogar luz no conhecimento de
tiu (não há uma certeza concreta a este do Rei Arthur, de Bernard Cornwell – são mo tempo a Grécia e o calor. Com o tempo mércios e prazeres do ócio. Nelas, os ro-
sivo a respeito da cidade, de sua literatura, nossa cultura e interpretação da sociedade
respeito), significa que muito tem de ser três livros: O Rei do Inverno, O Inimigo as termas transformaram-se em grandes manos adoravam com luxo mergulhar!
seu trabalho, sua evolução urbana e suas da qual fazemos parte.
estudado sobre o assunto. Entretanto, é de Deus e Excalibur (uma literatura de ro- construções, cada vez mais oponentes e lu-
relações políticas e econômicas ao longo A feira está sinalizando para um grande
verdadeira a sua existência no imaginá- mances de ficção histórica baseada em pes- xuosas, conforme os caprichos de seus Adriana Faria e Cruz
de quase cem anos de muita história. potencial criativo, apontando que podemos
rio medieval e, por que não, também no quisas históricas em certos pontos). construtores. aluna do 3º período de História
A feira é um espaço importante para a realizar eventos para tornar nosso curso
imaginário atual? E, nesta busca por en-
interlocução dos diversos cursos do ISED. mais envolvente. Dessa forma, nosso en-
tender como a ficção motivou a constru- Carla F. Morais Informes É um espaço para o exercício de nosso volvimento e nossa dedicação também se
ção histórica de determinada época e se aluna do 3º período de História
aprendizado, além de estimular a busca fora tornam maiores, mais fortes e integrados no
Simpósio Encontro de professores da faculdade, de fontes capazes de nos desejo de sucesso. Os projetos extra grade
Os prazeres dos banhos romanos aproximar de nossa memória. Assim, esta- curricular e sala de aula são motivadores e
Encontro para ampliar conhecimentos: 1º 4º Encontro de Professores de Literatu-
mos colaborando com a construção de uma capacitadores de nossa excelência. Essa bus-
Descendentes de Rômulo, que foi nheira coletiva, cujo fundo era coberto de Simpósio de História Oral e Memória: Me- ras Africanas de Língua Portuguesa.
cultura que valoriza o antigo e deixa a ci- ca deve ser constante no meio acadêmico.
salvo das águas, os romanos sempre mosaicos representando peixes, divindades mória da Zona Leste de São Paulo. Data: Data: de 26 a 29 de outubro de 2010. Lo-
de 22 e 23 de junho de 2010. Local: Esco- cais: PUC Minas e UFMG, em Belo Ho-
artigo
amaram a natação e o banho. Os bal- ou monstros marinhos abastecidos de água Frei Bernardino: ideias de um pensador
neários eram acessíveis aos notáveis, muito quente. Entravam descendo alguns la de Artes, Ciência e Humanidade da USP. rizonte (MG).
enriquecidos graças às suas conquis- degraus e sentavam perto de algumas pes- Quando abrimos a porta do Conven- frei filósofo se dispôs a nos dar um minuti-
tas, enquanto os banhos públicos soas que já estavam mergulhadas. Quando Encontros Regionais de História Lançamento de livro to de Santo Antônio, nos deparamos nho da sua atenção para falar de diversos
entrevista
eram destinados aos demais, que eram a não suportavam mais o calor das águas, com um senhor que nos olhava com assuntos.
17º Encontro Regional de História da Os Impasses da Estratégia – Os Comu-
maioria. iam ao outro extremo da sala banhar-se nas grandes olhos azuis, bochechas ro- *
ANPUH. Conhecer, pesquisar e ensinar nistas, o Antifacismo e a Revolução Bur-
O banho era uma operação demorada, águas frias. sadas, cabelos brancos. Ele nos re- Amanda Cristina Alves e Adriana Fa-
História: o lugar do conhecimento no guesa no Brasil. 1936-1948, de Carlos Za-
complexa e cheia de rituais. Os usuários Nestas salas, permaneciam por um bom cebeu com um sorriso cativante, es- ria e Cruz, alunas do 3° período de Histó-
mundo contemporâneo. Data: de 18 a 23 carias de Serra Júnior (Editora Annablu-
podiam imaginar que estavam sendo rece- tempo, trocando opiniões com os amigos pontâneo e alegre. Logo reconhecemos que ria – Como o senhor chegou à vida religio-
de julho de 2010. Local: Universidade me e UNB). Este livro pretende analisar
bidos no palácio dos reis da Ásia, que os ou com aqueles que estavam ao seu lado. seria ele o Frei Bernardino. Receptivo, o sa? O que o levou a ingressar na ordem dos
Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) a trajetória do PCB entre os anos de 1936
gregos chamavam de paradisoi, e, depois Depois vinha a unção, e os banhistas ro- franciscanos?
– Campus de Três Lagoas. e 1948, tendo como foco a linha política Arquivo da Assessoria de Comunicação
de se despirem no vestiário (apodyterium), manos começavam a limpar seus corpos Frei Bernardino – Na verdade, não sei.
de união nacional e a estratégia de revo-
onde deixavam as túnicas, os mantos e as cobertos pelo suor e de sabão com a ajuda Na Holanda, meus pais, que faziam parte
12º Encontro Regional de História da lução democrática burguesa defendida pe-
sandálias, os romanos entravam na sala da strigile. Em seguida, um massagista tra- da 3ª ordem dos franciscanos, me incenti-
ANPUH. História: políticas públicas e los comunistas brasileiros na conjuntura
aquecida (tepidarium), onde o corpo rela- balhava todos os músculos com um óleo varam a entrar para o colégio desta mesma
práticas culturais. Data: de 21 a 25 de ju- da luta antifacista. O livro narra a história
xava e se aquecia. Assim, começavam a perfumado, e, por fim, os mais corajosos ordem. Com isso, entrei na vida religiosa.
nho de 2010. Local: Universidade Regio- do PCB tomando como base os documen-
transpirar e, em seguida, passavam para o mergulhavam na piscina de água fria (fri- Mas, no primeiro momento, não me inte-
nal do Cariri (URCA) – Crato (CE). tos que orientavam a linha do Partido.
caldarium. O local era menos iluminado e gidarium). ressava muito. Somente depois me interes-
menor. Neste lugar, havia uma enorme ba- A passagem de uma sala até a outra re- sei, de fato, pela ordem na qual permaneço
queria muito tempo, e, com isso, foi sur- até hoje com muita devoção e dedicação.
gindo um pequeno comércio de iguarias, EXPEDIENTE
nas quais vendedores passavam anunci- Amanda e Adriana – O que trouxe o se-
Boletim informativo do curso de História da FUNEDI/UEMG – Ano 4 – Nº 13 – Junho/2010
ando seus produtos, como pastéis, salsi- nhor à cidade de Divinópolis? O que a ci-
– Editor deste número: Dayan Botelho de Castro (professor do curso de História) – Projeto
chas e patês, e as termas ofereciam, além dade hoje representa para o senhor?
gráfico/editorial e diagramação: Daniela Couto – Ilustrações: Arnaldo Pires Bessa – Revi-
das massagens, as depilações, concertos Frei Bernardino – O que me trouxe foi
são: Elvis Gomes (Assessoria de Comunicação da
e bibliotecas. a faculdade. Naquele tempo, só existia uma
FUNEDI/UEMG) – Contatos: (37) 3229-3569 –
A partir do ano de 29, quando o hor- Faculdade de Teologia de franciscanos em
historia@funedi.edu.br – Avenida Paraná, 3001,
ror das guerras civis terminou, Augusto, Minas Gerais, onde faltou um professor e,
bairro Jardim Belvedere, CEP 35501-170 – Divi-
percebeu que um dos meios de retornar a sendo a Holanda fundadora dessa provín-
nópolis (MG)
paz social, a felicidade e a prosperidade cia, me prontifiquei ao trabalho. Em outu-
Boletim informativo do curso de História da FUNEDI/UEMG – Ano 4 – Nº 13 – Junho/2010 Boletim informativo do curso de História da FUNEDI/UEMG – Ano 4 – Nº 13 – Junho/2010
5 6
2. bro de 1951, estava eu defendendo minha mim, já é uma história. Todos temos histó- A arte sociológica do Reinado nas Minas Gerais Graal: a ambição humana pelo poder
tese de doutorado em Roma, quando me rias. Construindo cada um a sua, olhando
convidaram para lecionar no Brasil. Em de- três dimensões, podemos ver o que somos O dilema da conciliação da síntese bi- tido. Reza a Graal... Uns dizem que este era o cá- dos pecados cometidos. Várias peças apa-
zembro do mesmo ano, estava eu desem- hoje, o que fomos no passado e o que sere- ológica e a diversidade cultural da es- tradição que lice que Cristo usou na última santa receram no período medieval se passando
artigo
artigo
barcando no Rio de Janeiro, recebido por mos no futuro. Todos os seres humanos são pécie trazem uma centralidade de há- negras pu- ceia e outros também acrescentam pelo Santo Graal. Cálices de ouro maciço
um padre franciscano brasileiro que falava histórias em construções, pois não somos bitos culturais na qual “eles têm um nham escondi- que este foi o cálice da qual José de cravejado de pedras preciosas apareceram
fluentemente o holandês. Quando cheguei, isolados, vivemos dentro de um grupo so- costume singular pelo qual diferem do nas carapi- Arimateia também colheu o sangue em determinados lugares atraindo cente-
ainda eram vilarejos, o meio de transporte cial. Em minha opinião, quem não conhe- de todas as outras nações do mundo” nhas o ouro de Cristo na cruz quando um solda- nas de fiéis e peregrinos, mas tudo não
era o burro e a estrada, de chão. Hoje, vejo ce história não possui memória do passado (Heródoto – 484-424 a.C.), manten- que consegui- do lhe atingiu com uma lança. passou de farsa.
a cidade como está desenvolvida, como um e de si mesmo, de sua cultura; o futuro é do os povos diferentes de cultura, religião, am e ia lavar as O objeto em questão foi um dos mais Estudiosos dizem que o objeto nomea-
grande polo comercial. Com o tempo, me expresso pelo passado. A visão em termos etnia e tendo mudado de território, mas cabeças nas polêmicos da Idade Média. A primeira vez do de Graal, na época em que viveu Cristo,
identifiquei com a cidade, e hoje posso di- de planos em boa parte traz resultados cla- sempre levando na alma a certeza da sua águas bentas Daniela Couto que ele aparece na literatura é em um ro- era provavelmente uma tigela de madeira
zer que aqui estão minha família, meus ros na própria educação de história que re- cultura. das igrejas da mance de um escritor francês, Chrétien de comum usada no cotidiano, e não um cáli-
amigos, meus companheiros, meu trabalho; cebemos até agora. É pela história que par- Gingado, festas, músicas, comida, co- cidade, a fim de que o metal se despren- Troyes, escrito entre 1162 e 1182: Perce- ce de ouro esplendoroso, e que este dificil-
é onde representa toda a minha vida. ticipamos e temos que compreender histo- res, sempre regados de muito folclore que desse no fundo. Negros previamente avi- val le Gallois ou Le Conte du Graal. O Gra- mente teria chegado à Idade Média, devi-
ricamente os fatos e feitos. Se não enten- conta com a participação popular, demons- sados iam depois, discretamente, retirá-los. al no dito romance é um prato (ou uma ti- do ao fato de ter sido feito no século I.
Amanda e Adriana – Como o senhor in- dermos, como iremos imaginar um futuro trando a relação com o protetor. Os africa- Os esforços do grupo foram compensados. gela) cravejado de pedras preciosas que O fato é que tal objeto deslumbrou pes-
gressou na academia? se não temos conhecimento para abranger nos, desde séculos atrás, celebravam, sem O rei, que se convertera ao Catolicismo, carrega uma hóstia. O autor une a lenda de soas, que saíram à sua procura, ou seja, à
Frei Bernardino – Na Holanda, me for- todo o intelectual do ser humano? A cons- regras, sem dependência, cada qual agra- foi batizado com o nome de Francisco, ou Arthur com o venerável objeto. Entretan- procura de poder. Não é o homem um ser
mei em Teologia, Filoso- trução do homem vem decendo ao santo pela graça alcançada. Ten- Chico Rei, tornando-se devoto de Nossa to, a história é interrompida antes de ter que por natureza ambiciona o poder? Tam-
fia e Psicologia, e, quando O ser humano precisa através do próprio enten- do sua celebração reconhecida em louvores Senhora do Rosário. E, para agradecer pela um fim, devido à morte de Troyes. Após bém vale ressaltar que, na Idade Média, o
estava realizando meu revestir-se da armadura dimento, conhecendo a como missas, novenas, quermesses, orna- grande graça alcançada, organizou as fes- estes escritos do romancista francês, mui- imaginário e a realidade mantinham uma
doutorado de Teologia de Deus, pois a viagem si mesmo e tendo de se mentações, dança, folguedos. E, ao final de tas do Reinado nas quais sua nova crença tas versões já foram escritas. Uma das mais proximidade constante, ou seja, muitos
Moral, em Roma, fui con- da vida peregrina conhecer como ser histó- cada celebração, sentavam-se ao redor do se mesclava com as crendices. atuais que citam o objeto é o polêmico Có- elementos fictícios saíam da ficção e vira-
vidado a lecionar no Bra- por esta terra é luta, rico, pois somos feitos santo pelo fato de ter cumprido um dever. Com as economias e as dívidas do pa- digo Da Vinci, de Dan Brown. vam elementos da realidade e não era cer-
sil. Comecei no Norte de coragem e perseverança através de um ser de O Reinado vem de uma tradição antiga trão, comprou a Mina da Encardideira, vol- Saindo dos rolos de pergaminhos me- to uma distinção do real e da fantasia, o
Minas, e foi uma revelação até o fim! compreensão histórica. como conta a lenda de um rei africano cha- tando, assim, a ser imperador entre os seus, dievais para a realidade, o Santo Graal não mundo metafísico se misturava nas concep-
muito grande, da qual gos- mado Galanga, que veio para o Brasil jun- também convertidos, mas com raízes atá- foi apenas um objeto fictício naquela épo- ções do cotidiano dos medievos. Indico uma
tei muito. No ano de 1953, fui convidado a Amanda e Adriana – Como o senhor vê to com sua rainha Djalô, sua princesa Itulo vicas demasiado fortes, prendendo-os aos ca. Ele se tornou um dos elementos mais trilogia super bacana para se conhecer um
lecionar na Faculdade de Filosofia, Ciên- a relação entre Filosofia e História? e seu filho, junto com dezenas de mem- ritos nativos da África. Assim, espalhou- procurados pelos medievos, entre eles os pouquinho sobre o assunto: A Demanda do
cias e Letras de Divinópolis. Em 1967, ter- Frei Bernardino – A Filosofia é História. bros da tribo. Atravessou o Atlântico nos se por toda Minas o costume do Reinado. templários, e há quem diga que até mesmo Graal: O Arqueiro, O Andarilho e O Here-
minou a faculdade e fui transferido para sombrios porões de um navio negreiro, A arte do Reinado, tendo-se iniciado sécu- o famoso nazista Adolf Hitler tenha anda- ge – os três livros são de um dos meus au-
Belo Horizonte, para a Faculdade de Se- Amanda e Adriana – Que visão o se- onde a bordo viu lançar-se ao mar sua rai- los antes com manifestações culturais e re- do atrás do valoroso Graal. Mas por que tores favoritos: Bernard Cornwell. Contu-
minário Central do Clero Diocesano. E nhor tem do estudante de hoje? nha e sua princesa. O nobre homem rebai- ligiosas, traz um enredo com três emble- tamanha busca? do, vale ressaltar que são romances de fic-
depois lecionei a matéria de Teologia na Frei Bernardino – O povo lê muito pou- xado à categoria de mercadoria foi vendi- mas importantíssimos: a Vida de São Bene- Em minhas concepções e nas de alguns ção histórica, mas que, em sua construção,
Pontifícia Universidade Católica de Minas co. Até os estudantes não aprendem a ler do no Rio de Janeiro em 1740 e levado à dito, o encontro de Nossa Senhora do Rosá- autores, isso acontece devido ao santo ob- há vestígios de pesquisas históricas.
Gerais, fui professor na Faculdade Jesuíta os textos, não interpretam, não possuem vo- Vila Rica, atual Ouro Preto, então capital rio submergida nas águas e a representação jeto ter poderes, ou seja, o homem que ti-
de Teologia e Filosofia e no Instituto San- cabulário em sua língua, não aprendem, da província. Rei em sua terra, jamais se de Carlos Magno contra invasões mouras. vesse tal objeto em sua posse seria o mais Carla F. Morais
to Tomás de Aquino até o ano de 2004, quan- com o autor, a ter o senso crítico em senti- conformou com o cativeiro. O Reinado, também chamado de Con- poderoso da Terra e também teria o perdão aluna do 3º período de História
do dei as últimas aulas, percorrendo um ca- do original, negativo, de condenar, querer Aproveitando as raras horas livres, tra- gado, mescla cultos católicos com africa-
minho de 50 anos na área da educação. abolir, não aceitar; criticar significa catar balhou sem descanso a fim de obter os mei- nos num movimento sincrético. Danças que Rei Arthur: a força de uma lenda
as coisas, é o processo de purificar textos, os necessários para comprar cartas de al- representam a coroação do rei do Congo,
Amanda e Adriana – Para o senhor, qual palavras, tirar o que estraga, dificulta, é a forrias. Libertou-se, e também seu filho. acompanhadas de um cortejo compassado, Quem nunca ouviu falar do Rei Ar- valeiro cristão, que reis como Afonso III
é a importância da disciplina de História maneira de viver com os outros. Os filóso-
artigo
Continuaram trabalhando juntos, pois o in- cavalgadas, levantamento de mastro e mú- thur, aquele famoso rei medieval? (1248-1279), da Península Ibérica, se es-
no mundo hoje? O Senhor vê importância fos chamam isso de doutrina de conheci- tento era libertar todos os componentes da sicas. Esta obra cultural mostra a transver- Como uma fã fascinada pela lenda pelharam na figura de Arthur para se legi-
da História (como disciplina) para a cons- mento. Senso crítico precisa existir para tribo com a cooperação geral – isso foi ob- salidade do tempo africano incorporado à medieval, resolvi fazer meu traba- timarem no poder e que também existem
trução do mundo hoje? E a importância da qualquer ciência. sociologia brasileira. lho de conclusão do semestre na dis- vestígios arqueológicos que indiciam que
disciplina para a construção do ser homem? Daniela Couto
Este casamento mostra a trajetória do ciplina de História Medieval, sobre um rei chamado Arthur possa mesmo ter
Frei Bernardino – A vida moderna, para tempo na qual a aculturação de estruturas o assunto. Fiz um artigo: “A Influencia das existido na
Obras do Frei Bernardino incorporadas contribuiu para a formação do lendas Arthurianas no cotidiano medie- Bretanha por
Daniela Couto
nascente Reinado que temos nos dias atu- val”. E, ao pesquisar para fazê-lo, li mui- volta do sécu-
Moral do Burro ais, prendendo a exposição sociológica da tos artigos e alguns livros de historiadores lo VI d.C. En-
O Pouco de Deus é Muito preservação da cultura e dos encantos e e arqueólogos e sabe a que conclusão eu tretanto, há al-
Homossexuais e Éticas Cristãs mantendo sua própria identidade. cheguei? Que a lenda arthuriana, ao ser pro- guns historia-
Matrimônio e Divórcio na Igreja Católica pagada na Idade Média, serviu como ins- dores que não
Em Plena Liberdade Amanda Cristina Alves trumento da Igreja Católica medieval para acreditam nes-
Moral Conjugal e Regulação de Natalidade aluna do 3º período de História disseminar os ideais ou o perfil de um ca- ta hipótese.
Boletim informativo do curso de História da FUNEDI/UEMG – Ano 4 – Nº 13 – Junho/2010
2 Boletim informativo do curso de História da FUNEDI/UEMG – Ano 4 – Nº 13 – Junho/2010 3 Boletim informativo do curso de História da FUNEDI/UEMG – Ano 4 – Nº 13 – Junho/2010
4