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Capital Humano no
Setor de TI
Uma visão do comportamento dos
trabalhadores da informação.
Passo 1:
Reconhecer o
problema
• Haverá um problema na forma
como promovemos o
comportamento humano em
nossas organizações para que
todos os envolvidos se tornem
comprometidos?
• Os modelos de motivação mais
conhecidos nos proveem com
todas as informações que
precisamos para gerir nosso
capital humano?
Passo 2: Oferecer
uma proposta
• A ciência já nos fornece
evidências mais precisas sobre
motivação, porém eles ainda
são timidamente aplicados.
• Este é o argumento básico de
Daniel Pink, em Motivação 3.0
(editora Elsevier, 2010, 240
páginas),
Passo 3: Crítica
• Avaliaremos as proposições de
Pink, procurando contextualizá-
las no ambiente local de TI,
• Analisaremos as críticas
favoráveis e desfavoráveis ao
seu trabalho,
• Realizaremos um breve debate
com base na percepção dos
participantes.
Debate,
temas a escolher
• Durante o evento, os participantes podem
sugerir temas através do twitter
@aplSwColab.
• Antes de iniciar propriamente o debate,
escolheremos 2 ou 3 temas, aos quais
dedicaremos cerca de 15 minutos, somando
aproximadamente 45 minutos no total.
• Para cada tema, inscreveremos, no máximo, 5
pessoas para falar.
Maurício Fernandes de Castro,
sócio da i-Serv Consultoria Empresarial Ltda,
empresário do setor de TI há 20 anos e
coordenador do Grupo de Trabalho de
Colaboração do APL de Software de Curitiba.
Antes de
iniciar,
vamos avaliar
o que a
maioria de nós
aprende sobre
motivação.
O que a
maioria de nós
aprende sobre
motivação?
• Nicolau Maquiavel (1469-1527) “O homem é
mau por natureza”,
• Tomas Hobbes (1588-1679) “O homem é o
lobo do homem”,
• Sun Tzu (séc VIII AC) “Quem tem as
recompensas e punições mais claras?”.
O que a
maioria de nós
aprende sobre
motivação?
• Frederick Taylor (1856-1915) nos ensinou,
através da administração científica, que o
trabalho consiste, maioritariamente, de tarefas
simples e de pouco interesse em particular, e
que a única maneira de fazer com que as
pessoas o realizem é dar-lhes incentivo e
monitorá-las cuidadosamente.
O que a
maioria de nós
aprende sobre
motivação?
• Abraham Maslow (1908-1970) expôs uma
hierarquia em escala que inicia nas
necessidades fisiológicas e se estende até a
realização pessoal.
• Douglas McGregor (1908-1964) propôs a
teoria Y em contraste à teoria X, confrontando
dois comportamentos opostos e afirmando
que, sob as condições corretas, as pessoas
aceitarão e até mesmo irão à procura de
responsabilidades
A maioria de nós
aprende que para
motivar as
pessoas,
qualquer que
seja a situação,
é necessário
estabelecer
recompensas e
punições.
A questão chave,
examinada em detalhes por Pink,
é que há significativa evidência
científica capaz de demonstrar o
quanto o sistema de
recompensas e punições pode
ser ineficaz, em determinadas
situações, e até mesmo
contraproducente.
Em quais
situações o
sistema de
recompensas e
punições
é ineficaz ou
contraproducente?
Por que?
Linha base • Examinaremos agora as situações relatadas
por Pink como mais inadequadas ao modelo
de motivação por recompensas e punições,
denominado por ele “Motivação 2.0”, frente a
um novo modelo “Motivação 3.0”, e outras em
que ele continua a funcionar.
• Porém, o denominador comum é que há uma
linha base (piso) de remuneração para cada
atividade, abaixo da qual nenhuma das
abordagens se torna eficaz.
A natureza das
atividades
• Atividade algorítmica:
segue um conjunto pré estabelecido
(previsível) de instruções.
• Atividade heurística:
simplesmente não segue padrões, as etapas e
sequência para sua conclusão podem ser
alteradas a cada nova execução.
Pink propõe um modelo de
motivação para cada tipo de
atividade
• Atividade algorítmica:
tem sido suficiente aplicar o modelo tradicional
de motivação.
• Atividade heurística:
requer um novo modelo, centrado na
motivação intrínseca.
• Nota: existem críticas quanto a esta
abordagem.
Linha do
tempo,
o reconhecimento
gradual da
importância da
motivação
intrínseca.
• 1915, Taylor, Administração Científica.
• 1943, Maslow, A Hierarquia das Necessidades
Humanas.
• 1950, Harlow, descreve pela primeira vez a
motivação intrínseca.
• 1960, McGregor, O Lado Humano da
Empresa.
• 1962, Glucksberg, relata efeitos negativos da
motivação extrínseca.
Linha do
tempo,
continuação.
• 1971, Deci, estudos estudo dos efeitos da
motivação extrínseca.
• 1973, Lepper, Greene & Nisbet, estudo dos
efeitos da motivação extrínseca sobre
crianças.
• 1985, Deci e Ryan, Teoria da
Autodeterminação.
• 1997, Amabile, estudos sobre a criatividade
nas organizações.
• 1997, Frey, “Not Just for the Money” ...
Harry Harlow
(1905-1981),
descreveu pela
primeira vez a
motivação
intrínseca
• Harlow surpreendeu-se, em 1949, ao descobrir
que podia haver uma “motivação intrínseca”,
produzida pela própria execução da tarefa.
• Realizava estudos com macacos, seguiu para
outras áreas da psicologia e não deu
prosseguimento a suas descobertas no campo
da motivação.
A experiência
de Sam
Glucksberg,
Phd (1933-)
• Em 1962, Glucksberg mediu o tempo de dois
grupos de participantes para resolver um
problema de natureza heurística (o problema
da vela).
• O primeiro grupo sabia apenas que a a tomada
de tempo servia apenas para estabelecer um
valor médio para a solução do problema.
• O segundo foi informado que haveria um
prêmio de $5 para os 25% mais rápidos e de
$20 para o mais rápido.
http://psych.princeton.edu/psychology/re
search/glucksberg/index.php
A experiência
de Sam
Glucksberg, o
experimento da
vela.
O Grupo 1
(sem incentivo)
foi, em média,
3 minutos e
meio mais
rápido que o
grupo 2.
• As recompensas, pela sua própria natureza,
estreitam nosso foco.
• Isto é somente útil quando há um claro
caminho para a solução.
http://www.spring.org.uk/2009/10/how-rewards-can-backfire-and-reduce-
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A experiência
realizada por
Lepper (1944-)
Greene e Nisbet.
Mark Lepper e
seus colegas
estudaram o
comportamento
de crianças frente
a recompensas.
• O estudo concluiu, ainda em 1973, que dos
três grupos formados a partir de 51 crianças
com 3 ou 4 anos de idade, mostrou piores
resultados a longo prazo aquele que foi
incentivado com uma recompensa antes de
iniciarem suas atividades.
• As crianças foram selecionadas para participar
por que gostavam de desenhar.
• A recompensa foi responsável por reduzir a
motivação intrínseca.
Percentual do tempo gasto desenhando
Edward Deci,
Richard Ryan e
a teoria da
autodeterminação
• Em 1985, Deci e Ryan publicam a Teoria da
Autodeterminação, considerando autonomia,
competência e afinidade como fatores-chave.
• Em 1999, Deci, Ryan e Richard Koestner
reavaliaram os estudos de três décadas sobre
o assunto para confirmar as observações.
• “Consideração cuidadosa dos efeitos de
recompensas, relatados em 128
experimentos, levaram a conclusão de que
recompensas tangíveis tendem a ter um efeito
substancialmente negativo sobre a motivação
intrínseca”.
Teresa
Amabile e a
criatividade no
contexto.
• A pesquisa de Amabile e seus colegas
sustenta que em tarefas mais ligadas ao
hemisfério direito do cérebro, como aquelas
que exigem solução flexível de problemas,
inventividade ou entendimento conceitual,
indivíduos sujeitos a recompensas tem mais
dificuldade em visualizar o entorno e produzir
soluções originais.
http://drfd.hbs.edu/fit/public/facultyInfo.do?facInfo=ovr&facId=6409
• extinguir a
motivação
intrínseca,
• diminuir o
desempenho,
• reprimir a
criatividade,
• dispersar bom
comportamento
,
• encorajar
comportamento
antiético,
• tornar-se um
vício,
• incentivar
pensamento de
curto prazo.
Motivação 2.0, recompensas e
punições, pode:
Empresas de
TI no ambiente
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• Necessitam de criatividade?
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prazo?
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remuneração estável?
http://www.mckinseyquarterly.com/The_next_revolution_in_interactions_1690
70% do
crescimento do
emprego
nos EUA será em
atividades
heurísticas.
Motivação 3.0,
como aplicar,
segundo Pink.
Motivação 3.0
aplicada a
atividades
heurísticas.
• Estabeleça uma linha base que seja justa para
remunerar as pessoas de acordo com suas
aptidões.
• Não utilize abordagens do tipo se...então.
• Incentive a autonomia.
• Incentive as pessoas a atingir um nível de
domínio profundo (mastery) de suas atividades.
• Promova o senso de propósito em relação às
atividades.
Motivação 3.0
aplicada a
atividades
algorítimicas.
• Estabeleça uma linha base que seja justa para
remunerar as pessoas de acordo com suas
aptidões.
• É possível tornar a atividade mais desafiadora?
• É possível tornar a tarefa menos rotineira?
• É possível conectar a tarefa a um propósito
maior?
• Caso seja possível, siga as recomendações
usadas para as atividades heurísticas.
Motivação 2.0,
cuidados.
• Estabeleça uma linha base que seja justa para
remunerar as pessoas de acordo com suas
aptidões.
• Procure esclarecer por que a tarefa é
necessária.
• Reconheça que a tarefa é pouco atraente.
• Permita que as pessoas a realizem da sua
própria maneira.
Crítica,
por W. H. Bock
• O livro não mostra uma conexão direta entre o
conceito e a prática, o local de trabalho.
• Apesar das ideias-chave serem válidas
(diferença entre motivação extrínseca e
intrínseca, o poder desta última e o efeito
contrário que pode resultar da primeira), os
exemplos empregados pertencem mais ao
mundo acadêmico. Não é aparente que Pink
tenha conversado com trabalhadores ou
supervisores que lidam com o dia a dia.
• Não se trata da contraposição pura e simples
de ideias, ME, MI e seus efeitos interagem.
Debate,
tema 1
• Autonomia?
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tema 2
• Punições?
Debate,
tema 3
• Linha base?
Motivação 3.0,
Opinião.
Nossa
realidade em
termos de
oferta de
trabalho.
• Nos últimos anos, a linha base de
remuneração tem se deslocado
constantemente para cima.
• Neste cenário, pode ser difícil separar a ideia
de recompensa da necessidade de se manter
um piso, abaixo do qual nenhum dos modelos
de motivação opera eficientemente.
O importante é
proporcionar
um ambiente
de trabalho
saudável.
• Pink fala dos fatores necessários para atingir a
Motivação 3.0, mas eles são uma parte de um
conjunto mais amplo de necessidades.
• O fator chave para um ambiente de trabalho
saudável é o comportamento do chefe.
Gerenciamento
e liderança.
• Organizações modernas, mas especialmente
aquelas que operam no setor de TI, de
qualquer porte, deve encontrar um equilíbrio
interno entre os esforços de gerenciamento e
liderança.
• No papel da liderança, de conduzir uma visão,
as atividades heurísticas são mais exercitadas.
• Abre-se, portanto, um amplo espaço para a
adoção (cuidadosa) das descobertas
relacionadas por Pink e pelos autores por ele
referenciados.
Mudança. • Eventualmente, estas conclusões podem levar
a mudanças consideráveis no ambiente atual
das empresas.
• Elas precisam ser cuidadosamente estudadas
e planejadas.
Agradecimento
s
• mauricio@iservport.com
• @aplSwColab
Anexos
http://www.ted.com/talks/dan_pink_on_motivatio
n.html
Anexos
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07/03/the-terrible-management-technique-that-
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Motivação no setor de TI

  • 1. Capital Humano no Setor de TI Uma visão do comportamento dos trabalhadores da informação.
  • 2. Passo 1: Reconhecer o problema • Haverá um problema na forma como promovemos o comportamento humano em nossas organizações para que todos os envolvidos se tornem comprometidos? • Os modelos de motivação mais conhecidos nos proveem com todas as informações que precisamos para gerir nosso capital humano?
  • 3. Passo 2: Oferecer uma proposta • A ciência já nos fornece evidências mais precisas sobre motivação, porém eles ainda são timidamente aplicados. • Este é o argumento básico de Daniel Pink, em Motivação 3.0 (editora Elsevier, 2010, 240 páginas),
  • 4. Passo 3: Crítica • Avaliaremos as proposições de Pink, procurando contextualizá- las no ambiente local de TI, • Analisaremos as críticas favoráveis e desfavoráveis ao seu trabalho, • Realizaremos um breve debate com base na percepção dos participantes.
  • 5. Debate, temas a escolher • Durante o evento, os participantes podem sugerir temas através do twitter @aplSwColab. • Antes de iniciar propriamente o debate, escolheremos 2 ou 3 temas, aos quais dedicaremos cerca de 15 minutos, somando aproximadamente 45 minutos no total. • Para cada tema, inscreveremos, no máximo, 5 pessoas para falar.
  • 6. Maurício Fernandes de Castro, sócio da i-Serv Consultoria Empresarial Ltda, empresário do setor de TI há 20 anos e coordenador do Grupo de Trabalho de Colaboração do APL de Software de Curitiba.
  • 7. Antes de iniciar, vamos avaliar o que a maioria de nós aprende sobre motivação.
  • 8. O que a maioria de nós aprende sobre motivação? • Nicolau Maquiavel (1469-1527) “O homem é mau por natureza”, • Tomas Hobbes (1588-1679) “O homem é o lobo do homem”, • Sun Tzu (séc VIII AC) “Quem tem as recompensas e punições mais claras?”.
  • 9. O que a maioria de nós aprende sobre motivação? • Frederick Taylor (1856-1915) nos ensinou, através da administração científica, que o trabalho consiste, maioritariamente, de tarefas simples e de pouco interesse em particular, e que a única maneira de fazer com que as pessoas o realizem é dar-lhes incentivo e monitorá-las cuidadosamente.
  • 10. O que a maioria de nós aprende sobre motivação? • Abraham Maslow (1908-1970) expôs uma hierarquia em escala que inicia nas necessidades fisiológicas e se estende até a realização pessoal. • Douglas McGregor (1908-1964) propôs a teoria Y em contraste à teoria X, confrontando dois comportamentos opostos e afirmando que, sob as condições corretas, as pessoas aceitarão e até mesmo irão à procura de responsabilidades
  • 11. A maioria de nós aprende que para motivar as pessoas, qualquer que seja a situação, é necessário estabelecer recompensas e punições.
  • 12. A questão chave, examinada em detalhes por Pink, é que há significativa evidência científica capaz de demonstrar o quanto o sistema de recompensas e punições pode ser ineficaz, em determinadas situações, e até mesmo contraproducente.
  • 13. Em quais situações o sistema de recompensas e punições é ineficaz ou contraproducente? Por que?
  • 14. Linha base • Examinaremos agora as situações relatadas por Pink como mais inadequadas ao modelo de motivação por recompensas e punições, denominado por ele “Motivação 2.0”, frente a um novo modelo “Motivação 3.0”, e outras em que ele continua a funcionar. • Porém, o denominador comum é que há uma linha base (piso) de remuneração para cada atividade, abaixo da qual nenhuma das abordagens se torna eficaz.
  • 15. A natureza das atividades • Atividade algorítmica: segue um conjunto pré estabelecido (previsível) de instruções. • Atividade heurística: simplesmente não segue padrões, as etapas e sequência para sua conclusão podem ser alteradas a cada nova execução.
  • 16. Pink propõe um modelo de motivação para cada tipo de atividade • Atividade algorítmica: tem sido suficiente aplicar o modelo tradicional de motivação. • Atividade heurística: requer um novo modelo, centrado na motivação intrínseca. • Nota: existem críticas quanto a esta abordagem.
  • 17. Linha do tempo, o reconhecimento gradual da importância da motivação intrínseca. • 1915, Taylor, Administração Científica. • 1943, Maslow, A Hierarquia das Necessidades Humanas. • 1950, Harlow, descreve pela primeira vez a motivação intrínseca. • 1960, McGregor, O Lado Humano da Empresa. • 1962, Glucksberg, relata efeitos negativos da motivação extrínseca.
  • 18. Linha do tempo, continuação. • 1971, Deci, estudos estudo dos efeitos da motivação extrínseca. • 1973, Lepper, Greene & Nisbet, estudo dos efeitos da motivação extrínseca sobre crianças. • 1985, Deci e Ryan, Teoria da Autodeterminação. • 1997, Amabile, estudos sobre a criatividade nas organizações. • 1997, Frey, “Not Just for the Money” ...
  • 19. Harry Harlow (1905-1981), descreveu pela primeira vez a motivação intrínseca • Harlow surpreendeu-se, em 1949, ao descobrir que podia haver uma “motivação intrínseca”, produzida pela própria execução da tarefa. • Realizava estudos com macacos, seguiu para outras áreas da psicologia e não deu prosseguimento a suas descobertas no campo da motivação.
  • 20. A experiência de Sam Glucksberg, Phd (1933-) • Em 1962, Glucksberg mediu o tempo de dois grupos de participantes para resolver um problema de natureza heurística (o problema da vela). • O primeiro grupo sabia apenas que a a tomada de tempo servia apenas para estabelecer um valor médio para a solução do problema. • O segundo foi informado que haveria um prêmio de $5 para os 25% mais rápidos e de $20 para o mais rápido. http://psych.princeton.edu/psychology/re search/glucksberg/index.php
  • 21. A experiência de Sam Glucksberg, o experimento da vela.
  • 22. O Grupo 1 (sem incentivo) foi, em média, 3 minutos e meio mais rápido que o grupo 2. • As recompensas, pela sua própria natureza, estreitam nosso foco. • Isto é somente útil quando há um claro caminho para a solução.
  • 24. Mark Lepper e seus colegas estudaram o comportamento de crianças frente a recompensas. • O estudo concluiu, ainda em 1973, que dos três grupos formados a partir de 51 crianças com 3 ou 4 anos de idade, mostrou piores resultados a longo prazo aquele que foi incentivado com uma recompensa antes de iniciarem suas atividades. • As crianças foram selecionadas para participar por que gostavam de desenhar. • A recompensa foi responsável por reduzir a motivação intrínseca. Percentual do tempo gasto desenhando
  • 25. Edward Deci, Richard Ryan e a teoria da autodeterminação • Em 1985, Deci e Ryan publicam a Teoria da Autodeterminação, considerando autonomia, competência e afinidade como fatores-chave. • Em 1999, Deci, Ryan e Richard Koestner reavaliaram os estudos de três décadas sobre o assunto para confirmar as observações. • “Consideração cuidadosa dos efeitos de recompensas, relatados em 128 experimentos, levaram a conclusão de que recompensas tangíveis tendem a ter um efeito substancialmente negativo sobre a motivação intrínseca”.
  • 26. Teresa Amabile e a criatividade no contexto. • A pesquisa de Amabile e seus colegas sustenta que em tarefas mais ligadas ao hemisfério direito do cérebro, como aquelas que exigem solução flexível de problemas, inventividade ou entendimento conceitual, indivíduos sujeitos a recompensas tem mais dificuldade em visualizar o entorno e produzir soluções originais. http://drfd.hbs.edu/fit/public/facultyInfo.do?facInfo=ovr&facId=6409
  • 27. • extinguir a motivação intrínseca, • diminuir o desempenho, • reprimir a criatividade, • dispersar bom comportamento , • encorajar comportamento antiético, • tornar-se um vício, • incentivar pensamento de curto prazo. Motivação 2.0, recompensas e punições, pode:
  • 28. Empresas de TI no ambiente local, • Possuem atividades heurísticas? • Necessitam de criatividade? • Podem crescer pensando apenas no curto prazo? • Podem contar com uma linha base de remuneração estável?
  • 31. Motivação 3.0 aplicada a atividades heurísticas. • Estabeleça uma linha base que seja justa para remunerar as pessoas de acordo com suas aptidões. • Não utilize abordagens do tipo se...então. • Incentive a autonomia. • Incentive as pessoas a atingir um nível de domínio profundo (mastery) de suas atividades. • Promova o senso de propósito em relação às atividades.
  • 32. Motivação 3.0 aplicada a atividades algorítimicas. • Estabeleça uma linha base que seja justa para remunerar as pessoas de acordo com suas aptidões. • É possível tornar a atividade mais desafiadora? • É possível tornar a tarefa menos rotineira? • É possível conectar a tarefa a um propósito maior? • Caso seja possível, siga as recomendações usadas para as atividades heurísticas.
  • 33. Motivação 2.0, cuidados. • Estabeleça uma linha base que seja justa para remunerar as pessoas de acordo com suas aptidões. • Procure esclarecer por que a tarefa é necessária. • Reconheça que a tarefa é pouco atraente. • Permita que as pessoas a realizem da sua própria maneira.
  • 34. Crítica, por W. H. Bock • O livro não mostra uma conexão direta entre o conceito e a prática, o local de trabalho. • Apesar das ideias-chave serem válidas (diferença entre motivação extrínseca e intrínseca, o poder desta última e o efeito contrário que pode resultar da primeira), os exemplos empregados pertencem mais ao mundo acadêmico. Não é aparente que Pink tenha conversado com trabalhadores ou supervisores que lidam com o dia a dia. • Não se trata da contraposição pura e simples de ideias, ME, MI e seus efeitos interagem.
  • 39. Nossa realidade em termos de oferta de trabalho. • Nos últimos anos, a linha base de remuneração tem se deslocado constantemente para cima. • Neste cenário, pode ser difícil separar a ideia de recompensa da necessidade de se manter um piso, abaixo do qual nenhum dos modelos de motivação opera eficientemente.
  • 40. O importante é proporcionar um ambiente de trabalho saudável. • Pink fala dos fatores necessários para atingir a Motivação 3.0, mas eles são uma parte de um conjunto mais amplo de necessidades. • O fator chave para um ambiente de trabalho saudável é o comportamento do chefe.
  • 41. Gerenciamento e liderança. • Organizações modernas, mas especialmente aquelas que operam no setor de TI, de qualquer porte, deve encontrar um equilíbrio interno entre os esforços de gerenciamento e liderança. • No papel da liderança, de conduzir uma visão, as atividades heurísticas são mais exercitadas. • Abre-se, portanto, um amplo espaço para a adoção (cuidadosa) das descobertas relacionadas por Pink e pelos autores por ele referenciados.
  • 42. Mudança. • Eventualmente, estas conclusões podem levar a mudanças consideráveis no ambiente atual das empresas. • Elas precisam ser cuidadosamente estudadas e planejadas.