O documento discute a relação entre população, desenvolvimento econômico e meio ambiente. Apresenta teorias sobre crescimento populacional e seu impacto no meio ambiente. Discute o caso da cidade de Cubatão que sofreu severa poluição devido à industrialização descontrolada, afetando a saúde da população.
4. • MALTHUSIANISMO: é uma teoria demográfica criada pelo
economista inglês Thomas Robert Malthus, no final do século XVIII.
De acordo com esta teoria, a população mundial cresce em
progressão geométrica, enquanto a produção de alimentos em
progressão aritmética.
• NEOMALTHUSIANISMO ocorreu após a Segunda Guerra Mundial
QUANDO houve um grande aumento nos índices de crescimento
populacional, com a diminuição das taxas de mortalidade provocada
pela revolução médico-sanitária (vacinas, distribuição de remédios
entre outros...). Segundo essa linha de pensamento, a fome, a
pobreza e a miséria se dão pela existência de uma população
numerosa e sugerindo como solução para o fim da pobreza, o
controle demográfico.
População: teoriasPopulação: teorias
5.
6. • REFORMISTA foi elaborada em resposta à teoria neomalthusiana.
Segundo a teoria, uma população jovem e numerosa, de elevadas
taxas de natalidade, não é causa, mas consequência do
subdesenvolvimento. Nos países desenvolvidos, em que o padrão de
vida da população é alto, o controle da natalidade ocorre
paralelamente à melhoria da qualidade de vida da população e
espontaneamente, de uma geração para outra.
Nos países subdesenvolvidos, uma população jovem numerosa só se
torna empecilho ao desenvolvimento de suas atividades econômicas
quando não são realizados investimentos sociais, em especial na
educação e na saúde. Tal situação gera um enorme contingente de
mão de obra desqualificada que diante do mercado de trabalho. Para
que a dinâmica demográfica entre em equilíbrio, é necessário
enfrentar em primeiro lugar as questões sociais e econômicas.
7.
8. • Crescimento demográfico e ambiente físico;
• O impacto:
Esgotamento ( terras agrícolas engolidas pela mancha urbana, perda de
solos, desertificação, perda de biodiversidades, dificuldade de acesso
e escassez de minerais, reservas e petróleo em declínio);
Degradação (poluição do ar, água e solo).
População e meio ambientePopulação e meio ambiente
9. • A pressão demográfica: tem influências das teorias malthusianas que
priorizam uma demanda quantitativa sobre a produção que repercute em
politicas de controle social e populacional. Segundo Hogan (2001) “uma
alternativa seria perguntar que combinação de degradação ambiental e
nível de pobreza seriam aceitáveis para permitir um dado tamanho
populacional”.
• A capacidade de suporte: o nível/quantitativo de população que pode ser
suportado por um país em um dado nível de bem-estar. Entretanto, o nível
de bem-estar da população perpassa por diversas variáveis
socioambientais. Assim, entendido apenas como consumo de recursos
esse conceito pode ser reduzido e manipulado ideologicamente.
Na perspectiva do controle populacional,Na perspectiva do controle populacional,
duas questões se apresentam:duas questões se apresentam:
10. • Não é a população isolada como quantidade de indivíduos/ocupantes que
determina a pressão sobre recursos, ou que esgota a capacidade de suporte do
meio.
• A relação entre população e meio ambiente não é uma simples relação causal.
A escassez de recursos não se dá devido apenas ao seu consumo vital.
• População e o meio ambiente se relacionam numa dinâmica que perpassa o
assentamento, a produção de espaços distintos e diversos e os movimentos
migratórios.
• Os quantitativos populacionais sozinhos não explicam a realidade dos
problemas ambientais e sociais, porém não devem ser desconsiderados em
função de macro-processos.
Contraponto:Contraponto:
11. Padrões de assentamento populacionalPadrões de assentamento populacional
• Diz respeito às formas como as populações se distribuem e se fixam no território
envolvendo o manejo, adequação e conflitos ambientais.
• As ocupações de lugares ambientalmente vulneráveis;
• A inteligência consciente permite ás populações sobreviverem e prosperarem nos mais
diversos ambientes naturais.
• Porém, o controle da natureza que muitas populações julgam ter levou o homem a
desconsiderar os limites naturais ao assentamento.
• De fato, o conhecimento técnico de manejo dos reveses ambientais permitem que o meio
físico seja moldado para responder ás nossas necessidades.
• Relações harmoniosas entre homem e o meio físico dependerão fundamentalmente em
como ele exerce o seu “controle”.
12. Migração e ambiente físicoMigração e ambiente físico
A migração humana associada aos padrões de assentamento
constituem um desafio de longo prazo aos estudos das populações e
do meio ambiente;
As questões de recursos orientam a direção, volume e composição de
correntes. Assim as populações se assentam e se movimentam em
função dos seguintes fatores:
•Disponibilidade de recursos;
•Capacidade de suporte;
•Degradação ambiental.
13. • O processo de urbanização, particularmente, é contraditório nesse
contexto. Ele absorve terras rurais possivelmente em desgaste,
porém inaugura novos e intensifica problemas ambientais já
existentes.
• Os movimentos populacionais, mediados por fatores sociais, culturais
e políticos contribuíram para um dos casos de degradação ambiental
mais graves da história do país relacionado à urbanização e a
industrialização.
14. O caso da cidade deO caso da cidade de
Cubatão-SPCubatão-SP
15. O caso da cidade de Cubatão-SPO caso da cidade de Cubatão-SP
História
Durante o governo de Juscelino Kubitschek, década de 50, deu-se início
a um processo acelerado de industrialização do Brasil e Cubatão, até
então, era um paraíso verde. Cercada pela Mata Atlântica, a cidade era
rica em recursos naturais e estava estrategicamente localizada: a
apenas 40 km de São Paulo, maior berço econômico do país; e do Porto
de Santos, o maior porto da América Latina, e por onde entram e saem
grandes quantidades de mercadorias. Ou seja, um local perfeito para
dar início ao grandioso centro industrial paulista.
16. Na década de 1960, Cubatão contava com 18 grandes indústrias,
sendo uma refinaria, uma siderúrgica, sete de fertilizantes e nove de
produtos químicos. A construção delas aconteceu de forma indevida e
invasiva ao meio ambiente. Em 15 anos cerca de 60 Km² de Mata
Atlântica havia sofrido a degradação, formando uma clareira que podia
ser vista por quem descesse a Serra do Mar.
Contudo, os governantes da cidade, assim como os empresários, não
se preocupavam em reverter a situação, uma vez que a poluição de
Cubatão rendia bilhões ao ano, levando a cidade a ser uma das cinco
maiores arrecadadoras de impostos do estado, cerca de 76 bilhões de
cruzeiros. O município representava 2% de toda a exportação do país.
17. Vale da Morte
O intenso volume que as indústrias trabalhavam, eliminando
quantidades enormes de poluentes no ar e nos rios de forma
descontrolada, começou a ter consequências catastróficas visíveis e
preocupantes.
Entre outubro de 1981 e abril de 1982, cerca 1.800 crianças
nasceram na cidade, destas, 37 já nasceram mortas, outras
apresentavam graves problemas neurológicos e anencefalia. Cubatão
era líder em casos de problemas respiratórios no país.
A ONU alarmou o mundo sobre os problemas e consequências
causados pela poluição do polo industrial, usando a cidade como
exemplo a não ser seguido.
18. O ar de Cubatão no início dos anos 80 era denso, possuía cheiro e cor.
Segundo dados da CETESB (Companhia de Tecnologia de Saneamento
Ambiental de São Paulo), 30 mil toneladas de poluentes eram lançadas
por mês no ar da cidade, peixes e pássaros sumiram da poluição de
Cubatão, pois não havia condições naturais para sobreviverem e nem
para se reproduzirem, mas o estado só começou a intervir quando os
danos à saúde da população começaram a demonstrar números
alarmantes.
A cidade, no final dos anos 80, utilizou da Agenda 21 para recuperar a
qualidade de vida socioambiental perdida com a poluição causada pelo
polo industrial. A Agenda 21 é um método de planejamento que tem
por objetivo construir sociedades sustentáveis, nela é possível mesclar
a proteção ambiental, a justiça social e eficiência econômica. Por essa
razão, mesmo hoje, livre da poluição, Cubatão consegue manter uma
linha de produção acentuada e que gera milhões de reais todos os
anos. Em 2011 Cubatão apresentou 100% de controle de poluentes.
19. O caso da cidade de Cubatão-SPO caso da cidade de Cubatão-SP
Análise da dinâmica migratória de Cubatão...
•Migração pendular;
•Seletividade;
•Rotatividade;
•Segregação residêncial;
... Traz elementos que mostram quem paga o preço da poluição (doenças
respiratória, envenenamentos por benzeno, defeitos congênitos...).
20. Características da migração na cidade:
•A taxa de migração pendular é amais alta;
•São mais homens que mulheres;
•Mais pretos e pardos do que brancos;
•Mais nordestinos e com menos escolaridade do que os que migram para as
demais cidades do estado de São Paulo;
•Nas ultimas três décadas os migrantes ficam menos tempo na cidade antes
de migrar de novo;
•Segregação residencial pronunciada.
Fonte: Hogan (1991).
O caso da cidade de Cubatão-SPO caso da cidade de Cubatão-SP
22. Referências:
HOGAN, Daniel Joseph. Crescimento demográfico e meio ambiente.
Revista Brasileira de Estudos Populacionais: Campinas, 1991.
DAMIANI, Amélia Luisa. População e geografia. 2ª ed. São Paulo:
Contexto, 2002.
Sobre a cidade de Cubatão: www.pensamentoverde.com.br
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