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Desvendando Daniel - o exílio
O estudo verso a verso do livro de Daniel tem como objetivo revelar a
história desse jovem hebreu que, com 18 anos de idade, foi levado preso para Babilônia e se tornou
oficial do governo do Império Babilônico comandado pelo rei Nabucodonosor, sob a bênção e direção de
Deus. O livro também revela como Deus protegeu e abençoou a vida desse jovem que sempre foi fiel
aos princípios bíblicos. Ele foi usado pelo Senhor para revelar o significado de muitas profecias e deixar
grandes lições.
O livro é dividido em duas partes: os capítulos de 1 a 6 tratam da parte histórica, e os capítulos 7 a 12,
da parte profética. Os primeiros seis capítulos apresentam o conflito sobrenatural entre as forças do
bem e do mal. Os demais revelam a tentativa humana de estabelecer um domínio mundial,
perseguindo-se inclusive o povo de Deus.
Vale lembrar que este estudo é livre de qualquer opinião pessoal ou interpretações religiosas. Todos os
significados de versos, datas e símbolos são retirados da própria Bíblia, confirmados pela história da
humanidade.
As palestras serão ministradas semanalmente pelo advogado Mauro Braga (a semelhança do que ocorreu
com a série Desvendando o Apocalipse) e os textos redigidos pela jornalista Graciela Érika Rodrigues.
Quem foi Daniel?
Daniel foi um jovem hebreu a quem Nabucodonosor, rei do Império Babilônico, levou como escravo de
Jerusalém para Babilônia, no ano 605 a.C., no início dos 70 anos de cativeiro do povo de Israel. Junto à
corte do rei, Daniel e mais três amigos hebreus destacaram-se por seus conhecimentos gerais. Deus
permitiu que Daniel e seus companheiros fossem levados presos à Babilônia para que, vivendo em uma
nação de idólatras, pudessem representar o Seu caráter.
Nascido de uma família judaica de alto nível e exilado em Babilônia no fim de sua adolescência,
durante toda sua vida adulta Daniel desempenhou tarefas de estadista e consultor governamental. Os
contatos diários com a política internacional fizeram com que seus escritos assumissem características
de extraordinária praticidade. Foi, sem dúvida, marcante a forma como Deus conduziu as coisas, de tal
modo que esse jovem prisioneiro viesse a se tornar o principal conselheiro do próprio rei que o levara
para o cativeiro.
Daniel 1:1: "No ano terceiro do reinado de Jeoaquim, rei de Judá, veio Nabucodonosor, rei da
Babilônia, a Jerusalém e a sitiou."
Nabucodonosor invadiu Jerusalém pela primeira vez no ano 605 a.C. Nos anos 597 e 586 a.C., seus
exércitos invadiram a palestina novamente, sendo que nesta última ocasião, a cidade de Jerusalém foi
destruída, inclusive o templo de Salomão. Daniel e seus companheiros estavam entre os presos da
primeira invasão (605 a.C.).
Daniel 1:2: "O Senhor lhe entregou nas mãos a Jeoaquim, rei de Judá, e alguns dos utensílios da Casa
de Deus; a estes, levou-os para a terra de Sinar, para a casa do seu deus, e os pôs na casa do tesouro
do seu deus."
Após décadas de advertências, o Senhor permitiu a escravidão de Israel a fim de que Seu povo pudesse
experimentar a diferença entre servir o Deus verdadeiro e servir ao paganismo. Também como punição
pelas constantes apostasias de Israel.
Na época, o povo de Deus vivia em total desobediência (Dt 28-30). Os moradores de Judá se achavam
tragicamente cauterizados em seus pecados. Muitos foram os pecados de Israel. Eles são revelados pelo
profeta Jeremias (9:14; 17:19-27; 22:1-5; 28).
Resumidamente, foram: desonestidade, injustiça com os pobres, assassinato, transgressão do sábado,
perseguição aos verdadeiros profetas, manifestação de favores para com os profetas que prometiam
prosperidade sem condenar simultaneamente o pecado, e a adoração a Baal. A adoração a Baal
envolvia uma série de "preferências sexuais" – antes do casamento, fora do casamento, homossexual e
bestial.
Até mesmo depois de "entregar" os judeus a seus inimigos, Deus lhes concedeu uma nova oportunidade.
Prometeu que depois de 70 anos de cativeiro, Ele tomaria providências para tornar possível o regresso
deles à sua terra natal (Jr 25:11-12; 29:1).
Mesmo depois da haver "entregue" o reino de Judá como um todo, Deus permaneceu ao lado de Daniel
como indivíduo. Deus tinha em mente que Seu povo se tornasse "luz dos gentios". O Senhor almejava
que eles testemunhassem perante outras nações acerca de Sua bondade e da sabedoria de Suas leis.
Foi o Senhor quem entregou Israel nas mãos de Nabucodonosor. O rei, porém, atribuiu a seus deuses a
vitória sobre Jerusalém, e até colocou uma parte dos vasos sagrados do Templo na casa do seu próprio
deus como reconhecimento da vitória obtida sobre o Deus de Israel. O principal deus da Babilônia era
Marduk.
O fato de os hebreus estarem cativos em Babilônia e de os vasos da casa de Deus terem sido postos no
templo dos deuses de Babilônia era orgulhosamente citado pelos vencedores como evidência de que sua
religião e costumes eram superiores à religião e costumes dos hebreus.
Daniel 1:3: Disse o rei a Aspenaz, chefe dos seus eunucos, que trouxesse alguns dos filhos de Israel,
tanto da linhagem real como dos nobres,"
Daniel 1:4: "jovens sem nenhum defeito, de boa aparência, instruídos em toda a sabedoria, doutos em
ciência, versados no conhecimento e que fossem competentes para assistirem no palácio do rei e lhes
ensinasse a cultura e a língua dos caldeus."
Daniel 1:5: "Determinou-lhes o rei a ração diária, das finas iguarias da mesa real e do vinho que ele
bebia, e que assim fossem mantidos por três anos, ao cabo dos quais assistiriam diante do rei."
Daniel 1:6: "Entre eles se achavam, dos filhos de Judá, Daniel, Hananias, Misael e Azarias."
Entre os presos foram escolhidos alguns "jovens sem nenhum defeito", para que fossem educados para
ocupar importantes posições no governo de Nabucodonosor. Com objetivo de serem plenamente
capacitados para a carreira, o rei deu ordens para que aprendessem a cultura e a língua dos caldeus e
que, por três anos, lhes fossem asseguradas as vantagens incomuns da educação fornecida aos príncipes
do reino.
Jerusalém ficava a aproximadamente 1.500 quilômetros de Babilônia. Provavelmente Daniel teve que
andar a pé ao longo dessa estrada, acompanhando o exército, numa média de 25 quilômetros por dia.
Isso significa que a viagem deve ter durado aproximadamente dois meses. A primeira visão que se tinha
ao longe da cidade era exatamente a Torre de Babel.
Daniel 1:7: "O chefe dos eunucos lhes pôs outros nomes, a saber: a Daniel, o de Beltessazar; a
Hananias, o de Sadraque; a Misael, o de Mesaque; e a Azarias, o de Abede-Nego."
Os nomes de Daniel e seus companheiros foram mudados para nomes que representavam divindades
caldéias. Os hebreus tinham o costume de dar nomes aos seus filhos com significados especiais,
normalmente nomes que representavam traços de caráter. O nome Daniel significava "Deus é o meu
juiz"; o de Ananias "Dom do Senhor"; Misael significava "Aquele que pertence a Deus" e Azarias quer
dizer "Quem Jeová ajuda".
O rei não compeliu os jovens hebreus a renunciarem sua fé em favor da idolatria, mas esperava
alcançar isso gradualmente. Dando-lhes nomes significativos de idolatria, levando-os diariamente a
íntima associação com costumes idólatras e sob a influência de sedutores ritos do culto pagão, ele
esperava induzi-los a renunciar à religião de sua nação e unir-se ao culto dos babilônios.
Tendo chegado ao colégio, os jovens descobriram que deveriam comer o alimento e beber o vinho que
se servia na mesa do rei. Nabucodonosor pensava estar fazendo o melhor possível pelo bem-estar deles.
Mas ocorre que a maior parte daquela comida era oferecida aos ídolos de Babilônia. O ato de comê-la
constituía uma espécie de comunhão com os falsos deuses (Êx 34:15; 1Co 8:7; 10:14-22). Ingerir aquela
comida era como oferecer homenagens aos deuses de Babilônia. Participar dos alimentos do rei
significava estar ao lado do paganismo e desonrar os princípios da lei de Deus.
Por outro lado, Daniel e seus amigos sabiam que suas faculdades físicas e mentais seriam afetadas pelo
uso do vinho (Lv 10:1-11).
Daniel 1:8: "Resolveu Daniel, firmemente, não contaminar-se com as finas iguarias do rei, nem com o
vinho que ele bebia; então, pediu ao chefe dos eunucos que lhe permitisse não contaminar-se."
Daniel poderia ter encontrado diversas desculpas plausíveis para violar os princípios divinos, mas não
hesitou. A aprovação de Deus é mais importante do que os favores do rei. Ele decidiu permanecer firme
em sua integridade, apesar das conseqüências.
Daniel 1:9: "Ora, Deus concedeu a Daniel misericórdia e compreensão da parte do chefe dos eunucos."
Daniel 1:10: "Disse o chefe dos eunucos a Daniel: Tenho medo do meu senhor, o rei, que determinou a
vossa comida e a vossa bebida; por que, pois, veria ele o vosso rosto mais abatido do que o dos outros
jovens da vossa idade? Assim, poríeis em perigo a minha cabeça para com o rei."
Daniel 1:11: "Então, disse Daniel ao cozinheiro-chefe, a quem o chefe dos eunucos havia encarregado
de cuidar de Daniel, Hananias, Misael e Azarias:"
Daniel 1:12: "Experimenta, peço-te, os teus servos dez dias; e que se nos dêem legumes a comer e
água a beber."
Daniel 1:13: "Então, se veja diante de ti a nossa aparência e a dos jovens que comem das finas iguarias
do rei; e, segundo vires, age com os teus servos."
Daniel 1:14: "Ele atendeu e os experimentou dez dias."
Daniel 1:15: "No fim dos dez dias, a sua aparência era melhor; estavam eles mais robustos do que
todos os jovens que comiam das finas iguarias do rei."
Daniel 1:16: "Com isto, o cozinheiro-chefe tirou deles as finas iguarias e o vinho que deviam beber e
lhes dava legumes."
Daniel mostrou que tinha Integridade de caráter mesmo em terra estranha, com princípios pagãos e
mundanos. Quantos transgridem os princípios de conduta para não serem mal vistos pelos amigos ou
pela sociedade.
É importante observar que os jovens não permitiram que sua fidelidade nas convicções os tornasse
arrogantes e descorteses. De modo muito polido, solicitaram ao chefe dos eunucos que lhes concedesse
uma simples dieta vegetariana durante dez dias.
Daniel 1:17: "Ora, a estes quatro jovens Deus deu o conhecimento e a inteligência em toda cultura e
sabedoria; mas a Daniel deu inteligência de todas as visões e sonhos."
Daniel 1:18: "Vencido o tempo determinado pelo rei para que os trouxessem, o chefe dos eunucos os
trouxe à presença de Nabucodonosor."
Daniel 1:19: "Então, o rei falou com eles; e, entre todos, não foram achados outros como Daniel,
Hananias, Misael e Azarias; por isso, passaram a assistir diante do rei."
Daniel 1:20: "Em toda matéria de sabedoria e de inteligência sobre que o rei lhes fez perguntas os
achou dez vezes mais doutos do que todos os magos e encantadores que havia em todo o seu reino."
Nos tempos bíblicos, a palavra "profeta" não significava meramente uma pessoa capaz de predizer o
futuro. Certamente os profetas bíblicos predisseram o futuro, e predições eram a especialidade de
Daniel; mas a palavra "profeta" significa basicamente "uma pessoa que fala em nome de outra". Os
profetas da Bíblia falavam em nome de Deus. Eles tinham de comunicar a outros qualquer mensagem
que, através do Espírito Santo, Deus lhes enviasse.
Por sua fidelidade, os quatros jovens foram altamente recompensados por Deus. O rei havia estipulado
prazo para que os jovens aprendessem "a cultura e a língua dos caldeus". Ao fim do prazo, o rei em
pessoa os submeteu a um teste geral. O resultado foi que eles alcançaram avaliação dez vezes melhor
do que a dos demais sábios do reino. Em razão disso, imediatamente eles "passaram a assistir diante do
rei", ou seja, receberam posições de responsabilidade no governo. Esse conhecimento não foi obra do
acaso. Foi o resultado de estudo sob a orientação divina.
É bom lembrar que, entre os sábios da antiguidade, destacava-se Confúcio, que até hoje é respeitado
como um grande filósofo. Ele foi contemporâneo de Daniel (551-479 a.C.). Portanto, na corte de
Babilônia estavam reunidos representantes de todas as terras, homens do mais alto talento e dotados
da cultura mais vasta que o mundo poderia oferecer; não obstante, entre todos eles os jovens hebreus
não tiveram competidor.
Para obter a graça de Deus, precisamos desempenhar nossa parte. Sua graça é dada para operar em nós
o querer e o efetuar, mas nunca como substituto de nosso esforço.
Assim como Deus chamou Daniel para testemunhar por Ele em Babilônia, Ele nos chama para sermos
testemunhas Suas no mundo hoje. Tanto nos menores como nos maiores negócios da vida, Ele deseja
que revelemos aos homens os princípios do Seu reino. Muitos estão esperando que uma grande obra
lhes seja levada, ao mesmo tempo que perdem diariamente oportunidades para revelar fidelidade a
Deus nas pequenas coisas. Daniel foi fiel em tudo, e Deus o abençoou.
Daniel 1:21: "Daniel continuou até ao primeiro ano do rei Ciro."
Daniel viveu na Babilônia até 538 a.C., ou seja, aproximadamente a época em que se cumpriram os 70
anos da profecia de Jeremias 29:10. Uma das primeiras providências de Ciro, após a tomada de
Babilônia, foi a emissão de um decreto que permitia a todos os exilados e descendentes o retorno a
suas respectivas pátrias de origem, se assim o desejassem. Desse modo, não apenas aos judeus, como
também aos demais povos que haviam sido escravizados por Nabucodonosor, foi concedida a liberdade.
Mais tarde, Ciro permitiu também que retornassem a seus países de origem todos os deuses que haviam
sido tomados por Nabucodonosor. No caso dos judeus, que evidentemente não possuíam uma imagem
do Deus verdadeiro como objeto de adoração, esse decreto significou o retorno de todos os utensílios
sagrados do templo e até mesmo a promessa de reconstruir o templo de Jerusalém às expensas do
Império.
Daniel viveu por muito mais tempo ainda. Sua última visão está datada no terceiro ano do reinado de
Ciro (Dn 10:1), sendo que nessa ocasião o profeta deveria estar com aproximadamente 87 anos de
idade. Nessa época, Daniel já se encontrava demasiadamente idoso para valer-se da oportunidade de
retornar à sua pátria.
Esse capítulo mostra Deus em ação. Deus "entrega" os judeus com o propósito de abrir-lhes os olhos
para as conseqüências de sua rebelião. O objetivo era conduzi-los a um estilo de vida melhor. Deus
"concedeu" a Daniel o auxílio necessário para transformar um jovem exilado num competente
administrador público e conselheiro.
Por meio dos quatro jovens hebreus, Deus pôde cumprir Seu propósito. A vida de Daniel e seus
companheiros é uma demonstração do que o Senhor fará pelos que buscam de todo o coração realizar o
Seu propósito.
Desvendando Daniel: o sonho que revelou o futuro
A história da humanidade relata que milhares de pessoas sempre quiseram conhecer o
futuro. A busca contínua pelo que virá atravessa os séculos e nos dias de hoje é alvo constante de
especulações de todas as partes. Muitos, no desespero de conhecer o amanhã, procuram o sentido da
vida nos lugares errados e com as fontes erradas.
Quantas páginas você gastaria para escrever a história da humanidade? Historiadores afirmam que
precisariam em torno de seis mil livros para contar nossa história. Daniel 2 revela o passado, o presente
e o futuro em apenas nove versos. Deus apresentou um esboço da história do mundo, cobrindo um
período de 2.500 anos, desde os tempos de Daniel até os nossos dias.
Em Sua Palavra, Deus revelou o futuro para todos os Seus filhos sem qualquer distinção, a fim de que
tivéssemos tempo de nos preparar para o que logo virá.
Daniel 2:1: "No segundo ano do reinado de Nabucodonosor teve este um sonho; o seu espírito se
perturbou, e passou-se-lhe o sono."
No ano 603 a.C., Nabucodonosor, rei da Babilônia, preocupado com o futuro, teve um sonho
impressionante. Mas ao acordar, esqueceu de tudo e, por isso, ficou muito perturbado.
Daniel 2:2: "Então, o rei mandou chamar os magos, os encantadores, os feiticeiros e os caldeus, para
que declarassem ao rei quais lhe foram os sonhos; eles vieram e se apresentaram diante do rei."
Daniel 2:3: "Disse-lhes o rei: Tive um sonho, e para sabê-lo está perturbado o meu espírito."
Imediatamente, o rei mandou convocar ao palácio um grande grupo de "homens sábios" do reino. O
problema é que ele não conseguia se lembrar de nenhum detalhe do sonho que lhe parecia de
primordial importância.
Treinados e sustentados pela corte, os sábios diziam estar sempre em contato com os deuses. Possuíam
um verdadeiro estoque de interpretações para sonhos. Eles tinham respostas para tudo; sempre na
expectativa pelas ricas recompensas que receberiam. Mas, normalmente, extraíam previamente as
informações suficientes para formar uma base para interpretações falsas, de caráter unicamente
humano. Assim, se tão-somente o rei pudesse contar-lhes o sonho, o resto seria fácil.
Daniel 2:4: "Os caldeus disseram ao rei em aramaico: Ó rei, vive eternamente! Dize o sonho a teus
servos, e daremos a interpretação."
Daniel 2:5: "Respondeu o rei e disse aos caldeus: Uma coisa é certa: se não me fizerdes saber o sonho e
a sua interpretação, sereis despedaçados, e as vossas casas serão feitas monturo;"
Daniel 2:6: "mas, se me declarardes o sonho e a sua interpretação, recebereis de mim dádivas, prêmios
e grandes honras; portanto, declarai-me o sonho e a sua interpretação."
Daniel 2:7: "Responderam segunda vez e disseram: Diga o rei o sonho a seus servos, e lhe daremos a
interpretação."
Daniel 2:8: "Tornou o rei e disse: Bem percebo que quereis ganhar tempo, porque vedes que o que eu
disse está resolvido,"
Daniel 2:9: "isto é: se não me fazeis saber o sonho, uma só sentença será a vossa; pois combinastes
palavras mentirosas e perversas para as proferirdes na minha presença, até que se mude a situação;
portanto, dizei-me o sonho, e saberei que me podeis dar-lhe a interpretação."
Daniel 2:10: "Responderam os caldeus na presença do rei e disseram: Não há mortal sobre a terra que
possa revelar o que o rei exige; pois jamais houve rei, por grande e poderoso que tivesse sido, que
exigisse semelhante coisa de algum mago, encantador ou caldeu."
Daniel 2:11: "A coisa que o rei exige é difícil, e ninguém há que a possa revelar diante do rei, senão os
deuses, e estes não moram com os homens."
Daniel 2:12: "Então, o rei muito se irou e enfureceu; e ordenou que matassem a todos os sábios da
Babilônia."
Daniel 2:13: "Saiu o decreto, segundo o qual deviam ser mortos os sábios; e buscaram a Daniel e aos
seus companheiros, para que fossem mortos."
Os argumentos utilizados pelos "sábios" foram frágeis demais. Quando os adivinhadores insistiram para
que o rei primeiro lhes contasse o sonho acabaram tocando num ponto delicado da questão.
Nabucodonosor se irou.
Se eles se auto revelavam incapazes de lhe contar o sonho, seriam igualmente incapazes de lhe dar a
interpretação correta. Foi nesse momento que o rei perdeu a paciência e os entregou aos cuidados do
chefe da guarda, com ordens de executá-los.
Daniel 2:14: "Então, Daniel falou, avisada e prudentemente, a Arioque, chefe da guarda do rei, que
tinha saído para matar os sábios da Babilônia."
Daniel 2:15: "E disse a Arioque, encarregado do rei: Por que é tão severo o mandado do rei? Então,
Arioque explicou o caso a Daniel."
Daniel 2:16: "Foi Daniel ter com o rei e lhe pediu designasse o tempo, e ele revelaria ao rei a
interpretação."
Daniel 2:17: "Então, Daniel foi para casa e fez saber o caso a Hananias, Misael e Azarias, seus
companheiros,"
Daniel 2:18: "para que pedissem misericórdia ao Deus do céu sobre este mistério, a fim de que Daniel e
seus companheiros não perecessem com o resto dos sábios da Babilônia."
O jovem Daniel pediu um prazo para dar a solução ao sonho do rei. Conseguido o prazo, foi para casa e
junto com seus companheiros rogou a Deus misericórdia a fim de que não perecessem. Tanto em
situações de emergência como em tempos normais, Daniel era um homem de oração. Há momentos, no
entanto, em que há necessidade de companhia e comunhão na oração. Unidos em espírito, os jovens
dobraram os joelhos rogando a Deus que, lá de cima, viesse a resposta. Grande parte do tempo
solicitado foi gasto em oração ao único Deus que poderia prover a resposta.
A oração é mais do que algo que se precisa todos os dias; a oração é algo que se precisa o dia todo.
Daniel 2:19: "Então, foi revelado o mistério a Daniel numa visão de noite; Daniel bendisse o Deus do
céu."
Daniel 2:20: "Disse Daniel: Seja bendito o nome de Deus, de eternidade a eternidade, porque dEle é a
sabedoria e o poder;"
Daniel 2:21: "é Ele quem muda o tempo e as estações, remove reis e estabelece reis; Ele dá sabedoria
aos sábios e entendimento aos inteligentes."
Daniel 2:22: "Ele revela o profundo e o escondido; conhece o que está em trevas, e com Ele mora a
luz."
Daniel 2:23: "A ti, ó Deus de meus pais, eu Te rendo graças e Te louvo, porque me deste sabedoria e
poder; e, agora, me fizeste saber o que Te pedimos, porque nos fizeste saber este caso do rei."
A primeira coisa que Daniel fez ao receber a revelação foi glorificar o Deus dos Céus. Muitas pessoas
agem como cristãos quando se trata de pedir a bênção a Deus, mas agem como ateus quando se trata
de agradecer-Lhe as bênçãos concedidas. O exemplo de Daniel nos mostra que devemos ser fiéis em
todos os momentos.
Daniel 2:24: "Por isso, Daniel foi ter com Arioque, ao qual o rei tinha constituído para exterminar os
sábios da Babilônia; entrou e lhe disse: Não mates os sábios da Babilônia; introduze-me na presença do
rei, e revelarei ao rei a interpretação."
Daniel intercedeu por aqueles homens e o rei lhes poupou a vida. Quantas vezes os injustos são
beneficiados pela presença dos justos! Se apenas dez justos pudessem ser encontrados em Sodoma, a
multidão de perversos seria poupada por causa deles. Mesmo assim os perversos ridicularizam e
perseguem exatamente aqueles por meio de quem muitas vezes suas vidas são poupadas.
Daniel 2:25: "Então, Arioque depressa introduziu Daniel na presença do rei e lhe disse: Achei um
dentre os filhos dos cativos de Judá, o qual revelará ao rei a interpretação."
Arioque tentou dar a Nabucodonosor a impressão de que ele estivera procurando alguém para
interpretar o sonho do rei e, como resultado de sua diligente busca, finalmente encontrara. Ele estava
ansioso para obter alguma vantagem do que aconteceria a seguir.
Daniel 2:26: "Respondeu o rei e disse a Daniel, cujo nome era Beltessazar: Podes tu fazer-me saber o
que vi no sonho e a sua interpretação?"
O rei parecia estar questionando a habilidade de alguém tão jovem e inexperiente poder fazer aquilo
que os seus veneráveis sábios não conseguiram.
Daniel 2:27: "Respondeu Daniel na presença do rei e disse: O mistério que o rei exige, nem
encantadores, nem magos nem astrólogos o podem revelar ao rei;"
Daniel 2:28: "mas há um Deus no céu, o qual revela os mistérios, pois fez saber ao rei Nabucodonosor o
que há de ser nos últimos dias. O teu sonho e as visões da tua cabeça, quando estavas no teu leito, são
estas:"
Na presença do rei, Arioque atribuiu a si mesmo a totalidade do mérito de haver encontrado a Daniel.
Por outro lado, o jovem hebreu nenhum mérito reclamou para si próprio, dispensando qualquer crédito
pessoal pela revelação.
"Cuide dos pensamentos; eles se tornam palavras. Cuide das palavras; elas se tornam ações. Cuide das
ações; elas se tornam hábitos. Cuide dos hábitos; eles se tornam caráter. Cuide do caráter; ele
determina o seu destino."
Daniel estava preparado para responder às perguntas do rei terrestre a respeito do sonho porque havia
se comunicado primeiro com o Rei celestial. Devemos aplicar o mesmo princípio às nossas atividades da
vida cotidiana, se quisermos ser vitoriosos.
Daniel não sentiu vergonha de confessar o seu Deus diante do rei. Mas explicou que não possuía
qualquer sabedoria nem conhecimento superior como razão para o que diria ao rei. Atribuiu a
revelação e sua explicação completamente a Deus.
O Senhor revelou a Daniel o significado do sonho de Nabucodonosor, e assim o disse:
Daniel 2:29: "Estando tu, ó rei, no teu leito, surgiram-te pensamentos a respeito do que há de ser
depois disto. Aquele, pois, que revela mistérios te revelou o que há de ser."
Daniel 2:30: "E a mim me foi revelado este mistério, não porque haja em mim mais sabedoria do que
em todos os viventes, mas para que a interpretação se fizesse saber ao rei, e para que entendesses as
cogitações da tua mente."
Daniel 2:31: "Tu, ó rei, estavas vendo, e eis aqui uma grande estátua; esta, que era imensa e de
extraordinário esplendor, estava em pé diante de ti; e a sua aparência era terrível."
Daniel 2:32: "A cabeça era de fino ouro, o peito e os braços, de prata, o ventre e os quadris, de
bronze;"
Daniel 2:33: "as pernas, de ferro, os pés, em parte, de ferro, em parte, de barro."
Daniel 2:34: "Quando estavas olhando, uma pedra foi cortada sem auxílio de mãos, feriu a estátua nos
pés de ferro e de barro e os esmiuçou."
Daniel 2:35: "Então, foi juntamente esmiuçado o ferro, o barro, o bronze, a prata e o ouro, os quais se
fizeram como a palha das eiras no estio, e o vento os levou, e deles não se viram mais vestígios. Mas a
pedra que feriu a estátua se tornou em grande montanha, que encheu toda a terra."
O rei nunca havia ouvido um milagre como esse. Ali estava alguém que podia tornar explícitas as
particularidades de um sonho sem que tivesse recebido pista de ninguém. Na Antiguidade, as pessoas
desenvolviam a adoração pública ajoelhando-se aos pés das imagens de seus deuses. Algumas dessas
imagens eram muito grandes. Talvez tenha sido por essas duas razões que Deus decidiu revelar os
eventos futuros ao rei pagão, utilizando a figura de uma imensa e deslumbrante estátua.
Daniel 2:36: "Este é o sonho; e também a sua interpretação diremos ao rei."
Daniel 2:37: "Tu, ó rei, rei de reis, a quem o Deus do céu conferiu o reino, o poder, a força e a glória;"
Daniel 2:38: "a cujas mãos foram entregues os filhos dos homens, onde quer que eles habitem, e os
animais do campo e as aves do céu, para que dominasses sobre todos eles, tu és a cabeça de ouro."
Essa declaração torna evidente que a cabeça simbolizava o poderoso e magnífico Império Babilônico,
rico em ouro. Mas a despeito de sua glória, esse império devia passar.
Daniel 2:39: "Depois de ti se levantará outro reino, inferior ao teu; e um terceiro reino, de bronze, o
qual terá domínio sobre toda a terra."
O segundo reino seria a Medo-Pérsia, representada pelo peito e dois braços de prata da estátua - união
entre medos e persas. Em 539 a.C., o general persa Ciro derrotou o Império Babilônico e estabeleceu a
segunda potência universal.
O profeta de Deus antecipou o destino infeliz de Babilônia, enquanto essa ainda era a metrópole mais
importante do mundo, sem qualquer perspectiva de ser destruída por agentes humanos. Em Isaías 45:1,
temos uma profecia que, além de citar o nome de Ciro, menciona detalhes de como ele conquistaria a
cidade de Babilônia.
Duzentos anos mais tarde, em 331 a.C., a Medo-Pérsia caía diante das forças da Grécia comandadas por
Alexandre, o Grande. Esse império é representado pelo ventre e quadris de bronze da estátua. Mas esse
também daria lugar a outro reino universal.
Daniel 2:40: "O quarto reino será forte como ferro; pois o ferro a tudo quebra e esmiúça; como o ferro
quebra todas as coisas, assim ele fará em pedaços e esmiuçará."
O ferro simbolizava o tremendo poder do "quarto reino" da Terra. O ferro é mais forte do que o ouro, a
prata e o bronze. As duas pernas simbolizavam o quarto império: Roma Oriental e Ocidental. Depois da
morte de Alexandre, seu império se enfraqueceu e foi dividido entre facções rivais, até que finalmente
em 168 a.C., na batalha de Pidna, o "Império do Ferro", esmagou a Grécia.
O Império Romano foi o que mais durou, o mais extenso e o mais poderoso. O imperador romano, César
Augusto, era quem governava quando Jesus nasceu por volta de 2000 anos atrás. Cristo e os apóstolos
viveram durante o período representado pelas pernas de ferro.
Daniel 2:41: "Quanto ao que viste dos pés e dos dedos, em parte, de barro de oleiro e, em parte, de
ferro, será esse um reino dividido; contudo, haverá nele alguma coisa da firmeza do ferro, pois que
viste o ferro misturado com barro de lodo."
Daniel 2:42: "Como os dedos dos pés eram, em parte, de ferro e, em parte, de barro, assim, por uma
parte, o reino será forte e, por outra, será frágil."
Daniel 2:43: "Quanto ao que viste do ferro misturado com barro de lodo misturar-se-ão mediante
casamento, mas não se ligarão um ao outro, assim como o ferro não se mistura com o barro."
Aqui fica claro que não surgiria novamente um novo e grande império, mas divisões do quarto. Durante
o quarto e o quinto séculos da era cristã, mais especificamente em 476 d.C., reinos bárbaros vindos do
norte invadiram o decadente Império Romano, destruindo as barreiras.
Finalmente, dez das tribos ganharam a maioria do território ocidental de Roma, e dez nações distintas
e independentes se estabeleceram dentro das fronteiras da Europa. Os dedos representavam as nações
que deram origem à Europa atual. A História confirma que os reinos que resultaram da divisão do
Império Romano foram os seguintes: francos (França), anglo-saxões (Inglaterra), alemanos (Alemanha),
suevos (Portugal), visigodos (Espanha), burgundos (Suíça), lombardos (Itália) e os vândalos, hérulos e
ostrogodos que mais tarde foram destruídos.
Daniel disse: "Quanto ao que viste do ferro misturado com barro de lodo, misturar-se-ão mediante
casamento, mas não se ligarão uns aos outros, assim como o ferro não se mistura com o barro."
Durante anos, muitos homens tentaram unir esses reinos novamente para formar um quinto império
universal, mas todos fracassaram. Os casamentos deram-se especialmente entre as casas reinantes.
Quando irrompeu a 1ª Guerra Mundial, quase todos os monarcas da Europa eram parentes. A rainha
Vitória da Inglaterra era chamada a "avó da Europa", pois quase todos os reis pertenciam à sua dinastia.
O rei da Espanha, o czar da Rússia, o rei da Inglaterra, o imperador da Alemanha, etc., todos eram
parentes. Nessa guerra brigaram entre si tios, sobrinhos e avós. O resultado foi que quase todos os
reinos caíram e foram substituídos por repúblicas.
Alguns governantes tentaram em vão unir as nações da Europa: Carlos Magno, Luís XIV e Napoleão
Bonaparte, da França; Carlos V, da Espanha; Guilherme II e Adolf Hitler, da Alemanha. Todas as
tentativas foram frustradas.
Hitler foi o último que tentou unificar as nações da Europa por meio da 2ª Guerra Mundial (1939–1945).
A História nos revela que todo o exército alemão foi derrotado pelo frio da Rússia. Por meio da
natureza, Deus mostrou que nem Hitler, nem ninguém atrapalharia Seu plano. A profecia se mantém
em pé: não se uniram!
Essa profecia nos garante que não haverá o quinto império mundial. Os impérios abrangidos pela
estátua histórica foram quatro: Babilônia (605–539 a.C.); Medo-Pérsia (539–331 a.C.); Grécia (331–168
a.C.) e Roma (168 a.C.–476 d.C.). Foram esses os quatro impérios mundiais. Qualquer livro de História
confirmará a seqüência e as datas.
O notável cumprimento dessa profecia constituiu uma prova evidente de que efetivamente "há um Deus
nos Céus" que dirige todo o Universo, inclusive este planeta.
Daniel 2:44: "Mas, nos dias destes reis, o Deus do céu suscitará um reino que não será jamais
destruído; este reino não passará a outro povo; esmiuçará e consumirá todos estes reinos, mas ele
mesmo subsistirá para sempre,"
Daniel 2:45: "como viste que do monte foi cortada uma pedra, sem auxílio de mãos, e ela esmiuçou o
ferro, o bronze, o barro, a prata e o ouro. O grande Deus fez saber ao rei o que há de ser futuramente.
Certo é o sonho, e fiel, a sua interpretação."
Estes reis são as divisões que surgiram com a queda do Império Romano – as atuais nações da Europa
Ocidental. Vivemos no tempo dessas nações, no tempo representado pelos dedos dos pés da estátua e,
por isso, concluímos que o reino de Deus está próximo.
A figura mais importante no capítulo 2 de Daniel não é Nabucodonosor, nem Daniel, tampouco a
estátua. É a pedra.
Quem é a pedra? A Bíblia deixa claro que a pedra representa Jesus Cristo (Is 28:16; 1Co 10:4; Ef 2:20).
O próprio Jesus confirmou isso em Lucas 10:17 e 18, usando o mesmo símbolo de Daniel. Ele disse a Seu
próprio respeito: "A pedra que os construtores rejeitaram, esta veio a ser a principal pedra, angular."
Aqui Jesus Se refere a Si mesmo como sendo a pedra angular de Isaías. E prossegue: "Todo o que cair
sobre esta pedra, ficará em pedaços [ou seja, converter-se-á]; e aquele sobre quem ela cair, ficará
reduzido a pó." A pedra que reduz a pó é a pedra sobrenatural de Daniel.
É importante relembrar que a pedra sobrenatural não feriu a estátua em sua cabeça de ouro
(Babilônia), ou em seu peito de prata (Medo-Pérsia), tampouco em seu ventre e coxas de bronze
(Grécia), ou mesmo nas pernas de ferro (Roma). A Bíblia diz que ela feriu a estátua nos pés e dedos, e
que seria "nos dias destes reis", ou seja, em nossos dias, que o Deus do Céu estabeleceria um reino que
jamais será destruído.
Daniel 2:46: "Então, o rei Nabucodonosor se inclinou, e se prostrou rosto em terra perante Daniel, e
ordenou que lhe fizessem oferta de manjares e suaves perfumes."
Daniel 2:47: "Disse o rei a Daniel: Certamente, o vosso Deus é o Deus dos deuses, e o Senhor dos reis, e
o revelador de mistérios, pois pudeste revelar este mistério."
Daniel 2:48: "Então, o rei engrandeceu a Daniel, e lhe deu muitos e grandes presentes, e o pôs por
governador de toda a província da Babilônia, como também o fez chefe supremo de todos os sábios da
Babilônia."
Daniel 2:49: A pedido de Daniel, constituiu o rei a Sadraque, Mesaque e Abede-Nego sobre os negócios
da província da Babilônia; Daniel, porém, permaneceu na corte do rei."
Durante algum tempo, Nabucodonosor sentiu-se influenciado a reverenciar o único e verdadeiro Deus. A
revelação do futuro do mundo fez com que um rei pagão se prostrasse em reverência ao Rei dos reis.
Não há mais como negar o poder de Deus a autenticar cada linha das Escrituras Sagradas. Nela se
podem ver as próprias digitais do Senhor. O fato de que o sonho de Nabucodonosor se cumpriu ao pé da
letra nos dá a garantia de que a parte que ainda falta [a pedra] também se cumprirá. A volta de Cristo
a este mundo é o último evento dessa profecia a se cumprir.
A história do mundo se move para o glorioso alvo do quinto reino universal – o reino de Deus.
Por centenas de anos a prece "venha o Teu Reino" tem sido pronunciada por milhões de pessoas.
Quando essa prece for respondida, a longa e escura noite de tragédias e tristezas terá fim para sempre.
O eterno sonho de todo homem – paz e segurança – se tornará realidade, assim como o sonho de Jesus,
que sempre foi o de morar conosco.
O maior motivo pelo qual Deus nos revelou o breve futuro é simplesmente porque Ele nos ama e quer
que cada um de nós esteja preparado para viver em Seu reino eterno.
Desvendando Daniel: prova de fogo
O capítulo 3 de Daniel ensina uma lição de grande importância para nós, cristãos
que vivemos no início do terceiro milênio. A profecia bíblica revela que se aproxima uma inaceitável
prova de fogo!
Daniel 3:1: "O rei Nabucodonosor fez uma imagem de ouro que tinha sessenta côvados de altura e seis
de largura; levantou-a no campo de Dura, na província da Babilônia."
Por algum tempo, depois da visão de Daniel 2, Nabucodonosor foi influenciado pelo temor de Deus. Mas
a prosperidade que alcançou o seu reino o encheu de orgulho, e ele retornou à adoração dos seus
antigos ídolos.
Depois da revelação de que Nabucodonosor era “a cabeça de ouro”, o rei começou a refletir sobre o
assunto. De certa maneira ele gostou do que ouviu, mas o restante da interpretação do sonho passou a
incomodá-lo. Ficou ressentido com as palavras: “e, depois de ti, se levantará outro reino...” e decidiu
reescrever a profecia.
Como muitos hoje, ele decidiu fazer a Palavra de Deus se ajustar aos seus interesses. Então mandou
construir uma imagem semelhante àquela do sonho, só que inteiramente de ouro. Na verdade, ele
estava dizendo a Deus: “Meu reino permanecerá para sempre. Não haverá outro império de prata ou
bronze.” Nabucodonosor não queria aceitar a determinação de Deus.
A imagem foi erguida por homens, feita de puro ouro maciço, com sessenta côvados de altura, por seis
de largura [o côvado real babilônico tinha cerca de 60 cm]. A Bíblia relata que o número seis
representa imperfeição, rebeldia, desobediência. O número sete, por sua vez, é símbolo de perfeição.
Daniel 3:2: "Então, o rei Nabucodonosor mandou ajuntar os sátrapas, os prefeitos, os governadores, os
juízes, os tesoureiros, os magistrados, os conselheiros e todos os oficiais das províncias, para que
viessem à consagração da imagem que o rei Nabucodonosor tinha levantado."
Daniel 3:3: "Então, se ajuntaram os sátrapas, os prefeitos, os governadores, os juízes, os tesoureiros,
os magistrados, os conselheiros e todos os oficiais das províncias, para a consagração da imagem que o
rei Nabucodonosor tinha levantado; e estavam em pé diante da imagem que Nabucodonosor tinha
levantado."
Autoridades compareceram no dia da inauguração. A imagem podia ser vista a quilômetros de
distância.
Daniel 3:4: "Nisto, o arauto apregoava em alta voz: Ordena-se a vós outros, ó povos, nações e homens
de todas as línguas:"
Daniel 3:5: "no momento em que ouvirdes o som da trombeta, do pífaro, da harpa, da cítara, do
saltério, da gaita de foles e de toda sorte de música, vos prostrareis e adorareis a imagem de ouro que
o rei Nabucodonosor levantou."
Daniel 3:6: "Qualquer que se não prostrar e não a adorar será, no mesmo instante, lançado na fornalha
de fogo ardente."
A pena de morte por não se curvar diante da imagem que simbolizava Babilônia como um reino eterno,
indestrutível, todo-poderoso, que deveria durar para sempre, parece ser bastante severa, mas os
monarcas em qualquer tempo nunca aceitaram desafios à sua autoridade. O rei não admitia que alguém
desafiasse seu poder e autoridade e os oficiais sabiam que ele falava sério.
Nabucodonosor ordenou a todos os mais ilustres líderes das nações que compunham seu império a se
curvarem e adorarem a imagem. Um rei soberano e poderoso baixou um decreto universal e exigiu
obediência compulsória de todas as nações da Terra.
Todos foram forçados a adorar. A questão central aqui, portanto, foi a adoração forçada e a
conseqüência para quem não adorasse. Será que algo parecido poderá acontecer novamente? Talvez a
história de Sadraque, Mesaque e Abede-Nego no campo de Dura seja uma maquete, uma miniatura do
que Deus está revelando para os nossos dias.
Paralelo entre Daniel 3 e Apocalipse 13
A profecia diz que nos últimos dias outra imagem será erguida para forçar a adoração. Haverá
inicialmente um boicote econômico universal e, depois, um decreto de morte contra todos os que se
recusam a adorar a besta e sua imagem.
A imagem de ouro no campo de Dura era um sinal evidente da autoridade de Babilônia. A adoração da
imagem representava culto a Babilônia. Haverá um sinal, marca ou símbolo da autoridade da besta
perto do fim. Aqueles que não concordarem em receber esse sinal terão que desafiar a morte
mantendo inabalável sua lealdade a Deus.
Daniel 3:7: "Portanto, quando todos os povos ouviram o som da trombeta, do pífaro, da harpa, da
cítara, do saltério e de toda sorte de música, se prostraram os povos, nações e homens de todas as
línguas e adoraram a imagem de ouro que o rei Nabucodonosor tinha levantado."
Mas em meio a multidão, havia três jovens judeus que permaneceram em pé, ignorando a música e a
imponente imagem.
Daniel 3:8: "Ora, no mesmo instante, se chegaram alguns homens caldeus e acusaram os judeus;"
Daniel 3:9: "disseram ao rei Nabucodonosor: Ó rei, vive eternamente!"
Daniel 3:10: "Tu, ó rei, baixaste um decreto pelo qual todo homem que ouvisse o som da trombeta, do
pífaro, da harpa, da cítara, do saltério, da gaita de foles e de toda sorte de música se prostraria e
adoraria a imagem de ouro;"
Daniel 3:11: "e qualquer que não se prostrasse e não adorasse seria lançado na fornalha de fogo
ardente."
Daniel 3:12: "Há uns homens judeus, que tu constituíste sobre os negócios da província da Babilônia:
Sadraque, Mesaque e Abede-Nego; estes homens, ó rei, não fizeram caso de ti, a teus deuses não
servem, nem adoram a imagem de ouro que levantaste."
Diante de uma multidão tão vasta, o rei provavelmente não poderia ter visto que três jovens ainda
estavam de pé, mas alguns homens foram a ele para dar a informação. Esses caldeus, provavelmente,
estavam com inveja pelas honras dadas aos três hebreus, e alegremente aproveitaram a oportunidade
para denunciá-los.
Daniel 3:13: "Então, Nabucodonosor, irado e furioso, mandou chamar Sadraque, Mesaque e Abede-
Nego. E trouxeram a estes homens perante o rei."
Daniel 3:14: "Falou Nabucodonosor e lhes disse: É verdade, ó Sadraque, Mesaque e Abede-Nego, que
vós não servis a meus deuses, nem adorais a imagem de ouro que levantei?"
Para alguns pode até passar despercebido, mas há uma grande lição aqui. O fato de o rei perguntar aos
jovens “é verdade?” nos ensina que, quando alguém vem até nós e nos conta algo negativo sobre
alguém, devemos, como Nabucodonosor, perguntar diretamente para a pessoa se aquilo é verdade.
Muitos problemas de relacionamento seriam resolvidos se seguíssemos essa lição.
Daniel 3:15: "Agora, pois, estai dispostos e, quando ouvirdes o som da trombeta, do pífaro, da cítara,
da harpa, do saltério, da gaita de foles, prostrai-vos e adorai a imagem que fiz; porém, se não a
adorardes, sereis, no mesmo instante, lançados na fornalha de fogo ardente. E quem é o deus que vos
poderá livrar das minhas mãos?"
Talvez os jovens não estivessem prontos, insinuou Nabucodonosor. “Agora, pois, estais dispostos...” Já
tolerei uma vez, mas quando a música tocar novamente quero o rosto de vocês no chão, retrucou o rei.
Daniel 3:16: "Responderam Sadraque, Mesaque e Abede-Nego ao rei: Ó Nabucodonosor, quanto a isto
não necessitamos de te responder."
Há coisas que, em meio às crises, não precisamos pensar a respeito. Tem coisas que devem ser
resolvidas antecipadamente. Os jovens já tinham a resposta, e não ficaram sequer tentados a mudar de
idéia. Essa é outra lição maravilhosa que aprendemos. Não deixar para decidir alguns assuntos na hora.
Nossos princípios devem estar à frente de qualquer escolha do dia-a-dia.Para que, quando formos
questionados sobre algo, possamos nos mostrar fiéis como Daniel e seus amigos.
Antes de irem à dedicação da estátua, Sadraque, Mesaque e Abede-Nego tomaram firme decisão:
“Seremos fiéis a Deus, custe o que custar.” A decisão foi tomada anteriormente. Disseram mais ao rei:
“Não estamos indecisos. Vossa Majestade não precisa nos dar um dia ou dois para pensarmos na
questão. Já fizemos nossa escolha.” E nós, já escolhemos?
Daniel 3:17: "Se o nosso Deus, a quem servimos, quer livrar-nos, Ele nos livrará da fornalha de fogo
ardente e das tuas mãos, ó rei."
Daniel 3:18: "Se não, fica sabendo, ó rei, que não serviremos a teus deuses, nem adoraremos a imagem
de ouro que levantaste."
Os jovens hebreus cresceram obedecendo aos Dez Mandamentos. Podiam até recitá-los de memória.
“Não farás para ti imagem de escultura... não te encurvarás a elas nem as servirás”(Êx 20:4, 5). Por
isso, eles disseram “não” ao rei. Incondicionalmente, “não”. Os Dez Mandamentos não são negociáveis.
Está chegando a hora em que muitos de nós teremos que enfrentar provações e nossa fé em Deus será
provada.
Há pessoas que pensam que a fé é algum tipo de mágica. Sadraque, Mesaque e Abede-Nego disseram:
“Sabemos que nossa fé em Deus pode nos levar à fornalha ardente.” Uma coisa é certa: a fé não nos
livra do fogo, mas nos leva através dele.
O cristianismo não é uma espécie de amuleto da sorte para “atrair bons fluídos” e fazer com que as
coisas sempre caminhem bem. Fé é forte confiança em Deus quando as coisas vão mal. Mesmo
conhecendo a conseqüência da decisão que tomaram, os jovens se mantiveram firmes aos seus
princípios. Que testemunho!
Daniel 3:19: "Então, Nabucodonosor se encheu de fúria e, transtornado o aspecto do seu rosto contra
Sadraque, Mesaque e Abede-Nego, ordenou que se acendesse a fornalha sete vezes mais do que se
costumava."
Daniel 3:20: "Ordenou aos homens mais poderosos que estavam no seu exército que atassem a
Sadraque, Mesaque e Abede-Nego e os lançassem na fornalha de fogo ardente."
Daniel 3:21: "Então, estes homens foram atados com os seus mantos, suas túnicas e chapéus e suas
outras roupas e foram lançados na fornalha sobremaneira acesa."
Daniel 3:22: "Porque a palavra do rei era urgente e a fornalha estava sobremaneira acesa, as chamas
do fogo mataram os homens que lançaram de cima para dentro a Sadraque, Mesaque e Abede-Nego."
Daniel 3:23: "Estes três homens, Sadraque, Mesaque e Abede-Nego caíram atados dentro da fornalha
sobremaneira acesa."
Atualmente, não temos grandes imagens como a que o rei construiu, mas existem conceitos de todo
tipo. Alguns deles são costumes sociais e da moda. O mundo ordena que nos curvemos diante deles. A
fé genuína pode custar tudo aquilo a que damos muito valor.
Daniel 3:24: "Então, o rei Nabucodonosor se espantou, e se levantou depressa, e disse aos seus
conselheiros: Não lançamos nós três homens atados dentro do fogo? Responderam ao rei: É verdade, ó
rei."
Daniel 3:25: "Tornou ele e disse: Eu, porém, vejo quatro homens soltos, que andam passeando dentro
do fogo, sem nenhum dano; e o aspecto do quarto é semelhante a um filho dos deuses."
Três homens foram lançados no fogo, mas um quarto homem entrou lá e ninguém estava se queimando.
Essa foi a recompensa aos jovens que foram fiéis, mesmo diante da fornalha. Jesus Se fez presente ao
lado deles. Que emoção devem ter sentido aqueles rapazes. Foram lançados na fornalha amarrados e a
única coisa que se queimou foram às cordas que imobilizavam suas mãos. Agora estavam livres andando
dentro do fogo.
Quando Sadraque, Mesaque e Abede-Nego, confiantes em Deus, passaram pelas chamas ardentes da
fornalha, Deus os estava ensinando a cantar uma canção na escuridão, treinando-os a terem fé, ânimo
e coragem. Não foi porque Deus não os amava que foram parar na fornalha, mas porque viu neles algo
muito valioso que teria de ser refinado pelas chamas do sofrimento.
Quando estivermos passando pelo fogo das dificuldades da vida, devemos nos lembrar de que o fogo
queimará apenas as cordas que nos algemam a este mundo. Devemos nos lembrar de olhar através da
fumaça, das chamas, das lágrimas, e veremos o Filho de Deus ao nosso lado. Mesmo dentro da fornalha,
Deus não nos abandona.
Daniel 3:26: "Então, se chegou Nabucodonosor à porta da fornalha sobremaneira acesa, falou e disse:
Sadraque, Mesaque e Abede-Nego, servos do Deus Altíssimo, saí e vinde! Então, Sadraque, Mesaque e
Abede-Nego saíram do meio do fogo."
Daniel 3:27: "Ajuntaram-se os sátrapas, os prefeitos, os governadores e conselheiros do rei e viram que
o fogo não teve poder algum sobre os corpos destes homens; nem foram chamuscados os cabelos da sua
cabeça, nem os seus mantos se mudaram, nem cheiro de fogo passara sobre eles."
Daniel 3:28: "Falou Nabucodonosor e disse: Bendito seja o Deus de Sadraque, Mesaque e Abede-Nego,
que enviou o Seu anjo e livrou os seus servos, que confiaram nEle, pois não quiseram cumprir a palavra
do rei, preferindo entregar o seu corpo, a servirem e adorarem a qualquer outro deus, senão ao seu
Deus."
Nabucodonosor viu que os jovens hebreus possuíam algo que ele não tinha. Eles tinham um Deus que os
salvara. Então o rei fez uma confissão pública, buscando exaltar o Deus do Céu acima de todos os
outros deuses.
Daniel 3:29: "Portanto, faço um decreto pelo qual todo povo, nação e língua que disser blasfêmia
contra o Deus de Sadraque, Mesaque e Abede-Nego seja despedaçado, e as suas casas sejam feitas em
monturo; porque não há outro deus que possa livrar como este."
Os seres humanos não aprendem facilmente. O rei fez um novo decreto para obrigar as pessoas a
adorar, desta vez, ao Deus dos jovens hebreus. Errou novamente. Deus nunca impõe obediência. Ele
deixa todos livres para escolher a quem servir. Jesus bate a porta de nosso coração, e nos dá o livre
arbítrio para escolhermos abrir ou não.
Daniel 3:30: "Então, o rei fez prosperar a Sadraque, Mesaque e Abede-Nego na província da Babilônia."
O aspecto mais importante deste capítulo é a quarta pessoa dentro da fornalha. É o nosso Senhor e
Salvador Jesus Cristo! São vários os testemunhos que temos de que vale a pena confiar em Deus.
Quando dizemos não para este mundo e sim para Deus, podemos e vamos enfrentar provações, mas
assim como os jovens na Babilônia, sentiremos a proteção e o cuidado pessoal de Deus.
Desvendando Daniel: o testemunho do rei
Este capítulo do livro de Daniel - o quarto - é um testemunho de
Nabucodonosor. O desejo do rei era que o mundo todo soubesse o que lhe aconteceu e foi ele próprio
quem contou a história de sua conversão.
Daniel 4:1: "O rei Nabucodonosor a todos os povos, nações e homens de todas as línguas, que habitam
em toda a terra: Paz vos seja multiplicada!"
O rei inicia como se estivesse escrevendo uma carta formal, então se apresenta e endereça a carta
para “todos os povos... que habitam em toda a Terra”.
Daniel 4:2: "Pareceu-me bem fazer conhecidos os sinais e maravilhas que Deus, o Altíssimo, tem feito
para comigo."
Daniel 4:3: "Quão grandes são os Seus sinais, e quão poderosas, as Suas maravilhas! O Seu reino é reino
sempiterno, e o Seu domínio, de geração em geração."
Nabucodonosor sentiu que precisava contar a história de como Deus transformou sua vida. Todo ser
humano tem uma história única e distinta. Deus pode transformar a vida daquele cujo cérebro está
intoxicado pelo álcool; daquele que caiu no fundo do poço no mundo das drogas; de alguém que vive
uma vida imoral, que tem problemas sérios de caráter e conduta, e também daquele que vai à igreja,
mas vive apenas uma religião formal. Cada história é diferente e Deus pode transformar qualquer
situação.
O rei não conseguia se conter e na falta de palavras para descrever a atuação de Deus em sua vida,
disse: “Quão grandes são os Seus sinais e quão poderosas as Suas maravilhas!” Ele fala dos milagres que
havia acabado de experimentar.
Daniel 4:4: "Eu, Nabucodonosor, estava tranqüilo em minha casa e feliz no meu palácio."
A vida tem curvas bem fechadas, montanhas, subidas íngremes, descidas escorregadias, cruzamentos
perigosos e trilhas de dificuldades. A vida pode sofrer uma mudança radical num piscar de olhos. Um
telefonema no meio da noite, uma consulta médica, uma carta, uma curva traiçoeira numa noite
chuvosa, uma demissão inesperada na pior hora... e tudo muda.
Nabucodonosor estava muito bem em seu palácio, sem qualquer interesse em Deus e nas coisas
eternas. Mas uma noite Deus resolveu Se manifestar na vida dele.
Daniel 4:5: "Tive um sonho, que me espantou; e, quando estava no meu leito, os pensamentos e as
visões da minha cabeça me turbaram."
Deus já falou com muitas pessoas por meio de sonhos. No Antigo Testamento, há vários exemplos. No
Novo, a esposa de Pilatos também ouviu a voz do Senhor por meio de um sonho (Mt 27:19). Em todas as
épocas Deus usa diferentes meios para Se comunicar com o Seu povo. Nos tempos de Daniel, eram os
sonhos. Nos tempos de Jesus, eram as parábolas.
Daniel 4:6: "Por isso, expedi um decreto, pelo qual fossem introduzidos à minha presença todos os
sábios da Babilônia, para que me fizessem saber a interpretação do sonho."
Daniel 4:7: "Então, entraram os magos, os encantadores, os caldeus e os feiticeiros, e lhes contei o
sonho; mas não me fizeram saber a sua interpretação."
Mais uma vez, o rei convoca os magos para decifrar seu sonho. Mas, assim como não conseguiram
revelar o significado do sonho relatado em Daniel 2, neste também não obtiveram sucesso.
Daniel 4:8: "Por fim, se me apresentou Daniel, cujo nome é Beltessazar, segundo o nome do meu deus,
e no qual há o espírito dos deuses santos; e eu lhe contei o sonho, dizendo:"
Daniel 4:9: "Beltessazar, chefe dos magos, eu sei que há em ti o espírito dos deuses santos, e nenhum
mistério te é difícil; eis as visões do sonho que eu tive; dize-me a sua interpretação."
Daniel não precisou ser intimado. Como primeiro-ministro, ele tinha acesso contínuo à presença do rei.
Logo que os sábios da corte falharam, Daniel entrou em cena para testemunhar em favor da
superioridade de Deus sobre os deuses pagãos.
Daniel 4:10: "Eram assim as visões da minha cabeça quando eu estava no meu leito: eu estava olhando
e vi uma árvore no meio da terra, cuja altura era grande;"
Daniel 4:11: "crescia a árvore e se tornava forte, de maneira que a sua altura chegava até ao céu; e
era vista até aos confins da terra."
Daniel 4:12: "A sua folhagem era formosa, e o seu fruto, abundante, e havia nela sustento para todos;
debaixo dela os animais do campo achavam sombra, e as aves do céu faziam morada nos seus ramos, e
todos os seres viventes se mantinham dela."
Desta vez, Deus usou uma árvore imensa para simbolizar o rei. Uma árvore que esparramava seus
galhos por toda a Terra e parecia alcançar o céu. Essa árvore era tão alta que podia ser vista de
qualquer parte do globo. Seu imenso tamanho e seus ramos mostravam uma influência poderosa.
Daniel 4:13: "No meu sonho, quando eu estava no meu leito, vi um vigilante, um santo, que descia do
céu,"
Daniel 4:14: "clamando fortemente e dizendo: Derribai a árvore, cortai-lhe os ramos, derriçai-lhe as
folhas, espalhai o seu fruto; afugentem-se os animais de debaixo dela e as aves, dos seus ramos."
Daniel 4:15: "Mas a cepa [o tronco], com as raízes, deixai na terra, atada com cadeias de ferro e de
bronze, na erva do campo. Seja ela molhada do orvalho do céu, e a sua porção seja, com os animais, a
erva da terra."
Nada havia de assustador no sonho, até esse ponto. Mas agora vem a parte aterrorizante. O rei ficou
impressionado com a aparência de “um santo que descia do céu” e dava ordens em voz alta para
derrubar a árvore e cortar os seus galhos. Apenas o tronco devia permanecer no solo amarrado “com
cadeias de ferro e bronze”.
Daniel 4:16: "Mude-se-lhe o coração, para que não seja mais coração de homem, e lhe seja dado
coração de animal; e passem sobre ela sete tempos."
Daniel 4:17: "Esta sentença é por decreto dos vigilantes, e esta ordem, por mandado dos santos; a fim
de que conheçam os viventes que o Altíssimo tem domínio sobre o reino dos homens; e o dá a quem
quer e até ao mais humilde dos homens constitui sobre eles."
Daniel 4:18: "Isto vi eu, rei Nabucodonosor, em sonhos. Tu, pois, ó Beltessazar, dize a interpretação,
porquanto todos os sábios do meu reino não me puderam fazer saber a interpretação, mas tu podes;
pois há em ti o espírito dos deuses santos."
Daniel 4:19: "Então, Daniel, cujo nome era Beltessazar, esteve atônito por algum tempo, e os seus
pensamentos o turbavam. Então, lhe falou o rei e disse: Beltessazar, não te perturbe o sonho, nem a
sua interpretação. Respondeu Beltessazar e disse: Senhor meu, o sonho seja contra os que te têm ódio,
e a sua interpretação, para os teus inimigos."
“Atônito” é uma palavra que significa “sem palavras ou sem reação”. Daniel esteve nessa condição por
uma hora, não porque tivesse algum problema para interpretar o sonho, mas porque era difícil para ele
ser o portador de terríveis notícias para o rei. Ficou ponderando como poderia dar a mensagem da
melhor maneira possível. Daniel ficou perturbado pela seriedade da situação.
O rei percebeu que Daniel estava relutante e que seu aspecto tinha mudado ao sentar-se, estupefato,
diante dele. Então, encorajou Daniel a não hesitar em tornar conhecido o significado do sonho, não
importando as conseqüências. Daniel então decide revelar o significado.
Daniel 4:20: "A árvore que viste, que cresceu e se tornou forte, cuja altura chegou até ao céu, e que
foi vista por toda a terra,"
Daniel 4:21: "cuja folhagem era formosa, e o seu fruto, abundante, e em que para todos havia
sustento, debaixo da qual os animais do campo achavam sombra, e em cujos ramos as aves do céu
faziam morada,"
Daniel 4:22: "és tu, ó rei, que cresceste e vieste a ser forte; a tua grandeza cresceu e chega até ao
céu, e o teu domínio, até à extremidade da terra."
Daniel 4:23: "Quanto ao que viu o rei, um vigilante, um santo, que descia do céu e que dizia: Cortai a
árvore e destruí-a, mas a cepa com as raízes deixai na terra, atada com cadeias de ferro e de bronze,
na erva do campo; seja ela molhada do orvalho do céu, e a sua porção seja com os animais do campo,
até que passem sobre ela sete tempos,"
Daniel contou ao rei o que Deus lhe estava revelando, ou seja, que se Nabucodonosor não modificasse
os seus caminhos, sua mente sofreria de uma enfermidade por sete anos. Ele começaria a se comportar
como se fosse um animal, até o ponto de ser enxotado para o campo, onde passaria a comer capim.
Mas, como o tronco da árvore preservado na terra, o seu direito de exercer o governo seria mantido; e
tão logo retornasse o seu perfeito juízo e desde que reconhecesse a liderança divina, o reino lhe seria
devolvido.
Daniel 4:24: "esta é a interpretação, ó rei, e este é o decreto do Altíssimo, que virá contra o rei, meu
senhor:"
Daniel 4:25: "serás expulso de entre os homens, e a tua morada será com os animais do campo, e dar-
te-ão a comer ervas como aos bois, e serás molhado do orvalho do céu; e passar-se-ão sete tempos por
cima de ti, até que conheças que o Altíssimo tem domínio sobre o reino dos homens e o dá a quem
quer."
A condição descrita por Daniel é conhecida entre os psiquiatras como licantropia (ou síndrome do
homem-lobo). Essa síndrome era bastante comum nos séculos passados, quando até mesmo pessoas
instruídas viviam em contato bastante íntimo com seus animais. Trata-se de um estado mental em que
a pessoa chega a pensar que é um animal, e começa agir como tal.
O Dr. David Yellowlees, que foi presidente da Associação Médico-Psicológica da Inglaterra, escreveu
que o quadro clínico de Nabucodonosor era psicose maníaco-depressiva aguda. Ele disse: “A psicose
maníaco-depressiva aguda, em suas formas extremas, exibe todas as espécies de hábitos degradantes,
tais como se despir totalmente ou rasgar as roupas, comer imundícies e lixo de todas as espécies, fazer
gestos selvagens e violentos, ataques, ruídos com grunhidos, e a mais completa desconsideração para
com a decência pessoal. Esses sintomas meramente demonstram a aberração como um todo, e de
maneira nenhuma, indicam uma condição sem esperança. Pelo contrário, são vistas com mais
freqüência nos casos em que há recuperação” (The Pulpit Comentary, v. 13, p.147.
Foi dado ao rei um período de um ano para que se arrependesse de seus pecados e voltasse os olhos a
Deus. Em todos os tempos, Deus, sempre, antes de executar uma sentença, nos avisa. Aponta o erro,
roga e implora. Nínive teve um período de experiência de 40 dias. Por meio de Noé, o mundo recebeu
120 anos de aviso antes de vir o dilúvio. O mundo tem tido anos de aviso sobre a segunda vinda de
Cristo. O rei foi advertido, mas não forçado, porque Deus respeita nosso livre-arbítrio.
Daniel 4:26: "Quanto ao que foi dito, que se deixasse a cepa da árvore com as suas raízes, o teu reino
tornará a ser teu, depois que tiveres conhecido que o céu domina."
Daniel 4:27: "Portanto, ó rei, aceita o meu conselho e põe termo, pela justiça, em teus pecados e em
tuas iniqüidades, usando de misericórdia para com os pobres; e talvez se prolongue a tua tranqüilidade.
Cerca de trinta anos antes, Daniel havia dito ao rei: “O Deus do céu [te] conferiu o reino” (Dn 2:37,
38), mas Nabucodonosor havia erguido uma imagem toda de ouro para declarar sua independência do
Altíssimo. Em outras palavras, ele havia recusado aceitar a soberania de Deus. Agora, Deus o
aconselhava a refletir. O rei teria uma nova oportunidade para aprender essa lição.
Nabucodonosor tinha nas mãos o império mais poderoso do seu tempo, no qual podia experimentar a
idéia de se sentir como um deus. Mas os resultados de tomar o lugar de Deus são sempre os mesmos:
caos e ruína.
Desde os tempos mais antigos do grande conflito, quando Satanás tentou pela primeira vez ser Deus (Is
14:12-14), até o surgimento do homem do pecado (2Ts 2:3, 4), a humanidade, de uma forma ou de
outra, sempre quis ser Deus. A primeira tentação estava arraigada na mentira de que poderíamos ser
“como Deus”. A serpente sugere que o homem pode ser “como Deus” – não no caráter, mas no poder
de determinar as regras morais.
O ser humano nunca gostou de ouvir alguém dizer o que ele deve fazer. Queremos decidir as coisas por
nós mesmos. Achamos que isso é o pleno exercício do livre-arbítrio. Contudo, o livre-arbítrio está em
escolher o que fazer; não em estabelecer o que é certo ou errado. Prescrever as regras morais é
atributo exclusivo de Deus.
No relato da criação, Deus estabelece as regras do que o primeiro homem e a primeira mulher podem
ou não podem fazer no jardim. A humanidade não é soberana. Essa era a lição que Nabucodonosor
precisava aprender. O sonho veio como advertência para aquele que ainda negava a soberania de Deus.
Daniel 4:28: "Todas estas coisas sobrevieram ao rei Nabucodonosor."
Daniel 4:29: "Ao cabo de doze meses, passeando sobre o palácio real da cidade de Babilônia,"
Daniel 4:30: "falou o rei e disse: Não é esta a grande Babilônia que eu edifiquei para a casa real, com o
meu grandioso poder e para glória da minha majestade?"
Daniel 4:31: "Falava ainda o rei quando desceu uma voz do céu: A ti se diz, ó rei Nabucodonosor: Já
passou de ti o reino."
Daniel 4:32: "Serás expulso de entre os homens, e a tua morada será com os animais do campo; e far-
te-ão comer ervas como os bois, e passar-se-ão sete tempos por cima de ti, até que aprendas que o
Altíssimo tem domínio sobre o reino dos homens e o dá a quem quer."
Daniel 4:33: "No mesmo instante se cumpriu a palavra sobre Nabucodonosor; e foi expulso de entre os
homens e passou a comer erva como os bois, o seu corpo foi molhado do orvalho do céu, até que lhe
cresceram os cabelos como as penas da águia, e as suas unhas, como as das aves."
Passados os doze meses que o Senhor havia concedido a Nabucodonosor, o rei continuava vivendo da
mesma forma. Então, as palavras orgulhosas do rei o reduziram à miséria.
Nabucodonosor olha para o seu reino e diz: “Não é esta a grande Babilônia que eu edifiquei?” Vivia no
auge da arrogância. O orgulho vem antes da destruição; o espírito altivo, antes da queda. A maldição
caiu sobre o rei enquanto ainda se vangloriava desdenhosamente. A visita de Deus para ele foi terrível.
Perdeu tudo de que se orgulhava. Perdeu o trono, o reino, o palácio, o poder, a majestade, a glória e
até mesmo o respeito próprio.
Ele foi retirado do convívio social, pois estava agindo como animal. Seu cabelo cresceu como penas, as
unhas ficaram parecidas com garras de pássaro. Ficou nu, andando como animal irracional sobre quatro
patas. Comia capim como boi. Sete anos se passaram com Nabucodonosor nessas condições
animalescas.
A história deste homem poderoso nos deixa uma grande verdade para meditar: o resultado de seu
esforço em tornar-se alvo de adoração foi rebaixar-se ao nível dos animais.
Daniel 4:34: "Mas ao fim daqueles dias, eu, Nabucodonosor, levantei os olhos ao céu, tornou-me a vir o
entendimento, e eu bendisse o Altíssimo, e louvei, e glorifiquei ao que vive para sempre, cujo domínio
é sempiterno, e cujo reino é de geração em geração."
Passados os sete anos de insanidade, o Rei teve o coração transformado. “Eu, Nabucodonosor, levantei
os olhos ao céu.” Deus o tocou. Fez o que ele nunca conseguiria fazer por si mesmo. Deus o
transformou. Ao levantar os olhos ao céu, Nabucodonosor foi milagrosamente transformado. O
impossível aconteceu. Aquilo que não se pode explicar, a não ser pela fé. O rei conheceu de perto a
misericórdia de Deus e Sua disposição para perdoar e restaurar. Reconheceu também que o único reino
eterno é o de Deus.
Daniel 4:35: "Todos os moradores da terra são por Ele reputados em nada; e, segundo a Sua vontade,
Ele opera com o exército do céu e os moradores da terra; não há quem Lhe possa deter a mão, nem
Lhe dizer: Que fazes?"
Daniel 4:36: "Tão logo me tornou a vir o entendimento, também, para a dignidade do meu reino,
tornou-me a vir a minha majestade e o meu resplendor; buscaram-me os meus conselheiros e os meus
grandes; fui restabelecido no meu reino, e a mim se me ajuntou extraordinária grandeza."
Daniel 4:37: "Agora, pois, eu, Nabucodonosor, louvo, exalto e glorifico ao Rei do céu, porque todas as
Suas obras são verdadeiras, e os Seus caminhos, justos, e pode humilhar aos que andam na soberba."
Quando alguém se afasta da misericórdia de Deus, aproxima-se da insanidade. Quando se aproxima de
Deus, começa a progredir como criatura pensante e inteligente. Através do seu testemunho público,
Nabucodonosor reconheceu afinal a autoridade de Deus. Seu desejo de render glória a Deus demonstra
que o outrora orgulhoso rei não pensava mais que era maior do que o Rei dos reis.
Muitos sofrem de insanidade espiritual e não sabem. O pecado desequilibra a mente e faz com que
homens e mulheres ajam mais como animais do que como seres humanos. Existe algo
fundamentalmente errado dentro de cada um de nós chamado pecado. A única solução para o homem
desesperado sair dessa condição (animalesca) é levantar os olhos para o céu. Não há outra saída. A
salvação vem do alto.
A exemplo do rei, podemos olhar para o céu e sentir agora mesmo que Deus pode nos transformar.
Unicamente Ele pode nos transformar. Só temos que olhar para o céu e buscá-Lo com fé.
O último registro do rei Nabucodonosor foram suas palavras de louvor a Deus. Ele pede que o mundo
todo ouça o seu testemunho. “Estive cego, mas agora vejo.”
Desvendando Daniel: conhecimento ignorado
Este capítulo retrata uma experiência que o rei Belsazar viveu (segundo
estudiosos, Belsazar era filho de Nabonido e neto de Nabucodonosor). Assim como muitos de nós, ele
ignorou o conhecimento da Palavra e pecou contra Deus. Ele tinha acesso e conhecimento do
testemunho que seu avô dera no passado, pois esse documento fazia parte dos arquivos do império,
para que todos tivessem acesso e evitassem que o mesmo erro fosse cometido; mas Belsazar preferiu
ignorar.
Daniel 5:1: "O rei Belsazar deu um grande banquete a mil dos seus grandes e bebeu vinho na presença
dos mil."
Este capítulo começa com um grande salão de festas e um jantar para mil convidados. Os reis no
mundo antigo eram conhecidos por seus banquetes exagerados. Nessas festas, normalmente
aconteciam grandes orgias e bebedeiras. Mas o momento era totalmente inadequado. Enquanto
Belsazar bebia com seus convidados, do lado de fora, o exército de Ciro mantinha a cidade cercada.
Os muros de Babilônia eram invulneráveis e invencíveis. Tinham quase 120 metros de altura e 30
metros de largura – tão largos que seis bigas podiam correr lado a lado, no topo dos muros.
Num momento em que eram requeridos planejamento e preparação, Belsazar pensava unicamente em
festas e bebedeiras.
Daniel 5:2: "Enquanto Belsazar bebia e apreciava o vinho, mandou trazer os utensílios de ouro e de
prata que Nabucodonosor, seu pai, tirara do templo, que estava em Jerusalém, para que neles
bebessem o rei e os seus grandes, as suas mulheres e concubinas."
Daniel 5:3: "Então, trouxeram os utensílios de ouro, que foram tirados do templo da Casa de Deus que
estava em Jerusalém, e beberam neles o rei, os seus grandes e as suas mulheres e concubinas."
Daniel 5:4: "Beberam o vinho e deram louvores aos deuses de ouro, de prata, de bronze, de ferro, de
madeira e de pedra."
Belsazar era neto de Nabucodonosor, mas o chamava de pai por ser seu sucessor no reinado. Daniel se
refere a Nabucodonosor como pai de Belsazar e algumas pessoas pensam mesmo que o jovem rei seja
filho do grande imperador da Babilônia. Jesus, por exemplo, é chamado de filho de Davi (Mt 9:27).
Sucede que Davi viveu cerca de mil anos antes de Cristo. É que a palavra “pai”, nos idiomas semitas,
pode se referir também a qualquer antepassado, não só ao pai imediato.
Belsazar misturou o sagrado com o profano ao ordenar que fossem trazidos os “candelabros e os
utensílios de ouro”. Setenta anos antes, o rei Nabucodonosor foi a Jerusalém e confiscou os
candelabros e todos os utensílios de ouro do templo, inclusive os vasos e taças usados no serviço do
Senhor. Esses objetos sagrados foram confeccionados durante a construção do tabernáculo. Nesse
templo os israelitas louvavam e adoravam a Deus. No templo construído por Salomão, o serviço
prosseguiu por séculos, com os objetos de ouro tratados com a mais alta reverência.
Agora, os idólatras babilônios usam as mesmas taças em uma festa pagã. Esse foi o último desafio do
imoral Belsazar, porque há uma linha que Deus traçou na areia. Existe um limite onde Deus diz: “Você
pode ir até aqui em seu desafio e não mais além.”
O ato audacioso de Belsazar – mandar buscar vasos sagrados do templo judeu para serem usados como
utensílios de farra e bebedeira – seria considerado sacrilégio mesmo aos olhos de um pagão. Com
absoluto escárnio e desdém para com os judeus e seu Deus, o rei embriagado ordenou que os vasos do
templo deles fossem usados, de maneira que pudesse fazer deboche do nome do Deus dos judeus.
Daniel 5:5: "No mesmo instante apareceram uns dedos de mão de homem e escreviam, defronte do
candeeiro, na caiadura da parede do palácio real; e o rei via os dedos que estavam escrevendo."
Daniel 5:6: "Então, se mudou o semblante do rei, e os seus pensamentos o turbaram; as juntas dos seus
lombos se relaxaram, e os seus joelhos batiam um no outro."
Em meio àquela festa pagã, a mão de Deus começou a escrever na parede palavras estranhas, com
letras de fogo. O rei ficou branco como cera. Seus joelhos tremeram ao ver uma mão sem corpo
rabiscar palavras misteriosas na parede do palácio.
Daniel 5:7: "O rei ordenou, em voz alta, que se introduzissem os encantadores, os caldeus e os
feiticeiros; falou o rei e disse aos sábios da Babilônia: Qualquer que ler esta escritura e me declarar a
sua interpretação será vestido de púrpura, trará uma cadeia de ouro ao pescoço e será o terceiro no
meu reino."
Daniel 5:8: "Então, entraram todos os sábios do rei; mas não puderam ler a escritura, nem fazer saber
ao rei a sua interpretação."
Belsazar não aprendeu a lição com a experiência de seu avô, Nabucodonosor. Repetiu o mesmo erro. O
rei escolheu novamente os astrólogos e sábios do reino para decifrar a escrita. Mas, mesmo lendo o que
estava escrito na parede, eles não conseguiram traduzir a mensagem.
Daniel 5:9: "Com isto se perturbou muito o rei Belsazar, e mudou-se-lhe o semblante; e os seus grandes
estavam sobressaltados."
Daniel 5:10: "A rainha-mãe, por causa do que havia acontecido ao rei e aos seus grandes, entrou na
casa do banquete e disse: Ó rei, vive eternamente! Não te turbem os teus pensamentos, nem se mude
o teu semblante."
Alguns registros históricos dizem que Nabucodonosor tinha uma filha casada que deu à luz Belsazar. Os
estudiosos, contudo, estão divididos sobre se a rainha era a mãe de Belsazar ou sua avó, a esposa de
Nabucodonosor.
As notícias da confusão na sala de banquetes e da perplexidade dos sábios chegaram aos aposentos da
rainha-mãe. Com pressa, ela foi até lá para ver o que podia fazer. Era o último recurso, depois do
fracasso dos sábios da corte. Ela não esteve presente na farra dos bêbados, estando sóbria e apta para
dar um bom conselho. A rainha lembrou-se de outras ocasiões em que os sábios foram desacreditados
publicamente. Lembrou-se de um homem que tivera sucesso quando os demais falharam.
Daniel 5:11: "Há no teu reino um homem que tem o espírito dos deuses santos; nos dias de teu pai, se
achou nele luz, e inteligência, e sabedoria como a sabedoria dos deuses; teu pai, o rei Nabucodonosor,
sim, teu pai, ó rei, o constituiu chefe dos magos, dos encantadores, dos caldeus e dos feiticeiros,"
Daniel 5:12: "porquanto espírito excelente, conhecimento e inteligência, interpretação de sonhos,
declaração de enigmas e solução de casos difíceis se acharam neste Daniel, a quem o rei pusera o nome
de Beltesazar; chame-se, pois, a Daniel, e ele dará a interpretação."
A essa altura, Daniel deveria estar com cerca de 85 anos de idade. Por 70 anos viveu ele nesse reino e
conheceu os tempos épicos de Babilônia.
Daniel 5:13: "Então, Daniel foi introduzido à presença do rei. Falou o rei e disse a Daniel: És tu aquele
Daniel, dos cativos de Judá, que o rei, meu pai, trouxe de Judá?"
Daniel 5:14: "Tenho ouvido dizer a teu respeito que o espírito dos deuses está em ti, e que em ti se
acham luz, inteligência e excelente sabedoria."
Daniel foi introduzido na presença do rei. Ele não fora convidado para a festa. Ele não se sentiria
confortável ali, e faria com que todos se sentissem incomodados. Ele entrou no salão com dignidade.
Estava apto a dar ao rei a mensagem direta do Deus de Israel, cujos vasos sagrados o soberano havia
tão atrevidamente profanado.
Daniel 5:15: "Acabam de ser introduzidos à minha presença os sábios e os encantadores, para lerem
esta escritura e me fazerem saber a sua interpretação; mas não puderam dar a interpretação destas
palavras."
Daniel 5:16: "Eu, porém, tenho ouvido dizer de ti que podes dar interpretações e solucionar casos
difíceis; agora, se puderes ler esta escritura e fazer-me saber a sua interpretação, serás vestido de
púrpura, terás cadeia de ouro ao pescoço e serás o terceiro no meu reino."
Belsazar demonstrou não estar totalmente convencido do talento de Daniel, ao dizer: “Se puderes ler
esta escritura.” Oficialmente, o pai de Belsazar, Nabonido, ainda era o rei de Babilônia. Belsazar, como
co-regente, era o segundo no comando. Portanto, ele só podia oferecer o terceiro lugar a quem
pudesse interpretar a escrita na parede.
Daniel 5:17: "Então, respondeu Daniel e disse na presença do rei: Os teus presentes fiquem contigo, e
dá os teus prêmios a outrem; todavia, lerei ao rei a escritura e lhe farei saber a interpretação."
Se o caráter do rei não estivesse tão impregnado do materialismo, ele não teria falado de recompensas
num momento como aquele. Daniel recusou sua proposta com desdém, mostrando sua total falta de
interesse nas coisas deste mundo.
Daniel 5:18: "Ó rei! Deus, o Altíssimo, deu a Nabucodonosor, teu pai, o reino e grandeza, glória e
majestade."
Daniel 5:19: "Por causa da grandeza que lhe deu, povos, nações e homens de todas as línguas tremiam
e temiam diante dele; matava a quem queria e a quem queria deixava com vida; a quem queria
exaltava e a quem queria abatia."
Daniel 5:20: "Quando, porém, o seu coração se elevou, e o seu espírito se tornou soberbo e arrogante,
foi derribado do seu trono real, e passou dele a sua glória."
Daniel 5:21: "Foi expulso dentre os filhos dos homens, o seu coração foi feito semelhante ao dos
animais, e a sua morada foi com os jumentos monteses; deram-lhe a comer erva como aos bois, e do
orvalho do céu foi molhado o seu corpo, até que conheceu que Deus, o Altíssimo, tem domínio sobre o
reino dos homens e a quem quer constitui sobre ele."
O que Daniel disse podia custar-lhe a vida, mas, mesmo assim, ele o fez. Ele era profeta de Deus e
tinha uma mensagem de verdade para dar. Recapitulando a história de Nabucodonosor, Daniel lembrou
ao rei Belsazar quem era o Deus Altíssimo que havia concedido a Nabucodonosor - e também a Belsazar
- a autoridade para governar Babilônia. Ele assinalou que ao fim da loucura de Nabucodonosor, o rei
reconheceu que “o Altíssimo, tem domínio sobre o reino dos homens, e a quem quer constitui sobre
ele”.
Daniel 5:22: "Tu, Belsazar, que és seu filho, não humilhaste o teu coração, ainda que soubesse de tudo
isto."
Daniel 5:23: "E te levantaste contra o Senhor do céu, pois foram trazidos os utensílios da casa dEle
perante ti, e tu, e os teus grandes, e as tuas mulheres, e as tuas concubinas bebestes vinho neles; além
disso, destes louvores aos deuses de prata, de ouro, de bronze, de ferro, de madeira e de pedra, que
não vêem, não ouvem, nem sabem; mas a Deus, em cuja mão está a tua vida e todos os teus caminhos,
a Ele não glorificaste."
Embora conhecesse em detalhes o que acontecera ao seu avô, Belsazar deixou de aprender pela
experiência de Nabucodonosor. Seu avô tinha sido orgulhoso, mas se arrependeu a tempo e se tornou
filho de Deus. Belsazar, por outro lado, escolheu deliberadamente desafiar a lei e a autoridade de Deus
e recusou humilhar-se. Seu pecado, então, era grande, e o juízo, iminente.
Por que Belsazar aceitou tão mansamente as palavras de Daniel, as quais poderiam ser consideradas
traição pelos que o rodeavam? A resposta é simples: o “terror de Deus” (Gn 35:5) estava sobre todos.
Quando um profeta de Deus toma conta da situação, como fez Daniel naquela ocasião, não há poder
capaz de causar dano, ou de fazer oposição a sua mensagem.
Daniel 5:24: "Então, da parte dele foi enviada aquela mão que traçou esta escritura."
Daniel 5:25: "Esta, pois, é a escritura que se traçou: MENE, MENE, TEQUEL e PARSIM."
Daniel 5:26: "Esta é a interpretação daquilo: MENE: Contou Deus o teu reino e deu cabo dele."
Daniel 5:27: "TEQUEL: Pesado foste na balança e achado em falta."
Daniel 5:28: "PERES: Dividido foi o teu reino e dado aos medos e aos persas."
Em aramaico, a inscrição consistia em uma série de quatro palavras. O aramaico, assim como o
hebraico, era escrito só com consoantes. As palavras a serem lidas dependiam das vogais que fossem
acrescentadas.
Para os sábios, as letras M N M N T Q L P R S N não faziam sentido. Daniel leu em voz alta “mene,
mene, tequel, parsim” e então deu a interpretação: “contado, contado, pesado e dividido” (“parsim” é
o plural de “peres” e pode ser entendido: no singular como “dividido” e no plural como equivalente à
pronúncia de “persas”).
A repetição da primeira palavra é uma ênfase solene, como as palavras de Jesus “em verdade, em
verdade” no Novo Testamento (Jo 3:11; 5:24).
Pesado e achado em falta – Estas terríveis palavras de destruição condenam todos os que, como
Belsazar, negligenciam as oportunidades dadas por Deus. Se a nossa vida, como a de Belsazar, fosse
colocada em uma balança (nossa vida em um prato e a lei de Deus no outro), teríamos um resultado
melhor?
E mesmo que o resultado fosse melhor, seria suficiente? Afinal, a vida de quem – mesmo do cristão mais
santo – poderia resistir diante da lei de Deus? (Rm 3:23). Nesse sentido, não somos tão diferentes de
Belsazar. Mas existe uma diferença crucial: nossa fé em Deus.
Há um tempo para tudo (Ec 3:1, 2). Devemos tomar as decisões importantes enquanto há tempo.
Essa foi a última noite de Babilônia e do rei Belsazar. Eles encheram a taça da sua iniqüidade. As
demonstrações acumuladas de pecado dessa nação atingiram um ponto onde Deus disse: “Basta!” Os
babilônios cruzaram a linha-limite que Deus traçara. Daniel disse: “Pesado foste na balança e foste
achado em falta.” A misericórdia de Deus havia se esgotado.
Ninguém será julgado por deixar de fazer aquilo que não sabia; mas por não ter feito o que já tinha
conhecimento.
Daniel 5:29: "Então, mandou Belsazar que vestissem Daniel de púrpura, e lhe pusessem cadeia de ouro
ao pescoço, e proclamassem que passaria a ser o terceiro no governo do seu reino."
Daniel 5:30: "Naquela mesma noite foi morto Belsazar, rei dos caldeus."
A história confirma que os babilônios estavam participando de uma grande festa quando os exércitos de
Ciro atacaram a cidade. Pegos totalmente de surpresa, foram incapazes de defender a cidade. Ciro
pôde entrar em Babilônia sem qualquer batalha. A gloriosa cabeça de ouro da profecia de Daniel 2 teve
um fim sem glória e desprezível.
Deus tratou Belsazar como um indivíduo responsável. Permitiu que o rei tomasse suas próprias decisões
e sofresse os resultados de sua livre escolha, ao retirar dele a proteção especial que lhe outorgara.
Belsazar não queria saber de Deus em sua vida, de modo que o Senhor respeitou sua decisão,
simplesmente Se afastando. Relutantemente Deus o “entregou” ao poder de seus inimigos.
Daniel 5:31: "E Dario, o medo, com cerca de sessenta e dois anos, se apoderou do reino."
Normalmente, o rio Eufrates apresentava baixo fluxo em outubro. Historiadores informam que naquela
noite do banquete fatídico, Ciro reduziu ainda mais o volume do rio, desviando temporariamente o seu
curso. Soldados penetraram por debaixo do muro em águas que não lhes atingiam mais que os joelhos.
Descobriram que os portões do rio ainda se achavam abertos, ganharam acesso às ruas e mataram os
guardas que de nada suspeitavam. Exatamente como predissera a profecia, a cabeça de ouro cedera
lugar ao peito e braços de prata.
Como Babilônia, este mundo está chegando ao fim. Os juízos de Deus logo se abaterão sobre este
planeta impenitente, e o mundo viverá sua última noite. Alguns pedirão um pouco mais de tempo, mas
não poderão ser atendidos. A Babilônia moderna terá a mesma sorte que teve a antiga cidade, e todos
que recusarem sair dela serão destruídos também.
Apesar das experiências de seu avô, com as quais Belsazar estava familiarizado, o rei decidiu desafiar o
Deus do Céu e sofreu as conseqüências. A sabedoria dos pais ou dos avós nem sempre pode ser
transmitida às gerações seguintes. O destino eterno de cada pessoa depende de suas próprias escolhas.
Algumas pessoas entendem que ignorância significa recusar obter o conhecimento disponível sem
assumir qualquer responsabilidade. Ignorar é desconhecer a verdade por absoluta falta dos recursos
disponíveis para conhecê-la. Somos responsáveis por buscar a verdade. Recusar-se a fazê-lo equivale a
negar o conhecimento. Não saber é muito diferente de não querer saber (At 17:30; Os 4:6).
A pessoa verdadeiramente ignorante deseja trocar a ignorância pelo conhecimento. A teimosamente
ignorante tenta não ser atingida pela verdade, mas fracassa. Então, siga o conselho de Isaías: “Buscai o
Senhor enquanto se pode achar, invocai-O enquanto está perto.”
Desvendando Daniel: na cova dos leões
O capítulo anterior termina com a morte do rei Belsazar e a queda de Babilônia. O ouro
dá lugar a um metal de menor valor. Levanta-se um poder que é representado na imagem de Daniel 2 pelo peito
e braços de prata. Esse reino que suplanta o império da Babilônia é a Medo Pérsia. Ciro é citado na profecia
como a vara na mão do Senhor para a punição de Babilônia. Ele tinha apenas 25 anos de idade quando
conquistou o império. Seu tio, Dario, que tinha 62 anos, se tornou o primeiro governante.
Daniel 6:1: "Pareceu bem a Dario constituir sobre o reino a cento e vinte sátrapas, que estivessem por todo o
reino;"
Daniel 6:2: "e sobre eles, três presidentes, dos quais Daniel era um, aos quais estes sátrapas dessem conta, para
que o rei não sofresse dano."
Daniel 6:3: "Então, o mesmo Daniel se distinguiu destes presidentes e sátrapas, porque nele havia um espírito
excelente; e o rei pensava em estabelecê-lo sobre todo o reino."
Dario reorganizou o governo na forma de república, fazendo dele o mais democrático de todos os reinos da
Antiguidade. Cento e vinte sátrapas (governadores) eram subordinados a três presidentes, ou primeiros-
ministros. Cada um desses presidentes, um dos quais era Daniel, tinha 40 príncipes a ele subordinados. O
problema começou quando Dario fez de Daniel o chefe dos presidentes, o que suscitou a inimizade dos outros
dois.
Altos cargos no governo não eram novidade para Daniel. Ele foi posto na corte de Nabucodonosor quando
ainda era bastante jovem, tendo alcançado elevadas posições, as quais ele manteve durante a maior parte das
dinastias babilônicas e persas.
É interessante notar que Dario aproveitou um homem de influência política do governo anterior. Por trás de
tudo, naturalmente, estava Deus.
Daniel 6:4: "Então, os presidentes e os sátrapas procuravam ocasião para acusar a Daniel a respeito do reino;
mas não puderam achá-la, nem culpa alguma; porque ele era fiel, e não se achava nele nenhum erro nem culpa."
Vemos aqui outra manifestação do primeiro pecado de Lúcifer no Céu, quando desejou uma posição que não
era sua. Satanás não pode ver a prosperidade de um filho de Deus, sem procurar destruí-lo.
A inveja ardia no coração dos colegas babilônios de Daniel. Estavam decididos a derrubá-lo, e passaram a
observar cada movimento dele, na esperança de encontrar algo que desacreditasse sua autoridade. No entanto,
não conseguiam encontrar “falta alguma em Daniel”.
Daniel 6:5: "Disseram, pois, estes homens: Nunca acharemos ocasião alguma para acusar a este Daniel, se não
a procurarmos contra ele na lei do seu Deus."
Quando não conseguiram encontrar nada no caráter nem nas atividades profissionais de Daniel, que pudessem
usar para desacreditá-lo diante do rei, os governadores se voltaram para a religião dele. Sendo que não havia
conflito aparente entre a sua vida religiosa e o cumprimento dos deveres, eles tiveram que inventar um. Os
hábitos religiosos de Daniel eram bem conhecidos: ele era um homem de oração. Esse foi então o ponto em que
decidiram atacá-lo.
Daniel 6:6: "Então, estes presidentes e sátrapas foram juntos ao rei e lhe disseram: Ó rei Dario, vive
eternamente!"
Daniel 6:7: "Todos os presidentes do reino, os prefeitos e sátrapas, conselheiros e governadores concordaram
em que o rei estabeleça um decreto e faça firme o interdito que todo homem que, por espaço de trinta dias, fizer
petição a qualquer deus ou a qualquer homem e não a ti, ó rei, seja lançado na cova dos leões."
Daniel 6:8: "Agora, pois, ó rei, sanciona o interdito e assina a escritura, para que não seja mudada, segundo a
lei dos medos e dos persas, que se não pode revogar."
Daniel 6:9: "Por esta causa, o rei Dario assinou a escritura e o interdito."
Os presidentes e os governadores pediram uma audiência urgente com o rei e disseram: “Todos os presidentes
do reino se reuniram e resolveram que não adoraremos outro deus, ou a qualquer homem, a não ser a ti, ó rei!”
Porém, Daniel não havia sido consultado, pois se tratava de um complô contra ele.
No império medo-persa, quando uma lei era aprovada, nem mesmo o rei tinha poderes para revogá-la. A lei era
o mestre, e uma vez assinada, todos deviam segui-la. Por essa razão, os inimigos de Daniel foram ao rei e
propuseram que ele editasse uma lei proibindo a adoração de qualquer outro que não fosse ele mesmo, o rei.
Podia parecer estranho que um rei pudesse emitir um decreto mediante o qual todas as pessoas devessem orar
tão-somente a ele durante 30 dias, mas em tempos antigos os reis eram freqüentemente tratados como deuses.
Esse decreto particular pode até mesmo ter parecido razoável a muitas pessoas, pois foi interpretado como uma
espécie de teste de lealdade, designado como forma de unir a todos sob o novo líder.
Daniel 6:10: "Daniel, pois, quando soube que a escritura estava assinada, entrou em sua casa e, em cima, no
seu quarto, onde havia janelas abertas do lado de Jerusalém, três vezes por dia, se punha de joelhos, e orava, e
dava graças, diante do seu Deus, como costumava fazer."
Ao tomar conhecimento do decreto, logo Daniel viu que não era a honra do rei que estava sendo defendida ou
exaltada; percebeu as más intenções dos seus companheiros ao querer destruí-lo; mas nem por isso se
atemorizou.
Daniel jamais permitiria que a fidelidade a Dario interrompesse seu relacionamento com Deus. Daniel sabia que
Deus tinha estado com ele durante 70 anos no Império Babilônico. Tinha plena consciência e certeza de que
Deus lhe tinha dado capacidades para servi-lo, quando ainda adolescente. Sabia também que havia sido Deus
que o ajudara a passar nos testes diante do rei Nabucodonosor, e que lhe dera inteligência, conhecimento e
capacidade.
Ele sabia que fora Deus quem lhe dera a interpretação do sonho do rei. Tomara conhecimento do livramento de
seus amigos Sadraque, Mesaque e Abedenego da fornalha ardente. Daniel sabia que fora Deus que o ajudara a
manter o reino unido por sete anos, enquanto Nabucodonosor estava sob a ação da terrível insanidade
licantrópica, comendo grama como um bovino. Ele sabia que tinha sido Deus quem o fizera interpretar o sonho
do juízo e aquela grande árvore no capítulo 4 de Daniel. Estava plenamente convicto de que havia sido Deus
que lhe permitira interpretar a escrita na parede e quem o tinha posto como primeiro presidente no reino medo-
persa. Tinha certeza de que Deus estaria com ele nos momentos cruciais que enfrentaria. Sua fé não vacilaria
agora, pois ele fazia de Deus a fonte de sua força e energia.
As janelas do seu quarto eram abertas na direção de Jerusalém e, ao ajoelhar-se, Daniel virava o rosto naquela
direção. Os conspiradores conheciam bem os hábitos de Daniel e não tiveram dificuldade em vê-lo orando, em
atitude de direta violação à ordem do rei.
Se quisesse, Daniel poderia ter deixado de orar pelo curto período do decreto. Afinal, 30 dias passam rápido.
Ele poderia até orar secretamente. Ele poderia fechar as janelas. Não necessitaria ajoelhar-se para orar. Ele
poderia orar na cama, em silêncio, sem que ninguém soubesse. Mas não! Daniel estava em uma terra pagã, onde
a religião vigente era a idolatria. Sentiu que era sua incumbência demonstrar mais uma vez o poder do seu
Deus. Sentiu que precisava mais uma vez testemunhar. Não seriam as conspirações de seus inimigos que
mudariam seu relacionamento com Deus. É preciso compreender como a nossa fidelidade a Deus pode afetar e
influenciar a vida dos outros.
O fato de que Daniel se dispusesse a orar sob aquelas circunstâncias já é digno de nota. O que mais
impressiona, porém, é que ele “dava graças”. Mesmo tendo diante de si a perspectiva da cova dos leões, Daniel
dava graças. Pense no que isso significa. Daniel conhecia as promessas de Deus. “Deus é nosso refúgio e
fortaleza, socorro bem presente nas tribulações” (Salmo 46:1). “O anjo do Senhor acampa-se ao redor dos que
O temem, e os livra” (Salmo 34:7).
Aos 85 anos de idade, aproximadamente, Daniel ora para que Deus o ajude a enfrentar a cova dos leões, tal
como o ajudou nas outras ocasiões de sua vida, e ora para que, por intermédio da sua fidelidade em momento de
risco de vida, o rei Dario fosse levado a aceitar o Senhor.
Quando iniciamos a oração dando graças a Deus, nossa fé é reforçada e os problemas que serão apresentados
nos parecerão passíveis de solução. Desse modo, estaremos em condições de orar com fé, e não em dúvida.
Deus ouve a oração de fé.
Daniel 6:11: "Então, aqueles homens foram juntos, e, tendo achado a Daniel a orar e a suplicar, diante do seu
Deus,"
Daniel 6:12: "se apresentaram ao rei, e, a respeito do interdito real, lhe disseram: Não assinaste um interdito
que, por espaço de trinta dias, todo homem que fizesse petição a qualquer deus ou a qualquer homem e não a ti,
ó rei, fosse lançado na cova dos leões? Respondeu o rei e disse: Esta palavra é certa, segundo a lei dos medos e
dos persas, que se não pode revogar."
Daniel 6:13: "Então, responderam e disseram ao rei: Esse Daniel, que é dos exilados de Judá, não faz caso de
ti, ó rei, nem do interdito que assinaste; antes, três vezes por dia, faz a sua oração."
Os acusadores fingiram desapontamento. Aparentavam-se chocados pelo fato de o “mal-agradecido, exilado e
judeu” mostrar tanta deslealdade para com o rei. A verdade é que Daniel era mais leal ao rei do que qualquer
um deles. Tinha mais respeito pelo rei do que todos eles.
Daniel 6:14: "Tendo o rei ouvido estas coisas, ficou muito penalizado e determinou consigo mesmo livrar a
Daniel; e, até ao pôr-do-sol, se empenhou por salvá-lo."
Somente agora Dario compreendeu a razão do decreto. Mas nada podia fazer após tê-lo assinado. A lei dizia
que nem mesmo o rei podia modificá-la, e se ele o fizesse, seria deposto. Mesmo assim o rei trabalhou até o sol
se pôr, tentando encontrar uma maneira de salvar a vida de Daniel. Mas havia um obstáculo jurídico
irremovível. Por causa da pressa em assinar o decreto, Dario havia caído na cova que ele mesmo cavara. Seus
bajuladores o fizeram de tolo. Em vez de ser deus por um mês, estava sendo marionete por um dia.
Daniel 6:15: "Então, aqueles homens foram juntos ao rei e lhe disseram: Sabe, ó rei, que é lei dos medos e dos
persas que nenhum interdito ou decreto que o rei sancione se pode mudar."
Aqueles homens sabiam que o rei pretendia livrar Daniel daquela situação. Mas, pelo fato do rei estar
legalmente impedido de voltar atrás em seu decreto, havia apenas uma única chance de Daniel escapar da
morte: somente se voltasse atrás e obedecesse ao decreto. Entretanto, todos sabiam que não havia a menor
possibilidade disso acontecer. Não porque fosse arrogante, mas porque havia um princípio em jogo. E Daniel
não era homem de ceder quando se tratava de um princípio.
Daniel 6:16: "Então, o rei ordenou que trouxessem a Daniel e o lançassem na cova dos leões. Disse o rei a
Daniel: O teu Deus, a quem tu continuamente serves, que Ele te livre."
Daniel 6:17: "Foi trazida uma pedra e posta sobre a boca da cova; selou-a o rei com o seu próprio anel e com o
dos seus grandes, para que nada se mudasse a respeito de Daniel."
Daniel 6:18: "Então, o rei se dirigiu para o seu palácio, passou a noite em jejum e não deixou trazer à sua
presença instrumentos de música; e fugiu dele o sono."
Por todos os relatos, Daniel é um dos poucos personagens sobre quem a Bíblia não registra nada de negativo.
Mas isso não o livrou da cova dos leões. Deus permitiu que homens ímpios chegassem a realizar o seu
propósito; mas isso foi para que pudesse tornar o livramento do Seu servo mais marcante e tornar ainda mais
visível a derrota dos inimigos da justiça.
Após determinar que Daniel fosse jogado vivo na cova dos leões, o rei Dario foi para casa naquela noite com a
consciência pesada, porque sabia que não houvera sido justo com o seu fiel servidor. A Bíblia diz que ele não
conseguiu se alimentar, não quis ouvir música, como de costume, e perdeu o sono. Estava em seu magnífico
palácio e não conseguia dormir.
Naquele momento, Daniel estava numa cova escura e imunda. Com a cabeça recostada sobre uma pedra, ele
adormece tranqüilo. O rei, por sua vez, não conseguia dormir nem um minuto. Isso nos ensina que não é a casa
em que vivemos que nos permite dormir sossegados. É a paz concedida por Deus que nos faz dormir. A paz é
algo interior.
Alguns imaginam que obtendo bens materiais, alcançarão segurança e paz. Mas a verdadeira paz é concedida
por Deus. Não surpreende que Daniel, apesar de lançado cruelmente numa cova de leões, tenha sentido a paz de
Deus no coração e nada temeu, porque sabia que havia agido honestamente. O rei, contudo, apesar de habitar
num belíssimo palácio, gozando de toda segurança, conforto e luxo, não podia dormir.
Quando se conhece a Deus, Ele proporciona paz ao coração. Ele nos capacita a enfrentar as situações difíceis da
vida com confiança. Se a nossa paz não depende do que está acontecendo ao redor, mas do que sucede em
nosso coração; se o reino de Deus está bem arraigado no íntimo e Jesus vive dentro de nós, então, somente
então, sentiremos a verdadeira paz.
Daniel 6:19: "Pela manhã, ao romper do dia, levantou-se o rei e foi com pressa à cova dos leões."
Daniel 6:20: "Chegando-se ele à cova, chamou por Daniel com voz triste; disse o rei a Daniel: Daniel, servo do
Deus vivo! Dar-se-ia o caso que o teu Deus, a quem tu continuamente serves, tenha podido livrar-te dos leões?"
Daniel 6:21: "Então, Daniel falou ao rei: Ó rei, vive eternamente!"
Daniel 6:22: "O meu Deus enviou o Seu anjo e fechou a boca aos leões, para que não me fizessem dano,
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Desvendando Daniel - o exílio

  • 1. Desvendando Daniel - o exílio O estudo verso a verso do livro de Daniel tem como objetivo revelar a história desse jovem hebreu que, com 18 anos de idade, foi levado preso para Babilônia e se tornou oficial do governo do Império Babilônico comandado pelo rei Nabucodonosor, sob a bênção e direção de Deus. O livro também revela como Deus protegeu e abençoou a vida desse jovem que sempre foi fiel aos princípios bíblicos. Ele foi usado pelo Senhor para revelar o significado de muitas profecias e deixar grandes lições. O livro é dividido em duas partes: os capítulos de 1 a 6 tratam da parte histórica, e os capítulos 7 a 12, da parte profética. Os primeiros seis capítulos apresentam o conflito sobrenatural entre as forças do bem e do mal. Os demais revelam a tentativa humana de estabelecer um domínio mundial, perseguindo-se inclusive o povo de Deus. Vale lembrar que este estudo é livre de qualquer opinião pessoal ou interpretações religiosas. Todos os significados de versos, datas e símbolos são retirados da própria Bíblia, confirmados pela história da humanidade. As palestras serão ministradas semanalmente pelo advogado Mauro Braga (a semelhança do que ocorreu com a série Desvendando o Apocalipse) e os textos redigidos pela jornalista Graciela Érika Rodrigues. Quem foi Daniel? Daniel foi um jovem hebreu a quem Nabucodonosor, rei do Império Babilônico, levou como escravo de Jerusalém para Babilônia, no ano 605 a.C., no início dos 70 anos de cativeiro do povo de Israel. Junto à corte do rei, Daniel e mais três amigos hebreus destacaram-se por seus conhecimentos gerais. Deus permitiu que Daniel e seus companheiros fossem levados presos à Babilônia para que, vivendo em uma nação de idólatras, pudessem representar o Seu caráter. Nascido de uma família judaica de alto nível e exilado em Babilônia no fim de sua adolescência, durante toda sua vida adulta Daniel desempenhou tarefas de estadista e consultor governamental. Os contatos diários com a política internacional fizeram com que seus escritos assumissem características de extraordinária praticidade. Foi, sem dúvida, marcante a forma como Deus conduziu as coisas, de tal modo que esse jovem prisioneiro viesse a se tornar o principal conselheiro do próprio rei que o levara para o cativeiro.
  • 2. Daniel 1:1: "No ano terceiro do reinado de Jeoaquim, rei de Judá, veio Nabucodonosor, rei da Babilônia, a Jerusalém e a sitiou." Nabucodonosor invadiu Jerusalém pela primeira vez no ano 605 a.C. Nos anos 597 e 586 a.C., seus exércitos invadiram a palestina novamente, sendo que nesta última ocasião, a cidade de Jerusalém foi destruída, inclusive o templo de Salomão. Daniel e seus companheiros estavam entre os presos da primeira invasão (605 a.C.). Daniel 1:2: "O Senhor lhe entregou nas mãos a Jeoaquim, rei de Judá, e alguns dos utensílios da Casa de Deus; a estes, levou-os para a terra de Sinar, para a casa do seu deus, e os pôs na casa do tesouro do seu deus." Após décadas de advertências, o Senhor permitiu a escravidão de Israel a fim de que Seu povo pudesse experimentar a diferença entre servir o Deus verdadeiro e servir ao paganismo. Também como punição pelas constantes apostasias de Israel. Na época, o povo de Deus vivia em total desobediência (Dt 28-30). Os moradores de Judá se achavam tragicamente cauterizados em seus pecados. Muitos foram os pecados de Israel. Eles são revelados pelo profeta Jeremias (9:14; 17:19-27; 22:1-5; 28). Resumidamente, foram: desonestidade, injustiça com os pobres, assassinato, transgressão do sábado, perseguição aos verdadeiros profetas, manifestação de favores para com os profetas que prometiam prosperidade sem condenar simultaneamente o pecado, e a adoração a Baal. A adoração a Baal envolvia uma série de "preferências sexuais" – antes do casamento, fora do casamento, homossexual e bestial. Até mesmo depois de "entregar" os judeus a seus inimigos, Deus lhes concedeu uma nova oportunidade. Prometeu que depois de 70 anos de cativeiro, Ele tomaria providências para tornar possível o regresso deles à sua terra natal (Jr 25:11-12; 29:1). Mesmo depois da haver "entregue" o reino de Judá como um todo, Deus permaneceu ao lado de Daniel como indivíduo. Deus tinha em mente que Seu povo se tornasse "luz dos gentios". O Senhor almejava que eles testemunhassem perante outras nações acerca de Sua bondade e da sabedoria de Suas leis. Foi o Senhor quem entregou Israel nas mãos de Nabucodonosor. O rei, porém, atribuiu a seus deuses a vitória sobre Jerusalém, e até colocou uma parte dos vasos sagrados do Templo na casa do seu próprio deus como reconhecimento da vitória obtida sobre o Deus de Israel. O principal deus da Babilônia era Marduk.
  • 3. O fato de os hebreus estarem cativos em Babilônia e de os vasos da casa de Deus terem sido postos no templo dos deuses de Babilônia era orgulhosamente citado pelos vencedores como evidência de que sua religião e costumes eram superiores à religião e costumes dos hebreus. Daniel 1:3: Disse o rei a Aspenaz, chefe dos seus eunucos, que trouxesse alguns dos filhos de Israel, tanto da linhagem real como dos nobres," Daniel 1:4: "jovens sem nenhum defeito, de boa aparência, instruídos em toda a sabedoria, doutos em ciência, versados no conhecimento e que fossem competentes para assistirem no palácio do rei e lhes ensinasse a cultura e a língua dos caldeus." Daniel 1:5: "Determinou-lhes o rei a ração diária, das finas iguarias da mesa real e do vinho que ele bebia, e que assim fossem mantidos por três anos, ao cabo dos quais assistiriam diante do rei." Daniel 1:6: "Entre eles se achavam, dos filhos de Judá, Daniel, Hananias, Misael e Azarias." Entre os presos foram escolhidos alguns "jovens sem nenhum defeito", para que fossem educados para ocupar importantes posições no governo de Nabucodonosor. Com objetivo de serem plenamente capacitados para a carreira, o rei deu ordens para que aprendessem a cultura e a língua dos caldeus e que, por três anos, lhes fossem asseguradas as vantagens incomuns da educação fornecida aos príncipes do reino. Jerusalém ficava a aproximadamente 1.500 quilômetros de Babilônia. Provavelmente Daniel teve que andar a pé ao longo dessa estrada, acompanhando o exército, numa média de 25 quilômetros por dia. Isso significa que a viagem deve ter durado aproximadamente dois meses. A primeira visão que se tinha ao longe da cidade era exatamente a Torre de Babel. Daniel 1:7: "O chefe dos eunucos lhes pôs outros nomes, a saber: a Daniel, o de Beltessazar; a Hananias, o de Sadraque; a Misael, o de Mesaque; e a Azarias, o de Abede-Nego." Os nomes de Daniel e seus companheiros foram mudados para nomes que representavam divindades caldéias. Os hebreus tinham o costume de dar nomes aos seus filhos com significados especiais, normalmente nomes que representavam traços de caráter. O nome Daniel significava "Deus é o meu juiz"; o de Ananias "Dom do Senhor"; Misael significava "Aquele que pertence a Deus" e Azarias quer dizer "Quem Jeová ajuda". O rei não compeliu os jovens hebreus a renunciarem sua fé em favor da idolatria, mas esperava alcançar isso gradualmente. Dando-lhes nomes significativos de idolatria, levando-os diariamente a íntima associação com costumes idólatras e sob a influência de sedutores ritos do culto pagão, ele esperava induzi-los a renunciar à religião de sua nação e unir-se ao culto dos babilônios.
  • 4. Tendo chegado ao colégio, os jovens descobriram que deveriam comer o alimento e beber o vinho que se servia na mesa do rei. Nabucodonosor pensava estar fazendo o melhor possível pelo bem-estar deles. Mas ocorre que a maior parte daquela comida era oferecida aos ídolos de Babilônia. O ato de comê-la constituía uma espécie de comunhão com os falsos deuses (Êx 34:15; 1Co 8:7; 10:14-22). Ingerir aquela comida era como oferecer homenagens aos deuses de Babilônia. Participar dos alimentos do rei significava estar ao lado do paganismo e desonrar os princípios da lei de Deus. Por outro lado, Daniel e seus amigos sabiam que suas faculdades físicas e mentais seriam afetadas pelo uso do vinho (Lv 10:1-11). Daniel 1:8: "Resolveu Daniel, firmemente, não contaminar-se com as finas iguarias do rei, nem com o vinho que ele bebia; então, pediu ao chefe dos eunucos que lhe permitisse não contaminar-se." Daniel poderia ter encontrado diversas desculpas plausíveis para violar os princípios divinos, mas não hesitou. A aprovação de Deus é mais importante do que os favores do rei. Ele decidiu permanecer firme em sua integridade, apesar das conseqüências. Daniel 1:9: "Ora, Deus concedeu a Daniel misericórdia e compreensão da parte do chefe dos eunucos." Daniel 1:10: "Disse o chefe dos eunucos a Daniel: Tenho medo do meu senhor, o rei, que determinou a vossa comida e a vossa bebida; por que, pois, veria ele o vosso rosto mais abatido do que o dos outros jovens da vossa idade? Assim, poríeis em perigo a minha cabeça para com o rei." Daniel 1:11: "Então, disse Daniel ao cozinheiro-chefe, a quem o chefe dos eunucos havia encarregado de cuidar de Daniel, Hananias, Misael e Azarias:" Daniel 1:12: "Experimenta, peço-te, os teus servos dez dias; e que se nos dêem legumes a comer e água a beber." Daniel 1:13: "Então, se veja diante de ti a nossa aparência e a dos jovens que comem das finas iguarias do rei; e, segundo vires, age com os teus servos." Daniel 1:14: "Ele atendeu e os experimentou dez dias." Daniel 1:15: "No fim dos dez dias, a sua aparência era melhor; estavam eles mais robustos do que todos os jovens que comiam das finas iguarias do rei." Daniel 1:16: "Com isto, o cozinheiro-chefe tirou deles as finas iguarias e o vinho que deviam beber e lhes dava legumes."
  • 5. Daniel mostrou que tinha Integridade de caráter mesmo em terra estranha, com princípios pagãos e mundanos. Quantos transgridem os princípios de conduta para não serem mal vistos pelos amigos ou pela sociedade. É importante observar que os jovens não permitiram que sua fidelidade nas convicções os tornasse arrogantes e descorteses. De modo muito polido, solicitaram ao chefe dos eunucos que lhes concedesse uma simples dieta vegetariana durante dez dias. Daniel 1:17: "Ora, a estes quatro jovens Deus deu o conhecimento e a inteligência em toda cultura e sabedoria; mas a Daniel deu inteligência de todas as visões e sonhos." Daniel 1:18: "Vencido o tempo determinado pelo rei para que os trouxessem, o chefe dos eunucos os trouxe à presença de Nabucodonosor." Daniel 1:19: "Então, o rei falou com eles; e, entre todos, não foram achados outros como Daniel, Hananias, Misael e Azarias; por isso, passaram a assistir diante do rei." Daniel 1:20: "Em toda matéria de sabedoria e de inteligência sobre que o rei lhes fez perguntas os achou dez vezes mais doutos do que todos os magos e encantadores que havia em todo o seu reino." Nos tempos bíblicos, a palavra "profeta" não significava meramente uma pessoa capaz de predizer o futuro. Certamente os profetas bíblicos predisseram o futuro, e predições eram a especialidade de Daniel; mas a palavra "profeta" significa basicamente "uma pessoa que fala em nome de outra". Os profetas da Bíblia falavam em nome de Deus. Eles tinham de comunicar a outros qualquer mensagem que, através do Espírito Santo, Deus lhes enviasse. Por sua fidelidade, os quatros jovens foram altamente recompensados por Deus. O rei havia estipulado prazo para que os jovens aprendessem "a cultura e a língua dos caldeus". Ao fim do prazo, o rei em pessoa os submeteu a um teste geral. O resultado foi que eles alcançaram avaliação dez vezes melhor do que a dos demais sábios do reino. Em razão disso, imediatamente eles "passaram a assistir diante do rei", ou seja, receberam posições de responsabilidade no governo. Esse conhecimento não foi obra do acaso. Foi o resultado de estudo sob a orientação divina. É bom lembrar que, entre os sábios da antiguidade, destacava-se Confúcio, que até hoje é respeitado como um grande filósofo. Ele foi contemporâneo de Daniel (551-479 a.C.). Portanto, na corte de Babilônia estavam reunidos representantes de todas as terras, homens do mais alto talento e dotados da cultura mais vasta que o mundo poderia oferecer; não obstante, entre todos eles os jovens hebreus não tiveram competidor.
  • 6. Para obter a graça de Deus, precisamos desempenhar nossa parte. Sua graça é dada para operar em nós o querer e o efetuar, mas nunca como substituto de nosso esforço. Assim como Deus chamou Daniel para testemunhar por Ele em Babilônia, Ele nos chama para sermos testemunhas Suas no mundo hoje. Tanto nos menores como nos maiores negócios da vida, Ele deseja que revelemos aos homens os princípios do Seu reino. Muitos estão esperando que uma grande obra lhes seja levada, ao mesmo tempo que perdem diariamente oportunidades para revelar fidelidade a Deus nas pequenas coisas. Daniel foi fiel em tudo, e Deus o abençoou. Daniel 1:21: "Daniel continuou até ao primeiro ano do rei Ciro." Daniel viveu na Babilônia até 538 a.C., ou seja, aproximadamente a época em que se cumpriram os 70 anos da profecia de Jeremias 29:10. Uma das primeiras providências de Ciro, após a tomada de Babilônia, foi a emissão de um decreto que permitia a todos os exilados e descendentes o retorno a suas respectivas pátrias de origem, se assim o desejassem. Desse modo, não apenas aos judeus, como também aos demais povos que haviam sido escravizados por Nabucodonosor, foi concedida a liberdade. Mais tarde, Ciro permitiu também que retornassem a seus países de origem todos os deuses que haviam sido tomados por Nabucodonosor. No caso dos judeus, que evidentemente não possuíam uma imagem do Deus verdadeiro como objeto de adoração, esse decreto significou o retorno de todos os utensílios sagrados do templo e até mesmo a promessa de reconstruir o templo de Jerusalém às expensas do Império. Daniel viveu por muito mais tempo ainda. Sua última visão está datada no terceiro ano do reinado de Ciro (Dn 10:1), sendo que nessa ocasião o profeta deveria estar com aproximadamente 87 anos de idade. Nessa época, Daniel já se encontrava demasiadamente idoso para valer-se da oportunidade de retornar à sua pátria. Esse capítulo mostra Deus em ação. Deus "entrega" os judeus com o propósito de abrir-lhes os olhos para as conseqüências de sua rebelião. O objetivo era conduzi-los a um estilo de vida melhor. Deus "concedeu" a Daniel o auxílio necessário para transformar um jovem exilado num competente administrador público e conselheiro. Por meio dos quatro jovens hebreus, Deus pôde cumprir Seu propósito. A vida de Daniel e seus companheiros é uma demonstração do que o Senhor fará pelos que buscam de todo o coração realizar o Seu propósito.
  • 7. Desvendando Daniel: o sonho que revelou o futuro A história da humanidade relata que milhares de pessoas sempre quiseram conhecer o futuro. A busca contínua pelo que virá atravessa os séculos e nos dias de hoje é alvo constante de especulações de todas as partes. Muitos, no desespero de conhecer o amanhã, procuram o sentido da vida nos lugares errados e com as fontes erradas. Quantas páginas você gastaria para escrever a história da humanidade? Historiadores afirmam que precisariam em torno de seis mil livros para contar nossa história. Daniel 2 revela o passado, o presente e o futuro em apenas nove versos. Deus apresentou um esboço da história do mundo, cobrindo um período de 2.500 anos, desde os tempos de Daniel até os nossos dias. Em Sua Palavra, Deus revelou o futuro para todos os Seus filhos sem qualquer distinção, a fim de que tivéssemos tempo de nos preparar para o que logo virá. Daniel 2:1: "No segundo ano do reinado de Nabucodonosor teve este um sonho; o seu espírito se perturbou, e passou-se-lhe o sono." No ano 603 a.C., Nabucodonosor, rei da Babilônia, preocupado com o futuro, teve um sonho impressionante. Mas ao acordar, esqueceu de tudo e, por isso, ficou muito perturbado. Daniel 2:2: "Então, o rei mandou chamar os magos, os encantadores, os feiticeiros e os caldeus, para que declarassem ao rei quais lhe foram os sonhos; eles vieram e se apresentaram diante do rei." Daniel 2:3: "Disse-lhes o rei: Tive um sonho, e para sabê-lo está perturbado o meu espírito."
  • 8. Imediatamente, o rei mandou convocar ao palácio um grande grupo de "homens sábios" do reino. O problema é que ele não conseguia se lembrar de nenhum detalhe do sonho que lhe parecia de primordial importância. Treinados e sustentados pela corte, os sábios diziam estar sempre em contato com os deuses. Possuíam um verdadeiro estoque de interpretações para sonhos. Eles tinham respostas para tudo; sempre na expectativa pelas ricas recompensas que receberiam. Mas, normalmente, extraíam previamente as informações suficientes para formar uma base para interpretações falsas, de caráter unicamente humano. Assim, se tão-somente o rei pudesse contar-lhes o sonho, o resto seria fácil. Daniel 2:4: "Os caldeus disseram ao rei em aramaico: Ó rei, vive eternamente! Dize o sonho a teus servos, e daremos a interpretação." Daniel 2:5: "Respondeu o rei e disse aos caldeus: Uma coisa é certa: se não me fizerdes saber o sonho e a sua interpretação, sereis despedaçados, e as vossas casas serão feitas monturo;" Daniel 2:6: "mas, se me declarardes o sonho e a sua interpretação, recebereis de mim dádivas, prêmios e grandes honras; portanto, declarai-me o sonho e a sua interpretação." Daniel 2:7: "Responderam segunda vez e disseram: Diga o rei o sonho a seus servos, e lhe daremos a interpretação." Daniel 2:8: "Tornou o rei e disse: Bem percebo que quereis ganhar tempo, porque vedes que o que eu disse está resolvido," Daniel 2:9: "isto é: se não me fazeis saber o sonho, uma só sentença será a vossa; pois combinastes palavras mentirosas e perversas para as proferirdes na minha presença, até que se mude a situação; portanto, dizei-me o sonho, e saberei que me podeis dar-lhe a interpretação." Daniel 2:10: "Responderam os caldeus na presença do rei e disseram: Não há mortal sobre a terra que possa revelar o que o rei exige; pois jamais houve rei, por grande e poderoso que tivesse sido, que exigisse semelhante coisa de algum mago, encantador ou caldeu." Daniel 2:11: "A coisa que o rei exige é difícil, e ninguém há que a possa revelar diante do rei, senão os deuses, e estes não moram com os homens." Daniel 2:12: "Então, o rei muito se irou e enfureceu; e ordenou que matassem a todos os sábios da Babilônia." Daniel 2:13: "Saiu o decreto, segundo o qual deviam ser mortos os sábios; e buscaram a Daniel e aos seus companheiros, para que fossem mortos."
  • 9. Os argumentos utilizados pelos "sábios" foram frágeis demais. Quando os adivinhadores insistiram para que o rei primeiro lhes contasse o sonho acabaram tocando num ponto delicado da questão. Nabucodonosor se irou. Se eles se auto revelavam incapazes de lhe contar o sonho, seriam igualmente incapazes de lhe dar a interpretação correta. Foi nesse momento que o rei perdeu a paciência e os entregou aos cuidados do chefe da guarda, com ordens de executá-los. Daniel 2:14: "Então, Daniel falou, avisada e prudentemente, a Arioque, chefe da guarda do rei, que tinha saído para matar os sábios da Babilônia." Daniel 2:15: "E disse a Arioque, encarregado do rei: Por que é tão severo o mandado do rei? Então, Arioque explicou o caso a Daniel." Daniel 2:16: "Foi Daniel ter com o rei e lhe pediu designasse o tempo, e ele revelaria ao rei a interpretação." Daniel 2:17: "Então, Daniel foi para casa e fez saber o caso a Hananias, Misael e Azarias, seus companheiros," Daniel 2:18: "para que pedissem misericórdia ao Deus do céu sobre este mistério, a fim de que Daniel e seus companheiros não perecessem com o resto dos sábios da Babilônia." O jovem Daniel pediu um prazo para dar a solução ao sonho do rei. Conseguido o prazo, foi para casa e junto com seus companheiros rogou a Deus misericórdia a fim de que não perecessem. Tanto em situações de emergência como em tempos normais, Daniel era um homem de oração. Há momentos, no entanto, em que há necessidade de companhia e comunhão na oração. Unidos em espírito, os jovens dobraram os joelhos rogando a Deus que, lá de cima, viesse a resposta. Grande parte do tempo solicitado foi gasto em oração ao único Deus que poderia prover a resposta. A oração é mais do que algo que se precisa todos os dias; a oração é algo que se precisa o dia todo. Daniel 2:19: "Então, foi revelado o mistério a Daniel numa visão de noite; Daniel bendisse o Deus do céu." Daniel 2:20: "Disse Daniel: Seja bendito o nome de Deus, de eternidade a eternidade, porque dEle é a sabedoria e o poder;" Daniel 2:21: "é Ele quem muda o tempo e as estações, remove reis e estabelece reis; Ele dá sabedoria aos sábios e entendimento aos inteligentes."
  • 10. Daniel 2:22: "Ele revela o profundo e o escondido; conhece o que está em trevas, e com Ele mora a luz." Daniel 2:23: "A ti, ó Deus de meus pais, eu Te rendo graças e Te louvo, porque me deste sabedoria e poder; e, agora, me fizeste saber o que Te pedimos, porque nos fizeste saber este caso do rei." A primeira coisa que Daniel fez ao receber a revelação foi glorificar o Deus dos Céus. Muitas pessoas agem como cristãos quando se trata de pedir a bênção a Deus, mas agem como ateus quando se trata de agradecer-Lhe as bênçãos concedidas. O exemplo de Daniel nos mostra que devemos ser fiéis em todos os momentos. Daniel 2:24: "Por isso, Daniel foi ter com Arioque, ao qual o rei tinha constituído para exterminar os sábios da Babilônia; entrou e lhe disse: Não mates os sábios da Babilônia; introduze-me na presença do rei, e revelarei ao rei a interpretação." Daniel intercedeu por aqueles homens e o rei lhes poupou a vida. Quantas vezes os injustos são beneficiados pela presença dos justos! Se apenas dez justos pudessem ser encontrados em Sodoma, a multidão de perversos seria poupada por causa deles. Mesmo assim os perversos ridicularizam e perseguem exatamente aqueles por meio de quem muitas vezes suas vidas são poupadas. Daniel 2:25: "Então, Arioque depressa introduziu Daniel na presença do rei e lhe disse: Achei um dentre os filhos dos cativos de Judá, o qual revelará ao rei a interpretação." Arioque tentou dar a Nabucodonosor a impressão de que ele estivera procurando alguém para interpretar o sonho do rei e, como resultado de sua diligente busca, finalmente encontrara. Ele estava ansioso para obter alguma vantagem do que aconteceria a seguir. Daniel 2:26: "Respondeu o rei e disse a Daniel, cujo nome era Beltessazar: Podes tu fazer-me saber o que vi no sonho e a sua interpretação?" O rei parecia estar questionando a habilidade de alguém tão jovem e inexperiente poder fazer aquilo que os seus veneráveis sábios não conseguiram. Daniel 2:27: "Respondeu Daniel na presença do rei e disse: O mistério que o rei exige, nem encantadores, nem magos nem astrólogos o podem revelar ao rei;" Daniel 2:28: "mas há um Deus no céu, o qual revela os mistérios, pois fez saber ao rei Nabucodonosor o que há de ser nos últimos dias. O teu sonho e as visões da tua cabeça, quando estavas no teu leito, são estas:"
  • 11. Na presença do rei, Arioque atribuiu a si mesmo a totalidade do mérito de haver encontrado a Daniel. Por outro lado, o jovem hebreu nenhum mérito reclamou para si próprio, dispensando qualquer crédito pessoal pela revelação. "Cuide dos pensamentos; eles se tornam palavras. Cuide das palavras; elas se tornam ações. Cuide das ações; elas se tornam hábitos. Cuide dos hábitos; eles se tornam caráter. Cuide do caráter; ele determina o seu destino." Daniel estava preparado para responder às perguntas do rei terrestre a respeito do sonho porque havia se comunicado primeiro com o Rei celestial. Devemos aplicar o mesmo princípio às nossas atividades da vida cotidiana, se quisermos ser vitoriosos. Daniel não sentiu vergonha de confessar o seu Deus diante do rei. Mas explicou que não possuía qualquer sabedoria nem conhecimento superior como razão para o que diria ao rei. Atribuiu a revelação e sua explicação completamente a Deus. O Senhor revelou a Daniel o significado do sonho de Nabucodonosor, e assim o disse: Daniel 2:29: "Estando tu, ó rei, no teu leito, surgiram-te pensamentos a respeito do que há de ser depois disto. Aquele, pois, que revela mistérios te revelou o que há de ser." Daniel 2:30: "E a mim me foi revelado este mistério, não porque haja em mim mais sabedoria do que em todos os viventes, mas para que a interpretação se fizesse saber ao rei, e para que entendesses as cogitações da tua mente." Daniel 2:31: "Tu, ó rei, estavas vendo, e eis aqui uma grande estátua; esta, que era imensa e de extraordinário esplendor, estava em pé diante de ti; e a sua aparência era terrível." Daniel 2:32: "A cabeça era de fino ouro, o peito e os braços, de prata, o ventre e os quadris, de bronze;" Daniel 2:33: "as pernas, de ferro, os pés, em parte, de ferro, em parte, de barro." Daniel 2:34: "Quando estavas olhando, uma pedra foi cortada sem auxílio de mãos, feriu a estátua nos pés de ferro e de barro e os esmiuçou." Daniel 2:35: "Então, foi juntamente esmiuçado o ferro, o barro, o bronze, a prata e o ouro, os quais se fizeram como a palha das eiras no estio, e o vento os levou, e deles não se viram mais vestígios. Mas a pedra que feriu a estátua se tornou em grande montanha, que encheu toda a terra."
  • 12. O rei nunca havia ouvido um milagre como esse. Ali estava alguém que podia tornar explícitas as particularidades de um sonho sem que tivesse recebido pista de ninguém. Na Antiguidade, as pessoas desenvolviam a adoração pública ajoelhando-se aos pés das imagens de seus deuses. Algumas dessas imagens eram muito grandes. Talvez tenha sido por essas duas razões que Deus decidiu revelar os eventos futuros ao rei pagão, utilizando a figura de uma imensa e deslumbrante estátua. Daniel 2:36: "Este é o sonho; e também a sua interpretação diremos ao rei." Daniel 2:37: "Tu, ó rei, rei de reis, a quem o Deus do céu conferiu o reino, o poder, a força e a glória;" Daniel 2:38: "a cujas mãos foram entregues os filhos dos homens, onde quer que eles habitem, e os animais do campo e as aves do céu, para que dominasses sobre todos eles, tu és a cabeça de ouro." Essa declaração torna evidente que a cabeça simbolizava o poderoso e magnífico Império Babilônico, rico em ouro. Mas a despeito de sua glória, esse império devia passar. Daniel 2:39: "Depois de ti se levantará outro reino, inferior ao teu; e um terceiro reino, de bronze, o qual terá domínio sobre toda a terra." O segundo reino seria a Medo-Pérsia, representada pelo peito e dois braços de prata da estátua - união entre medos e persas. Em 539 a.C., o general persa Ciro derrotou o Império Babilônico e estabeleceu a segunda potência universal. O profeta de Deus antecipou o destino infeliz de Babilônia, enquanto essa ainda era a metrópole mais importante do mundo, sem qualquer perspectiva de ser destruída por agentes humanos. Em Isaías 45:1, temos uma profecia que, além de citar o nome de Ciro, menciona detalhes de como ele conquistaria a cidade de Babilônia. Duzentos anos mais tarde, em 331 a.C., a Medo-Pérsia caía diante das forças da Grécia comandadas por Alexandre, o Grande. Esse império é representado pelo ventre e quadris de bronze da estátua. Mas esse também daria lugar a outro reino universal. Daniel 2:40: "O quarto reino será forte como ferro; pois o ferro a tudo quebra e esmiúça; como o ferro quebra todas as coisas, assim ele fará em pedaços e esmiuçará." O ferro simbolizava o tremendo poder do "quarto reino" da Terra. O ferro é mais forte do que o ouro, a prata e o bronze. As duas pernas simbolizavam o quarto império: Roma Oriental e Ocidental. Depois da morte de Alexandre, seu império se enfraqueceu e foi dividido entre facções rivais, até que finalmente em 168 a.C., na batalha de Pidna, o "Império do Ferro", esmagou a Grécia.
  • 13. O Império Romano foi o que mais durou, o mais extenso e o mais poderoso. O imperador romano, César Augusto, era quem governava quando Jesus nasceu por volta de 2000 anos atrás. Cristo e os apóstolos viveram durante o período representado pelas pernas de ferro. Daniel 2:41: "Quanto ao que viste dos pés e dos dedos, em parte, de barro de oleiro e, em parte, de ferro, será esse um reino dividido; contudo, haverá nele alguma coisa da firmeza do ferro, pois que viste o ferro misturado com barro de lodo." Daniel 2:42: "Como os dedos dos pés eram, em parte, de ferro e, em parte, de barro, assim, por uma parte, o reino será forte e, por outra, será frágil." Daniel 2:43: "Quanto ao que viste do ferro misturado com barro de lodo misturar-se-ão mediante casamento, mas não se ligarão um ao outro, assim como o ferro não se mistura com o barro." Aqui fica claro que não surgiria novamente um novo e grande império, mas divisões do quarto. Durante o quarto e o quinto séculos da era cristã, mais especificamente em 476 d.C., reinos bárbaros vindos do norte invadiram o decadente Império Romano, destruindo as barreiras. Finalmente, dez das tribos ganharam a maioria do território ocidental de Roma, e dez nações distintas e independentes se estabeleceram dentro das fronteiras da Europa. Os dedos representavam as nações que deram origem à Europa atual. A História confirma que os reinos que resultaram da divisão do Império Romano foram os seguintes: francos (França), anglo-saxões (Inglaterra), alemanos (Alemanha), suevos (Portugal), visigodos (Espanha), burgundos (Suíça), lombardos (Itália) e os vândalos, hérulos e ostrogodos que mais tarde foram destruídos. Daniel disse: "Quanto ao que viste do ferro misturado com barro de lodo, misturar-se-ão mediante casamento, mas não se ligarão uns aos outros, assim como o ferro não se mistura com o barro." Durante anos, muitos homens tentaram unir esses reinos novamente para formar um quinto império universal, mas todos fracassaram. Os casamentos deram-se especialmente entre as casas reinantes. Quando irrompeu a 1ª Guerra Mundial, quase todos os monarcas da Europa eram parentes. A rainha Vitória da Inglaterra era chamada a "avó da Europa", pois quase todos os reis pertenciam à sua dinastia. O rei da Espanha, o czar da Rússia, o rei da Inglaterra, o imperador da Alemanha, etc., todos eram parentes. Nessa guerra brigaram entre si tios, sobrinhos e avós. O resultado foi que quase todos os reinos caíram e foram substituídos por repúblicas. Alguns governantes tentaram em vão unir as nações da Europa: Carlos Magno, Luís XIV e Napoleão Bonaparte, da França; Carlos V, da Espanha; Guilherme II e Adolf Hitler, da Alemanha. Todas as tentativas foram frustradas.
  • 14. Hitler foi o último que tentou unificar as nações da Europa por meio da 2ª Guerra Mundial (1939–1945). A História nos revela que todo o exército alemão foi derrotado pelo frio da Rússia. Por meio da natureza, Deus mostrou que nem Hitler, nem ninguém atrapalharia Seu plano. A profecia se mantém em pé: não se uniram! Essa profecia nos garante que não haverá o quinto império mundial. Os impérios abrangidos pela estátua histórica foram quatro: Babilônia (605–539 a.C.); Medo-Pérsia (539–331 a.C.); Grécia (331–168 a.C.) e Roma (168 a.C.–476 d.C.). Foram esses os quatro impérios mundiais. Qualquer livro de História confirmará a seqüência e as datas. O notável cumprimento dessa profecia constituiu uma prova evidente de que efetivamente "há um Deus nos Céus" que dirige todo o Universo, inclusive este planeta. Daniel 2:44: "Mas, nos dias destes reis, o Deus do céu suscitará um reino que não será jamais destruído; este reino não passará a outro povo; esmiuçará e consumirá todos estes reinos, mas ele mesmo subsistirá para sempre," Daniel 2:45: "como viste que do monte foi cortada uma pedra, sem auxílio de mãos, e ela esmiuçou o ferro, o bronze, o barro, a prata e o ouro. O grande Deus fez saber ao rei o que há de ser futuramente. Certo é o sonho, e fiel, a sua interpretação." Estes reis são as divisões que surgiram com a queda do Império Romano – as atuais nações da Europa Ocidental. Vivemos no tempo dessas nações, no tempo representado pelos dedos dos pés da estátua e, por isso, concluímos que o reino de Deus está próximo. A figura mais importante no capítulo 2 de Daniel não é Nabucodonosor, nem Daniel, tampouco a estátua. É a pedra. Quem é a pedra? A Bíblia deixa claro que a pedra representa Jesus Cristo (Is 28:16; 1Co 10:4; Ef 2:20). O próprio Jesus confirmou isso em Lucas 10:17 e 18, usando o mesmo símbolo de Daniel. Ele disse a Seu próprio respeito: "A pedra que os construtores rejeitaram, esta veio a ser a principal pedra, angular." Aqui Jesus Se refere a Si mesmo como sendo a pedra angular de Isaías. E prossegue: "Todo o que cair sobre esta pedra, ficará em pedaços [ou seja, converter-se-á]; e aquele sobre quem ela cair, ficará reduzido a pó." A pedra que reduz a pó é a pedra sobrenatural de Daniel. É importante relembrar que a pedra sobrenatural não feriu a estátua em sua cabeça de ouro (Babilônia), ou em seu peito de prata (Medo-Pérsia), tampouco em seu ventre e coxas de bronze (Grécia), ou mesmo nas pernas de ferro (Roma). A Bíblia diz que ela feriu a estátua nos pés e dedos, e que seria "nos dias destes reis", ou seja, em nossos dias, que o Deus do Céu estabeleceria um reino que jamais será destruído.
  • 15. Daniel 2:46: "Então, o rei Nabucodonosor se inclinou, e se prostrou rosto em terra perante Daniel, e ordenou que lhe fizessem oferta de manjares e suaves perfumes." Daniel 2:47: "Disse o rei a Daniel: Certamente, o vosso Deus é o Deus dos deuses, e o Senhor dos reis, e o revelador de mistérios, pois pudeste revelar este mistério." Daniel 2:48: "Então, o rei engrandeceu a Daniel, e lhe deu muitos e grandes presentes, e o pôs por governador de toda a província da Babilônia, como também o fez chefe supremo de todos os sábios da Babilônia." Daniel 2:49: A pedido de Daniel, constituiu o rei a Sadraque, Mesaque e Abede-Nego sobre os negócios da província da Babilônia; Daniel, porém, permaneceu na corte do rei." Durante algum tempo, Nabucodonosor sentiu-se influenciado a reverenciar o único e verdadeiro Deus. A revelação do futuro do mundo fez com que um rei pagão se prostrasse em reverência ao Rei dos reis. Não há mais como negar o poder de Deus a autenticar cada linha das Escrituras Sagradas. Nela se podem ver as próprias digitais do Senhor. O fato de que o sonho de Nabucodonosor se cumpriu ao pé da letra nos dá a garantia de que a parte que ainda falta [a pedra] também se cumprirá. A volta de Cristo a este mundo é o último evento dessa profecia a se cumprir. A história do mundo se move para o glorioso alvo do quinto reino universal – o reino de Deus. Por centenas de anos a prece "venha o Teu Reino" tem sido pronunciada por milhões de pessoas. Quando essa prece for respondida, a longa e escura noite de tragédias e tristezas terá fim para sempre. O eterno sonho de todo homem – paz e segurança – se tornará realidade, assim como o sonho de Jesus, que sempre foi o de morar conosco. O maior motivo pelo qual Deus nos revelou o breve futuro é simplesmente porque Ele nos ama e quer que cada um de nós esteja preparado para viver em Seu reino eterno.
  • 16. Desvendando Daniel: prova de fogo O capítulo 3 de Daniel ensina uma lição de grande importância para nós, cristãos que vivemos no início do terceiro milênio. A profecia bíblica revela que se aproxima uma inaceitável prova de fogo! Daniel 3:1: "O rei Nabucodonosor fez uma imagem de ouro que tinha sessenta côvados de altura e seis de largura; levantou-a no campo de Dura, na província da Babilônia." Por algum tempo, depois da visão de Daniel 2, Nabucodonosor foi influenciado pelo temor de Deus. Mas a prosperidade que alcançou o seu reino o encheu de orgulho, e ele retornou à adoração dos seus antigos ídolos. Depois da revelação de que Nabucodonosor era “a cabeça de ouro”, o rei começou a refletir sobre o assunto. De certa maneira ele gostou do que ouviu, mas o restante da interpretação do sonho passou a incomodá-lo. Ficou ressentido com as palavras: “e, depois de ti, se levantará outro reino...” e decidiu reescrever a profecia. Como muitos hoje, ele decidiu fazer a Palavra de Deus se ajustar aos seus interesses. Então mandou construir uma imagem semelhante àquela do sonho, só que inteiramente de ouro. Na verdade, ele estava dizendo a Deus: “Meu reino permanecerá para sempre. Não haverá outro império de prata ou bronze.” Nabucodonosor não queria aceitar a determinação de Deus. A imagem foi erguida por homens, feita de puro ouro maciço, com sessenta côvados de altura, por seis de largura [o côvado real babilônico tinha cerca de 60 cm]. A Bíblia relata que o número seis representa imperfeição, rebeldia, desobediência. O número sete, por sua vez, é símbolo de perfeição. Daniel 3:2: "Então, o rei Nabucodonosor mandou ajuntar os sátrapas, os prefeitos, os governadores, os juízes, os tesoureiros, os magistrados, os conselheiros e todos os oficiais das províncias, para que viessem à consagração da imagem que o rei Nabucodonosor tinha levantado."
  • 17. Daniel 3:3: "Então, se ajuntaram os sátrapas, os prefeitos, os governadores, os juízes, os tesoureiros, os magistrados, os conselheiros e todos os oficiais das províncias, para a consagração da imagem que o rei Nabucodonosor tinha levantado; e estavam em pé diante da imagem que Nabucodonosor tinha levantado." Autoridades compareceram no dia da inauguração. A imagem podia ser vista a quilômetros de distância. Daniel 3:4: "Nisto, o arauto apregoava em alta voz: Ordena-se a vós outros, ó povos, nações e homens de todas as línguas:" Daniel 3:5: "no momento em que ouvirdes o som da trombeta, do pífaro, da harpa, da cítara, do saltério, da gaita de foles e de toda sorte de música, vos prostrareis e adorareis a imagem de ouro que o rei Nabucodonosor levantou." Daniel 3:6: "Qualquer que se não prostrar e não a adorar será, no mesmo instante, lançado na fornalha de fogo ardente." A pena de morte por não se curvar diante da imagem que simbolizava Babilônia como um reino eterno, indestrutível, todo-poderoso, que deveria durar para sempre, parece ser bastante severa, mas os monarcas em qualquer tempo nunca aceitaram desafios à sua autoridade. O rei não admitia que alguém desafiasse seu poder e autoridade e os oficiais sabiam que ele falava sério. Nabucodonosor ordenou a todos os mais ilustres líderes das nações que compunham seu império a se curvarem e adorarem a imagem. Um rei soberano e poderoso baixou um decreto universal e exigiu obediência compulsória de todas as nações da Terra. Todos foram forçados a adorar. A questão central aqui, portanto, foi a adoração forçada e a conseqüência para quem não adorasse. Será que algo parecido poderá acontecer novamente? Talvez a história de Sadraque, Mesaque e Abede-Nego no campo de Dura seja uma maquete, uma miniatura do que Deus está revelando para os nossos dias. Paralelo entre Daniel 3 e Apocalipse 13 A profecia diz que nos últimos dias outra imagem será erguida para forçar a adoração. Haverá inicialmente um boicote econômico universal e, depois, um decreto de morte contra todos os que se recusam a adorar a besta e sua imagem.
  • 18. A imagem de ouro no campo de Dura era um sinal evidente da autoridade de Babilônia. A adoração da imagem representava culto a Babilônia. Haverá um sinal, marca ou símbolo da autoridade da besta perto do fim. Aqueles que não concordarem em receber esse sinal terão que desafiar a morte mantendo inabalável sua lealdade a Deus. Daniel 3:7: "Portanto, quando todos os povos ouviram o som da trombeta, do pífaro, da harpa, da cítara, do saltério e de toda sorte de música, se prostraram os povos, nações e homens de todas as línguas e adoraram a imagem de ouro que o rei Nabucodonosor tinha levantado." Mas em meio a multidão, havia três jovens judeus que permaneceram em pé, ignorando a música e a imponente imagem. Daniel 3:8: "Ora, no mesmo instante, se chegaram alguns homens caldeus e acusaram os judeus;" Daniel 3:9: "disseram ao rei Nabucodonosor: Ó rei, vive eternamente!" Daniel 3:10: "Tu, ó rei, baixaste um decreto pelo qual todo homem que ouvisse o som da trombeta, do pífaro, da harpa, da cítara, do saltério, da gaita de foles e de toda sorte de música se prostraria e adoraria a imagem de ouro;" Daniel 3:11: "e qualquer que não se prostrasse e não adorasse seria lançado na fornalha de fogo ardente." Daniel 3:12: "Há uns homens judeus, que tu constituíste sobre os negócios da província da Babilônia: Sadraque, Mesaque e Abede-Nego; estes homens, ó rei, não fizeram caso de ti, a teus deuses não servem, nem adoram a imagem de ouro que levantaste." Diante de uma multidão tão vasta, o rei provavelmente não poderia ter visto que três jovens ainda estavam de pé, mas alguns homens foram a ele para dar a informação. Esses caldeus, provavelmente, estavam com inveja pelas honras dadas aos três hebreus, e alegremente aproveitaram a oportunidade para denunciá-los. Daniel 3:13: "Então, Nabucodonosor, irado e furioso, mandou chamar Sadraque, Mesaque e Abede- Nego. E trouxeram a estes homens perante o rei." Daniel 3:14: "Falou Nabucodonosor e lhes disse: É verdade, ó Sadraque, Mesaque e Abede-Nego, que vós não servis a meus deuses, nem adorais a imagem de ouro que levantei?"
  • 19. Para alguns pode até passar despercebido, mas há uma grande lição aqui. O fato de o rei perguntar aos jovens “é verdade?” nos ensina que, quando alguém vem até nós e nos conta algo negativo sobre alguém, devemos, como Nabucodonosor, perguntar diretamente para a pessoa se aquilo é verdade. Muitos problemas de relacionamento seriam resolvidos se seguíssemos essa lição. Daniel 3:15: "Agora, pois, estai dispostos e, quando ouvirdes o som da trombeta, do pífaro, da cítara, da harpa, do saltério, da gaita de foles, prostrai-vos e adorai a imagem que fiz; porém, se não a adorardes, sereis, no mesmo instante, lançados na fornalha de fogo ardente. E quem é o deus que vos poderá livrar das minhas mãos?" Talvez os jovens não estivessem prontos, insinuou Nabucodonosor. “Agora, pois, estais dispostos...” Já tolerei uma vez, mas quando a música tocar novamente quero o rosto de vocês no chão, retrucou o rei. Daniel 3:16: "Responderam Sadraque, Mesaque e Abede-Nego ao rei: Ó Nabucodonosor, quanto a isto não necessitamos de te responder." Há coisas que, em meio às crises, não precisamos pensar a respeito. Tem coisas que devem ser resolvidas antecipadamente. Os jovens já tinham a resposta, e não ficaram sequer tentados a mudar de idéia. Essa é outra lição maravilhosa que aprendemos. Não deixar para decidir alguns assuntos na hora. Nossos princípios devem estar à frente de qualquer escolha do dia-a-dia.Para que, quando formos questionados sobre algo, possamos nos mostrar fiéis como Daniel e seus amigos. Antes de irem à dedicação da estátua, Sadraque, Mesaque e Abede-Nego tomaram firme decisão: “Seremos fiéis a Deus, custe o que custar.” A decisão foi tomada anteriormente. Disseram mais ao rei: “Não estamos indecisos. Vossa Majestade não precisa nos dar um dia ou dois para pensarmos na questão. Já fizemos nossa escolha.” E nós, já escolhemos? Daniel 3:17: "Se o nosso Deus, a quem servimos, quer livrar-nos, Ele nos livrará da fornalha de fogo ardente e das tuas mãos, ó rei." Daniel 3:18: "Se não, fica sabendo, ó rei, que não serviremos a teus deuses, nem adoraremos a imagem de ouro que levantaste." Os jovens hebreus cresceram obedecendo aos Dez Mandamentos. Podiam até recitá-los de memória. “Não farás para ti imagem de escultura... não te encurvarás a elas nem as servirás”(Êx 20:4, 5). Por isso, eles disseram “não” ao rei. Incondicionalmente, “não”. Os Dez Mandamentos não são negociáveis. Está chegando a hora em que muitos de nós teremos que enfrentar provações e nossa fé em Deus será provada.
  • 20. Há pessoas que pensam que a fé é algum tipo de mágica. Sadraque, Mesaque e Abede-Nego disseram: “Sabemos que nossa fé em Deus pode nos levar à fornalha ardente.” Uma coisa é certa: a fé não nos livra do fogo, mas nos leva através dele. O cristianismo não é uma espécie de amuleto da sorte para “atrair bons fluídos” e fazer com que as coisas sempre caminhem bem. Fé é forte confiança em Deus quando as coisas vão mal. Mesmo conhecendo a conseqüência da decisão que tomaram, os jovens se mantiveram firmes aos seus princípios. Que testemunho! Daniel 3:19: "Então, Nabucodonosor se encheu de fúria e, transtornado o aspecto do seu rosto contra Sadraque, Mesaque e Abede-Nego, ordenou que se acendesse a fornalha sete vezes mais do que se costumava." Daniel 3:20: "Ordenou aos homens mais poderosos que estavam no seu exército que atassem a Sadraque, Mesaque e Abede-Nego e os lançassem na fornalha de fogo ardente." Daniel 3:21: "Então, estes homens foram atados com os seus mantos, suas túnicas e chapéus e suas outras roupas e foram lançados na fornalha sobremaneira acesa." Daniel 3:22: "Porque a palavra do rei era urgente e a fornalha estava sobremaneira acesa, as chamas do fogo mataram os homens que lançaram de cima para dentro a Sadraque, Mesaque e Abede-Nego." Daniel 3:23: "Estes três homens, Sadraque, Mesaque e Abede-Nego caíram atados dentro da fornalha sobremaneira acesa." Atualmente, não temos grandes imagens como a que o rei construiu, mas existem conceitos de todo tipo. Alguns deles são costumes sociais e da moda. O mundo ordena que nos curvemos diante deles. A fé genuína pode custar tudo aquilo a que damos muito valor. Daniel 3:24: "Então, o rei Nabucodonosor se espantou, e se levantou depressa, e disse aos seus conselheiros: Não lançamos nós três homens atados dentro do fogo? Responderam ao rei: É verdade, ó rei." Daniel 3:25: "Tornou ele e disse: Eu, porém, vejo quatro homens soltos, que andam passeando dentro do fogo, sem nenhum dano; e o aspecto do quarto é semelhante a um filho dos deuses."
  • 21. Três homens foram lançados no fogo, mas um quarto homem entrou lá e ninguém estava se queimando. Essa foi a recompensa aos jovens que foram fiéis, mesmo diante da fornalha. Jesus Se fez presente ao lado deles. Que emoção devem ter sentido aqueles rapazes. Foram lançados na fornalha amarrados e a única coisa que se queimou foram às cordas que imobilizavam suas mãos. Agora estavam livres andando dentro do fogo. Quando Sadraque, Mesaque e Abede-Nego, confiantes em Deus, passaram pelas chamas ardentes da fornalha, Deus os estava ensinando a cantar uma canção na escuridão, treinando-os a terem fé, ânimo e coragem. Não foi porque Deus não os amava que foram parar na fornalha, mas porque viu neles algo muito valioso que teria de ser refinado pelas chamas do sofrimento. Quando estivermos passando pelo fogo das dificuldades da vida, devemos nos lembrar de que o fogo queimará apenas as cordas que nos algemam a este mundo. Devemos nos lembrar de olhar através da fumaça, das chamas, das lágrimas, e veremos o Filho de Deus ao nosso lado. Mesmo dentro da fornalha, Deus não nos abandona. Daniel 3:26: "Então, se chegou Nabucodonosor à porta da fornalha sobremaneira acesa, falou e disse: Sadraque, Mesaque e Abede-Nego, servos do Deus Altíssimo, saí e vinde! Então, Sadraque, Mesaque e Abede-Nego saíram do meio do fogo." Daniel 3:27: "Ajuntaram-se os sátrapas, os prefeitos, os governadores e conselheiros do rei e viram que o fogo não teve poder algum sobre os corpos destes homens; nem foram chamuscados os cabelos da sua cabeça, nem os seus mantos se mudaram, nem cheiro de fogo passara sobre eles." Daniel 3:28: "Falou Nabucodonosor e disse: Bendito seja o Deus de Sadraque, Mesaque e Abede-Nego, que enviou o Seu anjo e livrou os seus servos, que confiaram nEle, pois não quiseram cumprir a palavra do rei, preferindo entregar o seu corpo, a servirem e adorarem a qualquer outro deus, senão ao seu Deus." Nabucodonosor viu que os jovens hebreus possuíam algo que ele não tinha. Eles tinham um Deus que os salvara. Então o rei fez uma confissão pública, buscando exaltar o Deus do Céu acima de todos os outros deuses. Daniel 3:29: "Portanto, faço um decreto pelo qual todo povo, nação e língua que disser blasfêmia contra o Deus de Sadraque, Mesaque e Abede-Nego seja despedaçado, e as suas casas sejam feitas em monturo; porque não há outro deus que possa livrar como este."
  • 22. Os seres humanos não aprendem facilmente. O rei fez um novo decreto para obrigar as pessoas a adorar, desta vez, ao Deus dos jovens hebreus. Errou novamente. Deus nunca impõe obediência. Ele deixa todos livres para escolher a quem servir. Jesus bate a porta de nosso coração, e nos dá o livre arbítrio para escolhermos abrir ou não. Daniel 3:30: "Então, o rei fez prosperar a Sadraque, Mesaque e Abede-Nego na província da Babilônia." O aspecto mais importante deste capítulo é a quarta pessoa dentro da fornalha. É o nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo! São vários os testemunhos que temos de que vale a pena confiar em Deus. Quando dizemos não para este mundo e sim para Deus, podemos e vamos enfrentar provações, mas assim como os jovens na Babilônia, sentiremos a proteção e o cuidado pessoal de Deus. Desvendando Daniel: o testemunho do rei Este capítulo do livro de Daniel - o quarto - é um testemunho de Nabucodonosor. O desejo do rei era que o mundo todo soubesse o que lhe aconteceu e foi ele próprio quem contou a história de sua conversão. Daniel 4:1: "O rei Nabucodonosor a todos os povos, nações e homens de todas as línguas, que habitam em toda a terra: Paz vos seja multiplicada!" O rei inicia como se estivesse escrevendo uma carta formal, então se apresenta e endereça a carta para “todos os povos... que habitam em toda a Terra”. Daniel 4:2: "Pareceu-me bem fazer conhecidos os sinais e maravilhas que Deus, o Altíssimo, tem feito para comigo." Daniel 4:3: "Quão grandes são os Seus sinais, e quão poderosas, as Suas maravilhas! O Seu reino é reino sempiterno, e o Seu domínio, de geração em geração." Nabucodonosor sentiu que precisava contar a história de como Deus transformou sua vida. Todo ser humano tem uma história única e distinta. Deus pode transformar a vida daquele cujo cérebro está intoxicado pelo álcool; daquele que caiu no fundo do poço no mundo das drogas; de alguém que vive uma vida imoral, que tem problemas sérios de caráter e conduta, e também daquele que vai à igreja, mas vive apenas uma religião formal. Cada história é diferente e Deus pode transformar qualquer situação.
  • 23. O rei não conseguia se conter e na falta de palavras para descrever a atuação de Deus em sua vida, disse: “Quão grandes são os Seus sinais e quão poderosas as Suas maravilhas!” Ele fala dos milagres que havia acabado de experimentar. Daniel 4:4: "Eu, Nabucodonosor, estava tranqüilo em minha casa e feliz no meu palácio." A vida tem curvas bem fechadas, montanhas, subidas íngremes, descidas escorregadias, cruzamentos perigosos e trilhas de dificuldades. A vida pode sofrer uma mudança radical num piscar de olhos. Um telefonema no meio da noite, uma consulta médica, uma carta, uma curva traiçoeira numa noite chuvosa, uma demissão inesperada na pior hora... e tudo muda. Nabucodonosor estava muito bem em seu palácio, sem qualquer interesse em Deus e nas coisas eternas. Mas uma noite Deus resolveu Se manifestar na vida dele. Daniel 4:5: "Tive um sonho, que me espantou; e, quando estava no meu leito, os pensamentos e as visões da minha cabeça me turbaram." Deus já falou com muitas pessoas por meio de sonhos. No Antigo Testamento, há vários exemplos. No Novo, a esposa de Pilatos também ouviu a voz do Senhor por meio de um sonho (Mt 27:19). Em todas as épocas Deus usa diferentes meios para Se comunicar com o Seu povo. Nos tempos de Daniel, eram os sonhos. Nos tempos de Jesus, eram as parábolas. Daniel 4:6: "Por isso, expedi um decreto, pelo qual fossem introduzidos à minha presença todos os sábios da Babilônia, para que me fizessem saber a interpretação do sonho." Daniel 4:7: "Então, entraram os magos, os encantadores, os caldeus e os feiticeiros, e lhes contei o sonho; mas não me fizeram saber a sua interpretação." Mais uma vez, o rei convoca os magos para decifrar seu sonho. Mas, assim como não conseguiram revelar o significado do sonho relatado em Daniel 2, neste também não obtiveram sucesso. Daniel 4:8: "Por fim, se me apresentou Daniel, cujo nome é Beltessazar, segundo o nome do meu deus, e no qual há o espírito dos deuses santos; e eu lhe contei o sonho, dizendo:" Daniel 4:9: "Beltessazar, chefe dos magos, eu sei que há em ti o espírito dos deuses santos, e nenhum mistério te é difícil; eis as visões do sonho que eu tive; dize-me a sua interpretação." Daniel não precisou ser intimado. Como primeiro-ministro, ele tinha acesso contínuo à presença do rei. Logo que os sábios da corte falharam, Daniel entrou em cena para testemunhar em favor da superioridade de Deus sobre os deuses pagãos.
  • 24. Daniel 4:10: "Eram assim as visões da minha cabeça quando eu estava no meu leito: eu estava olhando e vi uma árvore no meio da terra, cuja altura era grande;" Daniel 4:11: "crescia a árvore e se tornava forte, de maneira que a sua altura chegava até ao céu; e era vista até aos confins da terra." Daniel 4:12: "A sua folhagem era formosa, e o seu fruto, abundante, e havia nela sustento para todos; debaixo dela os animais do campo achavam sombra, e as aves do céu faziam morada nos seus ramos, e todos os seres viventes se mantinham dela." Desta vez, Deus usou uma árvore imensa para simbolizar o rei. Uma árvore que esparramava seus galhos por toda a Terra e parecia alcançar o céu. Essa árvore era tão alta que podia ser vista de qualquer parte do globo. Seu imenso tamanho e seus ramos mostravam uma influência poderosa. Daniel 4:13: "No meu sonho, quando eu estava no meu leito, vi um vigilante, um santo, que descia do céu," Daniel 4:14: "clamando fortemente e dizendo: Derribai a árvore, cortai-lhe os ramos, derriçai-lhe as folhas, espalhai o seu fruto; afugentem-se os animais de debaixo dela e as aves, dos seus ramos." Daniel 4:15: "Mas a cepa [o tronco], com as raízes, deixai na terra, atada com cadeias de ferro e de bronze, na erva do campo. Seja ela molhada do orvalho do céu, e a sua porção seja, com os animais, a erva da terra." Nada havia de assustador no sonho, até esse ponto. Mas agora vem a parte aterrorizante. O rei ficou impressionado com a aparência de “um santo que descia do céu” e dava ordens em voz alta para derrubar a árvore e cortar os seus galhos. Apenas o tronco devia permanecer no solo amarrado “com cadeias de ferro e bronze”. Daniel 4:16: "Mude-se-lhe o coração, para que não seja mais coração de homem, e lhe seja dado coração de animal; e passem sobre ela sete tempos." Daniel 4:17: "Esta sentença é por decreto dos vigilantes, e esta ordem, por mandado dos santos; a fim de que conheçam os viventes que o Altíssimo tem domínio sobre o reino dos homens; e o dá a quem quer e até ao mais humilde dos homens constitui sobre eles." Daniel 4:18: "Isto vi eu, rei Nabucodonosor, em sonhos. Tu, pois, ó Beltessazar, dize a interpretação, porquanto todos os sábios do meu reino não me puderam fazer saber a interpretação, mas tu podes; pois há em ti o espírito dos deuses santos."
  • 25. Daniel 4:19: "Então, Daniel, cujo nome era Beltessazar, esteve atônito por algum tempo, e os seus pensamentos o turbavam. Então, lhe falou o rei e disse: Beltessazar, não te perturbe o sonho, nem a sua interpretação. Respondeu Beltessazar e disse: Senhor meu, o sonho seja contra os que te têm ódio, e a sua interpretação, para os teus inimigos." “Atônito” é uma palavra que significa “sem palavras ou sem reação”. Daniel esteve nessa condição por uma hora, não porque tivesse algum problema para interpretar o sonho, mas porque era difícil para ele ser o portador de terríveis notícias para o rei. Ficou ponderando como poderia dar a mensagem da melhor maneira possível. Daniel ficou perturbado pela seriedade da situação. O rei percebeu que Daniel estava relutante e que seu aspecto tinha mudado ao sentar-se, estupefato, diante dele. Então, encorajou Daniel a não hesitar em tornar conhecido o significado do sonho, não importando as conseqüências. Daniel então decide revelar o significado. Daniel 4:20: "A árvore que viste, que cresceu e se tornou forte, cuja altura chegou até ao céu, e que foi vista por toda a terra," Daniel 4:21: "cuja folhagem era formosa, e o seu fruto, abundante, e em que para todos havia sustento, debaixo da qual os animais do campo achavam sombra, e em cujos ramos as aves do céu faziam morada," Daniel 4:22: "és tu, ó rei, que cresceste e vieste a ser forte; a tua grandeza cresceu e chega até ao céu, e o teu domínio, até à extremidade da terra." Daniel 4:23: "Quanto ao que viu o rei, um vigilante, um santo, que descia do céu e que dizia: Cortai a árvore e destruí-a, mas a cepa com as raízes deixai na terra, atada com cadeias de ferro e de bronze, na erva do campo; seja ela molhada do orvalho do céu, e a sua porção seja com os animais do campo, até que passem sobre ela sete tempos," Daniel contou ao rei o que Deus lhe estava revelando, ou seja, que se Nabucodonosor não modificasse os seus caminhos, sua mente sofreria de uma enfermidade por sete anos. Ele começaria a se comportar como se fosse um animal, até o ponto de ser enxotado para o campo, onde passaria a comer capim. Mas, como o tronco da árvore preservado na terra, o seu direito de exercer o governo seria mantido; e tão logo retornasse o seu perfeito juízo e desde que reconhecesse a liderança divina, o reino lhe seria devolvido. Daniel 4:24: "esta é a interpretação, ó rei, e este é o decreto do Altíssimo, que virá contra o rei, meu senhor:"
  • 26. Daniel 4:25: "serás expulso de entre os homens, e a tua morada será com os animais do campo, e dar- te-ão a comer ervas como aos bois, e serás molhado do orvalho do céu; e passar-se-ão sete tempos por cima de ti, até que conheças que o Altíssimo tem domínio sobre o reino dos homens e o dá a quem quer." A condição descrita por Daniel é conhecida entre os psiquiatras como licantropia (ou síndrome do homem-lobo). Essa síndrome era bastante comum nos séculos passados, quando até mesmo pessoas instruídas viviam em contato bastante íntimo com seus animais. Trata-se de um estado mental em que a pessoa chega a pensar que é um animal, e começa agir como tal. O Dr. David Yellowlees, que foi presidente da Associação Médico-Psicológica da Inglaterra, escreveu que o quadro clínico de Nabucodonosor era psicose maníaco-depressiva aguda. Ele disse: “A psicose maníaco-depressiva aguda, em suas formas extremas, exibe todas as espécies de hábitos degradantes, tais como se despir totalmente ou rasgar as roupas, comer imundícies e lixo de todas as espécies, fazer gestos selvagens e violentos, ataques, ruídos com grunhidos, e a mais completa desconsideração para com a decência pessoal. Esses sintomas meramente demonstram a aberração como um todo, e de maneira nenhuma, indicam uma condição sem esperança. Pelo contrário, são vistas com mais freqüência nos casos em que há recuperação” (The Pulpit Comentary, v. 13, p.147. Foi dado ao rei um período de um ano para que se arrependesse de seus pecados e voltasse os olhos a Deus. Em todos os tempos, Deus, sempre, antes de executar uma sentença, nos avisa. Aponta o erro, roga e implora. Nínive teve um período de experiência de 40 dias. Por meio de Noé, o mundo recebeu 120 anos de aviso antes de vir o dilúvio. O mundo tem tido anos de aviso sobre a segunda vinda de Cristo. O rei foi advertido, mas não forçado, porque Deus respeita nosso livre-arbítrio. Daniel 4:26: "Quanto ao que foi dito, que se deixasse a cepa da árvore com as suas raízes, o teu reino tornará a ser teu, depois que tiveres conhecido que o céu domina." Daniel 4:27: "Portanto, ó rei, aceita o meu conselho e põe termo, pela justiça, em teus pecados e em tuas iniqüidades, usando de misericórdia para com os pobres; e talvez se prolongue a tua tranqüilidade. Cerca de trinta anos antes, Daniel havia dito ao rei: “O Deus do céu [te] conferiu o reino” (Dn 2:37, 38), mas Nabucodonosor havia erguido uma imagem toda de ouro para declarar sua independência do Altíssimo. Em outras palavras, ele havia recusado aceitar a soberania de Deus. Agora, Deus o aconselhava a refletir. O rei teria uma nova oportunidade para aprender essa lição. Nabucodonosor tinha nas mãos o império mais poderoso do seu tempo, no qual podia experimentar a idéia de se sentir como um deus. Mas os resultados de tomar o lugar de Deus são sempre os mesmos: caos e ruína.
  • 27. Desde os tempos mais antigos do grande conflito, quando Satanás tentou pela primeira vez ser Deus (Is 14:12-14), até o surgimento do homem do pecado (2Ts 2:3, 4), a humanidade, de uma forma ou de outra, sempre quis ser Deus. A primeira tentação estava arraigada na mentira de que poderíamos ser “como Deus”. A serpente sugere que o homem pode ser “como Deus” – não no caráter, mas no poder de determinar as regras morais. O ser humano nunca gostou de ouvir alguém dizer o que ele deve fazer. Queremos decidir as coisas por nós mesmos. Achamos que isso é o pleno exercício do livre-arbítrio. Contudo, o livre-arbítrio está em escolher o que fazer; não em estabelecer o que é certo ou errado. Prescrever as regras morais é atributo exclusivo de Deus. No relato da criação, Deus estabelece as regras do que o primeiro homem e a primeira mulher podem ou não podem fazer no jardim. A humanidade não é soberana. Essa era a lição que Nabucodonosor precisava aprender. O sonho veio como advertência para aquele que ainda negava a soberania de Deus. Daniel 4:28: "Todas estas coisas sobrevieram ao rei Nabucodonosor." Daniel 4:29: "Ao cabo de doze meses, passeando sobre o palácio real da cidade de Babilônia," Daniel 4:30: "falou o rei e disse: Não é esta a grande Babilônia que eu edifiquei para a casa real, com o meu grandioso poder e para glória da minha majestade?" Daniel 4:31: "Falava ainda o rei quando desceu uma voz do céu: A ti se diz, ó rei Nabucodonosor: Já passou de ti o reino." Daniel 4:32: "Serás expulso de entre os homens, e a tua morada será com os animais do campo; e far- te-ão comer ervas como os bois, e passar-se-ão sete tempos por cima de ti, até que aprendas que o Altíssimo tem domínio sobre o reino dos homens e o dá a quem quer." Daniel 4:33: "No mesmo instante se cumpriu a palavra sobre Nabucodonosor; e foi expulso de entre os homens e passou a comer erva como os bois, o seu corpo foi molhado do orvalho do céu, até que lhe cresceram os cabelos como as penas da águia, e as suas unhas, como as das aves." Passados os doze meses que o Senhor havia concedido a Nabucodonosor, o rei continuava vivendo da mesma forma. Então, as palavras orgulhosas do rei o reduziram à miséria.
  • 28. Nabucodonosor olha para o seu reino e diz: “Não é esta a grande Babilônia que eu edifiquei?” Vivia no auge da arrogância. O orgulho vem antes da destruição; o espírito altivo, antes da queda. A maldição caiu sobre o rei enquanto ainda se vangloriava desdenhosamente. A visita de Deus para ele foi terrível. Perdeu tudo de que se orgulhava. Perdeu o trono, o reino, o palácio, o poder, a majestade, a glória e até mesmo o respeito próprio. Ele foi retirado do convívio social, pois estava agindo como animal. Seu cabelo cresceu como penas, as unhas ficaram parecidas com garras de pássaro. Ficou nu, andando como animal irracional sobre quatro patas. Comia capim como boi. Sete anos se passaram com Nabucodonosor nessas condições animalescas. A história deste homem poderoso nos deixa uma grande verdade para meditar: o resultado de seu esforço em tornar-se alvo de adoração foi rebaixar-se ao nível dos animais. Daniel 4:34: "Mas ao fim daqueles dias, eu, Nabucodonosor, levantei os olhos ao céu, tornou-me a vir o entendimento, e eu bendisse o Altíssimo, e louvei, e glorifiquei ao que vive para sempre, cujo domínio é sempiterno, e cujo reino é de geração em geração." Passados os sete anos de insanidade, o Rei teve o coração transformado. “Eu, Nabucodonosor, levantei os olhos ao céu.” Deus o tocou. Fez o que ele nunca conseguiria fazer por si mesmo. Deus o transformou. Ao levantar os olhos ao céu, Nabucodonosor foi milagrosamente transformado. O impossível aconteceu. Aquilo que não se pode explicar, a não ser pela fé. O rei conheceu de perto a misericórdia de Deus e Sua disposição para perdoar e restaurar. Reconheceu também que o único reino eterno é o de Deus. Daniel 4:35: "Todos os moradores da terra são por Ele reputados em nada; e, segundo a Sua vontade, Ele opera com o exército do céu e os moradores da terra; não há quem Lhe possa deter a mão, nem Lhe dizer: Que fazes?" Daniel 4:36: "Tão logo me tornou a vir o entendimento, também, para a dignidade do meu reino, tornou-me a vir a minha majestade e o meu resplendor; buscaram-me os meus conselheiros e os meus grandes; fui restabelecido no meu reino, e a mim se me ajuntou extraordinária grandeza." Daniel 4:37: "Agora, pois, eu, Nabucodonosor, louvo, exalto e glorifico ao Rei do céu, porque todas as Suas obras são verdadeiras, e os Seus caminhos, justos, e pode humilhar aos que andam na soberba." Quando alguém se afasta da misericórdia de Deus, aproxima-se da insanidade. Quando se aproxima de Deus, começa a progredir como criatura pensante e inteligente. Através do seu testemunho público, Nabucodonosor reconheceu afinal a autoridade de Deus. Seu desejo de render glória a Deus demonstra que o outrora orgulhoso rei não pensava mais que era maior do que o Rei dos reis.
  • 29. Muitos sofrem de insanidade espiritual e não sabem. O pecado desequilibra a mente e faz com que homens e mulheres ajam mais como animais do que como seres humanos. Existe algo fundamentalmente errado dentro de cada um de nós chamado pecado. A única solução para o homem desesperado sair dessa condição (animalesca) é levantar os olhos para o céu. Não há outra saída. A salvação vem do alto. A exemplo do rei, podemos olhar para o céu e sentir agora mesmo que Deus pode nos transformar. Unicamente Ele pode nos transformar. Só temos que olhar para o céu e buscá-Lo com fé. O último registro do rei Nabucodonosor foram suas palavras de louvor a Deus. Ele pede que o mundo todo ouça o seu testemunho. “Estive cego, mas agora vejo.” Desvendando Daniel: conhecimento ignorado Este capítulo retrata uma experiência que o rei Belsazar viveu (segundo estudiosos, Belsazar era filho de Nabonido e neto de Nabucodonosor). Assim como muitos de nós, ele ignorou o conhecimento da Palavra e pecou contra Deus. Ele tinha acesso e conhecimento do testemunho que seu avô dera no passado, pois esse documento fazia parte dos arquivos do império, para que todos tivessem acesso e evitassem que o mesmo erro fosse cometido; mas Belsazar preferiu ignorar. Daniel 5:1: "O rei Belsazar deu um grande banquete a mil dos seus grandes e bebeu vinho na presença dos mil." Este capítulo começa com um grande salão de festas e um jantar para mil convidados. Os reis no mundo antigo eram conhecidos por seus banquetes exagerados. Nessas festas, normalmente aconteciam grandes orgias e bebedeiras. Mas o momento era totalmente inadequado. Enquanto Belsazar bebia com seus convidados, do lado de fora, o exército de Ciro mantinha a cidade cercada. Os muros de Babilônia eram invulneráveis e invencíveis. Tinham quase 120 metros de altura e 30 metros de largura – tão largos que seis bigas podiam correr lado a lado, no topo dos muros. Num momento em que eram requeridos planejamento e preparação, Belsazar pensava unicamente em festas e bebedeiras. Daniel 5:2: "Enquanto Belsazar bebia e apreciava o vinho, mandou trazer os utensílios de ouro e de
  • 30. prata que Nabucodonosor, seu pai, tirara do templo, que estava em Jerusalém, para que neles bebessem o rei e os seus grandes, as suas mulheres e concubinas." Daniel 5:3: "Então, trouxeram os utensílios de ouro, que foram tirados do templo da Casa de Deus que estava em Jerusalém, e beberam neles o rei, os seus grandes e as suas mulheres e concubinas." Daniel 5:4: "Beberam o vinho e deram louvores aos deuses de ouro, de prata, de bronze, de ferro, de madeira e de pedra." Belsazar era neto de Nabucodonosor, mas o chamava de pai por ser seu sucessor no reinado. Daniel se refere a Nabucodonosor como pai de Belsazar e algumas pessoas pensam mesmo que o jovem rei seja filho do grande imperador da Babilônia. Jesus, por exemplo, é chamado de filho de Davi (Mt 9:27). Sucede que Davi viveu cerca de mil anos antes de Cristo. É que a palavra “pai”, nos idiomas semitas, pode se referir também a qualquer antepassado, não só ao pai imediato. Belsazar misturou o sagrado com o profano ao ordenar que fossem trazidos os “candelabros e os utensílios de ouro”. Setenta anos antes, o rei Nabucodonosor foi a Jerusalém e confiscou os candelabros e todos os utensílios de ouro do templo, inclusive os vasos e taças usados no serviço do Senhor. Esses objetos sagrados foram confeccionados durante a construção do tabernáculo. Nesse templo os israelitas louvavam e adoravam a Deus. No templo construído por Salomão, o serviço prosseguiu por séculos, com os objetos de ouro tratados com a mais alta reverência. Agora, os idólatras babilônios usam as mesmas taças em uma festa pagã. Esse foi o último desafio do imoral Belsazar, porque há uma linha que Deus traçou na areia. Existe um limite onde Deus diz: “Você pode ir até aqui em seu desafio e não mais além.” O ato audacioso de Belsazar – mandar buscar vasos sagrados do templo judeu para serem usados como utensílios de farra e bebedeira – seria considerado sacrilégio mesmo aos olhos de um pagão. Com absoluto escárnio e desdém para com os judeus e seu Deus, o rei embriagado ordenou que os vasos do templo deles fossem usados, de maneira que pudesse fazer deboche do nome do Deus dos judeus. Daniel 5:5: "No mesmo instante apareceram uns dedos de mão de homem e escreviam, defronte do candeeiro, na caiadura da parede do palácio real; e o rei via os dedos que estavam escrevendo." Daniel 5:6: "Então, se mudou o semblante do rei, e os seus pensamentos o turbaram; as juntas dos seus lombos se relaxaram, e os seus joelhos batiam um no outro."
  • 31. Em meio àquela festa pagã, a mão de Deus começou a escrever na parede palavras estranhas, com letras de fogo. O rei ficou branco como cera. Seus joelhos tremeram ao ver uma mão sem corpo rabiscar palavras misteriosas na parede do palácio. Daniel 5:7: "O rei ordenou, em voz alta, que se introduzissem os encantadores, os caldeus e os feiticeiros; falou o rei e disse aos sábios da Babilônia: Qualquer que ler esta escritura e me declarar a sua interpretação será vestido de púrpura, trará uma cadeia de ouro ao pescoço e será o terceiro no meu reino." Daniel 5:8: "Então, entraram todos os sábios do rei; mas não puderam ler a escritura, nem fazer saber ao rei a sua interpretação." Belsazar não aprendeu a lição com a experiência de seu avô, Nabucodonosor. Repetiu o mesmo erro. O rei escolheu novamente os astrólogos e sábios do reino para decifrar a escrita. Mas, mesmo lendo o que estava escrito na parede, eles não conseguiram traduzir a mensagem. Daniel 5:9: "Com isto se perturbou muito o rei Belsazar, e mudou-se-lhe o semblante; e os seus grandes estavam sobressaltados." Daniel 5:10: "A rainha-mãe, por causa do que havia acontecido ao rei e aos seus grandes, entrou na casa do banquete e disse: Ó rei, vive eternamente! Não te turbem os teus pensamentos, nem se mude o teu semblante." Alguns registros históricos dizem que Nabucodonosor tinha uma filha casada que deu à luz Belsazar. Os estudiosos, contudo, estão divididos sobre se a rainha era a mãe de Belsazar ou sua avó, a esposa de Nabucodonosor. As notícias da confusão na sala de banquetes e da perplexidade dos sábios chegaram aos aposentos da rainha-mãe. Com pressa, ela foi até lá para ver o que podia fazer. Era o último recurso, depois do fracasso dos sábios da corte. Ela não esteve presente na farra dos bêbados, estando sóbria e apta para dar um bom conselho. A rainha lembrou-se de outras ocasiões em que os sábios foram desacreditados publicamente. Lembrou-se de um homem que tivera sucesso quando os demais falharam. Daniel 5:11: "Há no teu reino um homem que tem o espírito dos deuses santos; nos dias de teu pai, se achou nele luz, e inteligência, e sabedoria como a sabedoria dos deuses; teu pai, o rei Nabucodonosor, sim, teu pai, ó rei, o constituiu chefe dos magos, dos encantadores, dos caldeus e dos feiticeiros," Daniel 5:12: "porquanto espírito excelente, conhecimento e inteligência, interpretação de sonhos, declaração de enigmas e solução de casos difíceis se acharam neste Daniel, a quem o rei pusera o nome de Beltesazar; chame-se, pois, a Daniel, e ele dará a interpretação."
  • 32. A essa altura, Daniel deveria estar com cerca de 85 anos de idade. Por 70 anos viveu ele nesse reino e conheceu os tempos épicos de Babilônia. Daniel 5:13: "Então, Daniel foi introduzido à presença do rei. Falou o rei e disse a Daniel: És tu aquele Daniel, dos cativos de Judá, que o rei, meu pai, trouxe de Judá?" Daniel 5:14: "Tenho ouvido dizer a teu respeito que o espírito dos deuses está em ti, e que em ti se acham luz, inteligência e excelente sabedoria." Daniel foi introduzido na presença do rei. Ele não fora convidado para a festa. Ele não se sentiria confortável ali, e faria com que todos se sentissem incomodados. Ele entrou no salão com dignidade. Estava apto a dar ao rei a mensagem direta do Deus de Israel, cujos vasos sagrados o soberano havia tão atrevidamente profanado. Daniel 5:15: "Acabam de ser introduzidos à minha presença os sábios e os encantadores, para lerem esta escritura e me fazerem saber a sua interpretação; mas não puderam dar a interpretação destas palavras." Daniel 5:16: "Eu, porém, tenho ouvido dizer de ti que podes dar interpretações e solucionar casos difíceis; agora, se puderes ler esta escritura e fazer-me saber a sua interpretação, serás vestido de púrpura, terás cadeia de ouro ao pescoço e serás o terceiro no meu reino." Belsazar demonstrou não estar totalmente convencido do talento de Daniel, ao dizer: “Se puderes ler esta escritura.” Oficialmente, o pai de Belsazar, Nabonido, ainda era o rei de Babilônia. Belsazar, como co-regente, era o segundo no comando. Portanto, ele só podia oferecer o terceiro lugar a quem pudesse interpretar a escrita na parede. Daniel 5:17: "Então, respondeu Daniel e disse na presença do rei: Os teus presentes fiquem contigo, e dá os teus prêmios a outrem; todavia, lerei ao rei a escritura e lhe farei saber a interpretação." Se o caráter do rei não estivesse tão impregnado do materialismo, ele não teria falado de recompensas num momento como aquele. Daniel recusou sua proposta com desdém, mostrando sua total falta de interesse nas coisas deste mundo. Daniel 5:18: "Ó rei! Deus, o Altíssimo, deu a Nabucodonosor, teu pai, o reino e grandeza, glória e majestade." Daniel 5:19: "Por causa da grandeza que lhe deu, povos, nações e homens de todas as línguas tremiam e temiam diante dele; matava a quem queria e a quem queria deixava com vida; a quem queria exaltava e a quem queria abatia."
  • 33. Daniel 5:20: "Quando, porém, o seu coração se elevou, e o seu espírito se tornou soberbo e arrogante, foi derribado do seu trono real, e passou dele a sua glória." Daniel 5:21: "Foi expulso dentre os filhos dos homens, o seu coração foi feito semelhante ao dos animais, e a sua morada foi com os jumentos monteses; deram-lhe a comer erva como aos bois, e do orvalho do céu foi molhado o seu corpo, até que conheceu que Deus, o Altíssimo, tem domínio sobre o reino dos homens e a quem quer constitui sobre ele." O que Daniel disse podia custar-lhe a vida, mas, mesmo assim, ele o fez. Ele era profeta de Deus e tinha uma mensagem de verdade para dar. Recapitulando a história de Nabucodonosor, Daniel lembrou ao rei Belsazar quem era o Deus Altíssimo que havia concedido a Nabucodonosor - e também a Belsazar - a autoridade para governar Babilônia. Ele assinalou que ao fim da loucura de Nabucodonosor, o rei reconheceu que “o Altíssimo, tem domínio sobre o reino dos homens, e a quem quer constitui sobre ele”. Daniel 5:22: "Tu, Belsazar, que és seu filho, não humilhaste o teu coração, ainda que soubesse de tudo isto." Daniel 5:23: "E te levantaste contra o Senhor do céu, pois foram trazidos os utensílios da casa dEle perante ti, e tu, e os teus grandes, e as tuas mulheres, e as tuas concubinas bebestes vinho neles; além disso, destes louvores aos deuses de prata, de ouro, de bronze, de ferro, de madeira e de pedra, que não vêem, não ouvem, nem sabem; mas a Deus, em cuja mão está a tua vida e todos os teus caminhos, a Ele não glorificaste." Embora conhecesse em detalhes o que acontecera ao seu avô, Belsazar deixou de aprender pela experiência de Nabucodonosor. Seu avô tinha sido orgulhoso, mas se arrependeu a tempo e se tornou filho de Deus. Belsazar, por outro lado, escolheu deliberadamente desafiar a lei e a autoridade de Deus e recusou humilhar-se. Seu pecado, então, era grande, e o juízo, iminente. Por que Belsazar aceitou tão mansamente as palavras de Daniel, as quais poderiam ser consideradas traição pelos que o rodeavam? A resposta é simples: o “terror de Deus” (Gn 35:5) estava sobre todos. Quando um profeta de Deus toma conta da situação, como fez Daniel naquela ocasião, não há poder capaz de causar dano, ou de fazer oposição a sua mensagem. Daniel 5:24: "Então, da parte dele foi enviada aquela mão que traçou esta escritura." Daniel 5:25: "Esta, pois, é a escritura que se traçou: MENE, MENE, TEQUEL e PARSIM." Daniel 5:26: "Esta é a interpretação daquilo: MENE: Contou Deus o teu reino e deu cabo dele."
  • 34. Daniel 5:27: "TEQUEL: Pesado foste na balança e achado em falta." Daniel 5:28: "PERES: Dividido foi o teu reino e dado aos medos e aos persas." Em aramaico, a inscrição consistia em uma série de quatro palavras. O aramaico, assim como o hebraico, era escrito só com consoantes. As palavras a serem lidas dependiam das vogais que fossem acrescentadas. Para os sábios, as letras M N M N T Q L P R S N não faziam sentido. Daniel leu em voz alta “mene, mene, tequel, parsim” e então deu a interpretação: “contado, contado, pesado e dividido” (“parsim” é o plural de “peres” e pode ser entendido: no singular como “dividido” e no plural como equivalente à pronúncia de “persas”). A repetição da primeira palavra é uma ênfase solene, como as palavras de Jesus “em verdade, em verdade” no Novo Testamento (Jo 3:11; 5:24). Pesado e achado em falta – Estas terríveis palavras de destruição condenam todos os que, como Belsazar, negligenciam as oportunidades dadas por Deus. Se a nossa vida, como a de Belsazar, fosse colocada em uma balança (nossa vida em um prato e a lei de Deus no outro), teríamos um resultado melhor? E mesmo que o resultado fosse melhor, seria suficiente? Afinal, a vida de quem – mesmo do cristão mais santo – poderia resistir diante da lei de Deus? (Rm 3:23). Nesse sentido, não somos tão diferentes de Belsazar. Mas existe uma diferença crucial: nossa fé em Deus. Há um tempo para tudo (Ec 3:1, 2). Devemos tomar as decisões importantes enquanto há tempo. Essa foi a última noite de Babilônia e do rei Belsazar. Eles encheram a taça da sua iniqüidade. As demonstrações acumuladas de pecado dessa nação atingiram um ponto onde Deus disse: “Basta!” Os babilônios cruzaram a linha-limite que Deus traçara. Daniel disse: “Pesado foste na balança e foste achado em falta.” A misericórdia de Deus havia se esgotado. Ninguém será julgado por deixar de fazer aquilo que não sabia; mas por não ter feito o que já tinha conhecimento. Daniel 5:29: "Então, mandou Belsazar que vestissem Daniel de púrpura, e lhe pusessem cadeia de ouro ao pescoço, e proclamassem que passaria a ser o terceiro no governo do seu reino." Daniel 5:30: "Naquela mesma noite foi morto Belsazar, rei dos caldeus."
  • 35. A história confirma que os babilônios estavam participando de uma grande festa quando os exércitos de Ciro atacaram a cidade. Pegos totalmente de surpresa, foram incapazes de defender a cidade. Ciro pôde entrar em Babilônia sem qualquer batalha. A gloriosa cabeça de ouro da profecia de Daniel 2 teve um fim sem glória e desprezível. Deus tratou Belsazar como um indivíduo responsável. Permitiu que o rei tomasse suas próprias decisões e sofresse os resultados de sua livre escolha, ao retirar dele a proteção especial que lhe outorgara. Belsazar não queria saber de Deus em sua vida, de modo que o Senhor respeitou sua decisão, simplesmente Se afastando. Relutantemente Deus o “entregou” ao poder de seus inimigos. Daniel 5:31: "E Dario, o medo, com cerca de sessenta e dois anos, se apoderou do reino." Normalmente, o rio Eufrates apresentava baixo fluxo em outubro. Historiadores informam que naquela noite do banquete fatídico, Ciro reduziu ainda mais o volume do rio, desviando temporariamente o seu curso. Soldados penetraram por debaixo do muro em águas que não lhes atingiam mais que os joelhos. Descobriram que os portões do rio ainda se achavam abertos, ganharam acesso às ruas e mataram os guardas que de nada suspeitavam. Exatamente como predissera a profecia, a cabeça de ouro cedera lugar ao peito e braços de prata. Como Babilônia, este mundo está chegando ao fim. Os juízos de Deus logo se abaterão sobre este planeta impenitente, e o mundo viverá sua última noite. Alguns pedirão um pouco mais de tempo, mas não poderão ser atendidos. A Babilônia moderna terá a mesma sorte que teve a antiga cidade, e todos que recusarem sair dela serão destruídos também. Apesar das experiências de seu avô, com as quais Belsazar estava familiarizado, o rei decidiu desafiar o Deus do Céu e sofreu as conseqüências. A sabedoria dos pais ou dos avós nem sempre pode ser transmitida às gerações seguintes. O destino eterno de cada pessoa depende de suas próprias escolhas. Algumas pessoas entendem que ignorância significa recusar obter o conhecimento disponível sem assumir qualquer responsabilidade. Ignorar é desconhecer a verdade por absoluta falta dos recursos disponíveis para conhecê-la. Somos responsáveis por buscar a verdade. Recusar-se a fazê-lo equivale a negar o conhecimento. Não saber é muito diferente de não querer saber (At 17:30; Os 4:6). A pessoa verdadeiramente ignorante deseja trocar a ignorância pelo conhecimento. A teimosamente ignorante tenta não ser atingida pela verdade, mas fracassa. Então, siga o conselho de Isaías: “Buscai o Senhor enquanto se pode achar, invocai-O enquanto está perto.”
  • 36. Desvendando Daniel: na cova dos leões O capítulo anterior termina com a morte do rei Belsazar e a queda de Babilônia. O ouro dá lugar a um metal de menor valor. Levanta-se um poder que é representado na imagem de Daniel 2 pelo peito e braços de prata. Esse reino que suplanta o império da Babilônia é a Medo Pérsia. Ciro é citado na profecia como a vara na mão do Senhor para a punição de Babilônia. Ele tinha apenas 25 anos de idade quando conquistou o império. Seu tio, Dario, que tinha 62 anos, se tornou o primeiro governante. Daniel 6:1: "Pareceu bem a Dario constituir sobre o reino a cento e vinte sátrapas, que estivessem por todo o reino;" Daniel 6:2: "e sobre eles, três presidentes, dos quais Daniel era um, aos quais estes sátrapas dessem conta, para que o rei não sofresse dano." Daniel 6:3: "Então, o mesmo Daniel se distinguiu destes presidentes e sátrapas, porque nele havia um espírito excelente; e o rei pensava em estabelecê-lo sobre todo o reino." Dario reorganizou o governo na forma de república, fazendo dele o mais democrático de todos os reinos da Antiguidade. Cento e vinte sátrapas (governadores) eram subordinados a três presidentes, ou primeiros- ministros. Cada um desses presidentes, um dos quais era Daniel, tinha 40 príncipes a ele subordinados. O problema começou quando Dario fez de Daniel o chefe dos presidentes, o que suscitou a inimizade dos outros dois. Altos cargos no governo não eram novidade para Daniel. Ele foi posto na corte de Nabucodonosor quando ainda era bastante jovem, tendo alcançado elevadas posições, as quais ele manteve durante a maior parte das dinastias babilônicas e persas. É interessante notar que Dario aproveitou um homem de influência política do governo anterior. Por trás de tudo, naturalmente, estava Deus. Daniel 6:4: "Então, os presidentes e os sátrapas procuravam ocasião para acusar a Daniel a respeito do reino; mas não puderam achá-la, nem culpa alguma; porque ele era fiel, e não se achava nele nenhum erro nem culpa." Vemos aqui outra manifestação do primeiro pecado de Lúcifer no Céu, quando desejou uma posição que não era sua. Satanás não pode ver a prosperidade de um filho de Deus, sem procurar destruí-lo. A inveja ardia no coração dos colegas babilônios de Daniel. Estavam decididos a derrubá-lo, e passaram a observar cada movimento dele, na esperança de encontrar algo que desacreditasse sua autoridade. No entanto, não conseguiam encontrar “falta alguma em Daniel”. Daniel 6:5: "Disseram, pois, estes homens: Nunca acharemos ocasião alguma para acusar a este Daniel, se não a procurarmos contra ele na lei do seu Deus."
  • 37. Quando não conseguiram encontrar nada no caráter nem nas atividades profissionais de Daniel, que pudessem usar para desacreditá-lo diante do rei, os governadores se voltaram para a religião dele. Sendo que não havia conflito aparente entre a sua vida religiosa e o cumprimento dos deveres, eles tiveram que inventar um. Os hábitos religiosos de Daniel eram bem conhecidos: ele era um homem de oração. Esse foi então o ponto em que decidiram atacá-lo. Daniel 6:6: "Então, estes presidentes e sátrapas foram juntos ao rei e lhe disseram: Ó rei Dario, vive eternamente!" Daniel 6:7: "Todos os presidentes do reino, os prefeitos e sátrapas, conselheiros e governadores concordaram em que o rei estabeleça um decreto e faça firme o interdito que todo homem que, por espaço de trinta dias, fizer petição a qualquer deus ou a qualquer homem e não a ti, ó rei, seja lançado na cova dos leões." Daniel 6:8: "Agora, pois, ó rei, sanciona o interdito e assina a escritura, para que não seja mudada, segundo a lei dos medos e dos persas, que se não pode revogar." Daniel 6:9: "Por esta causa, o rei Dario assinou a escritura e o interdito." Os presidentes e os governadores pediram uma audiência urgente com o rei e disseram: “Todos os presidentes do reino se reuniram e resolveram que não adoraremos outro deus, ou a qualquer homem, a não ser a ti, ó rei!” Porém, Daniel não havia sido consultado, pois se tratava de um complô contra ele. No império medo-persa, quando uma lei era aprovada, nem mesmo o rei tinha poderes para revogá-la. A lei era o mestre, e uma vez assinada, todos deviam segui-la. Por essa razão, os inimigos de Daniel foram ao rei e propuseram que ele editasse uma lei proibindo a adoração de qualquer outro que não fosse ele mesmo, o rei. Podia parecer estranho que um rei pudesse emitir um decreto mediante o qual todas as pessoas devessem orar tão-somente a ele durante 30 dias, mas em tempos antigos os reis eram freqüentemente tratados como deuses. Esse decreto particular pode até mesmo ter parecido razoável a muitas pessoas, pois foi interpretado como uma espécie de teste de lealdade, designado como forma de unir a todos sob o novo líder. Daniel 6:10: "Daniel, pois, quando soube que a escritura estava assinada, entrou em sua casa e, em cima, no seu quarto, onde havia janelas abertas do lado de Jerusalém, três vezes por dia, se punha de joelhos, e orava, e dava graças, diante do seu Deus, como costumava fazer." Ao tomar conhecimento do decreto, logo Daniel viu que não era a honra do rei que estava sendo defendida ou exaltada; percebeu as más intenções dos seus companheiros ao querer destruí-lo; mas nem por isso se atemorizou. Daniel jamais permitiria que a fidelidade a Dario interrompesse seu relacionamento com Deus. Daniel sabia que Deus tinha estado com ele durante 70 anos no Império Babilônico. Tinha plena consciência e certeza de que Deus lhe tinha dado capacidades para servi-lo, quando ainda adolescente. Sabia também que havia sido Deus que o ajudara a passar nos testes diante do rei Nabucodonosor, e que lhe dera inteligência, conhecimento e capacidade. Ele sabia que fora Deus quem lhe dera a interpretação do sonho do rei. Tomara conhecimento do livramento de seus amigos Sadraque, Mesaque e Abedenego da fornalha ardente. Daniel sabia que fora Deus que o ajudara a manter o reino unido por sete anos, enquanto Nabucodonosor estava sob a ação da terrível insanidade licantrópica, comendo grama como um bovino. Ele sabia que tinha sido Deus quem o fizera interpretar o sonho do juízo e aquela grande árvore no capítulo 4 de Daniel. Estava plenamente convicto de que havia sido Deus que lhe permitira interpretar a escrita na parede e quem o tinha posto como primeiro presidente no reino medo-
  • 38. persa. Tinha certeza de que Deus estaria com ele nos momentos cruciais que enfrentaria. Sua fé não vacilaria agora, pois ele fazia de Deus a fonte de sua força e energia. As janelas do seu quarto eram abertas na direção de Jerusalém e, ao ajoelhar-se, Daniel virava o rosto naquela direção. Os conspiradores conheciam bem os hábitos de Daniel e não tiveram dificuldade em vê-lo orando, em atitude de direta violação à ordem do rei. Se quisesse, Daniel poderia ter deixado de orar pelo curto período do decreto. Afinal, 30 dias passam rápido. Ele poderia até orar secretamente. Ele poderia fechar as janelas. Não necessitaria ajoelhar-se para orar. Ele poderia orar na cama, em silêncio, sem que ninguém soubesse. Mas não! Daniel estava em uma terra pagã, onde a religião vigente era a idolatria. Sentiu que era sua incumbência demonstrar mais uma vez o poder do seu Deus. Sentiu que precisava mais uma vez testemunhar. Não seriam as conspirações de seus inimigos que mudariam seu relacionamento com Deus. É preciso compreender como a nossa fidelidade a Deus pode afetar e influenciar a vida dos outros. O fato de que Daniel se dispusesse a orar sob aquelas circunstâncias já é digno de nota. O que mais impressiona, porém, é que ele “dava graças”. Mesmo tendo diante de si a perspectiva da cova dos leões, Daniel dava graças. Pense no que isso significa. Daniel conhecia as promessas de Deus. “Deus é nosso refúgio e fortaleza, socorro bem presente nas tribulações” (Salmo 46:1). “O anjo do Senhor acampa-se ao redor dos que O temem, e os livra” (Salmo 34:7). Aos 85 anos de idade, aproximadamente, Daniel ora para que Deus o ajude a enfrentar a cova dos leões, tal como o ajudou nas outras ocasiões de sua vida, e ora para que, por intermédio da sua fidelidade em momento de risco de vida, o rei Dario fosse levado a aceitar o Senhor. Quando iniciamos a oração dando graças a Deus, nossa fé é reforçada e os problemas que serão apresentados nos parecerão passíveis de solução. Desse modo, estaremos em condições de orar com fé, e não em dúvida. Deus ouve a oração de fé. Daniel 6:11: "Então, aqueles homens foram juntos, e, tendo achado a Daniel a orar e a suplicar, diante do seu Deus," Daniel 6:12: "se apresentaram ao rei, e, a respeito do interdito real, lhe disseram: Não assinaste um interdito que, por espaço de trinta dias, todo homem que fizesse petição a qualquer deus ou a qualquer homem e não a ti, ó rei, fosse lançado na cova dos leões? Respondeu o rei e disse: Esta palavra é certa, segundo a lei dos medos e dos persas, que se não pode revogar." Daniel 6:13: "Então, responderam e disseram ao rei: Esse Daniel, que é dos exilados de Judá, não faz caso de ti, ó rei, nem do interdito que assinaste; antes, três vezes por dia, faz a sua oração." Os acusadores fingiram desapontamento. Aparentavam-se chocados pelo fato de o “mal-agradecido, exilado e judeu” mostrar tanta deslealdade para com o rei. A verdade é que Daniel era mais leal ao rei do que qualquer um deles. Tinha mais respeito pelo rei do que todos eles. Daniel 6:14: "Tendo o rei ouvido estas coisas, ficou muito penalizado e determinou consigo mesmo livrar a Daniel; e, até ao pôr-do-sol, se empenhou por salvá-lo." Somente agora Dario compreendeu a razão do decreto. Mas nada podia fazer após tê-lo assinado. A lei dizia que nem mesmo o rei podia modificá-la, e se ele o fizesse, seria deposto. Mesmo assim o rei trabalhou até o sol se pôr, tentando encontrar uma maneira de salvar a vida de Daniel. Mas havia um obstáculo jurídico irremovível. Por causa da pressa em assinar o decreto, Dario havia caído na cova que ele mesmo cavara. Seus bajuladores o fizeram de tolo. Em vez de ser deus por um mês, estava sendo marionete por um dia.
  • 39. Daniel 6:15: "Então, aqueles homens foram juntos ao rei e lhe disseram: Sabe, ó rei, que é lei dos medos e dos persas que nenhum interdito ou decreto que o rei sancione se pode mudar." Aqueles homens sabiam que o rei pretendia livrar Daniel daquela situação. Mas, pelo fato do rei estar legalmente impedido de voltar atrás em seu decreto, havia apenas uma única chance de Daniel escapar da morte: somente se voltasse atrás e obedecesse ao decreto. Entretanto, todos sabiam que não havia a menor possibilidade disso acontecer. Não porque fosse arrogante, mas porque havia um princípio em jogo. E Daniel não era homem de ceder quando se tratava de um princípio. Daniel 6:16: "Então, o rei ordenou que trouxessem a Daniel e o lançassem na cova dos leões. Disse o rei a Daniel: O teu Deus, a quem tu continuamente serves, que Ele te livre." Daniel 6:17: "Foi trazida uma pedra e posta sobre a boca da cova; selou-a o rei com o seu próprio anel e com o dos seus grandes, para que nada se mudasse a respeito de Daniel." Daniel 6:18: "Então, o rei se dirigiu para o seu palácio, passou a noite em jejum e não deixou trazer à sua presença instrumentos de música; e fugiu dele o sono." Por todos os relatos, Daniel é um dos poucos personagens sobre quem a Bíblia não registra nada de negativo. Mas isso não o livrou da cova dos leões. Deus permitiu que homens ímpios chegassem a realizar o seu propósito; mas isso foi para que pudesse tornar o livramento do Seu servo mais marcante e tornar ainda mais visível a derrota dos inimigos da justiça. Após determinar que Daniel fosse jogado vivo na cova dos leões, o rei Dario foi para casa naquela noite com a consciência pesada, porque sabia que não houvera sido justo com o seu fiel servidor. A Bíblia diz que ele não conseguiu se alimentar, não quis ouvir música, como de costume, e perdeu o sono. Estava em seu magnífico palácio e não conseguia dormir. Naquele momento, Daniel estava numa cova escura e imunda. Com a cabeça recostada sobre uma pedra, ele adormece tranqüilo. O rei, por sua vez, não conseguia dormir nem um minuto. Isso nos ensina que não é a casa em que vivemos que nos permite dormir sossegados. É a paz concedida por Deus que nos faz dormir. A paz é algo interior. Alguns imaginam que obtendo bens materiais, alcançarão segurança e paz. Mas a verdadeira paz é concedida por Deus. Não surpreende que Daniel, apesar de lançado cruelmente numa cova de leões, tenha sentido a paz de Deus no coração e nada temeu, porque sabia que havia agido honestamente. O rei, contudo, apesar de habitar num belíssimo palácio, gozando de toda segurança, conforto e luxo, não podia dormir. Quando se conhece a Deus, Ele proporciona paz ao coração. Ele nos capacita a enfrentar as situações difíceis da vida com confiança. Se a nossa paz não depende do que está acontecendo ao redor, mas do que sucede em nosso coração; se o reino de Deus está bem arraigado no íntimo e Jesus vive dentro de nós, então, somente então, sentiremos a verdadeira paz. Daniel 6:19: "Pela manhã, ao romper do dia, levantou-se o rei e foi com pressa à cova dos leões." Daniel 6:20: "Chegando-se ele à cova, chamou por Daniel com voz triste; disse o rei a Daniel: Daniel, servo do Deus vivo! Dar-se-ia o caso que o teu Deus, a quem tu continuamente serves, tenha podido livrar-te dos leões?" Daniel 6:21: "Então, Daniel falou ao rei: Ó rei, vive eternamente!" Daniel 6:22: "O meu Deus enviou o Seu anjo e fechou a boca aos leões, para que não me fizessem dano,