O documento discute a complexidade da temática da educação e diversidade no contexto social contemporâneo. A autora argumenta que vivemos em um mundo regido pela lógica do capitalismo, que gera exclusão de indivíduos. Também discute como o estado-nação se baseia em uniformização cultural que gera o paradoxo de "nós" versus "eles" e como a educação pode ajudar a compreender melhor a diversidade.
2. O significado do diálogo...
É preciso compromisso e disposição para se dispor a refletir
sobre questão da DIVERSIDADE – DIFERENÇA NA
EDUCAÇÃO que, no meu ponto de vista, conforma o
substrato material do fazer pedagógico no contexto
contemporâneo.
3. A complexidade do temática.
Essa é uma temática complexa, daí a necessidade de
evitarmos as abordagens simplistas de senso comum.
É preciso também inserir a temática na dinâmica das relações
sociais, politicas, econômicas e culturais do nosso tempo.
4. A complexidade do temática.
A Professora Alba Maria Pinho de Carvalho lembra que para
desenhar percursos de análise é preciso inserir a temática da
educação e diversidade no contexto do MUNDO SOCIAL
CONTEMPORÂNEO, nos marcos do que se denomina
CIVILIZAÇÃO DO CAPITAL, buscando desvendar seus
ENQUADRAMENTOS SOCIAIS.
5. A complexidade do temática.
Segundo Carvalho (2014), vivemos em um mundo de
PROFUNDAS MUDANÇAS, DESLOCAMENTOS E
REVIRAVOLTAS, alavancado na EXTREMA
TECNOLOGIZAÇÃO DAVIDA SOCIAL.
E na difusão incontrolável de um volumes, cada vez maiores,
de informação e de imagem.
6. A complexidade do temática.
Este é, de fato, um “MUNDO SOCIAL REGIDO PELA LÓGICA
DE EXPANSÃO ILIMITADA DO CAPITAL, EM DETRIMENTO
DAS NECESSIDADES HUMANAS, DESCONSIDERANDO A
PERSPECTIVA DO BEMVIVER”.
7. A complexidade do temática.
Esta ordem contemporânea do capital tem como
característica a ampliação do grande contingente de
indivíduos que não conseguem se encaixar nos parâmetros
desta civilização do Capital
8. A complexidade do temática.
Assim, “há produção de não - existência sempre que um
indivíduo, grupo ou segmento é desqualificado e tornado
invisível, ininteligível ou descartável, no sentido da
hierarquização subordinada ”. Boaventura de Souza Santos
9. A complexidade do temática.
A chamadaCIVILIZAÇÃO DO CAPITAL do capital começa a se
desenhar nas duas últimas décadas do século XX.
A queda do Muro de Berlim – 1989 e a emergência da
chamada globalização anunciavam, no discursos de alguns,
que o mundo se tornaria mais progressistas, mas receptivo a
acolher as demandas dos “novos sujeito políticos” que
emergem na cena global.
10. A complexidade do temática.
Contudo, a promessa de um cenário mais progressista não se
confirma, revelando que não é só nos regimes totalitários que
a violência por motivos étnicos/culturais assume grandes
dimensões.
Isso se realizar, também, nos REGIMES LIBERAIS
democráticos que convivem, historicamente, com formas
extremas de violências políticas contra populações civis.
11. A complexidade do temática.
Na verdade, o fenômeno da globalização, que muito
acreditavam representava o fim do Estado-nação, vai se
revelar com um instrumento de sua (re)significa, produzindo
novos discursos e praticas sobre a importância do Estado-
nação.
12. A complexidade do temática.
Por que isso é relevante para o debate?
É preciso entender que o Estado-nação se forja sob a ideia de
um “ethnos nacional”
Também ligado a ideário moderno liberal burguês de
igualdade que, na verdade, prioriza O COMUM, O
UNIFORME, O HOMOGÊNEO.
13. A complexidade do temática.
Esse “ethnos nacional” que conforma o Estado-nação se
sustenta com exaustivas regras de uniformização educacional
e linguística.
É nesse contexto que se radicaliza o paradoxo “nós” – “eles”
14. A complexidade do temática.
Esse paradoxo cria uma ansiedade intolerável com o
relacionamento de muitos indivíduos com os bens
proporcionado pelo Estado.
(cotas raciais na educação superior no Brasil)
Gera o lugar da incerteza permanente na vida social
(corpo sob suspeita)
15. A complexidade do temática.
Nesse cenário de acirramento do paradoxo “nós” – “eles”,
profundamente gerador de incertezas, a “VIOLÊNCIA É UMA
MACABRA FORMA DE CERTEZA”.
Um exemplo é o movimento neonazista que atribui a minorias culturais
a responsabilidade por problemas sociais (criminalidade, aumento do
desemprego, entre outros)
16. A complexidade do temática.
Essa é uma questão muito séria, pois a força dos movimentos
sociais de caráter identitário (negros, feministas, LGBT,
indígenas dentre outros) que ganham a cena política
internacionalmente, na segunda metade do século XX,
passam a ser duramente desqualificados nos discursos e
agenda politicas apresentadas à sociedade.
17. A complexidade do temática.
Aí é preciso reconhecer que há uma questão de fundo, pois
esse grupos sociais são primeiramente identificado com
“minorias”
Vale lembrar que “maioria” – “minorias” são categorias
liberais que remetem ao “ethnos” puro – limpo.
18. A complexidade do temática.
A violência está, portanto, na origem.Violência da ilusão das
identidades fixas e plenas produzida pela ideologia liberal.
De fato, a “minoria” é o sintoma, mas a DIFERENÇA é que é o
problema em si.
19. A complexidade do temática.
Forjamos uma sociabilidade, dominante, que não suporta a
DIFERENÇA e que institui as múltiplas formas de violência
materiais e simbólicas como medida se a ela se contrapor.
20. A complexidade do temática.
É fato, que o debate sobre Direitos Humanos tem uma papel
de mobilizar uma ampla luta, no plano jurídico e político, por
justiça, cidadania e participação política
Contudo, parece que vemos emergir no mundo
contemporâneo “um medo ao pequeno número”, às
“minorias”.
21. A complexidade do temática.
Nesse contexto a educação tem papel de centralidade, pois se
constitui espaço privilegiado para reconversão do olhar sobre
a questão da diversidade que devem ser “compreendida
como construção histórica, social, cultural e política das
diferenças, que se realiza em meio às relações de poder e as
desigualdades”