"Entre Creixomil (Barcelos) e Enxara do Bispo (Mafra): na "porta ao lado!"
1. Entre Creixomil (Barcelos)
e Enxara do Bispo (Mafra):
na “porta ao lado”.
Cristina Pinto – JI de Creixomil, Barcelos
Henrique Santos – EB1/JI de S. Miguel, Enxara do Bispo
Entre Creixomil (Barcelos) e Enxara do Bispo( Mafra): na “porta ao lado”
Quando o assunto são as "novas tecnologias", a palavra "novas" deixa de fazer
sentido para as crianças que já nasceram, e estão a crescer, com estas
tecnologias. Quando chegam ao Jardim de Infância elas já utilizaram o
computador, o tablet, a máquina fotográfica, o telemóvel...
As crianças utilizam estes dispositivos com a naturalidade de quem os conhece
desde sempre. A utilização do computador faz parte das “brincadeiras” que
diariamente se fazem na sala. As crianças utilizam-no com a naturalidade de quem
o conhece desde sempre.
Tal como no computador, nos tablets sabem como "sacar" os jogos, como ver filmes e ouvir músicas.
Reconhecem os jogos que têm no tablet lá de casa e os jogos que os pais, os tios os irmãos e os primos
utilizam.
Estes “instrumentos de trabalho” podem levar-nos também a uma sala de JI a centenas de quilómetros e
transformar a interação entre as crianças e os adultos em algo tão próximo que ficamos com a sensação que
trouxemos a “sala ao lado” para dentro da nossa.
Nestes últimos meses foram realizadas algumas
videoconferências entre os JI de S. Miguel, Enxara do
Bispo, Mafra e JI de Creixomil, Barcelos, por vezes
Sem marcação prévia. Acontece algo que
Gostaríamos de partilhar com os amigos e tratamos
de nos “ligar”.
Depois de uns meses antes termos “partilhado” um
cordeirinho que a mãe da Inês, de Creixomil, trouxe
à nossa sala, voltamos a entrar na “sala ao lado” com
a Aida. A Aida é cega e fez-nos uma visita surpresa. E não veio de mãos a
abanar. Trouxe alguma da sua tecnologia de apoio para partilhar com os
amigos de Mafra.
Na verdade, as tecnologias são peças chave na criação de Ambientes de
aprendizagem motivadores e construtores do ser humano. As crianças
aprendem melhor se tiverem tarefas, desafios, ou problemas nos quais as
respostas não sejam óbvias ou demasiado simples.
É possível, de forma simples e dinâmica, desenvolver, em contexto de sala
de jardim-de-infância, uma abordagem sistemática e organizativa das
possibilidades oferecidas no âmbito da utilização dos instrumentos
tecnológicos ou de marcada característica comunicacional e da sua inter-
-relação com os conceitos de desenvolvimento social, cultural e cognitivo
das crianças e da sua relação com as práticas pedagógicas.
RFERÊNCIAS
Cardoso, G. (2003) À Procura de interlocutor. Para Conversar, Trocar informação, ouvir música ou namorar. Trajectos. Lisboa, Notícias Editorial e ISCTE.
Cardoso, C. (2001) Ler a Sociedade da Informação, Usar as NTIs. Actas do 1º Encontro Nacional de Investigação e Educação. Lisboa, ESE de Lisboa.
Ministério da Educação (2002) As Tecnologias de Informação e da Comunicação e a Qualidade das Aprendizagens – Estudos de caso em Portugal. Lisboa, DAPP.
Papert, S. (1998) A Família em Rede. Lisboa, Relógio D’água.
Santos, H. (2001) A Atitude do Educador face às Novas Tecnologias. Cadernos de Educação de Infância, nº58. Lisboa, APEI.
Videoconferência
“Hoje, numa
videoconferência
com o Jardim de
Infância de Creixomil e com a
Cristina Pinto, e apesar das
"dificuldades" técnicas",
conhecemos a Aida, a máquina
de escrita em Braille e uma
máquina (que parece um
telemóvel) que lhe diz as cores...
Falámos sobre ela, sobre o facto
de ser cega e também nos
apalpámos para perceber como
podemos ver com os dedos (como
a Aida faz!)
E ela prometeu-nos escrever os
nossos nomes em Braille... “
(http://salamarela-enxara.blogspot.com)