O documento discute as juventudes e a educação no Brasil. Aborda temas como as diferentes definições de juventude, as desigualdades enfrentadas por grupos juvenis, e o papel da escola em promover a igualdade. Também analisa movimentos estudantis e políticas públicas para a juventude.
1. Juventudes e educação
Mestrandas(os): Alessandra Cristina Bernardino, Graciane Torres Azevedo,
Raquel Pinheiro Matiola e Rose Fernandes de Souza
Prof.ª Dra. Filomena Lucia Gossler Rodrigues da Silva
Prof.ª Dra. Marilândes Mól Ribeiro de Melo
2. “Juventude é um destes termos que parecem óbvios, dessas
palavras que se explicam por elas mesmas e assunto a
respeito do qual todo mundo tem algo à dizer, normalmente
reclamações indignadas ou esperanças entusiasmadas.
Afinal, todos nós somos ou fomos jovens ( à mais ou menos
tempo), convivemos com jovens em relações mais ou menos
próximas, e nas últimas décadas eles têm sido tema de alta
exposição nos diferentes tipos de mídia que aparecem em
nosso cotidiano.”
(ABRAMO, 2005)
3.
4.
5.
6. ALGUNS AUTORES
• Helena Abramo (1994, 1997, 2003)
• Marilia Spósito (1997)
• Mírian Abramoway (2004)
PRINCIPAIS DISTINÇÕES
• Adolescência: 12 aos 17 anos
(ECA)
• Pós-Adolescência (juventude): 18
aos 24 anos (29-35 anos).
• Brasil: 15 a 24 anos
(e/ou 29 anos).
Estudos
Atualizados
7. Juventude ou “Juventudes”?
• As idades não possuem um caráter
universal.
• A juventude não é um fenômeno natural,
mas uma construção social e histórica.
• Troca do termo “juventude” por
“juventudes” – diversidades.
“(...) qualquer que seja a faixa etária
estabelecida, jovens com idades iguais
vivem juventudes desiguais”.
(NOVAES, 2006)
8. ● Crítica à categorização juvenil;
● As transformações dos homens sob a
ótica de Rousseau.
10. “Se, por um lado, num passado pré-moderno o
mundo estava aprisionado em relações sociais
rígidas e hierarquicamente fixadas por outro,
hoje vivemos num mundo em permanente
movimento e relação. A identidade é muito mais
resultante da ação consciente dos indivíduos do
que uma situação definida por laços de
hereditariedade.”
(Carrano, 2000, grifo meu)
11. Uma juventude em
constantes movimentos
“”Autores de diferentes épocas históricas identificaram na
juventude os elementos de mudança não apenas da
personalidade, mas também da própria sociedade que se
renova no confronto com a tradição”
(CARRANO, 2000 p, 12, grifo nosso).
12. O AGIR COLETIVO
A participação em ações coletivas é dotada de sentidos que
não podem ser reduzidas à relação custo-benefício. O agir
coletivamente implica, necessariamente, colocar em jogo
emoções.
(CARRANO, 2000, p. 17)
13. Resistência da UNE na
Ditadura Militar
Militares
depredando a
sede da UNE após
o Golpe de 1964.
Aumento da
repressão com o
AI 5.
Jovens
discidentes.
Fonte: https://www.une.org.br/fotos/
16. Sposito e Carrano (2003, apud Rua, 1998):
“Proponho o entendimento de políticas públicas
como o conjunto de decisões e ações destinadas à
resolução de problemas políticos”.
Secretaria Nacional de Juventude (2014):
“Um aspecto essencial para caracterizar as políticas
públicas é a presença do aparato público-estatal
em sua definição, assim como em sua execução e
avaliação, a fim de assegurar seu carácter público”
(RUA, 1998).
POLÍTICAS PÚBLICAS
para a Juventude
17. “As políticas públicas são respostas que não ocorrerão a menos que haja uma provocação. Em
linguagem mais especializada, as políticas públicas se destinam a solucionar problemas políticos, que
são as demandas que lograram ser incluídas na agenda governamental. Enquanto essa inclusão não
ocorre, o que se tem são ‘estados de coisas’: situações mais ou menos prolongadas de incômodo,
injustiça, insatisfação ou perigo que atingem grupos mais ou menos amplos da sociedade sem,
todavia, chegar a compor a agenda governamental ou mobilizar as autoridades políticas”
(RUA, 1998).
18. - Na América latina as políticas públicas de juventude foram
impulsionadas a partir da celebração do Ano Internacional da
Juventude, em 1985 (com exceção do Brasil).
- A própria condição
juvenil é vista
como problemática
(busca-se
estratégia para
enfrentar os
“problemas da
juventude”).
- Começa-se a pensar políticas a partir da década de 90, com a
identificação de “problemas reais”, principalmente na área da saúde,
segurança pública, do
trabalho e do
emprego.
19. - Em 1993, com a criação do
Sistema Descentralizado e
participativo da Assistência Social
também foram pensadas ações
na área da adolescência e da
juventude.
- 1995 a 2002 - tivemos uma série
de programas e projetos federais,
mas com ausência de registros
de avaliação e de informações
públicas do desempenho das
ações (impactos).
- Sem formas democráticas de
participação.
- Conselho Nacional de Juventude
(Conjuve), criado em fevereiro de
2005.
20. Estatuto da Juventude
Institui o Estatuto da
Juventude e dispõe
sobre os direitos dos
jovens, os princípios e
diretrizes das políticas
públicas de juventude e
o sistema nacional de
juventude - SINAJUVE.
- São consideradas jovens as pessoas
com idade entre 15 (quinze) e 29 (vinte e nove) anos.
LEI Nº 12.852
DE 05 DE AGOSTO DE
2013
28. Segundo Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio
(Pnad) de 2012, 8,7% de jovens e adultos brasileiros são
analfabetos no Brasil. Já o Indicador de Alfabetismo
Funcional (Inaf) de 2018 aponta que 29% da população
entre 15 e 64 anos são analfabetos funcionais, ou seja,
não conseguem ou têm muita dificuldade em
compreender e produzir textos escritos.
O Brasil tem hoje 47,2 milhões de jovens (15 a 29 anos), que
correspondem por 23% da população total do país.
Em 2020, 30% dos jovens não estavam trabalhando ou estudando.
(Pnad Contínua 2018).
29. Entre os jovens
de 19 anos,
36,5% não
concluíram
o ensino médio,
e essa taxa varia entre
os diferentes
estratos
da população:
30.
31. A falta de conectividade é um dos problemas
apontados por ela. Nas escolas públicas, as
crianças e os jovens negros e indígenas são mais
de 70% dos estudantes sem acesso domiciliar à
internet.
35. GENOCÍDIO DA JUVENTUDE NEGRA
Retrato da desigualdade racial no país, onde 71,5% das pessoas
assassinadas são negras ou pardas, com baixa escolaridade e não
possuem o ensino fundamental concluído.
“O Brasil é um país racista e genocida”
O genocídio da juventude negra no Brasil - YouTube
38. O Girl Up Brasil é um movimento que treina, inspira e
conecta meninas para que sejam líderes e ativistas pela
igualdade de gênero.
39.
40.
41.
42. A escola valoriza
as diferenças
corporais (sexo,
peso, altura, cor,
tipos de cabelos)
de suas/seus
adolescentes e
jovens?
A escola divulga os
marcos legais de
promoção dos direitos
humanos e de
enfrentamento do
machismo, do racismo,
da LGBTfobia, do
capacitismo (contra
pessoas com deficiências)
e de outras formas de
discriminação e violência?
A escola acolhe e
orienta as jovens e os
jovens que são vítimas
de assédio e violência
sexual, discriminação
sexista e LGBTfobia e
de outras formas de
violência de gênero?
PARA
REFLETIRMOS
A escola promove
atividades que
estimulem a
divisão igualitária
do trabalho
doméstico entre
homens e
mulheres?
A escola reflete o
impacto da divisão
sexual do trabalho
nas escolhas
profissionais dos
jovens, considerando
também as
desigualdades raciais?
A escola estimula
igualmente o interesse
de moças e rapazes
(negros, indígenas,
brancos e de outros
pertencimentos raciais)
pelas diferentes áreas
do conhecimento e
pelos diferentes
campos profissionais?
A escola estimula
e dá condições
para jovens mães
e jovens pais
continuarem os
estudos, evitando
que eles parem
de estudar?
43. Referências
BRASIL. Lei n° 12.852, de 05 de agosto de 2013. Institui o Estatuto da Juventude e dispõe sobre os
direitos dos jovens, os princípios e diretrizes das políticas públicas de juventude e o Sistema Nacional
de Juventude - SINAJUVE. Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2013/Lei/L12852.htm. Acesso em 06 jul. 2021.
Brasil. Secretaria Nacional de Juventude Estação juventude: conceitos fundamentais – ponto de partida
para uma reflexão sobre políticas públicas de juventude. Organizadora Helena Abramo. Brasília: SNJ,
2014. Disponível em:
https://www.ipea.gov.br/participacao/images/pdfs/participacao/politicas%20de%20juventude1.pdf.
Acesso em 06 jul. 2021.
CARRANO, Paulo. Juventudes: as identidades são múltiplas. Movimento: Revista da Faculdade de
Educação da UFF. RJ: DP&A Editora, n.1, maio, p. 11-27, 2000.
GOVERNO FEDERAL. Sistema Nacional de Juventude - SINAJUVE. Disponível em:
https://sinajuve.ibict.br/ . Acesso em 06 jul. 2021.
SPOSITO, Marília Pontes; CARRANO, Paulo C. Rodrigues. Juventude e políticas públicas no Brasil. Revista
Brasileira de Educação. n 24, p. 16-39, 2003.
44. TAVOLARI, BIANCA et al. As ocupações de escolas públicas em São Paulo (2015-2016): Entre a posse
e o direito à manifestação. Novos estudos CEBRAP [online]. 2018, v. 37, n. 2 [Acessado 2 Julho 2021]
, pp. 291-310. Disponível em: <https://doi.org/10.25091/S01013300201800020007>. ISSN 1980-5403.
https://doi.org/10.25091/S01013300201800020007.
Martinez, Belio Antonio e Selepak, AndyO som do ódio: explorando o uso das letras da música
hatecore como estratégia de recrutamento pelo Movimento da Força Branca* * Tradução de
Cristiano Chiarello e Claudia Assis. . Intercom: Revista Brasileira de Ciências da Comunicação [online].
2014, v. 37, n. 2 [Acessado 7 Julho 2021] , pp. 153-175. Disponível em:
<https://doi.org/10.1590/1809-584420147>. ISSN 1980-3508. https://doi.org/10.1590/1809-
584420147.
Molina, Rodrigo SarrugeEstudantes lutando pela liberdade: a resistência e o combate à ditadura,
Piracicaba/SP - 1964 a 1982. Revista Brasileira de História da Educação [online]. 2021, v. 21 [Acessado
7 Julho 2021] , e156. Disponível em: <https://doi.org/10.4025/rbhe.v21.2021.e156>. Epub 22 Fev
2020. ISSN 2238-0094. https://doi.org/10.4025/rbhe.v21.2021.e156.
Sampaio, Simone Sobral e Meneghetti, GustavoEntre a vida e a morte: Estado, racismo
e a “pandemia do extermínio” no Brasil. Revista Katálysis [online]. 2020, v. 23, n. 03
[Acessado 7 Julho 2021] , pp. 635-647. Disponível em: <https://doi.org/10.1590/1982-
02592020v23n3p635>. Epub 16 Out 2020. ISSN 1982-0259.
https://doi.org/10.1590/1982-02592020v23n3p635.
TOMMASI, Lívia De. Um olhar sobre as experiências de políticas públicas de juventude na América
Latina. Revista Brasileira de Educação. n 25, p. 177 - 181, 2004.