O Livro “O Movimento das Cordas” é uma paráfrase do clássico “A Revolução dos bichos” de George Orwell. Na versão da Dritto comunicação, a adaptação é feita em um teatro,onde um mago reptiliano manipula e maltrata suas marionetes. O desenvolvimento se dá quando as marionetes se rebelam contra o mago e tomam posse do teatro.
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A revolta das marionetes
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Capítulo 1
Chovia fora do teatro Cerita, enquanto em seu interior, nas coxias do palco
principal, todas as marionetes, já cansadas, preparavam-se para mais uma vez, apertadas,
entrarem naquela velha caixa. Gabrielle, uma bela bailarina que, há tempos, usava o
mesmo collant, de um tom rosa já desbotado, procurava a melhor maneira de se acomodar
dentro da caixa. Logo atrás, montado em seu alazão, vinha Vicent, um cavaleiro que,
com sua armadura pesada e seu jeito misterioso, procurava um espaço dentre tantas
marionetes. E por último, aproximava-se o respeitado Piolim, um antigo palhaço feito a
mão por um habilidoso artesão, há tanto tempo atrás, que já não se podia recordar a data.
Do outro lado do teatro, em sua câmara, o Sr. Salvatore, um mago asqueroso,
com sua pele cheia de escamas, dando aparência de lagarto, preparava-se para mais um
espetáculo. Pronto para iniciar o show, foi até o palco principal pegar a caixa com as
marionetes e nesse momento as conversas de dentro da caixa pararam e, ouvidos atentos,
deram lugar as reclamações:
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– Lá vem ele de novo! – disse um dos piratas – Nos levar para aquela praça suja,
nos expor e contar histórias erradas sobre quem nós somos.
– Eu não quero ser um personagem malvado novamente! – exclama Gabrielle –
Eu sou uma linda bailarina, e gosto de dançar belas canções para que todos me aplaudam
também.
Muitos podiam não entender o motivo de tantas reclamações, mas a verdade é
que o Sr. Salvatore tinha um péssimo costume de sempre misturar as histórias de suas
marionetes, e ao término das apresentações recebia todos os aplausos do público como
se ele mesmo tivesse atuado. Ao final das apresentações, e logo após receber os aplausos,
Salvatore recolhia todas as marionetes e as colocavam, grosseiramente, de volta na caixa.
– Ai, está me machucando! – disse um dos bobos da corte – que se encontrava
quase no fundo da caixa com todas as outras marionetes por cima.
– Ele nos joga assim por que ele é mau, não liga para nós. Só pensa em ser
aclamado às nossas custas! – disse o palhaço Piolim – Precisamos dar um jeito nisso.
Ao retornarem para o teatro, Piolim convocou uma reunião com todas
as marionetes, para juntos, encontrarem uma solução. Quando todos souberam da
convocação, aos poucos foram se aglomerando no auditório do teatro Cerita. Conforme
todos iam chegando, o auditório foi ficando cheio de marionetes. Os bobos da corte
chegaram juntamente com todos os duendes, que eram bem dispersos e nem sabiam
direito o que estava acontecendo. Os piratas chegaram com suas espadas de mentira e
pernas de pau, mas apesar de desastrados, foram cautelosos para não machucar ninguém.
Gabrielle e o soldadinho Thomas, chegaram juntos, como de costume, e se sentaram
próximo ao palco junto com Vicent, que chegara mais cedo junto com a princesa Lana,
que estava mais preocupada com as pedras de sua coroa. Agnes, a fada, veio voando com
suas asas, um pouco amaçadas, devido ao peso das marionetes que ficavam sobre o seu
corpo frágil quando postas dentro da caixa. Alex, um esqueleto com ar de arrogância,
chegou com seu parceiro Grifo, o mágico, que por sua vez, tinha uma grande facilidade
de se comunicar com seus colegas, ambos procuravam pelo melhor lugar, à frente do
palco. Ao chegarem lá, se depararam com Fred, um fantasma inteligente e que era uma
das mais novas marionetes produzidas pelo Sr. Salvatore, já que era só um pano branco
com furos no lugar dos olhos e da boca.
O último a chegar foi o palhaço Piolim, que se acomodou em uma cadeira
acolchoada em cima do palco, onde todos pudessem ouvi-lo e enxergá-lo.
– Caros amigos, todos sabemos que sempre fomos humilhados pelo Sr.
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Salvatore. Ele inverte nossas histórias, e até mesmo, mente sobre nossas vidas. Até quando
vamos suportar isso?
– Eu sempre sou visto como medroso em suas histórias, mas na verdade, sou um
soldado muito destemido! – exclamou Thomas, o soldadinho de chumbo que já não tinha mais
seu querido chapéu devido ao desleixo de Salvatore – Nossas histórias dizem tudo sobre nossas
origens, como chegamos até aqui - concluiu o soldadinho.
A reunião se estendeu durante toda a noite, as marionetes discutiram várias
possibilidades para deter o Sr. Salvatore, mas como ele era um mago, eles teriam que ser
cautelosos para chegar à uma solução.
Iniciou-se mais um dia e Salvatore fez sua apresentação, porém, como de costume,
novamente inventando histórias. Ao final de todas as apresentações, ele jogava os bonecos
sobre a caixa e ia receber os aplausos de forma não merecida, já que o mérito era todo de suas
marionetes. Piolim então, decidiu fazer mais uma reunião, no mesmo horário e no mesmo
lugar.
– Sou uma marionete antiga, assim como Vicent, e já passei por muitas coisas ruins,
como todos passaram. Sinto a revolta que todos sentem, a tristeza que todos carregam. Em
pouco tempo, não estarei entre vocês, por ser velho, em breve serei descartado, outro virá em
meu lugar e assim será com todos vocês. Serão substituídos quando chegarem à velhice, sem
ao menos uma vez terem contado a história da própria vida. E Salvatore? Esse sempre terá mais
uma história para inventar. Porque nós, ainda estamos aqui, se não recebemos nada em troca?
Não podemos deixar isso acontecer! Não podemos! – Exclamou Piolim.
– E o que faremos, Piolim? Como combater Sr. Salvatore ? – questiona Fred.
– Uma revolução, a qual vamos chamar de Movimento das Cordas. Não sei quando
começar, mas vamos nos livrar! Somos muitos, e juntos, conseguiremos, a menos que alguém
seja contra.
– NÃO!!!!!!!! - disseram todos em voz alta.
Depois disso, todo o auditório ficou em silêncio. Faltava pouco para amanhecer e
notava-se a tristeza no olhar de todos, que já estavam aflitos. Piolim então, sentou-se sobre a
caixa e disse:
– Caros, sem nós, não tem teatro. Sem nós, pouca coisa tem a se fazer por aqui – todos
se olharam sem entender o que o palhaço queria dizer. – Querida Gabrielle, e se voltasse a
dançar? Todos saberiam que você não sofreu nenhum mau feitiço, como ele conta. Fred, e se
parasse então, de amedrontar e mostrar que de todos, é o mais inteligente? Meu amigo Alex,
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e se mostrasse que esqueleto tem vida, sentimentos e não é apenas restos de um corpo
humano?
– Não podemos fazer muitas coisas por vontade própria, somos manipulados por
essas inúteis cordas que nos prendem – respondeu Alex. As que as cordas possibilitavam
que as marionetes andassem por si só, mas Salvatore era um mago, e poderia achá-las por
que as cordas eram mágicas, e poderia trazê-las de volta caso fugissem.
De todas as marionetes que ali estavam, os piratas eram os que menos se
manifestavam. Mas ao ouvirem a resposta de Alex, pensaram como poderiam ser úteis.
– Nós podemos cortar as cordas! – exclamou o pirata mais novo. Todos ficaram
animados, todavia, um pouco assustados, já que eles sempre pensaram que viveriam até
seus últimos dias nas mesmas condições, presos e manipulados.
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Capítulo 2
Piolim, como o mentor da toda a revolução, concordou com a ideia do pirata,
apesar de parecer impossível devido ao receio que todos tinham do malvado mago, mas
ninguém foi contra o plano, apenas Lana, que estava confusa pois não queria ficar sem
suas coroas, já que o mago sempre fazia muitos acessórios para ela por ser uma das
personagens principais das peças. Decidiram então, que a próxima apresentação seria
a última de suas vidas, aos comandos de Salvatore. Pouco descansaram até começar a
preparação da próxima peça, e diferente de todos os outros dias, eles estavam animados.
Até que avistaram Agnes, que pouco socializava com as outras marionetes, pois sempre
estava voando por lugares diferentes.
– Não digam nada perto dela – disse Fred por diversas vezes. Agnes tinha uma
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fama linguaruda, e como Salvatore podia saber do plano, evitaram de contar à ela.
– Posso saber o motivo de tamanha animação? – perguntou Agnes.
– Apenas animados para mais um dia de trabalho – respondeu Piolim.
A fada não se conformou com a resposta, mas despediu-se e foi arrumar
suas asas para também entrar no palco junto aos outros. Todos estavam preparados,
e Salvatore que não desconfiava de nada, deu iniciou ao espetáculo. Os piratas,
que sempre eram os últimos a se apresentarem, ficaram escondidos. A primeira
história era de Piolim, que só estava esperando o ataque do pirata mais novo.
Todos estavam ansiosos aguardando pelo que aconteceria quando Salvatore e toda
a plateia, ouvisse a verdadeira história do pobre palhaço velho.
Salvatore precisava de seus piratas, mas só achou um para dar continuidade
na peça, e notou a falta dos demais, mas continuou mesmo com a ausência deles.
Foi quando Philip, o pirata mais novo, tirou de seu bolso um pedaço de madeira
que já estava afiando a algum tempo, e cortou suas cordas e a de todos os outros
piratas, todos possuíam um objeto cortante para livrar todas as marionetes daquelas
cordas enfeitiçadas. E então, a confusão estava armada.
Os piratas invadiram o palco, onde estava sendo apresentada a peça e um
deles cortou as cordas de Gabrielle, que não sabia muito bem o que devia ser feito,
mas correu para tentar ser útil. Logo depois de Gabrielle, soltaram Thomas, que
era um soldado e iria ajudar por ser ágil. Então Thomas se juntou com os piratas, e
juntos cortaram as cordas de todos.
Salvatore não sabia o que fazer, pois nunca imaginou que suas marionetes
se revoltassem contra ele. As cordas eram enfeitiçadas, mas ao serem cortadas,
perdiam todo o feitiço e as marionetes, de fato, seriam livres.
– Seus bonecos idiotas, parem com isso já! – exclamou Salvatore com
sua voz grossa como um trovão, mas as marionetes estavam muito empenhadas e
enquanto Salvatore tentava fazer algo, um dos piratas pulou na direção das mãos
do mago, que estava segurando Piolim no ar através de suas cordas, e com uma
mira certeira, cortou as cordas de Piolim que caiu no chão e se despedaçou em mil
partes.
– PIOLIM ESTÁ MORTO!!!!!! – Gritaram os duendes que rapidamente
saíram correndo com medo e se esconderam. Enquanto isso, os piratas amarraram
as mãos de Salvatore, já que os poderes vinham de suas mãos, o mago apavorado
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com aquela rebelião, saiu correndo para a saída do teatro e desapareceu dali. Ao verem o
mago fugindo, os duendes saíram de seu esconderijo e juntos com as outras marionetes,
fizeram uma roda em volta dos restos de Piolim.
– Oh céus, o que iremos fazer? Como vamos continuar com o plano sem o
palhaço? – perguntou Gabrielle com a voz tristonha. A plateia aos poucos ficou vazia,
as marionetes não sabiam o que fazer, e apesar de aliviadas com a fuga de Salvatore,
estavam desoladas com a perda de Piolim. Fred então, junto à Grifo, começou a juntar
os restos do palhaço e notaram algo estranho junto com os pedaços da marionete, já aos
destroços. Era um papel, e nele estava escrito um breve texto, que parecia ser leis, mas
o fantasma não quis mencioná-las e então guardou em uma caixa, junto com os pedaços
de Piolim.
– Em memória de Piolim, vamos
deixar seus restos dentro dessa caixa,
assim, sempre que algo nos desencorajar, a
abriremos e nos lembraremos de como ele
era corajoso! Ele não desistiria fácil dessa
revolução por nada, assim como nós também
não iremos – disse Fred, que estava sentado
na cadeira acolchoada de Piolim.
– Ora, mas toda revolução precisa de
um líder! – exclamou Alex.
– Fred pode ser o novo líder, ele é
inteligente, saberá como organizar e dizer o
que devemos fazer – disse Thomas. Todas as
marionetes concordaram e então, nomearam
Fred como o novo líder do Movimento das
Cordas.
Alex não pareceu contente com a
notícia, e por ser egoísta e possuir um lado
ambicioso, queria ficar no comando do teatro,
então começou a bolar com Grifo, algo que
fizesse o fantasma ir embora de Cerita. Grifo
teve a ideia de manipular os piratas dando a
eles novos guinchos e pernas de pau, assim
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teriam mais aliados para ajudar com a expulsão de Fred.
Fred convocou uma reunião, e nela estava decidido que iria mostrar para todas
as marinetes algumas leis que achou dentro de Piolim. Conforme as marionetes foram
chegando, puderam observar que Fred já estava em cima do palco com alguns papeis em
suas mãos.
– Caros amigos, ao resgatar os restos de Piolim, eu e Grifo achamos um papel,
neste papel estava escrito algumas leis, que em memória de Piolim, devemos obedecer:
1 – Nenhuma marionete deve ferir ou quebrar outra.
2 – Nenhuma marionete deve manipular outra.
3 – Qualquer coisa que segure cordas é inimigo.
4 – Qualquer coisa que tenha articulações é amigo.
5 – Nenhuma marionete deve contar histórias falsas sobre outra.
6 – Nenhuma marionete deve usar capa.
7 – Todas as marionetes são iguais, não importa a madeira usada
em sua construção ou o artista que as criaram.
Neste momento,Alex e Grifo se olharam espantados, já que haviam manipulado
os piratas. Ao notar, Fred os questionou:
– Há alguma coisa acontecendo, Alex?
– Só ficamos emocionados ao lembrar do nosso velho amigo Piolim – disse
Grifo, tomando a frente de Alex.
Fred, que não era bobo, não engoliu a resposta do mágico, mas também não
continuou com a conversa. Anoiteceu, e as marionetes decidiram que iriam se organizar
em uma semana, antes de começarem a contar suas próprias histórias para o público. Foi
decidido também, naquela mesma noite, que não iriam mais se apresentar na praça suja,
e sim no teatro em que residiam com o mago asqueroso.
– Mas antes de tudo, minhas pequenas marionetes, temos que dar um jeito nesse
pobre teatro, que encontrasse aos pedaços! – exclamou Fred.
As marionetes concordaram em limparem o local, exceto Alex, Grifo e os
piratas, que manipulados, passaram a fazer tudo que era imposto pelo esqueleto. Porém,
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como tinham em mente o plano para que Fred fosse embora de Cerita, não demonstravam
a falta de interesse em ajudar, pois não poderiam perceber que estavam tramando algo.
Naquela mesma noite, começou a faxina para deixar o teatro mais apresentável
para receber seu público, e Agnes, como era muito curiosa, direcionou-se para a câmera
de Salvatore, na qual, ninguém de Cerita havia entrado antes.
– Vejam isso marionetes! – exclamou a fada com uma voz fina. Ao entrarem
dentro da câmara, se depararam com uma cena lastimável; lá se encontravam cinzas de
algumas marionetes mais antigas e um livro de feitiços, que Sr. Salvatore usava para
manipular suas marionetes e atrair o público para trazer muito dinheiro para ele. Também
tinham nas paredes braços, pernas e até algumas cabeças de marionetes que já passaram
pelo teatro.
Todos ficaram com medo do que poderia acontecer, mas não se intimidaram,
continuaram com a faxina, pois precisavam se organizar para o início das apresentações.
Foi uma semana muito longa, o teatro estava em decadência, e por serem marionetes,
tinham os movimentos limitados, o que dificultava a realização das atividades. Fred, por
ser o mais novo de todos, assumiu grande parte das funções, o que alimentou ainda mais
a inveja e o desejo de Alex em se tornar o grande líder, afinal, quanto mais o fantasma
fazia por todas as outras marionetes, mais aclamada era.
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Capítulo 3
Chegou o grande dia, as marionetes estavam prontas para receberem toda
a vizinhança que habitava ao redor de Cerita. O teatro pouco à pouco foi se enchendo e
quando se deram conta, o auditório estava lotado. Gabrielle estava nervosa, pois nunca
havia contado sua verdadeira história para ninguém.
– Você consegue, bailarina! – disse Fred, antes de entrar em cena para apresentar
a peça.Alex, que pouco estava feliz, era o segundo a se apresentar, mas como de costume,
era Grifo quem falaria por ele.
– Todos prontos? – perguntou Fred. As marionetes deram uma resposta positiva,
e então começou o show.
– Caros amigos, acredito que todos estejam surpresos em me ver aqui, sem
o velho mago. Pois bem, por muitos anos, nós, marionetes fomos oprimidas por Sr.
Salvatore e sinto muito em ter de informar que todas as histórias contadas por ele,
são falsas. Hoje, estamos aqui para contarmos nossas verdadeiras histórias, e pouco à
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pouco, todos saberão quem realmente somos. Sem mais, apresento-lhes O Movimento
das Cordas – disse o grande líder, Fred. Gabrielle então, subiu ao palco; estava muito
assustada, pois não sabia como começar. O silêncio tomou conta do teatro, a pequena
bailarina olhava com ar de desespero para Thomas, que estava atrás da cortina.
– Thomas, entre no palco com ela, afinal, vocês vivem na mesma história –
sugeriu Fred. O soldadinho subiu ao palco, e juntos, contaram suas histórias. Ouviram os
aplausos e agradeceram e se despediram do povo.
Fred encerrou a peça e em seguida fechou o teatro. Todos comemoraram a
estréia, mas estava nítido na feição de Alex, que não estava feliz. Chamou Grifo e os
piratas de canto para terem uma breve reunião, até que ouviram uma música bem distante.
– O que deve ser isso, Grifo ? – Perguntou Alex, que saiu do teatro tentando
descobrir de onde vinha o som. Grifo foi atrás junto com Philip e os três seguiram o
barulho até se depararem, na vila vizinha, com um outro teatro. Ficaram surpresos e logo
foram ver do que se travava a peça, mas estava vazio, então voltaram para Cerita. Alex
voltou calado, não disse uma palavra, até que surgiu uma ideia.
– Já tenho uma ideia para fazer com que Fred, vá embora de Cerita! – exclamou o
esqueleto todo saltitante. Chegaram no teatro e logo foram procurar por Fred, o fantasma,
sem entender muito bem o que estava acontecendo, questionou o esqueleto pelo motivo
de seu desespero. Alex, então, chamou para uma conversa particular, mas não sabia que
Agnes estava escondida ouvindo tudo.
– Querido Fred, você precisa ajudar os pobres coitados que estão sofrendo na
mão de Salvatore – disse Alex.
– COMO ASSIM? – questionou Fred.
– Isso mesmo, nós descobrimos que na vila vizinha, existe um outro teatro
comandado pelo mago. Nós fomos escondidos e assistimos a peça, e dói de lembrar a
situação daqueles pobres coitados. Logo pensamos em você, jovem fantasma que sempre
pensou no bem do próximo, sabemos que você pode ajudar – disse Grifo.
– E eu posso, mas e aqui? Quem cuidará de Cerita?
– Meu amigo, é temporariamente, até que as coisas melhorem por lá. Você
sempre será nosso líder – respondeu Grifo.
Fred passou a noite em claro, pensando em como ajudaria o outro teatro, sem
esquecer de Cerita. Decidiu partir, fez uma nova reunião para comunicar sua ida, mas as
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marionetes não entendiam o motivo. Grifo e os piratas não conseguiam disfarçar tamanha
felicidade. Agnes, que tinha escutado toda conversa, contou para Lana que em outra vila,
havia um teatro aos comandos de Salvatore, a princesa, sem pensar duas vezes, decidiu
que iria para o outro teatro em busca de novas coroas, já que era a recompensa dada pelo
mago. Foi embora junto com o sol, despediu-se de Agnes e prometeu nunca mais voltar.
Anoiteceu, depois de comemorarem a ida de Fred, Alex pediu para que
Grifo convocasse uma reunião para que ele anunciasse sua liderança. As marionetes
concordaram, e pouco à pouco todas estavam na plateia.
– Meus caros, venho – lhes comunicar que o grande Alex irá tomar a frente da
liderança por causa da ausência de Fred, que nos traiu e foi embora com Sr. Salvatore –
todos ficaram surpresos com a falta de caráter de Fred, mas não sabiam que na verdade
era invenção de Alex para tomar o poder.
– Mas não deveria haver uma votação? – perguntou um dos bobos da corte.Alex
entrou no palco, e nessa hora um dos piratas direcionou sua espada para o bobo da corte.
– Serei um bom líder e prometo melhorar a qualidade de vida de Cerita – disse
Alex todo imponente.
Dias se passaram e a rotina de Cerita continuava a mesma; as marionetes
iniciaram seus trabalhos e começaram a arrumar o teatro para mais uma noite de peça,
quando ouviram alguém bater na porta. Thomas se direcionou até ela, mas Grifo correu e
tomou a frente para abri-lá, foi quando viram um mago reptiliano semelhante a Salvatore,
que procurava por Alex. O Sr. Alfred era dono do teatro Historiarum, vizinho de Cerita,
o mesmo em que Fred foi, a princípio, ajudar as outras marionetes.
– Olá, Sr. Alfred, é um prazer recebe-lo em meu teatro. Em que posso ajudar?
– Com chegada de Fred em Historiarum, fiquei muito interessado em fazer
negócios com você. Sei que você tem um livro de feitiços e eu queria fazer um acordo
para utilizá-lo. Você me deixa usufruir dele e em troca te dou uma quantia em dinheiro
vivo – Alex aceita, mas com uma condição.
– O livro não sairá de Cerita para as outras marionetes não notarem sua ausência.
Quando necessário, você entrará pelas portas dos fundos para poder ter acesso ao livro,
se virem você com frequência no meu teatro, vão suspeitar.
O mago aceitou as condições do esqueleto e voltou para Historiarum.Assim que
o mago foi embora, os bobos da corte foram questionar Grifo sobre a presença do mago,
já que não era permitido nas leis.
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– O grande Alex os protegeu de uma invasão, pois, Sr. Alfred queria o teatro.
Ofereceu muito dinheiro em troca, mas Alex não aceitou e o mandou embora – disse
Grifo. Thomas não pareceu muito convencido, mas acreditou.
Certo dia, Alex aproveitou que todos estavam distraídos com seus trabalhos
e foi até a câmara com Alfred para que ele pudesse usufruir do livro e se deparou com
uma capa que pertencia á Salvatore. Como nunca havia usado roupas e nem sentido a
sensação de estar vestido e nem coberto, fez da capa seu manto. Alfred foi embora e Alex
resolveu ficar na câmara para arrumá-la, pois, havia decidido que se isolaria das outras
marionetes.
Depois de alguns dias dormindo na câmara, o fantasma fez com que Grifo fosse
dormir junto à ele e fez os piratas de segurança para que ninguém se aproximasse. As
marionetes questionaram o fato de Alex estar usando uma capa.
– Isto não é uma capa, e sim um manto, pois o grande Alex passa muito frio
dentro da câmara! – exclamou Grifo, convencendo as marionetes.
– Mas isso vai o diferenciar de nós, e uma das leis diz que todos somos iguais!
– exclamou um dos bobos da corte
– Caro amigo, todos continuamos iguais, mas você usa roupas para se esquentar,
ele não – nesse momento todos se calaram e concordaram com Grifo.
Alex pediu para Grifo que reunisse todas as marionetes no auditório, pois tinha
um comunicado a ser dito. Grifo ficou espantado, pois pela primeira vez Alex viria à
público sem precisar dele.
– Meus amigos, venho-lhes dizer que algumas coisas precisam ser mudadas
aqui em Cerita. Olhem para suas vestimentas, estão velhas, caindo aos pedaços. Thomas
nem chapéu tem, Gabrielle está com seu collant desbotado, Vicent com sua armadura
enferrujada; nós nos apresentamos todos os dias, temos que manter boa aparência, mas
não temos dinheiro para investir em roupas e sapatos. Por isso, a partir de hoje, todos
deverão cobrar uma taxa para quem vir assistir às peças. Em troca, cada semana vocês
ganharão roupas novas – algumas marionetes não concordaram em vender suas histórias,
mas acabaram aceitaram o acordo, pois suas roupas estavam decadentes.
Iniciou-se mais um dia, as marionetes se preparavam para mais uma peça, e
cobrando valor que Alex tinha determinado, mas muitas pessoas se recusaram a pagar, já
que eram todos os dias as mesmas histórias. Chegaram no meio do dia, e Thomas, junto
com Gabrielle e um dos bobos da corte, foram até Alex para entregar o pouco de dinheiro
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que haviam arrecadado. Ao receber o dinheiro, o fantasma achou a quantia muito baixa,
questionando as marionetes, já que o teatro estava cheio.
– Muitas pessoas não quiseram pagar, pois estão cansadas de ouvirem todos
os dias as mesmas histórias – respondeu Gabrielle. Foi aí que Alex comunicou a eles
que eles teriam que inventar outros tipos de histórias. Thomas e Gabrielle ficaram sem
entender, mas voltaram e comunicaram o restante das marionetes. Todas concordaram,
afinal, tudo que queriam no momento, eram suas roupas novas.
Anoiteceu e todos foram descansar. Grifo, ao fechar a porta, ouviu um barulho
aos fundos do teatro e logo foi verificar o que era. Era Alfred, que estava ali para utilizar
o livro, Grifo não questionou sua presença, já que estava autorizado por Alex, mas mal
sabiam que os duendes estavam, por acaso, andando por Cerita e acabaram avistando o
mago. Se esconderam embaixo de uma cadeira para passarem despercebidos, mas foram
encontrados por Philip, que os levou para a câmara.
– Meus caros, nem tudo que segura cordas, é inimigo! Sr. Alfred veio nos
ajudar a arrecadar mais dinheiro para suas roupas! – Exclamou Grifo, convencendo os
duendes, que não eram tão inteligentes assim. Os pobres duendes se retiraram; Alex,
junto com Grifo e Alfred, fizeram uma breve reunião. Foi proposto pelo mago, que Alex
compartilhasse o livro de feitiços com os magos de outros teatros, assim, ele poderia
ganhar mais dinheiro.
No dia seguinte, antes que as marionetes acordassem, Alfred chegou no teatro
com mais cinco magos reptilianos, que estavam interessados em utilizar os feitiços do
livro. Grifo, antes de deixá-los entrar, logo cobrou o dinheiro, pois Alex tinha medo de
ser passado para trás. Os magos entraram em Cerita, e por conta do barulho que estavam
fazendo, as marionetes acordaram e logo foram espiar. Ao chegarem próximas da câmara,
não tinha nenhum pirata fazendo a segurança da porta, que estava entreaberta. Ao se
aproximarem, puderam ver uma grande mesa com vários magos reptilianos sentados e
Alex na ponta como anfitrião. Não acreditaram no que estavam vendo, afinal, sempre
lhes foi dito que tudo que segurassem cordas, era inimigo.
Eles estavam rindo, bebendo, com muito dinheiro em volta e com o livro de
feitiços aberto sobre a mesa. Nessa hora, já não se sabia quem era marionete,
e quem era mago.
17. George Orwell (1903-1950) é
o pseudônimo de Eric Arthur
Blair, escritor e jornalista inglês,
conhecido pelos livros “1984”
e “A Revolução dos Bichos”.
Este livro é uma paráfrase do
romance satírico publicado no
Reino Unido em agosto de 1945;
“A Revolução dos bichos” é
uma sátira da União Soviética
Comunista e propõe uma reflexão
política e moral.
18. BRUNA DE ALMEIDA (JO) - 417103813
FERNANDA TERENA (PP) - 417100408
JONATHAN MAIA (PP) - 417109256
LUCAS LIMA (PP) - 417105978
NATALIA MERSSALINA (JO) - 417104158
ROBERT ARAUJO (PP) - 417100717
Comunicação Social - UNINOVE - Vergueiro
Noturno - 2ºA
Módulo: Cominicação e Sociedade
Prof. Orientadora: Mônica Eboli
O Movimento das Cordas- 2017
1ª Edição São Paulo - SP
Dritto Comunicação
Autores