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CORANTES BIOLÓGICOS
EVOLUÇÃO HISTÓRICA
NO ESTUDO
HISTOCITOLÓGICO
“OS PIONEIROS”
Fernando Colonna Rosman
Novembro de 2012
(2ª edição de 2018)
IN MEMORIAM
HENRIQUE LEONEL LENZI
(1943-2011)
Médico patologista, pesquisador
Instituto Oswaldo Cruz, FIOCRUZ
Rio de Janeiro, RJ
(1984-2011)
Jacopo Berengario da Carpi (1460-1530)
=1521-1523: Jacopo Berengario da Carpi, médico
anatomista italiano, já injetava corantes na luz dos vasos
sanguíneos, bem antes de se corarem os tecidos. Foi o
primeiro anatomista a valorizar as ilustrações no livro de
anatomia, como importante complemento do texto.
= Commentaria cum amplissimis additionibus super anatomia Mundini. Ed. Hieronymus de Benedictis
(Bologne), 1521.
= Isagogae breves perlucidae ac uberrimae in anatomiam humani corporis a communi medicorum
academia usitatam, a Carpo, in almo Bononiensi Gymnasio ordinariam chirurgiae docente, ad suorum
scholasticorum preces in lucem datae. Ed. Benedetto di Ettore Faelli (Bologne), 1523.
Oil on canvas by an Emilian painter of 17th Century
Antonius Mizaldus (1510-1578)
=1567: Antonius Mizaldus, astrólogo e médico
francês, publicou o primeiro relato sobre a coloração
dos tecidos, tendo como base a coloração dos ossos
pela rúbia (garança).
= Século XVI: Na França já era sabido que as vacas que comem a planta Rubia
tinctorum (Rubiaceae) [madder root] ficavam com o leite vermelho, assim como
os ossos dos bezerros.
Garança (Rubia tinctorum)
= 1826: Pierre Jean Robiquet
(1780-1840), químico francês,
do extrato das raízes de Rubia
tinctorum (garança, madder
root), (Rubiaceae), obteve os
corantes vermelhos alizarina e
purpurina.
= 1886: Karl James Peter
Graebe (1841-1927) e Karl
Theodor Libermann (1842-
1914), químicos alemães,
sintetizaram a alizarina a
partir do antraceno obtido do
alcatrão da hulha.
= 1958: Método da Alizarina
Red S para Cálcio (McGEE-
RUSSELL, S.M. - Histochemical
methods for calcium. J. Histochem.
Cytochem., 6: 22, 1958).
Robiquet (1780-1840))
Karl Graebe (1841-1927)
Libermann (1842-1914) Feto humano de 12 semanas.
Desenvolvimento ósseo.
Método da Alizarina.
Rim. Depósitos de cálcio no
interstício. Alizarina Red S.
Madder root
Alizarina Red S
http://www.bris.ac.uk
Rubia tinctorum
Robert Hooke (1635-1703)
= Robert Hooke (1635-1703), físico,
astrônomo e paleontologista inglês,
melhorou o microscópio, com lentes
compostas capazes de aumentar 30x a 40x.
= 1665: Publicado o seu livro: Micrographia:
or some Physiological Descriptions of Minute
Bodies Made by Magnifying Glasses with
Observations and Inquiries Thereupon.
= Nesta obra também descreveu ser a
cortiça constituida por “little boxes or cells,
distinct from one another,” não percebendo
ter descoberto a menor unidade dos tecidos
dos seres vivos, a célula, o que viria a ser
demonstrado nas plantas, em 1838, por
Mathias Jacob Schleiden (1804-1881),
médico e botânico alemão e, em 1839, nos
tecidos de animais, por Theodor Ambrose
Hubert Schwann (1810-1882), médico
alemão (=Teoria Celular).
= Fez várias observações microscópicas
sobre a cor de cabelo, lã, penas, seda, etc, e
envolvendo tinturas de Aloe, cochonilha,
pau-campeche, açafrão, etc.
Schleiden (1804-1881)
Schwann (1810-1882) Texture of CorkSeveral other sorts of Hair
Antoni van Leeuwenhoek (1632-1723)
1719: Antoni van Leeuwenhoek, holandês,
mercador de tecidos, boticário, autodidata
em astronomia, matemática, química e
história natural.
= Utilizou solução de açafrão verdadeiro
(Crocus sativus, Iridaceae), no estudo ao
microscópio de preparados de músculo
estriado de vaca, peixe, etc. Inventou um
microscópio simples (1673) e descreveu as
hemácias, espermatozóides, bactérias,
protozoários, etc, tornando-se membro da
Royal Society, Londres, em 1680.
Músculo estriado
de peixe
Músculo estriado
de vaca
Açafrão Verdadeiro O pigmento natural amarelo avermelhado é
extraído dos estigmas secos da flor Crocus
sativus (Iridaceae), originária do sudeste da
Europa e sudoeste da Ásia.
A substância corante é a crocina (carotenóide
diéster do dissacarídeo gentiobiose com o
ácido dicarboxílico crocetina).
1911: Introduzido na técnica histológica por
Claude Louis Pierre Masson (1882-1959),
médico anatomopatologista francês, com
hemalúmen e eosina, para corar as fibras
colágenas.
Utilizado: culinária, medicina, corante de
tecidos (roupas) e histológico (e.g. Método da
Hematoxilina-Floxina-Açafrão, etc).
Adenocarcinoma de próstata. Infiltração de nervo
(Hematoxilina-Floxina-Açafrão).
Estigmas de açafrão
Pâncreas: Neoplasia pseudopapilar sólida mostrando
numerosos glóbulos hialinos (Hematoxilina-Floxina-Açafrão).
Crocus sativus
Masson (1882-1959)
http://en.wikipedia.org http://www.pubcan.org
Frederik Ruysch (1638-1731)
1724: Frederik Ruysch, (1638-1731), médico, botânico e
anatomista holandês, empregou o microscópio no estudo dos
vasos sanguíneos humanos, que ficaram visíveis com a
injeção de solução alcoólica de cinabre/cinábrio (sulfureto de
mercúrio vermelho, vermelhão), misturado com gordura de
carneiro, ou cera branca, e tinta de escrever, ou terebintina
corada em verde com sulfa-
Cinábrio
to de cobre.
Nicolas Sarrabat de la Baïsse (1698-1739)
1733: Sarrabat, padre jesuíta, matemático, astrônomo e botânico francês, colocou raízes de
plantas vivas em suco vermelho, carmesim, de frutos de Phytolacca sp (Phytolaccaceae) e
observou a coloração dos vasos, da raíz até as folhas e os estames (coloração vital), tendo
publicado os seus achados na obra: Dissertation sur la circulation de la sève dans les plantes.
Classificação segundo a Flora Brasiliensis
fam. Phytolaccaceae
trib. Phytolacceae Endl.
trib. Phytolacceae subtrib. Giesekieae Endl.
Phytolacca L.
Phytolacca decandra L.
Phytolacca icosandra L.
Phytolacca thyrsiflora Fenzl
Phytolacca thyrsiflora Fenzl.
Abraham Trembley (1710-1784)
= 1744: Trembley fez espécies de Hydra sp (Cnidaria; Hidridae)
ficarem coloridas dando-lhes alimentos e organismos coloridos
(planária negra) para comerem.
=Abraham Trembley (1710 -1784), naturalista suíço. Foi o
primeiro a estudar pólipos e hidras.
1770: Microscópio construído por John Cuff para A. Trembley
Planária negra
Johann Nathanael Lieberkühn (1711-1756)
=1745: Johann N. Lieberkühn (1711-1756), médico e anatomista
alemão, fez estudos com injeções de cera branca, colofônio (breu, de
resina de Pinus sp) e terebintina (de resina de Pinus sp), associadas
com cinábrio (sulfeto de mercúrio, vermelhão) e outros corantes,
em vasos arteriais, venosos e linfáticos, contribuindo para o estudo
microscópico da circulação dos órgãos, como o íleo humano, entre
outros.
Lieberkühnsche
Wundergläser
Colofônio (breu) Cinábrio
Vasos sanguíneos observados após
injeção com cera branca, breu,
cinábrio, terebintina, e posterior
corrosão com ácido. (Preparado de
Johannis N. Lieberkühn).
Microscópio anatômico
(Microscópio de dissecação) TAB. I, II, III: Villorum intestinorum tenuium hominisDissertatio Anatomico-
Physiologica ... 1745.
Georg Christian Reichel (1727-1771)
1758: G. C. Reichel, médico e botânico alemão, colocou caules, com ou sem
raízes e flores, em solução, previamente fervida, contendo lascas de tronco de
pau-brasil [Caesalpinia echinata, Leguminosae (Fabaceae)] e observou, ao
microscópio, as partes que foram penetradas pelo líquido colorido (brasilina),
tendo publicado os seus achados na obra De vasis plantarum spiralibus.
Classificação segundo a Flora Brasiliensis
Família Leguminosae (Fabaceae)
George Bentham [Benth.]
SubFamília Caesalpinieae
Tribo Eucaesalpinieae
Gênero Caesalpinia L.
Caesalpinia echinata Lam.
Referência: Vol 15 Part 2 pag. 66 tab. 22
A Flora Brasiliensis foi produzida entre 1840 e 1906
pelos editores Carl Friedrich Philipp von Martius,
August Wilhelm Eichler & Ignatz Urban, com a
participação de 65 especialistas de vários países. Contém
tratamentos taxonômicos de 22.767 espécies, a maioria
de angiospermas brasileiras, reunidos em 15 volumes,
divididos em 40 partes, com um total de 10.367 páginas..
http://florabrasiliensis.cria.org.br/opus
Sir John Hill (1716/17-1775)
= 1770: John Hill, inglês, escritor, crítico
teatral, historiador, teólogo, médico e,
sobretudo, botânico, observou a
preservação (fixação) e o endurecimento
de fragmentos, previamente amolecidos, de
madeira colocando-os em solução de
alúmen e, posteriormente, em solução de
etanol.
= No estudo de plantas preparou tintura
alcoólica de cochonilha (carmim), onde
colocou caules de plantas e observou, ao
microscópio, os vasos corados pelo carmim
nos cortes das partes não diretamente
imersas na tintura.
= Noutros estudos colocou caules de
plantas em solução de acetato de chumbo
transferindo-os, após dois dias, para
solução aquosa de ouropigmento
(ouropimenta = trissulfeto de arsênio) e cal
(óxido de cálcio), onde permaneceram por
dois dias. Os caules de incolores, ao serem
tirados da primeira solução, ficaram
castanhos escuros, depois de retirados da
segunda solução.
Ouropigmento Óxido de cálcio
Christian Gottfried Ehrenberg (1795-1876)
= 1838: Christian Gottfried
Ehrenberg (1795-1876), teólogo,
médico, biologista, e micro-
paleontologista alemão, tratou
cultura de infusórios (Protista;
Ciliophora; Ciliata) com solução de
índigo (anil) ou carmim e observou
que os corantes não penetravam
por absorção nos corpos dos
animálculos, ficando apenas nos
seus “estômagos,” pois acreditava
que estes seres microscópicos
possuíam órgãos alimentares
(Classe Polygastrica). Na realidade
o que ele observou corados foram
os vacúolos de fagocitose com os
grãos dos corantes.
= Também descreveu as bactérias,
como A.V. Leeuwenhoek.
[Ehrenberg, C.G. - Die Infusionsthierchen als
volkommene Organismen. Leipzig: L. Voss, 1838].
Johann Heinrich Robert Göppert (1800-1884)
Ferdinand Julius Cohn (1828-1898)
=1849: J.H.R. Göppert, botânico
e paleontologista prussiano e F.J.
Cohn, microbiologista e botânico
prussiano, usaram o carmim e a
garança (garancina, alizarina,
purpurina, tinturas vermelhas
derivadas das raízes de Rubia
tinctorum, Rubiaceae [madder
root]), no estudo do movimento
de rotação do conteúdo (grânulos
corados) das grandes células da
alga Nitella flexilis (Characeae).
Göppert, H.R. & Cohn, F. - Über die Rotation des
Zellinhaltes von Nitella flexilis. Botan. Zeitg. 7: 665-673,
681-691, 697-705, 713-719; 1849.
J.H.R.Göppert
Nitella flexilis
Alfonso G. G. Corti (1822-1876)
1851: Alfonso Giacomo Gaspare Corti (1822-1876), médico,
cirurgião, anatomista e zoologista italiano, foi o primeiro a
usar corante em tecidos mortos (previamente fixados em éter
ou álcool), ao estudar o epitélio coclear (ouvido interno),
empregando carmim em solução aquosa e alcoólica (1:1),
açucarada, tendo notado que os núcleos das células coram-se
mais que o citoplasma (Corti, A. – Recherches sur l`organe de
l`ouie des mammifères. Z. Wiss. Zool. 3: 109-169, 1851).
Pranchas IV & V. Fig. 1 a 12: Cóclea e vestíbulo (fig. 1 a 5); células epiteliais (fig. 6 a 11); corpúsculo ósseo (fig.12). In: Corti, A. – Recherches sur
l`organe de l`ouie des mammifères. Zeitschrift für Wissenschaftliche Zoologie, 3: 109-169, 1851.
Alfonso G. G. Corti (1822-1876)
Theodor Hartig (1805-1880)
= 1854: Theodor Hartig, botânico alemão, empregou o carmim
como corante para observar a divisão do núcleo celular de Allium
porrum (Alliaceae).
= Mostrou a afinidade dos grânulos de clorofila (“clorogênio”) pelo
carmim; suco de Phytolacca decandra (Phytolaccaceae); goma-guta
[gamboge, tintura amarela da resina da árvore Garcinia sp,
Clusiaceae (Guttiferae)]; cinábrio/cinabre (sulfeto de mercúrio
vermelho); sulfato de cobre; litmus (mistura de corantes aquosos
derivados, especialmente, do líquen Rocella tinctorum, entre outros)
e tinta de escrever; importando-se em saber como se dá a ação dos
corantes.
= Concluiu que a clorofila tem função absortiva.
Gamboge flowers, 19th century.
Credit: KING'S COLLEGE LONDON
Caption: Gamboge flowers and fruits. Several different species from the
Clusiaceae (Guttiferae) family are shown here. Artwork from Volume 1 of the
1868 edition of 'Illustrations of the natural orders of plants with groups and
descriptions‘ by the British botanical illustrator Elizabeth Twining (1805-
1889). Twinning's illustrations were based on observations made in botanical
gardens, such as the one at Kew in London. This work was originally published
in two volumes in 1849 and 1855, and then republished in 1868.
Theodor Hartig (1805-1880)
(Cinábrio & Sulfato de Cobre)
“Cinábrio (do lat. cinnabrium), cinabre (do lat. cinnabari;
do gr. kinnábari) ou cinabrita, vermelhão nativo, são os
nomes empregados para o sulfeto de mercúrio II (HgS), o
minério de mercúrio comum. O nome grego foi usado por
Teofrasto (371a.C−287a.C) e provavelmente foi aplicado
a muitas substâncias diferentes. Acredita-se que a
palavra vem do persa ‫زینجیفرح‬ (zinjifrah), originalmente
significando sangue perdido de dragão.”
(http://pt.wikipedia.org/wiki/Cinábrio)
Sulfato de cobre
(Litmus)= O litmus compreende 10 a 15
diferentes corantes (relacionados
com a orceína), solúveis em água,
extraídos de vários líquens,
especialmente, Roccella tinctoria
(Roccellaceae) entre outros
(Roccella fuciformis, R. pygmaea,
R. phycopsis, R. montagnei,
Lecanora tartarea, Variolaria
dealbata, Ochrolechia parella,
Parmotrema tinctorum, ou
Dendrographa leucophaea).
= A solução aquosa de litmus em
meio ácido é vermelha e em meio
básico é azul.
= O cromóforo da mistura de
litmus é o 7-hidroxifenoxazona.
Pó de litmus
1235–1311
c. 1300: Arnaldo de
Vilanueva (1235-1311)
médico, astrólogo e
alquimista espanhol,
já empregava o litmus
como indicador
ácido-básico.
Roccella tinctoria
(Tinta de Escrever)
“O pigmento para a tinta de escrever era
cinza de carvão, à qual se adicionava goma
ou substâncias metálicas, para lhe dar
fluidez e consistência. A noz de galha ou
bugalho de carvalho, diluída em vinho e
fixada com minerais, era outro pigmento
usado no fabrico de tintas na Idade
Média.”
“Não raro, a tinta, ou algumas das suas
componentes, eram importadas. Usava-se
tinta preta para o texto, por vezes sépia; a
tinta vermelha (rubra) ficava reservada
para os títulos de capítulos e para partes
do texto a realçar. As outras cores e o ouro
eram usadas nas iluminuras e para
ornamentar as margens do livro.”
(In: Heitlinger, Paulo. Tipografia: origens, formas e uso das
letras. Copyright © Paulo Heitlinger, Dinalivro, Lisboa, 2006).
noz-de-galha
n. substantivo feminino
Rubrica: fitopatologia.
Cecídio do carvalho, globular ou coroado por formações semelhantes a tubérculos,
que se produz por insetos; outrora usado como adstringente e hemostático, devido à
alta concentração de tanino, do qual se obtém o ácido gálico; bugalho, galha, galha-
de-alepo. Dicionário Eletrônico Houaiss da Língua Portuguesa; 2001.
Bugalho ou noz-de-galha do carvalho
(Quercus sp, Fagaceae)
Two columns. 39 lines.
12th century Latin fragment of a Bible on
parchment. This section is 1 Maccabees 9,
29-31; 2 Maccabees 1, 11-23.
Probably produced in Germany or Austria.
The script is Condensed Carolingian.
Decorated initials, Litterae Notabiliores and
some text in red.
Dates of 1616 and 1674 in ink. Ex libris ink
stamp of previous owner: Walter B. Beals
Joseph von Gerlach (1820-1896)
= 1858: Joseph von Gerlach, médico anatomo-
patologista, anatomista, fisiologista e microscopista
alemão.
= Fez injeção, nos vasos sanguíneos de animais, com
solução de carmim, amônia e gelatina e notou que os
núcleos celulares coravam-se mais intensamente, que o
restante da célula e o interstício.
= Descobriu a coloração diferencial ao observar os
neurônios e as fibras nervosas em fatias de cerebelo,
previamente endurecidas em solução de bicromato de
potássio, que foram deixadas, por uma noite,
acidentalmente, em solução diluída de carmim, ao
invés das soluções concentradas, usualmente
empregadas, onde os resultados da coloração eram
ruins, levando-o a notar a importância do controle no
método de coloração.
= Popularizou o uso do carmim, sendo grande
incentivador das colorações no estudo microscópico
dos tecidos.
Carmim: Corante Derivado da Cochonilha
= O corante do carmim, o ácido carmínico,
constitui 17% a 24% do peso seco do inseto
Dactilopius coccus, fêmea (Hemiptera,
Dactilopiidae). A sua extração da cochonilha já
era conhecida muitos anos antes de Cristo, pelos
hebreus, gregos e romanos, assim como pelos
astecas e maias no século XV, para uso na tintura
de tecidos.
= A demanda pelo carmim diminuiu no século
XIX, quando surgiu a alizarina, proveniente das
raízes da garança [madder root] (Rubia tinctorum,
Rubiaceae), e com a produção dos corantes
sintéticos.
1774 - O maquiador particular de Maria
Antonieta, esposa de Luís XVI, rei da
França, desenvolveu nove tonalidades
de ruge para a rainha. A cochonilha
(corante de cor carmim), retirada do
inseto Dactilopius coccus, tornou-se a
principal base para o ruge.
Dactilopius coccus
Opuntia sp (Cactaceae)
A GRANDE IMPORTÂNCIA DADA AO CARMIM REFLETE-SE NOS
INÚMEROS PESQUISADORES PIONEIROS QUE O EMPREGARAM,
COMO CORANTE, EM VÁRIAS TÉCNICAS, POR MUITOS ANOS:
J. Hill (1770); C.G. Ehrenberg (1838); Göppert & Cohn (1849);
S.G. Osborne (1857); A. Corti (1851); T. Hartig (1854); F. Gerlach
(1858); M. Schultze (1865); C. Thiersch (1865); F. Schweiger-
Seidel & J. Dogiel (1866); E. Schwartz (1867); L. Ranvier (1868);
W. Betz (1872); Woodward (1872, 1882); N. Lieberkühn (1874);
W. Flemming (1874); H. Hoyer (1877); H. Obersteiner (1878); H.
Grenacher (1879); P. Mayer (1878; 1892); H. Schneider (1880); J.
Czokor (1880); J. Orth (1883); B. Rawitz (1899); A. Spuler (1901);
F. Best (1906); etc.
= Várias técnicas de coloração usam o carmim: Carmim de Best
(glicogênio); Mucicarmim de Mayer (mucopolissacarídeos
ácidos); Carmalúmen de Mayer (núcleo), etc.
(Carmim de Best para glicogênio)
Fígado. Glicogênio. Carmim de Best.
Fígado. Glicogênio. Carmim de Best.
Fígado: Glicogênio. Carmim de Best.
1906: O carmim
combinado com sais
de potássio deu o
método do Carmim
de Best, que cora o
glicogênio.
Corte de fígado. Hepatócitos com glicogênio.
Carmim de Best , LM X140.
http://dspace.udel.edu:8080/dspace/handle/19716/1982
http://www.corbisimages.com/stock-photo/rights-managed/42-26620511/liver-section-with-glycogen-bests-carmine-stain
http://www.udel.edu/biology/Wags/histopage/colorpage/clg/clg.htm http://people.usd.edu/~btimms/web521/Cytology/cyt113a.htm
(Mucicarmim de Mayer)
Células epiteliais do cólon repletas de mucina.
Mucicarmim de Mayer.
Punção aspirativa por agulha fina de criptococoma pulmonar mostrando
leveduras encapsuladas (Filobasidiella neoformans = Cryptococcus
neoformans) positivas para mucina. Mucicarmim de Mayer.
http://www.jhsteel.clara.net/histology.html
http://cytopathnet.org/tiki-browse_image.php?galleryId=2&imageId=842
(Carmim na coloração de helmintos)
Trematódeo Pseudorhabdosynochus morrhua Justine, 2008
(Monogenea, Diplectanidae), parasita da garoupa
Epinephelus morrhua (Epinephelinae, Serranidae,
Perciformes) da Nova Caledônia, Pacífico Sul. Fotografia do
holotipo, diapositivo MNHN JNC2453A5. Coloração pelo
Carmim. Comprimento total do espécime: 340 µm.
Justine, 2008, Systematic Parasitology, 71, 145-158.
Trematódeo renal Tanaisia inopina.
In: Pinto, R.M. et al.- Primeiro relato de
infecção helmíntica natural na codorna-
doméstica Coturnix japonica, Temminck &
Schlegel (Aves, Phasianidae, Galliformes) na
região neotropical. Coloração pelo Carmim.
Rev. Bras. Zool., vol.22, no 4, Curitiba, Dec. 2005.
Epinephelus morrhua
Coturnix japonica
Otto Friedrich Rudolf Maschke (1804-1900)
= 1859: O. F. R. Maschke, farmacêutico alemão, procurou
interpretar a ação dos corantes sob o ponto de vista químico.
= Observou que diferentes substâncias químicas, como
proteínas e carboidratos, têm diferentes afinidades pelos
corantes, corando-se ou não, concluindo, assim, que os
corantes poderiam ser empregados para identificar tais
substâncias nos exames microscópicos de tecidos animais e
vegetais (histoquímica), além de serem úteis como meios
contrastantes das estruturas teciduais.
= Introduziu o índigo (anil) na coloração histológica.
Índigo (Anil)
= O corante anil natural (indigotina)
por muitos séculos provinha do extrato
fermentado das folhas da planta Isatis
tinctoria [woad] (Brassicaceae), a qual
foi substituída pela planta Indigofera
anil (= Indigofera suffruticosa) e
Indigofera tinctoria (Fabaceae /
Leguminosae), e Persicaria tinctoria
(Polygonaceae) na Ásia.
= Em 1880 foi sintetizado por Johann
Friedrich Wilhelm Adolf von Baeyer
(1835-1917), matemático, físico e
químico alemão e por Heinrich Caro
(1834-1910), químico alemão, a partir
do o-nitrobenzaldeído e a acetona
adicionados ao hidróxido de sódio
diluído ou ao hidróxido de bário ou a
amônia.
= Usado na tintura de tecidos, pintura,
cosméticos, corante alimentar e na
medicina (anti-helmíntico, antitérmico).
Indigofera anilIsatis tinctoria
von Baeyer (1835-1917) Heinrich Caro (1834-1910)
Persicaria tinctoria
Indigofera tinctoria
Pau-Campeche, Madeira-Amarela e Catechu
= 1848: John Thomas Queckett (1815–
1861), histologista e microscopista inglês,
recomendava carbonizar ou corar os
tecidos de plantas com iodo, ou com
extratos de Maclura tinctoria (madeira-
amarela, old fustic) (Moraceae) (cor caqui)
ou de pau-campeche (Haematoxylon
campechianum, Leguminosae), de modo a
aumentar-lhes o contraste, antes de
montá-los em bálsamo.
= 1862: Albert Julius Wilhelm Wigand
(1821-1886), botânico alemão, realizou
extenso estudo, não-microscópico, sobre as
propriedades tintoriais dos diferentes
tecidos de plantas, experimentando as
substâncias corantes, visando o valor
comercial das mesmas. Além do corante
da cochonilha (carmim) e do extrato de
pau-campeche, experimentou extratos de
Maclura tinctoria e de Acacia catechu
(=Mimosa catechu)(cauchu, catechu)
(Leguminosae), entre outros.
Maclura tinctoria
Acacia catechu
Cor caqui
Queckett (1815–1861) Wigand (1821-1886)
Gilbert Morgan Smith - The Development of Botanical Microtechnique. Transactions of the
American Microscopical Society, Vol. 34, No 2. (Apr., 1915), pp. 71-129.
Catechu
Hematoxilina/Hemateína
= A hematoxilina provém do extrato da madeira
envelhecida de pau-campeche [logwood],
Haematoxylon campechianum (Leguminosae),
sendo a substância corante a hemateína, forma
oxidada da hematoxilina, descoberta, em 1891,
por Paul Mayer (1848-1923).
Haematoxylon campechianum
http://www.flickr.com/photos/36571160@N07/3543038016/lightbox/
Heinrich Wilhelm Gottfried von Waldeyer-Hartz (1836-1921)
= 1863: H. W. G. von Waldeyer Hartz,
anatomista alemão, foi o primeiro a
usar a hematoxilina (extrato completo,
aquoso, de pau-campeche) na colora-
ção histológica (tecido nervoso), porém
sem muito sucesso, por não conhecer a
técnica do uso do mordente. Passou,
então, a usar extrato de raízes de
Alkanna tinctoria (Boraginaceae)
[alcanina].
= 1884: Descreveu o tecido linfóide
orofaríngeo (anel de Waldeyer).
= 1888: Denominou cromossomos as
estruturas filamentosas nucleares,
basofílicas, coradas por corantes
básicos derivados da anilina,
provenientes da cromatina descrita
por Walther Flemming (1843-1905).
= 1891: Ajudou a consolidar a “teoria
do neurônio,” dando o nome de
neurônio para as células básicas do
Sistema Nervoso Central.
Boraginaceae -
Alkanna tinctoria.
From: Darstellung
und Beschreibung
sämtlicher in der
Pharmacopoea
Borusica aufgeführten
offizinellen Gewächse
by Otto Carl Berg &
Carl Friedrich
Schmidt.
Leipzig, Arthur Felix,
[1858-1863], 1.
edition, volume 3
(plate 24c). Hand-
coloured lithograph
(sheet 215 x 280 mm).
www.meemelink.com
Extrato de Alkanna tinctoriahttp://brainmaps.org/index.php?p=screenshotsNeurônios piramidais
Franz Böhmer
= 1865: Franz Böhmer foi o primeiro a empregar,
com sucesso, o método de coloração com hematoxilina
sob a forma de alúmen-hematoxilina, ao estudar
cortes de cérebro de pacientes com meningite
purulenta, pois observou ser o alúmen amplamente
usado, como mordente, na indústria de corantes e que
o poder corante do pau-campeche ficava evidente na
presença de alúmen. [Sol.1: 0,35g de hematoxilina
cristalizada + 10 g de etanol absoluto. Sol. 2: 0,1 g de alúmen
+ 30 g de água destilada] [Böhmer, F. - Zur pathologischen
Anatomie der Meningitis cerebromedullaris epidemica.
Aerztliches Intelligenz-Blatt (Munchen), 12 (39):539-550, 1865].
= Notou também que os preparados corados em solução
de hematoxilina alcoólica, diluida em água, e tratados
com ácido crômico, bicromato de potássio, sulfato de
cobre e outros sais metálicos, tornam-se azulados
(diferenciação).
= Muitos passaram a empregar a solução de alúmen-hematoxilina na coloração dos
tecidos, cuja fórmula original de Franz Böhmer foi sofrendo modificações, assim como o
procedimento de coloração: F. Merkel (1872); A. Arnold (1872); N. Kleinenberg (1879);
J. Renaut (1881); Delafield [J. M. Prudden (1885)]; P. Ehrlich (1886); P. Mayer (1880;
1891; 1899); H.F. Harris (1900); G. Clark (1979).
Pulmão. Hematoxilina & Eosina.
http://en.wikipedia.org/wiki/File:Emphysema_H_and_E.jpg
Hematoxilina/Hemateína
(sais de metal como mordentes)
= Hematoxilina com cromo (mono- ou bicromato de potássio; ácido crômico):
F. Böhmer (1865); C. Weigert (1884); M. Flesch (1884); R. Heidenhain (1885);
J. Pal (1886); S. Apáthy (1888); G. Platner (1889).
= Hematoxilina com cobre (sulfato de cobre): F. Böhmer (1865); E.A. Cook
(1879); C. Benda (1891); C. Weigert (1904).
= Hematoxilina com ferro: C. Benda (1886; 1893); M. Heidenhain (1892);
C. Weigert (1904); A. Weil (1928); G.H. Spooner, C.S. Reed & G. Clark (1980).
= Hematoxilina com outros metais: F. Mallory (1891) (ácido fosfomolíbdico);
Wolters (1890) (cloreto de vanádio); F. Mallory (1897) (ácido fosfotúngstico);
G.W. Gill, J.K. Frost & K.A. Miller (1974) (alumínio).
(Hematoxilina - Ácido Fosfotúngstico)
Músculo estriado esquelético humano (estriações transversais, secção longitudinal).
Fixador de Helly. Hematoxilina-Ácido Fosfotúngstico, A. 612 x; B. 1416 x.
Pele. Corte transversal de anexos. Hematoxilina-Ácido Fosfotúngstico.
http://www.anatomyatlases.org/MicroscopicAnatomy/Section05/Plate0566.shtml
http://www.bris.ac.uk/vetpath/cpl/ptahothr.html
(Hematoxilina Férrica / Carmim)
Fig. 1. Trematódeos (Classe Monogenea)
obtidos da tartaruga de orelha vermelha
(Trachemys scripta elegans). (A)
Neopolystoma exhamatum (Hematoxilina
Férrica de Heidenhain). (B) Polystomoides
japonicum (Ácido Carmínico). Barras-
Escalas = 1 mm (A) e 500 μm (B). (In: M.
Oi; J. Araki; J. Matsumoto & S. Nogami. -
Helminth fauna of a turtle species introduced
in Japan, the red-eared slider turtle
(Trachemys scripta elegans). Research in
Veterinary Science, 93(2):826-830, 2012).
Fig. 2. Trematódeos (Classe
Digenea) obtidos da tartaruga de
orelha vermelha (Trachemys
scripta elegans). (A) Spirorchis
elegans (Hematoxilina Férrica
de Heidenhain). (B) Telorchis
clemmydis (Ácido Carmínico).
Barras-Escalas = 1 mm. (In: M.
Oi; J. Araki; J. Matsumoto & S.
Nogami - Helminth fauna of a
turtle species introduced in Japan,
the red-eared slider turtle
(Trachemys scripta elegans).
Research in Veterinary Science,
93(2):826-830, 2012)).
Fig. 6. Entamoeba histolytica, forma hematófaga.
Hematoxilina Férrica. Observam-se dois trofozoítas com
cariossomos difusamente distribuídos, em meio a grânulos
acromáticos, apresentando cromatina densa na periferia,
com disposição não-uniforme em relação à membrana
nuclear.
Trachemys scripta elegans, Emydidae.
http://www.atlas-protozoa.com/gallery.php?SOT_CAP=A_HIST#5
(Hematoxilina Férrica)
Entamoeba histolytica, trofozoíto. Hematoxilina-Férrica (1000 X).
22. Fígado de anfíbio, hematoxilina-férrica. Observe a abundância
de grânulos azul-acinzentados, representando as mitocôndrias, no
citoplasma dos hepatócitos de anfíbio. As grandes células castanhas
contêm pigmento não-presente no fígado humano.
Note os cílios em células de epitélio pseudoestratificado
cilíndrico ciliado. Hematoxilina-Férrica.
1 – corpos basais dos cílios. 2 – cílios.
http://histol.narod.ru/atlas-en/cytol-en.htm
http://geiselmed.dartmouth.edu/anatomy/courses/cto/resources/lab2/slide22.php
http://thunderhouse4-yuri.blogspot.com.br/2011_03_01_archive.html
Eosina
= Corante vermelho, fluorescente, derivado da
reação do bromo com a fluoresceína: Eosina Y
(eosin yellowish, tetrabromofluoresceína) e Eosina B
(eosin bluish, dibromodinitrofluoresceína).
= 1871: Johann Friedrich Wilhelm Adolf von
Baeyer (1835-1917), químico alemão, sintetizou a
fluoresceína, aquecendo o anidrido ftálico com
resorcinol em solução aquosa.
= 1874: Heinrich Caro (1834-1910), químico alemão,
sintetizou a eosina.
= 1876: Hermann Emil Fischer (1852-1919),
químico alemão, promoveu o uso da eosina em
soluções aquosa ou alcoólica na coloração de vários
tecidos.
= 1884: Julius Dreschfeld (1846-1907), patologista
alemão, introduziu método de coloração rápido com
solução aquosa de eosina nos cortes histológicos,
valorizando, especialmente, a coloração do tecido
nervoso e a dos tecidos frescos, para fins
diagnósticos.
= Usualmente a eosina é utilizada como contra-
corante junto com a hematoxilina.
Fluoresceína
Sangue: Eosinófilo. H&E
Julius Dreschfeld (1846-1907)
von Baeyer (1835-1917)
H. E. Fischer (1852-1919)
Heinrich Caro (1834-1910)
Hematoxilina & Eosina
HMJ10920. Pele. Hiperceratose epidermolítica. Hematoxilina & Eosina, 200x
(Fotomicrografado por Fernando Colonna Rosman)
= O uso da Hematoxilina e Eosina combinadas foi primeiramente publicado por
N. Wissozky (1877), F. Busch (1878) e J. Renaut (1879/1881):
Wissozky, N. - Ueber das Eosin als Reagens auf Hämoglobin und die Bildung von Blutgefässen und Blutkörperchen
bei Säugethier- und Hülinerembryonen. Archiv für Mikroskopische Anatomie. Dreizehnter Band. (13):479-496; 1877.
Busch, F. - Über die Doppelfärbung des Ossificationsrandes mit Eosin and Haematoxylin. Archiv für Physiologie;
594–595; 1878.
Renaut, J. (Note de M. J. Renaut présentée par M. Bouley) Histologie – Sur l’eosine hématoxylique e sur son emploi
en histologie. Comptes Rendue Hebdomadaires des Séances de L’Académie des Sciences; Tome quatre-vingthuitième;
janvier-juin 1879; pages 1039-1042.
Renaut, J. – Sur le mode de préparation, et l’emploi de l’eosine et de la glycérine hématoxylique en histologie.
Archives de Physiologie Normale et Pathologique; Paris; G. Masson, Éditeur; 1881; pages 640-649.
Rudolf Peter Heinrich Heidenhain (1834 –1897)
= Rudolf P. H. Heidenhain, médico prussiano,
fisiologista e microscopista:
= 1870: Detectou as células cromafins, coradas em
amarelo, na mucosa gástrica tratada com dicromato
de potássio.
= Propôs o uso de coloração com a hematoxilina-
cromo usando-se, como mordentes, o bicromato de
potássio (1885) ou o monocromato de potássio (1886).
= 1888: Rudolf e Martin Heidenhain, pai e filho,
contribuíram com a técnica de Ehrlich-Biondi-
Heidenhain (uma aplicação da coloração pelo método
“triácido” de Ehrlich em cortes finos de tecidos).
= 1892: Seu filho, Martin Heidenhain, propôs a
Hematoxilina com sais de ferro como mordente,
originando a conhecida Hematoxilina de Heidenhain.
Paul Mayer
(1848 – 1923)
= 1870-1920: Paul Mayer, médico, farmacologista, zoologista
e botânico alemão. Foi um dos mais importantes
pesquisadores no desenvolvimento, organização, avaliação
crítica e sistematização das técnicas de coloração dos tecidos.
= Contribuiu com os métodos de coloração usando o carmim
e a hematoxilina (carmalúmen, hemalúmen e hemacálcio), e
na demonstração das substâncias mucóides pela técnica do
ferrocianeto, base dos futuros métodos de C.W. Hale (1946)
[Histochemical demonstration of acid polysaccharides in
animal tissue. Nature 157: 802, 1946] e de R. D. Lillie & R. W.
Mowry (1949) [Histochemical studies on absortion of iron by
tissue sections. Bull Int Assoc Med 30: 91-94, 1949].
= Iniciou seus trabalhos nos anos de 1870, quando os
materiais eram examinados, não-corados, em água ou em
soluções salinas fisiológicas;
= As preparações eram montadas em glicerina, cloreto de
cálcio ou em solução de Farrant (solução aquosa de goma
arábica branca, clara de ovo, fenol, glicerina);
= O ácido crômico, a solução de Müller (solução aquosa de
bicromato de potássio e sulfato de sódio) e o tetróxido de
ósmio atuavam como fixadores e, ou como corantes;
= As fórmulas corantes conhecidas empregavam o carmim e
a hematoxilina, em procedimentos sem padronização.
= 1878: Propôs fórmula do carmim em etanol a 70%, que se
mostrou a melhor. Demonstrou que a coloração com carmim
é melhor após fixação com ácidos crômico ou ósmico.
= Muito contribuiu com a revisão, a melhoria
e o aumento do conteúdo do livro de Arthur
Bolles Lee – The Microtomist`s Vade-Mecum.
A Handbook of the Methods of Microscopic
Anatomy. London, Churchill, 1885.
Os Primeiros Corantes Sintéticos I
= 1300 d.C: A Orceína (litmus) era produzida com o nome
de French purple pela oxidação, ao ar, do extrato do
líquen Roccella tinctoria, na presença de amônia
proveniente da urina fermentada. Na técnica histológica é
usada nas colorações do sistema elástico, do antígeno de
superfície do VHB, e do cobre associado a proteínas.
= 1740: Bergrat Barth, químico alemão, produziu
índigocarmim (Saxe blue) pela sulfonação do índigo
natural (anil) com ácido sulfúrico.
= 1771: Peter Woulfe (1727-1803), mineralogista e
químico irlandez, produziu acidentalmente o ácido pícrico,
ao tratar o índigo com ácido nítrico. O ácido pícrico foi
usado como corante têxtil (seda) a partir de 1840.
= 1776: Carl Wilhelm Scheele (1742-1786), farmacêutico
sueco, produziu murexida (purpurato de amônio), corante
púrpura, a partir de ácido úrico (de cálculo vesical)
tratado com ácido nítrico e amônia.
= 1818: William Prout (1785-1850), médico inglês,
ressintetizou a murexida a partir de urato ácido de amônio
de excremento de Boa constrictor (cobra jiboia); sendo
introduzida como corante têxtil, por Fritsche, em 1846.
W. Prout (1785-1850)
Scheele (1742-1786)
Woulfe (1727-1803)
Aorta. Sistema Elástico. Orceína, 100x Hepatite. HBsAg. Orceína
murexida
ácido pícrico
Os Primeiros Corantes Sintéticos II
= 1825: Michael Faraday (1791-1867), físico e químico
inglês, descobriu o benzeno num experimento com
cilindro contendo gás-óleo de iluminação comprimido.
= 1834: Friedlieb Ferdinand Runge (1795-1867),
químico alemão, obteve o ácido rosólico (aurina) a
partir do alcatrão da hulha (mistura de substâncias
aromáticas caracterizada por líquido viscoso castanho
escuro ou preto, derivado da destilação destrutiva
[queima] do carvão mineral).
= 1842: August Laurent (1807-1853), químico francês,
obteve o ácido pícrico, corante amarelo, a partir da
nitração do ácido carbólico (fenol).
= 1845: John Leigh, químico inglês, descobriu o
benzeno a partir do alcatrão da hulha.
= 1856: William Henry Perkin (1838-1907) sintetizou o
corante púrpura de anilina (mauve dye).
= 1856: Jakub Natanson (1832-1884), químico polonês,
sintetizou a fucsina básica (magenta I), ao observar a
ação do cloreto de etileno sobre a anilina.
Runge (1795- 1867)
Laurent (1807-1853)
Natanson (1832-1884)
Faraday (1791-1867)
Anilina (Fenilamina, Aminobenzeno)
= 1826: Otto Unverborden (1806-1873), químico alemão,
a partir da destilação destrutiva do índigo natural isolou
uma substância incolor, que denominou Cristalina.
= 1834: Friedlieb Ferdinand Runge (1795-1867), químico
alemão, observou a formação de substância azulada, que
chamou de Cianol, pela ação do hipoclorito de sódio
sobre a anilina derivada do alcatrão da hulha.
= 1839: Nikolay Nikolaevich Zinin (1812-1880), químico
russo, através da redução do nitrobenzeno com sulfureto
de sódio obteve a substância que chamou Benzidam.
= 1841: Carl Julius Fritzsche (1808-1871), farmacêutico e
químico alemão, tratou o índigo natural com potassa
cáustica (KOH), obtendo um óleo que chamou de Anilina,
com base no nome da planta Añil (Indigofera anil),
Fabaceae (= Leguminosae).
= 1855: August Wilhelm von Hofmann (1818-1892),
químico alemão, demonstrou que a Cristalina, o Cianol, o
Benzidam e a Anilina são da mesma substância química:
Fenilamina (aminobenzeno) ou, simplesmente, Anilina.
N.N.Zinin (1812-1880)
August Wilhelm von Hofmann (1818-1892)
Fritzsche (1808-1871)
Unverborden (1806-1873) Runge (1795-1867)
Sir William Henry Perkin (1838-1907)
=1856: W.H.Perkin, químico inglês, com 18 anos, em
laboratório de sua casa, na busca da síntese de quinino a
partir do naftaleno, segundo o seu professor A.W. von
Hofmann, empiricamente após tratar sulfato de anilina,
derivada do alcatrão da hulha, com dicromato de potássio,
deu atenção ao precipitado castanho avermelhado escuro, em
geral descartado pelos químicos. Tratando o precipitado com
metanol (solvente) extraiu o primeiro corante sintético
derivado da anilina, que chamou “the mauve” (mauve dye).
= Após enviar amostra de seda tingida com mauve para
Robert Pullar (Pullar & Sons), importante comerciante de
corantes têxteis, obteve entusiástica aprovação das
propriedades do novo corante, levando-o a patentear a sua
descoberta em 1856.
= 1857: Em laboratório montado com o apoio do pai e do
irmão, em Greenford Green, próximo de Londres, passou a
produzir o novo corante para a indústria.
Sir William Henry Perkin, 1892
Artist: by Sir Arthur Stockdale Cope
Sir William Henry Perkin, químico
inglês, 1906.
© Science Museum , London /
Science & Society Picture Library.
Fotografia que William Henry
Perkin tirou de si mesmo, com a
idade de 14 anos, quatro anos
antes de produzir o primeiro
corante sintético (CHF Collections).
Fábrica de Perkin em Greenford Green, próximo
de Londres.
Science Museum, London/ Science & Society Picture Library.
Perkin com 22 anos (1860).
(Edelstein Collection, Hebrew
University).
Sir William Henry Perkin (1838-1907)
= 1856: O novo corante sintetizado por W. H. Perkin,
de cor violeta brilhante (mauve dye, púrpura de
anilina) ficou também conhecido como mauveine,
nome dado pela empresa francesa responsável pela
produção do novo corante na França, devido à flor
Malva sp (Malvaceae).
= 1857: A Imperatriz Eugênia (Napoleão III) adotou a
cor violeta brilhante (mauve) para os seus vestidos.
= 1858: A rainha Victoria também usou vestido violeta
brilhante no noivado de sua filha.
= Assim, foi introduzido na indústria têxtil e nas
tipografias, tornando-se o corante da moda.
= A rainha Victoria usou um vestido violeta brilhante
na International Great Exibition, London, 1862.
Mauve dye original de Sir William Perkin.
(Courtesy the Science Museum / Science
& Society Picture Library).
Malva sp
APÓS A SÍNTESE DE WILLIAM HENRY PERKIN,
MUITOS OUTROS CORANTES FORAM PRODUZIDOS:
Os Primeiros Corantes Sintéticos III
Safranina (G.Williams, 1859); Verde malaquita (E. Fischer, 1877);
Magenta (E. Verguin, 1859); Crisoidina (O.N. Witt, 1877);
Violeta de metila (C. Lauth, 1861); Fucsina ácida (H. Caro, 1877);
Azul de anilina (Girard & de Lalpe, 1861); Bismark brown R (J.P. Griess, 1878);
Anilina WS (Nicholson, 1862); Orange G (H. Baum, 1878);
Violeta de Hofmann (A.W. von Hofmann, 1863) Sudan III (Rumf & Grasche, 1879);
Bismark brown G (C. Martius, 1865); Auramina O (H. Caro & C. Kern, 1883);
Fluoresceína (A. von Bayer, 1871); Violeta cristal (H. Caro & C. Kern, 1883);
Verde de metila (C. Lauth & Boubigny, 1871); Azur B (A. Bernthsen, 1885);
Eosina (H. Caro, 1874); Rodamina B (Cérésole, 1887);
Crisoidina (H. Caro, 1875); Pironina G (Bender, 1889);
Tionina (C. Lauth, 1876); Amarelo de acridina (Bender, 1889);
Azul de metileno (H. Caro, 1876); Laranja de acridina (Bender, 1889); etc
OS CORANTES SINTETIZADOS A PARTIR DA DESCOBERTA
DO VIOLETA DE ANILINA DE PERKIN (1856 – 1930)
Shreve, R.N. & Brink Jr., J.A. – Indústria de
Processos Químicos. 4a ed.; Rio de Janeiro,
Guanabara Dois, 1980. pág. 853.
Os Corantes Sintéticos na Histologia I
= 1862: Friedrich Wilhelm Beneke (1824-1882), médico
alemão, foi o primeiro a usar, na histologia, corante que
chamou “lilac anilin” [lilás de anilina, violeta de anilina,
púrpura de anilina, “purpurina,” ou púrpura de Tyrian
(púrpura-de-Tiro)].
= 1863: Heinrich W. G. von Waldeyer Hartz (1836-1921),
anatomista alemão, empregou vários corantes sintéticos,
derivados da anilina, em cortes do SNC: rosanilina
(vermelho de anilina), azul Paris (azul de anilina) e
anileína (provavelmente “lilac anilin,” corante violeta
resultante da oxidação da anilina).
= 1865: E. Onimus descreveu a utilização da fucsina
básica nos seus estudos in vivo (primeiro uso como
corante vital) e microscópicos.
= 1869: Jakob Ernst Arthur Böttcher (1831-1889),
patologista alemão, introduziu o princípio da
diferenciação com álcool (etanol), após a coloração com
rosalinina ou carmim.
= 1875: Victor André Cornil (1837-1908), patologista
francês, foi o primeiro a observar o efeito metacromático
nos tecidos corados com “metil violeta de anilina.”
= 1876: Hermann Emil Fischer (1852-1919), químico
alemão, promoveu o uso da eosina na coloração de vários
tecidos, empregando soluções aquosas ou alcoólicas.H. E. Fischer (1852-1919)V. A. Cornil (1837-1908)
Böttcher (1831-1889)
H.W.G. von Waldeyer Hartz
(1836-1921)
F.W. Beneke (1824-1882)
Osso de porco, não-descalcificado, incluído em
resina – Fucsina Básica-Azul de Metileno.
Os Corantes Sintéticos na Histologia II
= As duplas colorações (combinadas) foram logo surgindo:
• E. Schwartz (1867): Carmim amônio & Ácido pícrico;
• L. Ranvier (1868): Carmim + Ácido pícrico (Picrocarmim);
• L. Jullien (1872): Índigocarmim & Ácido pícrico;
• Von Gerlach (1872): Hematoxilina & Ácido pícrico;
• Z.J. Strelzoff (1873): Carmim & Hematoxilina;
• W.H. Poole (1875): Hematoxilina & Azul de anilina;
• M. Duval (1876): Carmim & Azul de anilina;
• A. Wissowzky (1876): Hematoxilina & Eosina;
• M. Lavdovsky (1877): Ácido pícrico & Eosina;
• E. Calberla (1877): Eosina & Verde de metila (mistura);
• P. Schiefferdecker (1878): Eosina em combinação com: “dahlia”
(fucsina básica + violeta de metila), violeta de metila, verde metila, etc.
Os Corantes Sintéticos na Histologia III
=1877-1891: Paul Ehrlich (1854-1915), médico alemão, fez estudo sistemático de
vários corantes sintéticos na coloração dos tecidos (safranina, fucsina básica,
fucsina ácida, violeta de metila, rosanilina, pararosanilina, tionina).
= 1882: Paul Ehrlich corou seletivamente os mastócitos com “dahlia” (“monofenil-
rosanilina,” segundo Paul Ehrlich).
= 1886: H. Griesbach foi o primeiro a usar o Vermelho Congo na coloração
histológica (axônios).
= 1891: Paul G. Unna (1850-1929), médico dermatologista alemão, propôs três
formulações diferentes no uso de azul de metileno nas colorações diferenciais de
mastócitos e plasmócitos.
= 1896: Lamberto Daddi, fisiologista italiano, incluiu Sudan III na dieta de pássaros
e observou seus tecidos adiposos corados em laranja escuro, assim como os cortes
teciduais corados com Sudan III.
= 1899: Artur Martin Pappenheim (1870-1916), médico hematologista alemão,
introduziu a combinação dos corantes verde de metila e pironina (proposta por
P. Ehrlich & A. Lazarus, 1898) na coloração dos linfócitos (sangue). O método de
Pappenheim, além de ser útil em corar os mastócitos, os plasmócitos, e o gonococo
(Neisseria gonorrhoeae, em esfregaços de pus), tornou-se a base de muitos estudos
citológicos e histológicos, incluindo a histoquímica do RNA e do DNA.
= 1901: Leonor Michaelis (1875-1949), médico, bioquímico e físico alemão, discutiu
os princípios da coloração das gorduras e a química dos corantes solúveis em óleo.
Empregou o Sudan IV (scarlet R), com melhores resultados, para corar os lipídeos.
Descobriu que o Verde Janus B é corante supravital para as mitocôndrias.
Paul Ehrlich (1854-1915)
Pappenheim (1870-1916)
Michaelis (1875-1949)
[VERMELHO CONGO, SUDAN IV &
VERDE DE METILA–PIRONINA (PAPPENHEIM)]
Corte por congelação de fígado corado com
Sudan IV, corante lipossolúvel, que tinge de
vermelho alaranjado as gorduras neutras no
citoplasma dos hepatócitos. 500x.
Degeneração adiposa hepática (esteatose).
Sudan IV.
Sangue. Detalhe de células leucêmicas.
Coloração de Pappenheim.
Sangue. Streptococcus pyogenes,
Coloração de Pappenheim.
Córtex de adrenal com depósitos de amilóide.
Vermelho Congo.
Amiloidose cardíaca senil.
Vermelho Congo.
http://library.med.utah.edu http://en.wikipedia.org
https://picasaweb.google.com/lh/photo/WRWf1JjbpKJS7d-JCd7bfw
http://scienceline.org/2006/09/health-fiore-cordblood/ http://en.wikipedia.org/wiki/Rheumatic_fever
http://escuela.med.puc.cl
Os Corantes Sintéticos na Histologia IV
= 1880: A Dr Georg Grübler & Company
(Leipzig) ocupou-se na produção de corantes
de qualidade para o estudo em biologia, o que
muito contribuiu para novos avanços.
= A partir dos anos de 1880 colorações
combinadas triplas foram surgindo, como a
mistura “triácido” de Ehrlich (verde de
metila, fucsina ácida e orange G) e a tripla
coloração de Flemming (safranina, violeta de
Genciana e orange G).
= 1944: N. H. Haddock & Wood descobriram
a ftalocianina Alcian Blue 8GX, a qual foi
introduzida na coloração histológica de
mucinas ácidas por H.F. Steedam (1950)
[Steedman, H.F.- Alcian blue 8GS; a new stain
for mucin. Q. J. Microsc. Sci. 91: 477-479, 1950].
= 1953: Heinrich Klüver & Elizabeth Barrera
empregaram a ftalocianina Luxol Fast Blue
MBS para corar a mielina em cortes do
sistema nervoso.
Esôfago de Barret. Metaplasia intestinal. Células caliciformes com
mucina corada em azul. Alcian Blue.
Cérebro. Esclerose múltipla. Área de
desmielinização. Luxol Fast Blue.
(Kluver & Barrera).
Heinrich Klüver,
neuroanatomista e
psicólogo alemão
(1897-1979)
http://en.wikipedia.org/wiki/Alcian_blue_stain
http://pl.wikipedia.org
(Alcian Blue)
Intestino Delgado. Células caliciformes com mucina corada em azul pelo Alcian Blue.
http://www.leica-microsystems.com
(Coloração de Klüver & Barrera para Lipofuscina)
A Coloração pelo método de Klüver & Barrera utiliza os corantes Luxol Fast Blue e Violeta de
Cresila e um componente especial que é absorvido pelo pigmento de desgaste lipofuscina, que se
acumula no corpo celular dos neurônios, corando-o em azul.
Medula Espinhal Canina, 200x e 400x
http://www.vetmed.vt.edu/education/curriculum/vm8054/labs/lab2/examples/exkluvbarr.htm
Paul Gerson Unna (1850 – 1929)
= P. G. Unna, médico dermatologista alemão, excepcional clínico e histopatologista,
desenvolveu métodos engenhosos e originais de coloração no estudo das doenças
dermatológicas, descrevendo as suas etiologias e os seus aspectos biológicos,
microbiológicos, químicos, fisiológicos e histopatológicos, em livros-textos e em
pouco mais de 1.000 artigos e ensaios publicados.
= 1875: Com o uso do ácido ósmico e do picrocarmim descreveu os diferentes
estratos da epiderme, identificando o mais profundo, que chamou estrato basal,
como o responsável pela regeneração da epiderme.
= 1887: Identificou os mastócitos, como células presentes no tecido conjuntivo,
descrevendo os seus grânulos citoplasmáticos, como sendo fortemente oxidantes,
ácidos, e metacromaticamente corados, em vermelho, com a sua técnica do azul de
metileno policromático alcalino (K2CO3), e relacionou-os com a lesão de pele
conhecida como Urticária Pigmentosa.
= 1891: O interesse no estudo das reações químicas de oxidação e de redução,
testadas com diferentes reagentes químicos nos tecidos vivos, permitiu-lhe
descobrir os plasmócitos empregando a coloração com a sua técnica do azul de
metileno policromático alcalino e posterior descoloração com glicerina-éter.
= 1902: Propôs modificação no método de Pappenheim, com adição de glicerol à
solução de fenol, surgindo o método do “verde de metila-pironina de Pappenheim-
Unna,” com ótimos resultados na coloração dos plasmócitos, entre muitas outras
aplicações.
= 1928: Deu importantes contribuições no estudo histoquímico publicando livro
sobre a histoquímica da pele (Unna, P. G. - Histochemie der Haut. - Leipzig &
Wien: F. Deuticke; 1928; 163 pp).
As colorações em microbiologia I
= 1869: H. Hoffmann empregou soluções de fucsina ou
de carmim para corar bactérias provenientes de
líquidos.
= 1874: Carl Weigert (1845-1904), médico patologista
alemão, primo de Paul Ehrlich, corou bactérias, em
lesões provenientes de tecidos humanos ou de animais,
usando procedimentos com carmim, hematoxilina-
alúmen, violeta de metila, violeta de Gentiana
(pararosanilina, violeta cristal), Bismark brown, etc,
procurando experimentar os métodos de coloração já
em uso na técnica histológica.
= 1877: Carl Julius Salomonsen af Marius Christensen
(1847-1924), bacteriologista dinamarquês, descobriu
ser o sulfato de rosanilina excelente para corar
bactérias de sangue putrefeito.
= 1881: Paul Ehrlich (1854-1915), médico alemão, foi o
primeiro a usar o azul de metileno para corar
bactérias, defendendo os corantes básicos como os
ideais.
Christensen (1847-1924)
Carl Weigert (1845-1904)
Paul Ehrlich (1854 -1915)
As colorações em microbiologia II
= 1882: Heinrich Hermann Robert Koch (1843-
1910), médico bacteriologista alemão, adotou o
procedimento de corar as bactérias presentes em
líquidos através de esfregaços em lâminas, fixados
a seco e, posteriormente, corados com derivados
da anilina, apontando a violeta de metila e a
fucsina, em soluções aquosas, como os melhores.
= H. H. R. Koch corou o bacilo da tuberculose
(Mycobacterium tuberculosis) com solução
alcoólica alcalina (hidróxido de potássio a 10%) de
azul de metileno e contracoloração com solução
aquosa concentrada de vesuvina (Bismark brown).
= 1882: Paul Ehrlich (1854-1915), médico alemão,
observou que os bacilos da tuberculose corados
com solução alcoólica concentrada de violeta de
metila (ou de fucsina), diluida em solução aquosa
de anilina e, posteriormente, tratados com solução
forte de ácido clorídrico, não ficavam descorados.
= 1881: Albert Ludwig Sigesmund Neisser (1855-
1916), médico alemão, já tinha feito observações
semelhantes às de Paul Ehrlich com relação ao
Mycobacterium leprae.Neisser (1855-1916)
Ehrlich (1854-1915)
Koch (1843-1910)
The Koch`s bacillus presentation
case and culture tubes.
Microbiology, 149: 3213-20, 2003
The acid-fast staining of M. tuberculosis
from the glass culture tubes containing
Koch`s isolates.100x
Microbiology, 149: 3213-20, 2003
As colorações em microbiologia III
= 1882: Franz Ziehl (1857-1926), médico bacteriologista
alemão, substituiu, no método de Ehrlich, a solução aquosa de
anilina pelo fenol, na sua solução de violeta de metila
(carbolvioleta de metila) para corar os bacilos da tuberculose.
= 1883: Friedrich Carl Adolf Neelsen (1854-1898), médico
patologista alemão, substituiu no método de Ziehl o carbol-
violeta de metila pelo carbolfucsina (fucsina básica, em etanol
absoluto e solução aquosa de fenol a 5%).
= 1884: Friedrich August Johannes Loeffler (1852-1915),
médico bacteriologista alemão, propôs uma solução de
hidróxido de potássio mais diluída no preparo da solução
alcalina de azul de metileno do método de Koch, conseguindo
melhores resultados na coloração do bacilo da difteria. A sua
proposta passou a ser empregada nas colorações
bacteriológicas em geral.
= 1884: Hans Christian Joachim Gram (1850-1938), médico,
farmacologista e bacteriologista dinamarquês, aplicou solução
de Lugol em cortes de pulmão (pneumonia lobar) corados com
violeta de Gentiana, tendo observado, após imersão em etanol,
a descoloração dos tecidos e a dos cocos encapsulados,
mantendo-se corados, em violeta escuro, os cocos sem cápsula.
Com o mesmo método observou a descoloração da bactéria do
Tifo (Rickettsia sp). Seu método sofreu várias modificações.Gram (1850-1938)
Coloração de Gram para
Staphylococcus aureus (cocos Gram
positivos, azuis) e Escherichia coli
(bacilos Gram negativos, róseos).
Loeffler (1852-1915)
Neelsen (1854-1898)
Linfadenite. M. tuberculosis .
Ziehl-Neelsen. 1000x (HMJ 04-953)
Corynebacterium diphtheriae.
Azul de Metileno.
(Método de Ziehl-Neelsen)
1882: H. H. Robert Koch (1843-1910), médico
bacteriologista alemão, usou solução alcalina de azul
de metileno para corar o bacilo da tuberculose, com
contracoloração com Bismarck brown.
No mesmo ano, Paul Ehrlich (1854-1915), médico
alemão, modificou o método de Robert Koch ao usar
uma mistura de cerca de 11 ml de solução alcoólica
concentrada de violeta de metila (ou fucsina) em 100
ml de solução aquosa de anilina a 5%.
1883: Franz Ziehl (1857-1926), médico
bacteriologista alemão, substituiu a solução aquosa
de anilina, do método de Ehrlich, por solução de
fenol (ácido carbólico), na sua solução de violeta de
metila, passando o corante primário a ser um
carbolvioleta de metila.
No mesmo ano, Friedrich C. A. Neelsen (1854-1898),
médico patologista alemão, substituiu no método de
Ziehl, o violeta de metila pela fucsina básica,
surgindo o corante carbolfucsina.
= Nestas atividades, Paul Ehrlich e Friedrich C. A.
Neelsen desenvolveram tuberculose, que levou à
morte C. A. F. Neelsen, com a idade de 44 anos.
HMJ04953. Linfadenite. M. tuberculosis. Ziehl-Neelsen,1000x
(Fotomicrografados por Fernando Colonna Rosman, HMJ-SAP)
(Coloração de Gram)
= 1884: Hans Christian Joachim Gram
(1853-1938), médico, farmacologista e
bacteriologista dinamarquês, aplicou
solução de Lugol em cortes de pulmão
(pneumonia lobar) já corados com violeta
de Gentiana e, após imersão em etanol,
notou a descoloração dos tecidos e a
não-descoloração dos cocos sem cápsula.
Fez contracoloração com solução diluída
de vesuvina. Jean Guillaume Auguste
Lugol (1786-1851) médico francês,
desenvolveu a solução de Lugol (solução
aquosa de iodo-iodeto de potássio), em
1829, para tratar os pacientes com
escrófula (linfadenite tuberculosa).
Coloração de Gram de líquido céfalorraquidiano
mostrando leucócitos e Bacillus anthracis. In:
Emerging Infectious Diseases, Vol. 7, No 6, 2001.
Staphylococcus aureus. Coloração
de Gram.
Escherichia coli. Coloração de Gram.
Gram (1853-1938) Lugol (1786-1851)
Streptococcus pneumoniae de cultura
de sangue. Coloração de Gram. CDC.
http://wwwnc.cdc.gov http://www.path.cam.ac.uk
http://www.path.cam.ac.uk
http://textbookofbacteriology.net/S.pneumoniae.html
As colorações em microbiologia IV
= Cheslav Ivanovich Chenzinsky (1851-1916),
médico polonês, em 1888, e Friedrich Plehn
(1862-1904), médico alemão, em 1890,
propuseram diferentes proporções nas
misturas de eosina com azul de metileno para
corar o Plasmodium sp.
= 1891: Ernst Malachowski (1857-1934),
médico polonês, identificou o núcleo do
Plasmodium sp empregando mistura de eosina
com alúmen-hematoxilina ou com bórax-azul
de metileno.
= 1891: Dmitri Leonidovich Romanowsky
(1861-1921), médico russo, seguindo o método
de Chenzinsky, usou solução antiga (2 a 9
meses), embolorada, oxidada, de azul de
metileno, misturada com menos eosina, na
identificação do parasita da Malária
(Plasmodium sp), com ótimo resultado.
Malachowski (1857-1934)
Chenzinsky (1851-1916)
Plasmodium falciparum (formas em anel) no sangue.
Romanowsky (1861-1921)
As colorações em microbiologia V
= 1899: Louis Jenner (1866–1904), médico
inglês, preparou solução de metanol com
eosinato de azul de metileno, servindo como
fixadora e, após diluição com água, como
meio de coloração, duplicando os efeitos
corantes em comparação com o método de
Chenzinsky.
= 1902: James Homer Wright (1869-1928),
médico patologista norte-americano, fez
modificação no método de Romanowsky,
usando eosina Y, azur B e azul de metileno, e
metanol como fixador, com aplicação nas
distensões sanguíneas e de medula óssea,
além da coloração dos cromossomos, etc.
= 1902: Richard May (1863-1936) & Ludwig
Grünwald (1863-1927), médicos alemães,
fizeram pequenas modificações na fórmula
de Jenner: eosina e azul de metileno não-
oxidados (eosinato de azul de metileno).
Sangue. Neutrófilos. Método de Wright.
1000x.
May (1863-1936) Medula óssea (aspirado): Mieloma
Múltiplo. Plasmócitos, leucócitos e
hemácias. Método de May-Grünwald.
http://sv.wikipedia.org
http://sun025.sun.ac.za/
As colorações em microbiologia VI
= 1901-1902: William Boog Leishman (1865-1926), médico
patologista escocês, propôs modificação do método de
Romanowsky ao usar mistura de azul de metileno (vários
azures desmetilados) com metanol e eosina, surgindo a
Coloração de Leishman, com ótima diferenciação das células
nas distensões sanguíneas e da medula óssea e na
identificação dos protozoários parasitas, Plasmodium sp,
Trypanosoma sp, etc.
= 1902-1904: Gustav Giemsa (1867-1948), farmacêutico e
bacteriologista alemão, melhorou as formulações anteriores
(Romanowsky), padronizando as soluções corantes (azul de
metileno, azur B e eosina Y) e acrescentando glicerol,
surgindo, assim, a Coloração de Giemsa empregada no
estudo histopatológico das doenças linfo-hematopoéticas e de
parasitoses (Plasmodium sp, Trypanosoma sp, Leishmania sp,
Histoplasma sp), estudos citogenéticos (cromossomos,
idiograma), coloração de mastócitos, etc.
Giemsa (1867-1948)
Leishman (1865-1926)
Distensão sanguínea, corada pelo método de
Giemsa, mostrando trofozoítos em forma de
anel e gametócitos de Plasmodium falciparum .
O corante Giemsa na realidade é mistura de azur II
(mistura equimolar de azur I e azul de metileno) e
eosinato de azur II (corante formado pela combinação
equimolar de azur I, azul de metileno e eosina
amarelada).
Sangue. Método de Leishman.
Cromossomos. Giemsa
http://englishclass.jp/reading/topic/Giemsa_stain
1912: Artur Martin Pappenheim (1870-
1916) introduziu seu “método universal
panóptico,” de coloração sanguínea,
corando primeiro com a técnica de May-
Grünwald e, após, com a de Giemsa.
(Wright, Romanoswky, May-Grünwald & Giemsa)
PAAF. Carcinoma papilar de tireóide. Método de
Romanowsky.
Aspirado de medula óssea com hiperplasia de células
blásticas mielóides. Método de Wright, 40x.
Macrófagos alveolares, x 1000.
Lavado alveolar humano. May Grünwald-Giemsa.
(De: Pr. Bernaudin, Chef du service d'Histologie, Biologie
tumorale de l'hôpital Tenon, Paris-France). HMJ10799 Mastocitose cutânea (urticária pigmentosa). Método de Giemsa,
400X. (Fotomicrografado por Fernando Colonna Rosman. HMJ-SAP).
http://www.islh.org http://www.papsociety.org
http://www.edu.upmc.fr
A COLORAÇÃO CITOLÓGICA I
= 1875−1895: As descobertas sobre a célula, a mitose, a fertilização, a
herança genética, o desenvolvimento embrionário, impulsionaram-se com
a melhoria dos microscópios (Ernst Karl Abbé, 1840-1905, físico, óptico
alemão & Friedrich Otto Schott, 1851-1935, mineralogista, químico e
físico alemão, da Zeiss/Jena).
= Inicialmente a fixação apropriada dos tecidos foi se estabelecendo
simultaneamente com o processo de coloração: picrocarmim, acético-
carmim, acético-verde de metila, os quais também foram empregados nas
pesquisas citológicas iniciais.
= Com a necessidade de realizarem-se cortes mais finos dos tecidos, a
fixação passou a ser feita separadamente da coloração, surgindo as
técnicas de infiltração e emblocamento em celoidina e parafina, cortes em
micrótomos mais aperfeiçoados [Minot, Pfeifer, Whitman, Mark, Anders,
Giesbrecht e Mayer (séc. XIX)], técnicas de coloração mais apuradas, e
meios de montagem das lâminas em resinas (bálsamo do Canadá e goma
Damar), ao invés de em glicerina ou óleo de cravo-da-Índia.
(GOMA DAMAR, BÁLSAMO DO CANADÁ & ÓLEO DE CRAVO-DA-ÍNDIA)
= Goma Damar : Resina extraída das
árvores Shorea sp (Shorea wiesneri) e
Hopea sp (=Balanocarpus sp) da
família Dipterocarpaceae.
[damar (do malaio) = resina].
= Bálsamo do Canadá: Resina
extraída da árvore Abies balsamea
(Pinaceae). Andrew Pritchard (1804-
1882), biólogo, óptico e microscopista
inglês, em 1835 publicou sobre o
método de montagem com bálsamo
do Canadá.
= Óleo de cravo-da-Índia: Extraído
da árvore Syzygium aromaticum
(Myrtaceae). Inicialmente (1865)
usado na clarificação por Georg
Eduard von Rindfleisch (1836-1908),
médico anatomopatologista e
histologista alemão.
Goma Damar
Bálsamo do Canadá
Shorea sp
Abies balsamea
Cravo-da-Índia Syzygium aromaticum
Hopea sp (= Balanocarpus sp)
von Rindfleisch
(1836-1908)
A. Pritchard
(1804-1882)
A COLORAÇÃO CITOLÓGICA II
= 1865: Max Johann Sigismund Schultze (1825-1874),
anatomista e microscopista alemão, empregou ácido
ósmico em seus estudos do protoplasma (“A célula é uma
pequena massa de protoplasma nucleado”).
= 1876: Wilhelm August Oskar Hertwig (1849-1922),
anatomista, embriologista e zoologista alemão, empregou
o carmim no estudo da fertilização do ovo de ouriço do
mar.
= 1879: R. Grützner & H. Menzel demonstraram as
células enterocromafins duodenais pela fixação com
ácido ósmico.
= 1883: Édouard Joseph Louis Marie Van Beneden
(1846-1910), biólogo, embriologista e citologista belga,
utilizou o carmim no estudo da fertilização, clivagem e
maturação do ovo de Ascaris sp.
= 1887: Theodor Heinrich Boveri (1862-1915), biólogo
alemão, aplicou o carmim nos estudos das divisões
celulares de Ascaris megalocephala, descobrindo no uso
da mistura carmim-ácido acético de Friedrich Anton
Schneider (1831-1890) melhores resultados.
Schultze (1825-1874)
Boveri (1862-1915)
Divisões celulares de A. megalocephala
Van Beneden (1846-1910)
Hertwig (1849-1922)
Schultze (1825-1874)
A COLORAÇÃO CITOLÓGICA III
= 1886: Carl Benda (1857-1932), anatomopatologista alemão,
propôs a hematoxilina-férrica utilizando sulfato férrico de
amônio como mordente, antes de usar a solução amadurecida
de hematoxilina.
Entamoeba histolytica, forma
hematófaga. Hematoxilina-Férrica.
Richard Altmann (1852-1900)
Carl Benda (1857-1932)
= 1891: Carl Benda estabeleceu a coloração citológica com
safranina e light green SF yellowish.
= 1901: Carl Benda introduziu a técnica da alizarina-sulfonato de
sódio e violeta cristal (violeta de Gentiana) na coloração da
mitocôndria, termo criado por ele, em substituição ao nome
“bioblasto” dado por Richard Altmann (1852-1900), médico
patologista e histologista alemão, que descreveu as mitocôndrias
como pequenos grânulos no protoplasma celular, com autonomia
metabólica e genética (1890). Altmann estabeleceu a coloração
com ácido pícrico, anilina e fucsina para corar as mitocôndrias.
www.atlas-protozoa.com
Paul Ehrlich (1854-1915)
= 1877/79: Paul Ehrlich, médico alemão, reconheceu a diferença,
química e histológica, entre os corantes ácidos [aniônicos] e básicos
[catiônicos]: Ao corar lâminas com sangue notou que os ácidos
coram as hemácias, os grânulos dos eosinófilos e o citoplasma, e que
os básicos coram os núcleos e os grânulos dos mastócitos e o
citoplasma dos linfócitos. Na busca de um corante neutro (fucsina
ácida + azul de metileno), que servisse para todas as estruturas,
descobriu os grânulos violeta-escuros dos leucócitos
polimorfonucleares neutrófilos. Nestes estudos deu os nomes aos
leucócitos.
= 1879: Desenvolveu a mistura dos corantes verde de metila com
fucsina ácida e orange G (“triácido”de Ehrlich), que lhe permitiu
descobrir os mastócitos.
= 1881: Introduziu, como corante bacteriológico, o azul de metileno.
= 1882: Observou as propriedades ácidorresistentes do bacilo da
tuberculose, desenvolvendo método de coloração com a fucsina
básica ou violeta de metila.
= 1882: Empregou o corante fluorescente uranina (sal de sódio da
fluoresceína) para determinar a via de secreção do humor aquoso
no olho.
= 1885: Descreveu o fenômeno da metacromasia nos grânulos dos
mastócitos, na matriz da cartilagem, no amilóide e no muco,
utilizando coloração com tionina.
= 1886: Descobriu que os nervos podem ser corados pela injeção de
azul de metileno nos vasos sanguíneos dos animais vivos (coloração
vital).
WALTHER FLEMMING (1843-1905)
= Walther Flemming, médico e anatomista alemão, promoveu
avanços nas técnicas de coloração e de fixação:
= 1875: No estudo do ovo de Anodonta sp (Mollusca, Bivalvia,
Unionidae) empregou carmim-glicerina e fixação em bicromato
de potássio ou em ácido pícrico.
= 1877: Nos estudos do núcleo celular (cromatina e
cariosssomos, mitose) utilizou a coloração com fucsina e
diferenciação com etanol [método de E. Hermann (1875)] e a
safranina.
= 1879: Aberto a mudanças, defendeu a fixação com ácido
crômico, ao invés de bicromato de potássio, pondo em prática a
fixação com a mistura de ácido crômico e ácido ósmico
estabelecida por Max Flesch (1852-1943) médico, anatomista,
histologista e embriologista alemão.
= 1879: Nomeou cromatina a substância nuclear corada pelos
corantes básicos e denominou mitose a divisão celular.
= 1882: Melhorou a mistura fixadora de Flesch, acrescentando
ácido acético, o que lhe permitiu obter ótimos resultados na
fixação citológica.
= 1891: Propôs a tripla coloração com safranina, violeta de
Gentiana e orange G (coloração de Flemming) para o estudo
citológico da mitose; método também usado na citologia
botânica.
Ilustrações de W. Flemming - Zellsubstanz, Kern und
Zelltheilung (Cell substance, Nucleus and Cell division; 1882)
SOMENTE COM A INVENÇÃO E A MELHORIA DO MICROSCÓPIO
ÓPTICO É QUE HOUVE IMPULSO NO USO DE CORANTES ...
= 1284: Salvino D'Armato degli Armati (c. 1258-
1312), italiano, inventou os primeiros óculos.
= 1590: Johannes e Zacharias Janssen (1588-1631)
(pai e filho) holandeses, fabricantes de óculos,
inventaram o primeiro microscópio composto, com
duas lentes adaptadas em um tubo.
= 1609: Galileu Galilei (1564-1642) adaptou sua
luneta para exames microscópicos, desenvolvendo
um microscópio composto com uma lente côncava e
uma convexa.
= 1665: Robert Hooke (1638–1703) inventou um
microscópio composto com três lentes, e publicou o
primeiro livro sobre microscopia (Micrographia).
= 1673: Antoni van Leeuwenhoek (1632–1723)
inventou um microscópio simples, com uma lente,
que permitia imagens melhores que as com
aberrações esféricas e cromáticas observadas nos
microscópios compostos já existentes em sua época.
Microscópio composto de Johannes
& Zacharias Janssen, 1590.
Galileu Galilei (1564-1642)
Microscópio de Robert Hooke
National Museum of Health and Medicine.
Walter Reed Army Medical Center.
Maio 2005
Salvino D'Armato
Leeuwenhoek (1632–1723)
Microscópio de Leeuwenhoek
Robert Hooke (1638–1703)
Microscópio Galileu Galilei
... E NO DESENVOLVIMENTO DAS TÉCNICAS DE COLORAÇÃO.
= Séc. XVII (fins): Christiaan Huygens (1629-
1695), matemático, astrônomo, físico e
horologista holandês, inventou um sistema
óptico simples, com duas lentes corrigidas
acromaticamente.
= 1729/1733: Chester Moor Hall (1703-1771),
advogado e inventor inglês, desenvolveu as
primeiras lentes acromáticas para serem usadas
em um telescópio.
= 1826: Joseph Jackson Lister (1786-1869),
enólogo, óptico e físico amador inglês, inventou
a primeira lente acromática para microscópio.
= 1860: Ernst Karl Abbé (1840-1905), físico e
optometrista alemão, Friedrich Otto Schott
(1851-1935), químico alemão, e Carl Zeiss
(1816-1888), matemático, físico, mineralogista e
óptico alemão, fundaram a óptica microscópica
moderna; sendo desenvolvidos microscópios de
alta qualidade na Carl Zeiss/Jena (F. O. Schott
desenvolveu o vidro borossilicato).
Abbé 1840-1905 Schott (1851– 1935) Zeiss (1816-1888)
Joseph Jackson Lister e seu microscópio, feito
por William Tulley, London, England, 1826.
Huygens (1629-1695)
http://histoptica.files.wordpress.com/2011/10/microscopio-carl-zeis-jena_1897.jpg
MELHORES MICROSCÓPIOS EXIGIRAM
APERFEIÇOAMENTO NOS MÉTODOS DE FIXAÇÃO...
= 1864: Max Johann Sigismund Schultze (1825-1874), biologista alemão, difundiu o uso
do tetróxido de ósmio na técnica histológica, como fixador e para impregnar em negro a
gordura e o aparelho reticular interno de Golgi.
= 1889: August Trillat (1861-1944), químico e biólogo francês, descobriu o poder
antisséptico do formol (formaldeído). Em 1891 depositou uma patente descrevendo
sobre as propriedades do formol (formaldeído) na conservação de peças anatômicas
animais e vegetais.
= 1893: Ferdinand Blum (1865-1959), médico alemão, publicou sobre as propriedades
antissépticas e endurecedoras do formol (formaldeído), adotando, para uso, a diluição
da solução aquosa de formol (formaldeído ~ 40%) na proporção de 1:10. Em 1894 fez
publicação sobre a ação fixadora (preservadora) do formol; introduzindo-o na técnica
histológica com o aval de Carl Weigert (1845-1904), que examinou cortes histológicos de
vários órgãos fixados em formol e corados com hematoxilina, ou outros corantes,
derivados da anilina, que Ferdinand Blum lhe apresentou.
= 1894: Friedrich Albert von Zenker (1825–1898), patologista alemão, associou o
bicloreto de mercúrio ao bicromato de potássio e ao ácido acético, surgindo a solução
fixadora de Zenker, ótima para o estudo dos detalhes celulares.
= 1897: Paul Bouin (1870-1962), histologista francês, associou o ácido pícrico ao ácido
acético e ao formol, surgindo a solução fixadora de Bouin.
= 1904: K. Helly modificou a fórmula de Zenker, substituindo o ácido acético pelo
formol.
= 1905: Louis Brasil (1865-1918), zoologista francês, substituiu a água da solução de
Bouin pelo álcool, surgindo a solução de Bouin alcoólico ou líquido de Duboscq-Brasil,
rápido fixador, introduzido na anatomia patológica por Claude Louis Pierre Masson
(1880-1959), patologista francês.Paul Bouin (1870-1962)
Trillat (1861-1944)
Zenker (1825–1898)
Schultze (1825-1874)
Blum (1865-1959)
... E NOS CORTES DOS TECIDOS DE PLANTAS ...
“Máquinas de cortar vegetais”
1835: Micrótomo de Andrew Pritchard
1775: Máquina de cortar vegetais,
para estudo microscópico, de
Mr. Custace (Thornton, 1799).
1770: Máquina de cortar de
George Adams Jr.
1770: Micrótomo de
Alexander Cummings.
Smith, G.M. - The Development of Botanical Microtechnique. Trans. Am. Microsc. Soc., 34 (2): 71-129, 1915.
Guillermo, C. –L´Evolution des Microtomes. Rev. Fr. Histotechnol. 13(1): 43-62, 2000.
Pritchard (1804-1882)
= Dentre os construtores pioneiros de micrótomos
(botânica) podem-se citar: George Adams Jr. (1750-
1795), inglês, óptico e construtor de instrumentos;
Alexander Cummings (1733-1814), escocês, matemático,
mecânico e relojoeiro; Mr. Custace (1775), carpinteiro
inglês & Andrew Pritchard (1804-1882), inglês, biólogo,
óptico e construtor de microscópios.
... E NOS CORTES DE TECIDOS DE ANIMAIS
= Inicialmente usavam-se cloreto
mercúrico, dicromato de potássio e álcool
(etanol) para endurecer os tecidos e
facilitar fazer cortes finos para corar e
examinar ao microscópio.
= Os cortes dos tecidos originalmente
eram a mão livre.
= 1848: John Thomas Queckett (1815-
1861), médico, microscopista e
histologista inglês inventou um modelo de
micrótomo, surgindo vários outros até
1880, quando Louis Antoine Ranvier
(1835-1922), histologista francês,
popularizou o micrótomo manual a
partir de um modelo que desenvolveu.
= 1885-1886: Charles Sedgwick Minot
(1852–1914), anatomista norte-americano
da Harvard Medical School, Harvard
University, e Adam Pfeifer, mecânico e
construtor de instrumentos do Biological
Laboratory da Johns Hopkins University,
USA, de modo independente, inventaram
o modelo rotativo de micrótomo, que se
tornou o mais popular.
Queckett (1815-1861)
Ranvier (1835-1922)
Minot (1852-1914)
Adam Pfeifer Microtome (http://www.jstor.org/stable/2450514) &
Minot-type Automatic Rotary Microtome. Maker: E. Zimmermann, Leipzig, Germany,
circa 1892. Dimensions: 19 x 15.2 x 23 cm.
Ernst-Lewis Collection, Harvard Medical School
(http://dssmhi1.fas.harvard.edu/emuseumdev/code/eMuseum.asp?lang=EN)
Microtome of the type
used by Quekett.
From: A practical treatise
on the microscope
By: John Thomas Quekett
Published: H. Baillière,
London, 1855
Credit: Wellcome Library,
London.
Rasoir à coupe et
microtome de Ranvier
Maison MATHIEU
- Circa 1905
www.lecompendium.com
Minot
Congelação, Inclusão & Emblocamento
=1842: Benedikt Stilling (1810-1879), médico e anatomista alemão,
adotou o método de congelação para o endurecimento dos tecidos.
=1873: William Rutherford (1839-1899), médico e fisiologista inglês,
construiu o primeiro micrótomo de congelação, sendo o gás carbônico
usado a partir de 1897 por A. Johne, substituindo o éter e as misturas
frigoríficas [gelo (3kg) + etanol (½ litro) + NaCl (½kg) + água (2 litros)].
=1864: Albrecht Theodor Edwin Klebs (1834-1913), bacteriologista
alemão, adotou a inclusão em parafina; sendo o seu uso difundido, na
técnica histológica, a partir de 1881-1882.
=1877-1913: Paul Mayer (1848-1923), médico, zoologista e histologista
alemão, aperfeiçou o método de inclusão em parafina, nos anos em que
esteve trabalhando na Estação Zoológica de Nápolis, Itália.
=1879: Mathias Marie Duval (1844-1915), anatomista e histologista
francês, introduziu o colódio (nitrocelulose dissolvida em etanol e éter)
como meio de inclusão.
=1879: Paul Schiefferdecker (1849-1831), anatomista alemão, introduziu
a celoidina (nitrocelulose); ótima para o estudo do SNC.
=1896: F. Nicolas, anatomista francês, introduziu a inclusão em gelatina.
Benedikt Stilling (1810-1879)
Mathias Marie Duval (1844-1915)
Edwin Klebs (1834-1913)
HISTOQUÍMICA I
A identificação da natureza química das estruturas e
substâncias celulares e extracelulares por reações coloridas
originou a histoquímica. Como alguns dos pioneiros
podem-se citar:
= 1825: François Vincent Raspail (1794-1878), botânico e
farmacêutico francês, introduziu a reação do iodo no
estudo da distribuição do amido nas flores, frutos e no
embrião das Gramineae. Em 1826 fez o mesmo estudo com
o pericarpo do trigo. Em 1828-29 fez testes em tecidos
animais e vegetais aplicando a reação xantocrômica para
proteínas.
= 1845: Julius Vogel descreveu a reação histoquímica para
marcar o ferro sob a forma de sulfureto.
= 1865: Friedrich Gustav Jakob Henle (1809-1885), médico
patologista alemão, e Gregor Joesten (1864) reportaram a
reação cromafim (designação de A. Kohn, 1898) nas células
da medula da suprarrenal.
= 1866: Max Perls (1843-1881), médico patologista alemão,
introduziu a técnica do azul da Prússia (ferrocianeto
férrico) para a marcação do ferro nos tecidos.
Henle (1809-1885)
Hepatócitos e células de Kupffer com grânulos de hemossiderina (ferro).
Método de Perls (Azul da Prússia).http://www.leica-microsystems.com
HISTOQUÍMICA II
= 1866: August Wilhelm von Hofmann, químico alemão, & François
Emmanuel Verguin, químico francês, estudando a matéria-corante
“magenta,” [produzida por F. E. Verguin (1859), ao oxidar anilina bruta
com tetracloreto de estanho], identificaram a “rosanilina” (pararosanilina),
popularmente conhecida como fucsina (fucsina básica), devido à flor
Fuchsia sp (Onagraceae). A fucsina básica é importante no preparo do
reagente de Schiff (H. Schiff, 1866), detector dos grupamentos carbonila.
= 1874: Johann Friedrich Miescher (1844-1895), médico e bioquímico
suíço, isolou substância do núcleo de leucócitos do pus, que chamou de
nucleína, identificando nesta a presença de ácido fosfórico e a associação
com outra substância que chamou de protamina. Notou que a nucleína na
presença de verde de metila formava sais insolúveis verdes.
= 1881: Edward Zacharias (1852-1911), citologista e botânico alemão,
estudando tecidos de plantas e animais, incluindo os de plantas em divisão
celular, isolou os núcleos e os cromossomos das células e provou,
citoquimicamente, que a nucleína, a cromatina e os cromossomos têm a
mesma substância.
= 1885: Wilhelm August Oskar Hertwig (1849-1922), anatomista,
embriologista e zoologista alemão, sugeriu que a nucleína era a responsável
pela transmissão das características hereditárias.
= 1889: Richard Altmann (1852-1901), zoologista alemão, mostrou ser a
nucleína composta por ácido nucléico e proteína.
Johann Friedrich Miescher.
© Dr. Ralf Dahm/University of Padua,
Padua, Italy
Hertwig (1849-1922)
Fuchsia sp
HISTOQUÍMICA III
= 1897: Ugo (Hugo) Josph Schiff (1834-1915), químico alemão, estudou
as reações (reagente de Schiff, 1866) associadas com o grupamento
carbonila, usadas na histoquímica dos polissacarídeos, das proteínas e
do DNA, e a reação do biureto (proteínas) com sulfato de cobre
(biureto de cobre de cor violeta púrpura), a qual foi introduzida na
histoquímica animal (1857) por Gustav von Piotrowski (1833-1884),
médico e fisiologista polaco-austríaco, e na histoquímica botânica
(1859) por Ferdinand Gustav Julius von Sachs (1832-1897), botânico
alemão.
= 1924: Robert Joachim Feulgen (1884-1955), químico alemão,
pioneiro na histoquímica do ácido nucléico, desenvolveu a primeira
reação citoquímica nuclear para o DNA (reação de Feulgen) em células
animais e vegetais, provando que todas as células contêm no núcleo o
mesmo tipo de ácido nucléico. Empregou o reagente de Schiff para
detectar DNA em preparados teciduais hidrolizados com ácido
(Feulgen, R. & Rossenbeck, H.).
Feulgen (1884-1955)
Ugo (Hugo) Josph Schiff (1834-1915)
26 Aprile 1915
Reação de Feulgen, em corte de fígado, demonstrando a
distribuição do DNA nos hepatócitos. Note a marcação ao
longo da superfície interna do envelope (membrana) nuclear,
onde a cromatina é mais densa, assim como as áreas densas
de heterocromatina presentes no nucleoplasma. Observe
também o nucléolo com aspecto de halo com centro claro,
caracterizando ambos os componentes, DNA (a borda corada
do nucléolo) e RNA (a parte não corada por esta técnica).
von Sachs (1832-1897)Hugo Schiff (1834-1915)
http://geiselmed.dartmouth.edu/anatomy/courses/cto/resources/lab2/slide05.php
(PAS = Ácido Periódico - Schiff)
(reagente de Schiff e fucsina básica)
Glomerulonefrite Membranoproliferativa, Tipo II:
Glomérulo com moderada hipercelularidade, leve
aumento da matriz mesangial e leve espessamento da
parede dos capilares. Método do PAS, 400x.
http://www.pathology.vcu.edu/education/PathLab/pages/renalpath/rpsr/images/mpgnII_sr/index.htm
HISTOQUÍMICA IV
= 1917-1979: Ralph Dougall Lillie (1896-1979), médico patologista norte-americano, foi
pioneiro e inovador na histoquímica, nas técnicas histopatológicas e no estudo dos corantes,
entre outros, sendo publicado, em 1948, o seu livro Histopathologic Technic, atualizado em
três novas edições até 1976, sendo o título mudado para Histopathologic Technic and
Practical Histochemistry.
= 1926: Alfred Pischinger (1899-1982), médico e histologista austríaco, ao usar corantes
ácidos e básicos nas colorações histoquímicas, determinou que o pH ótimo para que um
dado corante dê ótimo resultado é o do ponto isoelétrico da proteína que se quer corar no
tecido. Contribuiu com o estudo da Matriz Extracelular e a sua participação na regulação do
meio interno, através dos sistemas endócrino e nervoso autônomo, sendo publicado o seu
livro The Extracellular Matrix and Ground Regulation: Basis for a Holistic Biological
Medicine.
= 1936: Lucien Alphonse Joseph Lison (1908-1979), médico, histologista e histoquímico
belga, escreveu os livros Histochimie animale. Méthodes et problèmes (1936), onde a reação
histoquímica foi descrita sem a destruição dos tecidos, e Histochimie et Cytochimie Animales.
Principes et Méthodes (1953), entre muitas outros estudos pioneiros.
= 1952: György Gömöri (1904-1957), patologista e histoquímico húngaro, demonstrou as
reações histoquímicas para enzimas, tendo escrito o livro Microscopic Histochemistry.
Principles and Practice (1952), entre muitas outras publicações.
= 1953/1966: Anthony Guy Everson Pearse (1916-2003), médico patologista inglês, foi
pioneiro no estudo histoquímico, com importantes contribuições no estudo citoquímico
enzimático in situ; no estabelecimento do sistema APUD (Amine Precursor Uptake and
Decarboxylation) (1966), como responsável pela produção de aminas biogênicas e, ou
hormônios polipeptídicos (neuroendocrinologia), entre muitos outros. Escreveu o livro
Histochemistry: Theoretical and Applied, com várias edições (1953, 1980, 1985 e 1991).
Lison (1908-1979)
Pischinger (1899-1982)
Lillie (1896-1979)
Pearse (1916-2003)
COLORAÇÕES DO TECIDO NERVOSO
= 1872: Especialmente o cloreto de ouro e o carmim eram usados como
meios de coloração do tecido nervoso, em procedimentos muito
demorados e trabalhosos (15 a 20 dias e alguns passos com 10 a 12
horas), sem bons resultados.
= 1885: Carl Weigert (1845-1904) corou a bainha de mielina com
hematoxilina metalizada e diferenciação em solução alcalina de
ferrocianeto; sofrendo o seu método várias modificações, sendo a de
A.Weil (1928) a mais popular.
= 1890: Pelos métodos da orceína de Unna-Taenzer, para fibras
elásticas, e o de Ira Thompson Van Gieson (1866-1913) para colágeno,
constatou-se que o tecido conjuntivo na intimidade do SNC ficava
confinado ao redor dos vasos sanguíneos.
= 1891-1900: As colorações para a neuroglia de Carl Weigert (1895) e de
Frank Burr Mallory (1891-1900) mostraram que os prolongamentos das
células da glia não eram tecido conjuntivo.
Impregnações com sais de prata e ouro I
= As impregnações com sais de prata e de
ouro foram predominantemente empregadas
no estudo do tecido nervoso.
= 1844: Karl Friedrich Theodor Krause
(1797-1868), anatomista alemão, já fazia
experimentos de impregnação com o nitrato
de prata em tecidos frescos, sem alcançar
resultados regulares.
= 1866: Julius Friedrich Cohnheim (1839-
1884), médico patologista alemão, empregava
sais de ouro no estudo histológico das
terminações nervosas periféricas.
= 1868: Louis Antoine Ranvier (1835-1922),
histologista francês, estudou as fibras
nervosas periféricas com as impregnações de
sais de prata ou de ouro com sucesso.
Krause (1797-1868)
Ranvier (1835-1922) Ranvier, L. - Leçons sur l'Histologie du Système Nerveux. Paris, 1878
Cohnheim (1839-1884)
Impregnações com sais de prata e ouro II
=1873: Bartolomeo Camillo Emilio Golgi
(1843-1926), médico patologista e
histologista italiano, trabalhando à luz de
vela na cozinha do hospital de
Abbiategrasso, próximo de Milão, Itália,
elaborou o método de impregnação com
nitrato de prata, usando segmentos de
cérebro, previamente endurecidos com
dicromato de potássio e amônia, tendo
observado a célula nervosa mediante o
que chamou la reazione nera. Interpretou
os seus achados como sendo um reforço
da Teoria Reticular em voga, onde o
neurônio ainda não havia sido
identificado como célula individual.
=1887: Santiago Ramón y Cajal (1852-
1934), médico patologista, anatomista,
histologista e neurobiologista espanhol,
aprimorou o método de impregnação
com sais de prata de Golgi, aplicando-o
no estudo histológico, ontogenético, do
tecido nervoso, o que o levou a
estabelecer a Doutrina Neuronal, contra
a Teoria Reticular defendida por J. von
Gerlach, que fez estudos com carmim e
impregnação com sais de ouro.
Santiago Ramón y Cajal olhando através
de um microscópio Zeiss. Cajal Legacy.
Instituto Cajal (CSIC). Madrid (Spain).
Célula piramidal do córtex cerebral de
camundongo impregnada pelo método
de Golgi. De preparação original
conservada no Cajal Legacy. Instituto
Cajal (CSIC). Madrid (Spain).
Desenho original de Cajal de células
piramidais de córtex cerebral de
coelho (1896, black ink and pencil).
Espinhos dendríticos são claramente
retratados. Cajal Legacy. Instituto
Cajal (CSIC). Madrid (Spain).
[Abdellatif Nemri (2010), Scholarpedia, 5(12):8577]
Bulbo olfatório de cão. Desenho de C. Golgi
com base em tecido corado pelo método de
impregnação com nitrato de prata de Golgi.
1875.
Dibujo de Ramón y Cajal de las células del
cerebelo de un pollo, mostrado en "Estructura de
los centros nerviosos de las aves," Madrid, 1905.
(COLORAÇÃO DE GOLGI PARA O TECIDO NERVOSO)
(dicromato de potássio; nitrato de prata)
Cérebro: Corpos celulares de neurônios e seus
prolongamentos (axônios) corados em castanho e preto.
Método de Golgi, 100x.
Bartolomeo Camillo Emilio Golgi
1843-1926
http://www.vetmed.vt.edu/education/curriculum/vm8054/labs/lab2/examples/exgolstn.htm
(Colorações Neurológicas: A Substância de Nissl)
= 1894: Franz Nissl (1860-1919),
médico alemão, neuropatologista,
utilizou, originalmente, dahlia violeta
ou magenta e, por fim, o azul de
metileno para corar os neurônios, num
procedimento complicado, usando
mistura do corante diluído em solução
aquosa com sabão de azeite de oliva.
= O método de Nissl, com corantes
básicos, deu ao corpo celular do
neurônio aspecto mosqueado,
caracterizando o que ficou conhecido
como a substância de Nissl (RNA
ribossomal associado ao Retículo
Endoplasmático Rugoso).
= A substância ou corpúsculos de Nissl
podem ser demonstrados utilizando-se
o violeta de cresila (método de Vogt,
Luna, 1968) ou a galocianina (método
de Einarson, 1932) ou o método do
aldeído-tionina / PAS.
Medula espinhal. Neurônio motor ventral. Substância
de Nissl no corpo celular neuronal. Método de Nissl.
Neurônio do corno ventral da medula espinhal,
corado pelo método de Nissl, evidenciando:
Substância de Nissl, dendritos e grande núcleo
com proeminente nucléolo.
Corte de hipocampo de camundongo evidenciando neurônios e
células gliais. Método de Nissl.
= 1904: Max Bielschowsky (1869-1940), neurologista e neuropatologista alemão, foi o
primeiro a desenvolver método de impregnação com nitrato de prata capaz de corar
tanto as fibras nervosas mielinizadas, como as não-mielinizadas (Bielschowsky, M. –
Die silberimprägnation der Neurofibrillen. J. Psychol. Neurol. 3: 169-189, 1904).
Impregnações com sais de prata e ouro III
Max Bielschowsky (1869-1940)
Cortes de encéfalo não-humano. Método de Bielschowsky.
Impregnações com sais de prata e ouro IV
= Claude Louis Pierre
Masson (1880-1959),
médico patologista francês,
que descreveu a reação
argentafim (1914) na
detecção da melanina e
= Pío del Río Hortega
(1882-1945), médico
patologista e histologista
espanhol, que descobriu a
microglia (1919), no estudo
das células gliais do SNC,
igualmente contribuíram
no desenvolvimento das
técnicas de impregnação
metálica, as quais também
tiveram aplicação no estudo
das fibras reticulares e das
espiroquetas, entre outros.
Masson (1880-1959)
Hortega (1882-1945)
In: Somjen, G.G. (1988), Glia 1: 2-9.
A microglia por Del Río Hortega, P. - C: Desenho da microglia (Bol
de la Soc Esp de Biol 9: 69–120, 1919) & A-I: Evolution of
microglia during its phagocytic activity (photomicrographs from Del
Rio Hortega), In: Cytology and Cellular Pathology of the Nervous
System, Penfield, W. (ed.), New York, Hoeber, 1932, p. 482–534
(Physiol Rev 91: 461–553, 2011).
Estudos Histopatológicos I
= No desenvolvimento das técnicas histológicas
contribuíram muito mais os zoologistas, botânicos,
anatomistas e histologistas do que os patologistas.
= O diagnóstico anatomopatológico por muitos anos,
desde Antonius Benivieni (1443-1502), médico cirurgião
em Florença, Itália, e Giovanni Battista Morgagni (1682-
1711), médico italiano, em Pádua, era feito apenas com o
exame macroscópico, auxiliado ou não com uma lupa,
não sendo usado o microscópio, apesar de o mesmo já ser
utilizado por botânicos, zoologistas e anatomistas.
=1858: Rudolph Virchow (1821-1902), médico patologista
alemão, estabeleceu as bases da patologia celular, e
valorizou o uso do microscópio no diagnóstico
histopatológico, tendo feito uso da coloração com carmim
nos exames microscópicos histopatológicos.
= Com Christian Georg Schmorl (1861-1932), médico
patologista alemão, Frank Burr Mallory (1862-1941),
médico patologista norte-americano, Claude Louis Pierre
Masson (1880-1959), médico patologista francês, Pío del
Río Hortega (1882-1945), médico e histologista espanhol,
Ira Thompson van Gieson (1866-1913), neuropatologista
norte-americano, e Frederick Herman Verhoeff (1874-
1968), oftalmologista e patologista norte-americano,
entre outros, foram surgindo técnicas micrográficas mais
apropriadas para o estudo histopatológico.
Mallory (1862-1941)
Hortega (1882-1945)Masson (1880-1959)
Virchow (1821-1902) Schmorl (1861-1932)
Benivieni (1443-1502)
Estudos Histopatológicos II
van Gieson para colágeno
(ácido pícrico e fucsina ácida)
=1889: Ira Thompson van Gieson (1866-1913), neuropatologista, neurologista, psiquiatra e
bacteriologista norte-americano, desenvolveu a técnica de Gieson para colágeno (van Gieson, I.T.-
Laboratory notes of technical methods for the nervous system. N.Y. Med. J., 50: 57, 1889).
Calásia da conjuntiva. Acentudada degeneração elastótica da
conjuntiva (van Gieson, 20×). In: Francis, I.C.; Chan, D.G.; Kim, P.; Wilcsek, G.; Filipic, M.;
Yong, J. & Coroneo, M.T. - Case-controlled clinical and histopathological study of conjunctivochalasis. Br J Ophthalmol,
89:302-305; 2005.
Estudos Histopatológicos III
Orceína para sistema elástico
1890: Paul Gerson Unna (1850-1929), professor de dermatologia em Hamburgo,
Alemanha, desenvolveu o método da orceína de Unna para fibras elásticas. O método
da orceína de Unna sofreu uma modificação por T. Shikata, em 1974, de modo a ser
usado na demonstração do antígeno de superfície do VHB (Vírus B da hepatite) em
cortes histológicos de fígado.
Fragmento de tumor de partes moles
de região escapular de homem de 85
anos: Elastofibroma dorsi. Este
representa hiperplasia reativa devido
à elastogênese anormal. Método da
Orceína para fibras elásticas.
Corte de derme com redução e
fragmentação das fibras elásticas.
(Método da Orceína, 400x). In: Mariame
Meziane, Karima Senouci1, Yasmina
Ouidane, Rim Chraïbi, Tarik Marcil,
Fatima Mansouri & Badreddine Hassam.
Acrokeratoelastoidosis. [Dermatology
Online Journal, 14 (9): 11, september 2008].
Hepatite. HBsAg. Orceína (Método de Shikata)
[Orcein staining (HBs antigen staining)].
http://www.pathologyoutlines.com/caseofweek/case200646.htm http://www.jichi.ac.jp/pathology/index.php?
Paul Gerson Unna (1850-1929)
Estudos Histopatológicos IV
Weigert para sistema elástico
(orceína ou resorcinol e fucsina, nuclear fast red ou hematoxilina)
1898: A clássica coloração para as fibras elásticas deveu-se a Carl
Weigert (1845-1904), patologista alemão, o qual desenvolveu também
a Técnica da Hematoxilina-Férrica para os núcleos celulares.
Tumor de partes moles mostrando área
profunda com fibras elásticas ramificadas ou
não, em meio a estroma conjuntivo e tecido
adiposo. Coloração de Weigert para fibras
elásticas.
In: C. R. Chandrasekar, R. J. Grimer, S. R. Carter, R. M. Tillman, A.
Abudu, A. M. Davies & V. P. Sumathi. Elastofibroma Dorsi: An
Uncommon Benign Pseudotumour. Sarcoma, Volume 2008 (2008),
Article ID 756565, 4 pages.
Fragmento de cartilagem elástica da orelha
mostrando condrócitos em meio à matriz
contendo trama de fibras elásticas (negras).
Coloração de Weigert para fibras elásticas.
Photo by: DT Moran and JC Rowley.
Córtex de cerebelo corado pelo método
da hematoxilina-férrica de Weigert,
modificado: Dendritos de células de
Purkinje; neurônio com núcleo
claramente visível, nucléolo, envelope
nuclear, membrana plasmática e células
da glia ao redor.
In: A.M. Gharravi, M.J. Golalipour, R. Ghorbani & M. Khazaei, -
Effects Modification of Iron Hematoxylin on Neuron Staining.
Pakistan Journal of Biological Sciences, 10: 768-772., 2007
Weigert, C. – Ueber eine Methode zur Färbung Elastischer Fasern. Cbl Allg. Path. 9: 289-292, 1898.
Estudos Histopatológicos V
Verhoeff para sistema elástico
(hematoxilina, fucsina ácida, ácido pícrico)
Tumor de partes moles: Elastofibroma
A Coloração de Verhoeff evidencia as fibras elásticas com a
disposição da elastina em fragmentos globulares.
Reviewer: Komal Arora, M.D. Revised: 19 July 2012, last major update July 2012
Copyright: (c) 2003-2012, PathologyOutlines.com, Inc.
1908: Frederick Herman Verhoeff (1874-1968), oftalmologista e patologista norte-
americano, desenvolveu o método de Verhoeff para fibras elásticas. [Verhoeff, F.H. – Some
new staining methods of wide applicability; including a rapid differential stain for elastic
tissue. J.A.M.A. 50: 876-877, 1908].
Estudos Histopatológicos VI
TRICROMÁTICOS
= Frank Burr Mallory (1862-1941), professor de Patologia da Harvard
Medical School e médico patologista do Boston City Hospital, USA,
desenvolveu o método Tricromático de Mallory, entre outras histotécnicas.
= 1897: Publicou, com James Homer Wright (1869-1928), médico
patologista do Massachusetts General Hospital, USA, o livro Pathological
Technique. A practical manual for workers in pathological histology and
bacteriology, including directions for the performance of autopsies and for
clinical diagnosis by laboratory methods (1897).
Rim. Podócitos glomerulares tumefeitos e finamente
vacuolados, assim como as células epiteliais dos túbulos
distais. Doença de Fabry. Tricromático de Mallory, 200x.
Corte de pâncreas. O estroma (tecido conjuntivo)
está corado em azul e o parênquima (ácinos) em
vermelho. Tricromático de Mallory.
http://www.vetmed.vt.edu/education/curriculum/vm8054/labs/lab2/examples/exmallory.htm http://kidneypathology.com.ar/25.htm
Mallory (1862-1941)
Estudos Histopatológicos VII
Tricromático de Mallory
(fucsina ácida, azul de anilina, orange G)
Rim normal (região cortical). Tricromático de
Mallory.
Observe na região cortical corpúsculo renal
(corpúsculo de Malphigi) constituído pelo glomérulo
renal (estrêla menor) e a cápsula de Bowmann (→ =
folheto parietal). Notar no pólo vascular (estrêla 3
pontas) a arteríola do glomérulo (seta grande).
Observe os túbulos contorcidos proximais (estrêla
maior) e túbulos contorcidos distais (*).
[De: Lycia de Brito Gitirana, Laboratório de Histologia Integrativa. UFRJ].
Epidídimo normal. Tricromático de Mallory.
Segmentos de túbulo epididimário, revestidos por
epitélio pseudoestratificado cilíndrico estereociliado, e
tecido conjuntivo intertubular (*) com vasos
sanguíneos com hemácias (em vermelho).
[De: Lycia de Brito Gitirana, Laboratório de Histologia Integrativa. UFRJ]
Mallory (1862-1941)
Estudos Histopatológicos VIII
Tricromático de Masson
(hematoxilina férrica de Weigert, fucsina ácida-biebrich scarlet, xilidina Ponceau , ou light green SF Yellow, azul de anilina)
Artéria, veia e nervo femorais. O método do tricromático
de Masson apresenta variações nos procedimentos de
coloração. Na maioria o tecido conjuntivo é corado em verde
ou azul e o citoplasma das células em tons de vermelho.
Tricromático de Masson, 200x.
Rim. Glomerulonefrite Membranoproliferativa, Tipo II.
Glomérulos com leve aumento da matriz mesangial.
Tricromático de Masson, 200x.
http://www.vetmed.vt.edu/education/curriculum/vm8054/labs/lab2/examples/exmasson.htm# http://www.pathology.vcu.edu/education/PathLab/pages/renalpath/rpsr/images/mpgnII_sr/image06.jpg
C. L. Pierre Masson (1880-1959), patologista francês, residente em Montreal, Canadá,
desenvolveu o método Tricromático de Masson (J. Techn. Methods 12: 75-90, 1929).
Estudos Histopatológicos IX
György Gömöri/George Gomori
= 1937-1952: George Gomori (1904-1957), patologista norte-americano de origem
húngara, publicou a Técnica do Nitrato de Prata Metenamina de Gomori; a Técnica da
Aldeído-Fucsina para fibras elásticas e mastócitos, e o método Tricromático de Gomori
em um passo, e amplo estudo sobre histoquímica, entre outros (Gomori, G. - Silver
impregnation of reticulum in paraffin sections. Amer. J. Path., 13:993-1002, 1937; Gomori
G. - Aldehyde-fuchsin: a new stain for elastic tissue. Amer. Cli. Path., 20:665-6,1950;
Gomori, G. - A rapid one-step trichrome. Amer. J. Clin. Path., 20: 661, 1950; Gomori, G. -
Microscopic Histochemistry. Chicago; University of Chicago Press; 1952).
= George Gomori faleceu em 1957, com 53 anos de idade.
Parede de artéria muscular. O Tricromático
de Gomori em um passo utiliza hematoxilina,
cromotrope 2R e light green ou azul de
anilina. As fibras musculares ficam vermelhas,
o tecido conjuntivo verde (ou azul se usado o
azul de anilina) e os núcleos azuis ou pretos.http://freepages.genealogy.rootsweb.ancestry.com
Estudos Histopatológicos X
Aldeído-fucsina
& Prata Metenamina de Gomori
Pele. Sistema elástico da derme.
Coloração Aldeído-Fucsina de Gomori.
Fungos corados pela Prata Metenamina de Gomori: À
esquerda, pseudo-hifas de Candida sp e blastosporos. No
meio, hifas septadas de Aspergillus sp com ramificações
anguladas agudas. À direita, hifas largas de Zigomiceto
(ex. Mucor sp) com ramificação a 90o (seta).
www.dstgroupproject.weebly.com/gomoris-aldehyde-fuschsin.html http://pathhsw5m54.ucsf.edu/case16/hyphae.html
Estudos Histopatológicos XI
Prata Metenamina de Gomori
Segmento de nervo facial com hifas septadas e
ramificadas em ângulos agudos (Aspergillus sp).
Prata Metenamina de Gomori.
[Connolly, J.L.; Carron, J.D. - Invasive Aspergillus of the temporal bone. American Journal of
Otolaryngology–Head and Neck Medicine and Surgery 28: 134-136; 2007]
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  • 1. CORANTES BIOLÓGICOS EVOLUÇÃO HISTÓRICA NO ESTUDO HISTOCITOLÓGICO “OS PIONEIROS” Fernando Colonna Rosman Novembro de 2012 (2ª edição de 2018)
  • 2. IN MEMORIAM HENRIQUE LEONEL LENZI (1943-2011) Médico patologista, pesquisador Instituto Oswaldo Cruz, FIOCRUZ Rio de Janeiro, RJ (1984-2011)
  • 3. Jacopo Berengario da Carpi (1460-1530) =1521-1523: Jacopo Berengario da Carpi, médico anatomista italiano, já injetava corantes na luz dos vasos sanguíneos, bem antes de se corarem os tecidos. Foi o primeiro anatomista a valorizar as ilustrações no livro de anatomia, como importante complemento do texto. = Commentaria cum amplissimis additionibus super anatomia Mundini. Ed. Hieronymus de Benedictis (Bologne), 1521. = Isagogae breves perlucidae ac uberrimae in anatomiam humani corporis a communi medicorum academia usitatam, a Carpo, in almo Bononiensi Gymnasio ordinariam chirurgiae docente, ad suorum scholasticorum preces in lucem datae. Ed. Benedetto di Ettore Faelli (Bologne), 1523. Oil on canvas by an Emilian painter of 17th Century
  • 4. Antonius Mizaldus (1510-1578) =1567: Antonius Mizaldus, astrólogo e médico francês, publicou o primeiro relato sobre a coloração dos tecidos, tendo como base a coloração dos ossos pela rúbia (garança). = Século XVI: Na França já era sabido que as vacas que comem a planta Rubia tinctorum (Rubiaceae) [madder root] ficavam com o leite vermelho, assim como os ossos dos bezerros.
  • 5. Garança (Rubia tinctorum) = 1826: Pierre Jean Robiquet (1780-1840), químico francês, do extrato das raízes de Rubia tinctorum (garança, madder root), (Rubiaceae), obteve os corantes vermelhos alizarina e purpurina. = 1886: Karl James Peter Graebe (1841-1927) e Karl Theodor Libermann (1842- 1914), químicos alemães, sintetizaram a alizarina a partir do antraceno obtido do alcatrão da hulha. = 1958: Método da Alizarina Red S para Cálcio (McGEE- RUSSELL, S.M. - Histochemical methods for calcium. J. Histochem. Cytochem., 6: 22, 1958). Robiquet (1780-1840)) Karl Graebe (1841-1927) Libermann (1842-1914) Feto humano de 12 semanas. Desenvolvimento ósseo. Método da Alizarina. Rim. Depósitos de cálcio no interstício. Alizarina Red S. Madder root Alizarina Red S http://www.bris.ac.uk Rubia tinctorum
  • 6. Robert Hooke (1635-1703) = Robert Hooke (1635-1703), físico, astrônomo e paleontologista inglês, melhorou o microscópio, com lentes compostas capazes de aumentar 30x a 40x. = 1665: Publicado o seu livro: Micrographia: or some Physiological Descriptions of Minute Bodies Made by Magnifying Glasses with Observations and Inquiries Thereupon. = Nesta obra também descreveu ser a cortiça constituida por “little boxes or cells, distinct from one another,” não percebendo ter descoberto a menor unidade dos tecidos dos seres vivos, a célula, o que viria a ser demonstrado nas plantas, em 1838, por Mathias Jacob Schleiden (1804-1881), médico e botânico alemão e, em 1839, nos tecidos de animais, por Theodor Ambrose Hubert Schwann (1810-1882), médico alemão (=Teoria Celular). = Fez várias observações microscópicas sobre a cor de cabelo, lã, penas, seda, etc, e envolvendo tinturas de Aloe, cochonilha, pau-campeche, açafrão, etc. Schleiden (1804-1881) Schwann (1810-1882) Texture of CorkSeveral other sorts of Hair
  • 7. Antoni van Leeuwenhoek (1632-1723) 1719: Antoni van Leeuwenhoek, holandês, mercador de tecidos, boticário, autodidata em astronomia, matemática, química e história natural. = Utilizou solução de açafrão verdadeiro (Crocus sativus, Iridaceae), no estudo ao microscópio de preparados de músculo estriado de vaca, peixe, etc. Inventou um microscópio simples (1673) e descreveu as hemácias, espermatozóides, bactérias, protozoários, etc, tornando-se membro da Royal Society, Londres, em 1680. Músculo estriado de peixe Músculo estriado de vaca
  • 8. Açafrão Verdadeiro O pigmento natural amarelo avermelhado é extraído dos estigmas secos da flor Crocus sativus (Iridaceae), originária do sudeste da Europa e sudoeste da Ásia. A substância corante é a crocina (carotenóide diéster do dissacarídeo gentiobiose com o ácido dicarboxílico crocetina). 1911: Introduzido na técnica histológica por Claude Louis Pierre Masson (1882-1959), médico anatomopatologista francês, com hemalúmen e eosina, para corar as fibras colágenas. Utilizado: culinária, medicina, corante de tecidos (roupas) e histológico (e.g. Método da Hematoxilina-Floxina-Açafrão, etc). Adenocarcinoma de próstata. Infiltração de nervo (Hematoxilina-Floxina-Açafrão). Estigmas de açafrão Pâncreas: Neoplasia pseudopapilar sólida mostrando numerosos glóbulos hialinos (Hematoxilina-Floxina-Açafrão). Crocus sativus Masson (1882-1959) http://en.wikipedia.org http://www.pubcan.org
  • 9. Frederik Ruysch (1638-1731) 1724: Frederik Ruysch, (1638-1731), médico, botânico e anatomista holandês, empregou o microscópio no estudo dos vasos sanguíneos humanos, que ficaram visíveis com a injeção de solução alcoólica de cinabre/cinábrio (sulfureto de mercúrio vermelho, vermelhão), misturado com gordura de carneiro, ou cera branca, e tinta de escrever, ou terebintina corada em verde com sulfa- Cinábrio to de cobre.
  • 10. Nicolas Sarrabat de la Baïsse (1698-1739) 1733: Sarrabat, padre jesuíta, matemático, astrônomo e botânico francês, colocou raízes de plantas vivas em suco vermelho, carmesim, de frutos de Phytolacca sp (Phytolaccaceae) e observou a coloração dos vasos, da raíz até as folhas e os estames (coloração vital), tendo publicado os seus achados na obra: Dissertation sur la circulation de la sève dans les plantes. Classificação segundo a Flora Brasiliensis fam. Phytolaccaceae trib. Phytolacceae Endl. trib. Phytolacceae subtrib. Giesekieae Endl. Phytolacca L. Phytolacca decandra L. Phytolacca icosandra L. Phytolacca thyrsiflora Fenzl Phytolacca thyrsiflora Fenzl.
  • 11. Abraham Trembley (1710-1784) = 1744: Trembley fez espécies de Hydra sp (Cnidaria; Hidridae) ficarem coloridas dando-lhes alimentos e organismos coloridos (planária negra) para comerem. =Abraham Trembley (1710 -1784), naturalista suíço. Foi o primeiro a estudar pólipos e hidras. 1770: Microscópio construído por John Cuff para A. Trembley Planária negra
  • 12. Johann Nathanael Lieberkühn (1711-1756) =1745: Johann N. Lieberkühn (1711-1756), médico e anatomista alemão, fez estudos com injeções de cera branca, colofônio (breu, de resina de Pinus sp) e terebintina (de resina de Pinus sp), associadas com cinábrio (sulfeto de mercúrio, vermelhão) e outros corantes, em vasos arteriais, venosos e linfáticos, contribuindo para o estudo microscópico da circulação dos órgãos, como o íleo humano, entre outros. Lieberkühnsche Wundergläser Colofônio (breu) Cinábrio Vasos sanguíneos observados após injeção com cera branca, breu, cinábrio, terebintina, e posterior corrosão com ácido. (Preparado de Johannis N. Lieberkühn). Microscópio anatômico (Microscópio de dissecação) TAB. I, II, III: Villorum intestinorum tenuium hominisDissertatio Anatomico- Physiologica ... 1745.
  • 13. Georg Christian Reichel (1727-1771) 1758: G. C. Reichel, médico e botânico alemão, colocou caules, com ou sem raízes e flores, em solução, previamente fervida, contendo lascas de tronco de pau-brasil [Caesalpinia echinata, Leguminosae (Fabaceae)] e observou, ao microscópio, as partes que foram penetradas pelo líquido colorido (brasilina), tendo publicado os seus achados na obra De vasis plantarum spiralibus. Classificação segundo a Flora Brasiliensis Família Leguminosae (Fabaceae) George Bentham [Benth.] SubFamília Caesalpinieae Tribo Eucaesalpinieae Gênero Caesalpinia L. Caesalpinia echinata Lam. Referência: Vol 15 Part 2 pag. 66 tab. 22 A Flora Brasiliensis foi produzida entre 1840 e 1906 pelos editores Carl Friedrich Philipp von Martius, August Wilhelm Eichler & Ignatz Urban, com a participação de 65 especialistas de vários países. Contém tratamentos taxonômicos de 22.767 espécies, a maioria de angiospermas brasileiras, reunidos em 15 volumes, divididos em 40 partes, com um total de 10.367 páginas.. http://florabrasiliensis.cria.org.br/opus
  • 14. Sir John Hill (1716/17-1775) = 1770: John Hill, inglês, escritor, crítico teatral, historiador, teólogo, médico e, sobretudo, botânico, observou a preservação (fixação) e o endurecimento de fragmentos, previamente amolecidos, de madeira colocando-os em solução de alúmen e, posteriormente, em solução de etanol. = No estudo de plantas preparou tintura alcoólica de cochonilha (carmim), onde colocou caules de plantas e observou, ao microscópio, os vasos corados pelo carmim nos cortes das partes não diretamente imersas na tintura. = Noutros estudos colocou caules de plantas em solução de acetato de chumbo transferindo-os, após dois dias, para solução aquosa de ouropigmento (ouropimenta = trissulfeto de arsênio) e cal (óxido de cálcio), onde permaneceram por dois dias. Os caules de incolores, ao serem tirados da primeira solução, ficaram castanhos escuros, depois de retirados da segunda solução. Ouropigmento Óxido de cálcio
  • 15. Christian Gottfried Ehrenberg (1795-1876) = 1838: Christian Gottfried Ehrenberg (1795-1876), teólogo, médico, biologista, e micro- paleontologista alemão, tratou cultura de infusórios (Protista; Ciliophora; Ciliata) com solução de índigo (anil) ou carmim e observou que os corantes não penetravam por absorção nos corpos dos animálculos, ficando apenas nos seus “estômagos,” pois acreditava que estes seres microscópicos possuíam órgãos alimentares (Classe Polygastrica). Na realidade o que ele observou corados foram os vacúolos de fagocitose com os grãos dos corantes. = Também descreveu as bactérias, como A.V. Leeuwenhoek. [Ehrenberg, C.G. - Die Infusionsthierchen als volkommene Organismen. Leipzig: L. Voss, 1838].
  • 16. Johann Heinrich Robert Göppert (1800-1884) Ferdinand Julius Cohn (1828-1898) =1849: J.H.R. Göppert, botânico e paleontologista prussiano e F.J. Cohn, microbiologista e botânico prussiano, usaram o carmim e a garança (garancina, alizarina, purpurina, tinturas vermelhas derivadas das raízes de Rubia tinctorum, Rubiaceae [madder root]), no estudo do movimento de rotação do conteúdo (grânulos corados) das grandes células da alga Nitella flexilis (Characeae). Göppert, H.R. & Cohn, F. - Über die Rotation des Zellinhaltes von Nitella flexilis. Botan. Zeitg. 7: 665-673, 681-691, 697-705, 713-719; 1849. J.H.R.Göppert Nitella flexilis
  • 17. Alfonso G. G. Corti (1822-1876) 1851: Alfonso Giacomo Gaspare Corti (1822-1876), médico, cirurgião, anatomista e zoologista italiano, foi o primeiro a usar corante em tecidos mortos (previamente fixados em éter ou álcool), ao estudar o epitélio coclear (ouvido interno), empregando carmim em solução aquosa e alcoólica (1:1), açucarada, tendo notado que os núcleos das células coram-se mais que o citoplasma (Corti, A. – Recherches sur l`organe de l`ouie des mammifères. Z. Wiss. Zool. 3: 109-169, 1851). Pranchas IV & V. Fig. 1 a 12: Cóclea e vestíbulo (fig. 1 a 5); células epiteliais (fig. 6 a 11); corpúsculo ósseo (fig.12). In: Corti, A. – Recherches sur l`organe de l`ouie des mammifères. Zeitschrift für Wissenschaftliche Zoologie, 3: 109-169, 1851. Alfonso G. G. Corti (1822-1876)
  • 18. Theodor Hartig (1805-1880) = 1854: Theodor Hartig, botânico alemão, empregou o carmim como corante para observar a divisão do núcleo celular de Allium porrum (Alliaceae). = Mostrou a afinidade dos grânulos de clorofila (“clorogênio”) pelo carmim; suco de Phytolacca decandra (Phytolaccaceae); goma-guta [gamboge, tintura amarela da resina da árvore Garcinia sp, Clusiaceae (Guttiferae)]; cinábrio/cinabre (sulfeto de mercúrio vermelho); sulfato de cobre; litmus (mistura de corantes aquosos derivados, especialmente, do líquen Rocella tinctorum, entre outros) e tinta de escrever; importando-se em saber como se dá a ação dos corantes. = Concluiu que a clorofila tem função absortiva. Gamboge flowers, 19th century. Credit: KING'S COLLEGE LONDON Caption: Gamboge flowers and fruits. Several different species from the Clusiaceae (Guttiferae) family are shown here. Artwork from Volume 1 of the 1868 edition of 'Illustrations of the natural orders of plants with groups and descriptions‘ by the British botanical illustrator Elizabeth Twining (1805- 1889). Twinning's illustrations were based on observations made in botanical gardens, such as the one at Kew in London. This work was originally published in two volumes in 1849 and 1855, and then republished in 1868. Theodor Hartig (1805-1880)
  • 19. (Cinábrio & Sulfato de Cobre) “Cinábrio (do lat. cinnabrium), cinabre (do lat. cinnabari; do gr. kinnábari) ou cinabrita, vermelhão nativo, são os nomes empregados para o sulfeto de mercúrio II (HgS), o minério de mercúrio comum. O nome grego foi usado por Teofrasto (371a.C−287a.C) e provavelmente foi aplicado a muitas substâncias diferentes. Acredita-se que a palavra vem do persa ‫زینجیفرح‬ (zinjifrah), originalmente significando sangue perdido de dragão.” (http://pt.wikipedia.org/wiki/Cinábrio) Sulfato de cobre
  • 20. (Litmus)= O litmus compreende 10 a 15 diferentes corantes (relacionados com a orceína), solúveis em água, extraídos de vários líquens, especialmente, Roccella tinctoria (Roccellaceae) entre outros (Roccella fuciformis, R. pygmaea, R. phycopsis, R. montagnei, Lecanora tartarea, Variolaria dealbata, Ochrolechia parella, Parmotrema tinctorum, ou Dendrographa leucophaea). = A solução aquosa de litmus em meio ácido é vermelha e em meio básico é azul. = O cromóforo da mistura de litmus é o 7-hidroxifenoxazona. Pó de litmus 1235–1311 c. 1300: Arnaldo de Vilanueva (1235-1311) médico, astrólogo e alquimista espanhol, já empregava o litmus como indicador ácido-básico. Roccella tinctoria
  • 21. (Tinta de Escrever) “O pigmento para a tinta de escrever era cinza de carvão, à qual se adicionava goma ou substâncias metálicas, para lhe dar fluidez e consistência. A noz de galha ou bugalho de carvalho, diluída em vinho e fixada com minerais, era outro pigmento usado no fabrico de tintas na Idade Média.” “Não raro, a tinta, ou algumas das suas componentes, eram importadas. Usava-se tinta preta para o texto, por vezes sépia; a tinta vermelha (rubra) ficava reservada para os títulos de capítulos e para partes do texto a realçar. As outras cores e o ouro eram usadas nas iluminuras e para ornamentar as margens do livro.” (In: Heitlinger, Paulo. Tipografia: origens, formas e uso das letras. Copyright © Paulo Heitlinger, Dinalivro, Lisboa, 2006). noz-de-galha n. substantivo feminino Rubrica: fitopatologia. Cecídio do carvalho, globular ou coroado por formações semelhantes a tubérculos, que se produz por insetos; outrora usado como adstringente e hemostático, devido à alta concentração de tanino, do qual se obtém o ácido gálico; bugalho, galha, galha- de-alepo. Dicionário Eletrônico Houaiss da Língua Portuguesa; 2001. Bugalho ou noz-de-galha do carvalho (Quercus sp, Fagaceae) Two columns. 39 lines. 12th century Latin fragment of a Bible on parchment. This section is 1 Maccabees 9, 29-31; 2 Maccabees 1, 11-23. Probably produced in Germany or Austria. The script is Condensed Carolingian. Decorated initials, Litterae Notabiliores and some text in red. Dates of 1616 and 1674 in ink. Ex libris ink stamp of previous owner: Walter B. Beals
  • 22. Joseph von Gerlach (1820-1896) = 1858: Joseph von Gerlach, médico anatomo- patologista, anatomista, fisiologista e microscopista alemão. = Fez injeção, nos vasos sanguíneos de animais, com solução de carmim, amônia e gelatina e notou que os núcleos celulares coravam-se mais intensamente, que o restante da célula e o interstício. = Descobriu a coloração diferencial ao observar os neurônios e as fibras nervosas em fatias de cerebelo, previamente endurecidas em solução de bicromato de potássio, que foram deixadas, por uma noite, acidentalmente, em solução diluída de carmim, ao invés das soluções concentradas, usualmente empregadas, onde os resultados da coloração eram ruins, levando-o a notar a importância do controle no método de coloração. = Popularizou o uso do carmim, sendo grande incentivador das colorações no estudo microscópico dos tecidos.
  • 23. Carmim: Corante Derivado da Cochonilha = O corante do carmim, o ácido carmínico, constitui 17% a 24% do peso seco do inseto Dactilopius coccus, fêmea (Hemiptera, Dactilopiidae). A sua extração da cochonilha já era conhecida muitos anos antes de Cristo, pelos hebreus, gregos e romanos, assim como pelos astecas e maias no século XV, para uso na tintura de tecidos. = A demanda pelo carmim diminuiu no século XIX, quando surgiu a alizarina, proveniente das raízes da garança [madder root] (Rubia tinctorum, Rubiaceae), e com a produção dos corantes sintéticos. 1774 - O maquiador particular de Maria Antonieta, esposa de Luís XVI, rei da França, desenvolveu nove tonalidades de ruge para a rainha. A cochonilha (corante de cor carmim), retirada do inseto Dactilopius coccus, tornou-se a principal base para o ruge. Dactilopius coccus Opuntia sp (Cactaceae)
  • 24. A GRANDE IMPORTÂNCIA DADA AO CARMIM REFLETE-SE NOS INÚMEROS PESQUISADORES PIONEIROS QUE O EMPREGARAM, COMO CORANTE, EM VÁRIAS TÉCNICAS, POR MUITOS ANOS: J. Hill (1770); C.G. Ehrenberg (1838); Göppert & Cohn (1849); S.G. Osborne (1857); A. Corti (1851); T. Hartig (1854); F. Gerlach (1858); M. Schultze (1865); C. Thiersch (1865); F. Schweiger- Seidel & J. Dogiel (1866); E. Schwartz (1867); L. Ranvier (1868); W. Betz (1872); Woodward (1872, 1882); N. Lieberkühn (1874); W. Flemming (1874); H. Hoyer (1877); H. Obersteiner (1878); H. Grenacher (1879); P. Mayer (1878; 1892); H. Schneider (1880); J. Czokor (1880); J. Orth (1883); B. Rawitz (1899); A. Spuler (1901); F. Best (1906); etc. = Várias técnicas de coloração usam o carmim: Carmim de Best (glicogênio); Mucicarmim de Mayer (mucopolissacarídeos ácidos); Carmalúmen de Mayer (núcleo), etc.
  • 25. (Carmim de Best para glicogênio) Fígado. Glicogênio. Carmim de Best. Fígado. Glicogênio. Carmim de Best. Fígado: Glicogênio. Carmim de Best. 1906: O carmim combinado com sais de potássio deu o método do Carmim de Best, que cora o glicogênio. Corte de fígado. Hepatócitos com glicogênio. Carmim de Best , LM X140. http://dspace.udel.edu:8080/dspace/handle/19716/1982 http://www.corbisimages.com/stock-photo/rights-managed/42-26620511/liver-section-with-glycogen-bests-carmine-stain http://www.udel.edu/biology/Wags/histopage/colorpage/clg/clg.htm http://people.usd.edu/~btimms/web521/Cytology/cyt113a.htm
  • 26. (Mucicarmim de Mayer) Células epiteliais do cólon repletas de mucina. Mucicarmim de Mayer. Punção aspirativa por agulha fina de criptococoma pulmonar mostrando leveduras encapsuladas (Filobasidiella neoformans = Cryptococcus neoformans) positivas para mucina. Mucicarmim de Mayer. http://www.jhsteel.clara.net/histology.html http://cytopathnet.org/tiki-browse_image.php?galleryId=2&imageId=842
  • 27. (Carmim na coloração de helmintos) Trematódeo Pseudorhabdosynochus morrhua Justine, 2008 (Monogenea, Diplectanidae), parasita da garoupa Epinephelus morrhua (Epinephelinae, Serranidae, Perciformes) da Nova Caledônia, Pacífico Sul. Fotografia do holotipo, diapositivo MNHN JNC2453A5. Coloração pelo Carmim. Comprimento total do espécime: 340 µm. Justine, 2008, Systematic Parasitology, 71, 145-158. Trematódeo renal Tanaisia inopina. In: Pinto, R.M. et al.- Primeiro relato de infecção helmíntica natural na codorna- doméstica Coturnix japonica, Temminck & Schlegel (Aves, Phasianidae, Galliformes) na região neotropical. Coloração pelo Carmim. Rev. Bras. Zool., vol.22, no 4, Curitiba, Dec. 2005. Epinephelus morrhua Coturnix japonica
  • 28. Otto Friedrich Rudolf Maschke (1804-1900) = 1859: O. F. R. Maschke, farmacêutico alemão, procurou interpretar a ação dos corantes sob o ponto de vista químico. = Observou que diferentes substâncias químicas, como proteínas e carboidratos, têm diferentes afinidades pelos corantes, corando-se ou não, concluindo, assim, que os corantes poderiam ser empregados para identificar tais substâncias nos exames microscópicos de tecidos animais e vegetais (histoquímica), além de serem úteis como meios contrastantes das estruturas teciduais. = Introduziu o índigo (anil) na coloração histológica.
  • 29. Índigo (Anil) = O corante anil natural (indigotina) por muitos séculos provinha do extrato fermentado das folhas da planta Isatis tinctoria [woad] (Brassicaceae), a qual foi substituída pela planta Indigofera anil (= Indigofera suffruticosa) e Indigofera tinctoria (Fabaceae / Leguminosae), e Persicaria tinctoria (Polygonaceae) na Ásia. = Em 1880 foi sintetizado por Johann Friedrich Wilhelm Adolf von Baeyer (1835-1917), matemático, físico e químico alemão e por Heinrich Caro (1834-1910), químico alemão, a partir do o-nitrobenzaldeído e a acetona adicionados ao hidróxido de sódio diluído ou ao hidróxido de bário ou a amônia. = Usado na tintura de tecidos, pintura, cosméticos, corante alimentar e na medicina (anti-helmíntico, antitérmico). Indigofera anilIsatis tinctoria von Baeyer (1835-1917) Heinrich Caro (1834-1910) Persicaria tinctoria Indigofera tinctoria
  • 30. Pau-Campeche, Madeira-Amarela e Catechu = 1848: John Thomas Queckett (1815– 1861), histologista e microscopista inglês, recomendava carbonizar ou corar os tecidos de plantas com iodo, ou com extratos de Maclura tinctoria (madeira- amarela, old fustic) (Moraceae) (cor caqui) ou de pau-campeche (Haematoxylon campechianum, Leguminosae), de modo a aumentar-lhes o contraste, antes de montá-los em bálsamo. = 1862: Albert Julius Wilhelm Wigand (1821-1886), botânico alemão, realizou extenso estudo, não-microscópico, sobre as propriedades tintoriais dos diferentes tecidos de plantas, experimentando as substâncias corantes, visando o valor comercial das mesmas. Além do corante da cochonilha (carmim) e do extrato de pau-campeche, experimentou extratos de Maclura tinctoria e de Acacia catechu (=Mimosa catechu)(cauchu, catechu) (Leguminosae), entre outros. Maclura tinctoria Acacia catechu Cor caqui Queckett (1815–1861) Wigand (1821-1886) Gilbert Morgan Smith - The Development of Botanical Microtechnique. Transactions of the American Microscopical Society, Vol. 34, No 2. (Apr., 1915), pp. 71-129. Catechu
  • 31. Hematoxilina/Hemateína = A hematoxilina provém do extrato da madeira envelhecida de pau-campeche [logwood], Haematoxylon campechianum (Leguminosae), sendo a substância corante a hemateína, forma oxidada da hematoxilina, descoberta, em 1891, por Paul Mayer (1848-1923). Haematoxylon campechianum http://www.flickr.com/photos/36571160@N07/3543038016/lightbox/
  • 32. Heinrich Wilhelm Gottfried von Waldeyer-Hartz (1836-1921) = 1863: H. W. G. von Waldeyer Hartz, anatomista alemão, foi o primeiro a usar a hematoxilina (extrato completo, aquoso, de pau-campeche) na colora- ção histológica (tecido nervoso), porém sem muito sucesso, por não conhecer a técnica do uso do mordente. Passou, então, a usar extrato de raízes de Alkanna tinctoria (Boraginaceae) [alcanina]. = 1884: Descreveu o tecido linfóide orofaríngeo (anel de Waldeyer). = 1888: Denominou cromossomos as estruturas filamentosas nucleares, basofílicas, coradas por corantes básicos derivados da anilina, provenientes da cromatina descrita por Walther Flemming (1843-1905). = 1891: Ajudou a consolidar a “teoria do neurônio,” dando o nome de neurônio para as células básicas do Sistema Nervoso Central. Boraginaceae - Alkanna tinctoria. From: Darstellung und Beschreibung sämtlicher in der Pharmacopoea Borusica aufgeführten offizinellen Gewächse by Otto Carl Berg & Carl Friedrich Schmidt. Leipzig, Arthur Felix, [1858-1863], 1. edition, volume 3 (plate 24c). Hand- coloured lithograph (sheet 215 x 280 mm). www.meemelink.com Extrato de Alkanna tinctoriahttp://brainmaps.org/index.php?p=screenshotsNeurônios piramidais
  • 33. Franz Böhmer = 1865: Franz Böhmer foi o primeiro a empregar, com sucesso, o método de coloração com hematoxilina sob a forma de alúmen-hematoxilina, ao estudar cortes de cérebro de pacientes com meningite purulenta, pois observou ser o alúmen amplamente usado, como mordente, na indústria de corantes e que o poder corante do pau-campeche ficava evidente na presença de alúmen. [Sol.1: 0,35g de hematoxilina cristalizada + 10 g de etanol absoluto. Sol. 2: 0,1 g de alúmen + 30 g de água destilada] [Böhmer, F. - Zur pathologischen Anatomie der Meningitis cerebromedullaris epidemica. Aerztliches Intelligenz-Blatt (Munchen), 12 (39):539-550, 1865]. = Notou também que os preparados corados em solução de hematoxilina alcoólica, diluida em água, e tratados com ácido crômico, bicromato de potássio, sulfato de cobre e outros sais metálicos, tornam-se azulados (diferenciação). = Muitos passaram a empregar a solução de alúmen-hematoxilina na coloração dos tecidos, cuja fórmula original de Franz Böhmer foi sofrendo modificações, assim como o procedimento de coloração: F. Merkel (1872); A. Arnold (1872); N. Kleinenberg (1879); J. Renaut (1881); Delafield [J. M. Prudden (1885)]; P. Ehrlich (1886); P. Mayer (1880; 1891; 1899); H.F. Harris (1900); G. Clark (1979). Pulmão. Hematoxilina & Eosina. http://en.wikipedia.org/wiki/File:Emphysema_H_and_E.jpg
  • 34. Hematoxilina/Hemateína (sais de metal como mordentes) = Hematoxilina com cromo (mono- ou bicromato de potássio; ácido crômico): F. Böhmer (1865); C. Weigert (1884); M. Flesch (1884); R. Heidenhain (1885); J. Pal (1886); S. Apáthy (1888); G. Platner (1889). = Hematoxilina com cobre (sulfato de cobre): F. Böhmer (1865); E.A. Cook (1879); C. Benda (1891); C. Weigert (1904). = Hematoxilina com ferro: C. Benda (1886; 1893); M. Heidenhain (1892); C. Weigert (1904); A. Weil (1928); G.H. Spooner, C.S. Reed & G. Clark (1980). = Hematoxilina com outros metais: F. Mallory (1891) (ácido fosfomolíbdico); Wolters (1890) (cloreto de vanádio); F. Mallory (1897) (ácido fosfotúngstico); G.W. Gill, J.K. Frost & K.A. Miller (1974) (alumínio).
  • 35. (Hematoxilina - Ácido Fosfotúngstico) Músculo estriado esquelético humano (estriações transversais, secção longitudinal). Fixador de Helly. Hematoxilina-Ácido Fosfotúngstico, A. 612 x; B. 1416 x. Pele. Corte transversal de anexos. Hematoxilina-Ácido Fosfotúngstico. http://www.anatomyatlases.org/MicroscopicAnatomy/Section05/Plate0566.shtml http://www.bris.ac.uk/vetpath/cpl/ptahothr.html
  • 36. (Hematoxilina Férrica / Carmim) Fig. 1. Trematódeos (Classe Monogenea) obtidos da tartaruga de orelha vermelha (Trachemys scripta elegans). (A) Neopolystoma exhamatum (Hematoxilina Férrica de Heidenhain). (B) Polystomoides japonicum (Ácido Carmínico). Barras- Escalas = 1 mm (A) e 500 μm (B). (In: M. Oi; J. Araki; J. Matsumoto & S. Nogami. - Helminth fauna of a turtle species introduced in Japan, the red-eared slider turtle (Trachemys scripta elegans). Research in Veterinary Science, 93(2):826-830, 2012). Fig. 2. Trematódeos (Classe Digenea) obtidos da tartaruga de orelha vermelha (Trachemys scripta elegans). (A) Spirorchis elegans (Hematoxilina Férrica de Heidenhain). (B) Telorchis clemmydis (Ácido Carmínico). Barras-Escalas = 1 mm. (In: M. Oi; J. Araki; J. Matsumoto & S. Nogami - Helminth fauna of a turtle species introduced in Japan, the red-eared slider turtle (Trachemys scripta elegans). Research in Veterinary Science, 93(2):826-830, 2012)). Fig. 6. Entamoeba histolytica, forma hematófaga. Hematoxilina Férrica. Observam-se dois trofozoítas com cariossomos difusamente distribuídos, em meio a grânulos acromáticos, apresentando cromatina densa na periferia, com disposição não-uniforme em relação à membrana nuclear. Trachemys scripta elegans, Emydidae. http://www.atlas-protozoa.com/gallery.php?SOT_CAP=A_HIST#5
  • 37. (Hematoxilina Férrica) Entamoeba histolytica, trofozoíto. Hematoxilina-Férrica (1000 X). 22. Fígado de anfíbio, hematoxilina-férrica. Observe a abundância de grânulos azul-acinzentados, representando as mitocôndrias, no citoplasma dos hepatócitos de anfíbio. As grandes células castanhas contêm pigmento não-presente no fígado humano. Note os cílios em células de epitélio pseudoestratificado cilíndrico ciliado. Hematoxilina-Férrica. 1 – corpos basais dos cílios. 2 – cílios. http://histol.narod.ru/atlas-en/cytol-en.htm http://geiselmed.dartmouth.edu/anatomy/courses/cto/resources/lab2/slide22.php http://thunderhouse4-yuri.blogspot.com.br/2011_03_01_archive.html
  • 38. Eosina = Corante vermelho, fluorescente, derivado da reação do bromo com a fluoresceína: Eosina Y (eosin yellowish, tetrabromofluoresceína) e Eosina B (eosin bluish, dibromodinitrofluoresceína). = 1871: Johann Friedrich Wilhelm Adolf von Baeyer (1835-1917), químico alemão, sintetizou a fluoresceína, aquecendo o anidrido ftálico com resorcinol em solução aquosa. = 1874: Heinrich Caro (1834-1910), químico alemão, sintetizou a eosina. = 1876: Hermann Emil Fischer (1852-1919), químico alemão, promoveu o uso da eosina em soluções aquosa ou alcoólica na coloração de vários tecidos. = 1884: Julius Dreschfeld (1846-1907), patologista alemão, introduziu método de coloração rápido com solução aquosa de eosina nos cortes histológicos, valorizando, especialmente, a coloração do tecido nervoso e a dos tecidos frescos, para fins diagnósticos. = Usualmente a eosina é utilizada como contra- corante junto com a hematoxilina. Fluoresceína Sangue: Eosinófilo. H&E Julius Dreschfeld (1846-1907) von Baeyer (1835-1917) H. E. Fischer (1852-1919) Heinrich Caro (1834-1910)
  • 39. Hematoxilina & Eosina HMJ10920. Pele. Hiperceratose epidermolítica. Hematoxilina & Eosina, 200x (Fotomicrografado por Fernando Colonna Rosman) = O uso da Hematoxilina e Eosina combinadas foi primeiramente publicado por N. Wissozky (1877), F. Busch (1878) e J. Renaut (1879/1881): Wissozky, N. - Ueber das Eosin als Reagens auf Hämoglobin und die Bildung von Blutgefässen und Blutkörperchen bei Säugethier- und Hülinerembryonen. Archiv für Mikroskopische Anatomie. Dreizehnter Band. (13):479-496; 1877. Busch, F. - Über die Doppelfärbung des Ossificationsrandes mit Eosin and Haematoxylin. Archiv für Physiologie; 594–595; 1878. Renaut, J. (Note de M. J. Renaut présentée par M. Bouley) Histologie – Sur l’eosine hématoxylique e sur son emploi en histologie. Comptes Rendue Hebdomadaires des Séances de L’Académie des Sciences; Tome quatre-vingthuitième; janvier-juin 1879; pages 1039-1042. Renaut, J. – Sur le mode de préparation, et l’emploi de l’eosine et de la glycérine hématoxylique en histologie. Archives de Physiologie Normale et Pathologique; Paris; G. Masson, Éditeur; 1881; pages 640-649.
  • 40. Rudolf Peter Heinrich Heidenhain (1834 –1897) = Rudolf P. H. Heidenhain, médico prussiano, fisiologista e microscopista: = 1870: Detectou as células cromafins, coradas em amarelo, na mucosa gástrica tratada com dicromato de potássio. = Propôs o uso de coloração com a hematoxilina- cromo usando-se, como mordentes, o bicromato de potássio (1885) ou o monocromato de potássio (1886). = 1888: Rudolf e Martin Heidenhain, pai e filho, contribuíram com a técnica de Ehrlich-Biondi- Heidenhain (uma aplicação da coloração pelo método “triácido” de Ehrlich em cortes finos de tecidos). = 1892: Seu filho, Martin Heidenhain, propôs a Hematoxilina com sais de ferro como mordente, originando a conhecida Hematoxilina de Heidenhain.
  • 41. Paul Mayer (1848 – 1923) = 1870-1920: Paul Mayer, médico, farmacologista, zoologista e botânico alemão. Foi um dos mais importantes pesquisadores no desenvolvimento, organização, avaliação crítica e sistematização das técnicas de coloração dos tecidos. = Contribuiu com os métodos de coloração usando o carmim e a hematoxilina (carmalúmen, hemalúmen e hemacálcio), e na demonstração das substâncias mucóides pela técnica do ferrocianeto, base dos futuros métodos de C.W. Hale (1946) [Histochemical demonstration of acid polysaccharides in animal tissue. Nature 157: 802, 1946] e de R. D. Lillie & R. W. Mowry (1949) [Histochemical studies on absortion of iron by tissue sections. Bull Int Assoc Med 30: 91-94, 1949]. = Iniciou seus trabalhos nos anos de 1870, quando os materiais eram examinados, não-corados, em água ou em soluções salinas fisiológicas; = As preparações eram montadas em glicerina, cloreto de cálcio ou em solução de Farrant (solução aquosa de goma arábica branca, clara de ovo, fenol, glicerina); = O ácido crômico, a solução de Müller (solução aquosa de bicromato de potássio e sulfato de sódio) e o tetróxido de ósmio atuavam como fixadores e, ou como corantes; = As fórmulas corantes conhecidas empregavam o carmim e a hematoxilina, em procedimentos sem padronização. = 1878: Propôs fórmula do carmim em etanol a 70%, que se mostrou a melhor. Demonstrou que a coloração com carmim é melhor após fixação com ácidos crômico ou ósmico. = Muito contribuiu com a revisão, a melhoria e o aumento do conteúdo do livro de Arthur Bolles Lee – The Microtomist`s Vade-Mecum. A Handbook of the Methods of Microscopic Anatomy. London, Churchill, 1885.
  • 42. Os Primeiros Corantes Sintéticos I = 1300 d.C: A Orceína (litmus) era produzida com o nome de French purple pela oxidação, ao ar, do extrato do líquen Roccella tinctoria, na presença de amônia proveniente da urina fermentada. Na técnica histológica é usada nas colorações do sistema elástico, do antígeno de superfície do VHB, e do cobre associado a proteínas. = 1740: Bergrat Barth, químico alemão, produziu índigocarmim (Saxe blue) pela sulfonação do índigo natural (anil) com ácido sulfúrico. = 1771: Peter Woulfe (1727-1803), mineralogista e químico irlandez, produziu acidentalmente o ácido pícrico, ao tratar o índigo com ácido nítrico. O ácido pícrico foi usado como corante têxtil (seda) a partir de 1840. = 1776: Carl Wilhelm Scheele (1742-1786), farmacêutico sueco, produziu murexida (purpurato de amônio), corante púrpura, a partir de ácido úrico (de cálculo vesical) tratado com ácido nítrico e amônia. = 1818: William Prout (1785-1850), médico inglês, ressintetizou a murexida a partir de urato ácido de amônio de excremento de Boa constrictor (cobra jiboia); sendo introduzida como corante têxtil, por Fritsche, em 1846. W. Prout (1785-1850) Scheele (1742-1786) Woulfe (1727-1803) Aorta. Sistema Elástico. Orceína, 100x Hepatite. HBsAg. Orceína murexida ácido pícrico
  • 43. Os Primeiros Corantes Sintéticos II = 1825: Michael Faraday (1791-1867), físico e químico inglês, descobriu o benzeno num experimento com cilindro contendo gás-óleo de iluminação comprimido. = 1834: Friedlieb Ferdinand Runge (1795-1867), químico alemão, obteve o ácido rosólico (aurina) a partir do alcatrão da hulha (mistura de substâncias aromáticas caracterizada por líquido viscoso castanho escuro ou preto, derivado da destilação destrutiva [queima] do carvão mineral). = 1842: August Laurent (1807-1853), químico francês, obteve o ácido pícrico, corante amarelo, a partir da nitração do ácido carbólico (fenol). = 1845: John Leigh, químico inglês, descobriu o benzeno a partir do alcatrão da hulha. = 1856: William Henry Perkin (1838-1907) sintetizou o corante púrpura de anilina (mauve dye). = 1856: Jakub Natanson (1832-1884), químico polonês, sintetizou a fucsina básica (magenta I), ao observar a ação do cloreto de etileno sobre a anilina. Runge (1795- 1867) Laurent (1807-1853) Natanson (1832-1884) Faraday (1791-1867)
  • 44. Anilina (Fenilamina, Aminobenzeno) = 1826: Otto Unverborden (1806-1873), químico alemão, a partir da destilação destrutiva do índigo natural isolou uma substância incolor, que denominou Cristalina. = 1834: Friedlieb Ferdinand Runge (1795-1867), químico alemão, observou a formação de substância azulada, que chamou de Cianol, pela ação do hipoclorito de sódio sobre a anilina derivada do alcatrão da hulha. = 1839: Nikolay Nikolaevich Zinin (1812-1880), químico russo, através da redução do nitrobenzeno com sulfureto de sódio obteve a substância que chamou Benzidam. = 1841: Carl Julius Fritzsche (1808-1871), farmacêutico e químico alemão, tratou o índigo natural com potassa cáustica (KOH), obtendo um óleo que chamou de Anilina, com base no nome da planta Añil (Indigofera anil), Fabaceae (= Leguminosae). = 1855: August Wilhelm von Hofmann (1818-1892), químico alemão, demonstrou que a Cristalina, o Cianol, o Benzidam e a Anilina são da mesma substância química: Fenilamina (aminobenzeno) ou, simplesmente, Anilina. N.N.Zinin (1812-1880) August Wilhelm von Hofmann (1818-1892) Fritzsche (1808-1871) Unverborden (1806-1873) Runge (1795-1867)
  • 45. Sir William Henry Perkin (1838-1907) =1856: W.H.Perkin, químico inglês, com 18 anos, em laboratório de sua casa, na busca da síntese de quinino a partir do naftaleno, segundo o seu professor A.W. von Hofmann, empiricamente após tratar sulfato de anilina, derivada do alcatrão da hulha, com dicromato de potássio, deu atenção ao precipitado castanho avermelhado escuro, em geral descartado pelos químicos. Tratando o precipitado com metanol (solvente) extraiu o primeiro corante sintético derivado da anilina, que chamou “the mauve” (mauve dye). = Após enviar amostra de seda tingida com mauve para Robert Pullar (Pullar & Sons), importante comerciante de corantes têxteis, obteve entusiástica aprovação das propriedades do novo corante, levando-o a patentear a sua descoberta em 1856. = 1857: Em laboratório montado com o apoio do pai e do irmão, em Greenford Green, próximo de Londres, passou a produzir o novo corante para a indústria. Sir William Henry Perkin, 1892 Artist: by Sir Arthur Stockdale Cope Sir William Henry Perkin, químico inglês, 1906. © Science Museum , London / Science & Society Picture Library. Fotografia que William Henry Perkin tirou de si mesmo, com a idade de 14 anos, quatro anos antes de produzir o primeiro corante sintético (CHF Collections). Fábrica de Perkin em Greenford Green, próximo de Londres. Science Museum, London/ Science & Society Picture Library. Perkin com 22 anos (1860). (Edelstein Collection, Hebrew University).
  • 46. Sir William Henry Perkin (1838-1907) = 1856: O novo corante sintetizado por W. H. Perkin, de cor violeta brilhante (mauve dye, púrpura de anilina) ficou também conhecido como mauveine, nome dado pela empresa francesa responsável pela produção do novo corante na França, devido à flor Malva sp (Malvaceae). = 1857: A Imperatriz Eugênia (Napoleão III) adotou a cor violeta brilhante (mauve) para os seus vestidos. = 1858: A rainha Victoria também usou vestido violeta brilhante no noivado de sua filha. = Assim, foi introduzido na indústria têxtil e nas tipografias, tornando-se o corante da moda. = A rainha Victoria usou um vestido violeta brilhante na International Great Exibition, London, 1862. Mauve dye original de Sir William Perkin. (Courtesy the Science Museum / Science & Society Picture Library). Malva sp
  • 47. APÓS A SÍNTESE DE WILLIAM HENRY PERKIN, MUITOS OUTROS CORANTES FORAM PRODUZIDOS: Os Primeiros Corantes Sintéticos III Safranina (G.Williams, 1859); Verde malaquita (E. Fischer, 1877); Magenta (E. Verguin, 1859); Crisoidina (O.N. Witt, 1877); Violeta de metila (C. Lauth, 1861); Fucsina ácida (H. Caro, 1877); Azul de anilina (Girard & de Lalpe, 1861); Bismark brown R (J.P. Griess, 1878); Anilina WS (Nicholson, 1862); Orange G (H. Baum, 1878); Violeta de Hofmann (A.W. von Hofmann, 1863) Sudan III (Rumf & Grasche, 1879); Bismark brown G (C. Martius, 1865); Auramina O (H. Caro & C. Kern, 1883); Fluoresceína (A. von Bayer, 1871); Violeta cristal (H. Caro & C. Kern, 1883); Verde de metila (C. Lauth & Boubigny, 1871); Azur B (A. Bernthsen, 1885); Eosina (H. Caro, 1874); Rodamina B (Cérésole, 1887); Crisoidina (H. Caro, 1875); Pironina G (Bender, 1889); Tionina (C. Lauth, 1876); Amarelo de acridina (Bender, 1889); Azul de metileno (H. Caro, 1876); Laranja de acridina (Bender, 1889); etc
  • 48. OS CORANTES SINTETIZADOS A PARTIR DA DESCOBERTA DO VIOLETA DE ANILINA DE PERKIN (1856 – 1930) Shreve, R.N. & Brink Jr., J.A. – Indústria de Processos Químicos. 4a ed.; Rio de Janeiro, Guanabara Dois, 1980. pág. 853.
  • 49. Os Corantes Sintéticos na Histologia I = 1862: Friedrich Wilhelm Beneke (1824-1882), médico alemão, foi o primeiro a usar, na histologia, corante que chamou “lilac anilin” [lilás de anilina, violeta de anilina, púrpura de anilina, “purpurina,” ou púrpura de Tyrian (púrpura-de-Tiro)]. = 1863: Heinrich W. G. von Waldeyer Hartz (1836-1921), anatomista alemão, empregou vários corantes sintéticos, derivados da anilina, em cortes do SNC: rosanilina (vermelho de anilina), azul Paris (azul de anilina) e anileína (provavelmente “lilac anilin,” corante violeta resultante da oxidação da anilina). = 1865: E. Onimus descreveu a utilização da fucsina básica nos seus estudos in vivo (primeiro uso como corante vital) e microscópicos. = 1869: Jakob Ernst Arthur Böttcher (1831-1889), patologista alemão, introduziu o princípio da diferenciação com álcool (etanol), após a coloração com rosalinina ou carmim. = 1875: Victor André Cornil (1837-1908), patologista francês, foi o primeiro a observar o efeito metacromático nos tecidos corados com “metil violeta de anilina.” = 1876: Hermann Emil Fischer (1852-1919), químico alemão, promoveu o uso da eosina na coloração de vários tecidos, empregando soluções aquosas ou alcoólicas.H. E. Fischer (1852-1919)V. A. Cornil (1837-1908) Böttcher (1831-1889) H.W.G. von Waldeyer Hartz (1836-1921) F.W. Beneke (1824-1882) Osso de porco, não-descalcificado, incluído em resina – Fucsina Básica-Azul de Metileno.
  • 50. Os Corantes Sintéticos na Histologia II = As duplas colorações (combinadas) foram logo surgindo: • E. Schwartz (1867): Carmim amônio & Ácido pícrico; • L. Ranvier (1868): Carmim + Ácido pícrico (Picrocarmim); • L. Jullien (1872): Índigocarmim & Ácido pícrico; • Von Gerlach (1872): Hematoxilina & Ácido pícrico; • Z.J. Strelzoff (1873): Carmim & Hematoxilina; • W.H. Poole (1875): Hematoxilina & Azul de anilina; • M. Duval (1876): Carmim & Azul de anilina; • A. Wissowzky (1876): Hematoxilina & Eosina; • M. Lavdovsky (1877): Ácido pícrico & Eosina; • E. Calberla (1877): Eosina & Verde de metila (mistura); • P. Schiefferdecker (1878): Eosina em combinação com: “dahlia” (fucsina básica + violeta de metila), violeta de metila, verde metila, etc.
  • 51. Os Corantes Sintéticos na Histologia III =1877-1891: Paul Ehrlich (1854-1915), médico alemão, fez estudo sistemático de vários corantes sintéticos na coloração dos tecidos (safranina, fucsina básica, fucsina ácida, violeta de metila, rosanilina, pararosanilina, tionina). = 1882: Paul Ehrlich corou seletivamente os mastócitos com “dahlia” (“monofenil- rosanilina,” segundo Paul Ehrlich). = 1886: H. Griesbach foi o primeiro a usar o Vermelho Congo na coloração histológica (axônios). = 1891: Paul G. Unna (1850-1929), médico dermatologista alemão, propôs três formulações diferentes no uso de azul de metileno nas colorações diferenciais de mastócitos e plasmócitos. = 1896: Lamberto Daddi, fisiologista italiano, incluiu Sudan III na dieta de pássaros e observou seus tecidos adiposos corados em laranja escuro, assim como os cortes teciduais corados com Sudan III. = 1899: Artur Martin Pappenheim (1870-1916), médico hematologista alemão, introduziu a combinação dos corantes verde de metila e pironina (proposta por P. Ehrlich & A. Lazarus, 1898) na coloração dos linfócitos (sangue). O método de Pappenheim, além de ser útil em corar os mastócitos, os plasmócitos, e o gonococo (Neisseria gonorrhoeae, em esfregaços de pus), tornou-se a base de muitos estudos citológicos e histológicos, incluindo a histoquímica do RNA e do DNA. = 1901: Leonor Michaelis (1875-1949), médico, bioquímico e físico alemão, discutiu os princípios da coloração das gorduras e a química dos corantes solúveis em óleo. Empregou o Sudan IV (scarlet R), com melhores resultados, para corar os lipídeos. Descobriu que o Verde Janus B é corante supravital para as mitocôndrias. Paul Ehrlich (1854-1915) Pappenheim (1870-1916) Michaelis (1875-1949)
  • 52. [VERMELHO CONGO, SUDAN IV & VERDE DE METILA–PIRONINA (PAPPENHEIM)] Corte por congelação de fígado corado com Sudan IV, corante lipossolúvel, que tinge de vermelho alaranjado as gorduras neutras no citoplasma dos hepatócitos. 500x. Degeneração adiposa hepática (esteatose). Sudan IV. Sangue. Detalhe de células leucêmicas. Coloração de Pappenheim. Sangue. Streptococcus pyogenes, Coloração de Pappenheim. Córtex de adrenal com depósitos de amilóide. Vermelho Congo. Amiloidose cardíaca senil. Vermelho Congo. http://library.med.utah.edu http://en.wikipedia.org https://picasaweb.google.com/lh/photo/WRWf1JjbpKJS7d-JCd7bfw http://scienceline.org/2006/09/health-fiore-cordblood/ http://en.wikipedia.org/wiki/Rheumatic_fever http://escuela.med.puc.cl
  • 53. Os Corantes Sintéticos na Histologia IV = 1880: A Dr Georg Grübler & Company (Leipzig) ocupou-se na produção de corantes de qualidade para o estudo em biologia, o que muito contribuiu para novos avanços. = A partir dos anos de 1880 colorações combinadas triplas foram surgindo, como a mistura “triácido” de Ehrlich (verde de metila, fucsina ácida e orange G) e a tripla coloração de Flemming (safranina, violeta de Genciana e orange G). = 1944: N. H. Haddock & Wood descobriram a ftalocianina Alcian Blue 8GX, a qual foi introduzida na coloração histológica de mucinas ácidas por H.F. Steedam (1950) [Steedman, H.F.- Alcian blue 8GS; a new stain for mucin. Q. J. Microsc. Sci. 91: 477-479, 1950]. = 1953: Heinrich Klüver & Elizabeth Barrera empregaram a ftalocianina Luxol Fast Blue MBS para corar a mielina em cortes do sistema nervoso. Esôfago de Barret. Metaplasia intestinal. Células caliciformes com mucina corada em azul. Alcian Blue. Cérebro. Esclerose múltipla. Área de desmielinização. Luxol Fast Blue. (Kluver & Barrera). Heinrich Klüver, neuroanatomista e psicólogo alemão (1897-1979) http://en.wikipedia.org/wiki/Alcian_blue_stain http://pl.wikipedia.org
  • 54. (Alcian Blue) Intestino Delgado. Células caliciformes com mucina corada em azul pelo Alcian Blue. http://www.leica-microsystems.com
  • 55. (Coloração de Klüver & Barrera para Lipofuscina) A Coloração pelo método de Klüver & Barrera utiliza os corantes Luxol Fast Blue e Violeta de Cresila e um componente especial que é absorvido pelo pigmento de desgaste lipofuscina, que se acumula no corpo celular dos neurônios, corando-o em azul. Medula Espinhal Canina, 200x e 400x http://www.vetmed.vt.edu/education/curriculum/vm8054/labs/lab2/examples/exkluvbarr.htm
  • 56. Paul Gerson Unna (1850 – 1929) = P. G. Unna, médico dermatologista alemão, excepcional clínico e histopatologista, desenvolveu métodos engenhosos e originais de coloração no estudo das doenças dermatológicas, descrevendo as suas etiologias e os seus aspectos biológicos, microbiológicos, químicos, fisiológicos e histopatológicos, em livros-textos e em pouco mais de 1.000 artigos e ensaios publicados. = 1875: Com o uso do ácido ósmico e do picrocarmim descreveu os diferentes estratos da epiderme, identificando o mais profundo, que chamou estrato basal, como o responsável pela regeneração da epiderme. = 1887: Identificou os mastócitos, como células presentes no tecido conjuntivo, descrevendo os seus grânulos citoplasmáticos, como sendo fortemente oxidantes, ácidos, e metacromaticamente corados, em vermelho, com a sua técnica do azul de metileno policromático alcalino (K2CO3), e relacionou-os com a lesão de pele conhecida como Urticária Pigmentosa. = 1891: O interesse no estudo das reações químicas de oxidação e de redução, testadas com diferentes reagentes químicos nos tecidos vivos, permitiu-lhe descobrir os plasmócitos empregando a coloração com a sua técnica do azul de metileno policromático alcalino e posterior descoloração com glicerina-éter. = 1902: Propôs modificação no método de Pappenheim, com adição de glicerol à solução de fenol, surgindo o método do “verde de metila-pironina de Pappenheim- Unna,” com ótimos resultados na coloração dos plasmócitos, entre muitas outras aplicações. = 1928: Deu importantes contribuições no estudo histoquímico publicando livro sobre a histoquímica da pele (Unna, P. G. - Histochemie der Haut. - Leipzig & Wien: F. Deuticke; 1928; 163 pp).
  • 57. As colorações em microbiologia I = 1869: H. Hoffmann empregou soluções de fucsina ou de carmim para corar bactérias provenientes de líquidos. = 1874: Carl Weigert (1845-1904), médico patologista alemão, primo de Paul Ehrlich, corou bactérias, em lesões provenientes de tecidos humanos ou de animais, usando procedimentos com carmim, hematoxilina- alúmen, violeta de metila, violeta de Gentiana (pararosanilina, violeta cristal), Bismark brown, etc, procurando experimentar os métodos de coloração já em uso na técnica histológica. = 1877: Carl Julius Salomonsen af Marius Christensen (1847-1924), bacteriologista dinamarquês, descobriu ser o sulfato de rosanilina excelente para corar bactérias de sangue putrefeito. = 1881: Paul Ehrlich (1854-1915), médico alemão, foi o primeiro a usar o azul de metileno para corar bactérias, defendendo os corantes básicos como os ideais. Christensen (1847-1924) Carl Weigert (1845-1904) Paul Ehrlich (1854 -1915)
  • 58. As colorações em microbiologia II = 1882: Heinrich Hermann Robert Koch (1843- 1910), médico bacteriologista alemão, adotou o procedimento de corar as bactérias presentes em líquidos através de esfregaços em lâminas, fixados a seco e, posteriormente, corados com derivados da anilina, apontando a violeta de metila e a fucsina, em soluções aquosas, como os melhores. = H. H. R. Koch corou o bacilo da tuberculose (Mycobacterium tuberculosis) com solução alcoólica alcalina (hidróxido de potássio a 10%) de azul de metileno e contracoloração com solução aquosa concentrada de vesuvina (Bismark brown). = 1882: Paul Ehrlich (1854-1915), médico alemão, observou que os bacilos da tuberculose corados com solução alcoólica concentrada de violeta de metila (ou de fucsina), diluida em solução aquosa de anilina e, posteriormente, tratados com solução forte de ácido clorídrico, não ficavam descorados. = 1881: Albert Ludwig Sigesmund Neisser (1855- 1916), médico alemão, já tinha feito observações semelhantes às de Paul Ehrlich com relação ao Mycobacterium leprae.Neisser (1855-1916) Ehrlich (1854-1915) Koch (1843-1910) The Koch`s bacillus presentation case and culture tubes. Microbiology, 149: 3213-20, 2003 The acid-fast staining of M. tuberculosis from the glass culture tubes containing Koch`s isolates.100x Microbiology, 149: 3213-20, 2003
  • 59. As colorações em microbiologia III = 1882: Franz Ziehl (1857-1926), médico bacteriologista alemão, substituiu, no método de Ehrlich, a solução aquosa de anilina pelo fenol, na sua solução de violeta de metila (carbolvioleta de metila) para corar os bacilos da tuberculose. = 1883: Friedrich Carl Adolf Neelsen (1854-1898), médico patologista alemão, substituiu no método de Ziehl o carbol- violeta de metila pelo carbolfucsina (fucsina básica, em etanol absoluto e solução aquosa de fenol a 5%). = 1884: Friedrich August Johannes Loeffler (1852-1915), médico bacteriologista alemão, propôs uma solução de hidróxido de potássio mais diluída no preparo da solução alcalina de azul de metileno do método de Koch, conseguindo melhores resultados na coloração do bacilo da difteria. A sua proposta passou a ser empregada nas colorações bacteriológicas em geral. = 1884: Hans Christian Joachim Gram (1850-1938), médico, farmacologista e bacteriologista dinamarquês, aplicou solução de Lugol em cortes de pulmão (pneumonia lobar) corados com violeta de Gentiana, tendo observado, após imersão em etanol, a descoloração dos tecidos e a dos cocos encapsulados, mantendo-se corados, em violeta escuro, os cocos sem cápsula. Com o mesmo método observou a descoloração da bactéria do Tifo (Rickettsia sp). Seu método sofreu várias modificações.Gram (1850-1938) Coloração de Gram para Staphylococcus aureus (cocos Gram positivos, azuis) e Escherichia coli (bacilos Gram negativos, róseos). Loeffler (1852-1915) Neelsen (1854-1898) Linfadenite. M. tuberculosis . Ziehl-Neelsen. 1000x (HMJ 04-953) Corynebacterium diphtheriae. Azul de Metileno.
  • 60. (Método de Ziehl-Neelsen) 1882: H. H. Robert Koch (1843-1910), médico bacteriologista alemão, usou solução alcalina de azul de metileno para corar o bacilo da tuberculose, com contracoloração com Bismarck brown. No mesmo ano, Paul Ehrlich (1854-1915), médico alemão, modificou o método de Robert Koch ao usar uma mistura de cerca de 11 ml de solução alcoólica concentrada de violeta de metila (ou fucsina) em 100 ml de solução aquosa de anilina a 5%. 1883: Franz Ziehl (1857-1926), médico bacteriologista alemão, substituiu a solução aquosa de anilina, do método de Ehrlich, por solução de fenol (ácido carbólico), na sua solução de violeta de metila, passando o corante primário a ser um carbolvioleta de metila. No mesmo ano, Friedrich C. A. Neelsen (1854-1898), médico patologista alemão, substituiu no método de Ziehl, o violeta de metila pela fucsina básica, surgindo o corante carbolfucsina. = Nestas atividades, Paul Ehrlich e Friedrich C. A. Neelsen desenvolveram tuberculose, que levou à morte C. A. F. Neelsen, com a idade de 44 anos. HMJ04953. Linfadenite. M. tuberculosis. Ziehl-Neelsen,1000x (Fotomicrografados por Fernando Colonna Rosman, HMJ-SAP)
  • 61. (Coloração de Gram) = 1884: Hans Christian Joachim Gram (1853-1938), médico, farmacologista e bacteriologista dinamarquês, aplicou solução de Lugol em cortes de pulmão (pneumonia lobar) já corados com violeta de Gentiana e, após imersão em etanol, notou a descoloração dos tecidos e a não-descoloração dos cocos sem cápsula. Fez contracoloração com solução diluída de vesuvina. Jean Guillaume Auguste Lugol (1786-1851) médico francês, desenvolveu a solução de Lugol (solução aquosa de iodo-iodeto de potássio), em 1829, para tratar os pacientes com escrófula (linfadenite tuberculosa). Coloração de Gram de líquido céfalorraquidiano mostrando leucócitos e Bacillus anthracis. In: Emerging Infectious Diseases, Vol. 7, No 6, 2001. Staphylococcus aureus. Coloração de Gram. Escherichia coli. Coloração de Gram. Gram (1853-1938) Lugol (1786-1851) Streptococcus pneumoniae de cultura de sangue. Coloração de Gram. CDC. http://wwwnc.cdc.gov http://www.path.cam.ac.uk http://www.path.cam.ac.uk http://textbookofbacteriology.net/S.pneumoniae.html
  • 62. As colorações em microbiologia IV = Cheslav Ivanovich Chenzinsky (1851-1916), médico polonês, em 1888, e Friedrich Plehn (1862-1904), médico alemão, em 1890, propuseram diferentes proporções nas misturas de eosina com azul de metileno para corar o Plasmodium sp. = 1891: Ernst Malachowski (1857-1934), médico polonês, identificou o núcleo do Plasmodium sp empregando mistura de eosina com alúmen-hematoxilina ou com bórax-azul de metileno. = 1891: Dmitri Leonidovich Romanowsky (1861-1921), médico russo, seguindo o método de Chenzinsky, usou solução antiga (2 a 9 meses), embolorada, oxidada, de azul de metileno, misturada com menos eosina, na identificação do parasita da Malária (Plasmodium sp), com ótimo resultado. Malachowski (1857-1934) Chenzinsky (1851-1916) Plasmodium falciparum (formas em anel) no sangue. Romanowsky (1861-1921)
  • 63. As colorações em microbiologia V = 1899: Louis Jenner (1866–1904), médico inglês, preparou solução de metanol com eosinato de azul de metileno, servindo como fixadora e, após diluição com água, como meio de coloração, duplicando os efeitos corantes em comparação com o método de Chenzinsky. = 1902: James Homer Wright (1869-1928), médico patologista norte-americano, fez modificação no método de Romanowsky, usando eosina Y, azur B e azul de metileno, e metanol como fixador, com aplicação nas distensões sanguíneas e de medula óssea, além da coloração dos cromossomos, etc. = 1902: Richard May (1863-1936) & Ludwig Grünwald (1863-1927), médicos alemães, fizeram pequenas modificações na fórmula de Jenner: eosina e azul de metileno não- oxidados (eosinato de azul de metileno). Sangue. Neutrófilos. Método de Wright. 1000x. May (1863-1936) Medula óssea (aspirado): Mieloma Múltiplo. Plasmócitos, leucócitos e hemácias. Método de May-Grünwald. http://sv.wikipedia.org http://sun025.sun.ac.za/
  • 64. As colorações em microbiologia VI = 1901-1902: William Boog Leishman (1865-1926), médico patologista escocês, propôs modificação do método de Romanowsky ao usar mistura de azul de metileno (vários azures desmetilados) com metanol e eosina, surgindo a Coloração de Leishman, com ótima diferenciação das células nas distensões sanguíneas e da medula óssea e na identificação dos protozoários parasitas, Plasmodium sp, Trypanosoma sp, etc. = 1902-1904: Gustav Giemsa (1867-1948), farmacêutico e bacteriologista alemão, melhorou as formulações anteriores (Romanowsky), padronizando as soluções corantes (azul de metileno, azur B e eosina Y) e acrescentando glicerol, surgindo, assim, a Coloração de Giemsa empregada no estudo histopatológico das doenças linfo-hematopoéticas e de parasitoses (Plasmodium sp, Trypanosoma sp, Leishmania sp, Histoplasma sp), estudos citogenéticos (cromossomos, idiograma), coloração de mastócitos, etc. Giemsa (1867-1948) Leishman (1865-1926) Distensão sanguínea, corada pelo método de Giemsa, mostrando trofozoítos em forma de anel e gametócitos de Plasmodium falciparum . O corante Giemsa na realidade é mistura de azur II (mistura equimolar de azur I e azul de metileno) e eosinato de azur II (corante formado pela combinação equimolar de azur I, azul de metileno e eosina amarelada). Sangue. Método de Leishman. Cromossomos. Giemsa http://englishclass.jp/reading/topic/Giemsa_stain 1912: Artur Martin Pappenheim (1870- 1916) introduziu seu “método universal panóptico,” de coloração sanguínea, corando primeiro com a técnica de May- Grünwald e, após, com a de Giemsa.
  • 65. (Wright, Romanoswky, May-Grünwald & Giemsa) PAAF. Carcinoma papilar de tireóide. Método de Romanowsky. Aspirado de medula óssea com hiperplasia de células blásticas mielóides. Método de Wright, 40x. Macrófagos alveolares, x 1000. Lavado alveolar humano. May Grünwald-Giemsa. (De: Pr. Bernaudin, Chef du service d'Histologie, Biologie tumorale de l'hôpital Tenon, Paris-France). HMJ10799 Mastocitose cutânea (urticária pigmentosa). Método de Giemsa, 400X. (Fotomicrografado por Fernando Colonna Rosman. HMJ-SAP). http://www.islh.org http://www.papsociety.org http://www.edu.upmc.fr
  • 66. A COLORAÇÃO CITOLÓGICA I = 1875−1895: As descobertas sobre a célula, a mitose, a fertilização, a herança genética, o desenvolvimento embrionário, impulsionaram-se com a melhoria dos microscópios (Ernst Karl Abbé, 1840-1905, físico, óptico alemão & Friedrich Otto Schott, 1851-1935, mineralogista, químico e físico alemão, da Zeiss/Jena). = Inicialmente a fixação apropriada dos tecidos foi se estabelecendo simultaneamente com o processo de coloração: picrocarmim, acético- carmim, acético-verde de metila, os quais também foram empregados nas pesquisas citológicas iniciais. = Com a necessidade de realizarem-se cortes mais finos dos tecidos, a fixação passou a ser feita separadamente da coloração, surgindo as técnicas de infiltração e emblocamento em celoidina e parafina, cortes em micrótomos mais aperfeiçoados [Minot, Pfeifer, Whitman, Mark, Anders, Giesbrecht e Mayer (séc. XIX)], técnicas de coloração mais apuradas, e meios de montagem das lâminas em resinas (bálsamo do Canadá e goma Damar), ao invés de em glicerina ou óleo de cravo-da-Índia.
  • 67. (GOMA DAMAR, BÁLSAMO DO CANADÁ & ÓLEO DE CRAVO-DA-ÍNDIA) = Goma Damar : Resina extraída das árvores Shorea sp (Shorea wiesneri) e Hopea sp (=Balanocarpus sp) da família Dipterocarpaceae. [damar (do malaio) = resina]. = Bálsamo do Canadá: Resina extraída da árvore Abies balsamea (Pinaceae). Andrew Pritchard (1804- 1882), biólogo, óptico e microscopista inglês, em 1835 publicou sobre o método de montagem com bálsamo do Canadá. = Óleo de cravo-da-Índia: Extraído da árvore Syzygium aromaticum (Myrtaceae). Inicialmente (1865) usado na clarificação por Georg Eduard von Rindfleisch (1836-1908), médico anatomopatologista e histologista alemão. Goma Damar Bálsamo do Canadá Shorea sp Abies balsamea Cravo-da-Índia Syzygium aromaticum Hopea sp (= Balanocarpus sp) von Rindfleisch (1836-1908) A. Pritchard (1804-1882)
  • 68. A COLORAÇÃO CITOLÓGICA II = 1865: Max Johann Sigismund Schultze (1825-1874), anatomista e microscopista alemão, empregou ácido ósmico em seus estudos do protoplasma (“A célula é uma pequena massa de protoplasma nucleado”). = 1876: Wilhelm August Oskar Hertwig (1849-1922), anatomista, embriologista e zoologista alemão, empregou o carmim no estudo da fertilização do ovo de ouriço do mar. = 1879: R. Grützner & H. Menzel demonstraram as células enterocromafins duodenais pela fixação com ácido ósmico. = 1883: Édouard Joseph Louis Marie Van Beneden (1846-1910), biólogo, embriologista e citologista belga, utilizou o carmim no estudo da fertilização, clivagem e maturação do ovo de Ascaris sp. = 1887: Theodor Heinrich Boveri (1862-1915), biólogo alemão, aplicou o carmim nos estudos das divisões celulares de Ascaris megalocephala, descobrindo no uso da mistura carmim-ácido acético de Friedrich Anton Schneider (1831-1890) melhores resultados. Schultze (1825-1874) Boveri (1862-1915) Divisões celulares de A. megalocephala Van Beneden (1846-1910) Hertwig (1849-1922) Schultze (1825-1874)
  • 69. A COLORAÇÃO CITOLÓGICA III = 1886: Carl Benda (1857-1932), anatomopatologista alemão, propôs a hematoxilina-férrica utilizando sulfato férrico de amônio como mordente, antes de usar a solução amadurecida de hematoxilina. Entamoeba histolytica, forma hematófaga. Hematoxilina-Férrica. Richard Altmann (1852-1900) Carl Benda (1857-1932) = 1891: Carl Benda estabeleceu a coloração citológica com safranina e light green SF yellowish. = 1901: Carl Benda introduziu a técnica da alizarina-sulfonato de sódio e violeta cristal (violeta de Gentiana) na coloração da mitocôndria, termo criado por ele, em substituição ao nome “bioblasto” dado por Richard Altmann (1852-1900), médico patologista e histologista alemão, que descreveu as mitocôndrias como pequenos grânulos no protoplasma celular, com autonomia metabólica e genética (1890). Altmann estabeleceu a coloração com ácido pícrico, anilina e fucsina para corar as mitocôndrias. www.atlas-protozoa.com
  • 70. Paul Ehrlich (1854-1915) = 1877/79: Paul Ehrlich, médico alemão, reconheceu a diferença, química e histológica, entre os corantes ácidos [aniônicos] e básicos [catiônicos]: Ao corar lâminas com sangue notou que os ácidos coram as hemácias, os grânulos dos eosinófilos e o citoplasma, e que os básicos coram os núcleos e os grânulos dos mastócitos e o citoplasma dos linfócitos. Na busca de um corante neutro (fucsina ácida + azul de metileno), que servisse para todas as estruturas, descobriu os grânulos violeta-escuros dos leucócitos polimorfonucleares neutrófilos. Nestes estudos deu os nomes aos leucócitos. = 1879: Desenvolveu a mistura dos corantes verde de metila com fucsina ácida e orange G (“triácido”de Ehrlich), que lhe permitiu descobrir os mastócitos. = 1881: Introduziu, como corante bacteriológico, o azul de metileno. = 1882: Observou as propriedades ácidorresistentes do bacilo da tuberculose, desenvolvendo método de coloração com a fucsina básica ou violeta de metila. = 1882: Empregou o corante fluorescente uranina (sal de sódio da fluoresceína) para determinar a via de secreção do humor aquoso no olho. = 1885: Descreveu o fenômeno da metacromasia nos grânulos dos mastócitos, na matriz da cartilagem, no amilóide e no muco, utilizando coloração com tionina. = 1886: Descobriu que os nervos podem ser corados pela injeção de azul de metileno nos vasos sanguíneos dos animais vivos (coloração vital).
  • 71. WALTHER FLEMMING (1843-1905) = Walther Flemming, médico e anatomista alemão, promoveu avanços nas técnicas de coloração e de fixação: = 1875: No estudo do ovo de Anodonta sp (Mollusca, Bivalvia, Unionidae) empregou carmim-glicerina e fixação em bicromato de potássio ou em ácido pícrico. = 1877: Nos estudos do núcleo celular (cromatina e cariosssomos, mitose) utilizou a coloração com fucsina e diferenciação com etanol [método de E. Hermann (1875)] e a safranina. = 1879: Aberto a mudanças, defendeu a fixação com ácido crômico, ao invés de bicromato de potássio, pondo em prática a fixação com a mistura de ácido crômico e ácido ósmico estabelecida por Max Flesch (1852-1943) médico, anatomista, histologista e embriologista alemão. = 1879: Nomeou cromatina a substância nuclear corada pelos corantes básicos e denominou mitose a divisão celular. = 1882: Melhorou a mistura fixadora de Flesch, acrescentando ácido acético, o que lhe permitiu obter ótimos resultados na fixação citológica. = 1891: Propôs a tripla coloração com safranina, violeta de Gentiana e orange G (coloração de Flemming) para o estudo citológico da mitose; método também usado na citologia botânica. Ilustrações de W. Flemming - Zellsubstanz, Kern und Zelltheilung (Cell substance, Nucleus and Cell division; 1882)
  • 72. SOMENTE COM A INVENÇÃO E A MELHORIA DO MICROSCÓPIO ÓPTICO É QUE HOUVE IMPULSO NO USO DE CORANTES ... = 1284: Salvino D'Armato degli Armati (c. 1258- 1312), italiano, inventou os primeiros óculos. = 1590: Johannes e Zacharias Janssen (1588-1631) (pai e filho) holandeses, fabricantes de óculos, inventaram o primeiro microscópio composto, com duas lentes adaptadas em um tubo. = 1609: Galileu Galilei (1564-1642) adaptou sua luneta para exames microscópicos, desenvolvendo um microscópio composto com uma lente côncava e uma convexa. = 1665: Robert Hooke (1638–1703) inventou um microscópio composto com três lentes, e publicou o primeiro livro sobre microscopia (Micrographia). = 1673: Antoni van Leeuwenhoek (1632–1723) inventou um microscópio simples, com uma lente, que permitia imagens melhores que as com aberrações esféricas e cromáticas observadas nos microscópios compostos já existentes em sua época. Microscópio composto de Johannes & Zacharias Janssen, 1590. Galileu Galilei (1564-1642) Microscópio de Robert Hooke National Museum of Health and Medicine. Walter Reed Army Medical Center. Maio 2005 Salvino D'Armato Leeuwenhoek (1632–1723) Microscópio de Leeuwenhoek Robert Hooke (1638–1703) Microscópio Galileu Galilei
  • 73. ... E NO DESENVOLVIMENTO DAS TÉCNICAS DE COLORAÇÃO. = Séc. XVII (fins): Christiaan Huygens (1629- 1695), matemático, astrônomo, físico e horologista holandês, inventou um sistema óptico simples, com duas lentes corrigidas acromaticamente. = 1729/1733: Chester Moor Hall (1703-1771), advogado e inventor inglês, desenvolveu as primeiras lentes acromáticas para serem usadas em um telescópio. = 1826: Joseph Jackson Lister (1786-1869), enólogo, óptico e físico amador inglês, inventou a primeira lente acromática para microscópio. = 1860: Ernst Karl Abbé (1840-1905), físico e optometrista alemão, Friedrich Otto Schott (1851-1935), químico alemão, e Carl Zeiss (1816-1888), matemático, físico, mineralogista e óptico alemão, fundaram a óptica microscópica moderna; sendo desenvolvidos microscópios de alta qualidade na Carl Zeiss/Jena (F. O. Schott desenvolveu o vidro borossilicato). Abbé 1840-1905 Schott (1851– 1935) Zeiss (1816-1888) Joseph Jackson Lister e seu microscópio, feito por William Tulley, London, England, 1826. Huygens (1629-1695) http://histoptica.files.wordpress.com/2011/10/microscopio-carl-zeis-jena_1897.jpg
  • 74. MELHORES MICROSCÓPIOS EXIGIRAM APERFEIÇOAMENTO NOS MÉTODOS DE FIXAÇÃO... = 1864: Max Johann Sigismund Schultze (1825-1874), biologista alemão, difundiu o uso do tetróxido de ósmio na técnica histológica, como fixador e para impregnar em negro a gordura e o aparelho reticular interno de Golgi. = 1889: August Trillat (1861-1944), químico e biólogo francês, descobriu o poder antisséptico do formol (formaldeído). Em 1891 depositou uma patente descrevendo sobre as propriedades do formol (formaldeído) na conservação de peças anatômicas animais e vegetais. = 1893: Ferdinand Blum (1865-1959), médico alemão, publicou sobre as propriedades antissépticas e endurecedoras do formol (formaldeído), adotando, para uso, a diluição da solução aquosa de formol (formaldeído ~ 40%) na proporção de 1:10. Em 1894 fez publicação sobre a ação fixadora (preservadora) do formol; introduzindo-o na técnica histológica com o aval de Carl Weigert (1845-1904), que examinou cortes histológicos de vários órgãos fixados em formol e corados com hematoxilina, ou outros corantes, derivados da anilina, que Ferdinand Blum lhe apresentou. = 1894: Friedrich Albert von Zenker (1825–1898), patologista alemão, associou o bicloreto de mercúrio ao bicromato de potássio e ao ácido acético, surgindo a solução fixadora de Zenker, ótima para o estudo dos detalhes celulares. = 1897: Paul Bouin (1870-1962), histologista francês, associou o ácido pícrico ao ácido acético e ao formol, surgindo a solução fixadora de Bouin. = 1904: K. Helly modificou a fórmula de Zenker, substituindo o ácido acético pelo formol. = 1905: Louis Brasil (1865-1918), zoologista francês, substituiu a água da solução de Bouin pelo álcool, surgindo a solução de Bouin alcoólico ou líquido de Duboscq-Brasil, rápido fixador, introduzido na anatomia patológica por Claude Louis Pierre Masson (1880-1959), patologista francês.Paul Bouin (1870-1962) Trillat (1861-1944) Zenker (1825–1898) Schultze (1825-1874) Blum (1865-1959)
  • 75. ... E NOS CORTES DOS TECIDOS DE PLANTAS ... “Máquinas de cortar vegetais” 1835: Micrótomo de Andrew Pritchard 1775: Máquina de cortar vegetais, para estudo microscópico, de Mr. Custace (Thornton, 1799). 1770: Máquina de cortar de George Adams Jr. 1770: Micrótomo de Alexander Cummings. Smith, G.M. - The Development of Botanical Microtechnique. Trans. Am. Microsc. Soc., 34 (2): 71-129, 1915. Guillermo, C. –L´Evolution des Microtomes. Rev. Fr. Histotechnol. 13(1): 43-62, 2000. Pritchard (1804-1882) = Dentre os construtores pioneiros de micrótomos (botânica) podem-se citar: George Adams Jr. (1750- 1795), inglês, óptico e construtor de instrumentos; Alexander Cummings (1733-1814), escocês, matemático, mecânico e relojoeiro; Mr. Custace (1775), carpinteiro inglês & Andrew Pritchard (1804-1882), inglês, biólogo, óptico e construtor de microscópios.
  • 76. ... E NOS CORTES DE TECIDOS DE ANIMAIS = Inicialmente usavam-se cloreto mercúrico, dicromato de potássio e álcool (etanol) para endurecer os tecidos e facilitar fazer cortes finos para corar e examinar ao microscópio. = Os cortes dos tecidos originalmente eram a mão livre. = 1848: John Thomas Queckett (1815- 1861), médico, microscopista e histologista inglês inventou um modelo de micrótomo, surgindo vários outros até 1880, quando Louis Antoine Ranvier (1835-1922), histologista francês, popularizou o micrótomo manual a partir de um modelo que desenvolveu. = 1885-1886: Charles Sedgwick Minot (1852–1914), anatomista norte-americano da Harvard Medical School, Harvard University, e Adam Pfeifer, mecânico e construtor de instrumentos do Biological Laboratory da Johns Hopkins University, USA, de modo independente, inventaram o modelo rotativo de micrótomo, que se tornou o mais popular. Queckett (1815-1861) Ranvier (1835-1922) Minot (1852-1914) Adam Pfeifer Microtome (http://www.jstor.org/stable/2450514) & Minot-type Automatic Rotary Microtome. Maker: E. Zimmermann, Leipzig, Germany, circa 1892. Dimensions: 19 x 15.2 x 23 cm. Ernst-Lewis Collection, Harvard Medical School (http://dssmhi1.fas.harvard.edu/emuseumdev/code/eMuseum.asp?lang=EN) Microtome of the type used by Quekett. From: A practical treatise on the microscope By: John Thomas Quekett Published: H. Baillière, London, 1855 Credit: Wellcome Library, London. Rasoir à coupe et microtome de Ranvier Maison MATHIEU - Circa 1905 www.lecompendium.com Minot
  • 77. Congelação, Inclusão & Emblocamento =1842: Benedikt Stilling (1810-1879), médico e anatomista alemão, adotou o método de congelação para o endurecimento dos tecidos. =1873: William Rutherford (1839-1899), médico e fisiologista inglês, construiu o primeiro micrótomo de congelação, sendo o gás carbônico usado a partir de 1897 por A. Johne, substituindo o éter e as misturas frigoríficas [gelo (3kg) + etanol (½ litro) + NaCl (½kg) + água (2 litros)]. =1864: Albrecht Theodor Edwin Klebs (1834-1913), bacteriologista alemão, adotou a inclusão em parafina; sendo o seu uso difundido, na técnica histológica, a partir de 1881-1882. =1877-1913: Paul Mayer (1848-1923), médico, zoologista e histologista alemão, aperfeiçou o método de inclusão em parafina, nos anos em que esteve trabalhando na Estação Zoológica de Nápolis, Itália. =1879: Mathias Marie Duval (1844-1915), anatomista e histologista francês, introduziu o colódio (nitrocelulose dissolvida em etanol e éter) como meio de inclusão. =1879: Paul Schiefferdecker (1849-1831), anatomista alemão, introduziu a celoidina (nitrocelulose); ótima para o estudo do SNC. =1896: F. Nicolas, anatomista francês, introduziu a inclusão em gelatina. Benedikt Stilling (1810-1879) Mathias Marie Duval (1844-1915) Edwin Klebs (1834-1913)
  • 78. HISTOQUÍMICA I A identificação da natureza química das estruturas e substâncias celulares e extracelulares por reações coloridas originou a histoquímica. Como alguns dos pioneiros podem-se citar: = 1825: François Vincent Raspail (1794-1878), botânico e farmacêutico francês, introduziu a reação do iodo no estudo da distribuição do amido nas flores, frutos e no embrião das Gramineae. Em 1826 fez o mesmo estudo com o pericarpo do trigo. Em 1828-29 fez testes em tecidos animais e vegetais aplicando a reação xantocrômica para proteínas. = 1845: Julius Vogel descreveu a reação histoquímica para marcar o ferro sob a forma de sulfureto. = 1865: Friedrich Gustav Jakob Henle (1809-1885), médico patologista alemão, e Gregor Joesten (1864) reportaram a reação cromafim (designação de A. Kohn, 1898) nas células da medula da suprarrenal. = 1866: Max Perls (1843-1881), médico patologista alemão, introduziu a técnica do azul da Prússia (ferrocianeto férrico) para a marcação do ferro nos tecidos. Henle (1809-1885) Hepatócitos e células de Kupffer com grânulos de hemossiderina (ferro). Método de Perls (Azul da Prússia).http://www.leica-microsystems.com
  • 79. HISTOQUÍMICA II = 1866: August Wilhelm von Hofmann, químico alemão, & François Emmanuel Verguin, químico francês, estudando a matéria-corante “magenta,” [produzida por F. E. Verguin (1859), ao oxidar anilina bruta com tetracloreto de estanho], identificaram a “rosanilina” (pararosanilina), popularmente conhecida como fucsina (fucsina básica), devido à flor Fuchsia sp (Onagraceae). A fucsina básica é importante no preparo do reagente de Schiff (H. Schiff, 1866), detector dos grupamentos carbonila. = 1874: Johann Friedrich Miescher (1844-1895), médico e bioquímico suíço, isolou substância do núcleo de leucócitos do pus, que chamou de nucleína, identificando nesta a presença de ácido fosfórico e a associação com outra substância que chamou de protamina. Notou que a nucleína na presença de verde de metila formava sais insolúveis verdes. = 1881: Edward Zacharias (1852-1911), citologista e botânico alemão, estudando tecidos de plantas e animais, incluindo os de plantas em divisão celular, isolou os núcleos e os cromossomos das células e provou, citoquimicamente, que a nucleína, a cromatina e os cromossomos têm a mesma substância. = 1885: Wilhelm August Oskar Hertwig (1849-1922), anatomista, embriologista e zoologista alemão, sugeriu que a nucleína era a responsável pela transmissão das características hereditárias. = 1889: Richard Altmann (1852-1901), zoologista alemão, mostrou ser a nucleína composta por ácido nucléico e proteína. Johann Friedrich Miescher. © Dr. Ralf Dahm/University of Padua, Padua, Italy Hertwig (1849-1922) Fuchsia sp
  • 80. HISTOQUÍMICA III = 1897: Ugo (Hugo) Josph Schiff (1834-1915), químico alemão, estudou as reações (reagente de Schiff, 1866) associadas com o grupamento carbonila, usadas na histoquímica dos polissacarídeos, das proteínas e do DNA, e a reação do biureto (proteínas) com sulfato de cobre (biureto de cobre de cor violeta púrpura), a qual foi introduzida na histoquímica animal (1857) por Gustav von Piotrowski (1833-1884), médico e fisiologista polaco-austríaco, e na histoquímica botânica (1859) por Ferdinand Gustav Julius von Sachs (1832-1897), botânico alemão. = 1924: Robert Joachim Feulgen (1884-1955), químico alemão, pioneiro na histoquímica do ácido nucléico, desenvolveu a primeira reação citoquímica nuclear para o DNA (reação de Feulgen) em células animais e vegetais, provando que todas as células contêm no núcleo o mesmo tipo de ácido nucléico. Empregou o reagente de Schiff para detectar DNA em preparados teciduais hidrolizados com ácido (Feulgen, R. & Rossenbeck, H.). Feulgen (1884-1955) Ugo (Hugo) Josph Schiff (1834-1915) 26 Aprile 1915 Reação de Feulgen, em corte de fígado, demonstrando a distribuição do DNA nos hepatócitos. Note a marcação ao longo da superfície interna do envelope (membrana) nuclear, onde a cromatina é mais densa, assim como as áreas densas de heterocromatina presentes no nucleoplasma. Observe também o nucléolo com aspecto de halo com centro claro, caracterizando ambos os componentes, DNA (a borda corada do nucléolo) e RNA (a parte não corada por esta técnica). von Sachs (1832-1897)Hugo Schiff (1834-1915) http://geiselmed.dartmouth.edu/anatomy/courses/cto/resources/lab2/slide05.php
  • 81. (PAS = Ácido Periódico - Schiff) (reagente de Schiff e fucsina básica) Glomerulonefrite Membranoproliferativa, Tipo II: Glomérulo com moderada hipercelularidade, leve aumento da matriz mesangial e leve espessamento da parede dos capilares. Método do PAS, 400x. http://www.pathology.vcu.edu/education/PathLab/pages/renalpath/rpsr/images/mpgnII_sr/index.htm
  • 82. HISTOQUÍMICA IV = 1917-1979: Ralph Dougall Lillie (1896-1979), médico patologista norte-americano, foi pioneiro e inovador na histoquímica, nas técnicas histopatológicas e no estudo dos corantes, entre outros, sendo publicado, em 1948, o seu livro Histopathologic Technic, atualizado em três novas edições até 1976, sendo o título mudado para Histopathologic Technic and Practical Histochemistry. = 1926: Alfred Pischinger (1899-1982), médico e histologista austríaco, ao usar corantes ácidos e básicos nas colorações histoquímicas, determinou que o pH ótimo para que um dado corante dê ótimo resultado é o do ponto isoelétrico da proteína que se quer corar no tecido. Contribuiu com o estudo da Matriz Extracelular e a sua participação na regulação do meio interno, através dos sistemas endócrino e nervoso autônomo, sendo publicado o seu livro The Extracellular Matrix and Ground Regulation: Basis for a Holistic Biological Medicine. = 1936: Lucien Alphonse Joseph Lison (1908-1979), médico, histologista e histoquímico belga, escreveu os livros Histochimie animale. Méthodes et problèmes (1936), onde a reação histoquímica foi descrita sem a destruição dos tecidos, e Histochimie et Cytochimie Animales. Principes et Méthodes (1953), entre muitas outros estudos pioneiros. = 1952: György Gömöri (1904-1957), patologista e histoquímico húngaro, demonstrou as reações histoquímicas para enzimas, tendo escrito o livro Microscopic Histochemistry. Principles and Practice (1952), entre muitas outras publicações. = 1953/1966: Anthony Guy Everson Pearse (1916-2003), médico patologista inglês, foi pioneiro no estudo histoquímico, com importantes contribuições no estudo citoquímico enzimático in situ; no estabelecimento do sistema APUD (Amine Precursor Uptake and Decarboxylation) (1966), como responsável pela produção de aminas biogênicas e, ou hormônios polipeptídicos (neuroendocrinologia), entre muitos outros. Escreveu o livro Histochemistry: Theoretical and Applied, com várias edições (1953, 1980, 1985 e 1991). Lison (1908-1979) Pischinger (1899-1982) Lillie (1896-1979) Pearse (1916-2003)
  • 83. COLORAÇÕES DO TECIDO NERVOSO = 1872: Especialmente o cloreto de ouro e o carmim eram usados como meios de coloração do tecido nervoso, em procedimentos muito demorados e trabalhosos (15 a 20 dias e alguns passos com 10 a 12 horas), sem bons resultados. = 1885: Carl Weigert (1845-1904) corou a bainha de mielina com hematoxilina metalizada e diferenciação em solução alcalina de ferrocianeto; sofrendo o seu método várias modificações, sendo a de A.Weil (1928) a mais popular. = 1890: Pelos métodos da orceína de Unna-Taenzer, para fibras elásticas, e o de Ira Thompson Van Gieson (1866-1913) para colágeno, constatou-se que o tecido conjuntivo na intimidade do SNC ficava confinado ao redor dos vasos sanguíneos. = 1891-1900: As colorações para a neuroglia de Carl Weigert (1895) e de Frank Burr Mallory (1891-1900) mostraram que os prolongamentos das células da glia não eram tecido conjuntivo.
  • 84. Impregnações com sais de prata e ouro I = As impregnações com sais de prata e de ouro foram predominantemente empregadas no estudo do tecido nervoso. = 1844: Karl Friedrich Theodor Krause (1797-1868), anatomista alemão, já fazia experimentos de impregnação com o nitrato de prata em tecidos frescos, sem alcançar resultados regulares. = 1866: Julius Friedrich Cohnheim (1839- 1884), médico patologista alemão, empregava sais de ouro no estudo histológico das terminações nervosas periféricas. = 1868: Louis Antoine Ranvier (1835-1922), histologista francês, estudou as fibras nervosas periféricas com as impregnações de sais de prata ou de ouro com sucesso. Krause (1797-1868) Ranvier (1835-1922) Ranvier, L. - Leçons sur l'Histologie du Système Nerveux. Paris, 1878 Cohnheim (1839-1884)
  • 85. Impregnações com sais de prata e ouro II =1873: Bartolomeo Camillo Emilio Golgi (1843-1926), médico patologista e histologista italiano, trabalhando à luz de vela na cozinha do hospital de Abbiategrasso, próximo de Milão, Itália, elaborou o método de impregnação com nitrato de prata, usando segmentos de cérebro, previamente endurecidos com dicromato de potássio e amônia, tendo observado a célula nervosa mediante o que chamou la reazione nera. Interpretou os seus achados como sendo um reforço da Teoria Reticular em voga, onde o neurônio ainda não havia sido identificado como célula individual. =1887: Santiago Ramón y Cajal (1852- 1934), médico patologista, anatomista, histologista e neurobiologista espanhol, aprimorou o método de impregnação com sais de prata de Golgi, aplicando-o no estudo histológico, ontogenético, do tecido nervoso, o que o levou a estabelecer a Doutrina Neuronal, contra a Teoria Reticular defendida por J. von Gerlach, que fez estudos com carmim e impregnação com sais de ouro. Santiago Ramón y Cajal olhando através de um microscópio Zeiss. Cajal Legacy. Instituto Cajal (CSIC). Madrid (Spain). Célula piramidal do córtex cerebral de camundongo impregnada pelo método de Golgi. De preparação original conservada no Cajal Legacy. Instituto Cajal (CSIC). Madrid (Spain). Desenho original de Cajal de células piramidais de córtex cerebral de coelho (1896, black ink and pencil). Espinhos dendríticos são claramente retratados. Cajal Legacy. Instituto Cajal (CSIC). Madrid (Spain). [Abdellatif Nemri (2010), Scholarpedia, 5(12):8577] Bulbo olfatório de cão. Desenho de C. Golgi com base em tecido corado pelo método de impregnação com nitrato de prata de Golgi. 1875. Dibujo de Ramón y Cajal de las células del cerebelo de un pollo, mostrado en "Estructura de los centros nerviosos de las aves," Madrid, 1905.
  • 86. (COLORAÇÃO DE GOLGI PARA O TECIDO NERVOSO) (dicromato de potássio; nitrato de prata) Cérebro: Corpos celulares de neurônios e seus prolongamentos (axônios) corados em castanho e preto. Método de Golgi, 100x. Bartolomeo Camillo Emilio Golgi 1843-1926 http://www.vetmed.vt.edu/education/curriculum/vm8054/labs/lab2/examples/exgolstn.htm
  • 87. (Colorações Neurológicas: A Substância de Nissl) = 1894: Franz Nissl (1860-1919), médico alemão, neuropatologista, utilizou, originalmente, dahlia violeta ou magenta e, por fim, o azul de metileno para corar os neurônios, num procedimento complicado, usando mistura do corante diluído em solução aquosa com sabão de azeite de oliva. = O método de Nissl, com corantes básicos, deu ao corpo celular do neurônio aspecto mosqueado, caracterizando o que ficou conhecido como a substância de Nissl (RNA ribossomal associado ao Retículo Endoplasmático Rugoso). = A substância ou corpúsculos de Nissl podem ser demonstrados utilizando-se o violeta de cresila (método de Vogt, Luna, 1968) ou a galocianina (método de Einarson, 1932) ou o método do aldeído-tionina / PAS. Medula espinhal. Neurônio motor ventral. Substância de Nissl no corpo celular neuronal. Método de Nissl. Neurônio do corno ventral da medula espinhal, corado pelo método de Nissl, evidenciando: Substância de Nissl, dendritos e grande núcleo com proeminente nucléolo. Corte de hipocampo de camundongo evidenciando neurônios e células gliais. Método de Nissl.
  • 88. = 1904: Max Bielschowsky (1869-1940), neurologista e neuropatologista alemão, foi o primeiro a desenvolver método de impregnação com nitrato de prata capaz de corar tanto as fibras nervosas mielinizadas, como as não-mielinizadas (Bielschowsky, M. – Die silberimprägnation der Neurofibrillen. J. Psychol. Neurol. 3: 169-189, 1904). Impregnações com sais de prata e ouro III Max Bielschowsky (1869-1940) Cortes de encéfalo não-humano. Método de Bielschowsky.
  • 89. Impregnações com sais de prata e ouro IV = Claude Louis Pierre Masson (1880-1959), médico patologista francês, que descreveu a reação argentafim (1914) na detecção da melanina e = Pío del Río Hortega (1882-1945), médico patologista e histologista espanhol, que descobriu a microglia (1919), no estudo das células gliais do SNC, igualmente contribuíram no desenvolvimento das técnicas de impregnação metálica, as quais também tiveram aplicação no estudo das fibras reticulares e das espiroquetas, entre outros. Masson (1880-1959) Hortega (1882-1945) In: Somjen, G.G. (1988), Glia 1: 2-9. A microglia por Del Río Hortega, P. - C: Desenho da microglia (Bol de la Soc Esp de Biol 9: 69–120, 1919) & A-I: Evolution of microglia during its phagocytic activity (photomicrographs from Del Rio Hortega), In: Cytology and Cellular Pathology of the Nervous System, Penfield, W. (ed.), New York, Hoeber, 1932, p. 482–534 (Physiol Rev 91: 461–553, 2011).
  • 90. Estudos Histopatológicos I = No desenvolvimento das técnicas histológicas contribuíram muito mais os zoologistas, botânicos, anatomistas e histologistas do que os patologistas. = O diagnóstico anatomopatológico por muitos anos, desde Antonius Benivieni (1443-1502), médico cirurgião em Florença, Itália, e Giovanni Battista Morgagni (1682- 1711), médico italiano, em Pádua, era feito apenas com o exame macroscópico, auxiliado ou não com uma lupa, não sendo usado o microscópio, apesar de o mesmo já ser utilizado por botânicos, zoologistas e anatomistas. =1858: Rudolph Virchow (1821-1902), médico patologista alemão, estabeleceu as bases da patologia celular, e valorizou o uso do microscópio no diagnóstico histopatológico, tendo feito uso da coloração com carmim nos exames microscópicos histopatológicos. = Com Christian Georg Schmorl (1861-1932), médico patologista alemão, Frank Burr Mallory (1862-1941), médico patologista norte-americano, Claude Louis Pierre Masson (1880-1959), médico patologista francês, Pío del Río Hortega (1882-1945), médico e histologista espanhol, Ira Thompson van Gieson (1866-1913), neuropatologista norte-americano, e Frederick Herman Verhoeff (1874- 1968), oftalmologista e patologista norte-americano, entre outros, foram surgindo técnicas micrográficas mais apropriadas para o estudo histopatológico. Mallory (1862-1941) Hortega (1882-1945)Masson (1880-1959) Virchow (1821-1902) Schmorl (1861-1932) Benivieni (1443-1502)
  • 91. Estudos Histopatológicos II van Gieson para colágeno (ácido pícrico e fucsina ácida) =1889: Ira Thompson van Gieson (1866-1913), neuropatologista, neurologista, psiquiatra e bacteriologista norte-americano, desenvolveu a técnica de Gieson para colágeno (van Gieson, I.T.- Laboratory notes of technical methods for the nervous system. N.Y. Med. J., 50: 57, 1889). Calásia da conjuntiva. Acentudada degeneração elastótica da conjuntiva (van Gieson, 20×). In: Francis, I.C.; Chan, D.G.; Kim, P.; Wilcsek, G.; Filipic, M.; Yong, J. & Coroneo, M.T. - Case-controlled clinical and histopathological study of conjunctivochalasis. Br J Ophthalmol, 89:302-305; 2005.
  • 92. Estudos Histopatológicos III Orceína para sistema elástico 1890: Paul Gerson Unna (1850-1929), professor de dermatologia em Hamburgo, Alemanha, desenvolveu o método da orceína de Unna para fibras elásticas. O método da orceína de Unna sofreu uma modificação por T. Shikata, em 1974, de modo a ser usado na demonstração do antígeno de superfície do VHB (Vírus B da hepatite) em cortes histológicos de fígado. Fragmento de tumor de partes moles de região escapular de homem de 85 anos: Elastofibroma dorsi. Este representa hiperplasia reativa devido à elastogênese anormal. Método da Orceína para fibras elásticas. Corte de derme com redução e fragmentação das fibras elásticas. (Método da Orceína, 400x). In: Mariame Meziane, Karima Senouci1, Yasmina Ouidane, Rim Chraïbi, Tarik Marcil, Fatima Mansouri & Badreddine Hassam. Acrokeratoelastoidosis. [Dermatology Online Journal, 14 (9): 11, september 2008]. Hepatite. HBsAg. Orceína (Método de Shikata) [Orcein staining (HBs antigen staining)]. http://www.pathologyoutlines.com/caseofweek/case200646.htm http://www.jichi.ac.jp/pathology/index.php? Paul Gerson Unna (1850-1929)
  • 93. Estudos Histopatológicos IV Weigert para sistema elástico (orceína ou resorcinol e fucsina, nuclear fast red ou hematoxilina) 1898: A clássica coloração para as fibras elásticas deveu-se a Carl Weigert (1845-1904), patologista alemão, o qual desenvolveu também a Técnica da Hematoxilina-Férrica para os núcleos celulares. Tumor de partes moles mostrando área profunda com fibras elásticas ramificadas ou não, em meio a estroma conjuntivo e tecido adiposo. Coloração de Weigert para fibras elásticas. In: C. R. Chandrasekar, R. J. Grimer, S. R. Carter, R. M. Tillman, A. Abudu, A. M. Davies & V. P. Sumathi. Elastofibroma Dorsi: An Uncommon Benign Pseudotumour. Sarcoma, Volume 2008 (2008), Article ID 756565, 4 pages. Fragmento de cartilagem elástica da orelha mostrando condrócitos em meio à matriz contendo trama de fibras elásticas (negras). Coloração de Weigert para fibras elásticas. Photo by: DT Moran and JC Rowley. Córtex de cerebelo corado pelo método da hematoxilina-férrica de Weigert, modificado: Dendritos de células de Purkinje; neurônio com núcleo claramente visível, nucléolo, envelope nuclear, membrana plasmática e células da glia ao redor. In: A.M. Gharravi, M.J. Golalipour, R. Ghorbani & M. Khazaei, - Effects Modification of Iron Hematoxylin on Neuron Staining. Pakistan Journal of Biological Sciences, 10: 768-772., 2007 Weigert, C. – Ueber eine Methode zur Färbung Elastischer Fasern. Cbl Allg. Path. 9: 289-292, 1898.
  • 94. Estudos Histopatológicos V Verhoeff para sistema elástico (hematoxilina, fucsina ácida, ácido pícrico) Tumor de partes moles: Elastofibroma A Coloração de Verhoeff evidencia as fibras elásticas com a disposição da elastina em fragmentos globulares. Reviewer: Komal Arora, M.D. Revised: 19 July 2012, last major update July 2012 Copyright: (c) 2003-2012, PathologyOutlines.com, Inc. 1908: Frederick Herman Verhoeff (1874-1968), oftalmologista e patologista norte- americano, desenvolveu o método de Verhoeff para fibras elásticas. [Verhoeff, F.H. – Some new staining methods of wide applicability; including a rapid differential stain for elastic tissue. J.A.M.A. 50: 876-877, 1908].
  • 95. Estudos Histopatológicos VI TRICROMÁTICOS = Frank Burr Mallory (1862-1941), professor de Patologia da Harvard Medical School e médico patologista do Boston City Hospital, USA, desenvolveu o método Tricromático de Mallory, entre outras histotécnicas. = 1897: Publicou, com James Homer Wright (1869-1928), médico patologista do Massachusetts General Hospital, USA, o livro Pathological Technique. A practical manual for workers in pathological histology and bacteriology, including directions for the performance of autopsies and for clinical diagnosis by laboratory methods (1897). Rim. Podócitos glomerulares tumefeitos e finamente vacuolados, assim como as células epiteliais dos túbulos distais. Doença de Fabry. Tricromático de Mallory, 200x. Corte de pâncreas. O estroma (tecido conjuntivo) está corado em azul e o parênquima (ácinos) em vermelho. Tricromático de Mallory. http://www.vetmed.vt.edu/education/curriculum/vm8054/labs/lab2/examples/exmallory.htm http://kidneypathology.com.ar/25.htm Mallory (1862-1941)
  • 96. Estudos Histopatológicos VII Tricromático de Mallory (fucsina ácida, azul de anilina, orange G) Rim normal (região cortical). Tricromático de Mallory. Observe na região cortical corpúsculo renal (corpúsculo de Malphigi) constituído pelo glomérulo renal (estrêla menor) e a cápsula de Bowmann (→ = folheto parietal). Notar no pólo vascular (estrêla 3 pontas) a arteríola do glomérulo (seta grande). Observe os túbulos contorcidos proximais (estrêla maior) e túbulos contorcidos distais (*). [De: Lycia de Brito Gitirana, Laboratório de Histologia Integrativa. UFRJ]. Epidídimo normal. Tricromático de Mallory. Segmentos de túbulo epididimário, revestidos por epitélio pseudoestratificado cilíndrico estereociliado, e tecido conjuntivo intertubular (*) com vasos sanguíneos com hemácias (em vermelho). [De: Lycia de Brito Gitirana, Laboratório de Histologia Integrativa. UFRJ] Mallory (1862-1941)
  • 97. Estudos Histopatológicos VIII Tricromático de Masson (hematoxilina férrica de Weigert, fucsina ácida-biebrich scarlet, xilidina Ponceau , ou light green SF Yellow, azul de anilina) Artéria, veia e nervo femorais. O método do tricromático de Masson apresenta variações nos procedimentos de coloração. Na maioria o tecido conjuntivo é corado em verde ou azul e o citoplasma das células em tons de vermelho. Tricromático de Masson, 200x. Rim. Glomerulonefrite Membranoproliferativa, Tipo II. Glomérulos com leve aumento da matriz mesangial. Tricromático de Masson, 200x. http://www.vetmed.vt.edu/education/curriculum/vm8054/labs/lab2/examples/exmasson.htm# http://www.pathology.vcu.edu/education/PathLab/pages/renalpath/rpsr/images/mpgnII_sr/image06.jpg C. L. Pierre Masson (1880-1959), patologista francês, residente em Montreal, Canadá, desenvolveu o método Tricromático de Masson (J. Techn. Methods 12: 75-90, 1929).
  • 98. Estudos Histopatológicos IX György Gömöri/George Gomori = 1937-1952: George Gomori (1904-1957), patologista norte-americano de origem húngara, publicou a Técnica do Nitrato de Prata Metenamina de Gomori; a Técnica da Aldeído-Fucsina para fibras elásticas e mastócitos, e o método Tricromático de Gomori em um passo, e amplo estudo sobre histoquímica, entre outros (Gomori, G. - Silver impregnation of reticulum in paraffin sections. Amer. J. Path., 13:993-1002, 1937; Gomori G. - Aldehyde-fuchsin: a new stain for elastic tissue. Amer. Cli. Path., 20:665-6,1950; Gomori, G. - A rapid one-step trichrome. Amer. J. Clin. Path., 20: 661, 1950; Gomori, G. - Microscopic Histochemistry. Chicago; University of Chicago Press; 1952). = George Gomori faleceu em 1957, com 53 anos de idade. Parede de artéria muscular. O Tricromático de Gomori em um passo utiliza hematoxilina, cromotrope 2R e light green ou azul de anilina. As fibras musculares ficam vermelhas, o tecido conjuntivo verde (ou azul se usado o azul de anilina) e os núcleos azuis ou pretos.http://freepages.genealogy.rootsweb.ancestry.com
  • 99. Estudos Histopatológicos X Aldeído-fucsina & Prata Metenamina de Gomori Pele. Sistema elástico da derme. Coloração Aldeído-Fucsina de Gomori. Fungos corados pela Prata Metenamina de Gomori: À esquerda, pseudo-hifas de Candida sp e blastosporos. No meio, hifas septadas de Aspergillus sp com ramificações anguladas agudas. À direita, hifas largas de Zigomiceto (ex. Mucor sp) com ramificação a 90o (seta). www.dstgroupproject.weebly.com/gomoris-aldehyde-fuschsin.html http://pathhsw5m54.ucsf.edu/case16/hyphae.html
  • 100. Estudos Histopatológicos XI Prata Metenamina de Gomori Segmento de nervo facial com hifas septadas e ramificadas em ângulos agudos (Aspergillus sp). Prata Metenamina de Gomori. [Connolly, J.L.; Carron, J.D. - Invasive Aspergillus of the temporal bone. American Journal of Otolaryngology–Head and Neck Medicine and Surgery 28: 134-136; 2007]