O documento discute frases como "eu não sei" e "o erro foi meu" que são desencorajadas em muitas organizações, e como isso pode inibir o aprendizado e responsabilidade. Gestores devem apoiar quem reconhece erros e faz perguntas, em vez de punir, para criar um ambiente que valoriza melhoria contínua.
Frases proibidas nas organizações e como mudar a cultura
1. As Frases Proibidas nas Organizações
Nós geralmente valorizamos as pessoas que apresentam a resposta em vez de consagrarmos aqueles que se
dedicam a fazer as perguntas certas
Com o passar do tempo, algumas frases se tornaram proibidas a todos que vivem o dia a dia nas empresas, pois
os riscos decorrentes de tais manifestações são reconhecidos como muito elevados para quem pretende se manter
no local onde trabalha.
Quando foi a última vez que você ouviu alguém afirmar "eu não sei" ou "o erro foi meu" em sua organização?
Possivelmente, até tenha pensado que esta pessoa surtou momentaneamente ou então que se tratava de um
profissional inexperiente e sem o mínimo senso de autoproteção.
No entanto, situações como esta precisam ser analisadas por outro prisma. A cultura organizacional da grande
maioria das empresas brasileiras não valoriza a importância daqueles que dizem "eu não sei" ou mesmo quem
faz questionamentos recorrentes, mas sim os profissionais que têm a capacidade de responder as questões
elaboradas por outrem.
Você mesmo deve lembrar como era apreciado na escola quando conseguia responder a alguma pergunta do
professor e os olhares de reprovação ou deboche que lhe eram dirigidos ao indagar algo que esclareceria o
assunto a todos de uma única vez, mas ninguém arriscaria examinar publicamente.
Nós geralmente valorizamos as pessoas que apresentam a resposta em vez de consagrarmos aqueles que se
dedicam a fazer as perguntas certas. Por conseguinte, também nas organizações, muitos dos colaboradores
preferem ficar sem saber a questionarem o porquê das coisas.
Problema maior ainda existe em relação à outra frase destacada: "o erro foi meu". Estimo que inúmeras pessoas
não tenham a coragem de reconhecer suas falhas, mesmo sabendo que esta seria a atitude correta, porque ao
denunciarem os próprios erros ouvem apenas questionamentos de reprovação: "Como você pode ter deixado isto
acontecer?" ou "Será que não vai aprender nunca?"
A lição que perdura para todos os demais trabalhadores que presenciam algo semelhante é: quando você cometer
uma besteira fique quieto no seu lugar e, se necessário for, coloque a culpa em outro infeliz.
Quando as pessoas não se sentem seguras nem estimuladas a externar seus fracassos e inseguranças, abre-se
espaço para que o ambiente seja inundado por posturas nas quais "esconder os problemas debaixo do pano" e
torcer para que ninguém perceba ou se posicionar como vítima transforma-se em regra geral.
2. Se você é gestor, sugiro que comece a olhar de forma especial para quem evita respostas prontas nem tampouco
utiliza justificativas esfarrapadas para explicar o trabalho que deixou de concluir a tempo. É claro que tais
atitudes não credenciam o profissional desde já a uma promoção, mas revelam senso de responsabilidade,
requisito fundamental para quem amanhã poderá ocupar uma posição de liderança.
As empresas devem ter a consciência de que inevitavelmente alguns erros serão cometidos e não haverá pessoas
com respostas satisfatórias para uma série de perguntas. Todavia, se cultivarem um ambiente que favoreça o
aprendizado contínuo e seus colaboradores forem estimulados a correr riscos calculados será comum escutar
pessoas dizendo "eu não sei" ou "o erro foi meu" e além disso poderão comprovar que haverá um
comportamento proativo ou reparador logo na sequência dos fatos.
E qual o primeiro passo para a mudança? As organizações precisam acompanhar de perto as atitudes de seus
gestores. Quando os colaboradores percebem que os líderes diretos são os primeiros a encobertar erros ou se
calar diante de determinada situação que requer posicionamento, eles compreendem que esta é a coisa certa a
fazer naquele lugar. Ah, o contrário também é verdadeiro.
Postado por: Wellington Moreira | Publicado em: 01/04/2011
Wellington é palestrante e consultor empresarial. E-mail: wellington@caputconsultoria.com.br
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proibidas-nas-organizacoes/43803/