1. IEMAG - IEDUCAR
CURSO: Especialização em Psicopedagogia Clinica, Institucional e Hospitalar.
Prof (a): Esp. Fabiane Lemos Leite
Data:02/06/2018
EMENTA
As neurociências e aprendizagem. A evolução do cérebro humano. Anatomia e fisiologia humana. A
constituição do Sistema nervoso. Alterações neurológicas. Funções mentais (afetivas e cognitivas) e
aprendizagem.
PLANEJAMENTO
MANHÃ
CONTEÚDO:
- As neurociências.
- Anatomiae fisiologiacerebral e suarelaçãocoma aprendizagem.
- A filogênesee ontogênese docérebrohumano.
- Cérebroe comportamento(Neuropsicologia).
- Fisiologiadasemoções.
- O desenvolvimentocognitivo.
ATIVIDADE:
Atividades de estimulação cerebral.
TARDE
CONTEÚDO
Plasticidade cerebralna psicopedagogia
ATIVIDADE:
Mapa mental do artigo: SANTOS, Anamaria Silva dos; MAIA,M. Cristina Queiroz; PINHEIRO,Rosangela
Braga. A Neuroplasticidade como instrumento psicopedagógico.
AVALIAÇÃO
AV1: SOMATORIO DAS ATIVIDADES
AV2: PARTICIPAÇÃO
AV3: AVALIAÇÃO FINAL/ 3= MF
2. NEUROCIÊNCIAS DA EDUCAÇÃO
O cérebro e o comportamento são muito diferentes, mas estão ligados. O cérebro é um objeto físico, um tecido vivo,
um órgão do corpo. O comportamento é uma ação, momentaneamente observável, porém passageira. Ainda sim, um é
responsável pelo outro, e assim por diante. Começamos definindo o cérebro, que faz parte do sistema Nervoso Central.
Depois o comportamento e sua relação com o processo da aprendizagem.
O que é Cérebro?
Cérebro é a palavra para tecido encontrado dentro do crânio. O cérebro tem duas metades relativamente simétricas,
chamadas hemisférios, uma no lado esquerdo e outra no lado direito (KOLB, 2002). Apesar da aparente semelhança
anatômica entre os dois hemisférios, as diferenças funcionais são bem grandes.
Os hemisférios cerebrais são dois, o esquerdo e o direito, e estão separados e ao mesmo tempo unidos por estruturas
de conexão. A mais importante é chamada corpo caloso.
Para as funções mais complexas, tais como a linguagem, ambos os hemisférios atuam juntos, mas existe o que
chamamos de dominância hemisférica, ou seja, um trabalha melhor certos aspectos daquela função enquanto que o
outro trabalha melhor com outros aspectos da mesma função (ROTTA, 2006).
HEMISFÉRIO ESQUERDO
1 Em 98% das pessoas se localiza a função da linguagem, fala e escrita;
2 Os neurotransmissores dominantes são: dopamina e acetilcolina, que proporcionam o
controle motor fino tanto manual como para a fala;
3 É responsável pela sintaxe e semântica do idioma;
4 Permite a compreensão literal das palavras;
5 Favorece a praticidade nas ações, a ser prático nas atividades e nas conclusões;
6 Permite a interpretação linear e sequencial dos acontecimentos;
7 Procura por detalhes;
8 Reduz algo complexo em partes simples;
9 Classifica e ordena estímulos;
10 Faz a interpretação e justificação dos acontecimentos;
11 Realiza a observação focada, dirigida do acontecimento;
12 Segue um padrão lógico;
13 É objetivo;
14 Estima o tempo cronologicamente, hora a hora, dia a dia;
15 Encara os fatos como verdadeiro ou falso, branco ou preto;
16 Retém a memória recente;
17 Tem espírito criativo e “vocação pessimista”.
HEMISFÉRIO DIREITO
1-O neurotransmissor dominante é a norepinefrina que estimula a percepção de novos
estímulos visio-espaciais;
2-Avalia o contexto, entonação e ritmo da fala (prosódia);
3-Capta o simbolismo, a metáfora do texto e da fala;
4-Percebe o humor e a estética do acontecimento;
5-Permite uma visão holística da situação;
6- Percebe o todo e o padrão do acontecimento;
7-Oferece a percepção de profundidade, reconhecimento do rosto e do estado
emocional;
8-Oferece a sensação de antipatia, mesmo imotivada, sem ter certeza da razão, do porque;
9-Avalia o acontecimento de forma global, sem se deter em detalhes;
10-Segue a intuição;
11-Estabelece padrões sem seguir um processo etapa por etapa;
12-É subjetivo;
13-Vê o tempo como um todo-um projeto, uma carreira;
14-Pensa positivamente, sem preocupar-se com ideias preconcebidas;
15-Pergunta-se “porque não?” e quebra as regras.
A camada externa do cérebro consiste em um tecido pregueado. As pregas são chamadas giros. Essa camada externa é
conhecida como córtex cerebral (chamado simplesmente de córtex). A palavra córtex que significa “casca “ em latim,
3. é uma escolha adequada em razão da aparência rugosa do córtex e também porque ele recobre a maior parte do
restante do encéfalo (KOLB, 2002).
A ativação de uma área cortical, determinada por um estímulo, provoca alterações também em outras áreas, pois o
cérebro não funciona como regiões isoladas. Isto ocorre devido a existência de um grande número de vias de
associação, precisamente organizadas, atuando nas duas direções (ASSENCIO-FERREIRA, 2005).
O córtex de cada hemisfério é dividido em quatro lobos, denominados a partir dos ossos cranianos localizados acima
deles, que são: lobo occipital, lobo parietal, lobo temporal e o lobo frontal.
O lobo occipital realiza a integração visual à partir da recepção do estímulos que ocorre nas áreas primárias.
Processam os estímulos visuais recebidos do exterior, esta região é especializada na visão da cor, do movimento, da
profundidade e da distância. Depois de passarem por está área, chamada área visual primária, as informações são
direcionadas para a área de visão secundária, onde são comparadas com dados anteriores, permitindo assim que o
indivíduo identifique, por exemplo, um gato, uma moto ou uma maça. Todo aprendizado de conteúdo visual necessita
passar pelo lobo occipital.
O lobo parietal está localizado na região superior do cérebro, constituídos por duas subdivisões, a anterior e a
posterior. A primeira, também chamada de córtex somatossensorial, tem a função de possibilitar a percepção de
sensações como o tato, a dor e o calor. Por ser a área responsável em receber os estímulos obtidos com o ambiente
exterior, representa todas as áreas do corpo humano. É a zona mais sensível, logo ocupa mais espaço do que a zona
posterior, uma vez que tem mais dados a serem interpretados, captados pelos lábios, língua e garganta. A zona
posterior é uma área secundária e que analisa, interpreta e integra as informações recebidas pela anterior, que é a zona
primária, permitindo o indivíduo se localizar no espaço, reconhecer objetos através do tato.
O lobo temporal também é sensitivo e tem várias funções. Esta área está envolvida com a vida de relação social, visto
que recebe as informações auditivas. Quando a área auditiva primária é estimulada, os sons são produzidos e enviados
à área auditiva secundária, que interage com outras zonas do cérebro, atribuindo um significado e assim permitindo ao
indivíduo reconhecer ao que está ouvindo.
A área de Wernicke situada no lobo temporal é um processador de sons que os reconhece para que sejam interpretados
como palavras e sejam utilizados, posteriormente, para evocar conceitos. É a área de compreensão da linguagem onde
as regras gramaticais são utilizadas para elaborar mensagens significativas. É também a região que nos permite
adquirir novas informações.
A área de Broca contém um circuito necessário para a formação da palavra. Esta área está localizada parcialmente no
córtex pré-frontal e parcialmente na área pré-motora. É onde ocorre o planejamento dos padrões motores para a
expressão de palavras individuais.
O lobo frontal é localizado na parte da frente do cérebro (testa), acontece o planejamento de ações e movimento, bem
como o pensamento abstrato. Nele estão incluídos o córtex motor e o córtex pré-frontal. O córtex motor controla e
coordena a motricidade voluntária. A aprendizagem motora e os movimentos de precisão são executados pelo córtex
pré-motor, que fica mais ativa do que o restante do cérebro quando se imagina um movimento sem executá-lo. A
atividade no lobo frontal de um indivíduo aumenta somente quando este se depara com uma tarefa difícil em que ele
terá que descobrir uma sequência de ações que minimize o número de manipulações necessárias para resolvê-la. A
decisão de quais sequências de movimento ativar e em que ordem, além de avaliar o resultado, é feito pelo córtex-
frontal. Suas funções incluem o pensamento abstrato e criativo, a fluência do pensamento e da linguagem, respostas
afetivas capacidade para ligações emocionais, julgamento social, vontade e determinação para ação e atenção seletiva.
O sistema nervoso central
O sistema nervoso coordena todas as atividades do organismo, integrando sensações a respostas motoras, adaptando-o
às condições (internas ou externas) vigentes no momento, permitindo melhores oportunidades de sobrevivência. Isto
só é possível graças a estruturas altamente capacitadas nas funções de excitabilidade e condutibilidade – as células
nervosas ou neurônios.
4. O aprendizado não está localizado a um único local no cérebro. Nesse evento ocorre uma modificação estrutural do
sistema nervoso através dos circuitos formados pelas conexões entre os neurônios.
A compreensão da natureza das mudanças estruturais do cérebro no processo da aprendizagem passa pelo
conhecimento das características bioquímicas e funcionais dos neurônios, das sinapses e dos circuitos formados por
eles.
Relvas (2008) desenvolveu um novo olhar dirigido à formação cerebral, a fim de refletir melhor sobre as várias
maneiras que o cérebro pode se apresentar e realizar tarefas. Desta forma, fica mais fácil conversar sobre múltiplas
eficiências para melhor incluir o sujeito que aprende. Eficiências, tais como:
as
estruturas anatômicas e dividido em regiões, como frontal, parietal, temporal, occipital, cada uma com suas
especificidades, que vimos anteriormente. É responsável pela cognição, memória, tarefas intelectuais, decisões e
escolhas;
o responsável pelas relações com o meio, a cultura, a sociedade, os conflitos, e todos precisam
conviver em harmonia. É claro que o cérebro social depende do cérebro individual para realizar tal tarefa que é tão
árdua e difícil. Ele está representado nas regiões do pré-frontal, pois requer atenção e habilidades nas atitudes positivas
da personalidade;
-se na região parietal, e é responsável pelas
destrezas e pelos refinamentos dessas habilidades. Ele é o conjugado ao cerebelo que nos dá a possibilidade de nos
tornarmos ereto e bípedes, mantendo, assim, o tônus ou a rigidez muscular. Ao entendermos os movimentos dos
músculos do corpo, compreendemos sua dinâmica e sua multiplicidade. Ao compreender a dimensão motora do
sujeito, pode-se perceber o
quanto é importante conhecer a Neurofisiologia muscular, pois, em muitos dos casos, alterações nesses comandos
aconteceram, trazendo então transtornos na locomoção que, muitas vezes, atrapalham ou não a aprendizagem. Isto
dependerá de como esse sujeito será estimulado para realização de suas atividades. O importante é sempre integrar o
sujeito em sua plenitude biológica, psicológica e social. É necessário que todos os aspectos promovam a qualidade de
vida e a autonomia dio humano, e a acolhida sempre será primordial para o sujeito construir a sua autoestima.
-emocional – Esse é inseparável e fundamental para a realização e a manutenção de nossas vidas.
São sistemas que organizam as emoções positivas ou negativas, controlando e equilibrando o comportamento humano.
O córtex frontal tem um papel crucial no refreamento da explosão impulsiva, enquanto que o córtex cingulado anterior
ativa outras regiões para responder ao conflito. As amigdalas cerebrais são pequenas porém são importantes porção do
cérebro, pois estão envolvidas na produção de uma resposta ao medo e a outras emoções negativas.
– É esse que nós humanos estamos buscando, ou seja, usar todas as
potencialidades do hemisfério direito para resolver problemas e, por meio dele, expressar melhor os nossos desejos,
vontades e sentimentos. O fascínio pelas descobertas das pesquisas em neurociências aumentou com grande estímulo
advindo da década do cérebro. O principal ensinamento dessa década é que o cérebro tem muito mais capacidade de
sofrer modificações do que se pensava até alguns anos atrás. Hoje está claro que, antes mesmo, o cérebro adulto, o
qual se pensava ser imutável, pode ser desse de renovação, a partir de algumas áreas com capacidade para gerar novas
células. Essa possibilidade abre inúmeras portas em pesquisas para o estudo de novas drogas com efeito sobre o
desenvolvimento do sistema, bem como para a utilização de técnicas de reabilitação que usam as janelas de
oportunidades para o desenvolvimento de determinadas funções.
Outras regiões do Cérebro
Hipocampo – Responsável pelos fenômenos da memória de longa duração. Quando ocorre lesão nos hipocampos,
não há registros de experiências vividas. O hipocampo intacto possibilita o indivíduo a lembrar e comparar as reações
vividas anteriormente, permitindo a melhor opção e garantindo, assim, a perpetuação da espécie.
Tálamo – Tem como função a reatividade emocional do homem e dos animais. O tálamo conecta-se com as
estruturas corticais da área pré-frontal, com o hipotálamo, com o hipocampo e o giro cingulado.
Hipotálamo – Região do sistema límbico mais importante, pois controla o comportamento emocional, como várias
condições internas do corpo. Por exemplo: a temperatura e a vontade de comer e beber são denominadas funções
neurovegetativas internas do cérebro. O hipotálamo é a via de comunicação com todos os níveis do sistema límbico e
desempenha também o papel das emoções especificamente, sendo que as partes laterais parecem ser envolvidas com o
prazer, e a raiva encontra-se na porção mediana e está ligada ao desprazer e à tendências das “gargalhadas
incontroláveis”.
5. A via dos estímulos emocionais, tomando o hipotálamo como referência, ocorre de duas maneiras: os estímulos
entram pelos receptores sensoriais, passam pelo hipotálamo, vindo sistema límbico (amigdala), e se dirigem às
glândulas; porém, retornam ao sistema límbico, vindo do próprio hipotálamo para os centros límbicos e destes aos
núcleos pré-frontais, aumentando, por um mecanismo denominado de retroalimentação ou feedback negativo, a
ansiedade, podendo até chegar a um estado de pânico.
Tecido nervoso
O tecido nervoso compreende dois tipos celulares: os neurônios e as células gliais ou neuroglia. O neurônio é a
unidade fundamental, com a função básica de receber, processar e enviar as informações. A neuroglia compreende
células que ocupam os espaços entre os neurônios, com funções de sustentação, revestimento ou isolamento,
modulação da atividade neuronal e defesa.
O neurônio
O neurônio é a unidade funcional do cérebro. Ele recebe informações nos dendritos e no corpo celular e envia-as para
os outros neurônios e células ao longo de seu axônio. Em geral, o axônio divide-se em várias fibras pequenas, que
acabam em terminações, formando cada uma delas a chamada sinapse com outras células. A sinapse é a conexão
funcional entre a terminação do axônio e outro neurônio, e o ponto onde as informações são transmitidas de um
neurônio a outro. Outro espaço muito pequeno, chamado fenda sináptica, separa a terminação do axônio e o corpo
celular ou dendrito da célula com a qual se une em sinapse (THOMPSON, 2005).
Como unidades processadoras de informação do cérebro, os neurônios precisam desempenhar muitas tarefas. Eles
devem adquirir informações a partir dos receptores sensoriais, passá-las adiante para outros neurônios e desencadear o
movimento dos músculos para organizar os comportamentos (KOLB, 2002).
Cabe aos neurônios, também, guardar as instruções de nosso comportamento, isto é, eles devem codificar as memórias
e originar nossos pensamentos e emoções. Ao mesmo tempo, é necessário regular todos os vários processos do
organismo com os quais raramente nos preocupamos, como respiração, batimentos cardíacos, temperatura corporal e
ciclo sono-vigília. Essa é uma tarefa difícil, mas aparentemente desempenha com facilidade por estruturas pequenas
como os neurônios.
Os neurônios são células altamente excitáveis, que se comunicam entre si ou com as células efetuadoras, por meio de
modificações no potencial de membrana. As cargas elétricas dentro e fora da célula são responsáveis pelo
estabelecimento de um potencial de membrana (ROTTA, 2006).
Os neurônios possuem três regiões responsáveis por funções especializadas: corpo celular, dendritos e axônio.
Corpo celular: é a parte principal da célula nervosa, local onde está situado o núcleo, que permitem a elaboração
do estímulo elétrico ou impulso nervoso em respostas às sensações recebidas por sua membrana citoplasmática e seus
6. prolongamentos. No retículo endoplasmático rugoso e nos ribossomos são produzidas substâncias químicas, os
neurotransmissores, elementos ativo nas sinapses.
Dendritos: são prolongamentos citoplasmáticos curtos, ricamente ramificados, que desempenham a função de
ampliar a área de captação da membrana neuronal dos estímulos nervosos externos à célula, para que sejam avaliados
no corpo celular. Quanto maior a quantidade de dendritos, maior será a coleta de informações, permitindo ao corpo
celular a elaboração de uma resposta mais completa e complexa. Podemos dizer que a “inteligência” de um neurônio é
proporcional às ramificações (dendritos) que possui, pois quanto mais informações forem colhidas, mais precisas
serão as respostas motoras.
Axônio: geralmente único, é a via de resposta, de expressão da célula nervosa, servindo como fio condutor para que
o estímulo elétrico criado no corpo celular como resposta aos estímulos recebidos chegue ao destino ou órgão efetor.
Para que possa desempenhar esta função de condutibilidade deve ser recoberto por uma camada varável de substância
ricamente gordurosa denominada bainha de mielina.
Os neurotransmissores produzidos no corpo celular têm que atingir as sinapses situadas nas terminações distais dos
axônios. Para facilitar esse transporte existe inúmeros micro túbulos que se originam no corpo celular e percorrem
toda a extensão do axônio.
Sinapses
A sinapse é a unidade processadora de sinais do sistema nervoso. Trata-se da estrutura de contato entre um neurônio e
outra célula, através da qual se dá a transmissão de mensagens entre as duas. Ao serem transmitidas, as mensagens
podem ser modificadas no processo de passagem de uma célula outra, e é justamente nisso que reside a grande
flexibilidade funcional do sistema nervoso.
Os neurônios precisam se comunicar uns com os outros para que as informações possam ser transmitidas. É o local
onde ocorre a transformação do estímulo elétrico (gerado no corpo celular) em estímulo químico, mediada pelos
neurotransmissores.
As sinapses podem ser elétricas ou químicas. A transmissão sináptica no sistema nervoso humano é química, e a
comunicação entre os elementos em contato depende da liberação de substâncias químicas, que são os
neurotransmissores.
As sinapses do sistema nervoso centralpodem ser classificadas em duas categorias gerais, com base na morfologia das
diferenciações das membranas pré e pós-sinápticas. Uma sinapse química interneuronal compreende o elemento pré-
sináptico, que armazena e libera o neurotransmissor; o elemento pós-sináptico, que contém receptores para o
neurotransmissor e enzimas; e uma fenda sináptica.
Neurotransmissores
Quando uma sinapse está ativa e transmite informações, supostamente ocorre a fusão das vesículas na terminação pré-
sináptica e a membrana pré-sináptica libera seu conteúdo de neurotransmissor no espaço sináptico. As moléculas
transmissoras difundem-se pela estreita fenda sináptica e ligam-se a moléculas receptoras químicas específicas na
superfície da membrana pós-sináptica, o que ativa a célula-alvo pós-sináptica (THOMPSON, 2005).
O GABA (ácido gama-aminobutírico) é o neurotransmissor inibitório no cérebro. Os receptores GABA estão nos
corpos celulares do neurônio e detritos. Ele desempenha um papel importante na regulação da excitabilidade neuronal
ao longo de todo o sistema nervoso. Nos seres humanos, o GABA também é diretamente responsável pela regulação
do tônus muscular.
Como resultado da falta da regulação da excitabilidade neuronal no cérebro, acontecem os distúrbios da
aprendizagem, ansiedade, bem como as psicoses como a esquizofrenia e a depressão.
Evidências recentes relatam que a neurose da ansiedade, é um distúrbio cerebral de base, por falta do neurotransmissor
GABA. Duas formas importantes de neurose da ansiedade são as crises de pânico e a ansiedade generalizada. No
7. distúrbio do pânico, a pessoa sofre crises repentinas e aterradoras de medo, episódicas e de ocorrência imprevisível.
Os sintomas de uma crise de pânico são pupilas dilatadas, batimento cardíaco rápido, sensações de náusea, desejo de
urinar, sufocação, tontura e sensação de morte iminente. A atividade do sistema nervoso aumenta e o hormônio do
estresse, cortisol, é liberado. O distúrbio da ansiedade generalizada é uma sensação persistente de medo e ansiedade
não associados a um fato ou estímulo específico (THOMPSON, 2005).
A dopamina é um neurotransmissor que desempenha um papel importante na regulação do movimento. É o sistema
que se encontra deficiente na doença de Parkinson. Por razões desconhecidas, os neurônios que contêm dopamina
morrem gradualmente e desaparecem, à medida que a doença progride. Os resultados são os sintomas da doença de
Parkinson: tremores e movimentos repetitivos das mãos, movimento de “rolar a pílula” com os dedos, e maior
dificuldade para ficar em pé e iniciar os movimentos corporais gerais, como andar. O sistema neurotransmissor
dopaminérgico parece participar de maneira crítica da esquizofrenia. As pessoas que sofrem da esquizofrenia perdem
o contato com a realidade. Elas têm falsas crenças e processos de pensamentos perturbados. Muitas vezes te
alucinações auditivas, vozes que se dirigem a elas
pessoalmente e as instruem a fazer coisas. Algumas vezes, podem manter conversações ativas e em voz alta
(THOMPSON, 2005).
Quando a dopamina é liberada nas sinapses e liga-se aos receptores dopaminérgicos, ela ativa os neurônios que a
recebem.
Algumas de suas funções notáveis estão em: movimento, memória, recompensa agradável, comportamento e
cognição, atenção, sono, humor e aprendizagem. A Dopamina nos lóbulos frontais do cérebro controla a circulação da
informação de outras áreas do cérebro. As Desordens da dopamina nesta região conduzem para diminuir em funções
cognitivas especialmente memória, atenção, e resolução de problemas.
A serotonina é um neurotransmissor que é responsável em elevar o humor e produzir uma sensação de bem-estar, sua
falta no cérebro ou anormalidades em seu metabolismo tem sido relacionada a condições neuropsíquicas bastante
sérias. A falta de serotonina no organismo pode resultar em carência de emoção racional, sentimentos de irritabilidade
e menos valia, crises de choro, alterações do sono e uma série de outros problemas emocionais.
Sem serotonina no organismo, pode causar a depressão. A depressão é uma condição que a maioria das pessoas já
experimentaram. Às vezes a pessoa fica triste, chateada ou melancólica. As pessoas normais ficam tristes e deprimidas
por boas razões: perda do amor de alguém, uma dificuldade financeira, etc. Entretanto, a depressão psicótica ocorre
sem uma boa razão, pelo menos nada que seja aparente a ninguém a não ser para a própria pessoa deprimida. Os
sintomas de depressão psicótica são os mesmos da depressão normal e somente um pouco mais. O indivíduo
deprimido tipicamente só fica sentado num lugar e sente-se infeliz. Ao contrário da esquizofrenia, os processos de
pensamento são normais, com exceção de sentimentos irracionais ou de inutilidade (THOMPSON, 2005).
AS UNIDADES FUNCIONAIS DE LURIA NA APRENDIZAGEM A base da aprendizagem se localiza nas
modificações estruturais e funcionais do neurônio e suas conexões. As funções cerebrais são executadas por um
conjunto de neurônios formando sistemas funcionais.
8. Luria em 1976, dividiu os sistemas funcionais em três:
controlando o ciclo sono-vigília. As estruturas cerebrais envolvidas são a substância reticular ascendente e o córtex
pré-frontal; neles encontramos núcleos colinérgicos, noradrenérgicos, dopaminérgicos e serotonérgicos. Como se
relaciona com a atenção, a disfunção deste sistema leva à distratilidade.
-se no córtex temporal, parietal e
occipital.
Podem ser distinguidas áreas primárias, secundárias e terciárias.
As áreas primárias são aquelas onde terminam as fibras sensitivas que vêm do tálamo. No lobo temporal, as áreas 41 e
42 recebem as mensagens auditivas; no lobo parietal, nas áreas 3, 1 e 2 se projetam as fibras relacionadas à
somestesia; no lobo occipital, a área 17 corresponde à área visual.
Outra forma de se entender a organização da neuroanatomia da aprendizagem é fundamentada no esquema proposto
pelo neurologista russo Luria. Apesar de cada hemisfério cerebral ter suas peculiaridades, o cérebro funciona como
um todo, no que se refere à cognição e conduta do indivíduo.
As áreas secundárias se localizam junto às primárias. A principal função destas áreas é de processar a informação e
dar significado, integrando dessa forma as percepções e gnosias. No lobo temporal se localiza a área 22, no lobo
parietal as áreas 5 e 7, e no occipital as áreas 18 e 19.
As áreas terciárias são de associação entre áreas corticais para elaboração de funções complexas; neste processo
intervém várias modalidades perceptivas onde se alcança o nível simbólico e conceitual, como a linguagem oral e
escrita, a noção de esquema corporal e a dominância hemisférica. A localização no sistema nervoso central não é tão
precisa.
frontais, que possibilitam a intencionalidade, a planificação e a organização da conduta em relação a percepção e ao
conhecimento do mundo.
As unidades funcionais de Luria se referem às funções cognitivas, mas não se pode esquecer a afetividade, podendo se
incorporar uma quarta unidade funcional, localizada no sistema límbico para selecionar os estímulos e a porção
orbitária do lobo frontal, para planificar a conduta no aspecto afetivo.
As unidades funcionais do cérebro estão organizadas de forma hierárquica. A teoria do desenvolvimento neurológico
sequencial leva em conta as modificações anatômicas, funcionais e as habilidades intelectuais de adaptação da criança.
Podemos dividi-la em cinco etapas:
nascimento, mas adquire ação plena aos 12 meses de idade. A lesão desta área leva a distúrbios da atenção.
elaciona com o desenvolvimento da área motora primária e das áreas sensitivas primárias. As
áreas sensitivas se conectam com as motoras, tornando possível uma atividade sensório-motora, que se desenvolve nos
dois primeiros anos de vida. Corresponde ao período sensório-motor de Piaget.
principalmente aos dois anos, mas se estende até os cinco anos.
Estas áreas recebem informação das primárias e de estruturas subcorticais, tornando possível processos motores e
perceptuais complexos. Nesse período, inicia o desenvolvimento da linguagem e a lateralização dos hemisférios
cerebrais, o que explica o fato de que lesões cerebrais antes dos dois anos de idade levam o desenvolvimento da
linguagem e localizar-se no hemisfério não dominante.
É o período de transição para o pensamento representativo de preparação para as operações concretas da teoria de
Piaget.
as áreas terciárias da segunda unidade funcional, localizadas na
região parietal, permitindo a produção de atividades mentais complexas relacionadas com o nível simbólico e
conceitual. Coincide com o período das operações concretas de Piaget. O máximo de desenvolvimento deste sistema
funcional acontece entre os 5 e 12 anos de idade.
As alterações destas áreas podem levar a disfunção que vão desde dificuldades na leitura e em matemática até o
retardo mental.
9. das áreas da terceira unidade funcional; portanto, da região pré-
frontal, que do ponto de vista ontogenético e filogenético é a última que se desenvolve. Esta área faz conexões com
todas as áreas corticais, com as estruturas subcorticais, o sistema límbico e o tronco encefálico. Há controvérsias
quanto ao seu início de funcionamento, que poderia ser aos quatro anos ou somente a partir da adolescência.
Esta etapa corresponde ao período das operações concretas de Piaget, que inicia aos
doze anos de idade.
Para finalizar, podemos dizer que, segundo a literatura considera que o impacto do ambiente, incluindo o social e
escolar, é determinado pelo desenvolvimento interno, o que abrange a maturação física e anatômica do cérebro da
criança. Por sua vez, as diferentes formas de influências sociais na criança determinam a formação mental das funções
e estimulam a maturação das estruturas cerebrais. Em outras palavras, a atividade da criança, em colaboração do
ambiente, leva a um funcionamento do cérebro fortalecido, de forma que contribui para uma aprendizagem
consolidada.
REFERÊNCIAS
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THOMPSON, R. F. O Cérebro: Uma Introdução à Neurociência. São Paulo: Editora Santos, 2005.