O documento discute como a inteligência artificial será um tema central de uma segunda onda de transformação digital nas empresas em 2018. A IA pode ajudar em quase todos os desafios comerciais e permitirá que as empresas atendam novos clientes e aumentem a eficiência. Embora existam ainda desafios a serem superados, a maioria dos setores está adotando a IA.
1. Inteligência Artificial, a segunda onda de transformação digital
Alberto Otero
Em 2018, a Inteligência Artificial (IA) será o
tema central de uma segunda onda de
transformação digital nas empresas. O
Gartner prevê que, em 2020, 85% dos CIOs
(Chief Information Officers) liderarão
projetos de IA em suas organizações, graças
ao espetacular avanço nas pesquisas nessa
área, que permite abordar os desafios do
negócio com esse tipo de tecnologia, que
antes era inimaginável.
Por que isso está acontecendo agora?
Porque os custos da infraestrutura
computacional necessária diminuíram
muito, temos grandes volumes de dados
para treinar sistemas inteligentes e houve
um forte investimento financeiro, por
exemplo, de gigantes digitais e de empresas
de capital de risco. Para se ter uma ideia, de
acordo com a Harvard Business Review,
estima-se que empresas como Google,
Facebook e Microsoft tenham investido
mais de 20 bilhões de dólares em
Inteligência Artificial durante 2016, e os
projetos de capital de risco receberam
financiamento de cerca de 5 bilhões de
dólares durante o mesmo ano.
A Inteligência Artificial pode ajudar em
quase todos os desafios comerciais que as
organizações têm atualmente. Isso permite
que as empresas conquistem novos clientes
ao sugerir a análise de sentimentos, para
identificar o melhor momento para oferecer
uma promoção para as pessoas, por
exemplo. Consequentemente, aumenta a
satisfação dos clientes, com a antecipação
de seus desejos, e também a eficiência da
companhia, já que os profissionais passam a
dispor de informações relevantes para a
tomada de decisão. Além disso, ela permite
que os executivos criem novos modelos de
negócios para atender novos segmentos de
clientes, de novas formas e com novos
produtos.
Assim, está confirmado que a IA permeará
tudo o que fazemos, em qualquer processo
de negócios e em qualquer tipo de
organização. Nos próximos anos, qualquer
ação habitual em um ambiente profissional
será apoiada ou realizada por meio de
Inteligência Artificial. Alguns de nossos e-
mails serão respondidos automaticamente.
2. Solicitaremos nossas férias a um assistente
virtual ou venderemos aos clientes o que
um sistema inteligente decidiu priorizar.
As organizações devem adotar artificializa
em curto prazo, como fonte de vantagem
competitiva e, em longo prazo, como meio
para subsistir. Nesta primeira fase, no
entanto, é preciso estar aberto à
experimentação para ser bem-sucedido, à
prova e até ao fracasso. Deve-se manter
uma atitude aberta de mudança e inovação.
Embora ainda existam setores que, devido
às suas características, sejam mais
propensos à adoção de novas tecnologias,
notamos que, ao contrário do que
aconteceu no passado, a Inteligência
Artificial tem atraído interesse em quase
todos os tipos de organização. Os bancos,
por exemplo, tomaram medidas fortes para
adotá-la, para lidar com grandes volumes de
informações e trabalhar com recursos
facilmente digitalizáveis, mas, outros
setores, como telecomunicações, varejo e
companhias aéreas não ficaram para trás.
Os três fatores-chave na adoção bem-
sucedida da IA são a capacidade de imaginar
como usar este tipo de tecnologia de forma
prática nos desafios comerciais; a
disponibilidade de talentos com profundo
conhecimento comercial e técnico para
realizar o que foi imaginado, e a capacidade
de integrar novas soluções em ecossistemas
já existentes, muitas vezes, altamente
complexos.
Por fim, embora tenham sido realizados
avanços impressionantes na capacidade da
Inteligência Artificial, ainda existem grandes
desafios a serem solucionados. Alguns deles
dizem respeito a tudo o que tem a ver com
a ética na adoção; à capacidade de explicar
as razões que levaram uma IA a tomar
determinada decisão; evitar vieses na
tomada de decisões, introduzidas
essencialmente na fase de treinamento da
inteligência; ou a capacidade de poder
aprender com menores volumes de dados
(de milhões para dezenas), como um ser
humano faz.
Alberto Otero é Head de Inteligência
Artificial na everis Américas