SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 6
1


  O Universo espiritual da Polis - Jean-Pierre Vernant


- Advento da polis : Entre os séculos VIII e VII

- O sistema da polis implica

1. Uma extraordinária proeminência da palavra sobre todos os outros
   instrumentos do poder.

  Palavra = debate contraditório / discussão / argumentação

          Dirige-se a um público como a um juiz que decide em última
        instância
        Escolha puramente humana que mede a força da persuasão
        dos dois discursos
         Vínculo estreito entre a política e o logos

2. O cunho de plena publicidade dada às manifestações mais
   importantes da vida social.

 A polis existe na medida em que se distinguiu um domínio público, nos
 dois sentidos diferentes, mas solidários do termo: um setor de
 interesse comum, opondo-se aos assuntos privados e práticas
 abertas, estabelecidas em plena luz do dia, opondo-se a processos
 secretos.
 Duplo movimento de democratização e de divulgação. A cultura grega
 constitui-se, dando a um círculo sempre mais amplo o acesso ao
 mundo espiritual, reservado no início a uma aristocracia de caráter
 guerreiro e sacerdotal.
 A discussão, a argumentação, a polêmica, tornam-se as regras do
 jogo intelectual, assim como do jogo político.
 Escrita (tomada dos fenícios): torna-se, desde o século VIII, uma
 técnica de amplo uso, livremente difundida ao público: fornece, no
 plano intelectual, o meio de uma cultura comum e permite a
 divulgação dos conhecimentos.
 Redação das Leis: permanência e fixidez
 LEI – Norma racional, sujeita à discussão, modificável por decreto.
 A dike (justiça), sem deixar de aparecer como um valor ideal, pela
 publicidade que lhe confere a escrita, vai poder encarnar-se num
2


plano propriamente humano, realizar-se na lei, regra comum a todos,
mas superior a todos, norma racional, sujeita à discussão e
modificável por decreto, mas que nem por isso deixa de exprimir uma
ordem concebida como sagrada.
A verdade do sábio, revelação do essencial, ao ser entregue à escrita
é destacada do círculo fechado das seitas e torna-se acessível a
todos, sujeita ao julgamento de todos.
Os antigos sacerdócios, que pertenciam como propriedade particular a
certos genes e marcavam seu parentesco especial com um poder
divino, são confiscados pela polis e transformados em cultos oficiais
da cidade, cultos públicos – a proteção da divindade será estendida a
todos. O templo como morada pública, morada aberta dos símbolos
religiosos. Os velhos ídolos perdem, com seu caráter secreto, sua
virtude de símbolo eficaz; tornam-se imagens, cuja função ritual
consiste em serem vistos, sem outra realidade religiosa senão sua
aparência.
Porém, o processo de divulgação encontra obstáculos em todos os
domínios: no plano político, permanece uma forma de poder que
opera por vias misteriosas e meios sobrenaturais. O valor político
atribuído aos talismãs secretos não é simples sobrevivência do
passado, corresponde a necessidades sociais definidas. Porém, tanto
no plano político como no jurídico, há certamente secularização. No
plano político, os ritos, como o sacrifício ou o juramento, aos quais os
magistrados ficam sujeitos ao assumir o cargo, constituem o esquema
formal e não mais a força interna da vida política.Também no plano
jurídico, os processos religiosos que tinham na origem valor em si
mesmos, tornam-se, no quadro do direito, introdutores de instância.
No domínio da religião, desenvolvem-se, à margem da cidade e ao
lado do culto público, associações fundadas secretamente: seitas,
confrarias e mistérios. Mas, contrariamente às iniciações antigas, os
novos agrupamentos secretos são doravante confinados a um terreno
puramente religioso. No quadro da cidade, a iniciação só pode trazer
uma transformação “espiritual”, sem repercussão política. Apesar da
democratização de um privilégio religioso, na origem segredos
religiosos que pertenciam, como propriedade particular, a famílias
sacerdotais, o mistério em nenhum momento se coloca numa
perspectiva de publicidade. Em contraste com a publicidade do culto
oficial, o segredo define uma religião de salvação pessoal visando a
transformar o indivíduo independentemente da ordem social. Os
ensinamentos da Sabedoria, como as revelações dos mistérios,
3


 pretendem transformar o homem no íntimo, fazer dele quase um deus,
 um theios anér, que se coloca à margem da comunidade. A primeira
 sabedoria constitui-se assim numa espécie de contradição em que se
 exprime sua natureza paradoxal:entrega ao público um saber que
 proclama ao mesmo tempo inacessível à maior parte.
 Ao nascer, a filosofia vai encontrar-se numa posição ambígua: em
 seus métodos, em sua inspiração, aparentar-se-á, ao mesmo tempo,
 às iniciações dos mistérios e às controvérsias da agora; flutuará entre
 o espírito de segredo próprio das seitas e a publicidade do debate
 contraditório que caracteriza a atividade política. Seita Pitagórica na
 Grande Grécia, no século VI, organiza-se em confraria fechada e
 recusa entregar à escrita uma doutrina puramente esotérica. Sofistas,
 integrados na vida pública, apresentando-se como preparação ao
 exercício do poder na cidade. O filósofo oscilará entre as duas
 atitudes.

3. Os que compõem a cidade, por mais diferentes que sejam por sua
   origem, sua classe, sua função, aparecem, de certa maneira,
   “semelhantes” uns aos outros.

A semelhança cria a unidade da polis, pois, para os gregos, só os
semelhantes podem encontrar-se mutuamente unidos pela Philia,
associados numa mesma comunidade. Substituição das relações
hierárquicas de submissão e de domínio.
Todos que participam do Estado vão definir-se como Hómoioi,
semelhantes, depois, de maneira mais abstrata, como os Isoi, iguais.
No século VI essa imagem do mundo humano encontrará sua
expressão rigorosa no conceito de isonomia, igual participação de todos
os cidadãos no exercício do poder.
A exigência de isonomia enraíza-se numa tradição igualitária muito
antiga - correspondia a certas atitudes psicológicas dos hippei, nobreza
militar que estabelece, pela primeira vez, uma equivalência entre a
qualificação guerreira e o direito de participar nos negócios públicos.
Na polis, o estado de soldado coincide com o de cidadão.
Aparecimento do hoplita (soldado-cidadão). Philia x Eris (conflito, desejo
de triunfar do adversário). O poder dos indivíduos deve inclinar-se
diante da lei do grupo.
Transformação da ética do guerreiro. A virtude guerreira é feita de
sophrosyne : um domínio completo de si, controle para submeter-se a
uma disciplina comum. A falange faz do hoplita, como a cidade faz do
4


cidadão, uma unidade permutável, um elemento semelhante a todos os
outros, e cuja aristeia, o valor individual, não deve jamais se manifestar
senão no quadro imposto pela manobra de conjunto, pela coesão do
grupo. A cidade rejeita as atitudes tradicionais da aristocracia tendentes
a exaltar o prestígio e o poder dos indivíduos. Valorização de um estilo
de vida severo, quase ascético, que faz desaparecer entre os cidadãos
as diferenças de costumes e de condição.
Estado Espartano (séc. VII e VI): transformações sociais e políticas
produzidas pelas novas técnicas de guerra e que resultam numa cidade
de hoplitas, traduzem no plano das instituições a exigência de um
mundo humano ordenado pela lei. A ordem é primeira em relação ao
poder. A arché pertence exclusivamente à lei.
O fator militar desempenhou papel decisivo no advento da nova
mentalidade. Algumas características tornam Esparta adiantada para
seu tempo: vida social que impõe a todos um mesmo regime de
austeridade, que codifica até a maneira como as casas devem ser
construídas, e que institui a prática das sissitias (refeições comuns). O
regime de Esparta realiza um “equilíbrio” entre os elementos sociais que
representam funções, virtudes, ou valores opostos.

Gerousia ou Conselho dos Anciãos – composto de 30 membros,
incluindo os dois reis (um de cada família aristocrática). Papel de
contrapeso entre a assembléia popular e a autoridade real.
Apella ou Assembléia Popular – Todos os espartanos adultos que
possuíam direitos integrais de cidadania e serviam na cavalaria e
infantaria do exército.
Éforos – administradores que eram os governantes reais e guardiões
das instituições. Elemento guerreiro e popular por oposição à gerousia
aristocrática

Esparta reconhece a supremacia da lei e da ordem por ter-se orientado
para a guerra. Em Esparta a palavra não será um instrumento político,
não adotará a forma de discussão, argumentação, refutação. No lugar
de Peithó (força de persuasão), o poder de Phobos (temor que curva os
cidadãos à obediência). Para eles, a palavra continua a ser aquelas
rhetrai, aquelas leis quase oraculares a que eles se submetem sem
discussão e que recusam entregar pela escrita a uma plena publicidade.
5
5

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

Aula 13 filosofia política
Aula 13   filosofia políticaAula 13   filosofia política
Aula 13 filosofia políticaprofessorleo1989
 
Módulo 4 a filosofia das luzes
Módulo 4   a filosofia das luzesMódulo 4   a filosofia das luzes
Módulo 4 a filosofia das luzesEscoladocs
 
A filosofia política
A filosofia políticaA filosofia política
A filosofia políticasamuel yuri
 
Filosofia politica de maquiavel a rosseau
Filosofia politica   de maquiavel a rosseauFilosofia politica   de maquiavel a rosseau
Filosofia politica de maquiavel a rosseauAlan
 
Platão e a cidade ideal
Platão e a cidade idealPlatão e a cidade ideal
Platão e a cidade idealirenio soares
 
Filosofia política em Platão e Aristóteles
Filosofia política em Platão e AristótelesFilosofia política em Platão e Aristóteles
Filosofia política em Platão e AristótelesMarcos Goulart
 
A dimensão política segundo platão e a crítica de aristoteles
A dimensão política segundo platão e a crítica de aristotelesA dimensão política segundo platão e a crítica de aristoteles
A dimensão política segundo platão e a crítica de aristotelesJoao Carlos
 
Revisão de filosofia politica
Revisão de filosofia politicaRevisão de filosofia politica
Revisão de filosofia politicaFelipe Serra
 
Politeia e virtude_as_origens_do_pensamento_republicano_classico
Politeia e virtude_as_origens_do_pensamento_republicano_classicoPoliteia e virtude_as_origens_do_pensamento_republicano_classico
Politeia e virtude_as_origens_do_pensamento_republicano_classicoMarinara Moreira
 
Texto para a aula o homem é um animal político
Texto para a aula o homem é um animal políticoTexto para a aula o homem é um animal político
Texto para a aula o homem é um animal políticoCélio Alves de Moura
 
FILOSOFIA DAS LUZES
FILOSOFIA DAS LUZESFILOSOFIA DAS LUZES
FILOSOFIA DAS LUZEScattonia
 
Marketing político aula 01 a
Marketing político aula 01 aMarketing político aula 01 a
Marketing político aula 01 apaula_correa
 
História A - Filosofia das Luzes
História A - Filosofia das LuzesHistória A - Filosofia das Luzes
História A - Filosofia das LuzesDaniela Paiva
 
Política filosofia 35 tp
Política filosofia 35 tpPolítica filosofia 35 tp
Política filosofia 35 tpalemisturini
 

Mais procurados (20)

Aula 13 filosofia política
Aula 13   filosofia políticaAula 13   filosofia política
Aula 13 filosofia política
 
Filosofia política
Filosofia políticaFilosofia política
Filosofia política
 
Módulo 4 a filosofia das luzes
Módulo 4   a filosofia das luzesMódulo 4   a filosofia das luzes
Módulo 4 a filosofia das luzes
 
A filosofia política
A filosofia políticaA filosofia política
A filosofia política
 
Filosofia politica de maquiavel a rosseau
Filosofia politica   de maquiavel a rosseauFilosofia politica   de maquiavel a rosseau
Filosofia politica de maquiavel a rosseau
 
Platão e a cidade ideal
Platão e a cidade idealPlatão e a cidade ideal
Platão e a cidade ideal
 
O Iluminismo (ou Filosofia das luzes)
O Iluminismo (ou Filosofia das luzes)O Iluminismo (ou Filosofia das luzes)
O Iluminismo (ou Filosofia das luzes)
 
Filosofia política em Platão e Aristóteles
Filosofia política em Platão e AristótelesFilosofia política em Platão e Aristóteles
Filosofia política em Platão e Aristóteles
 
A dimensão política segundo platão e a crítica de aristoteles
A dimensão política segundo platão e a crítica de aristotelesA dimensão política segundo platão e a crítica de aristoteles
A dimensão política segundo platão e a crítica de aristoteles
 
Revisão de filosofia politica
Revisão de filosofia politicaRevisão de filosofia politica
Revisão de filosofia politica
 
Política antiga e medieval aula - 3º ano
Política antiga e medieval   aula  - 3º anoPolítica antiga e medieval   aula  - 3º ano
Política antiga e medieval aula - 3º ano
 
Politeia e virtude_as_origens_do_pensamento_republicano_classico
Politeia e virtude_as_origens_do_pensamento_republicano_classicoPoliteia e virtude_as_origens_do_pensamento_republicano_classico
Politeia e virtude_as_origens_do_pensamento_republicano_classico
 
A autonomia da política
A autonomia da políticaA autonomia da política
A autonomia da política
 
Texto para a aula o homem é um animal político
Texto para a aula o homem é um animal políticoTexto para a aula o homem é um animal político
Texto para a aula o homem é um animal político
 
FILOSOFIA DAS LUZES
FILOSOFIA DAS LUZESFILOSOFIA DAS LUZES
FILOSOFIA DAS LUZES
 
Marketing político aula 01 a
Marketing político aula 01 aMarketing político aula 01 a
Marketing político aula 01 a
 
História A - Filosofia das Luzes
História A - Filosofia das LuzesHistória A - Filosofia das Luzes
História A - Filosofia das Luzes
 
Política filosofia 35 tp
Política filosofia 35 tpPolítica filosofia 35 tp
Política filosofia 35 tp
 
A república platão
A república   platãoA república   platão
A república platão
 
Aula 14 Liberdade e política - Karl Marx
Aula 14   Liberdade e política - Karl MarxAula 14   Liberdade e política - Karl Marx
Aula 14 Liberdade e política - Karl Marx
 

Destaque

《莲花海》(44) 智慧的运用-智慧的修行方向(44)-修心篇(7)-「法宝」有「四种」,有何功德呢?-三世诸佛的「上师」是谁?-啤吗哈尊金刚上师(着)-...
《莲花海》(44) 智慧的运用-智慧的修行方向(44)-修心篇(7)-「法宝」有「四种」,有何功德呢?-三世诸佛的「上师」是谁?-啤吗哈尊金刚上师(着)-...《莲花海》(44) 智慧的运用-智慧的修行方向(44)-修心篇(7)-「法宝」有「四种」,有何功德呢?-三世诸佛的「上师」是谁?-啤吗哈尊金刚上师(着)-...
《莲花海》(44) 智慧的运用-智慧的修行方向(44)-修心篇(7)-「法宝」有「四种」,有何功德呢?-三世诸佛的「上师」是谁?-啤吗哈尊金刚上师(着)-...DudjomBuddhistAssociation
 
Libro1
Libro1Libro1
Libro1Anam
 
President's List ABA
President's List ABAPresident's List ABA
President's List ABAKurt Elsasser
 
cert achievement fuel ind
cert achievement fuel indcert achievement fuel ind
cert achievement fuel indPeter Smith
 
Observando aspectos sociais e ambientais de Nazaré da Mata
Observando aspectos sociais e ambientais de Nazaré da MataObservando aspectos sociais e ambientais de Nazaré da Mata
Observando aspectos sociais e ambientais de Nazaré da MataJefferson Gomes
 
Irasema cruz hernandez
Irasema cruz hernandezIrasema cruz hernandez
Irasema cruz hernandezirasema3
 
Eşşafihu cancer treatment and medicine decleration 3
Eşşafihu  cancer  treatment  and  medicine decleration 3Eşşafihu  cancer  treatment  and  medicine decleration 3
Eşşafihu cancer treatment and medicine decleration 3PHİLOSOPHER EFRUZHU PHRMP
 
《莲花海》(30) 生死的奥秘-濒死体验的意义(30)-迈向死亡的不同阶段,与当中的「意识状态转换」-陪伴临终者的亲友,应如何接收及处理「死亡的讯号」呢?...
《莲花海》(30) 生死的奥秘-濒死体验的意义(30)-迈向死亡的不同阶段,与当中的「意识状态转换」-陪伴临终者的亲友,应如何接收及处理「死亡的讯号」呢?...《莲花海》(30) 生死的奥秘-濒死体验的意义(30)-迈向死亡的不同阶段,与当中的「意识状态转换」-陪伴临终者的亲友,应如何接收及处理「死亡的讯号」呢?...
《莲花海》(30) 生死的奥秘-濒死体验的意义(30)-迈向死亡的不同阶段,与当中的「意识状态转换」-陪伴临终者的亲友,应如何接收及处理「死亡的讯号」呢?...DudjomBuddhistAssociation
 
《莲花海》(35) 生死的奥秘-濒死体验的意义(35)-当你遭遇重大危机时,你最想得到甚么呢?-如何向重病者表达你的真心关怀-啤吗哈尊金刚上师(着)-敦珠佛学会
《莲花海》(35) 生死的奥秘-濒死体验的意义(35)-当你遭遇重大危机时,你最想得到甚么呢?-如何向重病者表达你的真心关怀-啤吗哈尊金刚上师(着)-敦珠佛学会《莲花海》(35) 生死的奥秘-濒死体验的意义(35)-当你遭遇重大危机时,你最想得到甚么呢?-如何向重病者表达你的真心关怀-啤吗哈尊金刚上师(着)-敦珠佛学会
《莲花海》(35) 生死的奥秘-濒死体验的意义(35)-当你遭遇重大危机时,你最想得到甚么呢?-如何向重病者表达你的真心关怀-啤吗哈尊金刚上师(着)-敦珠佛学会DudjomBuddhistAssociation
 

Destaque (20)

Ppdb jadwal
Ppdb jadwalPpdb jadwal
Ppdb jadwal
 
Tabacco use
Tabacco useTabacco use
Tabacco use
 
Image
ImageImage
Image
 
《莲花海》(44) 智慧的运用-智慧的修行方向(44)-修心篇(7)-「法宝」有「四种」,有何功德呢?-三世诸佛的「上师」是谁?-啤吗哈尊金刚上师(着)-...
《莲花海》(44) 智慧的运用-智慧的修行方向(44)-修心篇(7)-「法宝」有「四种」,有何功德呢?-三世诸佛的「上师」是谁?-啤吗哈尊金刚上师(着)-...《莲花海》(44) 智慧的运用-智慧的修行方向(44)-修心篇(7)-「法宝」有「四种」,有何功德呢?-三世诸佛的「上师」是谁?-啤吗哈尊金刚上师(着)-...
《莲花海》(44) 智慧的运用-智慧的修行方向(44)-修心篇(7)-「法宝」有「四种」,有何功德呢?-三世诸佛的「上师」是谁?-啤吗哈尊金刚上师(着)-...
 
Libro1
Libro1Libro1
Libro1
 
President's List ABA
President's List ABAPresident's List ABA
President's List ABA
 
Pdef
PdefPdef
Pdef
 
4.3 tv slim_manual
4.3 tv slim_manual4.3 tv slim_manual
4.3 tv slim_manual
 
Sap 1
Sap 1Sap 1
Sap 1
 
cert achievement fuel ind
cert achievement fuel indcert achievement fuel ind
cert achievement fuel ind
 
kkd
kkdkkd
kkd
 
Inventario de psic
Inventario de psicInventario de psic
Inventario de psic
 
Dia del agua
Dia del aguaDia del agua
Dia del agua
 
Observando aspectos sociais e ambientais de Nazaré da Mata
Observando aspectos sociais e ambientais de Nazaré da MataObservando aspectos sociais e ambientais de Nazaré da Mata
Observando aspectos sociais e ambientais de Nazaré da Mata
 
Irasema cruz hernandez
Irasema cruz hernandezIrasema cruz hernandez
Irasema cruz hernandez
 
欲しいの
欲しいの欲しいの
欲しいの
 
Eşşafihu cancer treatment and medicine decleration 3
Eşşafihu  cancer  treatment  and  medicine decleration 3Eşşafihu  cancer  treatment  and  medicine decleration 3
Eşşafihu cancer treatment and medicine decleration 3
 
《莲花海》(30) 生死的奥秘-濒死体验的意义(30)-迈向死亡的不同阶段,与当中的「意识状态转换」-陪伴临终者的亲友,应如何接收及处理「死亡的讯号」呢?...
《莲花海》(30) 生死的奥秘-濒死体验的意义(30)-迈向死亡的不同阶段,与当中的「意识状态转换」-陪伴临终者的亲友,应如何接收及处理「死亡的讯号」呢?...《莲花海》(30) 生死的奥秘-濒死体验的意义(30)-迈向死亡的不同阶段,与当中的「意识状态转换」-陪伴临终者的亲友,应如何接收及处理「死亡的讯号」呢?...
《莲花海》(30) 生死的奥秘-濒死体验的意义(30)-迈向死亡的不同阶段,与当中的「意识状态转换」-陪伴临终者的亲友,应如何接收及处理「死亡的讯号」呢?...
 
《莲花海》(35) 生死的奥秘-濒死体验的意义(35)-当你遭遇重大危机时,你最想得到甚么呢?-如何向重病者表达你的真心关怀-啤吗哈尊金刚上师(着)-敦珠佛学会
《莲花海》(35) 生死的奥秘-濒死体验的意义(35)-当你遭遇重大危机时,你最想得到甚么呢?-如何向重病者表达你的真心关怀-啤吗哈尊金刚上师(着)-敦珠佛学会《莲花海》(35) 生死的奥秘-濒死体验的意义(35)-当你遭遇重大危机时,你最想得到甚么呢?-如何向重病者表达你的真心关怀-啤吗哈尊金刚上师(着)-敦珠佛学会
《莲花海》(35) 生死的奥秘-濒死体验的意义(35)-当你遭遇重大危机时,你最想得到甚么呢?-如何向重病者表达你的真心关怀-啤吗哈尊金刚上师(着)-敦珠佛学会
 
Patricia
PatriciaPatricia
Patricia
 

Semelhante a Vernant o-universo

O CRISTIANISMO, ESCRAVIDÃO E TRANSFORMAÇÃO SOCIAL
O CRISTIANISMO, ESCRAVIDÃO E TRANSFORMAÇÃO SOCIALO CRISTIANISMO, ESCRAVIDÃO E TRANSFORMAÇÃO SOCIAL
O CRISTIANISMO, ESCRAVIDÃO E TRANSFORMAÇÃO SOCIALIsrael serique
 
áRea De IntegraçãO
áRea De IntegraçãOáRea De IntegraçãO
áRea De IntegraçãORita
 
Filosofia unidade v
Filosofia unidade vFilosofia unidade v
Filosofia unidade vjoao paulo
 
CLÁSSICOS DA SOCIOLOGIA
CLÁSSICOS DA SOCIOLOGIACLÁSSICOS DA SOCIOLOGIA
CLÁSSICOS DA SOCIOLOGIAClaudinei Leite
 
José herculano pires os sonhos de liberdade
José herculano pires   os sonhos de liberdadeJosé herculano pires   os sonhos de liberdade
José herculano pires os sonhos de liberdadeClaudia Ruzicki Kremer
 
03 platão-coleção-os-pensadores-1991
03 platão-coleção-os-pensadores-199103 platão-coleção-os-pensadores-1991
03 platão-coleção-os-pensadores-1991MGS High School
 
Vvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvv
VvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvVvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvv
Vvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvrose soratto
 
Filosofia política
Filosofia políticaFilosofia política
Filosofia políticaricardo13613
 
Filosofia política 2º ano
Filosofia política   2º anoFilosofia política   2º ano
Filosofia política 2º anoEdirlene Fraga
 
As filosofias políticas
As filosofias políticasAs filosofias políticas
As filosofias políticaslorrane2300
 
TGE- teoria geral do estadoperguntas20e20respostas.ppt
TGE- teoria geral do estadoperguntas20e20respostas.pptTGE- teoria geral do estadoperguntas20e20respostas.ppt
TGE- teoria geral do estadoperguntas20e20respostas.pptdramagnoliaaleixoadv
 
1000%20 perguntas%20e%20respostas%20sobre%20teoria%20geral%20do%20estado%20de...
1000%20 perguntas%20e%20respostas%20sobre%20teoria%20geral%20do%20estado%20de...1000%20 perguntas%20e%20respostas%20sobre%20teoria%20geral%20do%20estado%20de...
1000%20 perguntas%20e%20respostas%20sobre%20teoria%20geral%20do%20estado%20de...andrea almeida
 
Filosofia surgimento
Filosofia surgimentoFilosofia surgimento
Filosofia surgimentoluizbraz5555
 
Texto política na grécia antiga
Texto política na grécia antigaTexto política na grécia antiga
Texto política na grécia antigaturco2802
 
Humanismo, Jusnaturalismo, Criticismo E Deontologia
Humanismo, Jusnaturalismo, Criticismo E DeontologiaHumanismo, Jusnaturalismo, Criticismo E Deontologia
Humanismo, Jusnaturalismo, Criticismo E DeontologiaLuci Bonini
 

Semelhante a Vernant o-universo (20)

O CRISTIANISMO, ESCRAVIDÃO E TRANSFORMAÇÃO SOCIAL
O CRISTIANISMO, ESCRAVIDÃO E TRANSFORMAÇÃO SOCIALO CRISTIANISMO, ESCRAVIDÃO E TRANSFORMAÇÃO SOCIAL
O CRISTIANISMO, ESCRAVIDÃO E TRANSFORMAÇÃO SOCIAL
 
Política.pdf
Política.pdfPolítica.pdf
Política.pdf
 
áRea De IntegraçãO
áRea De IntegraçãOáRea De IntegraçãO
áRea De IntegraçãO
 
Filosofia unidade v
Filosofia unidade vFilosofia unidade v
Filosofia unidade v
 
CLÁSSICOS DA SOCIOLOGIA
CLÁSSICOS DA SOCIOLOGIACLÁSSICOS DA SOCIOLOGIA
CLÁSSICOS DA SOCIOLOGIA
 
José herculano pires os sonhos de liberdade
José herculano pires   os sonhos de liberdadeJosé herculano pires   os sonhos de liberdade
José herculano pires os sonhos de liberdade
 
03 platão-coleção-os-pensadores-1991
03 platão-coleção-os-pensadores-199103 platão-coleção-os-pensadores-1991
03 platão-coleção-os-pensadores-1991
 
Cidadania
CidadaniaCidadania
Cidadania
 
Vvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvv
VvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvVvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvv
Vvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvv
 
Cidade, Cidadão, cidadania.pptx
Cidade, Cidadão, cidadania.pptxCidade, Cidadão, cidadania.pptx
Cidade, Cidadão, cidadania.pptx
 
Filosofia política
Filosofia políticaFilosofia política
Filosofia política
 
Filosofia política 2º ano
Filosofia política   2º anoFilosofia política   2º ano
Filosofia política 2º ano
 
As filosofias políticas
As filosofias políticasAs filosofias políticas
As filosofias políticas
 
TGE- teoria geral do estadoperguntas20e20respostas.ppt
TGE- teoria geral do estadoperguntas20e20respostas.pptTGE- teoria geral do estadoperguntas20e20respostas.ppt
TGE- teoria geral do estadoperguntas20e20respostas.ppt
 
1000%20 perguntas%20e%20respostas%20sobre%20teoria%20geral%20do%20estado%20de...
1000%20 perguntas%20e%20respostas%20sobre%20teoria%20geral%20do%20estado%20de...1000%20 perguntas%20e%20respostas%20sobre%20teoria%20geral%20do%20estado%20de...
1000%20 perguntas%20e%20respostas%20sobre%20teoria%20geral%20do%20estado%20de...
 
Filosofia surgimento
Filosofia surgimentoFilosofia surgimento
Filosofia surgimento
 
Texto política na grécia antiga
Texto política na grécia antigaTexto política na grécia antiga
Texto política na grécia antiga
 
O Iluminismo
O IluminismoO Iluminismo
O Iluminismo
 
CULTURA, DOMINAÇÃO E IDEOLOGIA
CULTURA, DOMINAÇÃO E IDEOLOGIACULTURA, DOMINAÇÃO E IDEOLOGIA
CULTURA, DOMINAÇÃO E IDEOLOGIA
 
Humanismo, Jusnaturalismo, Criticismo E Deontologia
Humanismo, Jusnaturalismo, Criticismo E DeontologiaHumanismo, Jusnaturalismo, Criticismo E Deontologia
Humanismo, Jusnaturalismo, Criticismo E Deontologia
 

Vernant o-universo

  • 1. 1 O Universo espiritual da Polis - Jean-Pierre Vernant - Advento da polis : Entre os séculos VIII e VII - O sistema da polis implica 1. Uma extraordinária proeminência da palavra sobre todos os outros instrumentos do poder. Palavra = debate contraditório / discussão / argumentação Dirige-se a um público como a um juiz que decide em última instância Escolha puramente humana que mede a força da persuasão dos dois discursos Vínculo estreito entre a política e o logos 2. O cunho de plena publicidade dada às manifestações mais importantes da vida social. A polis existe na medida em que se distinguiu um domínio público, nos dois sentidos diferentes, mas solidários do termo: um setor de interesse comum, opondo-se aos assuntos privados e práticas abertas, estabelecidas em plena luz do dia, opondo-se a processos secretos. Duplo movimento de democratização e de divulgação. A cultura grega constitui-se, dando a um círculo sempre mais amplo o acesso ao mundo espiritual, reservado no início a uma aristocracia de caráter guerreiro e sacerdotal. A discussão, a argumentação, a polêmica, tornam-se as regras do jogo intelectual, assim como do jogo político. Escrita (tomada dos fenícios): torna-se, desde o século VIII, uma técnica de amplo uso, livremente difundida ao público: fornece, no plano intelectual, o meio de uma cultura comum e permite a divulgação dos conhecimentos. Redação das Leis: permanência e fixidez LEI – Norma racional, sujeita à discussão, modificável por decreto. A dike (justiça), sem deixar de aparecer como um valor ideal, pela publicidade que lhe confere a escrita, vai poder encarnar-se num
  • 2. 2 plano propriamente humano, realizar-se na lei, regra comum a todos, mas superior a todos, norma racional, sujeita à discussão e modificável por decreto, mas que nem por isso deixa de exprimir uma ordem concebida como sagrada. A verdade do sábio, revelação do essencial, ao ser entregue à escrita é destacada do círculo fechado das seitas e torna-se acessível a todos, sujeita ao julgamento de todos. Os antigos sacerdócios, que pertenciam como propriedade particular a certos genes e marcavam seu parentesco especial com um poder divino, são confiscados pela polis e transformados em cultos oficiais da cidade, cultos públicos – a proteção da divindade será estendida a todos. O templo como morada pública, morada aberta dos símbolos religiosos. Os velhos ídolos perdem, com seu caráter secreto, sua virtude de símbolo eficaz; tornam-se imagens, cuja função ritual consiste em serem vistos, sem outra realidade religiosa senão sua aparência. Porém, o processo de divulgação encontra obstáculos em todos os domínios: no plano político, permanece uma forma de poder que opera por vias misteriosas e meios sobrenaturais. O valor político atribuído aos talismãs secretos não é simples sobrevivência do passado, corresponde a necessidades sociais definidas. Porém, tanto no plano político como no jurídico, há certamente secularização. No plano político, os ritos, como o sacrifício ou o juramento, aos quais os magistrados ficam sujeitos ao assumir o cargo, constituem o esquema formal e não mais a força interna da vida política.Também no plano jurídico, os processos religiosos que tinham na origem valor em si mesmos, tornam-se, no quadro do direito, introdutores de instância. No domínio da religião, desenvolvem-se, à margem da cidade e ao lado do culto público, associações fundadas secretamente: seitas, confrarias e mistérios. Mas, contrariamente às iniciações antigas, os novos agrupamentos secretos são doravante confinados a um terreno puramente religioso. No quadro da cidade, a iniciação só pode trazer uma transformação “espiritual”, sem repercussão política. Apesar da democratização de um privilégio religioso, na origem segredos religiosos que pertenciam, como propriedade particular, a famílias sacerdotais, o mistério em nenhum momento se coloca numa perspectiva de publicidade. Em contraste com a publicidade do culto oficial, o segredo define uma religião de salvação pessoal visando a transformar o indivíduo independentemente da ordem social. Os ensinamentos da Sabedoria, como as revelações dos mistérios,
  • 3. 3 pretendem transformar o homem no íntimo, fazer dele quase um deus, um theios anér, que se coloca à margem da comunidade. A primeira sabedoria constitui-se assim numa espécie de contradição em que se exprime sua natureza paradoxal:entrega ao público um saber que proclama ao mesmo tempo inacessível à maior parte. Ao nascer, a filosofia vai encontrar-se numa posição ambígua: em seus métodos, em sua inspiração, aparentar-se-á, ao mesmo tempo, às iniciações dos mistérios e às controvérsias da agora; flutuará entre o espírito de segredo próprio das seitas e a publicidade do debate contraditório que caracteriza a atividade política. Seita Pitagórica na Grande Grécia, no século VI, organiza-se em confraria fechada e recusa entregar à escrita uma doutrina puramente esotérica. Sofistas, integrados na vida pública, apresentando-se como preparação ao exercício do poder na cidade. O filósofo oscilará entre as duas atitudes. 3. Os que compõem a cidade, por mais diferentes que sejam por sua origem, sua classe, sua função, aparecem, de certa maneira, “semelhantes” uns aos outros. A semelhança cria a unidade da polis, pois, para os gregos, só os semelhantes podem encontrar-se mutuamente unidos pela Philia, associados numa mesma comunidade. Substituição das relações hierárquicas de submissão e de domínio. Todos que participam do Estado vão definir-se como Hómoioi, semelhantes, depois, de maneira mais abstrata, como os Isoi, iguais. No século VI essa imagem do mundo humano encontrará sua expressão rigorosa no conceito de isonomia, igual participação de todos os cidadãos no exercício do poder. A exigência de isonomia enraíza-se numa tradição igualitária muito antiga - correspondia a certas atitudes psicológicas dos hippei, nobreza militar que estabelece, pela primeira vez, uma equivalência entre a qualificação guerreira e o direito de participar nos negócios públicos. Na polis, o estado de soldado coincide com o de cidadão. Aparecimento do hoplita (soldado-cidadão). Philia x Eris (conflito, desejo de triunfar do adversário). O poder dos indivíduos deve inclinar-se diante da lei do grupo. Transformação da ética do guerreiro. A virtude guerreira é feita de sophrosyne : um domínio completo de si, controle para submeter-se a uma disciplina comum. A falange faz do hoplita, como a cidade faz do
  • 4. 4 cidadão, uma unidade permutável, um elemento semelhante a todos os outros, e cuja aristeia, o valor individual, não deve jamais se manifestar senão no quadro imposto pela manobra de conjunto, pela coesão do grupo. A cidade rejeita as atitudes tradicionais da aristocracia tendentes a exaltar o prestígio e o poder dos indivíduos. Valorização de um estilo de vida severo, quase ascético, que faz desaparecer entre os cidadãos as diferenças de costumes e de condição. Estado Espartano (séc. VII e VI): transformações sociais e políticas produzidas pelas novas técnicas de guerra e que resultam numa cidade de hoplitas, traduzem no plano das instituições a exigência de um mundo humano ordenado pela lei. A ordem é primeira em relação ao poder. A arché pertence exclusivamente à lei. O fator militar desempenhou papel decisivo no advento da nova mentalidade. Algumas características tornam Esparta adiantada para seu tempo: vida social que impõe a todos um mesmo regime de austeridade, que codifica até a maneira como as casas devem ser construídas, e que institui a prática das sissitias (refeições comuns). O regime de Esparta realiza um “equilíbrio” entre os elementos sociais que representam funções, virtudes, ou valores opostos. Gerousia ou Conselho dos Anciãos – composto de 30 membros, incluindo os dois reis (um de cada família aristocrática). Papel de contrapeso entre a assembléia popular e a autoridade real. Apella ou Assembléia Popular – Todos os espartanos adultos que possuíam direitos integrais de cidadania e serviam na cavalaria e infantaria do exército. Éforos – administradores que eram os governantes reais e guardiões das instituições. Elemento guerreiro e popular por oposição à gerousia aristocrática Esparta reconhece a supremacia da lei e da ordem por ter-se orientado para a guerra. Em Esparta a palavra não será um instrumento político, não adotará a forma de discussão, argumentação, refutação. No lugar de Peithó (força de persuasão), o poder de Phobos (temor que curva os cidadãos à obediência). Para eles, a palavra continua a ser aquelas rhetrai, aquelas leis quase oraculares a que eles se submetem sem discussão e que recusam entregar pela escrita a uma plena publicidade.
  • 5. 5
  • 6. 5