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INSTRUMENTAL DE
NECROPSIA
Profª. Esp. : Shirley Stephanie Siqueira de Oliveira
Instrumental utilizado em Necropsia
• Grande parte do instrumental utilizado em necropsia é de
aplicação cirúrgica.
• No Brasil, há pequenas variações com relação a utilização de
equipamentos e manobras realizadas em necropsias policiais,
porém, o que se observa é que essa variação decorre mais da
preferência dos profissionais envolvidos do que
necessariamente de alteração da técnica.
INSTRUMENTAL
• Agulha para sutura, triangular, reta, com cerca de 10cm de comprimento.
• Agulha para sutura, triangular, semi-reta, com cerca de 10cm de
comprimento.
• Balança para pesar o corpo.
• Balança para pesar órgãos grandes.
• Balança para pesar órgãos pequenos.
• Balança de análise para pesar órgãos muito pequenos, tais como as
glândulas paratireóides.
• •
• Bandagem ou tecido
de algodão.
• Bisturi abotoado.
• Bisturi descartável.
• Bisturi escalpelo
pequeno/grande.
• Bisturi Esmarch.
• Cepo.
• Chaira.
• Faca de amputação
de Collin.
• Cinzel de Hibbs.
• Cisalha de Liston articulada.
• Concha em aço inoxidável com
cuba e cabo em peça única, tendo
o cabo cerca de 20cm de
comprimento e a concha 100mL
de volume.
• Costótomo.
• Enterótomo.
• Escopro.
• Estilete em aço inoxidável.
• Formão com lâmina em aço
inoxidável de 3cm x 10cm.
• Linha crua.
• Machadinha.
• Martelo Hajek.
• Mayon.
• Osteótomo.
• Paquímetro em aço inoxidável para medidas de até
150mm.
▪ Pedra para afiar lâminas, de dupla face, com no mínimo
20cm de comprimento e no máximo 4cm de largura.
▪ Pinça de Backhaus, Lorna e Benhard.
▪ Pinça de Collin para extração de projetis.
▪ Pinça de dissecção anatômica, em aço inoxidável,
com 25cm de comprimento, com bordas rombas e
parte interna serrilhada.
▪ Pinça de dissecção do tipo dente de rato, em aço
inoxidável, com 20cm de comprimento.
▪ Pinça de dissecção do tipo dente de
rato, em aço inoxidável, com 25cm de
comprimento, com bordas rombas e
parte interna serrilhada.
▪ Pinça hemostática de Crile, Kocher e
Kelly.
▪ Pinça para osso.
▪ Pino de Steinmann.
▪ Raquítomo.
▪ Rugina de Farabeuf reta e curva.
▪ Rugina de Putti.
▪ Rugina de Robert Jones.
▪ Serra Mathieu com três lâminas.
▪ Serras de Weiss, de Collin, de Charriere, de Saterrice ou
serra de arco utilizada em construção civil.
▪ Serra vibratória.
▪ Sonda de 1 mm de diâmetro.
▪ Tentacânula em aço inoxidável, com cerca de 18cm de
comprimento.
▪ Tesoura abotoada.
• Tesoura Mayo curva, em aço inoxidável, com 22cm
de comprimento, pontas romba-romba.
• Tesoura Mayo reta, em aço inoxidável, com 17cm
de comprimento, pontas finas.
• Tesoura Mayo reta, em aço inoxidável, com 17cm
de comprimento, pontas finaromba.
• Tesouras Reyman, Smith,
Lister, Esmarch, Seutin,
Metzenbaum, (ris e Mayo.
• Trena em aço inoxidável, com
2m de comprimento.
• Por motivos didáticos, dividiremos o instrumental em dois grupos e a
necropsia em quatro tempos. No primeiro grupo do instrumental
encontram-se os instrumentos utilizados diretamente na necropsia e, no
segundo grupo, os instrumentos de medidas. A necropsia, por sua vez, foi
dividida em quatro tempos principais:
• 1. Incisões.
• 2. Craniotomia.
• 3. Inspeção da cavidade toraco-abdominal.
• 4. Reconstituição.
TEMPOS DA NECROPSIA
•Incisões
• As principais incisões são a incisão bimastóidea, que possibilita o
afastamento dos retalhos anterior e posterior do couro cabeludo,
expondo o crânio, e as que se destinam a expor as cavidades torácica e
abdominal. No IML Afrânio Peixoto do Rio de Janeiro utilizam-se
rotineiramente as incisões bimastóideas e submentoxifopubiana. Os
instrumentais utilizados nas incisões são:
▪ Cepo.
▪ Chaira.
▪ Pedra para afiar lâminas, de
dupla face, com no mínimo
20cm de comprimento e
▪ no máximo 4cm de largura.
▪ Bisturi descartável.
▪ Bisturi do tipo escalpelo
pequeno/grande.
▪ Faca de amputação de Collin.
▪ Tesoura de Smith.
▪ Faca de Virchow.
CEPO
• Compõe-se de um bloco maciço
em forma de paralelepípedo, de
material sintético liso, com uma
concavidade em um dos lados
maiores, em que se observam
elevações transversais ao fundo.
• É utilizado para apoiar a cabeça
ou o tronco do cadáver, com isso
melhorando o ângulo de trabalho.
CHAIRA E PEDRA DE AFIAR
• São instrumentos utilizados para manter afiado o gume das
lâminas, exigindo-se do operador destreza para o
procedimento de afiar.
• Nos casos de material cirúrgico de aço é preferível que o
mesmo seja tratado por pessoal especializado. A chaira não
gera o fio, apenas o mantém.
• É composta de uma peça de plástico resistente, com duas
abas laterais. Nesse cabo plástico encontra-se encravada
uma peça de aço com ranhuras longitudinais. A chaira é
usada corretamente da seguinte maneira:
• O operador volta o cabo para si e encaixa o polegar sob
uma das abas.
• Ergue a chaira à sua frente na altura do
peito, confortavelmente afastada do corpo.
• Em seguida, desliza a faca formando um
ângulo de cerca de 30°, com o corpo da
chaira na direção do seu corpo, ou seja,
para baixo, conduzindo a ponta da faca
para a região inferior da chaira.
• Repete o mesmo com a outra face da faca, um
movimento para cada lado.
• Para testar o grau do corte, é utilizado o próprio
tecido do cadáver.
BISTURI E FACAS DE COLLIN E DE VIRCHOW
• São instrumentos destinados a incisão da pele e para a
abertura do tecido subcutâneo e dos tecidos adjacentes.
• A faca de amputação também pode ser utilizada para cortar
órgãos quando se deseja apurar lesões intraparenquimatosas
ou objetivando enviar amostras para exames histopatológico e
toxicológico.
• É importante que a faca tenha um corte bem afiado, pois a
precisão do corte garante fatias mais uniformes, melhorando a
ação do formol e facilitando a tarefa de criar lâminas de boa
qualidade.
• Para o bom desempenho
funcional e com todo o rigor
de segurança, o profissional
deve abster-se de utilizar
material inadequado ao que
se propõe.
É oportuno lembrar a frase
sempre dita pelo saudoso
anatomista Celestino Pedro
Rezende Neto: "Por motivos de
segurança, as facas e os
bisturis, quando não estiverem
sendo utilizados, deverão estar
sempre sobre a mesa, da mesa
para o cadáver e do cadáver
para mesa."
• É uma tesoura robusta
utilizada para cortes
grosseiros que não
requerem regularidade ou
precisão, como cortar
vestes e bandagens
presentes no cadáver.
TESOURA DE SMITH
• A craniotomia é um procedimento que se segue à incisão
bimastóidea e ao afastamento dos retalhos anterior e posterior
do couro cabeludo. 0 tipo de craniotomia depende da faixa
etária do cadáver.
• Na abertura do crânio de adulto, utiliza-se a serra elétrica. Na
criança pequena, principalmente naquelas com idade inferior a
1 ano, utiliza-se a tesoura como preconiza a técnica de
Benecke.
• O instrumental utilizado na craniotomia compõe-se de:
CRANIOTOMIA
❖ Rugina Lambotte.
❖ Ruginas de Farabeuf, reta e curva.
❖ Rugina de Putti.
❖ Rugina de Robert Jones.
❖ Serra Mathieu (também conhecida
como serra de Farabeuf).
❖ Serra vibratória.
❖ Serras de Weiss, de Collin, de
Charriere, de Saterrice ou serra de
arco utilizada em construção civil.
❖ Cinzel e escopro.
❖ Martelo de Hajek.
• As ruginas são instrumentos
utilizados para desgastar o
periósteo craniano por atrito ou
por pequenos golpes, deixando os
ossos desnudos, permitindo
apurar detalhes, bem como
facilitar a ação da serra.
RUGINAS
• As serras podem ser manuais, elétricas circulares e
vibratórias. As primeiras são as mais utilizadas no trabalho
diário e têm a preferência da maioria das técnicas.
• A serra elétrica circular apresenta o inconveniente de
possibilitar, mais facilmente, a dispersão de aerossóis e de
partículas de osso, comprometendo os níveis de
biossegurança. As serras vibratórias são de alto custo e não
são utilizadas em nosso meio.
SERRAS
• É preciso cuidado durante a
aplicação da serra para não
atingir estruturas internas
como meninges e encéfalo.
• O técnico procura criar uma
fissura de fragilidade, que
permite a ação de uma
ferramenta para dar apoio à
abertura do crânio.
• São instrumentos utilizados para romper a tábua interna da
caixa craniana e remover a calota após a demarcação da
linha de menor resistência pela serra.
• O escopro e o cinzel (osteótomo) são compostos de barras
estreitas e finas, de aço inoxidável, e que terminam em
cunha.
• A diferença consiste no fato de o cinzel apresentar cabo,
geralmente formando peça única com a barra, enquanto o
escopro é o próprio corpo da barra.
ESCOPRO, CINZEL E MARTELOS
• Para remover a calota craniana, introduz-se o escopro ou
o cinzel no sulco feito pela serra, bate-se com o martelo e
gira-se o instrumento sobre seu próprio eixo.
• Ouve-se um ruído característico do rompimento da tábua
interna do crânio. Feito isso em três ou quatro pontos,
coloca-se o gancho do martelo na fenda e traciona-se
contra si, forçando assim a saída da calota craniana.
• Para a inspeção das cavidades torácica e abdominal são
utilizados os seguintes instrumentos:
• Bisturi descartável.
• Faca de amputação de Collin.
• Costótomo.
• Cisalha de Liston articulada.
• Concha em aço inoxidável com cuba e cabo em peça única,
tendo o cabo cerca de 20cm de comprimento e a concha
100mL de volume.
• Enterótomo
INSPEÇÃO DAS CAVIDADES DO TRONCO
• Pinça de dissecção anatômica, em aço inoxidável, de
25cm de comprimento, com
bordas rombas e a parte interna serrilhada.
• Pinça de dissecção do tipo dente de rato, em aço
inoxidável, com 25cm de comprimento, com bordas
rombas e a parte interna serrilhadas.
• Pinça hemostática de Crile, Kocher e Kelly.
• Tentacânula em aço inoxidável com cerca de 18cm de
comprimento.
• Pinça de Collin para extração de projetis.
• Sonda de 1 mm de diâmetro.
• Raquítomo.
• Tesoura Mayo curva, em aço
inoxidável, com 22cm de
comprimento, pontas romba-
romba.
• Tesoura Mayo reta, em aço
inoxidável, com 17cm de
comprimento, pontas finas.
• Tesoura Mayo reta, em aço
inoxidável, com 17cm de
comprimento, pontas
finaromba.
BISTURI E FACAS DE AMPUTAÇÃO
• São utilizados nos cortes de estruturas, aderências e
amostra de materiais para exames complementares.
Costótomo e cisalha
São instrumentos destinados à retirada do plastrão esternal
através de corte na cartilagem costosternal ou diretamente
sobre o osso da costela.
• O costótomo é um potente alicate de corte formado por
uma ponta cega e romba e a outra pontiaguda e
afiada, ambas em arco.
• Os braços são unidos por uma mola laminar espiral. A
ponta cega é introduzida nos espaços intercostais sob
a cartilagem costosternal, a qual é cortada.
• A cisalha também é um alicate de corte, porém com
três pontos de apoio na alavanca para otimizar a
força, duas lâminas cortantes e uma haste flexível
entre os braços.
• A cisalha corta diretamente o
osso da costela. Vale a pena
ressaltar que essa manobra
deixa uma borda cortante, que
deve ser forrada com tecido ou
atadura para evitar acidentes
ao operador.
• Existe uma variante
denominada costótomo Semb,
que apresenta os braços com a
arquitetura da cisalha, mas
cuja utilização é semelhante à
do costótomo.
CONCHA EM AÇO INOXIDÁVEL
• A concha em aço inoxidável é
semelhante a uma concha
doméstica, porém com cuba e
cabo em peça única, sendo o
cabo com cerca de 20cm de
comprimento e a concha com
100mL de volume. É utilizada
para retirar conteúdo líquido
das cavidades e do estômago.
ENTERÓTOMO
• É uma tesoura formada por uma
ponta protegida por uma espécie de
capuz moldado a partir da própria
lâmina e outra ponta romba.
• A ponta protegida é inserida na luz
de órgãos como intestino, estômago
e coração, orientando o corte sem
danificar a estrutura interna.
PINÇAS DE DISSECÇÃO
• São pinças interpotentes
utilizadas para firmar o material
para exposição, corte ou sutura.
A pinça anatômica é utilizada
quando da manipulação de
tecidos friáveis, para evitar
danificá-los. Já a pinça do tipo
dente de rato é aplicada quando
se objetiva tracionar tecidos
resistentes.
PINÇA HEMOSTÁTICA
• Trata-se de um tipo de pinça interfixa
com dentes fixadores na extremidade.
• Os modelos mais utilizados em
necropsia são as pinças de Crile, de
Kocher e de Kelly. São utilizadas para
fechar possíveis lesões em vísceras,
evitando extravasamentos, ou para
promover oclusão de órgãos.
TENTACÂNULA
• É uma lâmina sulcada com
uma extremidade dilatada
(Figura 3.18). O sulco é
usado para orientar
profundamente cortes feitos
com bisturi ou tesoura.
PINÇA DE COLLIN PARA EXTRAÇÃO DE PROJETIS
• É uma pinça interfixa longa utilizada para remover projetis,
de modo que os preserve com segurança. Deve ser constituída
de material sintético ou plástico para não produzir
deformidade ou abrasões nos projetis, quando utilizadas.
• A remoção de projetis de cadáveres deve ser feita com muito
cuidado para não alterar a forma e disposição das
microestrias, possibilitando correta microcomparação
balística.
SONDA METÁLICA DE 1MM DE DIÂMETRO
• Sonda utilizada para a exploração de artérias coronárias,
condutos biliares e pancreáticos, ureteres, uretra e tubas
uterinas.
Raquítomo ou raquiótomo
É composto de uma cunha que forma com o cabo uma peça
única em semi-arco. O cabo apresenta uma concavidade, que
melhora o apoio. O raquítomo é utilizado como uma
machadinha, para cortar o corpo das vértebras e para se
obter a medula espinal completa.
TESOURA MAYO,TESOURA METZENBAUM E TESOURA IRIS
• A tesoura Mayo longa é comumente utilizada para corte de fios
ou linhas cruas de fechamento. A tesoura Metzenbaum, muito
útil em cirurgias, deve ser utilizada para cortar tecidos mais
delicados, e sua curvatura permite cortes curvilíneos.
• As tesouras Iris, por seu tamanho menor e ponta fina, devem
ser usadas para corte de pequenas estruturas ou abertura de
estruturas como artérias coronárias, vias biliares, pancreáticas
e pequenas artérias.
As tesouras com as duas pontas
rombas são empregadas para
extração das artérias do pescoço
e para dissecações rombas.
RECONSTITUIÇÃO
• Compreende uma técnica de fechamento que visa
deixar o cadáver no melhor estado de apresentação
possível.
• O corpo deve ser reconstituído de modo que, depois de
vestido, não haja evidências da necropsia.
• O material utilizado na reconstituição compõe-se de:
• Pinças anatômicas do tipo dente de rato.
• Agulha para sutura, triangular, reta, de cerca de 10cm de
comprimento.
• Agulha para sutura, triangular, semi-reta, de cerca de
10cm de comprimento.
• Linha crua.
• Tesoura de Mayo.
• Bandagem ou tecido de algodão.
PINÇAS ANATÔMICA E DO TIPO DENTE DE RATO
• Servem para fixar melhor os tecidos a serem suturados. A
pinça do tipo dente de rato é de melhor utilização para a
pele.
Agulhas
As agulhas utilizadas na recomposição do cadáver apresentam
as seguintes características: corpo robusto com
aproximadamente 10cm, fundo rombo, corpo reto ou semi-reto
e ponta de reverso cortante. São muito comuns agulhas longas
com pontas cortantes, utilizadas para costurar tecidos ou
couro.
LINHA CRUA
• Preferencialmente, a linha utilizada na sutura
de cadáveres é de fibra de cânhamo devido às
vantagens apresentadas, tais como resistência,
durabilidade, aderência, disponibilidade no
mercado e preço (Figura 3.23).
• As suturas mais freqüentes são uma variante
da sutura de Schmieden (Figura 3.24) e da
sutura de Cushing.
TESOURA MAYO
• Usada para cortar a linha de sutura.
Bandagem ou tecido de algodão
• Usada para envolver o encéfalo, dando-lhe resistência, antes de
reintroduzi-lo no crânio.
• Outra utilização da bandagem é envolver a cabeça dos cadáveres com
faces traumatizadas, cobrindo as lesões apresentadas.
• Balança para pesar o corpo.
• Balança para pesar órgãos
grandes.
• Balança para pesar órgãos
pequenos.
• Balança de análise para
pesar órgãos muito
pequenos, tais como as
glândulas paratireóides.
• Estilete em aço inoxidável
(pino de Steinmann).
• Paquímetro em aço inoxidável
para medidas de até 150mm.
• Trena em aço inoxidável com
2m de comprimento.
• Régua antropométrica (Figura
3.25A).
• Régua milimetrada para
fotografia (Figura 3.25B).
INSTRUMENTOS DE MEDIDAS
Balanças
O uso de cada tipo de balança foi
descrito anteriormente.
Estilete de aço inoxidável
Usado para determinar o trajeto
de projetis e relacionar os
orifícios de entrada com os
orifícios de saída. Esse estilete
geralmente é um pino de
Steinmann liso.
PAQUÍMETRO EM AÇO INOXIDÁVEL PARA MEDIDAS
DE ATÉ 150MM
• Utilizado para medir
projetis, bem como a
extensão de lesões de
órgãos, tumores, entre
outros (Figura 3.26).
Trena de aço com 2m
de comprimento
Usada para aferir a estatura
do indivíduo.
• Usar o material sempre para a sua função específica e não
exceder os limites estabelecidos pelo fabricante. O aço
inoxidável, apesar da denominação, está sujeito a oxidação.
• As partes ativas do instrumental, assim como cortes,
articulações e serrilhas, têm vida útil limitada, variando
conforme a frequência de uso e a maneira como o
instrumento é utilizado.
CUIDADOS COM O MATERIAL
• Limpeza: todo o instrumental deve ser bem lavado após o uso,
de preferência em água corrente quente ou fria, utilizando-se
escova com cerdas de náilon e detergente neutro.
Esterilização química:
• Etapa 1: aplicar produto bactericida na proporção de 4 ou 5mL
de produto para cada litro de água, por 5 minutos.
• Etapa 2: lavar novamente o instrumental em água corrente a
fim de retirar os resíduos do produto.
• Etapa 3: secar completamente o instrumental com pano
antes de colocá-lo na estufa. Nunca se deve deixá-lo secar
naturalmente, para evitar manchas brancas ou amareladas.
ESTERILIZAÇÃO EM ESTUFA
• Etapa 1: separar os materiais cromados dos materiais feitos
de aço inoxidável.
• Consultar sempre o responsável pelo setor para tirar
dúvidas antes de prosseguir, pois jamais se deve colocar os
dois tipos juntos na mesma estufa ou autoclave.
• Etapa 2: separar o instrumental pesado do
instrumental leve para evitar deformações, e o
novo do velho, para evitar que possíveis pontos
de oxidação sejam transferidos de um para o
outro.
• Etapa 3: em peças que possuam cremalheira, esta não
deve estar travada, pois podem ocorrer deformações e, em
consequência, desajustes.
• Etapa 4: envolver o instrumental com papel de grau
cirúrgico ou em campo de tecido de algodão cru duplo.
❑ Recipiente: recomenda-se a utilização de caixas cirúrgicas
perfuradas na tampa e na lateral, que possibilitam uma boa
oxigenação e a circulação de vapores no interior da caixa.
❑ Temperatura e tempo de estufa: a temperatura usual é de
150°C a um tempo de 90 minutos (contínuo). Caso a estufa
seja requisitada durante o processo, esses valores poderão
ser 170°C a um tempo de 120 minutos, não podendo
exceder esses limites, pois a resistência do material à
corrosão pode ser definitivamente comprometida.
• Autoclaves: na convencional, 120°C a um tempo de 30
minutos; na autovácuo, 132°C a um tempo de 4 minutos.
• Consertos e gravações não devem ser feitos por qualquer
pessoa ou até mesmo por profissionais do ramo que não
tenham familiaridade com equipamentos cirúrgicos.
• Muitas gravações eletroquímicas efetuadas na própria
instituição ou por terceiros não são cuidadosamente
neutralizadas, ocasionando oxidação prematura.
• A própria gravação não pode ser realizada em qualquer
ponto da superfície da peça, pois pode ocasionar infiltrações
do produto corrosivo.
• Gravações em forma de "riscos" com objetos pontiagudos na
peça são absolutamente erradas, porque o aço inoxidável só
apresenta suas características apropriadas ao uso cirúrgico
devido ao polimento e ao tratamento em sua superfície.
• Sendo assim, qualquer agressão à superfície causará oxidação
e até mesmo perda da resistência original.
• Medicina legal é a parte da medicina que trata de
assuntos médicos, que haja interesse policial ou
judiciário, ligado à morte violenta.
MEDICINA LEGAL
PRINCIPAIS CAUSAS DE MORTE NA MEDICINA LEGAL
• Acidentes de trânsito:
✓ Imperícia: Desconhecimento da regra técnica, para exercer
determinada atividade.
✓ Imprudência: Conduta ativa que consiste em agir de maneira
desatenta sem atender aos cuidados normais.
✓ Negligência: Conduta passiva que consiste em deixar de agir de
acordo com as regras vigentes.
✓ Culpa de Outrem: Manter-se dentre das regras de modo a
prevenir acidentes.
✓ Omissão de socorro: Obrigação de solidariedade exceto nos
casos de estados de necessidades.
• Acidentes Infortunistas:
✓ Acidentes de trabalho: É o que decorre dos exercícios de
qualquer atividade.
✓ Doenças do trabalho: É o que decorre do exercício de
determinada atividade.

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36ª Aula- 07.11.20.pdf

  • 1. INSTRUMENTAL DE NECROPSIA Profª. Esp. : Shirley Stephanie Siqueira de Oliveira
  • 2. Instrumental utilizado em Necropsia • Grande parte do instrumental utilizado em necropsia é de aplicação cirúrgica. • No Brasil, há pequenas variações com relação a utilização de equipamentos e manobras realizadas em necropsias policiais, porém, o que se observa é que essa variação decorre mais da preferência dos profissionais envolvidos do que necessariamente de alteração da técnica.
  • 3. INSTRUMENTAL • Agulha para sutura, triangular, reta, com cerca de 10cm de comprimento. • Agulha para sutura, triangular, semi-reta, com cerca de 10cm de comprimento. • Balança para pesar o corpo. • Balança para pesar órgãos grandes. • Balança para pesar órgãos pequenos. • Balança de análise para pesar órgãos muito pequenos, tais como as glândulas paratireóides. • •
  • 4. • Bandagem ou tecido de algodão. • Bisturi abotoado. • Bisturi descartável. • Bisturi escalpelo pequeno/grande. • Bisturi Esmarch. • Cepo. • Chaira. • Faca de amputação de Collin. • Cinzel de Hibbs. • Cisalha de Liston articulada. • Concha em aço inoxidável com cuba e cabo em peça única, tendo o cabo cerca de 20cm de comprimento e a concha 100mL de volume. • Costótomo. • Enterótomo. • Escopro. • Estilete em aço inoxidável.
  • 5. • Formão com lâmina em aço inoxidável de 3cm x 10cm. • Linha crua. • Machadinha. • Martelo Hajek. • Mayon.
  • 6. • Osteótomo. • Paquímetro em aço inoxidável para medidas de até 150mm. ▪ Pedra para afiar lâminas, de dupla face, com no mínimo 20cm de comprimento e no máximo 4cm de largura. ▪ Pinça de Backhaus, Lorna e Benhard.
  • 7. ▪ Pinça de Collin para extração de projetis. ▪ Pinça de dissecção anatômica, em aço inoxidável, com 25cm de comprimento, com bordas rombas e parte interna serrilhada. ▪ Pinça de dissecção do tipo dente de rato, em aço inoxidável, com 20cm de comprimento.
  • 8. ▪ Pinça de dissecção do tipo dente de rato, em aço inoxidável, com 25cm de comprimento, com bordas rombas e parte interna serrilhada. ▪ Pinça hemostática de Crile, Kocher e Kelly.
  • 9. ▪ Pinça para osso. ▪ Pino de Steinmann. ▪ Raquítomo. ▪ Rugina de Farabeuf reta e curva. ▪ Rugina de Putti. ▪ Rugina de Robert Jones. ▪ Serra Mathieu com três lâminas.
  • 10. ▪ Serras de Weiss, de Collin, de Charriere, de Saterrice ou serra de arco utilizada em construção civil. ▪ Serra vibratória. ▪ Sonda de 1 mm de diâmetro. ▪ Tentacânula em aço inoxidável, com cerca de 18cm de comprimento. ▪ Tesoura abotoada.
  • 11. • Tesoura Mayo curva, em aço inoxidável, com 22cm de comprimento, pontas romba-romba. • Tesoura Mayo reta, em aço inoxidável, com 17cm de comprimento, pontas finas. • Tesoura Mayo reta, em aço inoxidável, com 17cm de comprimento, pontas finaromba.
  • 12. • Tesouras Reyman, Smith, Lister, Esmarch, Seutin, Metzenbaum, (ris e Mayo. • Trena em aço inoxidável, com 2m de comprimento.
  • 13. • Por motivos didáticos, dividiremos o instrumental em dois grupos e a necropsia em quatro tempos. No primeiro grupo do instrumental encontram-se os instrumentos utilizados diretamente na necropsia e, no segundo grupo, os instrumentos de medidas. A necropsia, por sua vez, foi dividida em quatro tempos principais: • 1. Incisões. • 2. Craniotomia. • 3. Inspeção da cavidade toraco-abdominal. • 4. Reconstituição.
  • 14. TEMPOS DA NECROPSIA •Incisões • As principais incisões são a incisão bimastóidea, que possibilita o afastamento dos retalhos anterior e posterior do couro cabeludo, expondo o crânio, e as que se destinam a expor as cavidades torácica e abdominal. No IML Afrânio Peixoto do Rio de Janeiro utilizam-se rotineiramente as incisões bimastóideas e submentoxifopubiana. Os instrumentais utilizados nas incisões são:
  • 15. ▪ Cepo. ▪ Chaira. ▪ Pedra para afiar lâminas, de dupla face, com no mínimo 20cm de comprimento e ▪ no máximo 4cm de largura. ▪ Bisturi descartável. ▪ Bisturi do tipo escalpelo pequeno/grande. ▪ Faca de amputação de Collin. ▪ Tesoura de Smith. ▪ Faca de Virchow.
  • 16. CEPO • Compõe-se de um bloco maciço em forma de paralelepípedo, de material sintético liso, com uma concavidade em um dos lados maiores, em que se observam elevações transversais ao fundo. • É utilizado para apoiar a cabeça ou o tronco do cadáver, com isso melhorando o ângulo de trabalho.
  • 17. CHAIRA E PEDRA DE AFIAR • São instrumentos utilizados para manter afiado o gume das lâminas, exigindo-se do operador destreza para o procedimento de afiar. • Nos casos de material cirúrgico de aço é preferível que o mesmo seja tratado por pessoal especializado. A chaira não gera o fio, apenas o mantém.
  • 18. • É composta de uma peça de plástico resistente, com duas abas laterais. Nesse cabo plástico encontra-se encravada uma peça de aço com ranhuras longitudinais. A chaira é usada corretamente da seguinte maneira: • O operador volta o cabo para si e encaixa o polegar sob uma das abas.
  • 19. • Ergue a chaira à sua frente na altura do peito, confortavelmente afastada do corpo. • Em seguida, desliza a faca formando um ângulo de cerca de 30°, com o corpo da chaira na direção do seu corpo, ou seja, para baixo, conduzindo a ponta da faca para a região inferior da chaira.
  • 20. • Repete o mesmo com a outra face da faca, um movimento para cada lado. • Para testar o grau do corte, é utilizado o próprio tecido do cadáver.
  • 21. BISTURI E FACAS DE COLLIN E DE VIRCHOW • São instrumentos destinados a incisão da pele e para a abertura do tecido subcutâneo e dos tecidos adjacentes. • A faca de amputação também pode ser utilizada para cortar órgãos quando se deseja apurar lesões intraparenquimatosas ou objetivando enviar amostras para exames histopatológico e toxicológico. • É importante que a faca tenha um corte bem afiado, pois a precisão do corte garante fatias mais uniformes, melhorando a ação do formol e facilitando a tarefa de criar lâminas de boa qualidade.
  • 22. • Para o bom desempenho funcional e com todo o rigor de segurança, o profissional deve abster-se de utilizar material inadequado ao que se propõe.
  • 23. É oportuno lembrar a frase sempre dita pelo saudoso anatomista Celestino Pedro Rezende Neto: "Por motivos de segurança, as facas e os bisturis, quando não estiverem sendo utilizados, deverão estar sempre sobre a mesa, da mesa para o cadáver e do cadáver para mesa."
  • 24. • É uma tesoura robusta utilizada para cortes grosseiros que não requerem regularidade ou precisão, como cortar vestes e bandagens presentes no cadáver. TESOURA DE SMITH
  • 25. • A craniotomia é um procedimento que se segue à incisão bimastóidea e ao afastamento dos retalhos anterior e posterior do couro cabeludo. 0 tipo de craniotomia depende da faixa etária do cadáver. • Na abertura do crânio de adulto, utiliza-se a serra elétrica. Na criança pequena, principalmente naquelas com idade inferior a 1 ano, utiliza-se a tesoura como preconiza a técnica de Benecke. • O instrumental utilizado na craniotomia compõe-se de: CRANIOTOMIA
  • 26. ❖ Rugina Lambotte. ❖ Ruginas de Farabeuf, reta e curva. ❖ Rugina de Putti. ❖ Rugina de Robert Jones. ❖ Serra Mathieu (também conhecida como serra de Farabeuf). ❖ Serra vibratória. ❖ Serras de Weiss, de Collin, de Charriere, de Saterrice ou serra de arco utilizada em construção civil. ❖ Cinzel e escopro. ❖ Martelo de Hajek.
  • 27. • As ruginas são instrumentos utilizados para desgastar o periósteo craniano por atrito ou por pequenos golpes, deixando os ossos desnudos, permitindo apurar detalhes, bem como facilitar a ação da serra. RUGINAS
  • 28. • As serras podem ser manuais, elétricas circulares e vibratórias. As primeiras são as mais utilizadas no trabalho diário e têm a preferência da maioria das técnicas. • A serra elétrica circular apresenta o inconveniente de possibilitar, mais facilmente, a dispersão de aerossóis e de partículas de osso, comprometendo os níveis de biossegurança. As serras vibratórias são de alto custo e não são utilizadas em nosso meio. SERRAS
  • 29. • É preciso cuidado durante a aplicação da serra para não atingir estruturas internas como meninges e encéfalo. • O técnico procura criar uma fissura de fragilidade, que permite a ação de uma ferramenta para dar apoio à abertura do crânio.
  • 30. • São instrumentos utilizados para romper a tábua interna da caixa craniana e remover a calota após a demarcação da linha de menor resistência pela serra. • O escopro e o cinzel (osteótomo) são compostos de barras estreitas e finas, de aço inoxidável, e que terminam em cunha. • A diferença consiste no fato de o cinzel apresentar cabo, geralmente formando peça única com a barra, enquanto o escopro é o próprio corpo da barra. ESCOPRO, CINZEL E MARTELOS
  • 31. • Para remover a calota craniana, introduz-se o escopro ou o cinzel no sulco feito pela serra, bate-se com o martelo e gira-se o instrumento sobre seu próprio eixo. • Ouve-se um ruído característico do rompimento da tábua interna do crânio. Feito isso em três ou quatro pontos, coloca-se o gancho do martelo na fenda e traciona-se contra si, forçando assim a saída da calota craniana.
  • 32.
  • 33. • Para a inspeção das cavidades torácica e abdominal são utilizados os seguintes instrumentos: • Bisturi descartável. • Faca de amputação de Collin. • Costótomo. • Cisalha de Liston articulada. • Concha em aço inoxidável com cuba e cabo em peça única, tendo o cabo cerca de 20cm de comprimento e a concha 100mL de volume. • Enterótomo INSPEÇÃO DAS CAVIDADES DO TRONCO
  • 34. • Pinça de dissecção anatômica, em aço inoxidável, de 25cm de comprimento, com bordas rombas e a parte interna serrilhada. • Pinça de dissecção do tipo dente de rato, em aço inoxidável, com 25cm de comprimento, com bordas rombas e a parte interna serrilhadas. • Pinça hemostática de Crile, Kocher e Kelly. • Tentacânula em aço inoxidável com cerca de 18cm de comprimento. • Pinça de Collin para extração de projetis.
  • 35. • Sonda de 1 mm de diâmetro. • Raquítomo. • Tesoura Mayo curva, em aço inoxidável, com 22cm de comprimento, pontas romba- romba. • Tesoura Mayo reta, em aço inoxidável, com 17cm de comprimento, pontas finas. • Tesoura Mayo reta, em aço inoxidável, com 17cm de comprimento, pontas finaromba.
  • 36. BISTURI E FACAS DE AMPUTAÇÃO • São utilizados nos cortes de estruturas, aderências e amostra de materiais para exames complementares. Costótomo e cisalha São instrumentos destinados à retirada do plastrão esternal através de corte na cartilagem costosternal ou diretamente sobre o osso da costela.
  • 37. • O costótomo é um potente alicate de corte formado por uma ponta cega e romba e a outra pontiaguda e afiada, ambas em arco. • Os braços são unidos por uma mola laminar espiral. A ponta cega é introduzida nos espaços intercostais sob a cartilagem costosternal, a qual é cortada. • A cisalha também é um alicate de corte, porém com três pontos de apoio na alavanca para otimizar a força, duas lâminas cortantes e uma haste flexível entre os braços.
  • 38. • A cisalha corta diretamente o osso da costela. Vale a pena ressaltar que essa manobra deixa uma borda cortante, que deve ser forrada com tecido ou atadura para evitar acidentes ao operador. • Existe uma variante denominada costótomo Semb, que apresenta os braços com a arquitetura da cisalha, mas cuja utilização é semelhante à do costótomo.
  • 39. CONCHA EM AÇO INOXIDÁVEL • A concha em aço inoxidável é semelhante a uma concha doméstica, porém com cuba e cabo em peça única, sendo o cabo com cerca de 20cm de comprimento e a concha com 100mL de volume. É utilizada para retirar conteúdo líquido das cavidades e do estômago.
  • 40. ENTERÓTOMO • É uma tesoura formada por uma ponta protegida por uma espécie de capuz moldado a partir da própria lâmina e outra ponta romba. • A ponta protegida é inserida na luz de órgãos como intestino, estômago e coração, orientando o corte sem danificar a estrutura interna.
  • 41. PINÇAS DE DISSECÇÃO • São pinças interpotentes utilizadas para firmar o material para exposição, corte ou sutura. A pinça anatômica é utilizada quando da manipulação de tecidos friáveis, para evitar danificá-los. Já a pinça do tipo dente de rato é aplicada quando se objetiva tracionar tecidos resistentes.
  • 42. PINÇA HEMOSTÁTICA • Trata-se de um tipo de pinça interfixa com dentes fixadores na extremidade. • Os modelos mais utilizados em necropsia são as pinças de Crile, de Kocher e de Kelly. São utilizadas para fechar possíveis lesões em vísceras, evitando extravasamentos, ou para promover oclusão de órgãos.
  • 43. TENTACÂNULA • É uma lâmina sulcada com uma extremidade dilatada (Figura 3.18). O sulco é usado para orientar profundamente cortes feitos com bisturi ou tesoura.
  • 44. PINÇA DE COLLIN PARA EXTRAÇÃO DE PROJETIS • É uma pinça interfixa longa utilizada para remover projetis, de modo que os preserve com segurança. Deve ser constituída de material sintético ou plástico para não produzir deformidade ou abrasões nos projetis, quando utilizadas. • A remoção de projetis de cadáveres deve ser feita com muito cuidado para não alterar a forma e disposição das microestrias, possibilitando correta microcomparação balística.
  • 45. SONDA METÁLICA DE 1MM DE DIÂMETRO • Sonda utilizada para a exploração de artérias coronárias, condutos biliares e pancreáticos, ureteres, uretra e tubas uterinas. Raquítomo ou raquiótomo É composto de uma cunha que forma com o cabo uma peça única em semi-arco. O cabo apresenta uma concavidade, que melhora o apoio. O raquítomo é utilizado como uma machadinha, para cortar o corpo das vértebras e para se obter a medula espinal completa.
  • 46.
  • 47. TESOURA MAYO,TESOURA METZENBAUM E TESOURA IRIS • A tesoura Mayo longa é comumente utilizada para corte de fios ou linhas cruas de fechamento. A tesoura Metzenbaum, muito útil em cirurgias, deve ser utilizada para cortar tecidos mais delicados, e sua curvatura permite cortes curvilíneos. • As tesouras Iris, por seu tamanho menor e ponta fina, devem ser usadas para corte de pequenas estruturas ou abertura de estruturas como artérias coronárias, vias biliares, pancreáticas e pequenas artérias.
  • 48. As tesouras com as duas pontas rombas são empregadas para extração das artérias do pescoço e para dissecações rombas.
  • 49.
  • 50. RECONSTITUIÇÃO • Compreende uma técnica de fechamento que visa deixar o cadáver no melhor estado de apresentação possível. • O corpo deve ser reconstituído de modo que, depois de vestido, não haja evidências da necropsia. • O material utilizado na reconstituição compõe-se de:
  • 51. • Pinças anatômicas do tipo dente de rato. • Agulha para sutura, triangular, reta, de cerca de 10cm de comprimento. • Agulha para sutura, triangular, semi-reta, de cerca de 10cm de comprimento. • Linha crua. • Tesoura de Mayo. • Bandagem ou tecido de algodão.
  • 52. PINÇAS ANATÔMICA E DO TIPO DENTE DE RATO • Servem para fixar melhor os tecidos a serem suturados. A pinça do tipo dente de rato é de melhor utilização para a pele. Agulhas As agulhas utilizadas na recomposição do cadáver apresentam as seguintes características: corpo robusto com aproximadamente 10cm, fundo rombo, corpo reto ou semi-reto e ponta de reverso cortante. São muito comuns agulhas longas com pontas cortantes, utilizadas para costurar tecidos ou couro.
  • 53. LINHA CRUA • Preferencialmente, a linha utilizada na sutura de cadáveres é de fibra de cânhamo devido às vantagens apresentadas, tais como resistência, durabilidade, aderência, disponibilidade no mercado e preço (Figura 3.23). • As suturas mais freqüentes são uma variante da sutura de Schmieden (Figura 3.24) e da sutura de Cushing.
  • 54. TESOURA MAYO • Usada para cortar a linha de sutura. Bandagem ou tecido de algodão • Usada para envolver o encéfalo, dando-lhe resistência, antes de reintroduzi-lo no crânio. • Outra utilização da bandagem é envolver a cabeça dos cadáveres com faces traumatizadas, cobrindo as lesões apresentadas.
  • 55. • Balança para pesar o corpo. • Balança para pesar órgãos grandes. • Balança para pesar órgãos pequenos. • Balança de análise para pesar órgãos muito pequenos, tais como as glândulas paratireóides. • Estilete em aço inoxidável (pino de Steinmann). • Paquímetro em aço inoxidável para medidas de até 150mm. • Trena em aço inoxidável com 2m de comprimento. • Régua antropométrica (Figura 3.25A). • Régua milimetrada para fotografia (Figura 3.25B). INSTRUMENTOS DE MEDIDAS
  • 56. Balanças O uso de cada tipo de balança foi descrito anteriormente. Estilete de aço inoxidável Usado para determinar o trajeto de projetis e relacionar os orifícios de entrada com os orifícios de saída. Esse estilete geralmente é um pino de Steinmann liso.
  • 57. PAQUÍMETRO EM AÇO INOXIDÁVEL PARA MEDIDAS DE ATÉ 150MM • Utilizado para medir projetis, bem como a extensão de lesões de órgãos, tumores, entre outros (Figura 3.26). Trena de aço com 2m de comprimento Usada para aferir a estatura do indivíduo.
  • 58. • Usar o material sempre para a sua função específica e não exceder os limites estabelecidos pelo fabricante. O aço inoxidável, apesar da denominação, está sujeito a oxidação. • As partes ativas do instrumental, assim como cortes, articulações e serrilhas, têm vida útil limitada, variando conforme a frequência de uso e a maneira como o instrumento é utilizado. CUIDADOS COM O MATERIAL
  • 59. • Limpeza: todo o instrumental deve ser bem lavado após o uso, de preferência em água corrente quente ou fria, utilizando-se escova com cerdas de náilon e detergente neutro. Esterilização química: • Etapa 1: aplicar produto bactericida na proporção de 4 ou 5mL de produto para cada litro de água, por 5 minutos.
  • 60. • Etapa 2: lavar novamente o instrumental em água corrente a fim de retirar os resíduos do produto. • Etapa 3: secar completamente o instrumental com pano antes de colocá-lo na estufa. Nunca se deve deixá-lo secar naturalmente, para evitar manchas brancas ou amareladas.
  • 61. ESTERILIZAÇÃO EM ESTUFA • Etapa 1: separar os materiais cromados dos materiais feitos de aço inoxidável. • Consultar sempre o responsável pelo setor para tirar dúvidas antes de prosseguir, pois jamais se deve colocar os dois tipos juntos na mesma estufa ou autoclave.
  • 62. • Etapa 2: separar o instrumental pesado do instrumental leve para evitar deformações, e o novo do velho, para evitar que possíveis pontos de oxidação sejam transferidos de um para o outro.
  • 63. • Etapa 3: em peças que possuam cremalheira, esta não deve estar travada, pois podem ocorrer deformações e, em consequência, desajustes. • Etapa 4: envolver o instrumental com papel de grau cirúrgico ou em campo de tecido de algodão cru duplo.
  • 64. ❑ Recipiente: recomenda-se a utilização de caixas cirúrgicas perfuradas na tampa e na lateral, que possibilitam uma boa oxigenação e a circulação de vapores no interior da caixa. ❑ Temperatura e tempo de estufa: a temperatura usual é de 150°C a um tempo de 90 minutos (contínuo). Caso a estufa seja requisitada durante o processo, esses valores poderão ser 170°C a um tempo de 120 minutos, não podendo exceder esses limites, pois a resistência do material à corrosão pode ser definitivamente comprometida.
  • 65. • Autoclaves: na convencional, 120°C a um tempo de 30 minutos; na autovácuo, 132°C a um tempo de 4 minutos. • Consertos e gravações não devem ser feitos por qualquer pessoa ou até mesmo por profissionais do ramo que não tenham familiaridade com equipamentos cirúrgicos.
  • 66. • Muitas gravações eletroquímicas efetuadas na própria instituição ou por terceiros não são cuidadosamente neutralizadas, ocasionando oxidação prematura. • A própria gravação não pode ser realizada em qualquer ponto da superfície da peça, pois pode ocasionar infiltrações do produto corrosivo.
  • 67. • Gravações em forma de "riscos" com objetos pontiagudos na peça são absolutamente erradas, porque o aço inoxidável só apresenta suas características apropriadas ao uso cirúrgico devido ao polimento e ao tratamento em sua superfície. • Sendo assim, qualquer agressão à superfície causará oxidação e até mesmo perda da resistência original.
  • 68. • Medicina legal é a parte da medicina que trata de assuntos médicos, que haja interesse policial ou judiciário, ligado à morte violenta. MEDICINA LEGAL
  • 69. PRINCIPAIS CAUSAS DE MORTE NA MEDICINA LEGAL • Acidentes de trânsito: ✓ Imperícia: Desconhecimento da regra técnica, para exercer determinada atividade. ✓ Imprudência: Conduta ativa que consiste em agir de maneira desatenta sem atender aos cuidados normais. ✓ Negligência: Conduta passiva que consiste em deixar de agir de acordo com as regras vigentes. ✓ Culpa de Outrem: Manter-se dentre das regras de modo a prevenir acidentes. ✓ Omissão de socorro: Obrigação de solidariedade exceto nos casos de estados de necessidades.
  • 70. • Acidentes Infortunistas: ✓ Acidentes de trabalho: É o que decorre dos exercícios de qualquer atividade. ✓ Doenças do trabalho: É o que decorre do exercício de determinada atividade.