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EUTANÁSIA EM ANIMAIS DE
LABORATÓRIO
EKATERINA AKIMOVNA BOTOVCHENCO RIVERA
e.rivera@uol.com.br
Com base no que foi dito até agora, devemos
nortear nossos trabalhos de forma a atingir:
 “A CONCRETIZAÇÃO DA ALIANÇA
ENTRE A BOA CIÊNCIA E O BEM-
ESTAR ANIMAL”.
Leis, Princípios, Códigos, Manuais
ratificam estes R´s e Princípios
Conseqüentemente:
 regulamentações se traduzem em
projetos de pesquisa ou testes
melhor elaborados demonstrando
que cientistas têm:
 preocupação com a boa ciência
ao mesmo tempo em que
pensam no o bem-estar animal.
Mas,.......sempre há um mas, um senão ou
um porém.
 O que é este mas? Este mas significa que,
nos protocolos, há a preocupação com os
princípios já citados, no início e no meio do
projeto de estudo
 No final temos simplesmente a seguinte
frase:
 “ao término da pesquisa os animais serão
sacrificados.”
 E só.
O que não responde às perguntas:
 Porque estes animais serão mortos?
 Como isto será feito?
 Por quem?
COMO É FEITA ?
GESTÃO ÉTICA DA
EUTANÁSIA?
(PIERRE GUITIN)
Em animais de laboratório é o
procedimento mais executado
Por vezes é o único ato de intervenção
nos animais:caso de retirada de órgãos ou
células
Animais de laboratório tem uma missão a
cumprir- acabou -uma de nossas opções é
a eutanásia.
Difícil devolvê-los a seu habitat natural -
sem capacidade de sobreviver.
A EUTANÁSIA TRAZ EM SI CONSIDERÁVEL
CONTEÚDO ÉTICO ÉTICO
É uma das práticas mais difíceis
e delicadas dentro de um
procedimento científico
Mas, como definir eutanásia?
Na acepção pura da palavra EUTANÁSIA significa morte serena,
sem dor ou sofrimento
Definições:
 AVMA- é o método que mata um animal assegurando um
mínimo de sofrimento físico e psicológico
 CCAC- é o processo que deixa o animal inconsciente( e assim
insensível à dor) tão rapidamente quanto possível, sem medo ou
ansiedade.
 AWR- exigência legal (CCAC)
 PHS policy- seguir recomendações AVMA
À eutanásia não é dada a relevância
que merece
 O tema é evitado, tratado levianamente, e em
geral esta responsabilidade é delegada a
auxiliares não capacitados
 Deficiência na formação universitária- não se
fala de quando, como e porque deve ser
realizada.
 Não foram sensibilizados para o
conteúdo emocional e ético do procedimento
A eutanásia não deveria ser encarada
somente como o ato de matar um animal
sem sofrimento, dor,mas deveria
incluir todos os processos imediatos
que levam à morte;
 Por exemplo: tempo de transferência
e preparação do animal
 Menor tempo possível entre
a separação dos outros e indução da
inconsciência.
Animais não tem consciência da
inevitabilidade e do significado da morte
a menos que :
sejam maltratados
indevidamente manejados
ou se sintam ameaçados.
Portanto:
Necessidade de que
a eutanásia
realmente signifique
morte tranqüila,
sem dor, medo ou
ansiedade
Quando é a eutanásia necessária?
(Laboratory Animals (1996) 30,293-316
(1997)31,1-32)
 No fim de um experimento ou quando
surgirem efeitos adversos continuados
 Para a coleta de sangue e outros tecidos
para fins científicos
 Quando os níveis de dor, distresse e
sofrimento ultrapassem os níveis
desejados
Quando a saúde ou bem-estar dos
animais forem motivo de preocupação
 Quando não forem mais necessários
para a reprodução
 Excesso de estoque
 Quando a dor, o sofrimento ou o
distresse não puderem ser aliviados
por meio de analgésicos,sedativos
ou outros procedimentos.
Objetivos da eutanásia, considerando-se o
bem-estar animal e os resultados
científicos
 tempo para induzir a perda de consciência e
morte deve ser o mínimo possível, sem
ansiedade, medo ou dor
 confiabilidade e reproducibilidade do método
 não reversibilidade
 seguro para quem o executa
 mínimos efeitos indesejáveis( psicológicos-
estresse)
 mínimos efeitos emocionais para o operador e o
observador
E mais:
 impacto ambiental mínimo através de
contaminação
 simples, econômico,
 bom equipamento
 separação de animais a serem sacrificados
 pesquisa:compatibilidade com os objetivos da
mesma
SELEÇÃO DE AGENTES E DE
MÉTODOS
MÉTODOS:
FÍSICOS
QUÍMICOS
Que método utilizar?
Qual o melhor?Pensando na questão ética
devemos
 Usar o método mais humanitário que
nem sempre é o mais estético
Às vezes é difícil lidar com esta
dualidade.
 Devemos deixar de lado a questão
estética, mesmo sendo esta
importante sob o ponto de vista da
psicologia humana, e inclinar-nos
para a questão eficiência.
A QUALIDADE ÉTICA DE UMA EUTANÁSIA
DEPENDE DE COMO AS TÉCNICAS SÃO
REALIZADAS / DIFERENTES LABORATÓRIOS
 Uma eutanásia
depende
essencialmente da
pessoa que a
executa e de seu
profissionalismo.
Ao selecionar o método
consideramos:
a espécie animal,
o número de animais,
em caso de pesquisa:
os objetivos do protocolo
MÉTODOS FÍSICOS:
 Cientificamente demonstrado- executados por
pessoas qualificadas -efeito tão rápido quanto o de
uma injeção endovenosa de barbitúrico- o animal não
sofre.Talvez cause menos distresse para o animal
 Devem causar imediata perda de consciência através
de trauma físico no cérebro ou medula espinhal
 Muito úteis quando os métodos farmacológicos
interferirem com a finalidade do experimento
 Importante: a contenção não deve causar mais
estresse ao animal.
MÉTODOS FÍSICOS DE EUTANÁSIA
 1.Deslocamento cervical
Indicado : camundongos, ratos <200 g,
coelhos <1 kg.
Se os ratos e coelhos forem maiores usar sedação antes
do deslocamento.
Também indicado para peixes,aves, gatos recém,
nascidos.
Se bem feita causa inconsciência instantaneamente
Importante:pessoa bem treinada, respeito pelos
animais
Esteticamente - desagradável.
Decapitação
 Consiste na separação do pescoço do animal, perto da
cabeça por meio de instrumento cortante.Uso de tesouras
somente especialmente feitas para tal fim Guilhotinas idem.
 Usado, principalmente por pesquisadores que trabalham com
SNC.
Indicado para:
 Vertebrados de sangue frio, mamíferos na
forma fetal,anfíbios, aves.
 Animais de sangue frio-atordoamento
primeiro
 Pássaros-respostas tardias
 Usar outros métodos sempre que possível
Concussão/traumatismo craniano-
 Exige grande habilidade e deve ser restrita a
pequenos animais. Deveria ser usada
somente com a aprovação do CE.
 Também a comprovação da morte deve ser
bem confirmada.
Outros métodos físicos
 Irradiação por microondas- usado por neurologistas
para fixar metabólitos do cérebro sem a perda da
integridade do mesmo.Não é um procedimento de rotina
 Tiro –grandes animais seja por meio de bala ou ar
comprimido.
 Secção da medula espinhal
 Congelamento rápido: animais menores que 40 g,
anfíbios e peixes
 Descompressão- inaceitável.
 Eletrocussão -não mais admitida/perigo para o
operador
MÉTODOS QUÍMICOS
 Agentes farmacológicos não inalantes
 Agentes farmacológicos inalantes
Métodos químicos- generalidades
 Variam quanto à sua composição
 Administração endovenosa -preferida pois seu
efeito é mais rápido e confiável
 Intrapulmonar- evitada/desconforto
 Oral, retal e intraperitoneal- não
aconselhadas:demorada, irritação dos tecidos
 Intracardíaca- dolorida,anestesiados ou
comatosos
 Animais extremamente ansiosos –
sedação anterior
AGENTES FARMACOLÓGICOS NÃO
INALANTES
 Anestésicos- um anestésico é um
agente que produz, de maneira
controlada, ausência de percepção de
todas as sensações
 A maioria dos preparados específicos
para eutanásia são simplesmente
agentes anestésicos potencializados 3
vezes. Alguns incorporam agentes
bloqueadores neuromusculares.
1. Barbitúricos-
 Os mais usados e aceitos.Produzem rápida
eutanásia com um mínimo de desconforto,
dependendo da dose e via de adminsitração
 Atuam deprimindo o SNC e causam paradas
cardíaca e respiratória.
 Derivados do ácido barbitúrico,
óxidobarbituratos(pentobarbital sódico,
secobarbital),tibarbituratos(tiopentone) .
PENTOBARBITAL SÓDICO
 É o mais usado, tanto
por via endovenosa
quanto intraperitoneal a
18%(200 mg/ml) A via
endovenosa é mais
rápida mas a
intraperitoneal pode ser
de mais fácil execução
em algumas espécies,
reduzindo o estresse
causado pela
contenção. A irritação
causada por esta via
pode ser minimizada
diluindo a droga.
T-61
 Fórmula: anestésico local(tetracaína
HCL), um agente hipnótico e uma droga
curariforme.(preocupação-Baumans et
al, 1988)
 Sómente endovenosa e lenta
 Vocalização inconsciente em alguns
cães.
 Livre em alguns países, sob controle em
outros.
AGENTES FARMACOLÓGICOS
INALANTES
 Agem deslocando o ar dos pulmões» hipóxia
cerebral ou anestesia e perda de consciência.
 São usadas câmaras nas quais são liberados os
agentes- devem ser adequadamente
desenhadas para que haja distribuição
uniforme do gás- atinja rapidamente a
concentração desejada- sem
fuga.(biossegurança - uso de drogas).
Particularmente vantajosos em pequenos
animais-injeção difícil
 Desvantagens: podem ser irritantes e
induzir à excitação, como por exemplo
com coelhos.
 Répteis e anfíbios podem segurar a
respiração- maior tempo de indução
 Neonatos mais resistentes à hipóxia
 Os que produzem convulsão antes da
inconsciência- inaceitáveis
ANESTÉSICOS INALÁVEIS
Não são nem inflamáveis
nem explosivos sob
condições normais do
ambiente
Em estado líquido-
irritantes-animais
expostos somente ao
vapor
Útil para pequenos animais
De difícil execução/
bastante caro para
grandes animais
HALOTANO
Usar overdose - ação rápida – não causa
estresse
 Efeito depressor nos sistemas
cardiovascular e respiratório.
 ENFLURANO- Muito bom p/trabalhos
em metabolismo e toxicologia=pouco
metabolizada no fígado
ISOFLURANO
 Rápida ação e a superdose não causa
estresse.
 Porém- forte odor...não deve ser usado
em animais que podem prender a
respiração.
 Muito útil para obtenção de tecidos
hepáticos-não sofre metabolismo
hepático.
CLOROFÓRMIO E ÉTER
 Foram muito usados rotineiramente;
proibidos em alguns países e
desaconselhados em outros
 Clorofórmio- hepatotóxico, nefrotóxico
e carcinogênico para o operador e
outros animais
 Excitação inicial.Traços do mesmo em
colônia de reprodução(interferência)
Éter
 Irritante para as membranas
mucosas e pode ser
estressante para os animais
já que eleva as
catecolaminas(Blackshaw et
al, 1988)
 Elevação acentuada de alguns
parâmetros
hematológicos,p.ex. glicose
 Perigoso para o
operador:explosivo, pode
induzir uso da droga.
 Não é um método
aceitável de eutanásia
DIÓXIDO DE CARBONO
Apesar de muito usado-motivo de debates
Nos USA não é permitido em alguns estados
Na EU- proposta de modificação a EEC/86/609
Antes do debate:
Usado como anestésico para anestesias de curta
duração-40% animais de laboratório e 70%
outras espécies
Tem sido amplamente usado como agente para
eutanásia
Causa ou não distresse-motivo de
controvérsias-resultados contraditórios
 Concentrações altas não causam
distresse para roedores(vários autores)
 Causa distresse antes da
inconsciência(vários autores)
 Estudos comparando diversos gases
mostra que o CO² induziu os mais
graves sinais de aversão(Leach&
Morton, 2000-2002-2004)
Vantagens:
 Barato, não inflamável, não explosivo
 Pouco perigo para o operador quando
usado adequadamente
 Não causa acúmulo residual nos tecidos
 Não altera a arquitetura celular
 Eficaz para pequenos animais
 Rápida ação depressiva, analgésica e
anestésica
Desvantagens:
 Mais pesado que o ar –câmara não completamente
cheia -animais conseguem evitar a inalação
 Tempo de eutanásia prolongado -animais recém
nascidos e que podem segurar a respiração.
100% CO² -pintos até 72 horas-resistentes
 Aves mais velhas-batem asas-
desagradável
 Não recomendado para peixes-ação
lenta
 Gatos e espécies maiores-excitação e
cheiro causa aversão.
 Suínos vocalizam-
Monóxido de carbono-CO
 Causa morte rápida-sem dor, se
combina com as hemáceas e não com o
oxigênio-causando hipóxia.
 Quase não há distresse pois não tem
cheiro.
 Mas, perigoso para o operador.
 Usar somente CO comercial e nunca o
proveniente de motores de combustão
Nitrogênio e Argônio
 Gases inertes, não
explosivos e não
inflamáveis -pouco
risco.Como causam
distresse só são
aceitáveis com
anestesia prévia.
 Estudo de Leach &
Morton(2004)-
argônio é o gás
preferido pelos
camundongos.
Métodos aceitáveis com anestesia prévia
Congelamento
rápido- imersão do
animal em nitrogênio
líquido
Exanguinação-não
para aves, répteis e
vertebrados de
sangue frio
Etanol
Hidrato de cloral
Cloreto de potássio
Inaceitáveis
 Agentes curariformes Óxido nitroso
 Estricnina Metoxifluorano
 Sulfato de nicotina/magnésio Ketamina
 Solventes Sedativos
 Desinfetantes Via oral
 Outras toxinas ou sais
 Descompressão/vácuo
 Hipo ou hipertermia
 Afogamento
Gestão Ética (Pierre Guittin,2004)
 Sete pontos essenciais:
 1. Pensar na pré- eutanásia
 2. Respeitar os congêneres
 3. Confirmar a morte
 4. Operadores com excelente formação
 5. Escolher o momento da eutanásia
 6.Definir outro tipo de eutanásia
 7.Recomendação do Comitê de Ética
Confirmação da morte
Pessoas treinadas
para reconhecer e
confirmar
Aspectos mais
importantes:
a-Paradas cardíaca e
respiratória
b-Ausência de reflexos
c-Animais de
laboratório: queda
da temperatura
corporal< 25°C
Disposição das carcaças
 Devem ser seguidas as leis municipais,
estaduais ou federais vigentes
 Perigo potencial para a saúde pública e para o
meio ambiente
 Tratadas da mesma forma que lixo hospitalar
Papel do médico veterinário
 Feita sob responsabilidade de um
médico veterinário: não significa ser
feita por um médico veterinário.
 Papel de segurança e de orientação
 Eutanásia de rotina-final de estudo-não
precisa ser o médico veterinário- faz
parte do projeto aprovado pelo Comitê
de Ética.
Maiores informações:
 Resolução no.714 de 20 de junho de 2002 do CFMV
 2002 Report of the AVMA Panel on Euthanasia
 ICLAS-International Harmonization of Guidelines on
Euthanasia
 Recommendations for euthanasia of experimental
animals.(1996)laboratory Animals 30,293-316 and
(1997)31,1-32.
 Directive 86/609/EEC-24.11.1996
 Ética e Bioética aplicadas à Medicina Veterinária-
2006, Eds Rivera;E.Amaral, HM;Nascimento,V.

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eutansia-em-animais-de-laboratorio

  • 1. EUTANÁSIA EM ANIMAIS DE LABORATÓRIO EKATERINA AKIMOVNA BOTOVCHENCO RIVERA e.rivera@uol.com.br
  • 2. Com base no que foi dito até agora, devemos nortear nossos trabalhos de forma a atingir:  “A CONCRETIZAÇÃO DA ALIANÇA ENTRE A BOA CIÊNCIA E O BEM- ESTAR ANIMAL”.
  • 3. Leis, Princípios, Códigos, Manuais ratificam estes R´s e Princípios Conseqüentemente:  regulamentações se traduzem em projetos de pesquisa ou testes melhor elaborados demonstrando que cientistas têm:  preocupação com a boa ciência ao mesmo tempo em que pensam no o bem-estar animal.
  • 4. Mas,.......sempre há um mas, um senão ou um porém.  O que é este mas? Este mas significa que, nos protocolos, há a preocupação com os princípios já citados, no início e no meio do projeto de estudo  No final temos simplesmente a seguinte frase:  “ao término da pesquisa os animais serão sacrificados.”  E só.
  • 5. O que não responde às perguntas:  Porque estes animais serão mortos?  Como isto será feito?  Por quem?
  • 6. COMO É FEITA ? GESTÃO ÉTICA DA EUTANÁSIA? (PIERRE GUITIN)
  • 7. Em animais de laboratório é o procedimento mais executado Por vezes é o único ato de intervenção nos animais:caso de retirada de órgãos ou células Animais de laboratório tem uma missão a cumprir- acabou -uma de nossas opções é a eutanásia. Difícil devolvê-los a seu habitat natural - sem capacidade de sobreviver.
  • 8. A EUTANÁSIA TRAZ EM SI CONSIDERÁVEL CONTEÚDO ÉTICO ÉTICO É uma das práticas mais difíceis e delicadas dentro de um procedimento científico
  • 9. Mas, como definir eutanásia? Na acepção pura da palavra EUTANÁSIA significa morte serena, sem dor ou sofrimento Definições:  AVMA- é o método que mata um animal assegurando um mínimo de sofrimento físico e psicológico  CCAC- é o processo que deixa o animal inconsciente( e assim insensível à dor) tão rapidamente quanto possível, sem medo ou ansiedade.  AWR- exigência legal (CCAC)  PHS policy- seguir recomendações AVMA
  • 10. À eutanásia não é dada a relevância que merece  O tema é evitado, tratado levianamente, e em geral esta responsabilidade é delegada a auxiliares não capacitados  Deficiência na formação universitária- não se fala de quando, como e porque deve ser realizada.  Não foram sensibilizados para o conteúdo emocional e ético do procedimento
  • 11. A eutanásia não deveria ser encarada somente como o ato de matar um animal sem sofrimento, dor,mas deveria incluir todos os processos imediatos que levam à morte;  Por exemplo: tempo de transferência e preparação do animal  Menor tempo possível entre a separação dos outros e indução da inconsciência.
  • 12. Animais não tem consciência da inevitabilidade e do significado da morte a menos que : sejam maltratados indevidamente manejados ou se sintam ameaçados.
  • 13. Portanto: Necessidade de que a eutanásia realmente signifique morte tranqüila, sem dor, medo ou ansiedade
  • 14. Quando é a eutanásia necessária? (Laboratory Animals (1996) 30,293-316 (1997)31,1-32)  No fim de um experimento ou quando surgirem efeitos adversos continuados  Para a coleta de sangue e outros tecidos para fins científicos  Quando os níveis de dor, distresse e sofrimento ultrapassem os níveis desejados
  • 15. Quando a saúde ou bem-estar dos animais forem motivo de preocupação  Quando não forem mais necessários para a reprodução  Excesso de estoque  Quando a dor, o sofrimento ou o distresse não puderem ser aliviados por meio de analgésicos,sedativos ou outros procedimentos.
  • 16. Objetivos da eutanásia, considerando-se o bem-estar animal e os resultados científicos  tempo para induzir a perda de consciência e morte deve ser o mínimo possível, sem ansiedade, medo ou dor  confiabilidade e reproducibilidade do método  não reversibilidade  seguro para quem o executa  mínimos efeitos indesejáveis( psicológicos- estresse)  mínimos efeitos emocionais para o operador e o observador
  • 17. E mais:  impacto ambiental mínimo através de contaminação  simples, econômico,  bom equipamento  separação de animais a serem sacrificados  pesquisa:compatibilidade com os objetivos da mesma
  • 18. SELEÇÃO DE AGENTES E DE MÉTODOS MÉTODOS: FÍSICOS QUÍMICOS
  • 19. Que método utilizar? Qual o melhor?Pensando na questão ética devemos  Usar o método mais humanitário que nem sempre é o mais estético Às vezes é difícil lidar com esta dualidade.  Devemos deixar de lado a questão estética, mesmo sendo esta importante sob o ponto de vista da psicologia humana, e inclinar-nos para a questão eficiência.
  • 20. A QUALIDADE ÉTICA DE UMA EUTANÁSIA DEPENDE DE COMO AS TÉCNICAS SÃO REALIZADAS / DIFERENTES LABORATÓRIOS  Uma eutanásia depende essencialmente da pessoa que a executa e de seu profissionalismo.
  • 21. Ao selecionar o método consideramos: a espécie animal, o número de animais, em caso de pesquisa: os objetivos do protocolo
  • 22. MÉTODOS FÍSICOS:  Cientificamente demonstrado- executados por pessoas qualificadas -efeito tão rápido quanto o de uma injeção endovenosa de barbitúrico- o animal não sofre.Talvez cause menos distresse para o animal  Devem causar imediata perda de consciência através de trauma físico no cérebro ou medula espinhal  Muito úteis quando os métodos farmacológicos interferirem com a finalidade do experimento  Importante: a contenção não deve causar mais estresse ao animal.
  • 23. MÉTODOS FÍSICOS DE EUTANÁSIA  1.Deslocamento cervical Indicado : camundongos, ratos <200 g, coelhos <1 kg. Se os ratos e coelhos forem maiores usar sedação antes do deslocamento. Também indicado para peixes,aves, gatos recém, nascidos. Se bem feita causa inconsciência instantaneamente Importante:pessoa bem treinada, respeito pelos animais Esteticamente - desagradável.
  • 24. Decapitação  Consiste na separação do pescoço do animal, perto da cabeça por meio de instrumento cortante.Uso de tesouras somente especialmente feitas para tal fim Guilhotinas idem.  Usado, principalmente por pesquisadores que trabalham com SNC.
  • 25. Indicado para:  Vertebrados de sangue frio, mamíferos na forma fetal,anfíbios, aves.  Animais de sangue frio-atordoamento primeiro  Pássaros-respostas tardias  Usar outros métodos sempre que possível
  • 26. Concussão/traumatismo craniano-  Exige grande habilidade e deve ser restrita a pequenos animais. Deveria ser usada somente com a aprovação do CE.  Também a comprovação da morte deve ser bem confirmada.
  • 27. Outros métodos físicos  Irradiação por microondas- usado por neurologistas para fixar metabólitos do cérebro sem a perda da integridade do mesmo.Não é um procedimento de rotina  Tiro –grandes animais seja por meio de bala ou ar comprimido.  Secção da medula espinhal  Congelamento rápido: animais menores que 40 g, anfíbios e peixes  Descompressão- inaceitável.  Eletrocussão -não mais admitida/perigo para o operador
  • 28. MÉTODOS QUÍMICOS  Agentes farmacológicos não inalantes  Agentes farmacológicos inalantes
  • 29. Métodos químicos- generalidades  Variam quanto à sua composição  Administração endovenosa -preferida pois seu efeito é mais rápido e confiável  Intrapulmonar- evitada/desconforto  Oral, retal e intraperitoneal- não aconselhadas:demorada, irritação dos tecidos  Intracardíaca- dolorida,anestesiados ou comatosos  Animais extremamente ansiosos – sedação anterior
  • 30. AGENTES FARMACOLÓGICOS NÃO INALANTES  Anestésicos- um anestésico é um agente que produz, de maneira controlada, ausência de percepção de todas as sensações  A maioria dos preparados específicos para eutanásia são simplesmente agentes anestésicos potencializados 3 vezes. Alguns incorporam agentes bloqueadores neuromusculares.
  • 31. 1. Barbitúricos-  Os mais usados e aceitos.Produzem rápida eutanásia com um mínimo de desconforto, dependendo da dose e via de adminsitração  Atuam deprimindo o SNC e causam paradas cardíaca e respiratória.  Derivados do ácido barbitúrico, óxidobarbituratos(pentobarbital sódico, secobarbital),tibarbituratos(tiopentone) .
  • 32. PENTOBARBITAL SÓDICO  É o mais usado, tanto por via endovenosa quanto intraperitoneal a 18%(200 mg/ml) A via endovenosa é mais rápida mas a intraperitoneal pode ser de mais fácil execução em algumas espécies, reduzindo o estresse causado pela contenção. A irritação causada por esta via pode ser minimizada diluindo a droga.
  • 33. T-61  Fórmula: anestésico local(tetracaína HCL), um agente hipnótico e uma droga curariforme.(preocupação-Baumans et al, 1988)  Sómente endovenosa e lenta  Vocalização inconsciente em alguns cães.  Livre em alguns países, sob controle em outros.
  • 34. AGENTES FARMACOLÓGICOS INALANTES  Agem deslocando o ar dos pulmões» hipóxia cerebral ou anestesia e perda de consciência.  São usadas câmaras nas quais são liberados os agentes- devem ser adequadamente desenhadas para que haja distribuição uniforme do gás- atinja rapidamente a concentração desejada- sem fuga.(biossegurança - uso de drogas).
  • 35. Particularmente vantajosos em pequenos animais-injeção difícil  Desvantagens: podem ser irritantes e induzir à excitação, como por exemplo com coelhos.  Répteis e anfíbios podem segurar a respiração- maior tempo de indução  Neonatos mais resistentes à hipóxia  Os que produzem convulsão antes da inconsciência- inaceitáveis
  • 36. ANESTÉSICOS INALÁVEIS Não são nem inflamáveis nem explosivos sob condições normais do ambiente Em estado líquido- irritantes-animais expostos somente ao vapor Útil para pequenos animais De difícil execução/ bastante caro para grandes animais
  • 37. HALOTANO Usar overdose - ação rápida – não causa estresse  Efeito depressor nos sistemas cardiovascular e respiratório.  ENFLURANO- Muito bom p/trabalhos em metabolismo e toxicologia=pouco metabolizada no fígado
  • 38. ISOFLURANO  Rápida ação e a superdose não causa estresse.  Porém- forte odor...não deve ser usado em animais que podem prender a respiração.  Muito útil para obtenção de tecidos hepáticos-não sofre metabolismo hepático.
  • 39. CLOROFÓRMIO E ÉTER  Foram muito usados rotineiramente; proibidos em alguns países e desaconselhados em outros  Clorofórmio- hepatotóxico, nefrotóxico e carcinogênico para o operador e outros animais  Excitação inicial.Traços do mesmo em colônia de reprodução(interferência)
  • 40. Éter  Irritante para as membranas mucosas e pode ser estressante para os animais já que eleva as catecolaminas(Blackshaw et al, 1988)  Elevação acentuada de alguns parâmetros hematológicos,p.ex. glicose  Perigoso para o operador:explosivo, pode induzir uso da droga.  Não é um método aceitável de eutanásia
  • 41. DIÓXIDO DE CARBONO Apesar de muito usado-motivo de debates Nos USA não é permitido em alguns estados Na EU- proposta de modificação a EEC/86/609 Antes do debate: Usado como anestésico para anestesias de curta duração-40% animais de laboratório e 70% outras espécies Tem sido amplamente usado como agente para eutanásia
  • 42. Causa ou não distresse-motivo de controvérsias-resultados contraditórios  Concentrações altas não causam distresse para roedores(vários autores)  Causa distresse antes da inconsciência(vários autores)  Estudos comparando diversos gases mostra que o CO² induziu os mais graves sinais de aversão(Leach& Morton, 2000-2002-2004)
  • 43. Vantagens:  Barato, não inflamável, não explosivo  Pouco perigo para o operador quando usado adequadamente  Não causa acúmulo residual nos tecidos  Não altera a arquitetura celular  Eficaz para pequenos animais  Rápida ação depressiva, analgésica e anestésica
  • 44. Desvantagens:  Mais pesado que o ar –câmara não completamente cheia -animais conseguem evitar a inalação  Tempo de eutanásia prolongado -animais recém nascidos e que podem segurar a respiração.
  • 45. 100% CO² -pintos até 72 horas-resistentes  Aves mais velhas-batem asas- desagradável  Não recomendado para peixes-ação lenta  Gatos e espécies maiores-excitação e cheiro causa aversão.  Suínos vocalizam-
  • 46. Monóxido de carbono-CO  Causa morte rápida-sem dor, se combina com as hemáceas e não com o oxigênio-causando hipóxia.  Quase não há distresse pois não tem cheiro.  Mas, perigoso para o operador.  Usar somente CO comercial e nunca o proveniente de motores de combustão
  • 47. Nitrogênio e Argônio  Gases inertes, não explosivos e não inflamáveis -pouco risco.Como causam distresse só são aceitáveis com anestesia prévia.  Estudo de Leach & Morton(2004)- argônio é o gás preferido pelos camundongos.
  • 48. Métodos aceitáveis com anestesia prévia Congelamento rápido- imersão do animal em nitrogênio líquido Exanguinação-não para aves, répteis e vertebrados de sangue frio Etanol Hidrato de cloral Cloreto de potássio
  • 49. Inaceitáveis  Agentes curariformes Óxido nitroso  Estricnina Metoxifluorano  Sulfato de nicotina/magnésio Ketamina  Solventes Sedativos  Desinfetantes Via oral  Outras toxinas ou sais  Descompressão/vácuo  Hipo ou hipertermia  Afogamento
  • 50. Gestão Ética (Pierre Guittin,2004)  Sete pontos essenciais:  1. Pensar na pré- eutanásia  2. Respeitar os congêneres  3. Confirmar a morte  4. Operadores com excelente formação  5. Escolher o momento da eutanásia  6.Definir outro tipo de eutanásia  7.Recomendação do Comitê de Ética
  • 51. Confirmação da morte Pessoas treinadas para reconhecer e confirmar Aspectos mais importantes: a-Paradas cardíaca e respiratória b-Ausência de reflexos c-Animais de laboratório: queda da temperatura corporal< 25°C
  • 52. Disposição das carcaças  Devem ser seguidas as leis municipais, estaduais ou federais vigentes  Perigo potencial para a saúde pública e para o meio ambiente  Tratadas da mesma forma que lixo hospitalar
  • 53. Papel do médico veterinário  Feita sob responsabilidade de um médico veterinário: não significa ser feita por um médico veterinário.  Papel de segurança e de orientação  Eutanásia de rotina-final de estudo-não precisa ser o médico veterinário- faz parte do projeto aprovado pelo Comitê de Ética.
  • 54.
  • 55. Maiores informações:  Resolução no.714 de 20 de junho de 2002 do CFMV  2002 Report of the AVMA Panel on Euthanasia  ICLAS-International Harmonization of Guidelines on Euthanasia  Recommendations for euthanasia of experimental animals.(1996)laboratory Animals 30,293-316 and (1997)31,1-32.  Directive 86/609/EEC-24.11.1996  Ética e Bioética aplicadas à Medicina Veterinária- 2006, Eds Rivera;E.Amaral, HM;Nascimento,V.