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GARCIA, Ana Maria. A Experiência do Conhecimento. In: Metodologia Científica: caderno
de textos e técnicas. HÜHNE, Leda Miranda (org.). 7 ed. Rio de Janeiro: Agir, 2002, p 34-41.
A Experiência do Conhecimento
QUAL A NECESSIDADE DO CONHECIMENTO?
Se buscamos a palavra francesa connaissance, podemos observar que conhecimento é
nascer (naissance) com (con). Os homens se marcam como diferentes dos outros seres
exatamente pela capacidade de conhecer. Diferentemente dos outros animais, os homens são
os únicos seres que possuem razão, capacidade de relacionar, e ir além da realidade imediata.
Os homens são os seres que superam a animalidade com a racionalidade. Assim, os homens,
ao entrarem em contato com a realidade, imediatamente apreendem essa realidade em relação
ao seu eu, à sua cultura, à sua história. Os homens interpretam a realidade e se mostram nesta
interpretação. Aí, eles dizem da realidade e dizem de si mesmos. E quando dizem, eles
nascem como seres pensantes juntamente com aquilo que eles pensam e conhecem. E nessa
relação se estrutura o conhecimento humano. À medida desse processo, que é histórico, os
homens se afirmam, à parte dos outros animais e seres. E, assim, os homens se conhecem e se
elaboram. Desse modo o conhecimento é uma forma de estar no mundo. E o processo do
conhecimento mostra aos homens que eles jamais são alguma coisa pronta na medida em que
estão sempre nascendo de novo, quando têm a coragem de se mostrarem abertos diante da
realidade.
POSSIBILIDADE EM RELAÇÃO AO CONHECIMENTO
A capacidade dos homens pode: fazer conhecimento, usar conhecimento, posicionar-
se diante do conhecimento.
A - Se a minha cabeça jaz conhecimento, eu estou criativamente no mundo.
O fazer conhecimento implica exatamente em estar despojado de certezas absolutas
acerca da realidade e estar aberto não só para reavaliar uma verdade da realidade, como
também reavaliar minha própria capacidade no trabalho do conhecer.
B - Se a minha cabeça usa conhecimento, eu estou simplesmente no mundo.
Quando uso simplesmente, uso alguma coisa que já está pronta, acabada, definitiva,
conforme determinado conhecimento considerado como suficiente. Esse uso implica a
adequação da realidade ao conhecimento que já está pronto. E da mesma maneira, aquele que
usa não exercita sua capacidade de renovação de visões da realidade, ficando estacionária não
a maneira de se relacionar com a realidade, mas também a possibilidade daquele “nascer”,
porque esse uso passa a ser apenas o consumir o que está pronto. Toda utilidade técnica
propõe um consumo de conhecimento.
C - Se a minha cabeça posiciona-se diante do conhecimento, eu estou criticamente no
mundo.
O posicionar-se diante do conhecimento implica não só em estar integrado quanto ao
resultado do fazer conhecimento, como também do uso que se faz do conhecimento.
Mais ainda, o posicionar-se criticamente implica colocar a relação do fazer e do usar
de maneira dialética porque o conhecimento é feito pelos humanos e, fatalmente, de qualquer
maneira, utilizado em função dos homens. Podemos bem observar que os homens são também
seres biológicos, também seres sociais, econômicos, políticos, também seres psicológicos,
também seres que fazem conhecimento..., mas também seres que têm a capacidade de
colocar-se reflexivamente diante de cada uma dessas possibilidades, inclusive diante da
possibilidade mesma da reflexão. Assim, a possibilidade de reflexão é que permanece como
necessidade mesma. Os homens são tudo isso numa única possibilidade de ser, porque os
homens chamam esses diferentes sentidos para sua constituição pela necessidade de
relacionarem-se com a realidade e consigo mesmos.
O FAZER CONHECIMENTO
Conhecer significa, portanto, nascer-com. Quem nasce? Eu, sujeito do conhecimento.
Nasço com que, ou com quem? Eu, sujeito, nasço com aquilo sobre o qual eu me debruço. Ou
aquilo sobre o qual eu me debruço nasce comigo. O sujeito e o objeto nascem um para o
outro, um pelo outro. Esta relação entre os dois se mostra no discurso que é aquilo que o
sujeito, que se “utiliza” de uma linguagem, elabora para dizer a respeito do objeto sobre o
qual está debruçado, em uma relação dialética. Ocorre que para essa relação aparentemente
simples há todo um trabalho de elaboração mental que constrói o conhecimento que, quando
dito, pode ser facilmente repetido e manipulado, embora quem o repita e manipule jamais
possa sofrer a mesma maturidade daquele que o elaborou.
Uma máquina processadora pode, hoje em dia, tranquilamente, dar conta do uso e da
manipulação dos dados de um problema que a ela ofereçamos. Ela é capaz de obedecer com
maior precisão que o homem toda uma pura cadeia de “raciocínio” colocada em etapas.
Então, o conhecimento como elaboração só tem sentido no momento mesmo da
elaboração, do ato criador que o produz. Depois, pode ser processado autônoma e
automaticamente, dispensando a capacidade “humana”.
Mas, mesmo a nível da criação do conhecimento, é preciso observar que este
nascimento não é espontâneo.
O conhecimento como construção é um processo. Não podemos confundir a apreensão
e uso do conhecimento com a construção, elaboração, processo do conhecimento. Todo
conhecimento é construído, inventado, dentro das possibilidades de seu determinante espaço-
histórico-estrutural.
O processo do conhecimento tem, historicamente, maneiras diferentes, mas hoje o
conhecimento aparece da relação entre sujeito e objeto conceituados.
A objetividade da ciência não se propõe diretamente ao fenômeno, como na sensação,
nem como metafísica. A aceleração, por exemplo, “se converte em objeto para ela enquanto
que não se enfoca como um estado interior dos corpos, mas como uma relação e uma „lei‟
puramente numérica que cabe compreender e expor independentemente das „substâncias‟ em
que se manifesta. O caminho à natureza passa pelo „Logos‟ em um duplo sentido, já que estes
significam tanto os fundamentos racionais como as relações matemáticas. ... a ciência
trabalha com a redução das coisas existentes a funções e processos matemáticos” (Cassirer,
pp. 290-1).
A objetividade científica trabalha a partir de conceitos que servem para circunscrever
o fenômeno e que propõem os limites de toda futura observação; apesar de que “não podemos
prescindir das coisas sensíveis, de seus movimentos e transformações, se queremos assegurar-
nos da constância da lei” (idem. P. 355). Assim, conforme Galileu, “só chegaremos ao
autêntico „objeto‟ da natureza se soubermos captar as regras necessárias e dotadas de validade
geral, por sobre as mudanças e movimentos de nossas percepções” (idem. P. 359).
Objetividade proposta pela abstração sobre o fenômeno que, por meio do conceito, o
transforma em objeto. Assim, o conceito representa o fenômeno e a teoria que prova a lei é
um discurso representativo, uma linguagem sempre em torno da manifestação fenomênica;
linguagem que propõe o geral, o universal, o verdadeiro a partir do “logos” que é posto na
natureza.
O caminho da representação científica é um caminho preciso e bem estruturado. Não é
sem razão que a ciência se constitui no século XVII d. C. e é por essa mesma razão que não
podemos ser cientistas “espontaneamente”. Para que se possa alcançar a ciência precisamos
de longa iniciação, precisamos apreender sua “lógica”, que tem uma vertente de
complexidade interna no que diz respeito à própria maneira de pensar cientificamente e uma
vertente externa que não pensa o envolta. Com sua intenção de universalização,
generalização, a ciência pretende aplicar seu saber geral em qualquer situação, em qualquer
circunstância, inclusive no futuro, e isto é muito bem conseguido pela linguagem
eminentemente conceptual, abstrata, da matemática. O que importa é a operacionalidade
lógica. Uma linguagem que diz de si mesma.
O USO DO CONHECIMENTO
O trabalho do técnico é uma atuação de uso do conhecimento. A técnica é importante
na medida em que facilita a atuação e a relação do homem com a realidade. A questão hoje é
que chegamos a um determinado estado de coisas em que a técnica domina nossa vida. Para
exercer o trabalho técnico é necessário um estudo técnico de “gravação” de fórmulas e
conceitos. A complexidade do estudo e do trabalho técnico chegam a um ponto tal que a
técnica não mais é o desafogo para a ocupação do aspecto humano, mas passa a ser
necessidade da alienação do humano.
O profissional técnico precisa hoje de uma preparação funda e precisa. Sua atuação
profissional também será funda e precisa, ficando ele todo o tempo a nível do conhecimento
de uso, não possibilitando o desenvolvimento do especificamente humano, do aspecto
reflexivo.
Também a nível profissional é necessário que trabalhemos nossas cabeças em várias
possibilidades. É claro que o profissional já encontra um trabalho estruturado em função de
uma realidade já dada, onde ele está sendo chamado a atuar. Esse já “estruturado” deve servir
sim, muito ao contrário de um ponto de partida para que o humano possa continuar no seu
processo de vida. É por esta razão que não posso ser conivente com um ensino e um
aprendizado técnicos desvinculados de qualquer gênese e de qualquer reflexão sobre as
questões humanas.
Toda a orientação tecnológica hoje provoca uma destruição do humano em função
daquele sistema de poder que ela quer alimentar, não só a nível da formação tecnológica
como a nível de uma prática tecnológica. Essa orientação e essa prática obedecem à
metodologia tão bem estruturada, com fundamentação teórica tão bem sistematizada que a
cabeça dos homens adere a essa estrutura e passa a pensar o mundo de acordo com essa
ideologia.
Mas essa maneira de fazer tecnologicamente, hoje, não é algo gratuito ou algo natural
do percurso da história. A história dos homens tem sido feita por eles mesmos, que a
posicionam e a dirigem. Por isso, entendo que hoje é impossível falar na questão do
conhecimento sem colocar imediata e paralelamente o posicionamento crítico próprio à
epistemologia histórica. Ocupados na tarefa do uso do conhecimento, os homens perdem o
“verdadeiro” sentido do conhecimento.
A preparação funda e precisa para a atuação profissional necessita de uma postura
radical e rigorosa sob pena de os homens se perderem numa ideologia de uso.
As facilidades tecnológicas, impostas por força de um engajamento entre ciência e
poder entre tecnologia e economia, criam nos homens a ilusão mágica de que a ciência e a
tecnologia tudo podem. O sentido da prova experimental cria a ilusão do “verdadeiro” e a
transformação da natureza e da realidade como um todo se dá diante de nós, como uma força
mágica que nos convence e conquista. Para o grande público, a ciência é despojada de toda a
racionalidade e transformada em mito. É difícil o acesso ao saber científico, mas é útil e
necessário o fruto tecnológico que assola cada vez mais o mercado e nos convence.
Conforme o dizer de Ladrière, “a cultura é uma forma de vida”. Poderíamos dizer ao
contrário, que a ciência, da maneira como está dirigida, é uma forma de morte.
A ciência hoje se nega como especulação e se articula como ação. Tanto a nível das
ciências da natureza quanto a nível das ciências humanas, o que se vem impondo é uma
prática eficiente. Ora, em função do que podemos dizer que essa prática é eficiente? As
pesquisas estão todas elas condicionadas a verbas estaduais, federais e das multinacionais. As
prioridades são votadas na Câmara e no Senado conforme os interesses das facções
envolvidas. Consequentemente, vai ser pesquisado o que politicamente for “melhor”. O que é
melhor para a política é o jogo de forças, o jogo de interesses em função, não da realidade que
apela, mas em função do estabelecimento do status quo, da manutenção do poder.
No mundo de hoje é a especialização que importa, e esta proposição não é uma
proposição a posteriori, escolhida, pelo pesquisador depois de conscientizar o todo. Será
muito difícil, hoje, a partir da ciência, com sua prática, conseguir-se modificar a “verdade” tal
como ela está estabelecida. Para isso é necessário que se desmitifique a ciência e se reflita um
uso “adequado” da tecnologia a partir do levantamento e reflexão de valores que não digam
respeito às necessidades do poder, mas que digam respeito ao homem enquanto dignidade
humana, criação, cultura e espírito.
A ciência, enquanto um saber “verdadeiro”, não pode esconder de mim seu saber. O
saber “verdadeiro” é um saber descobridor, desvelador, que me faz dar sentido a uma
realidade e a mim mesmo e não a uma possibilidade de alienação e angústia pela falta de
domínio desse mesmo saber.
A meu ver, não é só o que a técnica nos proporciona que é o mal. O que é mal é
abandonarmos as outras formas de avaliação em função da avaliação proposta pelo poder
tecnológico.
A técnica enquanto uma prática “verdadeira” precisa propor o encontro, a harmonia e
não a perda, o individualismo e a concorrência acirrados por uma necessidade de dominação
cada vez maior.
Enquanto mito, a ciência e a técnica me escapam, deixando-me à mercê da “novidade”
que virá. Não sou mais o regente de meu mundo; já não consigo mais construir um mundo;
agora todos passam a viver do mesmo modo, a pensar as mesmas ideias, a consumir as
mesmas químicas e a “pensar” do mesmo jeito. Como dissemos atrás, hoje essa maneira de
fazer tecnologicamente não é algo gratuito ou algo natural do percurso da história. É, a partir
desse ponto, que precisamos conscientizar a necessidade do posicionar-se diante do
conhecimento.
O POSICIONAR-SE DIANTE DO CONHECIMENTO
O conhecimento científico, matematizado, transforma o possível em provável (a
ciência prevê, controla). Quando transformamos o possível em provável, transformamos o
futuro num dado objetivo calculável e previsível, para o qual estabelecemos uma tecnologia
de ação que nos leve até ele. Dessa maneira manipulamos o real, construímos o futuro
conforme a técnica proposta. Daí a possibilidade de um “admirável mundo novo”, do “choque
do futuro” e do “1984”. Quem pensa que “1984”. Não aconteceu basta ler O Admirável
Mundo Novo Revisitado, do próprio Huxley.
Achamos tudo natural, é o progresso, exatamente porque a perspectiva científica
propõe uma continuação entre passado-presente-futuro.
“É o progresso!” “Não podemos evitar!” “Estamos numa outra era!” “Agora que
chegamos neste ponto, não podemos voltar atrás!”.
A ideia realmente não é voltar atrás, não é retornar a uma era perdida, não é evitar; é
exatamente deixar de evitar uma reflexão sobre a gênese, é não buscar algo perdido, mas
encontrar a máscara evidente que, diante de nós, o conhecimento não permite que possamos
ver, sair da linearidade, entrar no processo, PENSAR.
É preciso pensar a ciência e a técnica não isoladamente. Tanto uma como outra não
estão postas sozinhas no mundo. Pelo cientificismo e tecnicismo que temos hoje, trabalhamos
o político, o social, o econômico a partir de uma “pseudoneutralidade da ciência e da técnica”.
É em prol dessa “neutralidade” que temos nos debruçado exclusivamente sobre a ciência e
temos construído um mundo que só atem sentido pela técnica, negligenciando as outras
formas de saber: o mito, a teologia, a filosofia.
Assim, pensar é ter um posicionamento crítico a respeito de cada uma das
possibilidades de saber. É sair da imediatez da experiência situando-a como um saber
aparente que necessita ser criticado.
Se somos nós, jovens, que vamos levar essa necessidade adiante, melhor que seja
assim, na medida em que ainda não engajados no sistema produtivo temos alguma
possibilidade de entrar nele reflexivamente. As tomadas de posição de nossa vida, de nosso
fazer, não podem ser assumidas como um “dado”, mas precisam sê-lo como um “trabalho”,
trabalho de busca de sentido para a nosso existência mesma. É necessário que busquemos a
compreensão das articulações que carregam nosso “puro saber” para um “puro poder”.

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A Experiência do Conhecimento e sua Necessidade

  • 1. GARCIA, Ana Maria. A Experiência do Conhecimento. In: Metodologia Científica: caderno de textos e técnicas. HÜHNE, Leda Miranda (org.). 7 ed. Rio de Janeiro: Agir, 2002, p 34-41. A Experiência do Conhecimento QUAL A NECESSIDADE DO CONHECIMENTO? Se buscamos a palavra francesa connaissance, podemos observar que conhecimento é nascer (naissance) com (con). Os homens se marcam como diferentes dos outros seres exatamente pela capacidade de conhecer. Diferentemente dos outros animais, os homens são os únicos seres que possuem razão, capacidade de relacionar, e ir além da realidade imediata. Os homens são os seres que superam a animalidade com a racionalidade. Assim, os homens, ao entrarem em contato com a realidade, imediatamente apreendem essa realidade em relação ao seu eu, à sua cultura, à sua história. Os homens interpretam a realidade e se mostram nesta interpretação. Aí, eles dizem da realidade e dizem de si mesmos. E quando dizem, eles nascem como seres pensantes juntamente com aquilo que eles pensam e conhecem. E nessa relação se estrutura o conhecimento humano. À medida desse processo, que é histórico, os homens se afirmam, à parte dos outros animais e seres. E, assim, os homens se conhecem e se elaboram. Desse modo o conhecimento é uma forma de estar no mundo. E o processo do conhecimento mostra aos homens que eles jamais são alguma coisa pronta na medida em que estão sempre nascendo de novo, quando têm a coragem de se mostrarem abertos diante da realidade. POSSIBILIDADE EM RELAÇÃO AO CONHECIMENTO A capacidade dos homens pode: fazer conhecimento, usar conhecimento, posicionar- se diante do conhecimento. A - Se a minha cabeça jaz conhecimento, eu estou criativamente no mundo. O fazer conhecimento implica exatamente em estar despojado de certezas absolutas acerca da realidade e estar aberto não só para reavaliar uma verdade da realidade, como também reavaliar minha própria capacidade no trabalho do conhecer. B - Se a minha cabeça usa conhecimento, eu estou simplesmente no mundo. Quando uso simplesmente, uso alguma coisa que já está pronta, acabada, definitiva, conforme determinado conhecimento considerado como suficiente. Esse uso implica a adequação da realidade ao conhecimento que já está pronto. E da mesma maneira, aquele que usa não exercita sua capacidade de renovação de visões da realidade, ficando estacionária não a maneira de se relacionar com a realidade, mas também a possibilidade daquele “nascer”, porque esse uso passa a ser apenas o consumir o que está pronto. Toda utilidade técnica propõe um consumo de conhecimento. C - Se a minha cabeça posiciona-se diante do conhecimento, eu estou criticamente no mundo. O posicionar-se diante do conhecimento implica não só em estar integrado quanto ao resultado do fazer conhecimento, como também do uso que se faz do conhecimento. Mais ainda, o posicionar-se criticamente implica colocar a relação do fazer e do usar de maneira dialética porque o conhecimento é feito pelos humanos e, fatalmente, de qualquer
  • 2. maneira, utilizado em função dos homens. Podemos bem observar que os homens são também seres biológicos, também seres sociais, econômicos, políticos, também seres psicológicos, também seres que fazem conhecimento..., mas também seres que têm a capacidade de colocar-se reflexivamente diante de cada uma dessas possibilidades, inclusive diante da possibilidade mesma da reflexão. Assim, a possibilidade de reflexão é que permanece como necessidade mesma. Os homens são tudo isso numa única possibilidade de ser, porque os homens chamam esses diferentes sentidos para sua constituição pela necessidade de relacionarem-se com a realidade e consigo mesmos. O FAZER CONHECIMENTO Conhecer significa, portanto, nascer-com. Quem nasce? Eu, sujeito do conhecimento. Nasço com que, ou com quem? Eu, sujeito, nasço com aquilo sobre o qual eu me debruço. Ou aquilo sobre o qual eu me debruço nasce comigo. O sujeito e o objeto nascem um para o outro, um pelo outro. Esta relação entre os dois se mostra no discurso que é aquilo que o sujeito, que se “utiliza” de uma linguagem, elabora para dizer a respeito do objeto sobre o qual está debruçado, em uma relação dialética. Ocorre que para essa relação aparentemente simples há todo um trabalho de elaboração mental que constrói o conhecimento que, quando dito, pode ser facilmente repetido e manipulado, embora quem o repita e manipule jamais possa sofrer a mesma maturidade daquele que o elaborou. Uma máquina processadora pode, hoje em dia, tranquilamente, dar conta do uso e da manipulação dos dados de um problema que a ela ofereçamos. Ela é capaz de obedecer com maior precisão que o homem toda uma pura cadeia de “raciocínio” colocada em etapas. Então, o conhecimento como elaboração só tem sentido no momento mesmo da elaboração, do ato criador que o produz. Depois, pode ser processado autônoma e automaticamente, dispensando a capacidade “humana”. Mas, mesmo a nível da criação do conhecimento, é preciso observar que este nascimento não é espontâneo. O conhecimento como construção é um processo. Não podemos confundir a apreensão e uso do conhecimento com a construção, elaboração, processo do conhecimento. Todo conhecimento é construído, inventado, dentro das possibilidades de seu determinante espaço- histórico-estrutural. O processo do conhecimento tem, historicamente, maneiras diferentes, mas hoje o conhecimento aparece da relação entre sujeito e objeto conceituados. A objetividade da ciência não se propõe diretamente ao fenômeno, como na sensação, nem como metafísica. A aceleração, por exemplo, “se converte em objeto para ela enquanto que não se enfoca como um estado interior dos corpos, mas como uma relação e uma „lei‟ puramente numérica que cabe compreender e expor independentemente das „substâncias‟ em que se manifesta. O caminho à natureza passa pelo „Logos‟ em um duplo sentido, já que estes significam tanto os fundamentos racionais como as relações matemáticas. ... a ciência trabalha com a redução das coisas existentes a funções e processos matemáticos” (Cassirer, pp. 290-1). A objetividade científica trabalha a partir de conceitos que servem para circunscrever o fenômeno e que propõem os limites de toda futura observação; apesar de que “não podemos prescindir das coisas sensíveis, de seus movimentos e transformações, se queremos assegurar- nos da constância da lei” (idem. P. 355). Assim, conforme Galileu, “só chegaremos ao autêntico „objeto‟ da natureza se soubermos captar as regras necessárias e dotadas de validade
  • 3. geral, por sobre as mudanças e movimentos de nossas percepções” (idem. P. 359). Objetividade proposta pela abstração sobre o fenômeno que, por meio do conceito, o transforma em objeto. Assim, o conceito representa o fenômeno e a teoria que prova a lei é um discurso representativo, uma linguagem sempre em torno da manifestação fenomênica; linguagem que propõe o geral, o universal, o verdadeiro a partir do “logos” que é posto na natureza. O caminho da representação científica é um caminho preciso e bem estruturado. Não é sem razão que a ciência se constitui no século XVII d. C. e é por essa mesma razão que não podemos ser cientistas “espontaneamente”. Para que se possa alcançar a ciência precisamos de longa iniciação, precisamos apreender sua “lógica”, que tem uma vertente de complexidade interna no que diz respeito à própria maneira de pensar cientificamente e uma vertente externa que não pensa o envolta. Com sua intenção de universalização, generalização, a ciência pretende aplicar seu saber geral em qualquer situação, em qualquer circunstância, inclusive no futuro, e isto é muito bem conseguido pela linguagem eminentemente conceptual, abstrata, da matemática. O que importa é a operacionalidade lógica. Uma linguagem que diz de si mesma. O USO DO CONHECIMENTO O trabalho do técnico é uma atuação de uso do conhecimento. A técnica é importante na medida em que facilita a atuação e a relação do homem com a realidade. A questão hoje é que chegamos a um determinado estado de coisas em que a técnica domina nossa vida. Para exercer o trabalho técnico é necessário um estudo técnico de “gravação” de fórmulas e conceitos. A complexidade do estudo e do trabalho técnico chegam a um ponto tal que a técnica não mais é o desafogo para a ocupação do aspecto humano, mas passa a ser necessidade da alienação do humano. O profissional técnico precisa hoje de uma preparação funda e precisa. Sua atuação profissional também será funda e precisa, ficando ele todo o tempo a nível do conhecimento de uso, não possibilitando o desenvolvimento do especificamente humano, do aspecto reflexivo. Também a nível profissional é necessário que trabalhemos nossas cabeças em várias possibilidades. É claro que o profissional já encontra um trabalho estruturado em função de uma realidade já dada, onde ele está sendo chamado a atuar. Esse já “estruturado” deve servir sim, muito ao contrário de um ponto de partida para que o humano possa continuar no seu processo de vida. É por esta razão que não posso ser conivente com um ensino e um aprendizado técnicos desvinculados de qualquer gênese e de qualquer reflexão sobre as questões humanas. Toda a orientação tecnológica hoje provoca uma destruição do humano em função daquele sistema de poder que ela quer alimentar, não só a nível da formação tecnológica como a nível de uma prática tecnológica. Essa orientação e essa prática obedecem à metodologia tão bem estruturada, com fundamentação teórica tão bem sistematizada que a cabeça dos homens adere a essa estrutura e passa a pensar o mundo de acordo com essa ideologia. Mas essa maneira de fazer tecnologicamente, hoje, não é algo gratuito ou algo natural do percurso da história. A história dos homens tem sido feita por eles mesmos, que a posicionam e a dirigem. Por isso, entendo que hoje é impossível falar na questão do conhecimento sem colocar imediata e paralelamente o posicionamento crítico próprio à
  • 4. epistemologia histórica. Ocupados na tarefa do uso do conhecimento, os homens perdem o “verdadeiro” sentido do conhecimento. A preparação funda e precisa para a atuação profissional necessita de uma postura radical e rigorosa sob pena de os homens se perderem numa ideologia de uso. As facilidades tecnológicas, impostas por força de um engajamento entre ciência e poder entre tecnologia e economia, criam nos homens a ilusão mágica de que a ciência e a tecnologia tudo podem. O sentido da prova experimental cria a ilusão do “verdadeiro” e a transformação da natureza e da realidade como um todo se dá diante de nós, como uma força mágica que nos convence e conquista. Para o grande público, a ciência é despojada de toda a racionalidade e transformada em mito. É difícil o acesso ao saber científico, mas é útil e necessário o fruto tecnológico que assola cada vez mais o mercado e nos convence. Conforme o dizer de Ladrière, “a cultura é uma forma de vida”. Poderíamos dizer ao contrário, que a ciência, da maneira como está dirigida, é uma forma de morte. A ciência hoje se nega como especulação e se articula como ação. Tanto a nível das ciências da natureza quanto a nível das ciências humanas, o que se vem impondo é uma prática eficiente. Ora, em função do que podemos dizer que essa prática é eficiente? As pesquisas estão todas elas condicionadas a verbas estaduais, federais e das multinacionais. As prioridades são votadas na Câmara e no Senado conforme os interesses das facções envolvidas. Consequentemente, vai ser pesquisado o que politicamente for “melhor”. O que é melhor para a política é o jogo de forças, o jogo de interesses em função, não da realidade que apela, mas em função do estabelecimento do status quo, da manutenção do poder. No mundo de hoje é a especialização que importa, e esta proposição não é uma proposição a posteriori, escolhida, pelo pesquisador depois de conscientizar o todo. Será muito difícil, hoje, a partir da ciência, com sua prática, conseguir-se modificar a “verdade” tal como ela está estabelecida. Para isso é necessário que se desmitifique a ciência e se reflita um uso “adequado” da tecnologia a partir do levantamento e reflexão de valores que não digam respeito às necessidades do poder, mas que digam respeito ao homem enquanto dignidade humana, criação, cultura e espírito. A ciência, enquanto um saber “verdadeiro”, não pode esconder de mim seu saber. O saber “verdadeiro” é um saber descobridor, desvelador, que me faz dar sentido a uma realidade e a mim mesmo e não a uma possibilidade de alienação e angústia pela falta de domínio desse mesmo saber. A meu ver, não é só o que a técnica nos proporciona que é o mal. O que é mal é abandonarmos as outras formas de avaliação em função da avaliação proposta pelo poder tecnológico. A técnica enquanto uma prática “verdadeira” precisa propor o encontro, a harmonia e não a perda, o individualismo e a concorrência acirrados por uma necessidade de dominação cada vez maior. Enquanto mito, a ciência e a técnica me escapam, deixando-me à mercê da “novidade” que virá. Não sou mais o regente de meu mundo; já não consigo mais construir um mundo; agora todos passam a viver do mesmo modo, a pensar as mesmas ideias, a consumir as mesmas químicas e a “pensar” do mesmo jeito. Como dissemos atrás, hoje essa maneira de fazer tecnologicamente não é algo gratuito ou algo natural do percurso da história. É, a partir desse ponto, que precisamos conscientizar a necessidade do posicionar-se diante do conhecimento.
  • 5. O POSICIONAR-SE DIANTE DO CONHECIMENTO O conhecimento científico, matematizado, transforma o possível em provável (a ciência prevê, controla). Quando transformamos o possível em provável, transformamos o futuro num dado objetivo calculável e previsível, para o qual estabelecemos uma tecnologia de ação que nos leve até ele. Dessa maneira manipulamos o real, construímos o futuro conforme a técnica proposta. Daí a possibilidade de um “admirável mundo novo”, do “choque do futuro” e do “1984”. Quem pensa que “1984”. Não aconteceu basta ler O Admirável Mundo Novo Revisitado, do próprio Huxley. Achamos tudo natural, é o progresso, exatamente porque a perspectiva científica propõe uma continuação entre passado-presente-futuro. “É o progresso!” “Não podemos evitar!” “Estamos numa outra era!” “Agora que chegamos neste ponto, não podemos voltar atrás!”. A ideia realmente não é voltar atrás, não é retornar a uma era perdida, não é evitar; é exatamente deixar de evitar uma reflexão sobre a gênese, é não buscar algo perdido, mas encontrar a máscara evidente que, diante de nós, o conhecimento não permite que possamos ver, sair da linearidade, entrar no processo, PENSAR. É preciso pensar a ciência e a técnica não isoladamente. Tanto uma como outra não estão postas sozinhas no mundo. Pelo cientificismo e tecnicismo que temos hoje, trabalhamos o político, o social, o econômico a partir de uma “pseudoneutralidade da ciência e da técnica”. É em prol dessa “neutralidade” que temos nos debruçado exclusivamente sobre a ciência e temos construído um mundo que só atem sentido pela técnica, negligenciando as outras formas de saber: o mito, a teologia, a filosofia. Assim, pensar é ter um posicionamento crítico a respeito de cada uma das possibilidades de saber. É sair da imediatez da experiência situando-a como um saber aparente que necessita ser criticado. Se somos nós, jovens, que vamos levar essa necessidade adiante, melhor que seja assim, na medida em que ainda não engajados no sistema produtivo temos alguma possibilidade de entrar nele reflexivamente. As tomadas de posição de nossa vida, de nosso fazer, não podem ser assumidas como um “dado”, mas precisam sê-lo como um “trabalho”, trabalho de busca de sentido para a nosso existência mesma. É necessário que busquemos a compreensão das articulações que carregam nosso “puro saber” para um “puro poder”.