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CRIOULO DE CABO VERDE
Quem mi ê? Um fidje de Sanvcênte.
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Lá ondê que mar tâ sparajá debóxe de bôte,
moda barra dum saia.
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como a barra dunha saia.
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PATUÁ (DIALETO PORTUGUÊS DE MACAU)
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TIMOR LESTE
Tata-Mailau
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KRIOL DE GUINÉ BISSAU
Bissau sukuru
Guiné fundu
Murgudjadu na kasabi
n na koba
bu na ntera
Paké nhá ermon
n punta?
si kaminhu i um son son
Odete Costa Semedo
Bissau é un enigma
Guiné é un misterio
mergullada nunha profunda angustia
eu a construír
e ti a destruíres
Por que, meu irmao
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DE MOÇAMBIQUE
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ser cobarde
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ANGOLA
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lúgubres com(o)vidas
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LINGUA PORTUGUESA DO BRASIL
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FORRO CRIOULO DE
SAO TOMÉ E PRÍNCIPE
Maxibin Poçon tê lôpa
Homè d’ua lôpa tam
X’ê sôbê ê na’ka xê luá fá
Bixi sé sá lôpa cama.
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Maxibim Poçon ten un traxe
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Línguas e dialetos de países de língua portuguesa

  • 1. CRIOULO DE CABO VERDE Quem mi ê? Um fidje de Sanvcênte. Nascide, crióde, lá na ponta d' Praia. Lá ondê que mar tâ sparajá debóxe de bôte, moda barra dum saia. Cs' ê que m' crê? Cantá nha terra! Companhal na sê dor; na nôbréza d' sê alma; na pobréza d' sê vida! Sérgio Frusoni Quen son eu? Un fillo de São Vicente. nacido, criado, alá na Ponta da Praia. Alá onde o mar se espreguiza debaixo dos botes, como a barra dunha saia. O que eu quero? Cantar a miña terra! Acompañala na súa dor; na nobreza da súa alma; na pobreza da súa vida! PATUÁ (DIALETO PORTUGUÊS DE MACAU) Nôsso Macau, nómi sánto, Vosôtro olá! Qui ramendá unga jardim; Fula fresco na tudo cánto Sã pa ispantá. Sai semeado, nom têm fim. José Dos Santos Ferreira Nossa Macau de nome santo, Vede vós Parece un xardín; Por todos os cantos flores frescas É de pasmar. Saen semeadas sen fin. LÍNGUA PORTUGUESA DE TIMOR LESTE Tata-Mailau É o pico-avô da minha Ilha. Subi muitas vezes aos seus três mil metros. E foi no seu alto Que meu sonho-menino construiu um navio. Antes. Ninguém tinha compreendido Que a ilha Não é terra isolada pelo mar. Fernando Sylvan KRIOL DE GUINÉ BISSAU Bissau sukuru Guiné fundu Murgudjadu na kasabi n na koba bu na ntera Paké nhá ermon n punta? si kaminhu i um son son Odete Costa Semedo Bissau é un enigma Guiné é un misterio mergullada nunha profunda angustia eu a construír e ti a destruíres Por que, meu irmao pregunto se o camiño é único?
  • 2. LINGUA PORTUGUESA DE MOÇAMBIQUE Acreditava naquela história do homem que nunca chora. Eu julgava-me um homem. Na adolescência meus filmes de aventuras punham-me muito longe de ser cobarde na arrogante criancice do herói de ferro. Agora tremo. E agora choro. Como um homem treme. Como chora um homem! José Craveirinha LINGUA PORTUGUESA DE ANGOLA As horas caminham em espiral lúgubres com(o)vidas em calafrios urdidos vultos à espreita sonegam. iminentes. o mundo grita seu cancro em mil silêncios. cortantes. de vidro e agonia. Conceição Cristóvão LINGUA PORTUGUESA — Desliga a televisão — disse o pai. — Vai lá para fora e vive a vida. Fui e à noite vim com uma abelha na orelha um rato no sapato cola na camisola giz no nariz gafanhotos nos bolsos rotos um escaravelho no joelho uma formiga na barriga um leão pela mão e atrás um camelo a puxar-me o cabelo. — Não vás mais lá para fora — disse o pai. — Liga a televisão. Luísa Ducla Soares LINGUA PORTUGUESA DO BRASIL Sentes que o meu verso Assim tão curto É um universo? Cláudio Murilo FORRO CRIOULO DE SAO TOMÉ E PRÍNCIPE Maxibin Poçon tê lôpa Homè d’ua lôpa tam X’ê sôbê ê na’ka xê luá fá Bixi sé sá lôpa cama. Tomás Medeiros Maxibim Poçon ten un traxe É home dun traxe só Se chove non sae da casa O mesmo traxe é o pixama. LINGUA PORTUGUESA DE GOA Ai meu Deus! em fim tu partes, Vaes deixar a terra amada, Tão bella, tão encantada, A terra de teu paiz! Onde á sombra da palmeira, Repousaste feiticeira, E do Mandovy á beira Folgaste outr’ora feliz. Manuel Joaquim da Costa Campos
  • 3. LINGUA GALEGA (POEMAS DE CARVALHO CALERO) Cabeleira de chúvia, ollos de néboa. Maria Silenzo, esfarrapada, à espreita. Sempre agardando, pola noite, as barcas. A tua angúria fala con olladas. Maria Nocturna: no peirán qué esperas? polo dia non vives? Naces cada solpor? Cais de primeira estrela? Mariñeiro que tes a flor de água nos ollos Cando morras irás ao ceo dos peixeiros. Ali muge as súas barbas azuis o Rei do Mar, ácio de xebras, mexillóns e berberechos. Espida divindade de olímpica vellice, na súa grande cadeira de cristal. As mulheres entom usavam capa e corsé, e íamos à aldeia em coche de cavalos, e a rua estava ateigada de pregons de sardinhas e de ingleses que vendiam Bíblias. O teu retrato ante mim, por um cristal protegido, é um espelho duvidoso. A olhá-lo, o meu rosto vejo co teu rosto misturado(...) Assi, vejo diante mim um rosto que nom é o teu, um rosto que nom é o meu e que aos dous se nos parece. Duvidoso espelho, ante- cipa-me paternidades. Pois no fundo do cristal, milagre, se me revela a faciana que terá o filho nosso que dorme lá, no berce do vindeiro.