2. BIOGRAFIA E CARREIRA
Mário de Sá-Carneiro é natural de Lisboa e nasceu a 19 de Maio de 1890.
Foi um poeta, contista e ficcionista português, um dos grandes expoentes
do modernismo em Portugal e um dos mais reputados membros da Geração d’Orpheu.
Mário perdeu a sua mãe com apenas dois anos de idade e, por isso, ficou entregue ao cuidados
dos seus avós, indo assim viver para a Quinta da Vitória, onde passou a maior parte da sua infância.
Iniciou-se na poesia com apenas doze anos e no liceu teve ainda algumas experiências como
ator, começando a escrever peças.
Com vinte e um anos, vai para Coimbra, onde se matricula na Faculdade de Direito, mas não
conclui sequer um ano. Em 1912 veio a conhecer aquele que foi, sem dúvida, o seu melhor amigo,
Fernando Pessoa.
3. CONTINUAÇÃO
Desiludido com Coimbra, segue para Paris a fim de prosseguir os estudos superiores. Cedo,
porém, deixou de frequentar as aulas dedicando-se assim, a uma vida boémia.
Socialmente e psicologicamente instável, é na capital de França que compõe grande parte da sua
obra poética.
Entre 1913 e 1914 ainda regressa a Lisboa porém, em 1915 volta para Paris.
Estando em Paris, desta vez, escreve a Fernando Pessoa cartas de uma crescente angústia, das
quais ressalta a imagem de um homem perdido, e a sua evolução/maturidade do processo de escrita do
mesmo.
Uma vez que a vida não lhe agradava, Sá-Carneiro entrou numa maior angústia, que o conduziu
ao suicídio prematuro. Morre então, com vinte cinto anos (1916) no Hotel de Nice - em Paris -, com o
uso de cinco frascos de arseniato de estricnina.
4. POEMA ESCOLHIDO
Além-Tédio
Nada me expira já, nada me vive
Nem a tristeza nem as horas belas.
De as não ter e de nunca vir a tê-las,
Fartam-me até as coisas que não tive.
Como eu quisera, enfim de alma esquecida,
Dormir em paz num leito de hospital...
Cansei dentro de mim, cansei a vida
De tanto a divagar em luz irreal.
Outrora imaginei escalar os céus
À força de ambição e nostalgia,
E doente-de-Novo, fui-me Deus
No grande rastro fulvo que me ardia.
Parti. Mas logo regressei à dor,
Pois tudo me ruiu... Tudo era igual:
A quimera, cingida, era real,
A própria maravilha tinha cor!
Ecoando-me em silêncio, a noite escura
Baixou-me assim na queda sem remédio;
Eu próprio me traguei na profundura,
Me sequei todo, endureci de tédio.
E só me resta hoje uma alegria:
É que, de tão iguais e tão vazios,
Os instantes me esvoam dia a dia
Cada vez mais velozes, mais esguios...
Mário de Sá-Carneiro, in 'Dispersão'
5. Obrigado pela atenção
Apresentação realizada por:
» Ana Carolina, nº1. 10ºLH3
Professora: Conceição Amaro