O documento discute o Modernismo Português, incluindo seus principais fatores, características e autores, como Fernando Pessoa e seus heterônimos. O Modernismo surgiu em resposta às vanguardas européias e à necessidade de adequação à nova ordem mundial no início do século XX.
2. Modernismo Português
O mundo estava sob a égide das
vanguardas europeias;
O homem precisava adequar-se à
nova ordem mundial;
3. Modernismo Português
Os artistas portugueses, apegados ao
Saudosismo de Teixeira de Pacoaes,
entenderam que ou adequavam-se a
uma nova realidade e ao novo modo
de ver o mundo ou assistiriam de
longe à passagem de um século
revolucionário, com tudo de bom que
poderia trazer, porém sem a
participação lusa.
4. Modernismo Português
Não era apenas o produto inovador de
uma evolução estética, mas algo
decorrente de todo um estado de
espírito agigantado pelas mudanças
culturais da época, que repercutiu em
todas as artes.
5. Fatores importantes para o
Modernismo em Portugal
Crise da monarquia;
O ultimato inglês (11 de janeiro de
1890);
Crise econômica.
6. Resultado estético
Saudosismo – sentimento-ideia,
emoção-refletida (1910);
Revista A Águia (1910-1932);
Revista Orpheu – pregavam o
inconformismo e punham a atividade
poética acima de tudo(1915).
9. Características do Modernismo
Português
Crítica aos padrões estabelecidos;
Reação ao passado, ao
tradicionalismo estético;
Valorização do dinamismo e da
velocidade;
10. Características do Modernismo
Português
Fim do sentimentalismo piegas;
Comunicação direta de ideias;
Uso da linguagem do cotidiano;
Busca pela originalidade;
Liberdade formal.
11. Principais autores do
Modernismo Português
1ª Geração – Orfismo: Fernando
Pessoa, Mário de Sá-Carneiro,
Almada Negreiros, Florbela Espanca
e outros.
2ª Geração – Presencismo: José
Régio, Miguel Torga, João Gaspar
Simões, Branquinho da Fonseca e
outros;
12. Principais autores do
Modernismo Português
3ª Geração – Neorrealismo: Alves
Redol, Ferreira de Castro, Jorge de
Sena, José Saramago e outros.
13. Mário de Sá-Carneiro
Poesia marcada pela
manifestação de
sensações
depressivas, tendendo
para o derrotismo e o
pessimismo.
O poeta mergulha em
seu próprio mundo
interior, realizando
uma constante busca
do “eu”.
14. Dispersão
Perdi-me dentro de mim
Porque eu era labirinto,
E hoje, quando me sinto,
É com saudades de mim.
Passei pela minha vida
Um astro doido a sonhar.
Na ânsia de ultrapassar,
Nem dei pela minha vida...
Para mim é sempre ontem,
Não tenho amanhã nem hoje:
O tempo que aos outros foge
Cai sobre mim feito ontem. (...)
15. Florbela Espanca
Poesia dominada
por forte impulso
erótico, ela aposta
na forma de um
doloroso diário
íntimo, em que
expõe abertamente
as insatisfações e
contradições
sentimentais.
16. Eu
Eu sou a que no mundo anda perdida,
Eu sou a que na vida não tem norte,
Sou a irmã do Sonho, e desta sorte
Sou a crucificada ... a dolorida ...
Sombra de névoa tênue e esvaecida,
E que o destino amargo, triste e forte,
Impele brutalmente para a morte!
Alma de luto sempre incompreendida!...
Sou aquela que passa e ninguém vê...
Sou a que chamam triste sem o ser...
Sou a que chora sem saber porquê...
Sou talvez a visão que Alguém sonhou,
Alguém que veio ao mundo pra me ver,
E que nunca na vida me encontrou!
17. Fanatismo
Minh'alma, de sonhar-te, anda perdida
Meus olhos andam cegos de te ver!
Não és sequer razão de meu viver,
Pois que tu és já toda a minha vida!
Não vejo nada assim enlouquecida...
Passo no mundo, meu Amor, a ler
No misterioso livro do teu ser
A mesma história tantas vezes lida!
Tudo no mundo é frágil, tudo passa..."
Quando me dizem isto, toda a graça
Duma boca divina fala em mim!
E, olhos postos em ti, vivo de rastros:
"Ah! Podem voar mundos, morrer astros,
Que tu és como Deus: princípio e fim!..."
20. Biografia – por ele mesmo
“Se depois de eu morrer,
quiserem escrever a minha
biografia, não há nada mais
simples. Tem só duas datas -
a da minha nascença e a da
minha morte. Entre uma e
outra, todos os dias são
meus.”
21. Fernando Pessoa
Nasceu em Lisboa, em 13 de junho de
1888 e morreu na mesma cidade em
30 de novembro de 1935;
Foi poeta e escritor;
Atuou também no jornalismo, na
publicidade e no comércio;
22.
23. Fernando Pessoa
Viveu parte da sua adolescência na
África do Sul;
Na literatura, desdobrou-se me
diversos heterônimos;
Era considerado bruxo, por uns, e
louco, por outros.
24. Fernando Pessoa
Era conhecido como um poeta
dramático por ter a capacidade de
“transformar-se” em muitos outros
“eus” para, mesmo fingindo, dizer o
que sentia;
Para a maioria dos críticos, o
Modernismo português tem como
marco inicial a publicação, em 1915,
da revista Orpheu.
26. Frases de Fernando Pessoa
“Não tenho a pretensão de que todas
as pessoas que gosto, gostem de
mim, nem que eu faça a falta que elas
me fazem. O importante pra mim é
saber que eu, em algum momento, fui
insubstituível, e que esse momento
será inesquecível.”
27. “O Homem é do tamanho do seu sonho.”
“Pedras no caminho? Guardo todas, um dia
vou construir um castelo...”
“Conhece alguém as fronteiras da sua alma,
para que possa dizer - eu sou eu?”
“A vida prejudica a expressão da vida. Se eu
vivesse um grande amor nunca o poderia
contar.”
28. Heterônimos
“Criei em mim várias personalidades. Crio
personalidades constantemente. Cada
sonho meu é imediatamente, logo ao
aparecer sonhado, encarnado numa outra
pessoa, que passa a sonhá-lo, e eu não.
(...) Para criar, destruí-me; tanto me
exteriorizei dentro de mim, que dentro de
mim não existo senão exteriormente. Sou a
cena viva onde passam vários atores
representando várias peças.” Bernardo
Soares – Livro do desassossego.
29. Álvaro de Campos
Era engenheiro Naval, formado na
Escócia, e abandonou a vida
acadêmica porque não era possível
imaginar-se entre as quatro paredes de
um escritório;
Era um homem do futuro, o legítimo
homem do século XX, das fábricas, da
luz elétrica, que cultuava a velocidade
da vida, do tempo e das máquinas.
30. Ricardo Reis
Era médico, nascido no Porto em 19
de setembro de 1887, que se
apresentava como latinista e
monárquico;
A finitude humana passa a ser um
tema constante em suas obras.
31. Alberto Caeiro
Filósofo, de instrução primária, nasceu
em Lisboa, em 16 de abril de 1889, e
viveu no campo, em companhia de uma
tia até o fim da vida, quando morreu de
tuberculose em 1915;
É considerado o mestre dos outros
heterônimos;
É dele a frase: “Os meus pensamentos
são todos sensações”.
32. Poesia ortônima
A poesia ortônima de Fernando Pessoa
deve ser dividida em duas fases: poesia
saudosista-nacionalista e poesia lírica;
Sua poesia ortônima foi profundamente
influenciada por doutrinas filosóficas
(Teosofia) e sociedades secretas
(Maçonaria);
33. A poesia dessa fase é tomada por um
caráter místico, de tom épico beirando
o trágico;
A vida é analisada sob olhar
racionalista e múltiplo da filosofia
oriental;
34. “Para ser grande, sê inteiro:
Nada teu exagera ou exclui.
Sê todo em cada coisa.
Põe quanto és
No mínimo que fazes.
Assim em cada lago a lua toda brilha,
Porque alta vive.”