O documento discute o Fórum Social Mundial (FSM) como uma resistência à globalização neoliberal representada pelo Fórum Econômico Mundial (FEM). O FSM surgiu em 2001 em Porto Alegre como um espaço para debater alternativas à globalização capitalista e à razão instrumental. O documento também analisa as bases da resistência ao modelo econômico impulsionado pelo FEM, como a desigualdade e a pobreza causadas pela crise da década de 1990.
2. TEMA
▶ Apresentação do tema
▶ Desenvolvimento ao longo dos anos
▶ Literatura de referência
3. Introdução ao tema de trabalho
▶ A discussão sobre o FEM E O FSM é muito atual, uma vez que discutimos
sobre globalização e sua oposição na resistência que ganhou impulso a
partir da crise da década de 90
▶ Todos os anos acontece o FEM
▶ Quem quiser se aprofundar nessa pesquisa (Acompanhar os encontros,
buscar pelos encontros anteriores, entender o contexto histórico e
econômico da criação de ambos os Fórums e de cada encontro)
▶ Quais conhecimentos são relevantes: o tema aborda várias áreas como a
economia internacional, financeira, gepolíticae todas tem que ser
levadas em consideração durante a pesquisa sobre esse tema
4. Introdução
● Atualmente na nova ordem econômica, os líderes políticos e econômicos tentam se organizar
para impulsionar a economia através de propostas cada vez mais com cunho liberal
● O FEM visa debater sobre o futuro do sistema financeiro global, inovações e tecnologias,
mercado de trabalho, entre outros
● No contexto da luta pela emancipação, Walden Bello diz que 2000 foi o ano do protesto global
contra a mundialização capitalista e em 2001 sob o lema “Um outro mundo é possível” nasce o
Fórum social Mundial
● Esse trabalho analisa à luz do pensamento de Habermas e a teoria da razão comunicativa como
o Fórum Social Mundial se opõem ao FEM e ao surgimento do capitalismo liberal e a razão
instrumental em um mundo totalmente administrado e sem perspectiva de emancipação.
6. Fórum Econômico Mundial
● Um fórum é um espaço de debate, seja físico ou virtual que tem como objetivo fazer reuniões ou
assembléias onde são discutidos problemas específicos ou qualquer tipo de tema de interesse de
seus participantes.
● Todos os anos, no fim de janeiro, os principais líderes mundiais viajam para a cidade de Davos, nos
Alpes suíços, participar do Fórum Econômico Mundial. O FEM tem um objetivo ambicioso: moldar a
agenda futura da globalização. "Esse é o evento mais completo do mundo", defende o fundador
do Fórum, Klaus Schwab, reforçando a ideia de interdependência e multilateralismo
● O FEMl foi criado em 1971 pelo empresário alemão Klaus Schwab, e envolve os principais líderes
políticos, primeiros-ministros, ministros de economia dos países, presidentes de bancos centrais,
diretores e funcionários de alto escalão do Banco Mundial e do Fundo Monetário Internacional, os
CEOs das 1000 empresas-membro do Fórum e outros da sociedade para moldar agendas globais,
regionais e setoriais, baseado na teoria Stakeholder.
● Discussão de propostas neoliberais propostas neoliberais
7. Resistência ao FEM- Crise
● Até 1990, a política internacional era regida por uma dinâmica que punha em confronto os blocos
Oriental e Ocidental. Essa confrontação Leste-Oeste era centrada em duas principais ideologias, que
entendiam de diferentes formas a vida, a economia e o papel do indivíduo na sociedade
● A revolução tecnológica, em especial na informática e nas telecomunicações, continua causando
mudanças nas formas de trabalhar e de se relacionar.
● No início da década de 90, o fim do confronto político-ideológico entre capitalismo e socialismo criou
um cenário mundial com novas forças desestabilizadoras, substituindo a bipolarização pela
multipolarização
● O jogo de forças mudou, pendendo das questões político-ideológicas e militares da Guerra Fria para as
econômico-tecnológicas da Nova Ordem. Isso demonstra que, mais do que uma nova distribuição de
forças, a última década do século XX alterou a própria natureza do poder.
● Os dados dos relatórios feitos pelo BIRD, o Banco Mundial, apontaram os anos 90 como a Década da
Desigualdade e da Pobreza. Países que estavam conseguindo reduzir o índice de pobreza voltaram a ver
o número subir.
● crise da Ásia só piorou o quadro. Com exceção da China a pobreza aumentou nos países da Ásia por
causa da crise financeira que começou em 1997
8. Resistência ao FEM- Crise
● Banco Mundial acredita que a política de desenvolvimento realizada nos últimos 50 anos foi
conduzida de maneira errada. O relatório destaca que a economia globalizada requer reformas paralelas em
diversos setores da sociedade, como a justiça e o setor bancário e para a surpresa de todos, o relatório destaca que
caso estas reformas não atendam as necessidades humanas de forma plena não vai haver nenhum avanço.
● Jairo Coutinho/ Movimento Viva Rio: Nesse novo milênio o mundo caminha para o colapso social, os ricos
conseguem enriquecer cada vez mais rápido, os pobres levam o dobro de tempo para conseguirem, pelo
menos, aumentar sua renda
● Confirmando o relatório feito pelo Banco Mundial, a BBC News Brasil informou sobre um relatório da
Conferência das Nações Unidas para Comércio e Desenvolvimento – Unctad em 2002 que afirma que ”A
situação nos países mais pobres do mundo está piorando mais do que se imaginava”
9. ● A "globalização", que diminui as barreiras internacionais para o comércio e o investimento "está agravando a armadilha da
pobreza internacional", segundo o documento.
● o relatório ressalta a necessidade de uma parceria entre comércio e ajuda internacional. "Muitos dos países empobrecidos
estão presos nesta armadilha da pobreza e não vão conseguir sair dela apenas com seus próprios recursos", disse Sachs,
Economista de Harvard
● Com essa crise da década de 90 os protestos contra o Fórum Econômico Mundial se intensificaram.
● . Em 2003, os manifestantes chegaram a quebrar uma janela de uma lanchonete do Mcdonalds, o que fez com que os
organizadores reforçassem a segurança do encontro e estabelecessem um grande perímetro de proteção e isolamento. Os
altos gastos com a segurança também são alvos de profundas críticas
● De acordo com a Reuters, centenas de pessoas protestaram em Genebra e em Davos contra o Fórum Econômico Mundial,
dizendo que a elite que se juntou ali para a reunião anual não é qualificada para resolver os problemas do mundo.
Carregando faixas que diziam "Vocês são a crise", e jogando bolas de neve, centenas de manifestantes marcharam em direção às
cercas que envolvem o fortemente protegido resort de ski Hotel Seehof, em Davos, onde muitos dos líderes globais e empresários
ficam durante o fórum. "São as mesmas pessoas que vieram no ano passado e disseram que a situação econômica estava boa, e
agora estamos em meio a uma crise financeira. Agora é o contribuinte que tem de resolver todo o problema." "São pessoas como
eu e você que têm de pagar por isso com o dinheiro de nossos impostos."
10. ● Um dos mais conhecidos movimentos contra a desigualdade econômica e social, a ganância, a corrupção e a
indevida influência das empresas - sobretudo do setor financeiro - no governo dos Estados Unidos é o
movimento Occupy Wall Street
● . O movimento está lutando contra o poder corrosivo de grandes bancos e corporações multinacionais sobre o
processo democrático, e o papel de Wall Street na criação de um colapso econômico que causou a maior
recessão em gerações. O movimento é inspirado por levantes populares no Egito e na Tunísia, e visa lutar
contra os 1% mais ricos das pessoas que estão escrevendo as regras de uma economia global injusta que
está se livrando do nosso futuro (Occuppy Wall Street)
11. Fórum Social Mundial
● Como resultado da crise da década de 90, resistência ao Fórum Econômico Mundial e no contexto da
luta pela emancipação social, protestos, etc, surgiu o Fórum Social Mundial que estabelece uma nova
forma de fazer política, buscando as alternativas a globalização neoliberal, formando uma resistência
contra a racionalidade instrumental que rege as Relações Internacionais entre os Estados configurados
no Fórum Econômico Mundial e lutando por uma globalização alternativa e contra-hegemônica
● O Fórum Social Mundial (FSM) se reuniu pela primeira vez na cidade de Porto Alegre, estado do Rio
Grande do Sul, Brasil, entre 25 e 30 de janeiro de 2001 representou um verdadeiro "marco de esperança
e um novo espaço mundial para a reflexão e a organização de todos os que se contrapõem às
políticas neoliberais e estão construindo alternativas para priorizar o desenvolvimento humano e a
superação da dominação dos mercados em cada país e nas relações internacionais"
● A luta por um mundo sem excluídos, uma das bandeiras do I Fórum Social Mundial, tem suas raízes
fixadas na resistência histórica dos povos contra todo o gênero de opressão em todos os tempos,
contra as conseqüências da mundialização do capital, patrocinada por organismos multilaterais como
o Fundo Monetário Internacional, o Banco Mundial e a Organização Mundial do Comércio, entre
outros
12. Fórum Social Mundial
● Nessa perspectiva, nos anos 2000, Boaventura de Sousa Santos propunha uma “Epistemologia do Sul”, como um novo
paradigma a encarnar uma outra racionalidade ampla e abrangente, capaz de apreender a riqueza infinita e a
diversidade da experiência social em todo o mundo. O “Sul” em Boaventura de Sousa Santos não é um conceito
geográfico e, sim, uma categoria sócio-política relativa aos países, regiões, segmentos, grupos que sofrem processos de
exclusão, opressão e discriminação. O “Sul” é uma metáfora do sofrimento humano, produzido nas hibridações do
capitalismo e da colonialidade do poder
● Assim, em tempos pós-modernos de fragmentações, de fluidez, de particularismos, de individualismos e indiferença,
Boaventura de Sousa Santos propugna uma “ciência comprometida com a emancipação”. Logo, uma outra marca
distintiva desde pensamento é a sua natureza emancipatória, a consubstanciar uma perspectiva ampliada dos sentidos da
emancipação, abrindo fecundos caminhos na construção de uma “nova teoria crítica”, base de uma nova cultura política
● Boaventura Santos é absolutamente convicto que “outro mundo é possível” e já está em construção nas lutas
emancipatórias que se confrontam com as formas de dominação e exclusão, nos diferentes cantos do globo. Sustenta que
a potencialidade desta Reinvenção da Emancipação está no “Sul”
● Assim, efetivou uma cartografia dos processos de “Globalizaçao Alternativa a partir de baixo”, resgatando experiências
moleculares inéditas em ações de democracia participativa, gestão ecológica da biodiversidade, direitos coletivos,
pluralismo jurídico, assentamentos da reforma agrária, produção de conhecimentos novos e sistematização de saberes de
culturas situadas à margem da racionalidade ocidentalizante.
13. Bases da Resistência
● O absolutismo e o regime feudal no século XVII na Europa enfraqueceram e findaram com a
necessária mudança estrutural para o atendimento de seus interesses e novas propostas vieram à tona
e se expandiram da Europa para todo o mundo.
● Se na Idade Média a fé sustentava as premissas da sociedade, na Idade Moderna esse elemento
basilar é substituído pela razão. Os dogmas, as crenças, o misticismo são deixados de lado, uma vez
que somente passa a ser válido aquilo que possa ser comprovado cientificamente. As crenças
existentes na sociedade tornam-se questionáveis empiricamente, sendo refutadas se não puderam ser
racionalmente provadas como válidas.
● No fim do século XVII e início do século XVIII surge a valorização da razão como instrumento de
eficácia dos objetos de conhecimento (Iluminismo). Com a possibilidade do próprio homem escolher o
que deve ou não ser aceito como verdadeiro, através da comprovação científica. A razão governa o
mundo, isso significa que o poder de comando está no homem que a detém, e não em explicações
transcendentais como antigamente.
14. Base da Resistência
● Portanto, vislumbra-se a exaltação da razão na Idade Moderna. Contudo, essa racionalidade
emancipatória que fora prometida, não foi, de fato, vislumbrada pela sociedade em geral, tendo sido,
por vezes, utilizada como instrumento de dominação das classes oprimidas.
● Essa racionalidade emancipatória trazida pela modernidade foi objeto de críticas de muitos
pensadores da Escola de Frankfurt, movimento social surgido na Alemanha no início do século XX.
● Razão instrumental é um termo usado designar o estado em que os processos racionais são plenamente
operacionalizados. O primeiro intuito da racionalidade instrumental foi tomado pelo desejo de libertar o
ser humano do, esclarecendo-o. Mas, ela constitui de duas dimensões: uma é o de esclarecimento e a
outra de dominação.
● Na medida em que razão se torna instrumental, a ciência vai deixando de ser uma forma de acesso
aos conhecimentos verdadeiros para tornar-se um instrumento de dominação, poder e exploração,
sendo sustentada pela ideologia cientificista, que, através da escola e dos meios de comunicação de
massa
15. Perspectivas Para o Mundo
Uma das principais características do mundo contemporâneo é o que Nye definiu como o aumento dos
protagonistas no palco do sistema internacional. Dessa forma, torna-se necessário ter uma nova
compreensão das relações de poder, ou seja, da cratologia que envolvem os vários atores e os vários
níveis em que essas relações se estabelecem. Assim, o estudo das relações de poder agora tenha que se
adaptar às relações complexas e interdependentes compostas não mais só por Estados, mas pelo
mercado que vão compor o Fórum Econômico Mundial e pela Sociedade civil que aumenta a sua
resistência compondo e dando força ao Fórum Social Mundial. Cada vez que a pobreza e a desigualdade
aumentam, as pessoas “esquecidas” e “marginalizadas” se tornam mais resistêntes à globalização
neoliberal imposta.
Enquanto a sociedade civil aumenta seu movimento por resistência e oposição, países como Estados
Unidos e China continuam mandando na geopolítica e insistindo na perpetuação de um mundo
totalmente administrado e sem perspectiva de emancipação onde a racionalidade instrumental continua
a reger as relações de poder
16. Até o CONRI 2020
▶ Como os congressistas podem seguir em contato
▶ Mídias sociais, blog, site
▶ E-mail para contato
▶ Divulgação do projeto que desenvolve