Baile da Saudade / Loja Maçônica Segredo, Força e União de Juazeiro Ba
605 an 31 janeiro_2017.ok
1. AGRISSÊNIOR
NOTICIAS
Pasquim informativo e virtual.
Opiniões, humor e mensagens
EDITORES: Luiz Ferreira da Silva
(luizferreira1937@gmail.com) e
Jefferson Dias (jffercarlos@gmail.com)
Edição 605– ANO XIII Nº 23 – 31 de janeiro de 2017
AS ATRIBUIÇÕES DO ESTADO E O DEBACLE INSTITUCIONAL
(In O SOL POENTE DA VIDA/Luiz Ferreira da Silva; Scortecci Editora, 2017).
Discute-se muito sobre o tamanho do Estado.
Os de tendência comunista, hoje com muitos
“apelidos”, lutam por um Estado inchado,
mastodonte, sobretudo para ter o poder nas
mãos e se sustentar fornecendo vantagens
aos seus e enganando os contribuintes. Na
outra ponta, os da direita que advogam um
Estado mínimo.
Nem muito ao céu e nem muito à terra. O que
se deseja é um Estado operante que devolva
à sociedade o que ela participa na sua
manutenção, facultando atividades ao setor
privado na ótica de boas parcerias.
O importante também é que o governo tenha
condições de assumir riscos e, ademais,
foque no social sem perder a noção
economicista, mas sabendo administrar
compensatoriamente.
Explico para que o leitor possa entender esse
meu raciocínio, discordando ou não. Os
Correios são importantes tanto para o rico
como para o pobre, necessitando deles a
Cidade de São Paulo como a pequena Vila
Lagoa do Pau (Coruripe, Al). Na visão da
empresa privada, nenhuma agência seria
aberta neste povoado, pois não lhe daria
lucro, diferentemente da Nação que, no caso,
privilegiaria o social, compensando o prejuízo
com os lucros auferidos nas grandes Cidades.
O que está acontecendo, diferentemente do
que ocorria em anos atrás vividos, é a má
administração do bem público com a
politicagem e objetivos eleitoreiros.
Primeiramente, tornando as Instituições
públicas cabides de emprego para os
afilhados de políticos, levando-as à
bancarrota pela incapacidade gerencial e falta
de compromisso com o bem público. E, o pior,
o império da corrupção, haja vista a Operação
Lava Jato, iniciada em 2015.
Na outra ponta, o desestímulo ao servidor
público. A propósito, como fui por 30 anos um
deles e, à época, havia o sentimento do bem
servir, explicito a importância desta nobre
função.
Quando surge um problema na economia do
nosso país se busca um culpado e,
invariavelmente, o funcionário público. É certo
que existe um contingente de maus traba-
lhadores e um grupo privilegiado, sobretudo
nos Poderes Legislativo e Judiciário.
Esquece a Sociedade Brasileira da valorosa
labuta de quem a serve, diferentemente do
trabalhador da iniciativa privada que satisfaz a
um segmento. Àqueles tem o compromisso
com um patrão maior, o país. Ser funcionário
público é um sacerdócio, pois. Deve ser bem
selecionado, exigido e bem pago. E existem
segmentos neste diapasão.
Situemo-nos no hoje, em que o SPF (Serviço
Público Federal) foi sucateado pelo desastre
da administração atual, privilegiando o
compadrio ao invés da meritocracia. Isso, sim,
é crime com o povo que paga os seus
impostos. Esses apadrinhados não nos
merecem.
2. Neste contexto de deterioração das
organizações públicas, cito a CEPLAC –
COMISSÃO EXECUTIVA DO PLANO DA
LAVOURA CACAUEIRA – que, na minha
época era tida como modelo na área da
agricultura integrada.
Vivenciei toda história da CEPLAC, em
serviço, como aprendiz e ator, saído da
Faculdade e só a deixando pós-
aposentadoria.
Assim, cheguei de calças curta, aprendendo e
crescendo sob as suas asas, absorvendo os
ensinamentos e sendo obediente ao seu
Decálogo de ética profissional.
Hoje, em debacle, não mais existe esta
oportunidade de se formar, como a tive, com
bons mestres, condições de trabalho e
incentivo ao aperfeiçoamento, não só através
de estudos, como participação em eventos
técnicos no país e fora dele.
Tendo vivido esse apogeu da CEPLAC, onde
se respirava trabalho, num ambiente de
compadrio e até de corporativismo no bom
sentido, fica difícil acreditar no seu
desmantelamento, debitando-o a uma
insensatez desmedida dos governos pós-
revolução..
Por tal razão, não posso encerrar esse
capítulo, num momento em que a lavoura
cacaueira se encontra em forte crise, sem
denunciar a estupidez dos políticos e a
omissão dos governos para com tal
patrimônio agrícola nacional, considerando a
minha gratidão pelo que fui agraciado em
termo desenvolvimento profissional.
A TEORIA DAS JANELAS QUEBRADAS: UM INCENTIVO À MISÉRIA E À
VIOLÊNCIA
O que acontece quando um carro em
um bairro nobre aparece com um
vidro partido
Em 1969, o professor Phillip Zimbardo fez
uma experiência de psicologia social na
Universidade norte-americana de Stanford:
ele deixou dois carros idênticos, da mesma
marca, modelo e cor, abandonados na via
pública.
Um dos carros ficou no Bronx, que era uma
área pobre e conflituosa de Nova Iorque. O
outro foi deixado em Palo Alto, uma região
rica e segura da Califórnia. Uma equipe de
especialistas em psicologia social estudaria o
comportamento dos moradores de cada local.
O carro abandonado no Bronx começou em
poucas horas a ser depredado: levaram
rodas, motor, espelhos, tudo o que pudesse
ser aproveitado. E não só isto: destruíram
tudo o que não puderam levar embora.
Enquanto isso, o carro abandonado em Palo
Alto continuou intacto.
Mas a experiência não terminou. Depois de
uma semana sem que o carro de Palo Alto
sofresse danos, os pesquisadores quebraram
um dos seus vidros.
O que aconteceu então? Em pouco tempo, o
veículo abandonado em uma rua de uma rica
localidade californiana ficou no mesmo estado
do carro que tinha sido vandalizado no bairro
pobre nova-iorquino.
Por que a janela quebrada de um carro
abandonado numa área rica dispara um
processo delituoso tão semelhante ao que
seria comum numa região pobre?
O problema não parece estar na pobreza em
si, mas em algo relacionado com a psicologia
humana e social.
Um vidro quebrado passa a ideia de
deterioração, despreocupação, ausência da
lei, quebra dos códigos de convivência.
Cada nova pedrada no carro intensifica essa
percepção e o próprio fenômeno da
depredação irracional.
Após esta pesquisa e outras experiências
posteriores, James Q. Wilson e George
3. Kelling desenvolveram a "Teoria das Janelas
Quebradas", que observa que o delito é
proporcionalmente maior nas regiões em que
é maior o descuido, a desordem e o
abandono cotidiano. Quando os sinais de
deterioração são manifestos e permanentes e
parece que ninguém se importa com eles, o
delito tem um campo fértil para crescer.
A Teoria das Janelas Quebradas foi aplicada na
década de 1980 no metrô de Nova Iorque, um
dos pontos mais perigosos da cidade na época.
A prefeitura começou a combater as pequenas
transgressões: pichações, sujeira, usuários
alcoolizados, pequenos roubos, desordem,
tentativas de acessar os trens sem pagar.
Começando pelo pequeno, conseguiu-se o
grande resultado de tornar o metrô de Nova
Iorque um lugar bem mais seguro.
Pequenas transgressões como estacionar em
vagas reservadas, ultrapassar o limite de
velocidade e furar o sinal vermelho são
suficientes, quando não há punições, para
implantar uma atitude geral de
irresponsabilidade no trânsito.
Xingamentos, gritos e tapas aplicados como
coisa normal na "educação" dos filhos são
incentivos a formar adultos problemáticos: ou
carentes de autoestima e de segurança
pessoal, ou violentos a exemplo dos pais.
Praças, viadutos e terrenos baldios
abandonados à sujeira são ocupados pela
delinquência, criando bolsões de insegurança
espalhados pelas cidades.
Há medidas, é claro, que cabem ao poder
público. Mas nós, "o povo", estamos
fazendo a nossa parte?
http://pt.aleteia.org/2015/03/18/a-teoria-das-
janelas-quebradas-um-incentivo-a-miseria-e-
a-violencia/
PRESERVANDO AS ESPÉCIES
Crônica de João Ubaldo Ribeiro
Em Itaparica, não existe muita preocupação
com esse negócio de privacidade, visto que,
desde o tempo em que a luz era desligada
pela prefeitura às dez horas da noite, o sabido
saía com a moça, se esgueirando entre os
escurinhos do Jardim do Forte e, no dia
seguinte, na quitanda de Bambano, o fato já
tinha alcançado ampla repercussão, com
fartura de pormenores. O mesmo acontecia
em todas as outras áreas e diz o povo que,
quando meu tio-avô Zé Paulo, tido como mais
rico que dezoito marajás, soltava um pum,
sozinho numa sala de seu casarão, os puxa-
sacos já ficavam de plantão no Largo da
Quitanda e, no instante em que ele passava,
se manifestavam efusivamente.
– Bom dia, coronel, bufou cheiroso outra vez!
– Muito bem bufado, coronel, quem está
preso quer estar solto!
Quanto a câmeras de vigilância e segurança,
correntemente na moda, receio que a
situação é semelhante. Manolo quis botar
uma no Bar de Espanha, mas desistiu depois
que soube que todo mundo estava planejando
pedir para fazer um teste com a Globo. Além
disso, não há muita motivação para a
instalação de câmeras, porquanto o que
assaltar sempre foi meio escasso e Romero
Contador, que não erra nem conta de raiz
quadrada, já mostrou na ponta do lápis que,
se alguém roubar o nosso PIB, vai passar o
resto da vida altamente endividado, pois a
verdade, por mais duro que seja reconhecer,
é que nossa economia não interessa nem a
deputado estadual e mal sobra o que furtar
para os corruptos locais.
Não havia, portanto, razão aparente para o
movimento deflagrado por Zecamunista, como
sempre meio de surpresa. Nada indicava que
estivesse motivado para nova campanha
cívica, ainda mais envolvendo questões
exóticas, como a privacidade. Depois de mais
uma vitoriosa temporada de pôquer por todo o
Recôncavo, onde chegou a ganhar dois
barcos de pesca – que rebatizou de Marx e
Engels e doou à Cooperativa Comunista Deus
É Mais, há muitos anos fundada por ele, em
Valença – voltara à ilha na semana anterior,
na discreta companhia de “duas senhoras de
Nazaré das Farinhas, minhas
correligionárias”, como ele me disse ao
telefone, sem mais adiantar e muito menos
me convidar para conhecer as duas
correligionárias. Desde esse dia, fora visto
apenas uma vez, comprando uma garrafinha
de catuaba no Mercado e voltando
4. apressadamente para casa, no passo
ligeirinho de clandestino a que a vida de
militante bolchevique o acostumou. E já se
pensava que as correligionárias iam ocupá-lo
por mais tempo que o esperado, ouvindo-se
também a maledicência de que “Zeca não é
mais aquele”, mas eis que ele, como se nada
tivesse acontecido, compareceu ao Bar de
Espanha, na happy hour das nove da manhã,
e fez o anúncio inesperado.
– Estou fundando o Movimento de
Preservação e Defesa do Corno Nacional –
disse ele. – Essa viagem acabou de me
convencer de que o corno está em extinção.
Um dos parceiros com quem eu joguei, não
vou dizer onde, contou, quase satisfeito, que
foi largado pela mulher, que tinha confessado
ter um amante. Mas não era por isso que
largava o marido, era porque estava
sufocada, queria o espaço dela. O espaço
dela era na cama do outro, mas todo mundo
finge que acredita e fica tudo por isso mesmo.
É a globalização descaracterizando a
identidade nacional, não zelamos pelo nosso
patrimônio cultural, encaramos tudo com a
mais leviana das inconsequências e, se não
tomarmos providências agora, nossos
descendentes nem saberão o significado da
palavra “corno” e toda sua riqueza emocional,
artística e histórica!
Com efeito, meus caros senhores, em
primeiro lugar, o corno desaparece a olhos
vistos, ninguém mais liga. Isso não é possível,
não é sustentável, é um abismo. Já basta não
haver mais mistério quanto à paternidade, por
causa da novidade dos exames de DNA. A
vida perdeu a emoção, nunca mais aquelas
investigações de paternidade que não
chegavam a nenhuma conclusão, nunca mais
confissões arrepiantes no leito de morte. E a
espionagem eletrônica, celulares
rastreadores, gravadores secretos, câmeras
minúsculas, visão noturna, detectores disso e
daquilo, tudo bisbilhotado e bisbilhotável?
Nada mais é sagrado? O sujeito quer ser
corno em paz e não permitem, têm que
incomodá-lo com denúncias e provas que ele
nunca pediu, pensem nisso! Até um dos
últimos bastiões da liberdade está sendo
destruído! Onde ficará Lupicínio Rodrigues,
onde ficará Ataulfo Alves, onde ficará a dúvida
cruel, onde ficará a viagem de negócios, onde
ficará a tarde no dentista?
– Eles não sabem o que dizem, são uns
inocentes – disse Zeca, ao ver que suas
palavras haviam ocasionado um debate de
grandes proporções. – As ideias novas
sempre provocam reações negativas,
inclusive entre aqueles que vão se beneficiar
delas, é a maldição do pioneirismo.
Aqui para nós, seu real objetivo não era bem
a preservação de uma espécie. Pretendia
mesmo era montar mais um esquema para
beneficiar as classes populares da ilha, ou
seja, quase todo mundo. Esse papo de corno
não passava de marketing, destinado a
aproveitar e incrementar um clima já
existente. O próximo passo será bolar um
serviço para o nosso nicho de mercado. O
nosso nicho não é o corno comum, que esse
já perdeu o sentido e ainda não sabe, mas o
corno saudosista, o tradicionalista, o que tem
nostalgia dos velhos tempos dourados, o que
ainda acredita. Não duvidava que fosse
possível obter incentivos do Ministério da
Cultura. E já podia antecipar os anúncios
estampados nos jornais: “Corneie seu ente
querido à moda antiga, venha à nossa ilha”.
– Há outros esquemas, mas eu prefiro esse –
disse ele. – Nós vamos fornecer a mão de obra.
FRASES E PENSAMENTOS DE JIDDU KRISHNAMURTI
“Não é sinal de saúde estar bem adaptado a
uma sociedade doente”
“O importante é o ser e não o vir a ser; um
não é o oposto do outro, havendo o oposto ou
a oposição, cessa o ser. Ao findar o esforço
para vir-a-ser, surge a plenitude do ser, que
não é estático; não se trata de aceitação; o
vir-a-ser depende do tempo e do espaço. O
esforço deve cessar; disso nasce o ser que
transcende os limites da moral e da virtude
social, e abala os alicerces da sociedade.
Esta maneira de ser é a própria vida, não
mero padrão social. Lá, onde existe vida, não
existe perfeição; a perfeição é uma ideia, uma
palavra; o próprio ato de viver e existir
transcende toda forma de pensamento e
surge do aniquilamento da palavra, do
modelo, do padrão”
5. A POESIA DA SEMANA
A Flor do Maracujá
Catulo da Paixão Cearense
Encontrando-me com um sertanejo,
Perto de um pé de maracujá,
Eu lhe perguntei:
Diga-me caro sertanejo,
Porque razão nasce branca e roxa,
A flor do maracujá?
Ah, pois então eu lhi conto,
A estória que ouvi contá,
A razão pro que nasci branca i roxa,
A frô do maracujá.
Maracujá já foi branco,
Eu posso inté lhe ajurá,
Mais branco qui caridadi,
Mais brando do que o luá.
Quando a frô brotava nele,
Lá pros cunfim do sertão,
Maracujá parecia,
Um ninho de argodão.
Mais um dia, há muito tempo,
Num meis que inté num mi alembro,
Si foi maio, si foi junho,
Si foi janeiro ou dezembro.
Nosso sinhô Jesus Cristo,
Foi condenado a morrê,
Numa cruis crucificado,
Longe daqui como o quê,
Pregaro cristo a martelo,
E ao vê tamanha crueza,
A natureza inteirinha,
Pois-se a chorá di tristeza.
Chorava us campu,
As foia, as ribeira,
Sabiá tamém chorava,
Nos gaio da laranjera,
E havia junto da cruis,
Um pé de maracujá,
Carregadinho de frô,
Aos pé de nosso sinhô.
I o sangue de Jesus Cristo,
Sangui pisado de dô,
Nus pé du maracujá,
Tingia todas as frô,
Eis aqui seu moço,
A estória que eu vi contá,
A razão proque nasce branca i roxa,
A frô do maracujá
A PIADA DA SEMANA
Durante um grande comício em Salvador, certo
candidato a governador do Estado empolga-se e
começa a prometer mundos e fundos:
- Se eleito for, prometo construir outro HGE,
farei mais um aeroporto, construirei novas
estradas, instalarei uma dezena de novas
fábricas, barragens, aguadas, prometo mais
duas universidades federais, mais cem
escolas de ensino médio e duzentas de
ensino fundamental. E sabem o que isso
significa, meu povo? Trabalho! Sim, isso
mesmo! Trabalho e mais trabalho, empregos
e mais empregos para todos os baianos...
Num canto da praça um dos ouvintes que
assistia ao comício, desesperado, iniciou uma
macumba das fortes com toda sorte de produtos
infalíveis e dentro jogou inúmeros santinhos
daquele candidato contra a sua vitória!
- Mas o que é isso rapaz, não gosta do
candidato? - inquiriu alguém que passava perto.
- Gostar eu gosto, mas vai que esse desgraçado
ganha.... Melhor prevenir do que remediar!
oOo
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