O documento discute a aprendizagem sequencial proposta por Joseph Cornell, que visa facilitar a interação entre indivíduos e ecossistemas para promover aprendizagem e desenvolvimento de valores ambientais. Também menciona os conceitos de Felicidade Interna Bruta e Índice do Planeta Feliz, que medem o bem-estar sustentável de países levando em conta fatores como satisfação, esperança de vida e pegada ecológica. Por fim, fornece exemplos do posicionamento de países lusófonos nesses índices.
Aprendizagem sequencial para uma relação mais profunda com a natureza
1. 46 O Instalador Maio 2016 www.oinstalador.com
Para uma relação mais profunda com o Planeta
a caminhada da sensibilização
Texto_João Paulo Soares [Consultor]
"QuandoseaprendecomaNatureza,
aprende-se com o coração"
Joseph Cornell (1996)
É indiscutível a presença da Educação
Ambiental nas nossas vidas. Partilhar a
Natureza, contudo, ainda é o desafio maior
da nossa espécie. Joseph Cornell propôs
uma metodologia original que apelidou de
aprendizagem sequencial (traduzido do
inglês FlowLearning). O seu método visa
facilitar o aprofundamento e a interacção
que os indivíduos podem ter em con-
tacto com o ecossistema, possibilitando
aaprendizagem e o desenvolvimento de
sentimentos e valores, necessários para
uma transformação social. Cornell pensou
em estabelecer e proporcionar uma melhor
relação dos indivíduos com a Terra, pois ao
longo das suas experiências com o meio
ambiente percebeu que havia um fluxo a
ser trabalhado para que as actividades
fossem mais produtivas, e, assim, concluiu
que as pessoas reagiam favoravelmente a
uma determinada sequência, em função
desta se harmonizar com os aspectos da
natureza humana. O processo de Cornell
enfatiza que a aprendizagem sequen-
cial, além de proporcionar experiências
puramente positivas com a Natureza, ainda
possibilita aos praticantes penetrar de ma-
neira completa no espírito do mundo na-
tural e descobrir interiormente o profundo
sentimento de pertinência e compreensão
deste mundo. Aliás, o autor afirma ainda
que o desenvolvimento de sentimentos
de afectividade e de preocupação para
consigo, com os outros, bem como para
com o ambiente natural e para os outros
seres vivos que nos cercam, é a base para
a construção de um processo educativo,
pois caso contrário as pessoas nunca
serão tocadas de maneira profunda.
Uma formulação que merece referência
é o da Felicidade Interna Bruta (F.I.B.). En-
quanto os modelos tradicionais de desen-
volvimento têm como objectivo primordial
o crescimento económico, o conceito de
F.I.B. baseia-se no princípio de que o verda-
deiro desenvolvimento de uma sociedade
humana surge quando o desenvolvimento
espiritual e o desenvolvimento material são
simultâneos, assim se complementando e
reforçando mutuamente.
Outra perspectiva interessante é o Índice
do Planeta Feliz, mais conhecido por
HappyPlanetIndex (HPI). O HPI mede a
capacidade que cada país tem para pro-
porcionar um bem-estar sustentável aos
seus cidadãos. Foi introduzido pela New
Economics Foundation em Julho de 2006.
Este Índice não é uma forma de quantificar
quais os países mais felizes do mundo. É
antes uma forma de medir a eficiência com
que uma nação converte os seus recursos
naturais em vidas longas e felizes para os
seus cidadãos.Cada valor associado a um
país tem em conta o nível de satisfação
subjectivo, esperança média de vida e a
pegada ecológica per capita.
Dos países lusófonos, na lista de 2006, o
melhor colocado foi São Tomé e Príncipe,
na 22ª posição, e o pior colocado foi An-
gola, em 155º lugar. Já na lista de 2009 o
melhor colocado foi o Brasil, em 9º lugar, e
o pior colocado foi Moçambique, no 133º
lugar. Nesta lista Cabo Verde, Timor-Leste,
Guiné-Bissau e São Tomé e Príncipe não
foram avaliados.
Opinião | Falas da Terra
AMBIENTE E ENERGIAS RENOVÁVEIS