SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 2
Baixar para ler offline
C

onto

C

7º ANO

oletivo

PORTUGUÊS

SEMANA DA LEITURA
40 anos de abril: refazer a revolução
Biblioteca Escolar | 17 – 21 de fevereiro de 2014
«Havia na terra muitos pobres que apareciam aos sábados em bandos (…). Mas

MOTE
1

o Búzio aparecia sozinho, não se sabia em que dia da semana, era alto e direito,
lembrava o mar e os pinheiros, não tinha nenhuma ferida e não fazia pena. Ter
pena dele seria como ter pena de um plátano ou de um rio, ou do vento.»1

Sophia de Mello
Breyner Andersen,
«Homero», Contos
exemplares

A sua dignidade transparecia para os outros, mas não tinha muitos amigos, pois
de quem ele realmente gostava era do seu grande amigo, o mar. Como tinha
poucos amigos, sentava-se sozinho na praia, a falar com o mar, o seu único
confidente. Contava-lhe as suas desventuras e como as pessoas o tratavam mal,
dando-lhe um tostão e mandando-o embora. Embora, triste… O Búzio sempre
quisera ter alguém… alguém que lhe desse amor, carinho… tudo aquilo a que ele
nunca teve direito…
Um dia, o Búzio encontrou a sua amada Estrela que desaparecera há muitos
anos atrás. Logo que a viu, sentiu-se muito feliz. Começou a falar com ela,
contando-lhe histórias do tempo em que ainda não era mendigo. A seguir, a Estrela
também lhe falou sobre o que havia debaixo do mar.
Falaram muito, matando saudades, até cair a noite e adormecerem.
Ao amanhecer, o Búzio acordou e reparou que a sua amiga Estrela já não

7º 4ª

estava ao seu lado, mas que lhe tinha deixado uma mensagem a dizer que voltaria

[Orientação:

no dia seguinte.

Dr.ª Mariana

No dia seguinte, não regressou. Então, o Búzio foi à procura da sua amiga.

Dias]

Durante a sua procura, descobriu uma pista e seguiu-a. Essa pista levou-o a
uma terra completamente diferente. Era um local deserto, sem água e com
caminhos arenosos. Devido ao calor sufocante que se fazia sentir, Búzio viu ao
longe a Estrela, mas, sempre que se aproximava do sítio onde ela se encontrava, a
figura da amiga parecia ficar cada vez mais distante, como uma miragem.
Búzio andou, andou e andou sem rumo, nessa incessante busca até anoitecer.
Deparou-se, então, com umas ruínas de pedra e ficou curioso. Ao entrar, encontrou

7º 3ª

um lago onde estavam refletidas imensas estrelas. Em cada uma delas, Búzio

[Orientação:

procurou reconhecer a sua amiga, mas, apesar do brilho intenso, as estrelas do

Dr.ª Mariana

céu não partilhavam com ele memórias e sentimentos.

Dias]

De repente, começou a ouvir uns ruídos. Pareciam tique-taques de um relógio.
O seu volume ia aumentando e acelerando. Búzio olhou à sua volta à procura da
origem do barulho. As pedras pareciam deslocar-se. Definitivamente, as paredes

1
estavam a estreitar. Assustado, Búzio olhou à sua volta, tentando procurar uma
saída. Não encontrou nada. Em pânico, deu um passo atrás e reparou numa cobra
que passava por seus pés, afastando-se. Na areia do chão, ela desenhava
enigmas.
Búzio estava demasiado nervoso para perceber: as paredes não paravam. Num
impulso, decidiu seguir a cobra. Estranhamente, a cobra mergulhou no lago.
Com a entrada obstruída e com as paredes cada vez mais perto, não lhe

7º 1ª

restava outra solução se não mergulhar. Mas o fundo do lago era escuro. Búzio

[Orientação:

estava com medo. De repente, uma das pedras da parede que se deslocava veio

Dr. Nuno

na sua direção. Bateu-lhe na nuca e ele tombou desmaiado no lago.

Soares]

Do outro canto do lago, estava Estrela que teve um mau pressentimento e foi
logo a correr pedir ajuda às suas amigas estrelas do céu, para descobrirem lá de
cima onde este se encontrava. Disseram-lhe que Búzio estava do outro lado do
lago desmaiado.

7º 5ª

Estrela apressou-se a socorrê-lo. Quando chegou, bastou dar-lhe um beijo na

[Orientação:

testa para ele acordar refeito. Entretanto, sem quê nem porquê, veio uma cheia que

Dr.ª Anabela

os levou para o fundo do lago.

Ferreira]

Mas, felizmente, lá estava o peixe vermelho, atento, pronto a salvá-los. Cheio de
coragem, com as suas longas barbatanas, abraçou o par, trazendo-o suavemente à
superfície. À tona da água, Búzio e Estrela olharam-se meigamente nos olhos,
felizes por estarem vivos.
E o que é que pensam que aconteceu a este tão apaixonado par?
O destino ter-lhe-á guardado o maior tesouro que se pode imaginar.

7º 6ª
[Orientação:
Dr.ª Graciela
Nunes]

Mas deixemos o destino para mais tarde.
Búzio e Estrela repararam que a seus pés estava a cobra que tinha mergulhado
no lago. A cobra estava a crescer. A felicidade do casal passou a medo. Os dois
correram para o que lhes pareceu ser a entrada de uma gruta. Chegaram à gruta
cada vez mais ansiosos. Mas havia qualquer coisa de estranho: o chão era húmido
e do teto saíam umas estalactites que lembravam uns dentes afiados.
Hesitaram e olharam em redor. A cobra continuava a crescer. Apanhou-os,
envolveu-os e começou a estrangulá-los. Búzio procurou, desesperadamente, um
instrumento afiado. Conseguiu agarrar uma pedra e feriu a cobra. Esta rebentou
como um balão.
Entre os restos da cobra encontraram uma chave.
A Estrela pegou na chave e eles procuraram sair calmamente dali. Olharam em
frente e viram um brilho.
- Seria o sol? Ou era ouro?

7º 2ª
[Orientação:
Dr. Nuno
Soares]

SEMANA DA LEITURA | 40 anos de abril: refazer a revolução | Biblioteca Escolar | 17 – 21 de fevereiro de 2014

2

Mais conteúdo relacionado

Semelhante a A história de Búzio e Estrela

C. s. lewis as crônicas de nárnia - iv - príncipe caspian
C. s. lewis   as crônicas de nárnia - iv - príncipe caspianC. s. lewis   as crônicas de nárnia - iv - príncipe caspian
C. s. lewis as crônicas de nárnia - iv - príncipe caspianJonathan Oliveira
 
historias exemplarmente imperfeitas
historias exemplarmente imperfeitashistorias exemplarmente imperfeitas
historias exemplarmente imperfeitasfernando_hilario
 
Massacre em labeta cap 1
Massacre em labeta cap 1Massacre em labeta cap 1
Massacre em labeta cap 1Mario_Cesar
 
Massacre em labeta cap 1
Massacre em labeta cap 1Massacre em labeta cap 1
Massacre em labeta cap 1Mario_Cesar
 
Massacre em labeta cap.1
Massacre em labeta cap.1Massacre em labeta cap.1
Massacre em labeta cap.1Mario_Cesar
 
Capitães da areia - Jorge amado
Capitães da areia - Jorge amadoCapitães da areia - Jorge amado
Capitães da areia - Jorge amadoSabrina Dará
 
Mar me quer
Mar me querMar me quer
Mar me querLeitorX
 
Tijolo de seguranca carlos heitor cony
Tijolo de seguranca   carlos heitor conyTijolo de seguranca   carlos heitor cony
Tijolo de seguranca carlos heitor conyAriovaldo Cunha
 
Dom casmurro
Dom casmurroDom casmurro
Dom casmurroSeduc/AM
 
Contos português 5ªs A e B 2011
Contos português 5ªs A e B 2011Contos português 5ªs A e B 2011
Contos português 5ªs A e B 2011ConexaoAlvim
 
C.s.lewis As crônicas de nárnia - vol vii - a última batalha
C.s.lewis   As crônicas de nárnia - vol vii - a última batalhaC.s.lewis   As crônicas de nárnia - vol vii - a última batalha
C.s.lewis As crônicas de nárnia - vol vii - a última batalhaAlex Martins
 

Semelhante a A história de Búzio e Estrela (17)

Amiga lata amigo rio
Amiga lata amigo rioAmiga lata amigo rio
Amiga lata amigo rio
 
C. s. lewis as crônicas de nárnia - iv - príncipe caspian
C. s. lewis   as crônicas de nárnia - iv - príncipe caspianC. s. lewis   as crônicas de nárnia - iv - príncipe caspian
C. s. lewis as crônicas de nárnia - iv - príncipe caspian
 
historias exemplarmente imperfeitas
historias exemplarmente imperfeitashistorias exemplarmente imperfeitas
historias exemplarmente imperfeitas
 
Massacre em labeta cap 1
Massacre em labeta cap 1Massacre em labeta cap 1
Massacre em labeta cap 1
 
Massacre em labeta cap 1
Massacre em labeta cap 1Massacre em labeta cap 1
Massacre em labeta cap 1
 
Texto1
Texto1 Texto1
Texto1
 
Massacre em labeta cap.1
Massacre em labeta cap.1Massacre em labeta cap.1
Massacre em labeta cap.1
 
Lendas 9o. a
Lendas 9o. aLendas 9o. a
Lendas 9o. a
 
Capitães da areia - Jorge amado
Capitães da areia - Jorge amadoCapitães da areia - Jorge amado
Capitães da areia - Jorge amado
 
Simulado spaece 1º ano
Simulado spaece 1º anoSimulado spaece 1º ano
Simulado spaece 1º ano
 
Mar me quer
Mar me querMar me quer
Mar me quer
 
À Espera-II
À Espera-IIÀ Espera-II
À Espera-II
 
Tijolo de seguranca carlos heitor cony
Tijolo de seguranca   carlos heitor conyTijolo de seguranca   carlos heitor cony
Tijolo de seguranca carlos heitor cony
 
Dom casmurro
Dom casmurroDom casmurro
Dom casmurro
 
Contos português 5ªs A e B 2011
Contos português 5ªs A e B 2011Contos português 5ªs A e B 2011
Contos português 5ªs A e B 2011
 
04.11 pegadas de gaivota
04.11   pegadas de gaivota04.11   pegadas de gaivota
04.11 pegadas de gaivota
 
C.s.lewis As crônicas de nárnia - vol vii - a última batalha
C.s.lewis   As crônicas de nárnia - vol vii - a última batalhaC.s.lewis   As crônicas de nárnia - vol vii - a última batalha
C.s.lewis As crônicas de nárnia - vol vii - a última batalha
 

Mais de Biblioteca Gil Vicente (20)

Questionario livro 7 (1)
Questionario livro 7 (1)Questionario livro 7 (1)
Questionario livro 7 (1)
 
Manuel tiagolperguntas(final)
Manuel tiagolperguntas(final)Manuel tiagolperguntas(final)
Manuel tiagolperguntas(final)
 
Guiao perg
Guiao pergGuiao perg
Guiao perg
 
Guiao exposicaoperguntas
Guiao exposicaoperguntasGuiao exposicaoperguntas
Guiao exposicaoperguntas
 
Concurso palavrasbrochura
Concurso palavrasbrochuraConcurso palavrasbrochura
Concurso palavrasbrochura
 
Em sentido contrário - 8º 4ª - A ciência na poesia
Em sentido contrário - 8º 4ª - A ciência na poesiaEm sentido contrário - 8º 4ª - A ciência na poesia
Em sentido contrário - 8º 4ª - A ciência na poesia
 
Em sentido contrário - 8º 4ª - Lágrima
Em sentido contrário - 8º 4ª - LágrimaEm sentido contrário - 8º 4ª - Lágrima
Em sentido contrário - 8º 4ª - Lágrima
 
Em sentido contrário - 7º 6ª
Em sentido contrário - 7º 6ªEm sentido contrário - 7º 6ª
Em sentido contrário - 7º 6ª
 
Em sentido contrário - 7º 5ª
Em sentido contrário - 7º 5ªEm sentido contrário - 7º 5ª
Em sentido contrário - 7º 5ª
 
Em sentido contrário - 7º 4ª
Em sentido contrário - 7º 4ªEm sentido contrário - 7º 4ª
Em sentido contrário - 7º 4ª
 
Lágrima
LágrimaLágrima
Lágrima
 
Programa4
Programa4Programa4
Programa4
 
Programa3
Programa3Programa3
Programa3
 
Programa2
Programa2Programa2
Programa2
 
Programa1
Programa1Programa1
Programa1
 
Cartaz
CartazCartaz
Cartaz
 
Redol perguntasdefinitivo
Redol perguntasdefinitivoRedol perguntasdefinitivo
Redol perguntasdefinitivo
 
Questionario livro 6
Questionario livro 6Questionario livro 6
Questionario livro 6
 
Dia mundialpoesiacartaz
Dia mundialpoesiacartazDia mundialpoesiacartaz
Dia mundialpoesiacartaz
 
Questionario asterix 2014
Questionario asterix 2014Questionario asterix 2014
Questionario asterix 2014
 

Último

A horta do Senhor Lobo que protege a sua horta.
A horta do Senhor Lobo que protege a sua horta.A horta do Senhor Lobo que protege a sua horta.
A horta do Senhor Lobo que protege a sua horta.silves15
 
activIDADES CUENTO lobo esta CUENTO CUARTO GRADO
activIDADES CUENTO  lobo esta  CUENTO CUARTO GRADOactivIDADES CUENTO  lobo esta  CUENTO CUARTO GRADO
activIDADES CUENTO lobo esta CUENTO CUARTO GRADOcarolinacespedes23
 
GÊNERO TEXTUAL - TIRINHAS - Charges - Cartum
GÊNERO TEXTUAL - TIRINHAS - Charges - CartumGÊNERO TEXTUAL - TIRINHAS - Charges - Cartum
GÊNERO TEXTUAL - TIRINHAS - Charges - CartumAugusto Costa
 
A poesia - Definições e Característicass
A poesia - Definições e CaracterísticassA poesia - Definições e Característicass
A poesia - Definições e CaracterísticassAugusto Costa
 
Pedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptx
Pedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptxPedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptx
Pedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptxleandropereira983288
 
PLANOS E EIXOS DO CORPO HUMANO.educacao física pptx
PLANOS E EIXOS DO CORPO HUMANO.educacao física pptxPLANOS E EIXOS DO CORPO HUMANO.educacao física pptx
PLANOS E EIXOS DO CORPO HUMANO.educacao física pptxSamiraMiresVieiradeM
 
Considere a seguinte situação fictícia: Durante uma reunião de equipe em uma...
Considere a seguinte situação fictícia:  Durante uma reunião de equipe em uma...Considere a seguinte situação fictícia:  Durante uma reunião de equipe em uma...
Considere a seguinte situação fictícia: Durante uma reunião de equipe em uma...azulassessoria9
 
PROGRAMA DE AÇÃO 2024 - MARIANA DA SILVA MORAES.pdf
PROGRAMA DE AÇÃO 2024 - MARIANA DA SILVA MORAES.pdfPROGRAMA DE AÇÃO 2024 - MARIANA DA SILVA MORAES.pdf
PROGRAMA DE AÇÃO 2024 - MARIANA DA SILVA MORAES.pdfMarianaMoraesMathias
 
Aula de História Ensino Médio Mesopotâmia.pdf
Aula de História Ensino Médio Mesopotâmia.pdfAula de História Ensino Médio Mesopotâmia.pdf
Aula de História Ensino Médio Mesopotâmia.pdfFernandaMota99
 
Manual da CPSA_1_Agir com Autonomia para envio
Manual da CPSA_1_Agir com Autonomia para envioManual da CPSA_1_Agir com Autonomia para envio
Manual da CPSA_1_Agir com Autonomia para envioManuais Formação
 
Slides Lição 04, Central Gospel, O Tribunal De Cristo, 1Tr24.pptx
Slides Lição 04, Central Gospel, O Tribunal De Cristo, 1Tr24.pptxSlides Lição 04, Central Gospel, O Tribunal De Cristo, 1Tr24.pptx
Slides Lição 04, Central Gospel, O Tribunal De Cristo, 1Tr24.pptxLuizHenriquedeAlmeid6
 
Noções de Farmacologia - Flávia Soares.pdf
Noções de Farmacologia - Flávia Soares.pdfNoções de Farmacologia - Flávia Soares.pdf
Noções de Farmacologia - Flávia Soares.pdflucassilva721057
 
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...azulassessoria9
 
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...azulassessoria9
 
RedacoesComentadasModeloAnalisarFazer.pdf
RedacoesComentadasModeloAnalisarFazer.pdfRedacoesComentadasModeloAnalisarFazer.pdf
RedacoesComentadasModeloAnalisarFazer.pdfAlissonMiranda22
 
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...azulassessoria9
 
Rotas Transaarianas como o desrto prouz riqueza
Rotas Transaarianas como o desrto prouz riquezaRotas Transaarianas como o desrto prouz riqueza
Rotas Transaarianas como o desrto prouz riquezaronaldojacademico
 
Transformações isométricas.pptx Geometria
Transformações isométricas.pptx GeometriaTransformações isométricas.pptx Geometria
Transformações isométricas.pptx Geometriajucelio7
 
Música Meu Abrigo - Texto e atividade
Música   Meu   Abrigo  -   Texto e atividadeMúsica   Meu   Abrigo  -   Texto e atividade
Música Meu Abrigo - Texto e atividadeMary Alvarenga
 

Último (20)

A horta do Senhor Lobo que protege a sua horta.
A horta do Senhor Lobo que protege a sua horta.A horta do Senhor Lobo que protege a sua horta.
A horta do Senhor Lobo que protege a sua horta.
 
activIDADES CUENTO lobo esta CUENTO CUARTO GRADO
activIDADES CUENTO  lobo esta  CUENTO CUARTO GRADOactivIDADES CUENTO  lobo esta  CUENTO CUARTO GRADO
activIDADES CUENTO lobo esta CUENTO CUARTO GRADO
 
GÊNERO TEXTUAL - TIRINHAS - Charges - Cartum
GÊNERO TEXTUAL - TIRINHAS - Charges - CartumGÊNERO TEXTUAL - TIRINHAS - Charges - Cartum
GÊNERO TEXTUAL - TIRINHAS - Charges - Cartum
 
A poesia - Definições e Característicass
A poesia - Definições e CaracterísticassA poesia - Definições e Característicass
A poesia - Definições e Característicass
 
Pedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptx
Pedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptxPedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptx
Pedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptx
 
PLANOS E EIXOS DO CORPO HUMANO.educacao física pptx
PLANOS E EIXOS DO CORPO HUMANO.educacao física pptxPLANOS E EIXOS DO CORPO HUMANO.educacao física pptx
PLANOS E EIXOS DO CORPO HUMANO.educacao física pptx
 
Considere a seguinte situação fictícia: Durante uma reunião de equipe em uma...
Considere a seguinte situação fictícia:  Durante uma reunião de equipe em uma...Considere a seguinte situação fictícia:  Durante uma reunião de equipe em uma...
Considere a seguinte situação fictícia: Durante uma reunião de equipe em uma...
 
PROGRAMA DE AÇÃO 2024 - MARIANA DA SILVA MORAES.pdf
PROGRAMA DE AÇÃO 2024 - MARIANA DA SILVA MORAES.pdfPROGRAMA DE AÇÃO 2024 - MARIANA DA SILVA MORAES.pdf
PROGRAMA DE AÇÃO 2024 - MARIANA DA SILVA MORAES.pdf
 
Bullying, sai pra lá
Bullying,  sai pra láBullying,  sai pra lá
Bullying, sai pra lá
 
Aula de História Ensino Médio Mesopotâmia.pdf
Aula de História Ensino Médio Mesopotâmia.pdfAula de História Ensino Médio Mesopotâmia.pdf
Aula de História Ensino Médio Mesopotâmia.pdf
 
Manual da CPSA_1_Agir com Autonomia para envio
Manual da CPSA_1_Agir com Autonomia para envioManual da CPSA_1_Agir com Autonomia para envio
Manual da CPSA_1_Agir com Autonomia para envio
 
Slides Lição 04, Central Gospel, O Tribunal De Cristo, 1Tr24.pptx
Slides Lição 04, Central Gospel, O Tribunal De Cristo, 1Tr24.pptxSlides Lição 04, Central Gospel, O Tribunal De Cristo, 1Tr24.pptx
Slides Lição 04, Central Gospel, O Tribunal De Cristo, 1Tr24.pptx
 
Noções de Farmacologia - Flávia Soares.pdf
Noções de Farmacologia - Flávia Soares.pdfNoções de Farmacologia - Flávia Soares.pdf
Noções de Farmacologia - Flávia Soares.pdf
 
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
 
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
 
RedacoesComentadasModeloAnalisarFazer.pdf
RedacoesComentadasModeloAnalisarFazer.pdfRedacoesComentadasModeloAnalisarFazer.pdf
RedacoesComentadasModeloAnalisarFazer.pdf
 
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
 
Rotas Transaarianas como o desrto prouz riqueza
Rotas Transaarianas como o desrto prouz riquezaRotas Transaarianas como o desrto prouz riqueza
Rotas Transaarianas como o desrto prouz riqueza
 
Transformações isométricas.pptx Geometria
Transformações isométricas.pptx GeometriaTransformações isométricas.pptx Geometria
Transformações isométricas.pptx Geometria
 
Música Meu Abrigo - Texto e atividade
Música   Meu   Abrigo  -   Texto e atividadeMúsica   Meu   Abrigo  -   Texto e atividade
Música Meu Abrigo - Texto e atividade
 

A história de Búzio e Estrela

  • 1. C onto C 7º ANO oletivo PORTUGUÊS SEMANA DA LEITURA 40 anos de abril: refazer a revolução Biblioteca Escolar | 17 – 21 de fevereiro de 2014 «Havia na terra muitos pobres que apareciam aos sábados em bandos (…). Mas MOTE 1 o Búzio aparecia sozinho, não se sabia em que dia da semana, era alto e direito, lembrava o mar e os pinheiros, não tinha nenhuma ferida e não fazia pena. Ter pena dele seria como ter pena de um plátano ou de um rio, ou do vento.»1 Sophia de Mello Breyner Andersen, «Homero», Contos exemplares A sua dignidade transparecia para os outros, mas não tinha muitos amigos, pois de quem ele realmente gostava era do seu grande amigo, o mar. Como tinha poucos amigos, sentava-se sozinho na praia, a falar com o mar, o seu único confidente. Contava-lhe as suas desventuras e como as pessoas o tratavam mal, dando-lhe um tostão e mandando-o embora. Embora, triste… O Búzio sempre quisera ter alguém… alguém que lhe desse amor, carinho… tudo aquilo a que ele nunca teve direito… Um dia, o Búzio encontrou a sua amada Estrela que desaparecera há muitos anos atrás. Logo que a viu, sentiu-se muito feliz. Começou a falar com ela, contando-lhe histórias do tempo em que ainda não era mendigo. A seguir, a Estrela também lhe falou sobre o que havia debaixo do mar. Falaram muito, matando saudades, até cair a noite e adormecerem. Ao amanhecer, o Búzio acordou e reparou que a sua amiga Estrela já não 7º 4ª estava ao seu lado, mas que lhe tinha deixado uma mensagem a dizer que voltaria [Orientação: no dia seguinte. Dr.ª Mariana No dia seguinte, não regressou. Então, o Búzio foi à procura da sua amiga. Dias] Durante a sua procura, descobriu uma pista e seguiu-a. Essa pista levou-o a uma terra completamente diferente. Era um local deserto, sem água e com caminhos arenosos. Devido ao calor sufocante que se fazia sentir, Búzio viu ao longe a Estrela, mas, sempre que se aproximava do sítio onde ela se encontrava, a figura da amiga parecia ficar cada vez mais distante, como uma miragem. Búzio andou, andou e andou sem rumo, nessa incessante busca até anoitecer. Deparou-se, então, com umas ruínas de pedra e ficou curioso. Ao entrar, encontrou 7º 3ª um lago onde estavam refletidas imensas estrelas. Em cada uma delas, Búzio [Orientação: procurou reconhecer a sua amiga, mas, apesar do brilho intenso, as estrelas do Dr.ª Mariana céu não partilhavam com ele memórias e sentimentos. Dias] De repente, começou a ouvir uns ruídos. Pareciam tique-taques de um relógio. O seu volume ia aumentando e acelerando. Búzio olhou à sua volta à procura da origem do barulho. As pedras pareciam deslocar-se. Definitivamente, as paredes 1
  • 2. estavam a estreitar. Assustado, Búzio olhou à sua volta, tentando procurar uma saída. Não encontrou nada. Em pânico, deu um passo atrás e reparou numa cobra que passava por seus pés, afastando-se. Na areia do chão, ela desenhava enigmas. Búzio estava demasiado nervoso para perceber: as paredes não paravam. Num impulso, decidiu seguir a cobra. Estranhamente, a cobra mergulhou no lago. Com a entrada obstruída e com as paredes cada vez mais perto, não lhe 7º 1ª restava outra solução se não mergulhar. Mas o fundo do lago era escuro. Búzio [Orientação: estava com medo. De repente, uma das pedras da parede que se deslocava veio Dr. Nuno na sua direção. Bateu-lhe na nuca e ele tombou desmaiado no lago. Soares] Do outro canto do lago, estava Estrela que teve um mau pressentimento e foi logo a correr pedir ajuda às suas amigas estrelas do céu, para descobrirem lá de cima onde este se encontrava. Disseram-lhe que Búzio estava do outro lado do lago desmaiado. 7º 5ª Estrela apressou-se a socorrê-lo. Quando chegou, bastou dar-lhe um beijo na [Orientação: testa para ele acordar refeito. Entretanto, sem quê nem porquê, veio uma cheia que Dr.ª Anabela os levou para o fundo do lago. Ferreira] Mas, felizmente, lá estava o peixe vermelho, atento, pronto a salvá-los. Cheio de coragem, com as suas longas barbatanas, abraçou o par, trazendo-o suavemente à superfície. À tona da água, Búzio e Estrela olharam-se meigamente nos olhos, felizes por estarem vivos. E o que é que pensam que aconteceu a este tão apaixonado par? O destino ter-lhe-á guardado o maior tesouro que se pode imaginar. 7º 6ª [Orientação: Dr.ª Graciela Nunes] Mas deixemos o destino para mais tarde. Búzio e Estrela repararam que a seus pés estava a cobra que tinha mergulhado no lago. A cobra estava a crescer. A felicidade do casal passou a medo. Os dois correram para o que lhes pareceu ser a entrada de uma gruta. Chegaram à gruta cada vez mais ansiosos. Mas havia qualquer coisa de estranho: o chão era húmido e do teto saíam umas estalactites que lembravam uns dentes afiados. Hesitaram e olharam em redor. A cobra continuava a crescer. Apanhou-os, envolveu-os e começou a estrangulá-los. Búzio procurou, desesperadamente, um instrumento afiado. Conseguiu agarrar uma pedra e feriu a cobra. Esta rebentou como um balão. Entre os restos da cobra encontraram uma chave. A Estrela pegou na chave e eles procuraram sair calmamente dali. Olharam em frente e viram um brilho. - Seria o sol? Ou era ouro? 7º 2ª [Orientação: Dr. Nuno Soares] SEMANA DA LEITURA | 40 anos de abril: refazer a revolução | Biblioteca Escolar | 17 – 21 de fevereiro de 2014 2