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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
Orientações para a Leccionação
do Programa de Filosofia
10.o
e 11.o
anos
VERSÃO PARA PUBLICAÇÃO
Setembro de 2005
Orientações para a Leccionação do Programa de Filosofia — 10.o e 11.o anos Página 1
Versão para publicação — Setembro de 2005
Preâmbulo
Objectivos
Este documento apresenta orientações para a leccionação da disciplina de Filosofia
dos 10.o e 11.o anos, em conformidade com o programa em vigor, homologado em 22
de Fevereiro de 2001. A sua publicação visa induzir uma maior harmonização das
práticas lectivas e estabelecer um denominador comum de conteúdos, conceitos,
autores e textos de referência, mediante os quais se pretende consolidar a função do
programa como referencial comum, a nível nacional.
Articulação entre o programa e as orientações
As indicações dadas nestas orientações são vinculativas mas não substituem as que
são dadas no programa da disciplina, cujo cumprimento integral se mantém igual-
mente vinculativo. Limitando-se a introduzir especificações ao programa, com o qual
formam uma unidade, estas orientações não devem ser entendidas como um «pro-
grama mínimo». Assim, os conteúdos e conceitos especificados nestas orientações não
abrangem a totalidade dos conteúdos e conceitos que podem ser objecto de avaliação
sumativa externa.
Conteúdos e conceitos
Em função dos percursos escolhidos, é vinculativa a abordagem dos conceitos gerais e
específicos enunciados no programa. De entre eles, seleccionaram-se alguns dos mais
relevantes para os conteúdos especificados nestas orientações. Os conteúdos acerca
dos quais estas orientações não dão quaisquer indicações continuarão a ser aborda-
dos em harmonia com as indicações já contidas no programa. Os conceitos metodo-
lógicos são vinculativos.
Competências
De entre a totalidade das competências a desenvolver pelos estudantes (fixadas nos
objectivos gerais) e de entre a totalidade dos critérios de avaliação importa distinguir
e sublinhar aqueles que devem merecer cuidados didácticos específicos.
De entre as competências a desenvolver de forma progressiva e a consolidar de forma
metódica e eficaz sublinham-se as competências fixadas no ponto 3 da alínea C dos
objectivos gerais (pág. 10).
Consequentemente, de entre os critérios de avaliação fixados no programa (pág. 25)
adquirem importância maior os critérios 5 e 6.
Orientações para a Leccionação do Programa de Filosofia — 10.o e 11.o anos Página 2
Versão para publicação — Setembro de 2005
Autores e obras de referência
O programa determina que se recorra, «na abordagem dos temas, a autores específi-
cos da História da Filosofia que com eles mantenham relações privilegiadas» (Pro-
grama, p. 19). Para efeitos de harmonização nacional, estas orientações estabelecem,
sempre que possível, um conjunto de filósofos e de obras de referência relativamente
aos conteúdos e conceitos aqui contemplados. Compete aos professores escolher
outros filósofos e obras, em harmonia com o programa, tanto para os conteúdos e
conceitos não contemplados nestas orientações, como para complementar os que são
aqui indicados. Os excertos das obras de referência indicados não são objecto de
estudo ou leitura integral, subordinando-se o seu uso à discussão dos conteúdos e
conceitos em causa em cada tema/conteúdo programático.
Tempos lectivos
Nestas orientações não se altera o número de aulas atribuído pelo programa da disci-
plina a cada tema/conteúdo programático. Na planificação das aulas e da avaliação, é
necessário atender ao número de aulas atribuído pelo programa, pois esse número
determina o grau de profundidade e pormenor na leccionação e avaliação das matérias.
Metodologias e recursos
As metodologias, actividades e recursos didácticos enunciados no programa mantêm-
-se inalterados. As interpretações, materiais didácticos e práticas lectivas correntes
dos professores condicionam muitas das orientações aqui apresentadas, pois não
seria justo que as interpretações do programa, configuradas nos materiais e na práti-
ca dos professores, apesar de não serem normativas face ao programa, fossem igno-
radas. Contudo, não é menos verdade que haverá interpretações, materiais e práticas
que terão de ser ajustados. Visando unicamente estabelecer referenciais nacionais
comuns, a preocupação principal é assegurar a imparcialidade, não privilegiando esta
ou aquela interpretação particular, seja ela hermenêutica, existencialista, analítica,
fenomenológica, desconstrucionista ou outra. As indicações bibliográficas contidas
neste documento não substituem, antes complementam, aquelas que são dadas no
programa (pp. 36–45). As edições referidas não são vinculativas.
Orientações para a Leccionação do Programa de Filosofia — 10.o e 11.o anos Página 3
Versão para publicação — Setembro de 2005
I — MÓDULO INICIAL
INICIAÇÃO À ACTIVIDADE FILOSÓFICA
1. Abordagem introdutória à Filosofia e ao filosofar (8 aulas de 90 minutos)
1.1. O que é a Filosofia? Uma resposta inicial
1.2. Quais são as questões da Filosofia? Alguns exemplos
1.3. A dimensão discursiva do trabalho filosófico
Fornecem-se orientações unicamente para o ponto 1.3. Os restantes pontos serão leccio-
nados de acordo com as orientações já presentes no programa.
Depois de «uma informação simples e simplificada do conceito de Filosofia e das suas
questões próprias, no sentido de satisfazer a curiosidade inevitável por uma discipli-
na nova e de criar um campo de referência mínimo» (Programa, p. 27), o objectivo é
«iniciar ao desenvolvimento de competências discursivas que viabilizem o trabalho
na disciplina, fornecendo aos alunos e alunas condições para poderem, por um lado,
começar a percepcionar situações e a ler textos com uma atitude de raiz filosófica, por
outro, iniciar-se à prática sistemática de exposição de ideias próprias e debate de
ideias» (p. 20). Com vista à harmonização nacional do ponto 1.3., dar-se-á especial
ênfase aos seguintes conceitos específicos nucleares:
• Problema
• Conceito
• Tese
• Argumento
Ilustra-se a importância de formular rigorosamente as perguntas que exprimem pro-
blemas filosóficos. Contrasta-se argumento com afirmação, distinguindo-se e relacio-
nando-se, a um nível intuitivo, a validade e a verdade.
II — A ACÇÃO HUMANA E OS VALORES
1. A acção humana – análise e compreensão do agir (6 aulas de 90 minutos)
1.1. A rede conceptual da acção
1.2. Determinismo e liberdade na acção humana
Fornecem-se orientações para os pontos 1.1. e 1.2. do programa. Contudo, não se esgotam
todos os temas dos dois pontos. Os temas não contemplados serão leccionados de acordo
com as orientações já presentes no programa.
Entre os conceitos gerais e os conceitos específicos referidos no programa, só os
seguintes são objecto de harmonização nacional:
Orientações para a Leccionação do Programa de Filosofia — 10.o e 11.o anos Página 4
Versão para publicação — Setembro de 2005
• Acção
• Agente
• Intenção
• Motivo
• Determinismo
• Liberdade
• Causalidade/Finalidade
Discute-se a especificidade e complexidade humana do agir (Programa, p. 28) a par-
tir da perspectiva de análise considerada mais adequada.
Discute-se, em seguida, «o problema mais abrangente do determinismo e liberdade
na acção» (p. 28): «É o livre-arbítrio compatível com o determinismo?». Começa-se
por excluir a liberdade em sentido político do âmbito das noções de liberdade e livre-
-arbítrio em causa. Esclarece-se a noção central de causalidade a partir da problema-
tização do papel causal das condicionantes físico-biológicas e histórico-culturais da
acção. O filósofo de referência é John Searle.
Obra de referência
Searle, John. (1986) Mente, Cérebro e Ciência. Lisboa: Edições 70, Cap. 6.
2. Os valores – análise e compreensão da experiência valorativa (6 aulas de
90 minutos)
2.1. Valores e valoração – a questão dos critérios valorativos
2.2. Valores e cultura – a diversidade e o diálogo de culturas
Fornecem-se orientações para os pontos 2.1. e 2.2. do programa. Contudo, as orientações
não esgotam todos os temas dos dois pontos. Os restantes temas serão leccionados de
acordo com as orientações já presentes no programa.
Entre os conceitos gerais e os conceitos específicos referidos no programa, só os
seguintes são objecto de harmonização nacional:
• Valor
• Critério valorativo
• Absoluto/Relativo
• Cultura
Começa-se por sublinhar a variedade de domínios que envolvem valores (ética, estética,
religião). Discute-se o carácter valorativo da nossa relação com o mundo. Estabelece-se a
distinção entre juízo de facto e juízo de valor, em articulação com a noção de critério
Orientações para a Leccionação do Programa de Filosofia — 10.o e 11.o anos Página 5
Versão para publicação — Setembro de 2005
valorativo. Em seguida, problematiza-se a relação entre diversidade cultural, relativismo
e tolerância, no horizonte de uma discussão filosófica sobre a possibilidade de encontrar
critérios trans-subjectivos de valoração e de promover o diálogo intercultural.
3. Dimensões da acção humana e dos valores
3.1. A dimensão ético-política – Análise e compreensão da experiência
convivencial (14 aulas de 90 minutos)
3.1.1. Intenção ética e norma moral
3.1.2. A dimensão pessoal e social da ética — o si mesmo, o outro e as instituições
3.1.3. A necessidade de fundamentação da moral — análise comparativa de duas
perspectivas filosóficas
3.1.4. Ética, direito e política
— Liberdade e justiça social
— Igualdade e diferenças
— Justiça e equidade
Fornecem-se orientações unicamente para os pontos 3.1.2., 3.1.3. e 3.1.4. Contudo, as orien-
tações não esgotam todos os temas destes pontos. Os temas não contemplados, bem como o
ponto 3.1.1., serão leccionados de acordo com as orientações já presentes no programa.
Entre os conceitos específicos referidos no programa só os seguintes são objecto de
harmonização nacional:
• Ética
• Moral
• Responsabilidade
• Estado
• Justiça social
• Liberdade
• Sociedade civil
• Equidade
No ponto 3.1.2., a questão de «o si mesmo, o outro e as instituições» aborda-se à luz
do seguinte problema: «Por que razão havemos de ser morais?». Discutem-se as difi-
culdades que a resposta à questão coloca. Mostra-se que colocar a pergunta é pedir
razões para ir além do interesse pessoal e para agir com base em juízos universalizá-
veis. Sublinha-se ainda que a ética não diz respeito apenas à esfera privada, mas pro-
longa-se na esfera social e política, exigindo instituições justas.
No ponto 3.1.3. discute-se o problema da fundamentação da moral analisando e con-
frontando duas perspectivas sobre «os critérios de apreciação da moralidade dos
actos humanos» (Programa, pág. 29): a ética utilitarista e a ética deontológica. A éti-
Orientações para a Leccionação do Programa de Filosofia — 10.o e 11.o anos Página 6
Versão para publicação — Setembro de 2005
ca utilitarista de referência é a de John Stuart Mill. A ética deontológica de referência
é a de Immanuel Kant.
O ponto 3.1.4. desenvolve-se a partir de dois problemas nucleares. O primeiro pro-
blema é o seguinte: «O que legitima a autoridade do estado?». Esta questão dará
oportunidade para uma comparação entre uma perspectiva antiga e uma perspectiva
moderna sobre a relação entre o homem e o estado. O filósofo de referência para a
perspectiva antiga é Aristóteles. O filósofo de referência para a perspectiva moderna é
John Locke.
O segundo problema é o seguinte: «Como é possível uma sociedade justa?» Este pro-
blema é abordado a partir da perspectiva de Rawls acerca dos dois princípios da justi-
ça. Apresenta-se e discute-se a tentativa de Rawls de, partindo de uma perspectiva
contratualista em relação à sociedade (os sujeitos na posição original), fundar os
princípios que são condição para a determinação da sociedade como justa.
Obras de referência
Aristóteles. Política. Lisboa: Vega, 1998, 1252a–1253a 29.
Kant, Immanuel. (1785) Fundamentação da Metafísica dos Costumes. Lisboa: Edi-
ções 70, 2000, Secções I e II.
Locke, John. (1690) Ensaio sobre a Verdadeira Origem, Extensão e Fim do Governo
Civil. Lisboa: Edições 70, 1999, Capítulos II, III, V, VII, VIII e IX.
Mill, John Stuart. (1861) Utilitarismo. Porto: Porto Editora, 2005, Capítulo II.
Rawls, John. (1971) Uma Teoria da Justiça. Lisboa: Presença, 2001, Parte I.
3.2. A dimensão estética – Análise e compreensão da experiência estética
(8 aulas de 90 minutos)
3.2.1. A experiência e o juízo estéticos
3.2.2. A criação artística e a obra de arte
3.2.3. A Arte — produção e consumo, comunicação e conhecimento
Fornecem-se orientações unicamente para os pontos 3.2.1. e 3.2.2. Contudo, as orientações
não esgotam todos os temas destes pontos. Os temas não contemplados, bem como o ponto
3.2.3., serão leccionados de acordo com as orientações já presentes no programa.
Entre os conceitos específicos referidos no programa, os seguintes são objecto de
harmonização nacional para leccionar os pontos 3.2.1. e 3.2.2.:
• Estética
• Experiência estética
• Juízo estético
• Belo
Orientações para a Leccionação do Programa de Filosofia — 10.o e 11.o anos Página 7
Versão para publicação — Setembro de 2005
• Gosto
• Arte
Os conteúdos a leccionar nos pontos referidos são os seguintes:
• A noção de experiência estética e sua especificidade
• A natureza do juízo estético
• A noção de arte
A questão, referida no programa, da «especificidade da experiência estética» (Progra-
ma, p. 30), consiste no problema de saber como distinguir a experiência estética (acer-
ca da natureza ou acerca de obras de arte) de outros tipos de experiência. Apresenta-se
e discute-se a resposta de Kant, segundo a qual a experiência estética se distingue de
outros tipos de experiência por ser desinteressada, esclarecendo-se a noção de desinte-
resse em causa.
Depois de se esclarecer a noção de juízo estético (recorrendo a exemplos de juízos
estéticos), formula-se o problema da justificação do juízo acerca do belo, um tipo par-
ticular de juízo estético, confrontando-se e discutindo-se duas respostas:
• O subjectivismo estético
• O objectivismo estético
Cabe aos professores seleccionar os filósofos que representam cada uma destas teorias.
O conceito de arte é discutido confrontando diferentes «parâmetros ou critérios do
conceito de arte ao longo da história» (Programa, p. 30). Apresentam-se e discutem-
-se as seguintes teorias da definição da arte:
• A teoria da arte como imitação
• A teoria da arte como expressão
• A teoria da arte como forma
Cabe aos professores seleccionar os filósofos que representam cada uma destas teorias.
Obra de referência
Kant, Immanuel. (1790) Crítica da Faculdade do Juízo. Lisboa: Imprensa Nacional,
1998, §1–5.
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Versão para publicação — Setembro de 2005
3.3. A dimensão religiosa — análise e compreensão da experiência
religiosa (8 aulas de 90 minutos)
3.3.1. A religião e o sentido da existência — a experiência da finitude e a abertura
à transcendência
3.3.2. As dimensões pessoal e social das religiões
3.3.3. Religião, razão e fé — tarefas e desafios da tolerância
Fornecem-se orientações unicamente para parte dos pontos 3.3.1. e 3.3.3. Contudo, as orien-
tações não esgotam todos os temas destes pontos. Os temas não contemplados, bem como o
ponto 3.3.2., serão leccionados de acordo com as orientações já presentes no programa.
Entre os conceitos específicos referidos no programa, os seguintes são objecto de
harmonização nacional para leccionar os pontos 3.3.1. e 3.3.3.:
• Sentido da existência
• Religião
• Deus
• Fé
• Razão
Esclarece-se igualmente as noções de ateísmo, agnosticismo e teísmo.
A análise do vínculo entre «a religião e o sentido da existência» (Programa, p. 30)
inicia-se a partir da problematização da noção de sentido. Apresentam-se e discutem-
-se duas posições acerca da religião como resposta ao problema do sentido último da
existência: a religião como resposta efectiva e como resposta ilusória à questão do
sentido da existência.
Cabe aos professores seleccionar os filósofos que representam cada uma destas pers-
pectivas.
A «relação entre a razão e fé» (Programa, pág. 20) é abordada segundo duas vias.
Através do estudo de pelo menos uma das provas clássicas da existência de Deus e
respectivas críticas: o argumento cosmológico, o argumento ontológico ou o argu-
mento teleológico (também conhecido como argumento do desígnio); e através da
análise e discussão da posição de Kant acerca do problema da existência de Deus.
Obras de referência
Kant, Immanuel (1788) Crítica da Razão Prática. Lisboa: Edições 70, 1989, Capítulo
III, A220–A255.
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Versão para publicação — Setembro de 2005
4. Temas/problemas do mundo contemporâneo (8 aulas de 90 minutos)
Opção por um tema/problema
• Os direitos humanos e a globalização
• Os direitos das mulheres como direitos humanos
• A responsabilidade ecológica
• A manipulação e os meios de comunicação de massas
• O racismo e a xenofobia
• O voluntariado e as novas dinâmicas da sociedade civil
• A obra de arte na era das indústrias culturais
• A dessacralização do mundo e a perda do sentido
• A paz mundial e o diálogo inter-religioso
• Outros
Não se estabelece aqui uma harmonização nacional. Os professores seleccionarão o
tema/problema a abordar de acordo com as orientações já presentes no programa.
III — RACIONALIDADE ARGUMENTATIVA E FILOSOFIA
1. Argumentação e lógica formal (6 aulas de 90 minutos)
1.1. Distinção validade/verdade
1.2. Formas de inferência válida
1.3. Principais falácias
Fornecem-se orientações para a totalidade dos três pontos deste tema.
Os seguintes conceitos são comuns à lógica aristotélica e à lógica proposicional:
• Argumento e proposição
• Forma e conteúdo
• Validade e verdade
• Dedução e indução
Distingue-se argumento de proposição e premissa de conclusão. O conceito fundamental
é o de forma lógica, dado o papel que desempenha na compreensão da validade. Apre-
senta-se a distinção entre a forma lógica de um argumento e o seu conteúdo ou assunto,
assim como a distinção e relação entre validade e verdade. Finalmente, distingue-se pre-
liminarmente os argumentos dedutivos dos indutivos. Estes conceitos e conteúdos são
leccionados antes de se optar pela lógica silogística ou pela lógica proposicional.
Caso se opte pela lógica silogística, os conteúdos são os seguintes:
Orientações para a Leccionação do Programa de Filosofia — 10.o e 11.o anos Página 10
Versão para publicação — Setembro de 2005
• As quatro formas lógicas: A, E, I e O
• Forma canónica
• Termo sujeito e termo predicado
• Definição de silogismo
• Termo menor, maior e médio
• Distribuição de termos
• Regras do silogismo válido
• Falácias silogísticas: quatro termos, termo médio não distribuído, ilícita maior, ilícita
menor
Visa-se desenvolver a competência para construir e avaliar silogismos de modo a pro-
porcionar uma compreensão sólida da noção de argumentação formalmente válida e da
sua importância. Qualquer das quatro formas lógicas podem ser expressas de inúmeras
maneiras («Há homens mortais», por exemplo) e o estudante deve aprender a trans-
formá-las na forma canónica («Alguns homens são mortais»). O estudante deve com-
preender claramente a definição formal de silogismo. Os exercícios mais complexos
consistem em reconstituir argumentos a partir de pequenos textos, apresentando-os
em forma silogística, para determinar então a sua validade ou invalidade.
Caso se opte pela lógica proposicional clássica, os conteúdos são os seguintes:
• Conectivas: negação, disjunção inclusiva, conjunção, condicional e bicondicional
• Tabela de verdade
• Formalização de proposições simples e complexas
• Âmbito das conectivas
• Argumento proposicional clássico
• Inspector de circunstâncias
• Formas de inferência válida: modus ponens, modus tollens, contraposição, silogismo
disjuntivo, silogismo hipotético e Leis de De Morgan
• Falácias proposicionais: afirmação da consequente e negação da antecedente
Visa-se desenvolver a competência para construir e avaliar argumentos proposicio-
nais de modo a proporcionar uma compreensão sólida da noção de argumentação
formalmente válida e da sua importância. Apresentam-se as cinco conectivas a partir
da linguagem natural, com exemplos adequados. As definições das conectivas são
explicadas de forma simples, recorrendo a exemplos esclarecedores. As tabelas de
verdade são introduzidas para definir as conectivas, e para esclarecer a noção de
âmbito das conectivas. O estudante deve formalizar proposições simples e complexas,
explicitando o dicionário usado, a que se chama também «interpretação». Este tipo
de exercício visa fornecer ao estudante a competência para detectar e compreender a
estrutura lógica proposicional da linguagem natural.
Define-se claramente, recorrendo a exemplos, a noção de argumento proposicional. Os
inspectores de circunstâncias permitem avaliar directamente este tipo de argumentos,
Orientações para a Leccionação do Programa de Filosofia — 10.o e 11.o anos Página 11
Versão para publicação — Setembro de 2005
previamente formalizados. Os exercícios mais complexos consistem em reconstituir
argumentos proposicionais clássicos apresentados em pequenos textos, formalizando-
-os e determinando a sua validade recorrendo a inspectores de circunstâncias.
2. Argumentação e retórica (3 aulas de 90 minutos)
2.1. O domínio do discurso argumentativo: a procura de adesão do auditório
2.2. O discurso argumentativo: principais tipos de argumentos e falácias informais
Fornecem-se orientações unicamente para a totalidade do ponto 2.2. O ponto 2.1. será
leccionado de acordo com as orientações já presentes no programa.
Os conteúdos a leccionar são os seguintes:
• Indução (generalização e previsão)
• Argumento de autoridade
• Argumento por analogia
• Entimema
• Distinção entre falácia formal e falácia informal
• Falácias informais: ad hominem, ad misericordiam, post hoc, apelo à ignorância, ape-
lo à força, falso dilema e petição de princípio
Os estudantes devem adquirir competências operativas relativas aos conteúdos apre-
sentados, e não de mera compreensão. O objectivo é usar estes conteúdos em tarefas
de análise e construção de argumentos.
3. Argumentação e Filosofia (5 aulas de 90 minutos)
3.1. Filosofia, retórica e democracia
3.2. Persuasão e manipulação ou os dois usos da retórica
3.3. Argumentação, verdade e ser
Fornecem-se orientações unicamente para os pontos 3.2. e 3.3. Contudo, as orientações
não esgotam todos os temas destes pontos. Os temas não contemplados, bem como o pon-
to 3.1., serão leccionados de acordo com as orientações já presentes no programa.
Entre os conceitos específicos referidos no programa, só os seguintes são objecto de
harmonização nacional:
• Persuasão
• Manipulação
Orientações para a Leccionação do Programa de Filosofia — 10.o e 11.o anos Página 12
Versão para publicação — Setembro de 2005
Distingue-se persuasão de manipulação (mediante a análise crítica de exemplos de
falácias informais descritas no ponto 2.2 do tema 2).
São estudados, seguidamente, os argumentos filosóficos contra os maus usos da retó-
rica e a favor da tese de que «toda a argumentação filosoficamente aceitável deve ser
regulada pela procura da verdade, tendo por finalidade o efectivo conhecimento da
realidade» (Programa, pág. 32).
IV — O CONHECIMENTO E A RACIONALIDADE
CIENTÍFICA E TECNOLÓGICA
1. Descrição e interpretação da actividade cognoscitiva (12 aulas de 90
minutos)
1.1. Estrutura do acto de conhecer
1.2. Análise comparativa de duas teorias explicativas do conhecimento
Fornecem-se orientações para a totalidade dos dois pontos deste tema.
Entre os conceitos gerais e específicos referidos no programa, os seguintes são objec-
to de harmonização nacional:
• Conhecimento
• Sujeito
• Objecto
• A priori / a posteriori
• Dúvida/certeza
Começa-se por realizar uma «descrição dos elementos constituintes do acto de
conhecer» (Programa, p. 33): conhecimento, sujeito e objecto. Distingue-se conhe-
cimento no sentido de «saber que» e conhecimento no sentido de «saber fazer», mos-
trando que é o primeiro destes dois sentidos que está aqui em causa. Apresentam-se
as noções de crença ou opinião (doxa), verdade (aletheia) e justificação (logos), pre-
sentes no Teeteto, de Platão, visando caracterizar o conhecimento (episteme) como
crença (ou opinião) verdadeira justificada. Com esse fim em vista, distingue-se crença
de conhecimento, por um lado, e crença verdadeira de conhecimento, por outro. Dis-
cute-se brevemente alguns contra-exemplos à noção de conhecimento como crença
verdadeira justificada. Introduz-se então a distinção entre conhecimento a priori e
conhecimento a posteriori.
Os instrumentos teóricos adquiridos no ponto anterior serão usados para confrontar
duas teorias filosóficas acerca do conhecimento. Dada a sua importância, tanto em ter-
mos históricos como em termos filosóficos, parte-se da discussão do seguinte problema:
Orientações para a Leccionação do Programa de Filosofia — 10.o e 11.o anos Página 13
Versão para publicação — Setembro de 2005
• A validade (ou possibilidade) do conhecimento
Trata-se de responder à seguinte pergunta: «Será que sabemos o que julgamos
saber?». Apresenta-se a resposta de René Descartes aos argumentos avançados pelos
cépticos contra a ideia de que o conhecimento é possível. Confrontam-se depois as
posições de Descartes e de David Hume não só quanto à validade, mas também quan-
to à origem do conhecimento.
Obras de referência
Descartes, René. (1637) Discurso do Método. Lisboa: Edições 70, 1988, Parte IV.
Hume, David. (1748) Investigação sobre o Entendimento Humano. Lisboa: Imprensa
Nacional, 2002, Secção XII, Parte 1.
Platão. Teeteto. Lisboa: Calouste Gulbenkian, 2005, 200d–202d.
2. Estatuto do conhecimento científico (8 aulas de 90 minutos)
2.1. Conhecimento vulgar e conhecimento científico
2.2. Ciência e construção — validade e verificabilidade das hipóteses
2.3. A racionalidade científica e a questão da objectividade
Fornecem-se orientações unicamente para os pontos 2.2. e 2.3. do programa. Contudo, as
orientações não esgotam todos os temas destes pontos. Os temas não contemplados, bem
como o ponto 2.1., serão leccionados de acordo com as orientações já presentes no programa.
Entre os conceitos específicos referidos no programa, só os seguintes conceitos são
objecto de harmonização nacional:
• Teoria
• Hipótese
• Verificabilidade
• Falsificabilidade
• Objectividade
No que respeita ao ponto 2.2, o problema filosófico é o seguinte: «Podem as hipóteses
científicas ser verificadas?». Os conteúdos a leccionar são os seguintes:
• O papel da indução no método científico
• O problema da justificação da indução
• O método de conjecturas e refutações
Recordando a noção previamente estudada de indução, por oposição à dedução,
apresenta-se a ideia comum de que a indução desempenha um papel central na ciên-
Orientações para a Leccionação do Programa de Filosofia — 10.o e 11.o anos Página 14
Versão para publicação — Setembro de 2005
cia e discute-se o problema da justificação da indução. Apresenta-se e discute-se a
perspectiva de Karl Popper, que defende o falsificacionismo.
No que respeita ao ponto 2.3., o problema filosófico é o seguinte: «A ciência é objecti-
va?». O filósofo de referência é Kuhn. Apresenta-se e discute-se a sua perspectiva
sobre a objectividade da ciência.
Obras de referência
Kuhn, Thomas (1977) A Tensão Essencial. Lisboa: Edições 70, 1989, Capítulo 13.
Popper, Karl. (1935) A Lógica da Pesquisa Científica. São Paulo: Cultrix, 1972, Sec-
ções 1–3.
3. Temas/problemas da cultura científico-tecnológica (8 aulas de 90
minutos)
Opção por um tema/problema
• A ciência, o poder e os riscos
• A construção histórico-social da ciência
• O trabalho e as novas tecnologias
• O impacto da sociedade da informação na vida quotidiana
• A industrialização e o impacto ambiental
• A investigação científica e os interesses económico-políticos
• A tecnociência e a ética
• A manipulação genética
• Outros
Não se estabelece aqui uma harmonização nacional. Os professores seleccionarão o
tema/problema a abordar de acordo com as orientações já presentes no programa.
Orientações para a Leccionação do Programa de Filosofia — 10.o e 11.o anos Página 15
Versão para publicação — Setembro de 2005
V — UNIDADE FINAL
DESAFIOS E HORIZONTES DA FILOSOFIA
Opção por 1, 2 ou 3
1. A Filosofia e os outros saberes (8 aulas de 90 minutos)
1.1. Realidade e verdade — a plurivocidade da verdade
1.2. Necessidade contemporânea de uma racionalidade prática pluridisciplinar
2. A Filosofia na cidade (8 aulas de 90 minutos)
2.1. Espaço público e espaço privado
2.2. Convicção, tolerância e diálogo — a construção da cidadania
3. A Filosofia e o sentido (8 aulas de 90 minutos)
3.1. Finitude e temporalidade — a tarefa de se ser no mundo
3.2. Pensamento e memória — a responsabilidade pelo futuro
Não se estabelece aqui uma harmonização nacional. Os professores farão a sua opção e
seguirão as orientações respectivas já presentes no programa.

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Orientações Filosofia 10-11 anos

  • 1. MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO Orientações para a Leccionação do Programa de Filosofia 10.o e 11.o anos VERSÃO PARA PUBLICAÇÃO Setembro de 2005
  • 2. Orientações para a Leccionação do Programa de Filosofia — 10.o e 11.o anos Página 1 Versão para publicação — Setembro de 2005 Preâmbulo Objectivos Este documento apresenta orientações para a leccionação da disciplina de Filosofia dos 10.o e 11.o anos, em conformidade com o programa em vigor, homologado em 22 de Fevereiro de 2001. A sua publicação visa induzir uma maior harmonização das práticas lectivas e estabelecer um denominador comum de conteúdos, conceitos, autores e textos de referência, mediante os quais se pretende consolidar a função do programa como referencial comum, a nível nacional. Articulação entre o programa e as orientações As indicações dadas nestas orientações são vinculativas mas não substituem as que são dadas no programa da disciplina, cujo cumprimento integral se mantém igual- mente vinculativo. Limitando-se a introduzir especificações ao programa, com o qual formam uma unidade, estas orientações não devem ser entendidas como um «pro- grama mínimo». Assim, os conteúdos e conceitos especificados nestas orientações não abrangem a totalidade dos conteúdos e conceitos que podem ser objecto de avaliação sumativa externa. Conteúdos e conceitos Em função dos percursos escolhidos, é vinculativa a abordagem dos conceitos gerais e específicos enunciados no programa. De entre eles, seleccionaram-se alguns dos mais relevantes para os conteúdos especificados nestas orientações. Os conteúdos acerca dos quais estas orientações não dão quaisquer indicações continuarão a ser aborda- dos em harmonia com as indicações já contidas no programa. Os conceitos metodo- lógicos são vinculativos. Competências De entre a totalidade das competências a desenvolver pelos estudantes (fixadas nos objectivos gerais) e de entre a totalidade dos critérios de avaliação importa distinguir e sublinhar aqueles que devem merecer cuidados didácticos específicos. De entre as competências a desenvolver de forma progressiva e a consolidar de forma metódica e eficaz sublinham-se as competências fixadas no ponto 3 da alínea C dos objectivos gerais (pág. 10). Consequentemente, de entre os critérios de avaliação fixados no programa (pág. 25) adquirem importância maior os critérios 5 e 6.
  • 3. Orientações para a Leccionação do Programa de Filosofia — 10.o e 11.o anos Página 2 Versão para publicação — Setembro de 2005 Autores e obras de referência O programa determina que se recorra, «na abordagem dos temas, a autores específi- cos da História da Filosofia que com eles mantenham relações privilegiadas» (Pro- grama, p. 19). Para efeitos de harmonização nacional, estas orientações estabelecem, sempre que possível, um conjunto de filósofos e de obras de referência relativamente aos conteúdos e conceitos aqui contemplados. Compete aos professores escolher outros filósofos e obras, em harmonia com o programa, tanto para os conteúdos e conceitos não contemplados nestas orientações, como para complementar os que são aqui indicados. Os excertos das obras de referência indicados não são objecto de estudo ou leitura integral, subordinando-se o seu uso à discussão dos conteúdos e conceitos em causa em cada tema/conteúdo programático. Tempos lectivos Nestas orientações não se altera o número de aulas atribuído pelo programa da disci- plina a cada tema/conteúdo programático. Na planificação das aulas e da avaliação, é necessário atender ao número de aulas atribuído pelo programa, pois esse número determina o grau de profundidade e pormenor na leccionação e avaliação das matérias. Metodologias e recursos As metodologias, actividades e recursos didácticos enunciados no programa mantêm- -se inalterados. As interpretações, materiais didácticos e práticas lectivas correntes dos professores condicionam muitas das orientações aqui apresentadas, pois não seria justo que as interpretações do programa, configuradas nos materiais e na práti- ca dos professores, apesar de não serem normativas face ao programa, fossem igno- radas. Contudo, não é menos verdade que haverá interpretações, materiais e práticas que terão de ser ajustados. Visando unicamente estabelecer referenciais nacionais comuns, a preocupação principal é assegurar a imparcialidade, não privilegiando esta ou aquela interpretação particular, seja ela hermenêutica, existencialista, analítica, fenomenológica, desconstrucionista ou outra. As indicações bibliográficas contidas neste documento não substituem, antes complementam, aquelas que são dadas no programa (pp. 36–45). As edições referidas não são vinculativas.
  • 4. Orientações para a Leccionação do Programa de Filosofia — 10.o e 11.o anos Página 3 Versão para publicação — Setembro de 2005 I — MÓDULO INICIAL INICIAÇÃO À ACTIVIDADE FILOSÓFICA 1. Abordagem introdutória à Filosofia e ao filosofar (8 aulas de 90 minutos) 1.1. O que é a Filosofia? Uma resposta inicial 1.2. Quais são as questões da Filosofia? Alguns exemplos 1.3. A dimensão discursiva do trabalho filosófico Fornecem-se orientações unicamente para o ponto 1.3. Os restantes pontos serão leccio- nados de acordo com as orientações já presentes no programa. Depois de «uma informação simples e simplificada do conceito de Filosofia e das suas questões próprias, no sentido de satisfazer a curiosidade inevitável por uma discipli- na nova e de criar um campo de referência mínimo» (Programa, p. 27), o objectivo é «iniciar ao desenvolvimento de competências discursivas que viabilizem o trabalho na disciplina, fornecendo aos alunos e alunas condições para poderem, por um lado, começar a percepcionar situações e a ler textos com uma atitude de raiz filosófica, por outro, iniciar-se à prática sistemática de exposição de ideias próprias e debate de ideias» (p. 20). Com vista à harmonização nacional do ponto 1.3., dar-se-á especial ênfase aos seguintes conceitos específicos nucleares: • Problema • Conceito • Tese • Argumento Ilustra-se a importância de formular rigorosamente as perguntas que exprimem pro- blemas filosóficos. Contrasta-se argumento com afirmação, distinguindo-se e relacio- nando-se, a um nível intuitivo, a validade e a verdade. II — A ACÇÃO HUMANA E OS VALORES 1. A acção humana – análise e compreensão do agir (6 aulas de 90 minutos) 1.1. A rede conceptual da acção 1.2. Determinismo e liberdade na acção humana Fornecem-se orientações para os pontos 1.1. e 1.2. do programa. Contudo, não se esgotam todos os temas dos dois pontos. Os temas não contemplados serão leccionados de acordo com as orientações já presentes no programa. Entre os conceitos gerais e os conceitos específicos referidos no programa, só os seguintes são objecto de harmonização nacional:
  • 5. Orientações para a Leccionação do Programa de Filosofia — 10.o e 11.o anos Página 4 Versão para publicação — Setembro de 2005 • Acção • Agente • Intenção • Motivo • Determinismo • Liberdade • Causalidade/Finalidade Discute-se a especificidade e complexidade humana do agir (Programa, p. 28) a par- tir da perspectiva de análise considerada mais adequada. Discute-se, em seguida, «o problema mais abrangente do determinismo e liberdade na acção» (p. 28): «É o livre-arbítrio compatível com o determinismo?». Começa-se por excluir a liberdade em sentido político do âmbito das noções de liberdade e livre- -arbítrio em causa. Esclarece-se a noção central de causalidade a partir da problema- tização do papel causal das condicionantes físico-biológicas e histórico-culturais da acção. O filósofo de referência é John Searle. Obra de referência Searle, John. (1986) Mente, Cérebro e Ciência. Lisboa: Edições 70, Cap. 6. 2. Os valores – análise e compreensão da experiência valorativa (6 aulas de 90 minutos) 2.1. Valores e valoração – a questão dos critérios valorativos 2.2. Valores e cultura – a diversidade e o diálogo de culturas Fornecem-se orientações para os pontos 2.1. e 2.2. do programa. Contudo, as orientações não esgotam todos os temas dos dois pontos. Os restantes temas serão leccionados de acordo com as orientações já presentes no programa. Entre os conceitos gerais e os conceitos específicos referidos no programa, só os seguintes são objecto de harmonização nacional: • Valor • Critério valorativo • Absoluto/Relativo • Cultura Começa-se por sublinhar a variedade de domínios que envolvem valores (ética, estética, religião). Discute-se o carácter valorativo da nossa relação com o mundo. Estabelece-se a distinção entre juízo de facto e juízo de valor, em articulação com a noção de critério
  • 6. Orientações para a Leccionação do Programa de Filosofia — 10.o e 11.o anos Página 5 Versão para publicação — Setembro de 2005 valorativo. Em seguida, problematiza-se a relação entre diversidade cultural, relativismo e tolerância, no horizonte de uma discussão filosófica sobre a possibilidade de encontrar critérios trans-subjectivos de valoração e de promover o diálogo intercultural. 3. Dimensões da acção humana e dos valores 3.1. A dimensão ético-política – Análise e compreensão da experiência convivencial (14 aulas de 90 minutos) 3.1.1. Intenção ética e norma moral 3.1.2. A dimensão pessoal e social da ética — o si mesmo, o outro e as instituições 3.1.3. A necessidade de fundamentação da moral — análise comparativa de duas perspectivas filosóficas 3.1.4. Ética, direito e política — Liberdade e justiça social — Igualdade e diferenças — Justiça e equidade Fornecem-se orientações unicamente para os pontos 3.1.2., 3.1.3. e 3.1.4. Contudo, as orien- tações não esgotam todos os temas destes pontos. Os temas não contemplados, bem como o ponto 3.1.1., serão leccionados de acordo com as orientações já presentes no programa. Entre os conceitos específicos referidos no programa só os seguintes são objecto de harmonização nacional: • Ética • Moral • Responsabilidade • Estado • Justiça social • Liberdade • Sociedade civil • Equidade No ponto 3.1.2., a questão de «o si mesmo, o outro e as instituições» aborda-se à luz do seguinte problema: «Por que razão havemos de ser morais?». Discutem-se as difi- culdades que a resposta à questão coloca. Mostra-se que colocar a pergunta é pedir razões para ir além do interesse pessoal e para agir com base em juízos universalizá- veis. Sublinha-se ainda que a ética não diz respeito apenas à esfera privada, mas pro- longa-se na esfera social e política, exigindo instituições justas. No ponto 3.1.3. discute-se o problema da fundamentação da moral analisando e con- frontando duas perspectivas sobre «os critérios de apreciação da moralidade dos actos humanos» (Programa, pág. 29): a ética utilitarista e a ética deontológica. A éti-
  • 7. Orientações para a Leccionação do Programa de Filosofia — 10.o e 11.o anos Página 6 Versão para publicação — Setembro de 2005 ca utilitarista de referência é a de John Stuart Mill. A ética deontológica de referência é a de Immanuel Kant. O ponto 3.1.4. desenvolve-se a partir de dois problemas nucleares. O primeiro pro- blema é o seguinte: «O que legitima a autoridade do estado?». Esta questão dará oportunidade para uma comparação entre uma perspectiva antiga e uma perspectiva moderna sobre a relação entre o homem e o estado. O filósofo de referência para a perspectiva antiga é Aristóteles. O filósofo de referência para a perspectiva moderna é John Locke. O segundo problema é o seguinte: «Como é possível uma sociedade justa?» Este pro- blema é abordado a partir da perspectiva de Rawls acerca dos dois princípios da justi- ça. Apresenta-se e discute-se a tentativa de Rawls de, partindo de uma perspectiva contratualista em relação à sociedade (os sujeitos na posição original), fundar os princípios que são condição para a determinação da sociedade como justa. Obras de referência Aristóteles. Política. Lisboa: Vega, 1998, 1252a–1253a 29. Kant, Immanuel. (1785) Fundamentação da Metafísica dos Costumes. Lisboa: Edi- ções 70, 2000, Secções I e II. Locke, John. (1690) Ensaio sobre a Verdadeira Origem, Extensão e Fim do Governo Civil. Lisboa: Edições 70, 1999, Capítulos II, III, V, VII, VIII e IX. Mill, John Stuart. (1861) Utilitarismo. Porto: Porto Editora, 2005, Capítulo II. Rawls, John. (1971) Uma Teoria da Justiça. Lisboa: Presença, 2001, Parte I. 3.2. A dimensão estética – Análise e compreensão da experiência estética (8 aulas de 90 minutos) 3.2.1. A experiência e o juízo estéticos 3.2.2. A criação artística e a obra de arte 3.2.3. A Arte — produção e consumo, comunicação e conhecimento Fornecem-se orientações unicamente para os pontos 3.2.1. e 3.2.2. Contudo, as orientações não esgotam todos os temas destes pontos. Os temas não contemplados, bem como o ponto 3.2.3., serão leccionados de acordo com as orientações já presentes no programa. Entre os conceitos específicos referidos no programa, os seguintes são objecto de harmonização nacional para leccionar os pontos 3.2.1. e 3.2.2.: • Estética • Experiência estética • Juízo estético • Belo
  • 8. Orientações para a Leccionação do Programa de Filosofia — 10.o e 11.o anos Página 7 Versão para publicação — Setembro de 2005 • Gosto • Arte Os conteúdos a leccionar nos pontos referidos são os seguintes: • A noção de experiência estética e sua especificidade • A natureza do juízo estético • A noção de arte A questão, referida no programa, da «especificidade da experiência estética» (Progra- ma, p. 30), consiste no problema de saber como distinguir a experiência estética (acer- ca da natureza ou acerca de obras de arte) de outros tipos de experiência. Apresenta-se e discute-se a resposta de Kant, segundo a qual a experiência estética se distingue de outros tipos de experiência por ser desinteressada, esclarecendo-se a noção de desinte- resse em causa. Depois de se esclarecer a noção de juízo estético (recorrendo a exemplos de juízos estéticos), formula-se o problema da justificação do juízo acerca do belo, um tipo par- ticular de juízo estético, confrontando-se e discutindo-se duas respostas: • O subjectivismo estético • O objectivismo estético Cabe aos professores seleccionar os filósofos que representam cada uma destas teorias. O conceito de arte é discutido confrontando diferentes «parâmetros ou critérios do conceito de arte ao longo da história» (Programa, p. 30). Apresentam-se e discutem- -se as seguintes teorias da definição da arte: • A teoria da arte como imitação • A teoria da arte como expressão • A teoria da arte como forma Cabe aos professores seleccionar os filósofos que representam cada uma destas teorias. Obra de referência Kant, Immanuel. (1790) Crítica da Faculdade do Juízo. Lisboa: Imprensa Nacional, 1998, §1–5.
  • 9. Orientações para a Leccionação do Programa de Filosofia — 10.o e 11.o anos Página 8 Versão para publicação — Setembro de 2005 3.3. A dimensão religiosa — análise e compreensão da experiência religiosa (8 aulas de 90 minutos) 3.3.1. A religião e o sentido da existência — a experiência da finitude e a abertura à transcendência 3.3.2. As dimensões pessoal e social das religiões 3.3.3. Religião, razão e fé — tarefas e desafios da tolerância Fornecem-se orientações unicamente para parte dos pontos 3.3.1. e 3.3.3. Contudo, as orien- tações não esgotam todos os temas destes pontos. Os temas não contemplados, bem como o ponto 3.3.2., serão leccionados de acordo com as orientações já presentes no programa. Entre os conceitos específicos referidos no programa, os seguintes são objecto de harmonização nacional para leccionar os pontos 3.3.1. e 3.3.3.: • Sentido da existência • Religião • Deus • Fé • Razão Esclarece-se igualmente as noções de ateísmo, agnosticismo e teísmo. A análise do vínculo entre «a religião e o sentido da existência» (Programa, p. 30) inicia-se a partir da problematização da noção de sentido. Apresentam-se e discutem- -se duas posições acerca da religião como resposta ao problema do sentido último da existência: a religião como resposta efectiva e como resposta ilusória à questão do sentido da existência. Cabe aos professores seleccionar os filósofos que representam cada uma destas pers- pectivas. A «relação entre a razão e fé» (Programa, pág. 20) é abordada segundo duas vias. Através do estudo de pelo menos uma das provas clássicas da existência de Deus e respectivas críticas: o argumento cosmológico, o argumento ontológico ou o argu- mento teleológico (também conhecido como argumento do desígnio); e através da análise e discussão da posição de Kant acerca do problema da existência de Deus. Obras de referência Kant, Immanuel (1788) Crítica da Razão Prática. Lisboa: Edições 70, 1989, Capítulo III, A220–A255.
  • 10. Orientações para a Leccionação do Programa de Filosofia — 10.o e 11.o anos Página 9 Versão para publicação — Setembro de 2005 4. Temas/problemas do mundo contemporâneo (8 aulas de 90 minutos) Opção por um tema/problema • Os direitos humanos e a globalização • Os direitos das mulheres como direitos humanos • A responsabilidade ecológica • A manipulação e os meios de comunicação de massas • O racismo e a xenofobia • O voluntariado e as novas dinâmicas da sociedade civil • A obra de arte na era das indústrias culturais • A dessacralização do mundo e a perda do sentido • A paz mundial e o diálogo inter-religioso • Outros Não se estabelece aqui uma harmonização nacional. Os professores seleccionarão o tema/problema a abordar de acordo com as orientações já presentes no programa. III — RACIONALIDADE ARGUMENTATIVA E FILOSOFIA 1. Argumentação e lógica formal (6 aulas de 90 minutos) 1.1. Distinção validade/verdade 1.2. Formas de inferência válida 1.3. Principais falácias Fornecem-se orientações para a totalidade dos três pontos deste tema. Os seguintes conceitos são comuns à lógica aristotélica e à lógica proposicional: • Argumento e proposição • Forma e conteúdo • Validade e verdade • Dedução e indução Distingue-se argumento de proposição e premissa de conclusão. O conceito fundamental é o de forma lógica, dado o papel que desempenha na compreensão da validade. Apre- senta-se a distinção entre a forma lógica de um argumento e o seu conteúdo ou assunto, assim como a distinção e relação entre validade e verdade. Finalmente, distingue-se pre- liminarmente os argumentos dedutivos dos indutivos. Estes conceitos e conteúdos são leccionados antes de se optar pela lógica silogística ou pela lógica proposicional. Caso se opte pela lógica silogística, os conteúdos são os seguintes:
  • 11. Orientações para a Leccionação do Programa de Filosofia — 10.o e 11.o anos Página 10 Versão para publicação — Setembro de 2005 • As quatro formas lógicas: A, E, I e O • Forma canónica • Termo sujeito e termo predicado • Definição de silogismo • Termo menor, maior e médio • Distribuição de termos • Regras do silogismo válido • Falácias silogísticas: quatro termos, termo médio não distribuído, ilícita maior, ilícita menor Visa-se desenvolver a competência para construir e avaliar silogismos de modo a pro- porcionar uma compreensão sólida da noção de argumentação formalmente válida e da sua importância. Qualquer das quatro formas lógicas podem ser expressas de inúmeras maneiras («Há homens mortais», por exemplo) e o estudante deve aprender a trans- formá-las na forma canónica («Alguns homens são mortais»). O estudante deve com- preender claramente a definição formal de silogismo. Os exercícios mais complexos consistem em reconstituir argumentos a partir de pequenos textos, apresentando-os em forma silogística, para determinar então a sua validade ou invalidade. Caso se opte pela lógica proposicional clássica, os conteúdos são os seguintes: • Conectivas: negação, disjunção inclusiva, conjunção, condicional e bicondicional • Tabela de verdade • Formalização de proposições simples e complexas • Âmbito das conectivas • Argumento proposicional clássico • Inspector de circunstâncias • Formas de inferência válida: modus ponens, modus tollens, contraposição, silogismo disjuntivo, silogismo hipotético e Leis de De Morgan • Falácias proposicionais: afirmação da consequente e negação da antecedente Visa-se desenvolver a competência para construir e avaliar argumentos proposicio- nais de modo a proporcionar uma compreensão sólida da noção de argumentação formalmente válida e da sua importância. Apresentam-se as cinco conectivas a partir da linguagem natural, com exemplos adequados. As definições das conectivas são explicadas de forma simples, recorrendo a exemplos esclarecedores. As tabelas de verdade são introduzidas para definir as conectivas, e para esclarecer a noção de âmbito das conectivas. O estudante deve formalizar proposições simples e complexas, explicitando o dicionário usado, a que se chama também «interpretação». Este tipo de exercício visa fornecer ao estudante a competência para detectar e compreender a estrutura lógica proposicional da linguagem natural. Define-se claramente, recorrendo a exemplos, a noção de argumento proposicional. Os inspectores de circunstâncias permitem avaliar directamente este tipo de argumentos,
  • 12. Orientações para a Leccionação do Programa de Filosofia — 10.o e 11.o anos Página 11 Versão para publicação — Setembro de 2005 previamente formalizados. Os exercícios mais complexos consistem em reconstituir argumentos proposicionais clássicos apresentados em pequenos textos, formalizando- -os e determinando a sua validade recorrendo a inspectores de circunstâncias. 2. Argumentação e retórica (3 aulas de 90 minutos) 2.1. O domínio do discurso argumentativo: a procura de adesão do auditório 2.2. O discurso argumentativo: principais tipos de argumentos e falácias informais Fornecem-se orientações unicamente para a totalidade do ponto 2.2. O ponto 2.1. será leccionado de acordo com as orientações já presentes no programa. Os conteúdos a leccionar são os seguintes: • Indução (generalização e previsão) • Argumento de autoridade • Argumento por analogia • Entimema • Distinção entre falácia formal e falácia informal • Falácias informais: ad hominem, ad misericordiam, post hoc, apelo à ignorância, ape- lo à força, falso dilema e petição de princípio Os estudantes devem adquirir competências operativas relativas aos conteúdos apre- sentados, e não de mera compreensão. O objectivo é usar estes conteúdos em tarefas de análise e construção de argumentos. 3. Argumentação e Filosofia (5 aulas de 90 minutos) 3.1. Filosofia, retórica e democracia 3.2. Persuasão e manipulação ou os dois usos da retórica 3.3. Argumentação, verdade e ser Fornecem-se orientações unicamente para os pontos 3.2. e 3.3. Contudo, as orientações não esgotam todos os temas destes pontos. Os temas não contemplados, bem como o pon- to 3.1., serão leccionados de acordo com as orientações já presentes no programa. Entre os conceitos específicos referidos no programa, só os seguintes são objecto de harmonização nacional: • Persuasão • Manipulação
  • 13. Orientações para a Leccionação do Programa de Filosofia — 10.o e 11.o anos Página 12 Versão para publicação — Setembro de 2005 Distingue-se persuasão de manipulação (mediante a análise crítica de exemplos de falácias informais descritas no ponto 2.2 do tema 2). São estudados, seguidamente, os argumentos filosóficos contra os maus usos da retó- rica e a favor da tese de que «toda a argumentação filosoficamente aceitável deve ser regulada pela procura da verdade, tendo por finalidade o efectivo conhecimento da realidade» (Programa, pág. 32). IV — O CONHECIMENTO E A RACIONALIDADE CIENTÍFICA E TECNOLÓGICA 1. Descrição e interpretação da actividade cognoscitiva (12 aulas de 90 minutos) 1.1. Estrutura do acto de conhecer 1.2. Análise comparativa de duas teorias explicativas do conhecimento Fornecem-se orientações para a totalidade dos dois pontos deste tema. Entre os conceitos gerais e específicos referidos no programa, os seguintes são objec- to de harmonização nacional: • Conhecimento • Sujeito • Objecto • A priori / a posteriori • Dúvida/certeza Começa-se por realizar uma «descrição dos elementos constituintes do acto de conhecer» (Programa, p. 33): conhecimento, sujeito e objecto. Distingue-se conhe- cimento no sentido de «saber que» e conhecimento no sentido de «saber fazer», mos- trando que é o primeiro destes dois sentidos que está aqui em causa. Apresentam-se as noções de crença ou opinião (doxa), verdade (aletheia) e justificação (logos), pre- sentes no Teeteto, de Platão, visando caracterizar o conhecimento (episteme) como crença (ou opinião) verdadeira justificada. Com esse fim em vista, distingue-se crença de conhecimento, por um lado, e crença verdadeira de conhecimento, por outro. Dis- cute-se brevemente alguns contra-exemplos à noção de conhecimento como crença verdadeira justificada. Introduz-se então a distinção entre conhecimento a priori e conhecimento a posteriori. Os instrumentos teóricos adquiridos no ponto anterior serão usados para confrontar duas teorias filosóficas acerca do conhecimento. Dada a sua importância, tanto em ter- mos históricos como em termos filosóficos, parte-se da discussão do seguinte problema:
  • 14. Orientações para a Leccionação do Programa de Filosofia — 10.o e 11.o anos Página 13 Versão para publicação — Setembro de 2005 • A validade (ou possibilidade) do conhecimento Trata-se de responder à seguinte pergunta: «Será que sabemos o que julgamos saber?». Apresenta-se a resposta de René Descartes aos argumentos avançados pelos cépticos contra a ideia de que o conhecimento é possível. Confrontam-se depois as posições de Descartes e de David Hume não só quanto à validade, mas também quan- to à origem do conhecimento. Obras de referência Descartes, René. (1637) Discurso do Método. Lisboa: Edições 70, 1988, Parte IV. Hume, David. (1748) Investigação sobre o Entendimento Humano. Lisboa: Imprensa Nacional, 2002, Secção XII, Parte 1. Platão. Teeteto. Lisboa: Calouste Gulbenkian, 2005, 200d–202d. 2. Estatuto do conhecimento científico (8 aulas de 90 minutos) 2.1. Conhecimento vulgar e conhecimento científico 2.2. Ciência e construção — validade e verificabilidade das hipóteses 2.3. A racionalidade científica e a questão da objectividade Fornecem-se orientações unicamente para os pontos 2.2. e 2.3. do programa. Contudo, as orientações não esgotam todos os temas destes pontos. Os temas não contemplados, bem como o ponto 2.1., serão leccionados de acordo com as orientações já presentes no programa. Entre os conceitos específicos referidos no programa, só os seguintes conceitos são objecto de harmonização nacional: • Teoria • Hipótese • Verificabilidade • Falsificabilidade • Objectividade No que respeita ao ponto 2.2, o problema filosófico é o seguinte: «Podem as hipóteses científicas ser verificadas?». Os conteúdos a leccionar são os seguintes: • O papel da indução no método científico • O problema da justificação da indução • O método de conjecturas e refutações Recordando a noção previamente estudada de indução, por oposição à dedução, apresenta-se a ideia comum de que a indução desempenha um papel central na ciên-
  • 15. Orientações para a Leccionação do Programa de Filosofia — 10.o e 11.o anos Página 14 Versão para publicação — Setembro de 2005 cia e discute-se o problema da justificação da indução. Apresenta-se e discute-se a perspectiva de Karl Popper, que defende o falsificacionismo. No que respeita ao ponto 2.3., o problema filosófico é o seguinte: «A ciência é objecti- va?». O filósofo de referência é Kuhn. Apresenta-se e discute-se a sua perspectiva sobre a objectividade da ciência. Obras de referência Kuhn, Thomas (1977) A Tensão Essencial. Lisboa: Edições 70, 1989, Capítulo 13. Popper, Karl. (1935) A Lógica da Pesquisa Científica. São Paulo: Cultrix, 1972, Sec- ções 1–3. 3. Temas/problemas da cultura científico-tecnológica (8 aulas de 90 minutos) Opção por um tema/problema • A ciência, o poder e os riscos • A construção histórico-social da ciência • O trabalho e as novas tecnologias • O impacto da sociedade da informação na vida quotidiana • A industrialização e o impacto ambiental • A investigação científica e os interesses económico-políticos • A tecnociência e a ética • A manipulação genética • Outros Não se estabelece aqui uma harmonização nacional. Os professores seleccionarão o tema/problema a abordar de acordo com as orientações já presentes no programa.
  • 16. Orientações para a Leccionação do Programa de Filosofia — 10.o e 11.o anos Página 15 Versão para publicação — Setembro de 2005 V — UNIDADE FINAL DESAFIOS E HORIZONTES DA FILOSOFIA Opção por 1, 2 ou 3 1. A Filosofia e os outros saberes (8 aulas de 90 minutos) 1.1. Realidade e verdade — a plurivocidade da verdade 1.2. Necessidade contemporânea de uma racionalidade prática pluridisciplinar 2. A Filosofia na cidade (8 aulas de 90 minutos) 2.1. Espaço público e espaço privado 2.2. Convicção, tolerância e diálogo — a construção da cidadania 3. A Filosofia e o sentido (8 aulas de 90 minutos) 3.1. Finitude e temporalidade — a tarefa de se ser no mundo 3.2. Pensamento e memória — a responsabilidade pelo futuro Não se estabelece aqui uma harmonização nacional. Os professores farão a sua opção e seguirão as orientações respectivas já presentes no programa.