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A evolução dos estudos sobre o Autismo: do século XIX aos dias atuais
Fonte: www.desmistificandoautismo.com.br
A historiografia “oficial” sobre as principais fases que compõem a evolução da pesquisa sobre o
Autismo, indica que a origem dos primeiros estudos sobre o transtorno teve início na década de
40, com os estudos de Leo Kanner e Hans Asperger. Porém, em 1867, Henry Maudsley
(psiquiatra britânico) foi quem começou com abordagens mais específicas dos transtornos
mentais mais graves.
A publicação da obra Physiology and Phatology of Mind (Fisiologia e Patologia da Mente), trata
sobre esses problemas mas ainda de uma forma superficial. O autor tentou relacionar alguns
sintomas com os estágios de desenvolvimento. Porém, todos os sintomas eram classificados
dentro de uma única definição: insanidade. Um único conceito não é possível abranger toda
complexidade que envolve o Transtorno do Espectro Autista. Sem falar que os estudos de
Kanner careciam de pesquisas empíricas.
Novas abordagens foram realizadas na Suíça, EUA e Áustria (1911, 1943 e 1944
respectivamente). O termo “autismo” foi introduzido pelo psiquiatra Eugen Bleuler que
relacionava pessoas com extrema dificuldade de interação em função da forte tendência a busca
pelo isolamento.
Já em 1943, nos EUA, foi publicado a obra Distúrbios Austísticos do Contato Afetivo, pelo
psiquiatra austríaco Leo Kanner. Os estudos da obra são resultados de uma análise de 11
crianças que compartilhavam sintomas muito semelhantes: busca permanente pelo isolamento
desde tenra idade e a preocupação obsessiva em manter a rotina inalterada. O autor fez o uso
do termo “Autismo” pela primeira vez, para designar esse conjunto de sintomas.
Em 1944, Hans Asperger (psiquiatra vienense) publicou um artigo que serviu como um marco
nos estudos sobre o Autismo: “A psicopatia Autista na Infância”. Uma das maiores novidades
nesta obra foi a descoberta de que o transtorno é mais recorrente nas pessoas do sexo
masculino.
Esse período, que compreende final do século XIX e início do século XX, foi o responsável pelas
primeiras abordagens, as quais, foram recebendo um tratamento científico mais sérios ao passar
dos anos. O Autismo foi deixando de ser apenas um conjunto de características ligadas ao
isolamento, para chegar aos estudos que levassem em conta aspectos mais complexos do
transtorno.
Mas foi somente a partir das décadas de 50 e 60 que o termo “Autismo” se popularizou. Os
estudos começaram a perceber que as causas estavam ligadas a um tipo de transtorno cerebral
que independia do contexto que o autista estava inserido.
Ainda na década de 60, o psiquiatra infantil inglês, Micheal Rutter, avançou nas pesquisas a
ponto de reposicionar o Autismo a um novo gênero de distúrbio: a classe dos Transtornos
Invasivos do Desenvolvimento.
Foi somente no final da década de 80, que Ivas Lovvas, publica o resultado de uma pesquisa que
se tornará um marco referencial sobre o tema. O estudo mostra a importância das abordagens
terapêuticas voltadas aos padrões comportamentais, pois, quanto maior a intensidade das
terapias, melhor o resultado, a ponto de em alguns casos, crianças primeiramente
diagnosticadas como "severas”, após as abordagens terapêuticas, elas conseguiram sair desse
quadro, melhorando e muito a qualidade de vida, delas e das pessoas ao redor.
E por fim, já em 2014, na Suécia, uma pesquisa realizada com 2 milhões de pessoas (Instituto
Karolinska de Estocolmo), comprovou que os fatores ambientais, tais como o nível
socioeconômico da família, problemas no parto e na gravidez, uso de drogas antes e durante a
gravidez, infecções que acometeram a mãe durante a gravidez, contribuem para o surgimento
do transtorno, na mesma proporção em relação à genética, ou seja, meio a meio.
Conclusão: desde os estudos iniciais, os sintomas “clássicos” sempre se fizeram presentes: forte
tendência ao isolamento e dificuldade no campo da interação. Apesar dos estudos que
antecedem uma abordagem mais científica (empírica) ressaltarem a “frieza” dos autistas, desde
à infância, abordagens mais recentes já contextualizam esse sintoma numa análise mais ampla,
que leva em conta vários outros aspectos, pois, os sintomas variam muito dentro do “espectro”.
A “frieza” é apenas uma reação deles à nossa dificuldade em compreendê-los do jeito que eles
são. Quando a conexão é estabelecida, a tendência é que esse comportamento se altere com o
tempo.
E por fim, se faz necessário ampliar os estudos referentes aos fatores externos (ambientais), que
junto com os genéticos, dividem meio a meio a origem biológica do transtorno.
O mais importante é prestar atenção nos “sinais” que as crianças dão logo cedo, para que o
diagnóstico possa encaminhar às interferências terapêuticas o mais rápido possível. O progresso
é evidente quando os autistas são estimulados logo cedo, mas isso é tema para um outro artigo!

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A evolução dos estudos sobre o autismo

  • 1. A evolução dos estudos sobre o Autismo: do século XIX aos dias atuais Fonte: www.desmistificandoautismo.com.br A historiografia “oficial” sobre as principais fases que compõem a evolução da pesquisa sobre o Autismo, indica que a origem dos primeiros estudos sobre o transtorno teve início na década de 40, com os estudos de Leo Kanner e Hans Asperger. Porém, em 1867, Henry Maudsley (psiquiatra britânico) foi quem começou com abordagens mais específicas dos transtornos mentais mais graves. A publicação da obra Physiology and Phatology of Mind (Fisiologia e Patologia da Mente), trata sobre esses problemas mas ainda de uma forma superficial. O autor tentou relacionar alguns sintomas com os estágios de desenvolvimento. Porém, todos os sintomas eram classificados dentro de uma única definição: insanidade. Um único conceito não é possível abranger toda complexidade que envolve o Transtorno do Espectro Autista. Sem falar que os estudos de Kanner careciam de pesquisas empíricas. Novas abordagens foram realizadas na Suíça, EUA e Áustria (1911, 1943 e 1944 respectivamente). O termo “autismo” foi introduzido pelo psiquiatra Eugen Bleuler que relacionava pessoas com extrema dificuldade de interação em função da forte tendência a busca pelo isolamento. Já em 1943, nos EUA, foi publicado a obra Distúrbios Austísticos do Contato Afetivo, pelo psiquiatra austríaco Leo Kanner. Os estudos da obra são resultados de uma análise de 11 crianças que compartilhavam sintomas muito semelhantes: busca permanente pelo isolamento desde tenra idade e a preocupação obsessiva em manter a rotina inalterada. O autor fez o uso do termo “Autismo” pela primeira vez, para designar esse conjunto de sintomas. Em 1944, Hans Asperger (psiquiatra vienense) publicou um artigo que serviu como um marco nos estudos sobre o Autismo: “A psicopatia Autista na Infância”. Uma das maiores novidades nesta obra foi a descoberta de que o transtorno é mais recorrente nas pessoas do sexo masculino. Esse período, que compreende final do século XIX e início do século XX, foi o responsável pelas primeiras abordagens, as quais, foram recebendo um tratamento científico mais sérios ao passar dos anos. O Autismo foi deixando de ser apenas um conjunto de características ligadas ao isolamento, para chegar aos estudos que levassem em conta aspectos mais complexos do transtorno. Mas foi somente a partir das décadas de 50 e 60 que o termo “Autismo” se popularizou. Os estudos começaram a perceber que as causas estavam ligadas a um tipo de transtorno cerebral que independia do contexto que o autista estava inserido. Ainda na década de 60, o psiquiatra infantil inglês, Micheal Rutter, avançou nas pesquisas a ponto de reposicionar o Autismo a um novo gênero de distúrbio: a classe dos Transtornos Invasivos do Desenvolvimento. Foi somente no final da década de 80, que Ivas Lovvas, publica o resultado de uma pesquisa que se tornará um marco referencial sobre o tema. O estudo mostra a importância das abordagens terapêuticas voltadas aos padrões comportamentais, pois, quanto maior a intensidade das terapias, melhor o resultado, a ponto de em alguns casos, crianças primeiramente
  • 2. diagnosticadas como "severas”, após as abordagens terapêuticas, elas conseguiram sair desse quadro, melhorando e muito a qualidade de vida, delas e das pessoas ao redor. E por fim, já em 2014, na Suécia, uma pesquisa realizada com 2 milhões de pessoas (Instituto Karolinska de Estocolmo), comprovou que os fatores ambientais, tais como o nível socioeconômico da família, problemas no parto e na gravidez, uso de drogas antes e durante a gravidez, infecções que acometeram a mãe durante a gravidez, contribuem para o surgimento do transtorno, na mesma proporção em relação à genética, ou seja, meio a meio. Conclusão: desde os estudos iniciais, os sintomas “clássicos” sempre se fizeram presentes: forte tendência ao isolamento e dificuldade no campo da interação. Apesar dos estudos que antecedem uma abordagem mais científica (empírica) ressaltarem a “frieza” dos autistas, desde à infância, abordagens mais recentes já contextualizam esse sintoma numa análise mais ampla, que leva em conta vários outros aspectos, pois, os sintomas variam muito dentro do “espectro”. A “frieza” é apenas uma reação deles à nossa dificuldade em compreendê-los do jeito que eles são. Quando a conexão é estabelecida, a tendência é que esse comportamento se altere com o tempo. E por fim, se faz necessário ampliar os estudos referentes aos fatores externos (ambientais), que junto com os genéticos, dividem meio a meio a origem biológica do transtorno. O mais importante é prestar atenção nos “sinais” que as crianças dão logo cedo, para que o diagnóstico possa encaminhar às interferências terapêuticas o mais rápido possível. O progresso é evidente quando os autistas são estimulados logo cedo, mas isso é tema para um outro artigo!