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Informática para EJA: uma inserção no mundo digital
Walcyranya Alves da Silva1, Eliane Maria da Silva2, Rebeca Maria da Silva3, Wilka de Andrade Dias4, Cristiane
Gonçalves Pereira5 e Alexandro Cardoso Tenório6


Introdução
Já algumas décadas, o computador tem sido o centro
das discussões enquanto ferramenta pedagógica para
promover a inclusão social do cidadão e o
desenvolvimento das competências para vivência na
chamada sociedade da informação. Quando tratamos
aqui em computador na educação adotamos uma
abordagem mais ampla, que inclui não apenas as ditas
tecnologias educacionais, mas também as chamadas
novas Tecnologias da Informação e Comunicação. O
contexto do presente artigo se passa no âmbito do
Programa Escola Aberta (SECAD/MEC), enquanto
extensionista do Programa Conexões de Saberes (PCS)
na UFRPE, uma iniciativa da Pró-reitoria de extensão
(PRAE/UFRPE).
O Programa Escola Aberta (PEA) é muito associado à
imagem de crianças e jovens brincando, dançando,
praticando esportes e outros, em atividades sem
intencionalidade educativa. Entretanto, o PEA, em sua
proposta pedagógica, “propõe a formação integral,
capaz de desconstruir o muro simbólico entre escola e
comunidade e entre educação, cultura, esporte e lazer”
(BRASIL, 2007) [1]. E assim, o PEA não visa apenas o
entretenimento, pois, suas oficinas são pautadas no
planejamento “a partir da pesquisa que o coordenador
escolar realiza na comunidade, identificando os
interesses e necessidades (...) em diversas áreas como
cultura, lazer, esportes, comunicação, saúde,
informática, trabalho e outras” (BRASIL, 2007) [1]. De
acordo com Santos (2009, p.59) [4], o PEA no Estado
de Pernambuco “passou a desenvolver desde 2003,
atividades nos laboratórios de informática das unidades
de ensino credenciadas”, como vistas a “contribuir para
a redução das violências na comunidade escolar,
ampliar as oportunidades de acesso a espaços de
promoção da cidadania” e “promover e ampliar a
integração entre escola e comunidade” (BRASIL,
2007) [1]. Dessa forma, o trabalho aqui apresentado
relata o desenvolvimento de uma oficina de
informática, realizado
em escola municipal,
participante do PEA, voltada exclusivamente ao
público da Educação de Jovens e Adultos (EJA), na

perspectiva de incluí-los
conseguinte na sociedade.

digitalmente

e,

por

Material e métodos
Situado no centro de São Lourenço da Mata (PE), o
Colégio Municipal Ministro Apolônio Sales abriga
desde maio de 2009 a “Oficina de Inclusão Digital para
EJA”. A oficina, realizada no período da tarde, alcança
alunos do EJA da escola municipal, com idades de 20 a
45 anos, que nunca tiveram contato direto ou indireto
com a informática, matriculados no turno da noite, em
um claro atendimento dos objetivos do Programa
Conexões de Saberes (PCS) [3], que busca estabelecer
“estratégias de articulação entre os diferentes atores
envolvidos nas ações educativas implementadas nas
escolas publicas de espaços populares”, na perspectiva
de promover a permanência com sucesso dos alunos, da
escola pública. Para a execução da oficina estão sendo
utilizadas dez máquinas com acesso a internet via
rádio, disponibilizadas em um laboratório próprio.
Fazemos uso também de CDs, DVDs, marcadores de
textos, quadro branco, papel oficio e canetas. As
oficinas ocorrem aos sábados à tarde, com duração de
três horas, atendendo uma média de quinze
participantes. Metodologicamente, a oficina busca
associar a exposição dialógica, como a explanação
inicial sobre a história do computador, com as
atividades práticas, como aquelas de ligar e desligar o
computador, ou encerrar os programas. A coordenação
motora para esse público é sempre um desafio, sendo
necessário promover uma série de atividades, lúdicas
principalmente, que trabalhem este aspecto, como por
exemplo, o uso do programa de desenho Paint. Outras
atividades foram realizadas, que permitiram aos
participantes associarem computador, com a realidade
de cada um, quando foi trabalhada a criação e execução
de pastas, ou ainda os procedimentos para salvar
arquivos. Atualmente a oficina esta preocupada em
atender as necessidades mais atuais dos sujeitos,
enfocando o processamento de texto, mas sem deixar
de lado, o desenvolvimento motor, sempre reservando
um terço do horário, para a digitação, como forma de

________________
1. Primeira Autora é discente do 6º período do curso de Licenciatura em Pedagogia da Universidade Federal Rural de Pernambuco, Rua Dom Manoel
de Medeiros s/n, Dois Irmãos,CEP 52171-900, Recife-PE, E-mail: walcyranya.alves@gmail.com
2. Segunda Autora é discente do 6º período do curso de Licenciatura em Pedagogia, Universidade Federal Rural de Pernambuco, Rua Dom Manoel
de Medeiros s/n, Dois Irmãos,CEP 52171-900 Recife-PE. E-mail: elianemsilva35@yahoo.com.br
3. Terceira Autora é discente do 6º período do curso de Licenciatura em Pedagogia, Universidade Federal Rural de Pernambuco, Rua Dom Manoel
de Medeiros s/n, Dois Irmãos,CEP 52171-900 Recife-PE. E-mail: rebekams@gmail.com
4. Quarta Autora é discente do 6º período do curso de Licenciatura em Pedagogia, Universidade Federal Rural de Pernambuco, Rua Dom Manoel de
Medeiros s/n, Dois Irmãos,CEP 52171-900 Recife-PE. E-mail: wilkadias@hotmail.com
5. Quinta Autora é discente do 6º período do curso de Licenciatura em Pedagogia, Universidade Federal Rural de Pernambuco, Rua Dom Manoel de
Medeiros s/n, Dois Irmãos,CEP 52171-900 Recife-PE. E-mail: ventoalisio@hotmail.com
6. Orientador é Professor Adjunto do Departamento de Educação, Universidade Federal Rural de Pernambuco, Rua Dom Manoel de Medeiros s/n,
Dois Irmãos,CEP 52171-900 Recife-PE. E-mail: act72@yahoo.com
promover uma
computador.

maior

confiança

para

com

o

Resultados
O presente trabalho apesar de encontrar-se em
andamento já dispõe de dados suficientes para serem
apresentados, principalmente com relação às mudanças
de atitudes dos jovens e adultos, diante do computador
e diante de uma perspectiva mais ampla de
continuidade de seus estudos. Os resultados são
pautados nas falas dos sujeitos, que foram relatadas
durante as discussões, promovidas transversalmente ao
desenvolvimento da oficina de inclusão digital.
Fazendo uso da fala de um dos participantes “agora
sim, não passarei mais vergonha em entrar em uma
Lan House para fazer minhas pesquisas”, percebemos
o quanto à oficina foi relevante para os participantes,
pelo aumento da auto-estima. Em outro relato, o sujeito
destaca seu progresso na autonomia na informática
quando diz que pagava pela pesquisa e digitação do
trabalho, mas nunca ficava satisfeito, pois o trabalho
nunca vinha como de fato pedia.
Outra prática adotada durante a aplicação da oficina
foram discussões que visavam o envolvimento acerca
das ações afirmativas, desenvolvidas pela UFRPE para
promover o ingresso e permanência do aluno de origem
popular ao mundo acadêmico. Ficou evidente, através
das falas dos sujeitos envolvidos, que eles não tinham
noção que era possível alguém oriundo de escola
publica ter acesso à universidade pública. Muitos
alegam que o ensino oferecido em instituições
municipais e estaduais nunca poderia permitir o
ingresso numa universidade, quanto mais uma federal.
Dessa forma, as discussões buscaram desmistificar e
superar o senso comum que não existem pessoas,
pertencentes à comunidade, que conseguem ingressar
numa instituição de ensino superior pública.
Não podemos esquecer que este presente trabalho
não enfoca apenas a inclusão de jovens e adultos na era
digital, mas também, a formulação de opiniões na
construção de um ser social mais digno. Diante disso
destacamos algumas falas: “Agora entendo por que
meu filho disse que mesmo depois dos quarenta anos,
eu ainda posso cursar uma universidade, e seria
melhor a que ele cursa, que é uma instituição federal.
Eu não acreditava, pois não me achava capaz”. A
aluna M.R.C.M. de 35 anos disse “vou me dedicar
mais, pois já me decidi, daqui a cinco anos vou prestar
vestibular, e vou passar. Eu sempre achei que era uma
realidade tão distante, mas agora não, já me decidir”.

Discussão
Na atualidade, não se permite conceber um cidadão,
jovem ou adulto, que seja impedido de usufruir das
grandes mudanças promovidas pelo desenvolvimento

digital. Afinal, mesmo aqueles que não têm condições
de ter acesso direto aos meios digitais podem ser
incluídos digitalmente, desde seja oportunizado
espaços públicos que promovam a cidadania (PEA,
2007) [1], com o objetivo de compreender de maneira
qualificada a realidade em que vive. O PCS em
parceria com o PEA tem promovido, nos últimos anos,
ações que favorecem a identificação de temas, questões
e problemas de relevância sócio-pedagógica, para
promover a permanecia, com qualidade, desses sujeitos
nas escolas públicas, localizados em comunidades de
baixa renda [2]. Tão importante quanto quaisquer
outros meios de comunicações, a era digital é de
essencial importância para a sociabilidade humana. Por
isso, a promoção da oficina de inclusão digital, no
Colégio Municipal Ministro Apolônio Sales, em São
Lourenço da Mata - PE, para jovens e adultos, se
mostrou significativa não apenas na inserção dos
sujeitos no mundo digital, mas também para promover
a valorização entre os participantes, da “escola pública
como espaço de formação intelectual e de
universalização de direitos” [2].
Para Santos (2009, p.140) [4], “existe uma crença
generalizada na sociedade contemporânea de que a
inclusão digital significa melhorar as condições de
vidas com a ajuda da tecnologia; atingir melhorias
sociais a partir do uso do computador, (...)”. Com a
experiência aqui relatada, acreditamos que outras
estratégias extensionistas, pautadas no fortalecimento
dos vínculos identitários, entre universidade e
comunidades populares, precisam ser mais cuidadas
pela UFRPE, para ganharem mais amplitude, e
abrangência, de modo a contribuir pouco a pouco com
a diminuição da sensação de exclusão, na qual os
alunos de origem popular são submetidos.

Agradecimentos
Agradecemos ao nosso orientador, bem como a
professora comunitária do Colégio Municipal, e em
especial, aos participantes da oficina de Inclusão
Digital para EJA.

Referências
[1]
[2]

[3]

[4]

BRASIL, Ministério da Educação. Programa Escola Aberta.
Brasília, MEC, 2007.
MEC. SECAD. Complemento do Termo de Referência do
Programa Conexões de Saberes: diálogo entre a universidade
e as comunidades populares para o ano de 2007. Brasília,
2007. Disponível em : http://www.conexoes.ufsc.br/
MEC. SECAD. Termo de Referência para execução no ano de
2007 do Programa Conexões de Saberes: diálogo entre a
universidade e as comunidades populares. Brasília, 2007.
disponível em : http://www.conexoes.ufsc.br/
SANTOS, Maria Salett Tauk (org.). Inclusão digital, inclusão
social? Usos das tecnologias da informação e comunicação nas
culturas populares. Recife. – Ed. Do autor, 2009.

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Informática para e ja

  • 1. Informática para EJA: uma inserção no mundo digital Walcyranya Alves da Silva1, Eliane Maria da Silva2, Rebeca Maria da Silva3, Wilka de Andrade Dias4, Cristiane Gonçalves Pereira5 e Alexandro Cardoso Tenório6  Introdução Já algumas décadas, o computador tem sido o centro das discussões enquanto ferramenta pedagógica para promover a inclusão social do cidadão e o desenvolvimento das competências para vivência na chamada sociedade da informação. Quando tratamos aqui em computador na educação adotamos uma abordagem mais ampla, que inclui não apenas as ditas tecnologias educacionais, mas também as chamadas novas Tecnologias da Informação e Comunicação. O contexto do presente artigo se passa no âmbito do Programa Escola Aberta (SECAD/MEC), enquanto extensionista do Programa Conexões de Saberes (PCS) na UFRPE, uma iniciativa da Pró-reitoria de extensão (PRAE/UFRPE). O Programa Escola Aberta (PEA) é muito associado à imagem de crianças e jovens brincando, dançando, praticando esportes e outros, em atividades sem intencionalidade educativa. Entretanto, o PEA, em sua proposta pedagógica, “propõe a formação integral, capaz de desconstruir o muro simbólico entre escola e comunidade e entre educação, cultura, esporte e lazer” (BRASIL, 2007) [1]. E assim, o PEA não visa apenas o entretenimento, pois, suas oficinas são pautadas no planejamento “a partir da pesquisa que o coordenador escolar realiza na comunidade, identificando os interesses e necessidades (...) em diversas áreas como cultura, lazer, esportes, comunicação, saúde, informática, trabalho e outras” (BRASIL, 2007) [1]. De acordo com Santos (2009, p.59) [4], o PEA no Estado de Pernambuco “passou a desenvolver desde 2003, atividades nos laboratórios de informática das unidades de ensino credenciadas”, como vistas a “contribuir para a redução das violências na comunidade escolar, ampliar as oportunidades de acesso a espaços de promoção da cidadania” e “promover e ampliar a integração entre escola e comunidade” (BRASIL, 2007) [1]. Dessa forma, o trabalho aqui apresentado relata o desenvolvimento de uma oficina de informática, realizado em escola municipal, participante do PEA, voltada exclusivamente ao público da Educação de Jovens e Adultos (EJA), na perspectiva de incluí-los conseguinte na sociedade. digitalmente e, por Material e métodos Situado no centro de São Lourenço da Mata (PE), o Colégio Municipal Ministro Apolônio Sales abriga desde maio de 2009 a “Oficina de Inclusão Digital para EJA”. A oficina, realizada no período da tarde, alcança alunos do EJA da escola municipal, com idades de 20 a 45 anos, que nunca tiveram contato direto ou indireto com a informática, matriculados no turno da noite, em um claro atendimento dos objetivos do Programa Conexões de Saberes (PCS) [3], que busca estabelecer “estratégias de articulação entre os diferentes atores envolvidos nas ações educativas implementadas nas escolas publicas de espaços populares”, na perspectiva de promover a permanência com sucesso dos alunos, da escola pública. Para a execução da oficina estão sendo utilizadas dez máquinas com acesso a internet via rádio, disponibilizadas em um laboratório próprio. Fazemos uso também de CDs, DVDs, marcadores de textos, quadro branco, papel oficio e canetas. As oficinas ocorrem aos sábados à tarde, com duração de três horas, atendendo uma média de quinze participantes. Metodologicamente, a oficina busca associar a exposição dialógica, como a explanação inicial sobre a história do computador, com as atividades práticas, como aquelas de ligar e desligar o computador, ou encerrar os programas. A coordenação motora para esse público é sempre um desafio, sendo necessário promover uma série de atividades, lúdicas principalmente, que trabalhem este aspecto, como por exemplo, o uso do programa de desenho Paint. Outras atividades foram realizadas, que permitiram aos participantes associarem computador, com a realidade de cada um, quando foi trabalhada a criação e execução de pastas, ou ainda os procedimentos para salvar arquivos. Atualmente a oficina esta preocupada em atender as necessidades mais atuais dos sujeitos, enfocando o processamento de texto, mas sem deixar de lado, o desenvolvimento motor, sempre reservando um terço do horário, para a digitação, como forma de ________________ 1. Primeira Autora é discente do 6º período do curso de Licenciatura em Pedagogia da Universidade Federal Rural de Pernambuco, Rua Dom Manoel de Medeiros s/n, Dois Irmãos,CEP 52171-900, Recife-PE, E-mail: walcyranya.alves@gmail.com 2. Segunda Autora é discente do 6º período do curso de Licenciatura em Pedagogia, Universidade Federal Rural de Pernambuco, Rua Dom Manoel de Medeiros s/n, Dois Irmãos,CEP 52171-900 Recife-PE. E-mail: elianemsilva35@yahoo.com.br 3. Terceira Autora é discente do 6º período do curso de Licenciatura em Pedagogia, Universidade Federal Rural de Pernambuco, Rua Dom Manoel de Medeiros s/n, Dois Irmãos,CEP 52171-900 Recife-PE. E-mail: rebekams@gmail.com 4. Quarta Autora é discente do 6º período do curso de Licenciatura em Pedagogia, Universidade Federal Rural de Pernambuco, Rua Dom Manoel de Medeiros s/n, Dois Irmãos,CEP 52171-900 Recife-PE. E-mail: wilkadias@hotmail.com 5. Quinta Autora é discente do 6º período do curso de Licenciatura em Pedagogia, Universidade Federal Rural de Pernambuco, Rua Dom Manoel de Medeiros s/n, Dois Irmãos,CEP 52171-900 Recife-PE. E-mail: ventoalisio@hotmail.com 6. Orientador é Professor Adjunto do Departamento de Educação, Universidade Federal Rural de Pernambuco, Rua Dom Manoel de Medeiros s/n, Dois Irmãos,CEP 52171-900 Recife-PE. E-mail: act72@yahoo.com
  • 2. promover uma computador. maior confiança para com o Resultados O presente trabalho apesar de encontrar-se em andamento já dispõe de dados suficientes para serem apresentados, principalmente com relação às mudanças de atitudes dos jovens e adultos, diante do computador e diante de uma perspectiva mais ampla de continuidade de seus estudos. Os resultados são pautados nas falas dos sujeitos, que foram relatadas durante as discussões, promovidas transversalmente ao desenvolvimento da oficina de inclusão digital. Fazendo uso da fala de um dos participantes “agora sim, não passarei mais vergonha em entrar em uma Lan House para fazer minhas pesquisas”, percebemos o quanto à oficina foi relevante para os participantes, pelo aumento da auto-estima. Em outro relato, o sujeito destaca seu progresso na autonomia na informática quando diz que pagava pela pesquisa e digitação do trabalho, mas nunca ficava satisfeito, pois o trabalho nunca vinha como de fato pedia. Outra prática adotada durante a aplicação da oficina foram discussões que visavam o envolvimento acerca das ações afirmativas, desenvolvidas pela UFRPE para promover o ingresso e permanência do aluno de origem popular ao mundo acadêmico. Ficou evidente, através das falas dos sujeitos envolvidos, que eles não tinham noção que era possível alguém oriundo de escola publica ter acesso à universidade pública. Muitos alegam que o ensino oferecido em instituições municipais e estaduais nunca poderia permitir o ingresso numa universidade, quanto mais uma federal. Dessa forma, as discussões buscaram desmistificar e superar o senso comum que não existem pessoas, pertencentes à comunidade, que conseguem ingressar numa instituição de ensino superior pública. Não podemos esquecer que este presente trabalho não enfoca apenas a inclusão de jovens e adultos na era digital, mas também, a formulação de opiniões na construção de um ser social mais digno. Diante disso destacamos algumas falas: “Agora entendo por que meu filho disse que mesmo depois dos quarenta anos, eu ainda posso cursar uma universidade, e seria melhor a que ele cursa, que é uma instituição federal. Eu não acreditava, pois não me achava capaz”. A aluna M.R.C.M. de 35 anos disse “vou me dedicar mais, pois já me decidi, daqui a cinco anos vou prestar vestibular, e vou passar. Eu sempre achei que era uma realidade tão distante, mas agora não, já me decidir”. Discussão Na atualidade, não se permite conceber um cidadão, jovem ou adulto, que seja impedido de usufruir das grandes mudanças promovidas pelo desenvolvimento digital. Afinal, mesmo aqueles que não têm condições de ter acesso direto aos meios digitais podem ser incluídos digitalmente, desde seja oportunizado espaços públicos que promovam a cidadania (PEA, 2007) [1], com o objetivo de compreender de maneira qualificada a realidade em que vive. O PCS em parceria com o PEA tem promovido, nos últimos anos, ações que favorecem a identificação de temas, questões e problemas de relevância sócio-pedagógica, para promover a permanecia, com qualidade, desses sujeitos nas escolas públicas, localizados em comunidades de baixa renda [2]. Tão importante quanto quaisquer outros meios de comunicações, a era digital é de essencial importância para a sociabilidade humana. Por isso, a promoção da oficina de inclusão digital, no Colégio Municipal Ministro Apolônio Sales, em São Lourenço da Mata - PE, para jovens e adultos, se mostrou significativa não apenas na inserção dos sujeitos no mundo digital, mas também para promover a valorização entre os participantes, da “escola pública como espaço de formação intelectual e de universalização de direitos” [2]. Para Santos (2009, p.140) [4], “existe uma crença generalizada na sociedade contemporânea de que a inclusão digital significa melhorar as condições de vidas com a ajuda da tecnologia; atingir melhorias sociais a partir do uso do computador, (...)”. Com a experiência aqui relatada, acreditamos que outras estratégias extensionistas, pautadas no fortalecimento dos vínculos identitários, entre universidade e comunidades populares, precisam ser mais cuidadas pela UFRPE, para ganharem mais amplitude, e abrangência, de modo a contribuir pouco a pouco com a diminuição da sensação de exclusão, na qual os alunos de origem popular são submetidos. Agradecimentos Agradecemos ao nosso orientador, bem como a professora comunitária do Colégio Municipal, e em especial, aos participantes da oficina de Inclusão Digital para EJA. Referências [1] [2] [3] [4] BRASIL, Ministério da Educação. Programa Escola Aberta. Brasília, MEC, 2007. MEC. SECAD. Complemento do Termo de Referência do Programa Conexões de Saberes: diálogo entre a universidade e as comunidades populares para o ano de 2007. Brasília, 2007. Disponível em : http://www.conexoes.ufsc.br/ MEC. SECAD. Termo de Referência para execução no ano de 2007 do Programa Conexões de Saberes: diálogo entre a universidade e as comunidades populares. Brasília, 2007. disponível em : http://www.conexoes.ufsc.br/ SANTOS, Maria Salett Tauk (org.). Inclusão digital, inclusão social? Usos das tecnologias da informação e comunicação nas culturas populares. Recife. – Ed. Do autor, 2009.