O diretor-geral do IB, Antonio Batista Filho, e o biólogo do Planeta Inseto, Mário Kokubu, falaram sobre a exposição do Aedes aegypti no Planeta Inseto em matéria do Diário Oficial, em 5 de abril de 2016.
1. Diário Oficial Poder Executivo - Seção III – São Paulo, 126 (62) terça-feira, 5 de abril de 2016
Geraldo Alckmin - Governador
Volume 126 • Número 62 • São Paulo, terça-feira, 5 de abril de 2016 www.imprensaoficial.com.br
Aedes aegypti está em
exposição no Planeta Inseto
Espaço foi criado no
Instituto Biológico para
o visitante conhecer os
hábitos e as curiosidades
da espécie e as formas de
controlar sua proliferação
O diretor-geral do instituto, An-
tônio Batista Filho, diz que há tem-
pos planejava criar esse espaço.
“Afinal, o Aedes é hoje, infelizmente,
o mais propalado inseto do Brasil
e precisamos contribuir para o seu
controle.” Ele informa que os moni-
M
uita gente pergunta como o dimi-
nuto Aedes aegypti é capaz de
transmitir tantas doenças, como
dengue, zika, chikungunya e, ainda, a
febre amarela. Responder a essa ques-
tão é difícil, mas conhecer os hábitos do
inseto e as formas de combatê-lo é pos-
sível para quem visitar o Planeta Inseto,
do Instituto Biológico (IB), na capital,
onde foi instalado um espaço dedicado
ao mosquito (ver serviço), localizado a
100 metros da sede do IB, órgão da
SecretariadeAgriculturaeAbasteci-
mento do Estado. No local, os
monitores explicam a reprodução
e os modos de combate aos focos
e as diferenças entre o Aedes e o
pernilongo comum, chamado Culex
quinquefasciatus (ver quadro).
tores, estagiários de biologia, aconselham as
pessoas, principalmente crianças, a evitar a
proliferação do pernilongo e também citam
os sintomas das doenças. Há, ainda, uma
brecha no espaço para mostrar outro inseto,
“o barbeiro, transmissor da doença de
Chagas”, informa Batista.
Movimentação – O biólogo do Planeta
Inseto,MárioKokubu,prevêvisitaçãodecercade
2 mil alunos por mês. “Somando as visitas nor-
mais,onúmerovaiaumentaraindamais.”
No espaço dos pernilongos, o IB montou
dois microscópios para as pessoas observarem,
em detalhes, o Aedes e o seu primo Culex. Há
também mosquitos em lâminas de vidro. Uma
delas, bastante curiosa, mostra um casal de
Aedes; e o visitante vai se surpreender com o
tamanho do macho, bem menor do que sua
parceira. “As pessoas dizem que jamais imagi-
navam que existia essa diferença entre os dois”,
informa Kokubu. “Quem pica as pessoas é a
fêmea do Aedes”, completa.
Os técnicos do Planeta Inseto também ins-
talaram criadouro em garrafa de PET. “Assim,
os visitantes veem as larvas se mexendo na
água”, descreve Kokubu. Ele observa que o
Aedes é um inseto tão esperto que se adapta
a eventuais mudanças de ambiente. “Prefere
água limpa, mas se não encontra, deposita
seus ovos na água suja mesmo, o que com-
plica ainda mais seu controle”, diz o biólogo.
Febre amarela – A atração costuma
ter, além de Kokubu, de três a quatro moni-
tores, dependendo do movimento. No dia 30
de março, Natália Balbino ciceroneou uma
turminha de 29 alunos da Escola Municipal
de Ensino Fundamental Rodrigo Mello
Franco de Almeida, do bairro São Mateus,
zona leste da capital.
Natália pergunta às crianças quais doenças
são transmitidas pelo Aedes. Os mais sabidos,
citam dengue, zika e chikungunya, mas esque-
cem da febre amarela. Ao ouvir falar dessa
última, incomum no Estado de São Paulo, as
crianças se surpreendem com a palavra amare-
la. “É que ataca o fígado e, por isso, deixa a pele
amarelada”, explicam os monitores.
As professoras Cristina Cavalcante e
RosemeireVazquezacompanharamosalunos.
“Não conhecíamos o Planeta Inseto e estamos
surpresas com tanta curiosidade. As crianças
estão superfelizes”, afirma Rosemeire. Entre
os alunos, Darci Oliveira Filho, de 8 anos:
“Gostei tanto que quero voltar outro dia”.
“Infelizmente, as pessoas ainda enxer-
gam esses seres diminutos com repugnância
e medo. Mas, apesar das doenças que trans-
mitem, eles são de importância fundamental
para o meio ambiente, pois servem de ali-
mento para outros animais, são decomposi-
tores de resíduos orgânicos e polinizadores de
flores e frutos”, explica Kokubu.
Baratódromo – Além dos mais novos
moradores do Planeta Inseto, o Aedes e
o Culex, o público também pode observar
outras espécies, vivas e mortas. Um dos inse-
tos que fazem mais sucesso é o curioso bicho-
pau, que faz jus ao nome. Um dos casos
de mimetismos (fenômeno de camuflagem)
mais perfeitos da natureza. Outros, que cau-
sam sensação, são as abelhas sem ferrão e as
baratas que “apostam” corrida, numa pista
chamada baratódromo.
Inaugurado em 2010, o Planeta Inseto
tem acervo para exposições itinerantes. A
última delas ocorreu em Maceió (AL), em
março, durante congresso de entomologia
(estudo dos insetos). O diretor Antônio Ba-
tista informa que “o material de reserva é
semprereunidoquandooInstitutoBiológico
recebe convite de algum lugar do Brasil”.
Otávio Nunes
Imprensa Oficial – Conteúdo Editorial
SERVIÇO
Planeta Inseto
Av. Dante Pazzanese, 64
Vila Mariana – São Paulo – SP
Informações e agendamento
(11) 2613-9500 / 2613-9400
Aberto de terça-feira a domingo,
das 9 às 17 horas
Gratuito
Estacionamento interno
Instituto Biológico
Av. Conselheiro Rodrigues Alves, 1.252
Vila Mariana – São Paulo – SP
Telefone (11) 5087-1701
O Aedes tem cor escura e marcas
brancas e prateadas no corpo e nas
pernas; o Culex é marrom ou bege
O Culex atinge até 7 mm,
três a mais do que o Aedes
O Aedes ataca a qualquer hora,
embora prefira o dia; o Culex gosta
de picar à noite
O primeiro é silencioso, enquanto o
Culex emite o conhecido zunido
Os ovos do Aedes suportam até um
ano sem água, enquanto os do Culex
ressecam quando não há umidade
O Aedes fica adulto entre sete e dez
dias após a postura do ovo;
o outro, demora até duas semanas
(Fonte: Instituto Biológico)
Saiba mais sobre o
Aedes aegypti e o Culex
FOTOS:FERNANDESDIASPEREIRA
Kokubu – Cerca de 2 mil
alunos devem visitar o
local mensalmente; fêmea
do Aedes (à esq.) é maior
do que o macho
A monitora Natália acompanhou os alunos
Professoras Cristina e Rosemeire Batista – Aedes é o mais propalado do País
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terça-feira, 5 de abril de 2016 às 03:06:42.