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FACULDADES INTREGRADAS TERESA D´ÁVILA
CURSO DE ADMINISTRAÇÃO

Sidney Orcezi
Elaine Cristina Rodrigues Alves Espíndola
Luís Marcelo de Andrade Lorena
Finanças

RESPONSABILIDADE SOCIAL EMPRESARIAL:
Uma Parceria Entre a Empresa Privada e o Terceiro
Setor

LORENA – SP
2008
FATEA
FACULDADES INTREGRADAS TERESA D´ÁVILA
ADMINISTRAÇÃO GERAL

Sidney Orcezi
Elaine Cristina Rodrigues Alves Espíndola
Luís Marcelo de Andrade Lorena
Finanças

RESPONSABILIDADE SOCIAL EMPRESARIAL:
Uma Parceria Entre a Empresa Privada e o Terceiro
Setor

Trabalho de Conclusão de Curso
apresentado ao Curso de Administração
das Faculdades Integradas Teresa
D’Ávila – FATEA, como exigência à
obtenção do título de Bacharel em
Administração de Empresas.

Professor
Prado

Orientador:

LORENA - SP
2008

André

Alves
SIDNEY ORCEZI
ELAINE CRISTINA RODRIGUES ALVES ESPÍNDOLA
LUÍS MARCELO DE ANDRADE LORENA
Finanças

RESPONSABILIDADE SOCIAL EMPRESARIAL:
Uma Parceria Entre a Empresa Privada e o Terceiro Setor

Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) apresentado
às Faculdades Integradas Teresa D´Ávila – FATEA,
como exigência para obtenção do título de Bacharel
em Administração de Empresas.

Aprovado em: ____/____/______

BANCA EXAMINADORA

André Alves Prado
Orientador

Zeila Pozzatti
Membro

Paulo Sena
Membro

Lorena, 01 de novembro de 2008
DEDICATÓRIA

Dedicamos a todos nossos familiares e amigos e aos colegas de sala que sempre estiveram
presentes no decorrer da trajetória acadêmica. E em especial nossa amiga “GABI” (Gabriela
Monteiro da Silva Carlos (in memorian)) que certamente participa dessa nossa vitoria.
AGRADECIMENTOS
Agradecemos primeiramente a Deus. Único em três pessoas, criador de todas as coisas
visíveis, que nos fortaleceu com seu amor durante toda etapa percorrida.

Ao professor André Alves Prado, agradecemos pela atenção e dedicação prestada durante a
elaboração deste trabalho e também pelos conhecimentos transmitidos no decorrer do curso,
que muito contribuiu por nosso desenvolvimento pessoal e profissional.

Ao diretor da entidade Lar Monsenhor Filippo Frei Victor Talasz por ter acreditado em nosso
trabalho, permitindo que a entidade fosse nossa referência e inspiração.

Agradeço minha esposa Áurea pelo apoio nessa jornada e pela terceira vez poder carregar em
seu ventre o fruto do nosso amor. Aos meus filhos Thiago e Guilherme por entenderem minha
ausência muitas vezes em seus momentos de lazer. Aos meus pais pelas orações e testemunho
de vida em família.

Agradeço ao meu esposo Cláudio e aos meus filhos Alisson e Natani, que muito me apoiaram,
torceram, se empenharam e passaram todas as dificuldades junto comigo para que eu chegasse
ao meu objetivo final. O meu muito obrigada a vocês. Aos meus pais que contribuíram muito
para formar os meus princípios e valores, me dando garra para que eu chegasse até aqui.

Agradeço a todos os meus familiares, em especial ao meu pai Francisco, muito obrigado pela
motivação, dedicação e compreensão, em todos os momentos desta e outras caminhadas.

A todos nossos professores e amigos que contribuíram direta ou indiretamente para a
execução dessa monografia sejam através de palavras de estímulo ou uma contribuição
específica.
ORCEZI, S. ESPÍNDOLA, E.C.R.A. LORENA, L.M.A. Responsabilidade Social
Empresarial: Uma Parceria Entre a Empresa Privada e o Terceiro Setor. 2008. 58 p.
Trabalho de Conclusão de Curso em Administração com Habilitação em Finanças,
Faculdades Integradas Teresa D’Ávila, FATEA, Lorena.

RESUMO
O presente trabalho tem por finalidade contribuir para um melhor entendimento dos conceitos
de Responsabilidade Social Empresarial (RSE) e Filantropia, atualmente muito presente no
meio acadêmico e empresarial onde se debate a respeito de temas relacionados ao papel e
desempenho pelas empresas no processo de desenvolvimento e justiça social. Neste atual
estudo o Terceiro Setor é analisado sobre uma nova concepção, seja pela sua importância nos
tratos sociais, ou na abordagem cada vez mais profissional das organizações que o compõem.
Descreve-se o conceito sobre qual é a formação desse setor, um modelo de estrutura
organizacional, estatísticas e estimativas sobre parcerias de empresas. Há uma abordagem
sistêmica sobre a gestão do Terceiro Setor, as funções gerenciais e a captação de recursos pela
qual este setor se torna sempre um desafio para aqueles que o administram. Neste trabalho
acadêmico há um programa de ação social para atender crianças de 6 a 10 anos, para que
possa vir, por meio desse programa, celebrar uma parceria entre a entidade do Terceiro Setor
e alguma empresa privada da região do Vale do Paraíba.

Palavras-chave: Responsabilidade Social; Terceiro Setor; Filantropia; Administração de
Empresas.
ORCEZI, S. ESPÍNDOLA, E.C.R.A. LORENA, L.M.A. Social Responsibility
Entrepreneurial: A Partnership Between Private Enterprise and the Third Sector. 2008. 58 p.
Completion of work of course in Enterprise Management in Finance with Proof, Integrated
Colleges Teresa D'Avila, FATEA, Lorena.

ABSTRACT
This work intends to contribute to improve the understanding in concepts of Social
Responsibility Entrepreneurial (SRE) and Philanthropy, which nowadays are much discussed
in the Academic and Entrepreneurial Environment. In these environments themes related
with paper and performance of the companies are discussed concerning about the process of
development and social justice. In this study the Third Sector is analyzed seeking a new
conception, for its importance in the social treatments, or in the approach more and more
professional of the organizations. Besides that, the study describes the concept about the
formation of this sector, an organizational structure model, statistics and estimates about
partners between companies. Moreover there is a systemic approach about the Third Sector
management, the managerial functions and the resources reception that becomes frequently a
challenge for whom manage them. It is still showed a program of action social for 6 to 10
year-old children, celebrating through it a partnership between the entity of Third Sector and
some private enterprise from the region of Vale do Paraíba.
Key-words: Social Responsibility; Third Sector; Philanthropy; Enterprise Management.
Sumário
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 10
1.1 Apresentação ................................................................................................................... 10
1.2 Problema de pesquisa ...................................................................................................... 10
1.3 Justificativa ..................................................................................................................... 11
1.4 Objetivo........................................................................................................................... 11
1.5 Delimitação do Estudo .................................................................................................... 11
2 HISTORICO DA INSTITUIÇÃO ..................................................................................... 12
3 FUNDAMENTAÇÃO TEORICA ...................................................................................... 14
3.1 Responsabilidade Social ................................................................................................. 14
3.1.1 Filantropia e Responsabilidade Social ..................................................................... 17
3.1.2 Ética.......................................................................................................................... 18
3.1.3 Os Mandamentos da Ética........................................................................................ 19
3.2 Terceiro Setor.................................................................................................................. 21
3.2.1 Entidades que Formam o Terceiro Setor.................................................................. 21
3.2.2 Terceiro setor e Ações de Parcerias ......................................................................... 25
3.2.3 Efetiva Participação das Empresas no Terceiro Setor.............................................. 27
3.3 Gestão do Terceiro Setor ................................................................................................ 28
3.3.1 Funções Gerenciais .................................................................................................. 28
3.3.2 Captação de Recursos .............................................................................................. 29
4 METODOLOGIA ............................................................................................................... 35
4.1 Tipo de estudo ................................................................................................................. 35
4.2 Local de estudo ............................................................................................................... 35
4.3 População do estudo ....................................................................................................... 35
4.4 Instrumento de coleta de dados ....................................................................................... 35
4.5 Análise de dados ............................................................................................................. 35
5 RESULTADOS E DISCUSSÃO ....................................................................................... 37
5.1 Resultado da Pesquisa Atual ........................................................................................... 41
5.2 Integração entre as Pesquisas Quantitativa e Qualitativa ............................................... 46
6 PROJETO PEQUENO CIDADÃO .................................................................................. 48
6.1 Recursos e Custos ........................................................................................................... 51
6.2 Cronograma de Desembolso Mensal .............................................................................. 53
7 CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................................. 54
7.1 Preposição do Plano de Melhorias .................................................................................. 54
REFERENCIAS .................................................................................................................... 56
ANEXOS ................................................................................................................................ 58
1 INTRODUÇÃO
1.1 Apresentação
Com advento do século XXI, surgimento diário de novas tecnologias, efeito da
globalização na economia mundial, a busca estressante do ter, as grandes manobras de fusão,
incorporando empresas para alcançar cifras milionárias, não livraram a sociedade de velhos
desafios. Como diminuir as diferenças sociais, como garantir o acesso à boa educação,
moradia e a saúde. Existe ainda em muitos lugares o trabalho escravo, exploração de mão
obra infantil e o trabalho sem as mínimas condições de segurança e saúde. A exploração
acontece em vários lugares e em todos os sentidos lesando sempre o menos favorecido. Essas
são algumas questões que devem ser resolvidas.
Sobre esse cenário o governo e os agentes públicos, cada vez mais conscientes de suas
dificuldades em garantir o bem estar da sociedade, aliam-se com as Organizações Sociais,
visando uma efetiva participação nas ações sociais. Como se encontram mais próximas da
sociedade, essas organizações assumem uma postura de liderança e desenvolvem modelos de
gestão mais adequada em diferentes áreas. Hoje no Brasil inúmeras fundações e empresas
privadas atuam no terceiro setor, executando projetos, investindo em recursos financeiros ou
materiais. Verifica-se ainda um grande número de financiadores sejam nacionais ou
internacionais, que apóiam cada vez mais as iniciativas feitas pelo terceiro setor.
O presente trabalho está direcionado na Responsabilidade Social Empresarial, seu
público e os aspectos éticos em questão, bem como conceitos sobre qual é a formação do
Terceiro Setor, suas estimativas, parcerias com empresas, pesquisas e modelo de estrutura
organizacional. Finaliza-se o capítulo sobre conceitos de gestão, funções gerenciais e a
captação de recursos pela qual o Terceiro Setor torna sempre um desafio para aqueles que o
administram.

1.2 Problema de pesquisa
Para a análise da Responsabilidade Social é preciso esclarecer a diferença de
Responsabilidade Social Empresarial (RSE) e Filantropia, a partir dos resultados obtidos
colocar em questão: Como apresentar uma proposta de ação social ao setor corporativo que
venha atender crianças com idade entre 6 a 10 anos na entidade Lar Monsenhor Felippo e
assim fomentar a parceria?
10
1.3 Justificativa
O fator decisivo da escolha do tema para estudo partiu da opinião de cada membro do
grupo sobre a questão da exclusão social, seja ela no campo da educação, do trabalho ou da
cultura. Dar oportunidade a quem está excluído foi determinante para iniciar essa pesquisa.
Esperar ações dos órgãos governamentais, além de serem insuficientes para atender a
demanda corre-se o risco de fomentar a corrupção e o desvio do dinheiro, ato tão corriqueiro
no país. Por isso qualquer atitude que venha do cidadão é fundamental para poder mudar essa
desigualdade social existente em nossa sociedade, e tornar um mundo melhor, mais humano.
Entende-se também que compete às empresas exercer um papel importante no
combate à pobreza na sociedade. A prática da Responsabilidade Social como parte estratégica
empresarial é uma ferramenta poderosa que deve ser assumida pela organização. Do ponto de
vista da competitividade ter um diferencial a mais, mantém a frente de seus concorrentes.

1.4 Objetivo
Com o esclarecimento feito sobre Responsabilidade Social Empresarial e Filantropia,
objetiva-se a aplicabilidade do projeto elaborado para a entidade Lar Monsenhor Filippo.

1.5 Delimitação do Estudo
Delimita-se esta pesquisa quanto à parte teórica o tema Responsabilidade Social
Empresarial entende-se que é um tema que vem modificando o sistema de gestão das grandes
corporações, mas ainda limitado às pequenas empresas.
Para parte prática o estudo de pesquisa será tomado o público externo direcionado na
comunidade, para demanda referente à melhoria da qualidade de vida na comunidade, aqui
representada por uma Entidade Filantrópica.

11
2 HISTÓRICO DA INSTITUIÇÃO
O Lar Monsenhor Filippo foi fundado em 1940 iniciando suas atividades em 15 de
março de 1941 como entidade civil sem fins lucrativos, sediada no município de
Guaratinguetá - SP.
A instituição inicialmente denominada Colégio São José foi fundada por iniciativa do
então Padre Filippo. Posteriormente denominado Monsenhor Filippo, preocupado desde 1895
com a situação dos meninos carentes da cidade que não tinham onde morar e nem condições
para estudar.
O terreno escolhido para abrigar a construção da instituição, foi próximo a Santa Casa
de Misericórdia de Guaratinguetá, tratava-se de um grande sobrado, todo murado, com
amplos dormitórios, salas e muito espaço para estudo e recreação. Sua construção durou 03
anos.
Inicialmente a administração da casa foi entregue aos cuidados da Ordem Salesiana, a
exemplo do Colégio do Carmo, devido à preocupação de Monsenhor Filippo a educação
religiosa das crianças; posteriormente o colégio foi entregue a administração de Ordem
Franciscana.
Em 1950, o colégio São José foi desapropriado devido o projeto de construção da
rodovia que ligaria Rio de Janeiro a São Paulo, atual Rodovia Presidente Dutra.
Em 1955 a instituição foi transferida para o Bairro de Potim, (município emancipado
em 1991) onde inicialmente atendia crianças e adolescentes abandonados ou “em situação
irregular”, em sistema de internato, oriundos da própria região do Vale do Paraíba ou
encaminhados pela Febem (Fundação do Bem Estar do Menor do Estado de São Paulo).
Com a promulgação da lei que institui o Estatuto da Criança e do Adolescente, a
entidade precisou rever suas finalidades estatutárias, e conseqüentemente adaptar suas
atividades a uma nova proposta pedagógica.
A maioria da população não tem qualificação profissional e vive do comércio
ambulante, no município de Aparecida.
Em 1992 foi implantada uma creche (única no município) para atender crianças de 03
meses a 06 anos, mas logo constata-se a necessidade de ampliar o atendimento para crianças
de 7 a 12 anos, através de atividades de apoio escolar e extra curricular, em sistema de um
período, o antigo internato. Outra necessidade no município refere-se ao idoso. Nesse sentido
a Entidade cria o Grupo da 3ª idade São Francisco de Assis que funciona como um Centro de
Convivência do Idoso.
12
Em 2001 foi implantado no Município através de convênio com a Prefeitura Municipal
o Programa da Saúde da Família que atende através de 5 equipes implantadas em 5 bairros do
município.
Em 2.002 para atender as necessidades do município e região foi implantado o Projeto
Oásis que acolhe adolescentes em conflito com a lei, através de medidas sócio-educativas:
Liberdade Assistida e Prestação de Serviço à comunidade em convênio com a Febem
(Fundação do Bem Estar do Menor) atendendo o que preconiza o Estatuto Criança e
Adolescente em seu art.º 112.
Em 2002 foi implantado, o Centro de Fisioterapia de Potim para atender cerca de 250
pessoas por mês que necessitam de tratamento especializado, anteriormente inexistente no
Município.
As ações da Entidade Lar Monsenhor Filippo voltam-se para: Assistência Social;
Educação; Saúde, a saber:
Centro de Educação Infantil Amiguinhos do Sol (creche);
Escola de Esportes Frei Mariano;
Escola de Informática e Cidadania;
Projeto Oásis (atendendo somente o município de Potim);
Centro de Convivência do Idoso São Francisco;
Centro de Fisioterapia de Potim – aberto a população;
Gabinete Odontológico – atendendo rede ensino do município e a Entidade;
Programa Saúde da Família – aberta a população.
O plano de ação do Lar Monsenhor Filippo, privilegia os segmentos: criança,
adolescente, Assistência Social; portanto sua ação vai à direção de necessidades já
dimensionadas. Em especial o Lar, pretende tornar a família centro de todas as suas ações,
neste exercício, uma vez que no Município de Potim esse segmento apresenta vulnerabilidade
e fragilidades que justificam os índices de desenvolvimento humano especialmente precário.

13
3 FUNDAMENTAÇÃO TEORICA

3.1 Responsabilidade Social
Responsabilidade Social é qualquer ação que contribui para melhoria da qualidade de
vida da sociedade, pressupõe uma relação de ética e transparência de uma organização com
todas as suas partes interessadas, visando o desenvolvimento sustentável. A ação de
responsabilidade social não é individual e sua ação reflete da empresa em prol da cidadania.
Com isso a empresa pratica e demonstra uma atitude de respeito e estímulo à cidadania
corporativa; consequentemente existe uma associação direta entre o exercício da
Responsabilidade Social e o da cidadania empresarial. (ASHLEY, 2005, p. 26).
A Responsabilidade Social Empresarial é um tema de grande relevância nos principais
centros da economia mundial, nos Estados Unidos e na Europa proliferam os fundos de
investimentos formados por ações de empresas socialmente responsáveis. O Sustainability
Index, da Dow Jones, por exemplo, enfatiza a necessidade de integração dos fatores
econômicos, ambientais e sociais nas estratégias de negócios das empresas. As empresas estão
buscando maior conhecimento do assunto, as ONGs estão se profissionalizando, os parceiros
e clientes estão cobrando conduta social das empresas antes de com ela negociar. Karkotli
(apud ASHLEY 2002, p. 6), por sua vez, conceitua Responsabilidade Social Empresarial
como:
O compromisso que uma organização deve ter para com a sociedade,
expresso por meio de atos e atitudes que a afetem positivamente de modo
amplo e a alguma comunidade de modo específico, atingindo proativamente
e coerentemente no que tange a seu papel específico na sociedade e a sua
prestação de contas com ela.

Responsabilidade Social é o comprometimento das empresas em adotar atitudes éticas
e contribuir para o desenvolvimento social de seus empregados, comunidade e principalmente
de toda sociedade. Atualmente refletir e colocar em prática o tema responsabilidade social
empresarial é dar um passo a adiante, é estar à frente das empresas concorrentes é agregar
valor a seus produtos e serviços. Na interpretação de Karkotli (2006, p. 44)
Numa visão geral, responsabilidade Social Empresarial é toda e qualquer
ação que possa contribuir para a melhoria da qualidade de vida da sociedade,
possibilitando que as organizações demonstrem toda sua preocupação por
meio de significativos projetos sociais.

14
Observa-se então que responsabilidade social empresarial está intimamente ligada
tanto ao público interno quanto ao público externo, esse conceito pode ser mais bem
entendido respectivamente a seguir:
a) Público Interno: O ambiente interno é também definido como direto ou
operacional, pode ser identificado como aquele que influencia ou é influenciado por ações ou
elementos que tem relação direta com as atividades empresariais.
Os empregados e dirigentes fazem parte do ambiente interno da organização que deles
recebem capacidade de trabalho, empenho, lealdade, esforço físico ou intelectual. Outro grupo
de ação direta na atividade da empresa são os acionistas e/ou investidores. O esquema
proposto por Melo Neto; Fróes (2004, p.195), representado pela figura 1 permite visualizar a
questão.

Cumprimento das
obrigações
trabalhistas

Melhoria da
qualidade do
ambiente e da
vida no trabalho

Desenvolvimento
profissional

Gerenciamento
da diversidade

Concessão dos
benefícios

Gestão de
mobilidade
interna

Ações de gerenciamento do relacionamento com
público interno

Divulgação e
democratização
das informações

Inclusão social
dos portadores
de deficiência

Incentivo á
participação
em sindicatos
e associações

Figura 1. Ações de Gestão da Responsabilidade Social.
Fonte: Melo Neto; Fróes (2004, p.195).

b) Público Externo: O ambiente externo ou indireto pode ser compreendido como
aquele que não interage diretamente no funcionamento da organização, mas pode influenciar
nas decisões tomadas por seus administradores.
15
Esse público externo seria os consumidores, fornecedores, concorrentes, governos,
grupos de interesses especiais, a mídia, o sindicato de trabalhadores, instituições financeiras,
etc.
Essa preocupação em estabelecer sólidos princípios de Responsabilidade Social
Empresarial dentro das organizações não se restringe as empresas multinacionais atuantes no
Brasil, como é o caso da Shell e da Xérox, reconhecidamente avançadas no desenvolvimento
de práticas de Responsabilidade Social Empresarial no mundo inteiro, mas também empresas
nacionais como a Sadia S/A e Perdigão Agroindustrial S/A que mantém ações de
responsabilidade social. (ASHLEY, 2005, p. 26).
De acordo com a pesquisa feita em pelo Instituto Akatu em parceria com Instituto
Ethos (2003, p. 22). Verifica-se que, quem mais desenvolve ações de Responsabilidade Social
Empresarial são as empresas de grande porte com 59%, e que as empresas de médio e
pequeno porte desenvolvem ações filantrópicas em 21% e 20% respectivamente. Outra fonte
de pesquisa foi feita entre 5 e 6 de julho de 2004, em todo Estado de São Paulo, em uma
amostragem com 425 MPEs (Micro e Pequenas Empresas no Estado de São Paulo). A
pesquisa indica que as ações sociais das empresas são motivadas, principalmente, pelo desejo
de colaborar com a sociedade (78%) e pelas solicitações apresentadas por de entidades sociais
(55%). SEBRAE (2005).
A Responsabilidade Social Empresarial anda em alta no meio empresarial. O
levantamento da francesa IPSOS-OPINION (2008) indica que o principal objetivo das
corporações brasileiras na hora de gastar suas verbas de patrocínio é mostrar ao público seu
compromisso social, que é representada através do gráfico 1.
Demonstrar Respon. Social
70%
60%

Rel. com público de interesse

62%
55%53%

50%

Mudar ou reforçar a imagem
38%

Aumentar a fidelidade a marca

40%
30%

23%

20%

21%
15% 15%

Gerar lembrança/visibilidade
Al. vendas experimentação de prod.

10%
0%
1

Endomarketing
Diferenciar-se dos concorrentes

Gráfico 1 - Objetivos das Corporações com Patrocínios.
Fonte: Emprega Brasil - IPSOS OPNION (2008)
16
Na visão de Melo Neto; Fróes (2004, p. 29, 30) existem dois pontos a serem
lembrados sobre exercício de responsabilidade social: ações comunitárias e projetos sociais
próprios, que pode ser observado na figura 2.
As ações sociais comunitárias correspondem á participação da empresa em
programas e campanhas sociais realizadas pelo governo, entidades
filantrópicas ou comunitárias ou por ambas. Tal participação ocorre por meio
de doações para campanhas sociais, adoção de praças, creches, postos de
saúde. Já em projetos sociais próprios, o retorno social a imagem e de mídia
são os de maior peso. A empresa estreita laços com a comunidade fortalece
sua imagem, e obtém ganhos sociais expressivos, que se refletem no
aumento do seu faturamento, vendas e participação no mercado.

Ações Comunitárias
Ação indireta na comunidade.
Transferência/repasse de recursos
entidades.
A gestão é feita por terceiros
São ações de doação e apoio.

Projetos Sociais próprios
Ação direta sobre a comunidade.
para Aplicação direta dos recursos.

A gestão é feita pela própria empresa.
São ações de fomento ao desenvolvimento
social.
Gera
retorno
tributário,
social
e Geram retorno social e de mídia
institucional.
institucional.
Não demandam ações de marketing social.
Demanda ações de marketing social.
Figura 2 - Modalidades de exercícios de responsabilidade social corporativa.
Fonte: Melo Neto, Fróes (2004, p. 29).

3.1.1 Filantropia x Responsabilidade Social
Filantropia é baseada no assistencialismo, ao dever moral e ético dos que praticam,
surge o desejo de ajudar os pobres, desvalidos, desfavorecidos. Por outro lado a
Responsabilidade Social Empresarial busca o desenvolvimento de toda a sociedade. Ela é
mobilizadora, ela promove a inclusão social e recupera a civilidade. Segundo Melo Neto;
Fróes (2004, p. 26)
[...] a Responsabilidade Social é um estágio mais avançado no exercício da
cidadania corporativa. Tudo começou, no entanto com a prática de ações
filantrópicas. Empresários, bem sucedidos em seus negócios, decidiram
retribuir á sociedade parte dos ganhos que obtiveram em suas empresas, tal
comportamento reflete uma vocação para um ato de caridade [...]
[...] No bojo desta onda de filantropia surgiram às entidades filantrópicas
em busca de recursos dos empresários filantropos.
A responsabilidade é diferente, tem a ver com a consciência social e o dever
cívico, ela não é individual, reflete a ação de uma empresa em prol da
cidadania [...]

17
Conforme (Melo Neto; Fróes, 2004 p. 28) existem algumas diferenças entre
Filantropia e Responsabilidade Social, pode-se observar na tabela 1 que:
Tabela 1 - Diferenças entre Filantropia e Responsabilidade Social
Filantropia

Responsabilidade Social

Ação individual e voluntária

Ação coletiva

Fomento da caridade

Fomento da cidadania

Base assistencialista

Base estratégica

Restrita a empresários filantrópicos e

Extensiva a todos

abnegados
Prescinde de gerenciamento

Demanda gerenciamento

Decisão individual

Decisão consensual

Fonte: Melo Neto; Fróes (2004).

Desenvolver Responsabilidade Social é promover o bem estar dos funcionários, dos
acionistas, do meio ambiente e principalmente da sociedade. As empresas socialmente
responsáveis destacam-se pelo seu padrão de comportamento social, econômico, cultural e
político. Com base nessas atitudes as empresas adquirem um enorme valor quanto à sua
imagem, a marca e aos produtos e serviços.

3.1.2 Ética
A ética por sua vez é uma ação, é a maneira de colocar em prática os valores morais da
empresa. É uma forma de traduzir a moral em atos concretos e se identifica a ética vindo da
hierarquia de valores morais da empresa. O exercício da Responsabilidade Social Empresarial
e a ética andam de mãos dadas.
A norma de ética ou de compromisso social é uma ferramenta muito usada para a
realização da visão e missão da empresa, onde suas atitudes e postura social ficam visíveis em
todo o seu meio de relacionamento. A formalização desses compromissos éticos é importante
para que possa se relacionar com todos os seus parceiros e envolvidos nesse contexto social.
(ASHLEY, 2002)

18
Segundo Ashley (2002) a auto-regulação da conduta.
O código de ética ou de compromisso social é um instrumento de realização
da visão e da missão da empresa, orienta suas ações e explicita sua postura
social a todos com quem mantém relações. O código de ética e/ou de
compromisso social e o comprometimento da alta gestão com sua
disseminação e cumprimento são bases de sustentação da empresa
socialmente responsável. A formalização dos compromissos éticos da
empresa é importante para que ela possa se comunicar de forma consistente
com todos os parceiros dado o dinamismo do contexto social é necessário
criar mecanismos de atualização do código de ética e promover a
participação de todos os envolvidos [...].

3.1.3 Os Mandamentos da Ética
Segundo Melo Neto; Fróes (2004) uma empresa é socialmente responsável se
apresentar alguns requisitos, que podem ser observados na tabela 2.

Tabela 2 - Empresa Socialmente Responsável.
a) Ecológica.

e) Saudável.

Use papel reciclado em produtos e

Dá incentivos financeiros para funcionários

embalagens

que alcançam metas de saúde como redução
de peso e colesterol baixo

b) Filantrópica

f) Educativa

Permite que os funcionários reservem parte

Permite que grupos de estudantes visitem as

do horário de serviços para a prestação de

suas dependências

trabalho voluntário
c) Flexível

g) Comunitária

Deixa que os funcionários ajustem sua

Cedem as suas instalações esportivas para

jornada de trabalho ás necessidades pessoais

campeonatos de escolas das redondezas.

d) Interessada

h) Integra

Faz pesquisas entre os funcionários para

Não lança mão de propaganda enganosa,

conhecer seus problemas e tentar ajudá-los

vendas casadas e outras práticas de
marketing desonesto.

Fonte: Melo Neto; Fróes (2004, p. 34).

Para Melo Neto; Fróes (2004) o interesse da empresa por seus funcionários é apenas
um dos indicadores da sua Responsabilidade Social interna. Não basta fazer pesquisas
somente para conhecer os problemas dos funcionários, mas é necessário também pesquisar os
problemas de seus familiares, dos prestadores de serviços e comunidade.
A ênfase na saúde dos funcionários extrapola questões como redução de peso e
colesterol baixo e engloba outras questões relacionadas á saúde mental, ocupacional e a
segurança no trabalho. No campo da educação, o escopo é ainda maior, compreende ações de
formação, treinamento e capacitação profissional, tanto para funcionários e seus dependentes,
quanto para clientes, fornecedores e demais parceiros, além da sociedade e da comunidade.
Em suas relações com a comunidade, à empresa socialmente responsável não se limita
a ceder suas instalações para a prática esportiva e para atividades de cunho social e cultural
dos alunos das escolas das redondezas. O aspecto é muito mais amplo: ações de inserção
social, ações de fomento do desenvolvimento social, ações de apoio social. Segundo Melo
Neto; Fróes (2004) “[...] a integridade é a base ética do comportamento da empresa
socialmente responsável. É talvez a dimensão de maior amplitude, envolve a ética não
somente aplicada aos negócios [...]”.
De acordo com Melo Neto; Fróes (2004, p. 194) ações de gestão da Responsabilidade
Social com base nos valores e princípios éticos podem ser observadas na figura 3.

Elaboração do
código
de ÉTICA
Ações de
gerenc.
princípios e
valores
de Respon

Gerenciamen
to do
comportame
nto
ético
Elaboração
do
documento declaração
de valores da
Gerenciamento do
comportamento

Elaboração e
publicação
do
balanço
Gerenc. do
relacionamento com o
governo

Figura 3 - Ações de Gestão da Responsabilidade Social
Fonte: Melo Neto; Fróes (2004, p. 194).
19
3.2 Terceiro Setor
O Terceiro Setor vem crescendo no Brasil de forma significativa, para tornar claro
esse conceito é preciso entender suas origens, suas mudanças estruturais e atuação das
organizações que o compõem. A expressão “terceiro setor” é uma tradução do termo em
inglês third sector, que nos Estados Unidos é usado junto com outras expressões, como
“organizações sem fins lucrativos” (nonprofit organizations) ou “setor voluntário” (voluntary
sector). (ALBUQUERQUE, 2006, p.18)
No Brasil e na América Latina, também se utiliza a expressão “sociedade civil”, esse
conceito tem origem no século XVIII, que pode ser entendido como uma constituição de
organizações sem fins lucrativos e não-governamentais, que tem basicamente um objetivo
social em vez de procurarem gerar lucro, são independentes do Estado porque são
administradas por um grupo independente de pessoas e não fazem parte de um departamento
de um governo, autoridades locais ou de saúde e reinveste todo o seu saldo financeiro nos
serviços que oferecem ou na própria organização. A sociedade civil também pode ser
entendida como um conjunto de associações e organizações livres, não pertencentes ao Estado
e não econômicas que, entretanto, têm comunicação com o campo público e com
componentes sociais. (ALBUQUERQUE, 2006, p. 19).
Atualmente, a expressão “organizações da sociedade civil” vem sendo utilizada como
um conjunto de instituições que se distingue do Estado. As organizações que compõem o
denominado Terceiro Setor têm características comuns, fazem contraponto às ações do
governo, os bens e serviços públicos resultam da atuação do Estado e também na
multiplicação de várias iniciativas particulares. Fazem contraponto às ações de mercado,
abrem o campo dos interesses coletivos para a iniciativa individual. Dão maior dimensão aos
elementos que as compõem, realçam o valor tanto político como econômico das ações
voluntárias sem fins lucrativos. Projetam uma visão integradora da vida pública, enfatizam a
complementação entre ações públicas e privadas. (ALBUQUERQUE, 2006 p.19)

3.2.1 Entidades que Formam o Terceiro Setor
Após compreender o surgimento do Terceiro Setor, ou seja, sua origem é de suma
importância analisar conceitualmente os principais tipos de entidades que o compõem,
principalmente fazer uma menção maior às organizações sem fins lucrativos e nãogovernamentais, que é basicamente constituída a instituição Lar Monsenhor Filippo na qual o
presente projeto irá se direcionar.
20
a) Igrejas e Instituições Religiosas: As igrejas e instituições religiosas estão
inteiramente ligadas com a formação do Terceiro Setor, teve ao longo da história uma efetiva
participação na coordenação e administração da sociedade civil, sempre buscando o bem estar
social, principalmente nas áreas da educação, saúde e assistencialismo. A igreja
principalmente a católica, teve e tem um papel decisivo na formação do Terceiro Setor no
Brasil. As Santas Casas foram pioneiras na área e, após a Proclamação da República, quando
a separação entre Estado e Igreja, tornaram-se as primeiras organizações sem fins lucrativas
do país. Se considerarmos todas as organizações criadas ou mantidas por igrejas, veremos que
elas representam 38,6 % das organizações no Brasil, uma para cada três existentes.
(ALBUQUERQUE, 2006, p. 34).
b) Associações: As associações são constituídas por um agrupamento de pessoas que
interage com seus associados ou com a própria comunidade e, que colaboram com suas
qualificações e conhecimentos direcionados para um mesmo objetivo, promover a satisfação
social de todos. Associação é uma reunião ou o agrupamento de pessoas para a realização e
consecução de objetivos comuns (ideais) sem a finalidade lucrativa. É dotada de
personalidade jurídica. Assim, suas características são: reunião de diversas pessoas para a
obtenção de um fim ideal, a ausência de finalidade lucrativa e o reconhecimento de sua
personalidade por parte da autoridade competente. Quando tenham por objetivos fins
humanitários, beneficentes, culturais, literários etc., colimando efetiva e exclusivamente ao
bem estar da coletividade, podem ser declaradas de utilidade pública, desde que atendidos os
requisitos impostos por lei. (SEBRAE, 2008)
c) Fundações: Em primeiro lugar a fundação é um conjunto de bens, ou seja, um
patrimônio que tem objetivo de servir fins de utilidades públicas ou beneficências. Fundação é
um patrimônio que, associado a uma idéia do instituidor, é colocado a serviço de um fim
determinado. Qualquer fundação será sempre sinônimo de patrimônio, destinado à
consecução de um fim não-egoístico, em beneficio da comunidade, em decorrência de um
estatuto previamente aprovado. (CAMARGO, 2001, p. 37)
d) Organizações Sem Fins lucrativos e Não-Governamentais (ONGs): São
organizações constituídas pela sociedade civil sem fins lucrativos e que tem como objetivo a
solução de algum problema da sociedade, seja ele social ou ambiental, ou ainda a
reivindicação de direitos e melhorias do poder público.

21
São instituições privadas e sem fins lucrativos que, ao obter algum resultado
econômico de suas atividades, devem reinvesti-lo na atividade alvo da organização. Apesar de
não-governamentais, os fins que essas instituições se dedicam têm características de serviço
público, ainda que em escala diferente do realizado pelo Estado. São instituições inteiramente
organizadas, eficientes e de grande confiabilidade, geralmente mobilizam a opinião pública e
consegue o apoio da população para modificar determinados aspectos da sociedade. É pela
eficiência e importância do trabalho que vem sendo desenvolvido por essas organizações que
sindicatos, associações, movimentos, redes sociais, igrejas, órgãos governamentais e
universidades formam parcerias para trabalhar com as ONGs em programas, projetos,
seminários,

campanhas,

etc.,

conseguindo,

assim,

potencializar

seu

trabalho.

(ALBUQUERQUE, 2006, p.31).
Dentro dessas organizações, inclusive a Instituíção Lar Monsenhor Felippo, a qual é
objeto de estudo, existe toda uma hierárquia que vai desde do Conselho até a Equipe Técnica
ou Setores, pode-se destacar conceitualmente cada um deles. (ESTATUTO LAR
MONSENHOR FILIPPO, 2008)
a) O Conselho: Nas organizações do terceiro setor o Conselho esta no topo da
pirâmide, sua composição é feita pela Diretoria Executiva, Conselho Fiscal e é composta por
voluntários que se enquadram na classificação - Voluntários de Gestão. Conforme Lei nº.
9770 de 1999, esses dirigentes não podem receber nenhum tipo de remuneração, nem
participar das distribuições de eventuais excedentes operacionais, nem bonificações. O
conselho tem funções especiais e, é de sua responsabilidade o governo da Organização Social.
Sua formação é composta por empresários, políticos e pessoas de destaque na sociedade onde
esta inserida a Organização. É ela quem aprova ou não as decisões da diretoria executiva.
Cabe ao conselho representar a credibilidade da Organização junto ao público externo,
captação de sócios e patrocínios. Governar é assumir o desempenho da Organização, mas sem
interferir nos detalhes do sistema de monitoramento. (HUDSON, 1999) Cabe esse
monitoramento a equipe técnica que abordaremos mais adiante.
Muito embora os Conselhos utilizem de poucas reuniões, são eles que se preocupam
com assuntos e crises em curto prazo. Para bom andamento da Organização Social, o
Conselho em sua maioria divide-se em Conselho Diretor e Conselho Fiscal, sendo escolhidos
perante a Assembléia Geral e com definições específicas.

22
b) Diretoria Executiva: Subordinado ao Conselho, a Diretoria Executiva assume a
responsabilidade administrativa da Organização. É composta pelo Presidente, Vice
Presidente, Tesoureiro e Secretário. A diretoria executiva é quem define os cargos e as
funções, elabora o orçamento anual e estratégico e o de trabalho a serem desenvolvidos pelos
demais setores, emitem parecer sobre operações de créditos bem como venda ou compra de
imóveis.
c) Conselho Fiscal: Também subordinado ao Conselho, auxilia a diretoria executiva
na administração, analisa e fiscaliza as ações da diretoria executiva, aprovam orçamentos,
confere balanços e demais atos administrativos e financeiros.
d) Secretaria: É órgão de administração da Entidade, composta por dois ou mais
secretárias (os). Nomeados pela Diretoria Executiva. Entre suas atividades principais, está: à
coordenação de projetos, contratação serviços de terceiros e representatividade da Entidade
ativamente em juízo ou fora dele.
e) O Administrador: Profissional normalmente formado em administração de
empresa, com praticas administrativas em gestão nas empresas privadas e públicas, embora
com o crescimento do setor, esse administrador passa a ter perfil voltado para a demanda
especificas dessas organizações. É remunerado pelo seu trabalho. Será o elo entre a equipe
técnica e os Conselhos. Terá como objetivo principal concentrar tempo e esforço na missão,
nos objetivos, na estratégia e nos planos operacionais.
f) Equipe Técnica ou Setores: A equipe técnica em uma Organização Social ou ONG
exerce papel importante, pois estarão diretamente ligados aos projetos, cabendo a ela redigir
com clareza e objetivo os documentos, que a partir deles será posto em discussão pelo
Conselho para tomada de decisões e revisão da estratégia. Os profissionais que compõem a
equipe técnica são remunerados e vivem a uma jornada de trabalho normal como qualquer
outro colaborador do setor privado. Porém entre equipe técnica e o Conselho existe a pessoa
do administrador.
O organograma a seguir demonstra a estrutura da Instituição Lar Monsenhor Filippo,
representada pela figura 7
23
ASSEMBLÉIA GERAL
CONSELHO
DIRETORIA
EXECUTIVA

CONSELHO FISCAL

SECRETARIA
ADMINSITRADOR
ADMINSITRADOR
EQUIPE TECNICA
SETORES
Figura 7 - Organograma Estrutural do Lar Monsenhor Filippo
Fonte: Os autores, 2008.

3.2.2 Terceiro Setor e Ações de Parcerias
Para entender essas denominações é preciso conhecer o papel de cada um dentro da
sociedade, o primeiro setor é o Estado, que de certa forma deveria ser responsável pelas
questões sociais, garantindo a todos os cidadãos o bem estar social, o segundo setor é o
privado que é responsável pelas questões individuais. Com enfraquecimento do Estado em
resolver os inúmeros problemas sociais, o setor privado começou a encontrar meios para
amenizar tais problemas através de inúmeras instituições que compõem o chamado Terceiro
Setor.
De modo geral o Estado começa a reconhecer que as ONGs tomaram uma postura de
liderança nesse meio, acumulando vários recursos como experiências e conhecimentos sobre
como superar os problemas sociais e que as qualificam como parceiros do Estado e de
inúmeras empresas, reforçando a tendência de modernização e de aumento da
profissionalização para as instituições integrantes do setor, que passaram a investir em
melhorias de qualidade, transparência de ação e resultados, aumento da visibilidade e da
credibilidade. Através de ações como as de parcerias entre Estado, empresas e sociedade se
têm a grande importância de pensar e agir de maneira igualitária chegando ao consenso de que
dessa forma alcançarão objetivos em prol de interesses comuns.
24
Hoje em dia qualquer indivíduo, independente de raça, religião e posição social é
chamado a colaborar de forma significativa com a justiça social, no entanto trilhar esse
caminho com as próprias pernas se torna difícil, é preciso construir alianças. Parceria tem sido
um termo bastante utilizado e difundido, buscando caracterizar o que seria um novo modelo
de relação entre as várias organizações da sociedade: Ongs, governos, agências multilaterais,
fundações, igrejas, sindicatos, empresas, entidades assistenciais. Sua virtude viria do fato de
enfatizar a atuação motivada por interesses comuns, ao invés do relacionamento pautado pelo
conflito e pela concorrência. Cooperação e parceria têm sido declaradas ao público tanto
como uma necessidade, quanto como um modo de atuação e, ainda, como um valor em si
mesmo. (VALARELLI, 2007)
No Brasil, cidadania e solidariedade são culturas ainda muito imaturas, há setores em
que o Estado encara como uma intromissão da sociedade, assim como há setores em que a
sociedade não aceita a intromissão do Estado, pois se acredita que ocorrerá uma espécie de
manipulação. Estima-se que ações de parceria podem amenizar tais problemas como
restrições e até mesmo desconfianças entre ambas as partes. A parceria é uma arte; construí-la
envolve habilidades e talento. É preciso respeitar cada um dos componentes envolvidos e
verificar claramente o que não está sendo exposto nas conversas iniciais. É preciso saber ouvir
e habilmente descobrir pontos de identidade e espaços nos quais as soma dos talentos e das
possibilidades individuais resultará em benefício para todos os participantes. (BARREIRA,
2008)
Uma pesquisa realizada pelo IPEA/DISOC (2006) demonstra que as empresas no ano
de 2004 optaram em realizar parcerias com organizações sem fins lucrativos, que de certa
forma é de suma importância, pois é como a Instituição Lar Monsenhor Filippo é
estruturalmente constituída. Esse dado é representado a seguir através do gráfico 2.
57%

Organizações sem fins
lucrativos

60%
50%

Comunidades
atendidas
Empresas privadas

38%
40%
27%
30%
14%

20%

7%

Órgãos governamentais

10%

Outras parcerias

0%
1

25
Gráfico 2 - Com Quem as Empresa Realizaram Parcerias em 2004
Fonte: IPEA/DISOC (2006)
Identificar e valorizar a ajuda humanitária que os cidadãos têm a oferecer, não tira a
responsabilidade que o Estado tem de cumprir seus deveres, mas sim os de reconhecer que
tais parcerias com a sociedade ajudam a ampliar e a enriquecer recursos em benefício da
própria sociedade.

3.2.3 Efetiva Participação das Empresas no Terceiro Setor
Neste cenário as empresas passaram ser peças fundamentais para o fortalecimento e
realização de grandes obras sociais, gerindo seus próprios projetos ou de projetos idealizados
por organizações sem fins lucrativos sendo eles em várias áreas de atuação como saúde,
educação, esporte e cursos profissionalizantes.
É relevante citar que várias empresas de grande ou pequeno porte que mantém
vínculos com o Terceiro Setor, como: Amsted Maxion Equipamentos e Fundição Ferroviária,
com vários projetos, entre eles o programa Formare que tem como objetivo desenvolver as
potencialidades de jovens de baixa renda para integrá-los à sociedade como profissionais e
cidadãos, a BASF com o projeto Crescer que promove a inclusão profissional de adolescentes
de baixa renda das comunidades de São Bernardo do Campo e Guaratinguetá. (Os autores,
2008)
Dados que comprovam a crescente participação das empresas no Terceiro Setor, foram
realizados pelo IPEA/DISOC (2006), pesquisas feitas por regiões e por Estados
respectivamente que podem ser observados nos gráficos 3 e 4.
80%
70%

75%

69%
65%

68%
61%

59%

55%

60%

50%

50%

45%

50%
40%

Série1
Série2

30%
20%
10%
0%

Sudeste Nordeste

Sul

Centro- Norte
Oeste

Gráfico 3 - Participação das Empresas em Ações Sociais Por Região
Fonte: IPEA/DISOC (2006)
26
100%

81%78%
76%

80%
60%

74%73%
69% 68%
63% 62%61%
63%
56% 54%

40%
20%
0%
1

MG

SC

BA

AM

DF

CE

PE

RJ

SP

PR

PA

RS

GO

Gráfico 4 - Participação das Empresas em Ações Sociais Por Estado.
Fonte: IPEA/DISOC (2006)
A participação das empresas nesse meio confere uma nova percepção empresarial até
então caracterizada apenas como filantropia que na verdade se marcava pelas doações e
assistências aos empregados, seus familiares e às comunidades em torno das organizações.

3.3 Gestão do Terceiro Setor
Encontra-se no minidicionário Antônio Olinto (2001, p.427) vários significados para a
palavra gestão: ato de gerir; gerenciar; administrar. Muito embora seja preciso fazer distinção
da gestão no terceiro com a gestão das empresas públicas e privadas, para o terceiro setor
devem-se considerar demandas especificas, pois o setor aparece como alternativa para
solucionar problemas sociais, uma vez que o Estado é incapaz de criar condições de
subsistência para a população, e em especial a mais carente. Para tanto há necessidade de que
os gestores tenham clara em mente que o trabalho só pode ser realizado com eficácia (cumprir
o objetivo determinado), eficiência (é a melhor forma de fazer algo com os recursos
disponíveis), e efetividade (atingindo a meta segundo a necessidade) (DOMENEGHETTI
2001, p.117).

3.3.1 Funções Gerenciais
As funções gerenciais abordadas são muito utilizadas na gestão dos setores privado e
público. Trata-se do ciclo: planejar, organizar, dirigir e controlar. Assim define Domeneghetti
(2001, p. 117, 118).

27
• Planejar: é ação de determinar a finalidade e os objetivos do setor, que variam de
acordo com a Missão da entidade [...].
• Organizar: é ação de agrupar os voluntários em setores, definir atribuições, funções e
responsabilidade, de modo a atender a clientela e atingir os objetivos.
• Direcionar: é a ação que o gestor, presidente ou coordenador, junto com a diretoria,
exercem para conduzir e motivar os voluntários nos empenho de suas tarefas.
• Controlar: comparar os objetivos estabelecidos com os resultados atingidos [...].
3.3.2 Captação de Recursos
Em se tratando de lucratividade, retorno do investimento, novas aplicações, o terceiro
setor vem quebrar um paradigma de escala de valores. Do ponto de vistas das empresas
privadas, todo seu planejamento, gira em torno de um mercado com objetivo de oferecer o
melhor produto/serviço e a ter satisfação do cliente e conseqüentemente almejarem o lucro
esperado. Nesse caso o dinheiro é um fim esperado. Já em Organizações do terceiro setor, o
dinheiro é um meio para se oferecer o bem estar social, como saúde, educação e lazer.
Como afirma Hudson (1999, p.275) o terceiro setor tem habilidades para levantar
recurso de varias fontes diferentes, como membros doadores, lojas, investimentos, subsídios,
contratos de venda e serviço. Essas captações de recursos são distribuídos pelos setores
Públicos e Privados, bem como recursos vindos de pessoas físicas. Quem diz é o próprio
relatório estatístico do mapa terceiro setor, [...] 95% das organizações recebem apenas
financiamento nacional e 0,8% recebe apenas investimento internacional [...]. (Mapa, 2005)
Existem muitos artigos que afirmam ser o Terceiro Setor é financiado pelo Estado no
Brasil. Não é isto que as organizações cadastradas no Mapa dizem: apenas 21% recebem
recurso público (Estado), ao passo que 46% trabalham com a geração de recurso próprio e
33% conta com investimento privado.
Essa informação pode ser mais bem entendida através do gráfico 5.
28
46%
50%
33%
40%
21%
30%

Próprios
Privados

20%

Públicos

10%
0%
1

Gráfico 5 - Origem de Recursos
Fonte: Mapa do Terceiro Setor (2005)
Existem várias formas de captar recursos para o terceiro setor, observam-se algumas a
seguir (Os autores)

a) Captação de recursos setor público: O reconhecimento de que o terceiro setor é
um grande canal de comunicação à realidade social, amplia a representação política de forma
democrática, uma vez que todo cidadão pode participar como funcionário, dirigente,
voluntário ou usuário.
A captação de recursos nesse setor é feita de várias maneiras como, por exemplo:
Captação através de fundos públicos; recursos orçamentais; contratos e convênios além de
títulos e certificados que são fornecidos pelo Poder Público como Certificado de Fins
Filantrópicos e declaração de utilidade pública, que viabiliza os direitos a Organização como,
por exemplo, ser isenta da cota patronal de INSS e de depositar FGTS, além de permitir que
pessoas físicas e jurídicas deduzam IR sobre a doação.
Segundo Hudson (1999, p. 276), o governo fornece fundos para as organizações do
terceiro setor por alguns motivos:

• Podem ser menos dispendiosas e mais eficientes do que os fornecedores do setor
público e privado;

• São criativas e trabalha bem na busca de idéias;
• Podem engajar grupos de usuários que estão às vezes fora do alcance das agencias
governamentais;
29
• Tem facilidade para obter apoio político e financeiro de várias fontes;
• Usam mão de obra voluntária
• São acessíveis e podem ajudar no desenvolvimento de políticas;
• É um meio de o governo agir numa questão políticas.
b) Captação de recursos setor privado: Captar recursos com setor privado pressupõe
um desafio ainda maior, pois a empresa que faz o investimento precisa saber quando e como
os resultados de seu investimento social trarão retorno para a sociedade, já que uma boa
imagem também faz parte da estratégia do marketing social.
Camargo et al (2001) Assim define os beneficio de marketing social:

• Boa forma de resoluções de problemas sociais;
• Produtos com igual qualidade e preço (na prática de responsabilidade social torna-se o
diferencial de escolha entre marcas)

• Clientes pagam mais por produtos relacionados à causa que eles consideram
importantes

• Criam imagem positiva para a empresa
Em recente pesquisa realizada pelo Instituto Pesquisa Economia Aplicada (IPEA,
2006). Mostra que entre 2000 e 2004, empresas privadas brasileiras realizaram ações sociais
em benefício das comunidades. Neste período, a participação empresarial na área social
aumentou 10 pontos percentuais, passando de 59% para 69%. São aproximadamente 600 mil
empresas que atuam voluntariamente. Em 2004, elas aplicaram cerca de R$ 4,7 bilhões, o que
correspondia a 0,27% do PIB brasileiro naquele ano.

c) Captando recursos com pessoas físicas: Para terceiro setor, essas relações com as
pessoas físicas não podem sem vista apenas como caixas automáticas de dinheiro, são pessoas
que gostam de serem prestigiadas, por isso convidá-las para reuniões anuais, inspecionar
trabalhos realizados durante ano, pode criar relacionamento mais forte, e com isso tornar a
parceira um laço forte e duradouro (DOMENEGHETTI 2001, p. 76).
Exemplos: Doações feitas através da Campanha do Devoto por pessoas físicas e pela
assinatura da revista de Aparecida, o Santuário Nacional de Aparecida mantêm as obras e os
mais de 800 funcionários que lá trabalham. Outro exemplo a “Canção Nova” que através dos
“sócios comprometidos” mantém no ar a rádio e a TV Canção Nova.

30
Vale lembrar que a rádio e TV Canção Nova não mantém comerciais em suas
programações, e que além dos sócios comprometidos ela também possui o DAVI
(Departamento de Áudios Visuais) que produz CD´s, livros, camisetas, etc., agregando
valores a sua imagem e a sua missão e sem dúvida tornando-se uma grande potência entre os
meios de comunicação (Os autores, 2008).
As doações de pessoas físicas para maioria das organizações não são suficientemente
e conclui: Entretanto, isso não significa que as instituições não possam contar com as pessoas
físicas; muito pelo contrário, elas são pioneiras do Terceiro Setor. Ou seja, o trabalho
voluntário é uma das formas mais antigas de filantropia (CAMARGO et. al., 2001).

d) O Voluntariado: Com fim da ditadura militar e o avanço da democracia, o país
entrou no processo de desenvolvimento, abertura de mercado, avanço tecnológico, corte nos
gastos públicos, privatizações de empresas, controle do orçamento, abertura às importações,
equilíbrio da balança comercial pelo incentivo as exportações e por fim a globalização. Porém
a grande massa da população excluída ficou a margem da real preocupação dos Governantes.
Betinho em 1993 foi sem dúvida a grande voz que surgiu no Brasil, chamando a atenção de
toda sociedade para essa preocupação e foi através dele que surgiu a Campanha Ação da
cidadania contra a Fome, a Miséria e pela Vida. A partir dele houve surgimentos de outros
movimentos, convidando a população a participar e desenvolver a cidadania. Com advento
contra a exclusão social, o brasileiro descobre que é possível trabalhar para diminuir a
situação de miséria em que se encontra a população menos favorecida, percebe-se que é hora
de exercer sua cidadania. Nasce aqui o voluntário. O voluntário é aquele que se preocupa com
a dignidade de seu semelhante, e através de suas energias, doa seu tempo, seu talento, para
construir uma vida digna, onde a pessoa humana tem seu valor e seus direitos são respeitados.
A maior recompensa que qualquer voluntário pode receber é ver a transformação que a
oportunidade pode fazer na vida daquele (a) que antes era excluído. Para exercer esse trabalho
o voluntário possui motivações sejam elas emocionais, religiosas, e até mesmo político, pois à
vontade de ajudar o próximo acaba atendendo até os seus desejos pessoais. (Os autores,
2008).
Portanto o voluntário exerce um papel fundamental dentro da Organização Social ou
uma ONG, pois é do conhecimento de todos que o Estado não está suficiente capacitado para
atender a demanda e o sucesso depende da participação do terceiro setor, que representa uma
transformação estrutural profunda na sociedade civil.

31
O trabalho voluntário é de uma magnitude tão grande que em 1998 o então Presidente
da República Fernando Henrique Cardoso, sancionou a lei 9.608 que trata da Lei do
Voluntariado, dividida em cinco artigos e um parágrafo. (Brasil, 1998).
Em se tratando de voluntariado deve levar em conta o voluntário profissional, aquele
que se dispõe à doação de suas capacidades profissionais a serviço da comunidade,
representada pela organização. Esse voluntário, porém precisa obter muito mais satisfação em
suas realizações, por justamente não receber nenhum tipo de remuneração. Nesse sentido a
Organização Social, deve ter muito clara sua missão e o planejamento estratégico bem
delineado para além de assumir o bem estar da comunidade que o cerca, também valorizar o
trabalho voluntário desse profissional.
Os profissionais Liberais, médicos, arquitetos, advogados, psicólogos, ligados a
alguma instituição fazem o trabalho voluntário, muitas vezes atendendo em seus consultórios
uma parcela desses menos favorecidos que não poderiam pagar pelos seus serviços
profissionais. (CAMARGO, 2001, p. 135)
Em se tratando do profissional assalariado, que busca o terceiro setor como horizonte
promissor, os dados recentes do Relatório Estatístico do Mapa do Terceiro Setor (2005) diz:
“O único levantamento nacional de organizações sociais foi realizado pelo IBGE em
parceria com IPEA, GIFE e a Abong. Desse levantamento identificou se que 275.895
organizações juntas empregam 1.541.290 assalariados”.
O mesmo relatório aponta que foi cadastrado até julho de 2005 um total de 4.589
Organizações Sociais. Deste total de 4.589 Organizações Sociais, 3479 responderam à
pesquisa: “Se separado por tipo de relação empregatícia temos que os voluntários representam
61% dos recursos humano, seguido de funcionários com 30%, ou seja, o número de
voluntário no Mapa do Terceiro Setor é quase o dobro dos contratados”. (Mapa, 2005).
Para um melhor entendimento desses números, observa-se com mais detalhes no
gráfico 6.

32
70%

61%

Voluntários

60%

Funcionários

50%
30%
40%

Prestadores de
serviços
Comissionados

30%
20%
4%
10%

3%

1%

Estagiários
0%
1

Gráfico 6 - Recursos Humanos (relação empregatícia)
Fonte: Mapa do Terceiro Setor (2005)
A Responsabilidade Social surge como novo modelo de gestão que pode ser entendido
como forma das empresas se relacionarem com todos os tipos de públicos, seja interno ou
externo, sempre com ética e transparência visando alcançar o desenvolvimento sustentável,
promove a inclusão social garantindo assim dignidade e cidadania para as gerações futuras.
Atualmente as empresas vêm alcançando resultados positivos com responsabilidade
social seja com parcerias com entidades do Terceiro Setor, ou através de suas próprias
fundações demonstrando o grande valor deste segmento que certamente veio para ficar. O
Terceiro Setor passou a ser peça fundamental para a realização de obras sociais junto às
empresas, por isso vem se profissionalizando e modernizando suas funções gerenciais,
ampliando os recursos humanos e materiais para o enfrentamento da exclusão social e à
melhoria da qualidade de vida para todos.

33
4. METODOLOGIA

4.1 Tipo de estudo
A metodologia aplicada será uma pesquisa qualitativa com aplicação de um estudo de
caso que dará embasamento para as analises e discussão do trabalho.

4.2 Local do estudo
O Lar Monsenhor Filippo é uma instituição que está situada na cidade de Potim,
Estado de São Paulo.

4.3 População de estudo
A Pesquisa será aplicada na Entidade Lar Monsenhor Filippo, com os profissionais
que diariamente trabalham nos diversos projetos existentes:

• Uma Coordenadora Pedagógica: elaborar propostas pedagógicas; executar e garantir a
eficácia dos projetos; elaborar o planejamento anual; aquisição e conservação dos
materiais; incentiva e motiva os pais e alunos e promove as comemorações cívicas e
deveres sociais da Entidade.

• Uma Assistente Social: triagem para seleção de vagas; plantão social; visitas
domiciliares; encaminhamento aos serviços sociais da rede municipal.

• Uma Psicóloga: acompanhamento e orientação direta aos adolescentes. Pais das que
utilizam serviços oferecidos pelo Lar.

• Dez Professores educação infantil: tem como finalidade o desenvolvimento integral
da criança até seis anos de idade, em seus aspectos físicos, psicológico, intelectual e
social, complementando a ação da família e da comunidade. (portal MEC,2008)

• Sete pais que utilizam os serviços prestados pelas atividades da Entidade.
4.4 Instrumentos de coleta de dados
O procedimento utilizado nesse trabalho será:
Questionário com 10 perguntas, destinada a um público selecionado, que diariamente
participa das atividades do Lar.

34
4.5 Análises de dados
O trabalho será da seguinte forma:
A - Analisar algumas questões da pesquisa quantitativa realizada pelo Lar Monsenhor
Filippo em 2004 com a população da cidade.
B - Analisar a pesquisa qualitativa para saber o que pensam os entrevistados a respeito
da Entidade.
C - A integração das pesquisas qualitativa e quantitativa.

35
5 RESULTADOS E DISCUSSÃO
A Diretoria Entidade Lar Monsenhor Filippo no ano de 2004 realizou uma pesquisa de
opinião publica na cidade de Potim, entre os dias 21 e 22 de janeiro de 2004. A pesquisa teve
como objetivo geral conhecer a opinião dos munícipes e identificar os serviços que a
população deseja para a instituição.
Observa-se a presença feminina, pois cada vez mais é assegurado seu lugar na
sociedade, e nesse caso especifico é a mulher que leva os filhos para entidade sai para o
trabalho e volta para pegá-lo no final da tarde.

35%

65%

Feminino

Masculino

Gráfico 7 - Número de entrevistados
Fonte: Lar Monsenhor Filippo 2004.

É de grande relevância observar a idade dos entrevistados, para entender onde a
entidade Lar Monsenhor Filippo tem seu maior resultado.
28%
30%
25%
20%

33 a 40 Anos
26 a 32 Anos
41 a 50 Anos

20%
17%

16%
12%

15%
10%

19 a 25 Anos
Acima de 51 Anos

5%
2%

5%

16 a 18 Anos
Em branco

0%
1

Gráfico 8 – Faixa etária dos entrevistados
Fonte: Lar Monsenhor Filippo 2004
36
Constata-se que creche é a atividade mais conhecida, pois ela é a única na cidade
totalmente gratuita, e com estrutura para acolher bem as crianças durante o período integral.
Em seguida a escolinha de futebol é a mais lembrada atualmente mais de 70 adolescentes
participam.

25%
20%

21%

Creche
Escolinha de Futebol

17%
12%

15%

11%

10%
8% 8% 8%

10%

5%
5%

PSF
Dentista
Horta
Terceira Idade
Pré-escola
Fisioterapia
Outras

0%
1

Gráfico 9 : Atividade do Lar mais conhecida pelos entrevistados
Fonte: Lar Monsenhor Filippo 2004

Entre os entrevistados é grande o número daqueles que diretamente foram
beneficiados por alguma atividade do Lar, em todos esses anos de prestação de serviço
oferecido pela Entidade.
33%

67%

Beneficiados

Não-beneficiados

Gráfico 10 – Número de beneficiados
Fonte: Lar Monsenhor Filippo 2004
37
As atividades que mais se destacam são creche e PSF (Programa saúde da Família);
respectivamente, seguido pela escolinha de futebol. Isso demonstra a importância da Entidade
na cidade.

35%
35%

Creche
PSF

30%
25%

22%

20%
15%

14%

Pré-escola

9%
8% 7%

10%

Escolinha de Futebol
Dentista

5%

5%

Terceira Idade
Outras

0%
1

Gráfico 11 – Atividades que mais se destacaram entre as famílias.
Fonte: Lar Monsenhor Filippo 2004.

Quando a pergunta se direciona para qual atividade seria bom para o lar, a área de

assistência social fica com 31%, assim distribuídos: oficina de arte 11%; geração de renda
para mulheres 5,30%; lazer e esporte 12%; reciclagem 0,70%; fabrica 0,5% e atividades com
adolescentes 1,50%. A educação vem em seguida com 23,7% assim distribuídos: creche
4,50%; cursos profissionalizantes 12,50%; curso de inglês 5,50%; alfabetização terceira
idade, 20%; internato 0,4% e faculdade 0,2% . Saúde: hospital 3,40%; médicos 1,50%;
dentistas 0,70%; fonoaudióloga 0,20%; melhorar PSF 0,70%. Outros: baile 1,70%; atividades
existentes são suficiente 20%; não se preocupa com a questão 0,40%; melhorar a
administração 0,70%; não sabe 12% e não respondeu 4%.

38
31%

40%

Assistencia Social
Educação
Saúde
Outros

23%

6%

Gráfico 12 – Melhor atividade para o Lar.
Fonte: Lar Monsenhor Filippo 2004

A administração do Lar sem atuação dos Freis, segundo os entrevistados.
Percebe-se que a administração da Entidade sem a presença dos Freis ficaria pior para
43% e péssima para 33% dos entrevistados, podemos então concluir que 76% deles são a
favor dos Freis na administração.

43%
45%
40%
35%

Pior

33%

30%
25%
20%
15%
10%

Péssimo
Indiferente
16%

Bem Melhor
3%

3% 2%

5%
0%

Melhor
Não Sabe

Gráfico 13 – Presença dos Freis na administração.
Fonte: Lar Monsenhor Filippo 2004.

Perguntado qual seria a missão da Entidade Lar Monsenhor Filippo os entrevistados
assim respondem: educação para as crianças atinge 55% dos entrevistados, acompanhado pela
assistência social com 12, %; educação e saúde com 10%.
39
10%
12%

55%

Educação para Crianças

Assistencia Social

Educação/Saúde

Gráfico 14 - Qual a missão da Entidade Lar Monsenhor Filippo
Fonte: Lar Monsenhor Filippo 2004.

Os números expressivos para educação e saúde, devem-se ao fato da Entidade,
desenvolver essas atividades com maior expressão, seja a educação (creche e pré-escola) e a
saúde o PSF (Programa Saúde da Família).

5.1 Resultado da Pesquisa Atual
O Objetivo da pesquisa qualitativa é descobrir o que esperam e pensam a respeito da
Entidade os profissionais que trabalham na mesma.
O cenário da pesquisa de campo é a própria Entidade, onde será entregue a pesquisa
qualitativa aos profissionais e aos pais que utilizam os serviços prestados pela entidade.
Foram entregues 20 questionários contendo 10 perguntas para um público selecionado,
conforme mencionado na metodologia. O período da pesquisa foi entre os meses de junho e
julho de 2008. Entre os 20 questionários entregues, oito (8) foram devolvidos, sendo que três
(3) não responderam todas as questões. Os outros doze (12) não retornaram.
Para apresentação as amostras serão ao sujeito da pesquisa, nesse caso oito (8)
entrevistados. O questionário encontra-se no anexo I.

40
Pergunta nº. 01 Quando se fala em Lar Monsenhor Filippo, o que lhe vêem a mente
num primeiro momento?
Quantidade resposta
por pessoa
02
01
01
01
01
01
01
Total
08

Respostas:
“Projetos Sociais”
“Ambiente familiar, religioso”
“Creche, terceira idade e escolinha de futebol”
“Acolher pessoas carentes”
“Lugar educativo”
“Assistente Social”
“Entidade Filantrópica e assistência Social”

Percebe-se nas respostas que a idéia Lar, trata-se de um lugar acolhedor, familiar e
com presença forte no setor social, e fato dos Freis Franciscanos morarem nela, destaca-se a
religiosidade da Entidade.

Pergunta nº. 02 Em pesquisa realizada em fevereiro de 2004 pelo Lar Monsenhor Filipo,
55% dos entrevistados disseram que a missão do Lar é Educação, seguida pela área de
Assistência Social com 12,8%. Em sua opinião porque esses dois itens receberam maior
destaque?
Quantidade resposta Respostas:
por pessoa
01
“População carente utiliza essas duas áreas”
02
“Por causa serviço social que anos a entidade trabalha, ou seja,
tradição”
02
“Devido ao trabalho realizado com menores infratores no
regime internato feito no passado”
02
“Devido à creche e pré-escola”
01
“O município é carente nessas duas áreas”
Total
08
Percebe-se que os que foi realizado no passado pela entidade, como regime internato e
a creche, favorecem os dados da pesquisa. A entidade esta há muitos anos presente na história
da cidade, ajudando a população principalmente através da educação.

Pergunta nº. 03 A atuação dos Freis Franciscanos esta bem enraizada na cultura dos
entrevistados, com percentual de 76% a favor da presença destes religiosos na administração
do Lar, por que esse índice é tão alto?
41
Quantidade resposta
por pessoa
02
01
01
01
01
01

Total

01
08

Respostas:
“Devido à confiança, respeito e credibilidade que eles passam
a população”
“Por que estudam mais, por isso são melhores
administradores”
“ Por causa da Tradição”
“Ótimo trabalho realizado desde o inicio”
“Competência e segurança”
“Pela responsabilidade que tem em sua missão de
Franciscanos”
“Por serem Franciscanos”

Os Freis há muitos anos sempre vestiram a famosa batina marrom, o que impunha
muito respeito a que com eles fossem falar. Por estarem desde anos de 1955, eles acabaram
criando vinculo com os moradores da cidade.

Pergunta nº. 04 – Em sua opinião qual é a maior contribuição que o Lar pode trazer a
comunidade de Potim nesses 66 anos de existência?

Quantidade resposta
por pessoa
01
01
01
01
01
01
01
01
Total
08

Respostas:
“Creche com segurança”
“Educação para crianças”
“Sempre estar com portas abertas para população”
“Acolher jovens”
“Acolher os idosos”
“Dar alimentação”
“Educação e assistência social”
“Proteger as crianças contra violência domestica e sexual”

As respostas fortalecem a missão da Entidade, que há anos trabalha nesse sentido da
família em seu todo, seja a criança, jovem e o idoso. A entidade acolhe não somente o lado
psicossocial, mas também no sentido de alimentação, ou seja, muitas crianças talvez só se
alimentem com dignidade quando estão aos cuidados da Entidade.

Pergunta nº. 05 Diante de seu perfil profissional, quais as atividades que o Lar pode
oferecer as crianças de 06 a 10 anos?
42
Quantidade resposta
por pessoa
01
01
01
01
01
01

Respostas:
“Momentos de lazer e entretenimento”
“Cinema – com filmes educativos”
“Informática e esporte”
“As atividades existentes são suficiente, o que falta é apoio”
“Atividades extras aulas para crianças que estudam”
“Com espaço suficiente, precisa de profissionais
especializados”
“Ampliar creche”
“Informática e estudo de outra língua”

01
01
Total
08
Percebe-se que o acolhimento a criança em todos seus aspectos é o que o lar pode
oferecer. Importante notar é que elas estarão diariamente ocupadas, portanto longe das drogas
e qualquer tipo de violência.

Pergunta n° 06 Numa visão de cidadania, quais são os benefícios que essas crianças
levarão para vida, participando de alguma atividade na Entidade?
Quantidade resposta
por pessoa
01
01
01
01
01
01
01
01
Total

Respostas:
“Não respondeu”
“Por estarem fora das ruas, terão um futuro melhor”
“Com educação terão melhor trabalho, e com esporte melhor
saúde”
“Serão melhores cidadãos”
“Terão melhora auto-estima”
“Saberão viver em grupo, e partilhar as coisas”
“Uma cultura diferente”
“Serão adultos menos estressados, pois tiveram uma infância
sadia”

08

Percebe-se que essas crianças ocupadas com atividades diversas poderão fazer uma
vida diferente quando adultas, seja pela oportunidade de estarem longe das drogas e violência,
seja pelo que levarão de recordação pelos momentos vividos na entidade.

Pergunta n°. 07. A situação de desemprego na cidade de Potim contribui para o
aumento da desigualdade e exclusão social. Diante dessa situação qual o maior desafio da
Entidade?

43
Quantidade resposta
por pessoa
03
01
01
01
01
01
Total
08

Respostas
“Não respondeu”
“Angariar recursos financeiros”
“Aumentar auto-estima das pessoas desempregadas”
“Trabalho voltado para famílias de baixa renda”
“Melhorar as parcerias, governos Municipal, Estadual e Federal”
“Educação para reverter o quando existente”

Percebe-se que a necessidade de trabalho do serviço social para assistir as famílias,
criando alternativas para aumentar a renda da mesma.

Pergunta nº.08. O lar é uma Entidade Filantrópica sem fins lucrativos, portanto, como
ela consegue manter suas atividades, uma vez que não gera receitas?

Quantidade resposta
por pessoa
03
02
01
01
01
Total
08

Respostas:
“Doações, bingos e rifas”
“Convenio com Governo Estadual e Federal”
“Parcerias com empresas”
“Parceira com Congregação Santíssimo Redentor”
“Não respondeu”

Percebe-se que o Lar procura todos os meios para manter suas atividades, porem as
atividades que mais destacam, são justamente aquelas em que envolvem as pessoas da própria
entidade e a comunidade nesse caso os trabalhos referentes a bingos e rifas.

Pergunta n°. 09 Qual é em sua opinião a maior dificuldade da Entidade hoje em ter
parcerias, seja ela no setor publico ou privado?
Quantidade resposta
por pessoa
03
01
01
01
01
01
Total
08

Respostas:
“Não respondeu”
“Muita burocracia”
“Maior empenho da diretoria da Entidade”
“Falta de interesse dos governos”
“Não ter na cidade empresas”
“Projetos consistentes e duradouros”

44
Percebe-se que as parcerias são maior problema para Entidade hoje poder aumentar
seus projetos, seja pela falta de interesse dos governos ou pela oportunidade de empresas
instaladas no município, uma vez que hoje apenas quatro pequenas empresas estão em
atividade na cidade. Chama a atenção, “maior empenho da diretoria”, que não possui
profissional especializado para esse tipo de atividade.

Pergunta nº. 10. O que você sugere para futura empresa parceira da Entidade?
Quantidade resposta
por pessoa
01
02
01
01
01
01
01
Total
08

Respostas:
“Respeito aos contratos”
“Não respondeu”
“Mais participação”
“Investimento e capacitação nos profissionais”
“Investimento e divulgação do projeto”
“Celebração de parceria duradoura com projeto proposto”
“Divulgação da Entidade junto aos meios de comunicação”

Percebe-se que um projeto sólido é base para parceria, e além investir, o
acompanhamento se faz necessário tanto para Entidade, quanto a empresa por meio da
divulgação.

5.2 Integração entre a Pesquisa Qualitativa e Quantitativa
A integração entre as pesquisas tem por finalidade uma maior compreensão do
problema estudado. As vantagens de se integrar os dois métodos está, de um lado, na
explicação de todos os dados da pesquisa, de outro, na oportunidade de prevenir a
interferência da subjetividade do pesquisador nas conclusões obtidas. (PORTELA, 2008).
Ao analisar algumas questões da pesquisa quantitativa feita em 2004, percebemos que
a população envolvida (gráfico 8), possui uma visão assistencialista sobre a Entidade,
conforme notamos no gráfico 12. Já o gráfico 14 percebe-se o sentimento forte para uma
educação de qualidade, justamente o que falta na cidade.
Essa cultura assistencialista acontece devido à grande procura por tais benefícios que a
Entidade oferece através de suas atividades, gráfico 10 e 11 respectivamente. Levamos em
consideração que a cidade de Potim não possui qualquer tipo de política pública de inclusão
social ou de investimento, fazendo crescer ainda mais a demanda e a procura pela Entidade.
Aliados a esses fatores acrescentam:
45
A presença dos Freis junto a Entidade, conforme o gráfico 13 mostra que a
religiosidade Franciscana, em ajudar o próximo, conforme as regras de São Francisco de
Assis encontrou respaldo na comunidade de Potim desde a fundação da Entidade. Em passado
recente era comum ver os “Freis” transitando pelas ruas das cidades usando suas túnicas
marrons, impondo respeito e admiração pelos trabalhos que sempre realizaram na Entidade.
Quando mudamos o foco para a pesquisa qualitativa, percebemos a mesma cultura
assistencialista presente no cotidiano da Entidade. As perguntas 01, 02 e 04 respectivamente
mostram essa idéia. Esse fato leva-nos a entender que as pessoas entrevistadas que trabalham
na Entidade deveriam ter bem claro em mente os conceitos de cidadania, desenvolvimento
social e ambiental, porém não é isso que ficou marcado em suas respostas. O mesmo acontece
com a resposta da pergunta número 05 sobre o perfil profissional dos entrevistados. Não há
um retorno específico para esses temas. Porém vale lembrar que a Entidade possui dois
trabalhos de regaste a cidadania e inclusão digital. Primeiro projeto Oásis que acolhe
adolescentes em conflito com a lei, através de medidas sócio-educativas: Liberdade Assistida
e Prestação de Serviço à comunidade em convênio com a Febem (Fundação do Bem Estar do
Menor) (os autores). E segundo o projeto de informática com apoio do CDI. Esses dois
trabalhos e seus resultados se querem foram mencionados.
Então como levar cidadania às crianças, jovens e idosos se cercado por um ciclo
assistencialista que é por demais vicioso? Aqui se faz urgente à implantação de nosso projeto
“Pequeno cidadão”, porém a Entidade precisa rever seus conceitos.
Os paradigmas existentes precisam ser quebrados, pois a visão assistencialista e
imediatista, de resolver os problemas de forma paliativa, sem atacar a causa que esta
impregnada de uma maneira muito forte na mentalidade da Entidade. Portanto quebrar
paradigmas pressupõe trocas de valores e costumes, estar abertos a novos caminhos com um
novo pensar. Nesse sentido é preciso entender que a Entidade Lar Monsenhor Filippo, é uma
ferramenta importante no que chamamos Terceiro Setor, na era da globalização.
As políticas sociais e de investimento são uma obrigação dos governos, em suas
esferas, Federal, Estadual e Municipal, porém sabemos que o Estado em sua forma, não
consegue suprir as necessidades urgentes. O terceiro setor, portanto é uma via de grande
responsabilidade para os programas de desenvolvimento social, pois é através deles que se
chega aos menos favorecidos, excluídos. A Entidade Lar Monsenhor Filippo, portanto é o
grande canal para esses programas.
46
Em outra ponta esta as empresas que através de uma nova visão de administração não
mais almejando somente o lucro, mas participando da responsabilidade de mudar a estrutura
existente através do desenvolvimento sustentável esta de forma abrindo novas frentes de
trabalho aquecendo a economia e através de parceiras com terceiro setor, estão suprindo a
lacuna deixada pelo Estado. A não abertura para esse novo conceito social poderá levar a
Entidade a fechar suas portas, pois a cultura assistencialista de antigos paradigmas está com
dias contados, em seu lugar surge à defesa dos direitos do exercício da cidadania.
Esse portando é a solução do projeto “Pequeno cidadão”, dar um novo sentido de
desenvolvimento social, seja para própria entidade, seja para a população da cidade de Potim.

6 PROJETO PEQUENO CIDADÃO
Para o fechamento de nosso trabalho, será apresentada a seguir uma síntese do projeto
“Pequeno cidadão”. Seu objetivo é garantir o desenvolvimento biopsicossocial das crianças
despertando-as para o pleno exercício da cidadania, espírito crítico diante da visão do mundo
e do homem que sonha, cria, constrói e transforma sua realidade.
Após visitas à entidade e reuniões para discussão das idéias, nasce de forma conjunta
esse projeto que em curto prazo será custeado com verbas recebidas por meio de doações
feitas no exterior. Seu funcionamento iniciará ainda no segundo semestre de 2008, como
projeto experimental, sujeitos à avaliações e reformas para sua adaptação diante da demanda
assistida. A meta é que esteja completo para que, em 2009, alguma empresa da região possa
custear o projeto e assim estar exercendo sua responsabilidade social.
Seus objetivos específicos são variados, porém merecem destaque os seguintes
pontos:
Assistir a criança, que é privada dos cuidados maternos e familiares em razão do
trabalho da mãe fora do lar;
Prevenir o abandono da criança;
Desenvolver a socialização das crianças por meio de sua participação e inserção nas
mais diversificadas práticas sociais livres de qualquer discriminação;
Preparar, orientar e acompanhar a criança e familiares na travessia da fase da infância,
puberdade e adolescência;
Desenvolver trabalhos em parceria com as famílias, orientando a formação e execução
de seu projeto de vida, crescimento humano, espiritual e profissional;
Diminuição da evasão escolar;
47
Prática de esportes;
Em se tratando da metodologia interventiva assim será estabelecida:
Serviço Social
Pedagógicas
Atividades Esportivas
Nutrição
O Serviço Social tem suas atividades voltadas para seguintes pontos:
Observação da criança em suas atividades;
Relatórios e Avaliações;
Acompanhamento e orientação à criança, pais e professores;
Atendimentos em grupo e/ou individualizados;
Participação nas reuniões de pais;
Participação no planejamento e orientações técnicas em atividades relacionadas à
psicologia;
Participação na elaboração do Projeto Pedagógico;
Ministrar palestras abordando temas como: sexualidade, comportamento, auto-estima,
puberdade, adolescência, dependência química, entre outros.

Os trabalhos pedagógicos serão realizados por um profissional da área nos seguintes
pontos:
Calendário específico: para exploração de datas comemorativas e outros eventos em
conjunto com os projetos desenvolvidos pela entidade:

Rotina para atividades diárias que incluem: auxílio nas tarefas escolares; orientação
de estudos; educação religiosa; datas comemorativas;

Atividades artísticas: exploração dos diversos materiais disponíveis na natureza. Ex:
Folhas, galhos, grãos, explorando suas propriedades, maleabilidade, resistência, cor;

Atividades musicais: reflexões e estudo gerais dos diversos estilos musicais e dos
timbres no meio natural e social, percepção rítmica, música como produto cultural do
ser humano e importante forma de conhecer e representar o mundo. Seleção,
formação, ensaios e apresentação de coral.

Inclusão Digital – Informática: Aprendizagem do funcionamento do computador,
aulas de informática e cidadania. Conhecimento básico: Word, Excel, Power Point,
Internet e atividades educativas do Projeto Informática e cidadania.
48
Expressão Corporal: atividades de Teatro, oficinas trabalhando imaginação,
percepção, emoção, comunicação, improvisação, dramatização;

Cidadania: atividade em Roda-atividade reflexiva do grupo organizado em roda –
círculo, discussão de temas do cotidiano escolhidos com o grupo levando o mesmo a
descobrir causas e propor soluções às problemáticas levantadas e iniciativas concretas;
trabalhar a solidariedade, criticidade, caridade, interação social, os valores... Contatos
e visitas a entidades sociais, movimentos pela vida, escoteiros, ONGS, oficinas de
reciclagem.
Em se tratando do lazer desse projeto, um profissional da área de educação física,
estabelecerá atividades de futebol, handebol, vôlei, e atividades físicas.
Para o pleno funcionamento do projeto, a participação de profissionais qualificados
será o grande suporte para seu desenvolvimento. Para tanto as necessidades de capacitação e
treinamento dos funcionários envolvidos no projeto, será baseado nas relações humanas e
perspectivas dos educadores; elaboração do Projeto educativo anual, programação junto aos
monitores do planejamento de atividades mensais e orientação nas semanais, reunião semanal
com monitores. Preparação, seleção, organização e distribuição do material pedagógico e
controle de freqüência e dos diários e das atividades e boletins formativos, relatório mensal de
atividades, participação na elaboração do calendário anual.
O Projeto Pequeno cidadão, funcionará em dois horários, na parte da manhã, atendendo
as crianças que estudam a tarde e outro programa à tarde para crianças que estudam pela
manhã que oferecerá ainda alimentação, para os envolvidos no projeto da seguinte maneira:
Serão servidas duas refeições:
Turma da manhã: café da manhã e almoço;
Turma da tarde: almoço e lanche da tarde
Tudo isso para que as crianças saiam da escola e se encaminhem direto para a Entidade,
onde também terão noção de higiene e limpeza.

Os recursos humanos existentes no Lar Monsenhor Fillipo hoje são:
01 Psicólogo
01 Assistente Social
01 Coordenadora Pedagógica
49
01 Nutricionista
01 Instrutor de Esportes
01 Ajudante Geral
02 Cozinheiras
01 Monitor
01 Professor
01 Religioso
Havendo necessidade para outros profissionais, estes serão contratados.
Espaço físico existente na Entidade lar Monsenhor Fillipo:
01 sala de aula
01 quadra
01 campo de futebol
01 vestiário feminino
01 vestiário masculino
02 banheiros femininos
02 banheiros masculinos
01 refeitório
01 cozinha
01 biblioteca
01 laboratório de informática
A seguir será apresentada a planilha elaborada pela administração do Lar Monsenhor
Filipo, para atender 50 crianças. Como o espaço físico do Lar é amplo, praticamente não
haverá gastos nesse sentido uma vez que o espaço físico atende todas as exigências para o
desenvolvimento das atividades.

50
6.1 Recursos e Custos
RECURSOS E CUSTOS
Humanos
Custo Fixo
Pessoal
Período
Valor Mensal
Assistente Social
20h/semanais
630,00
Psicóloga
20h/semanais
630,00
Nutricionista
20h/semanais
630,00
Pedagogos
25/h semanais
1.295,00
Professor de Educação
10h/ semanais
700,00
Física
01
Professor de Artes
10h/semanais
600,00
01
Professor de Música
10h/semanais
600,00
01
Professor de Língua Inglesa
10h/semanais
600,00
02
Serviços Gerais
40h/semanais
1.240,00
02
Cozinheiras
40h/semanais
1.240,00
Encargos Sociais
1.189,82
Previsão de Férias e 13º
1.587,64
TOTAL MENSAL DO CUSTO FIXO
10.942,56
R e c u r s os M a t e r i a i s
Custo Variável
Valor Mensal Variável
Material
Material Didático e
610,00
Pedagógico
Gêneros Alimentícios
2.100,00
Combustível p/ Cozinha
315,00
Material de Higiene e
170,00
Limpeza
Material de Primeiros
50,00
Socorros
Material de Esporte
500,00
Automóvel
150,00
Combustível p/ Automóvel
292,00
Energia Elétrica
172,00
Telefone
245,00
TOTAL MENSAL DO CUSTO VARIÁVEL
4.604,00
Número
Material p/ Aquisição
Custo Único
01
Televisão
Custo Único
650,00
01
Aparelho de DVD
Custo Único
300,00
50
Pratos de Inox
Custo Único
1.250,00
06
Jogos de Talheres Inox
Custo Único
500,00
02
Armários
Custo Único
780,00
02
Mesas de Professor
Custo Único
400,00
02
Quadros Branco
Custo Único
300,00
25
Carteiras
Custo Único
3.600,00
01
Computador p/ Pesquisa em
Custo Único
2.500,00
Sala
TOTAL DO CUSTO ÚNICO
10.280,00
Recursos Físicos Disponíveis
Número
Espaços
Recursos
Número
01
01
01
02
01
02
01
01
01
02
02
01
01
01
01
01
01

Salas p/ Realização de
atividades
Sala p/ Atendimento de
Serv. Social
Sala p/ Atendimento
Psicológico
Sala de Vídeo
Banheiro Masculino e
Feminino
Vestiário Masculino e
Feminino
Quadra de Areia
Quadra de Cimento
Campo de Futebol
Cozinha
Refeitório
Laboratório de Informática

TOTAL INICIAL PARA IMPLANTAÇÃO
TOTAL MENSAL PARA FUNCIONAMENTO

25.826,56
15.546,56

52
6.2 Cronograma Anual de Desembolso Mensal

Pessoal, Material e Encargos Sociais 2009

JANEIRO

15.930.49

FEVEREIRO

15.546,56

MARÇO

15.546,56

ABRIL

15.546,56

MAIO

15.546,56

JUNHO

15.546,56

JULHO

15.546,56

AGOSTO

15.546,56

SETEMBRO

15.546,56

OUTUBRO

15.546,56

NOVEMBRO

15.546,56

DEZEMBRO

15.546,56

Fonte: Administração do Lar Monsenhor Filippo, 2008

53
7 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Após o estudo foi possível observar que atualmente o tema Responsabilidade Social
vem sendo muito difundido no meio acadêmico e principalmente dentro das organizações
privadas, pode-se afirmar que é o comprometimento das empresas em adotar atitudes éticas
sempre com transparência e colaborar para o desenvolvimento social.
A Filantropia difere-se da Responsabilidade Social porque é um desejo individual e
baseado no assistencialismo em ajudar os mais pobres e desfavorecidos, por outro lado a
Responsabilidade Social promove a inclusão social trazendo a civilidade às pessoas.
Atualmente as empresa têm sido chamadas a serem socialmente responsáveis
estabelecendo o comprometimento com a sociedade em garantir qualidade de vida aos mais
necessitados, visando alcançar uma sociedade em que a inclusão social, dignidade, cidadania
deixe de ser apenas simples palavras do nosso dicionário e se tornem atitudes, gestos e
oportunidades para pessoas. Nesse sentido a sociedade tornará um ambiente mais justo e
harmonioso para viver.
É importantíssimo salientar que as empresas contribuem muito para o estabelecimento
dessa nova era e que parcerias com entidades do Terceiro Setor realizadas com transparências
são caminhos que devem ser trilhados para o desenvolvimento de Responsabilidade Social
Empresarial.
Observou-se também que a gestão do Terceiro Setor passou por significativas
melhorias, quanto às funções gerenciais como planejar, organizar, direcionar e controlar
reforçando a tendência de modernização e profissionalização para as instituições integrantes
do setor, investindo em melhorias de qualidade, transparência de ação e resultados,
aumentando assim sua credibilidade. A prática desse novo modelo de gestão deve ser
assumida pelas empresas como parte estratégica transformando-se em uma poderosa
ferramenta, que lhe permite estar sempre à frente de seus concorrentes.

7.1 Proposição do Plano de Melhorias
De acordo com os resultados obtidos através das pesquisas, percebe-se que a entidade
Lar Monsenhor Filippo vive uma concepção de gestão assistencialista, portanto sugerimos
algumas atitudes com o intuito de mudar essa realidade em médio prazo. São atividades
simples e com baixo custo, porém um instrumento eficaz para o avanço do profissionalismo
na entidade. As atitudes que devem ser tomadas são:
Com o público interno: Diretoria, funcionários, profissionais da área e os pais.
54
•

Buscar um profissional qualificado para a captação de recursos financeiros;

•

Promover cursos, palestras e seminários sobre temas como cidadania,
desenvolvimento social e ambiental, sobre terceiro setor, filosofia do
voluntariado, etc.

•

Estudo de caso de instituições que passaram por essas mudanças;

•

Visitas as fundações filantrópicas.

Com público externo:

•

Promover encontros com outras organizações para troca de experiências;

•

Fortalecer vínculos com as associações de bairro, igrejas e demais segmentos
da cidade visando divulgar os projetos da entidade e buscar novas parcerias; e
possíveis voluntários;

•

Ampliar a parceria da Prefeitura junto aos projetos existentes na entidade seja
em recursos financeiros ou recursos humanos;

•

Divulgação juntos aos fornecedores sobre os trabalhos realizados pela
entidade.

55
REFERÊNCIAS
ALBUQUERQUE, Antônio Carlos Carneiro de. Terceiro Setor. História e Gestão de
Organizações, São Paulo, Summus, 2006.
ASHLEY, Patricia Almeida et al. Ética e Responsabilidade Social nos Negócios. São
Paulo: Editora Saraiva, 2002.
BARREIRA, Carmen. Parcerias Noções Gerais. Uma questão para pensar: parcerias e
alianças
estratégicas.
2008.
Disponível
em
:
http://www.rits.org.br/gestao_teste/ge_testes/ge_mat01_parc_parctxtpag00.cfm. Acesso em
22/06/2008.
Brasil.
Lei
9.608.
Lei
Voluntário
de
Gestão.
Disponível
<Htpp/www.planalto.gov.br/ccivi/-03/Leis/L9790> –acesso em 30/03/2008

em

CAMARGO, Mariângela, et al Gestão do Terceiros Setor no Brasil. 2ª ed. São Paulo:
Futura, 2001.
Diretoria Executiva, Estatuto Lar Monsenhor Filippo, 2004.
DOMENEGHETTI, Ana Maria Martins de Souza. Voluntariado. São Paulo: Esfera, 2001
Emprega Brasil, Ipsos Opinion. Os Benefícios da Responsabilidade Social para sua
Empresa e Sociedade. Disponível em:
http://www.empregabrasil.org.br/respsocial.asp acesso em 13/09/2008.
HUDSON M KIke. Administrando Organizações do terceiro Setor. São Paulo: Makron
Books, 1999.
INSTITUTO AKATU - INSTITUTO ETHOS. Responsabilidade Social Empresarial. Um
Retrato da realidade brasileira. Novembro 2003.
KARKOTLI, Gilson. Responsabilidade Social Empresarial. Petrópolis, RJ. Vozes, 2006.

Lei Voluntário de Gestão. Disponível
03/Leis/L9790> –acesso em 30/03/2008

em

<Htpp/www.planalto.gov.br/ccivi/-

MARIANO, A; ARRUDA. E. Relatório Estatístico do Mapa do 3º Setor. Disponível em:
<http://www.mapa.org.br> Acesso em: 06/04/2008.

MELO NETO, Francisco Paulo de; FRÓES, César. Gestão da Responsabilidade Social
Corporativa. O Caso Brasileiro. Rio de Janeiro: Qualitymark, 2001.

56
OLINTO, Antonio. Minidicionário Antonio Olinto da Língua Portuguesa. Organização
Ubiratan Rosa, São Paulo: Moderna, 2000.
PORTELA, Girlene Lima. Abordagens Teórico-metodológicas: Pesquisa quantitativa ou
qualitativa? Eis a questão. Disponível em:
http://www.uefs.br/disciplinas/let318/abordagens_metodologicas.rtf. Acesso em 24/09/2008.
SEBRAE; Responsabilidade Social nas Micro e Pequenas Empresas do Estado de São
Paulo/ [Marco Aurélio Bedê, ( coordenador)] – 1. ed. São Paulo: SEBRAE, 2005.
Secretaria educação básica. Educação Infantil. Disponivel em
http://portal.mec.gov.br/seb/index.php?option=content&task=view&id=180&Itemid=569
acesso em 12/10/2008

–

SOARES, Luiz Henrique Proença. Presidente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada.
Pesquisa ação social das empresas no Brasil – IPEA/DISOC- 2006.
http://www.ipea.org.gov Acesso em 29/08/2007.
VALARELLI, Leandro Lamas. Parcerias. Noções Gerais, RETS Revista do Terceiro Setor,
São Paulo, n° 09, p.15, 2003.

57
ANEXO I
01 - Quando se fala em Lar Monsenhor Filippo, o que lhe vêem a mente num primeiro
momento?
02 - Em pesquisa realizada em fevereiro de 2004 pelo Lar Monsenhor Filipo, 55% dos
entrevistados disseram que a missão do Lar é a educação, seguida pela área de assistência
social com 12 %. Em sua opinião porque esses dois itens receberam maior destaque?
03 - A atuação dos Freis Franciscanos esta bem presente na cultura dos entrevistados
com percentual de 76% a favor da presença destes religiosos na administração do Lar. Por que
esse índice é tão alto?
04 - Em sua opinião qual a maior contribuição que o Lar pode trazer a comunidade de
Potim, nesses 66 anos de existência?
05 - Diante de seu perfil profissional, quais as atividades que o Lar pode oferecer as
crianças de 06 a 10 anos?
06 - Numa visão de cidadania, quais são os benefícios que essas crianças levarão para
vida, participando de alguma atividade na Entidade?
07 - A situação de desemprego na cidade de Potim contribui para o aumento da
desigualdade e exclusão social. Diante dessa situação qual o maior desafio da Entidade?
08 - O lar é uma Entidade Filantrópica sem fins lucrativos, portanto, como ela
consegue manter suas atividades, uma vez que não gera receitas?
09 - Qual é em sua opinião a maior dificuldade da Entidade hoje em ter parcerias, seja
ela no setor publico ou privado?
10 - O que você sugere para futura empresa parceira da Entidade?

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  • 1. FACULDADES INTREGRADAS TERESA D´ÁVILA CURSO DE ADMINISTRAÇÃO Sidney Orcezi Elaine Cristina Rodrigues Alves Espíndola Luís Marcelo de Andrade Lorena Finanças RESPONSABILIDADE SOCIAL EMPRESARIAL: Uma Parceria Entre a Empresa Privada e o Terceiro Setor LORENA – SP 2008
  • 2. FATEA FACULDADES INTREGRADAS TERESA D´ÁVILA ADMINISTRAÇÃO GERAL Sidney Orcezi Elaine Cristina Rodrigues Alves Espíndola Luís Marcelo de Andrade Lorena Finanças RESPONSABILIDADE SOCIAL EMPRESARIAL: Uma Parceria Entre a Empresa Privada e o Terceiro Setor Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Administração das Faculdades Integradas Teresa D’Ávila – FATEA, como exigência à obtenção do título de Bacharel em Administração de Empresas. Professor Prado Orientador: LORENA - SP 2008 André Alves
  • 3. SIDNEY ORCEZI ELAINE CRISTINA RODRIGUES ALVES ESPÍNDOLA LUÍS MARCELO DE ANDRADE LORENA Finanças RESPONSABILIDADE SOCIAL EMPRESARIAL: Uma Parceria Entre a Empresa Privada e o Terceiro Setor Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) apresentado às Faculdades Integradas Teresa D´Ávila – FATEA, como exigência para obtenção do título de Bacharel em Administração de Empresas. Aprovado em: ____/____/______ BANCA EXAMINADORA André Alves Prado Orientador Zeila Pozzatti Membro Paulo Sena Membro Lorena, 01 de novembro de 2008
  • 4. DEDICATÓRIA Dedicamos a todos nossos familiares e amigos e aos colegas de sala que sempre estiveram presentes no decorrer da trajetória acadêmica. E em especial nossa amiga “GABI” (Gabriela Monteiro da Silva Carlos (in memorian)) que certamente participa dessa nossa vitoria.
  • 5. AGRADECIMENTOS Agradecemos primeiramente a Deus. Único em três pessoas, criador de todas as coisas visíveis, que nos fortaleceu com seu amor durante toda etapa percorrida. Ao professor André Alves Prado, agradecemos pela atenção e dedicação prestada durante a elaboração deste trabalho e também pelos conhecimentos transmitidos no decorrer do curso, que muito contribuiu por nosso desenvolvimento pessoal e profissional. Ao diretor da entidade Lar Monsenhor Filippo Frei Victor Talasz por ter acreditado em nosso trabalho, permitindo que a entidade fosse nossa referência e inspiração. Agradeço minha esposa Áurea pelo apoio nessa jornada e pela terceira vez poder carregar em seu ventre o fruto do nosso amor. Aos meus filhos Thiago e Guilherme por entenderem minha ausência muitas vezes em seus momentos de lazer. Aos meus pais pelas orações e testemunho de vida em família. Agradeço ao meu esposo Cláudio e aos meus filhos Alisson e Natani, que muito me apoiaram, torceram, se empenharam e passaram todas as dificuldades junto comigo para que eu chegasse ao meu objetivo final. O meu muito obrigada a vocês. Aos meus pais que contribuíram muito para formar os meus princípios e valores, me dando garra para que eu chegasse até aqui. Agradeço a todos os meus familiares, em especial ao meu pai Francisco, muito obrigado pela motivação, dedicação e compreensão, em todos os momentos desta e outras caminhadas. A todos nossos professores e amigos que contribuíram direta ou indiretamente para a execução dessa monografia sejam através de palavras de estímulo ou uma contribuição específica.
  • 6. ORCEZI, S. ESPÍNDOLA, E.C.R.A. LORENA, L.M.A. Responsabilidade Social Empresarial: Uma Parceria Entre a Empresa Privada e o Terceiro Setor. 2008. 58 p. Trabalho de Conclusão de Curso em Administração com Habilitação em Finanças, Faculdades Integradas Teresa D’Ávila, FATEA, Lorena. RESUMO O presente trabalho tem por finalidade contribuir para um melhor entendimento dos conceitos de Responsabilidade Social Empresarial (RSE) e Filantropia, atualmente muito presente no meio acadêmico e empresarial onde se debate a respeito de temas relacionados ao papel e desempenho pelas empresas no processo de desenvolvimento e justiça social. Neste atual estudo o Terceiro Setor é analisado sobre uma nova concepção, seja pela sua importância nos tratos sociais, ou na abordagem cada vez mais profissional das organizações que o compõem. Descreve-se o conceito sobre qual é a formação desse setor, um modelo de estrutura organizacional, estatísticas e estimativas sobre parcerias de empresas. Há uma abordagem sistêmica sobre a gestão do Terceiro Setor, as funções gerenciais e a captação de recursos pela qual este setor se torna sempre um desafio para aqueles que o administram. Neste trabalho acadêmico há um programa de ação social para atender crianças de 6 a 10 anos, para que possa vir, por meio desse programa, celebrar uma parceria entre a entidade do Terceiro Setor e alguma empresa privada da região do Vale do Paraíba. Palavras-chave: Responsabilidade Social; Terceiro Setor; Filantropia; Administração de Empresas.
  • 7. ORCEZI, S. ESPÍNDOLA, E.C.R.A. LORENA, L.M.A. Social Responsibility Entrepreneurial: A Partnership Between Private Enterprise and the Third Sector. 2008. 58 p. Completion of work of course in Enterprise Management in Finance with Proof, Integrated Colleges Teresa D'Avila, FATEA, Lorena. ABSTRACT This work intends to contribute to improve the understanding in concepts of Social Responsibility Entrepreneurial (SRE) and Philanthropy, which nowadays are much discussed in the Academic and Entrepreneurial Environment. In these environments themes related with paper and performance of the companies are discussed concerning about the process of development and social justice. In this study the Third Sector is analyzed seeking a new conception, for its importance in the social treatments, or in the approach more and more professional of the organizations. Besides that, the study describes the concept about the formation of this sector, an organizational structure model, statistics and estimates about partners between companies. Moreover there is a systemic approach about the Third Sector management, the managerial functions and the resources reception that becomes frequently a challenge for whom manage them. It is still showed a program of action social for 6 to 10 year-old children, celebrating through it a partnership between the entity of Third Sector and some private enterprise from the region of Vale do Paraíba. Key-words: Social Responsibility; Third Sector; Philanthropy; Enterprise Management.
  • 8. Sumário 1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 10 1.1 Apresentação ................................................................................................................... 10 1.2 Problema de pesquisa ...................................................................................................... 10 1.3 Justificativa ..................................................................................................................... 11 1.4 Objetivo........................................................................................................................... 11 1.5 Delimitação do Estudo .................................................................................................... 11 2 HISTORICO DA INSTITUIÇÃO ..................................................................................... 12 3 FUNDAMENTAÇÃO TEORICA ...................................................................................... 14 3.1 Responsabilidade Social ................................................................................................. 14 3.1.1 Filantropia e Responsabilidade Social ..................................................................... 17 3.1.2 Ética.......................................................................................................................... 18 3.1.3 Os Mandamentos da Ética........................................................................................ 19 3.2 Terceiro Setor.................................................................................................................. 21 3.2.1 Entidades que Formam o Terceiro Setor.................................................................. 21 3.2.2 Terceiro setor e Ações de Parcerias ......................................................................... 25 3.2.3 Efetiva Participação das Empresas no Terceiro Setor.............................................. 27 3.3 Gestão do Terceiro Setor ................................................................................................ 28 3.3.1 Funções Gerenciais .................................................................................................. 28 3.3.2 Captação de Recursos .............................................................................................. 29 4 METODOLOGIA ............................................................................................................... 35 4.1 Tipo de estudo ................................................................................................................. 35 4.2 Local de estudo ............................................................................................................... 35 4.3 População do estudo ....................................................................................................... 35 4.4 Instrumento de coleta de dados ....................................................................................... 35 4.5 Análise de dados ............................................................................................................. 35 5 RESULTADOS E DISCUSSÃO ....................................................................................... 37 5.1 Resultado da Pesquisa Atual ........................................................................................... 41 5.2 Integração entre as Pesquisas Quantitativa e Qualitativa ............................................... 46 6 PROJETO PEQUENO CIDADÃO .................................................................................. 48 6.1 Recursos e Custos ........................................................................................................... 51 6.2 Cronograma de Desembolso Mensal .............................................................................. 53 7 CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................................. 54
  • 9. 7.1 Preposição do Plano de Melhorias .................................................................................. 54 REFERENCIAS .................................................................................................................... 56 ANEXOS ................................................................................................................................ 58
  • 10. 1 INTRODUÇÃO 1.1 Apresentação Com advento do século XXI, surgimento diário de novas tecnologias, efeito da globalização na economia mundial, a busca estressante do ter, as grandes manobras de fusão, incorporando empresas para alcançar cifras milionárias, não livraram a sociedade de velhos desafios. Como diminuir as diferenças sociais, como garantir o acesso à boa educação, moradia e a saúde. Existe ainda em muitos lugares o trabalho escravo, exploração de mão obra infantil e o trabalho sem as mínimas condições de segurança e saúde. A exploração acontece em vários lugares e em todos os sentidos lesando sempre o menos favorecido. Essas são algumas questões que devem ser resolvidas. Sobre esse cenário o governo e os agentes públicos, cada vez mais conscientes de suas dificuldades em garantir o bem estar da sociedade, aliam-se com as Organizações Sociais, visando uma efetiva participação nas ações sociais. Como se encontram mais próximas da sociedade, essas organizações assumem uma postura de liderança e desenvolvem modelos de gestão mais adequada em diferentes áreas. Hoje no Brasil inúmeras fundações e empresas privadas atuam no terceiro setor, executando projetos, investindo em recursos financeiros ou materiais. Verifica-se ainda um grande número de financiadores sejam nacionais ou internacionais, que apóiam cada vez mais as iniciativas feitas pelo terceiro setor. O presente trabalho está direcionado na Responsabilidade Social Empresarial, seu público e os aspectos éticos em questão, bem como conceitos sobre qual é a formação do Terceiro Setor, suas estimativas, parcerias com empresas, pesquisas e modelo de estrutura organizacional. Finaliza-se o capítulo sobre conceitos de gestão, funções gerenciais e a captação de recursos pela qual o Terceiro Setor torna sempre um desafio para aqueles que o administram. 1.2 Problema de pesquisa Para a análise da Responsabilidade Social é preciso esclarecer a diferença de Responsabilidade Social Empresarial (RSE) e Filantropia, a partir dos resultados obtidos colocar em questão: Como apresentar uma proposta de ação social ao setor corporativo que venha atender crianças com idade entre 6 a 10 anos na entidade Lar Monsenhor Felippo e assim fomentar a parceria? 10
  • 11. 1.3 Justificativa O fator decisivo da escolha do tema para estudo partiu da opinião de cada membro do grupo sobre a questão da exclusão social, seja ela no campo da educação, do trabalho ou da cultura. Dar oportunidade a quem está excluído foi determinante para iniciar essa pesquisa. Esperar ações dos órgãos governamentais, além de serem insuficientes para atender a demanda corre-se o risco de fomentar a corrupção e o desvio do dinheiro, ato tão corriqueiro no país. Por isso qualquer atitude que venha do cidadão é fundamental para poder mudar essa desigualdade social existente em nossa sociedade, e tornar um mundo melhor, mais humano. Entende-se também que compete às empresas exercer um papel importante no combate à pobreza na sociedade. A prática da Responsabilidade Social como parte estratégica empresarial é uma ferramenta poderosa que deve ser assumida pela organização. Do ponto de vista da competitividade ter um diferencial a mais, mantém a frente de seus concorrentes. 1.4 Objetivo Com o esclarecimento feito sobre Responsabilidade Social Empresarial e Filantropia, objetiva-se a aplicabilidade do projeto elaborado para a entidade Lar Monsenhor Filippo. 1.5 Delimitação do Estudo Delimita-se esta pesquisa quanto à parte teórica o tema Responsabilidade Social Empresarial entende-se que é um tema que vem modificando o sistema de gestão das grandes corporações, mas ainda limitado às pequenas empresas. Para parte prática o estudo de pesquisa será tomado o público externo direcionado na comunidade, para demanda referente à melhoria da qualidade de vida na comunidade, aqui representada por uma Entidade Filantrópica. 11
  • 12. 2 HISTÓRICO DA INSTITUIÇÃO O Lar Monsenhor Filippo foi fundado em 1940 iniciando suas atividades em 15 de março de 1941 como entidade civil sem fins lucrativos, sediada no município de Guaratinguetá - SP. A instituição inicialmente denominada Colégio São José foi fundada por iniciativa do então Padre Filippo. Posteriormente denominado Monsenhor Filippo, preocupado desde 1895 com a situação dos meninos carentes da cidade que não tinham onde morar e nem condições para estudar. O terreno escolhido para abrigar a construção da instituição, foi próximo a Santa Casa de Misericórdia de Guaratinguetá, tratava-se de um grande sobrado, todo murado, com amplos dormitórios, salas e muito espaço para estudo e recreação. Sua construção durou 03 anos. Inicialmente a administração da casa foi entregue aos cuidados da Ordem Salesiana, a exemplo do Colégio do Carmo, devido à preocupação de Monsenhor Filippo a educação religiosa das crianças; posteriormente o colégio foi entregue a administração de Ordem Franciscana. Em 1950, o colégio São José foi desapropriado devido o projeto de construção da rodovia que ligaria Rio de Janeiro a São Paulo, atual Rodovia Presidente Dutra. Em 1955 a instituição foi transferida para o Bairro de Potim, (município emancipado em 1991) onde inicialmente atendia crianças e adolescentes abandonados ou “em situação irregular”, em sistema de internato, oriundos da própria região do Vale do Paraíba ou encaminhados pela Febem (Fundação do Bem Estar do Menor do Estado de São Paulo). Com a promulgação da lei que institui o Estatuto da Criança e do Adolescente, a entidade precisou rever suas finalidades estatutárias, e conseqüentemente adaptar suas atividades a uma nova proposta pedagógica. A maioria da população não tem qualificação profissional e vive do comércio ambulante, no município de Aparecida. Em 1992 foi implantada uma creche (única no município) para atender crianças de 03 meses a 06 anos, mas logo constata-se a necessidade de ampliar o atendimento para crianças de 7 a 12 anos, através de atividades de apoio escolar e extra curricular, em sistema de um período, o antigo internato. Outra necessidade no município refere-se ao idoso. Nesse sentido a Entidade cria o Grupo da 3ª idade São Francisco de Assis que funciona como um Centro de Convivência do Idoso. 12
  • 13. Em 2001 foi implantado no Município através de convênio com a Prefeitura Municipal o Programa da Saúde da Família que atende através de 5 equipes implantadas em 5 bairros do município. Em 2.002 para atender as necessidades do município e região foi implantado o Projeto Oásis que acolhe adolescentes em conflito com a lei, através de medidas sócio-educativas: Liberdade Assistida e Prestação de Serviço à comunidade em convênio com a Febem (Fundação do Bem Estar do Menor) atendendo o que preconiza o Estatuto Criança e Adolescente em seu art.º 112. Em 2002 foi implantado, o Centro de Fisioterapia de Potim para atender cerca de 250 pessoas por mês que necessitam de tratamento especializado, anteriormente inexistente no Município. As ações da Entidade Lar Monsenhor Filippo voltam-se para: Assistência Social; Educação; Saúde, a saber: Centro de Educação Infantil Amiguinhos do Sol (creche); Escola de Esportes Frei Mariano; Escola de Informática e Cidadania; Projeto Oásis (atendendo somente o município de Potim); Centro de Convivência do Idoso São Francisco; Centro de Fisioterapia de Potim – aberto a população; Gabinete Odontológico – atendendo rede ensino do município e a Entidade; Programa Saúde da Família – aberta a população. O plano de ação do Lar Monsenhor Filippo, privilegia os segmentos: criança, adolescente, Assistência Social; portanto sua ação vai à direção de necessidades já dimensionadas. Em especial o Lar, pretende tornar a família centro de todas as suas ações, neste exercício, uma vez que no Município de Potim esse segmento apresenta vulnerabilidade e fragilidades que justificam os índices de desenvolvimento humano especialmente precário. 13
  • 14. 3 FUNDAMENTAÇÃO TEORICA 3.1 Responsabilidade Social Responsabilidade Social é qualquer ação que contribui para melhoria da qualidade de vida da sociedade, pressupõe uma relação de ética e transparência de uma organização com todas as suas partes interessadas, visando o desenvolvimento sustentável. A ação de responsabilidade social não é individual e sua ação reflete da empresa em prol da cidadania. Com isso a empresa pratica e demonstra uma atitude de respeito e estímulo à cidadania corporativa; consequentemente existe uma associação direta entre o exercício da Responsabilidade Social e o da cidadania empresarial. (ASHLEY, 2005, p. 26). A Responsabilidade Social Empresarial é um tema de grande relevância nos principais centros da economia mundial, nos Estados Unidos e na Europa proliferam os fundos de investimentos formados por ações de empresas socialmente responsáveis. O Sustainability Index, da Dow Jones, por exemplo, enfatiza a necessidade de integração dos fatores econômicos, ambientais e sociais nas estratégias de negócios das empresas. As empresas estão buscando maior conhecimento do assunto, as ONGs estão se profissionalizando, os parceiros e clientes estão cobrando conduta social das empresas antes de com ela negociar. Karkotli (apud ASHLEY 2002, p. 6), por sua vez, conceitua Responsabilidade Social Empresarial como: O compromisso que uma organização deve ter para com a sociedade, expresso por meio de atos e atitudes que a afetem positivamente de modo amplo e a alguma comunidade de modo específico, atingindo proativamente e coerentemente no que tange a seu papel específico na sociedade e a sua prestação de contas com ela. Responsabilidade Social é o comprometimento das empresas em adotar atitudes éticas e contribuir para o desenvolvimento social de seus empregados, comunidade e principalmente de toda sociedade. Atualmente refletir e colocar em prática o tema responsabilidade social empresarial é dar um passo a adiante, é estar à frente das empresas concorrentes é agregar valor a seus produtos e serviços. Na interpretação de Karkotli (2006, p. 44) Numa visão geral, responsabilidade Social Empresarial é toda e qualquer ação que possa contribuir para a melhoria da qualidade de vida da sociedade, possibilitando que as organizações demonstrem toda sua preocupação por meio de significativos projetos sociais. 14
  • 15. Observa-se então que responsabilidade social empresarial está intimamente ligada tanto ao público interno quanto ao público externo, esse conceito pode ser mais bem entendido respectivamente a seguir: a) Público Interno: O ambiente interno é também definido como direto ou operacional, pode ser identificado como aquele que influencia ou é influenciado por ações ou elementos que tem relação direta com as atividades empresariais. Os empregados e dirigentes fazem parte do ambiente interno da organização que deles recebem capacidade de trabalho, empenho, lealdade, esforço físico ou intelectual. Outro grupo de ação direta na atividade da empresa são os acionistas e/ou investidores. O esquema proposto por Melo Neto; Fróes (2004, p.195), representado pela figura 1 permite visualizar a questão. Cumprimento das obrigações trabalhistas Melhoria da qualidade do ambiente e da vida no trabalho Desenvolvimento profissional Gerenciamento da diversidade Concessão dos benefícios Gestão de mobilidade interna Ações de gerenciamento do relacionamento com público interno Divulgação e democratização das informações Inclusão social dos portadores de deficiência Incentivo á participação em sindicatos e associações Figura 1. Ações de Gestão da Responsabilidade Social. Fonte: Melo Neto; Fróes (2004, p.195). b) Público Externo: O ambiente externo ou indireto pode ser compreendido como aquele que não interage diretamente no funcionamento da organização, mas pode influenciar nas decisões tomadas por seus administradores. 15
  • 16. Esse público externo seria os consumidores, fornecedores, concorrentes, governos, grupos de interesses especiais, a mídia, o sindicato de trabalhadores, instituições financeiras, etc. Essa preocupação em estabelecer sólidos princípios de Responsabilidade Social Empresarial dentro das organizações não se restringe as empresas multinacionais atuantes no Brasil, como é o caso da Shell e da Xérox, reconhecidamente avançadas no desenvolvimento de práticas de Responsabilidade Social Empresarial no mundo inteiro, mas também empresas nacionais como a Sadia S/A e Perdigão Agroindustrial S/A que mantém ações de responsabilidade social. (ASHLEY, 2005, p. 26). De acordo com a pesquisa feita em pelo Instituto Akatu em parceria com Instituto Ethos (2003, p. 22). Verifica-se que, quem mais desenvolve ações de Responsabilidade Social Empresarial são as empresas de grande porte com 59%, e que as empresas de médio e pequeno porte desenvolvem ações filantrópicas em 21% e 20% respectivamente. Outra fonte de pesquisa foi feita entre 5 e 6 de julho de 2004, em todo Estado de São Paulo, em uma amostragem com 425 MPEs (Micro e Pequenas Empresas no Estado de São Paulo). A pesquisa indica que as ações sociais das empresas são motivadas, principalmente, pelo desejo de colaborar com a sociedade (78%) e pelas solicitações apresentadas por de entidades sociais (55%). SEBRAE (2005). A Responsabilidade Social Empresarial anda em alta no meio empresarial. O levantamento da francesa IPSOS-OPINION (2008) indica que o principal objetivo das corporações brasileiras na hora de gastar suas verbas de patrocínio é mostrar ao público seu compromisso social, que é representada através do gráfico 1. Demonstrar Respon. Social 70% 60% Rel. com público de interesse 62% 55%53% 50% Mudar ou reforçar a imagem 38% Aumentar a fidelidade a marca 40% 30% 23% 20% 21% 15% 15% Gerar lembrança/visibilidade Al. vendas experimentação de prod. 10% 0% 1 Endomarketing Diferenciar-se dos concorrentes Gráfico 1 - Objetivos das Corporações com Patrocínios. Fonte: Emprega Brasil - IPSOS OPNION (2008) 16
  • 17. Na visão de Melo Neto; Fróes (2004, p. 29, 30) existem dois pontos a serem lembrados sobre exercício de responsabilidade social: ações comunitárias e projetos sociais próprios, que pode ser observado na figura 2. As ações sociais comunitárias correspondem á participação da empresa em programas e campanhas sociais realizadas pelo governo, entidades filantrópicas ou comunitárias ou por ambas. Tal participação ocorre por meio de doações para campanhas sociais, adoção de praças, creches, postos de saúde. Já em projetos sociais próprios, o retorno social a imagem e de mídia são os de maior peso. A empresa estreita laços com a comunidade fortalece sua imagem, e obtém ganhos sociais expressivos, que se refletem no aumento do seu faturamento, vendas e participação no mercado. Ações Comunitárias Ação indireta na comunidade. Transferência/repasse de recursos entidades. A gestão é feita por terceiros São ações de doação e apoio. Projetos Sociais próprios Ação direta sobre a comunidade. para Aplicação direta dos recursos. A gestão é feita pela própria empresa. São ações de fomento ao desenvolvimento social. Gera retorno tributário, social e Geram retorno social e de mídia institucional. institucional. Não demandam ações de marketing social. Demanda ações de marketing social. Figura 2 - Modalidades de exercícios de responsabilidade social corporativa. Fonte: Melo Neto, Fróes (2004, p. 29). 3.1.1 Filantropia x Responsabilidade Social Filantropia é baseada no assistencialismo, ao dever moral e ético dos que praticam, surge o desejo de ajudar os pobres, desvalidos, desfavorecidos. Por outro lado a Responsabilidade Social Empresarial busca o desenvolvimento de toda a sociedade. Ela é mobilizadora, ela promove a inclusão social e recupera a civilidade. Segundo Melo Neto; Fróes (2004, p. 26) [...] a Responsabilidade Social é um estágio mais avançado no exercício da cidadania corporativa. Tudo começou, no entanto com a prática de ações filantrópicas. Empresários, bem sucedidos em seus negócios, decidiram retribuir á sociedade parte dos ganhos que obtiveram em suas empresas, tal comportamento reflete uma vocação para um ato de caridade [...] [...] No bojo desta onda de filantropia surgiram às entidades filantrópicas em busca de recursos dos empresários filantropos. A responsabilidade é diferente, tem a ver com a consciência social e o dever cívico, ela não é individual, reflete a ação de uma empresa em prol da cidadania [...] 17
  • 18. Conforme (Melo Neto; Fróes, 2004 p. 28) existem algumas diferenças entre Filantropia e Responsabilidade Social, pode-se observar na tabela 1 que: Tabela 1 - Diferenças entre Filantropia e Responsabilidade Social Filantropia Responsabilidade Social Ação individual e voluntária Ação coletiva Fomento da caridade Fomento da cidadania Base assistencialista Base estratégica Restrita a empresários filantrópicos e Extensiva a todos abnegados Prescinde de gerenciamento Demanda gerenciamento Decisão individual Decisão consensual Fonte: Melo Neto; Fróes (2004). Desenvolver Responsabilidade Social é promover o bem estar dos funcionários, dos acionistas, do meio ambiente e principalmente da sociedade. As empresas socialmente responsáveis destacam-se pelo seu padrão de comportamento social, econômico, cultural e político. Com base nessas atitudes as empresas adquirem um enorme valor quanto à sua imagem, a marca e aos produtos e serviços. 3.1.2 Ética A ética por sua vez é uma ação, é a maneira de colocar em prática os valores morais da empresa. É uma forma de traduzir a moral em atos concretos e se identifica a ética vindo da hierarquia de valores morais da empresa. O exercício da Responsabilidade Social Empresarial e a ética andam de mãos dadas. A norma de ética ou de compromisso social é uma ferramenta muito usada para a realização da visão e missão da empresa, onde suas atitudes e postura social ficam visíveis em todo o seu meio de relacionamento. A formalização desses compromissos éticos é importante para que possa se relacionar com todos os seus parceiros e envolvidos nesse contexto social. (ASHLEY, 2002) 18
  • 19. Segundo Ashley (2002) a auto-regulação da conduta. O código de ética ou de compromisso social é um instrumento de realização da visão e da missão da empresa, orienta suas ações e explicita sua postura social a todos com quem mantém relações. O código de ética e/ou de compromisso social e o comprometimento da alta gestão com sua disseminação e cumprimento são bases de sustentação da empresa socialmente responsável. A formalização dos compromissos éticos da empresa é importante para que ela possa se comunicar de forma consistente com todos os parceiros dado o dinamismo do contexto social é necessário criar mecanismos de atualização do código de ética e promover a participação de todos os envolvidos [...]. 3.1.3 Os Mandamentos da Ética Segundo Melo Neto; Fróes (2004) uma empresa é socialmente responsável se apresentar alguns requisitos, que podem ser observados na tabela 2. Tabela 2 - Empresa Socialmente Responsável. a) Ecológica. e) Saudável. Use papel reciclado em produtos e Dá incentivos financeiros para funcionários embalagens que alcançam metas de saúde como redução de peso e colesterol baixo b) Filantrópica f) Educativa Permite que os funcionários reservem parte Permite que grupos de estudantes visitem as do horário de serviços para a prestação de suas dependências trabalho voluntário c) Flexível g) Comunitária Deixa que os funcionários ajustem sua Cedem as suas instalações esportivas para jornada de trabalho ás necessidades pessoais campeonatos de escolas das redondezas. d) Interessada h) Integra Faz pesquisas entre os funcionários para Não lança mão de propaganda enganosa, conhecer seus problemas e tentar ajudá-los vendas casadas e outras práticas de marketing desonesto. Fonte: Melo Neto; Fróes (2004, p. 34). Para Melo Neto; Fróes (2004) o interesse da empresa por seus funcionários é apenas um dos indicadores da sua Responsabilidade Social interna. Não basta fazer pesquisas
  • 20. somente para conhecer os problemas dos funcionários, mas é necessário também pesquisar os problemas de seus familiares, dos prestadores de serviços e comunidade. A ênfase na saúde dos funcionários extrapola questões como redução de peso e colesterol baixo e engloba outras questões relacionadas á saúde mental, ocupacional e a segurança no trabalho. No campo da educação, o escopo é ainda maior, compreende ações de formação, treinamento e capacitação profissional, tanto para funcionários e seus dependentes, quanto para clientes, fornecedores e demais parceiros, além da sociedade e da comunidade. Em suas relações com a comunidade, à empresa socialmente responsável não se limita a ceder suas instalações para a prática esportiva e para atividades de cunho social e cultural dos alunos das escolas das redondezas. O aspecto é muito mais amplo: ações de inserção social, ações de fomento do desenvolvimento social, ações de apoio social. Segundo Melo Neto; Fróes (2004) “[...] a integridade é a base ética do comportamento da empresa socialmente responsável. É talvez a dimensão de maior amplitude, envolve a ética não somente aplicada aos negócios [...]”. De acordo com Melo Neto; Fróes (2004, p. 194) ações de gestão da Responsabilidade Social com base nos valores e princípios éticos podem ser observadas na figura 3. Elaboração do código de ÉTICA Ações de gerenc. princípios e valores de Respon Gerenciamen to do comportame nto ético Elaboração do documento declaração de valores da Gerenciamento do comportamento Elaboração e publicação do balanço Gerenc. do relacionamento com o governo Figura 3 - Ações de Gestão da Responsabilidade Social Fonte: Melo Neto; Fróes (2004, p. 194). 19
  • 21. 3.2 Terceiro Setor O Terceiro Setor vem crescendo no Brasil de forma significativa, para tornar claro esse conceito é preciso entender suas origens, suas mudanças estruturais e atuação das organizações que o compõem. A expressão “terceiro setor” é uma tradução do termo em inglês third sector, que nos Estados Unidos é usado junto com outras expressões, como “organizações sem fins lucrativos” (nonprofit organizations) ou “setor voluntário” (voluntary sector). (ALBUQUERQUE, 2006, p.18) No Brasil e na América Latina, também se utiliza a expressão “sociedade civil”, esse conceito tem origem no século XVIII, que pode ser entendido como uma constituição de organizações sem fins lucrativos e não-governamentais, que tem basicamente um objetivo social em vez de procurarem gerar lucro, são independentes do Estado porque são administradas por um grupo independente de pessoas e não fazem parte de um departamento de um governo, autoridades locais ou de saúde e reinveste todo o seu saldo financeiro nos serviços que oferecem ou na própria organização. A sociedade civil também pode ser entendida como um conjunto de associações e organizações livres, não pertencentes ao Estado e não econômicas que, entretanto, têm comunicação com o campo público e com componentes sociais. (ALBUQUERQUE, 2006, p. 19). Atualmente, a expressão “organizações da sociedade civil” vem sendo utilizada como um conjunto de instituições que se distingue do Estado. As organizações que compõem o denominado Terceiro Setor têm características comuns, fazem contraponto às ações do governo, os bens e serviços públicos resultam da atuação do Estado e também na multiplicação de várias iniciativas particulares. Fazem contraponto às ações de mercado, abrem o campo dos interesses coletivos para a iniciativa individual. Dão maior dimensão aos elementos que as compõem, realçam o valor tanto político como econômico das ações voluntárias sem fins lucrativos. Projetam uma visão integradora da vida pública, enfatizam a complementação entre ações públicas e privadas. (ALBUQUERQUE, 2006 p.19) 3.2.1 Entidades que Formam o Terceiro Setor Após compreender o surgimento do Terceiro Setor, ou seja, sua origem é de suma importância analisar conceitualmente os principais tipos de entidades que o compõem, principalmente fazer uma menção maior às organizações sem fins lucrativos e nãogovernamentais, que é basicamente constituída a instituição Lar Monsenhor Filippo na qual o presente projeto irá se direcionar. 20
  • 22. a) Igrejas e Instituições Religiosas: As igrejas e instituições religiosas estão inteiramente ligadas com a formação do Terceiro Setor, teve ao longo da história uma efetiva participação na coordenação e administração da sociedade civil, sempre buscando o bem estar social, principalmente nas áreas da educação, saúde e assistencialismo. A igreja principalmente a católica, teve e tem um papel decisivo na formação do Terceiro Setor no Brasil. As Santas Casas foram pioneiras na área e, após a Proclamação da República, quando a separação entre Estado e Igreja, tornaram-se as primeiras organizações sem fins lucrativas do país. Se considerarmos todas as organizações criadas ou mantidas por igrejas, veremos que elas representam 38,6 % das organizações no Brasil, uma para cada três existentes. (ALBUQUERQUE, 2006, p. 34). b) Associações: As associações são constituídas por um agrupamento de pessoas que interage com seus associados ou com a própria comunidade e, que colaboram com suas qualificações e conhecimentos direcionados para um mesmo objetivo, promover a satisfação social de todos. Associação é uma reunião ou o agrupamento de pessoas para a realização e consecução de objetivos comuns (ideais) sem a finalidade lucrativa. É dotada de personalidade jurídica. Assim, suas características são: reunião de diversas pessoas para a obtenção de um fim ideal, a ausência de finalidade lucrativa e o reconhecimento de sua personalidade por parte da autoridade competente. Quando tenham por objetivos fins humanitários, beneficentes, culturais, literários etc., colimando efetiva e exclusivamente ao bem estar da coletividade, podem ser declaradas de utilidade pública, desde que atendidos os requisitos impostos por lei. (SEBRAE, 2008) c) Fundações: Em primeiro lugar a fundação é um conjunto de bens, ou seja, um patrimônio que tem objetivo de servir fins de utilidades públicas ou beneficências. Fundação é um patrimônio que, associado a uma idéia do instituidor, é colocado a serviço de um fim determinado. Qualquer fundação será sempre sinônimo de patrimônio, destinado à consecução de um fim não-egoístico, em beneficio da comunidade, em decorrência de um estatuto previamente aprovado. (CAMARGO, 2001, p. 37) d) Organizações Sem Fins lucrativos e Não-Governamentais (ONGs): São organizações constituídas pela sociedade civil sem fins lucrativos e que tem como objetivo a solução de algum problema da sociedade, seja ele social ou ambiental, ou ainda a reivindicação de direitos e melhorias do poder público. 21
  • 23. São instituições privadas e sem fins lucrativos que, ao obter algum resultado econômico de suas atividades, devem reinvesti-lo na atividade alvo da organização. Apesar de não-governamentais, os fins que essas instituições se dedicam têm características de serviço público, ainda que em escala diferente do realizado pelo Estado. São instituições inteiramente organizadas, eficientes e de grande confiabilidade, geralmente mobilizam a opinião pública e consegue o apoio da população para modificar determinados aspectos da sociedade. É pela eficiência e importância do trabalho que vem sendo desenvolvido por essas organizações que sindicatos, associações, movimentos, redes sociais, igrejas, órgãos governamentais e universidades formam parcerias para trabalhar com as ONGs em programas, projetos, seminários, campanhas, etc., conseguindo, assim, potencializar seu trabalho. (ALBUQUERQUE, 2006, p.31). Dentro dessas organizações, inclusive a Instituíção Lar Monsenhor Felippo, a qual é objeto de estudo, existe toda uma hierárquia que vai desde do Conselho até a Equipe Técnica ou Setores, pode-se destacar conceitualmente cada um deles. (ESTATUTO LAR MONSENHOR FILIPPO, 2008) a) O Conselho: Nas organizações do terceiro setor o Conselho esta no topo da pirâmide, sua composição é feita pela Diretoria Executiva, Conselho Fiscal e é composta por voluntários que se enquadram na classificação - Voluntários de Gestão. Conforme Lei nº. 9770 de 1999, esses dirigentes não podem receber nenhum tipo de remuneração, nem participar das distribuições de eventuais excedentes operacionais, nem bonificações. O conselho tem funções especiais e, é de sua responsabilidade o governo da Organização Social. Sua formação é composta por empresários, políticos e pessoas de destaque na sociedade onde esta inserida a Organização. É ela quem aprova ou não as decisões da diretoria executiva. Cabe ao conselho representar a credibilidade da Organização junto ao público externo, captação de sócios e patrocínios. Governar é assumir o desempenho da Organização, mas sem interferir nos detalhes do sistema de monitoramento. (HUDSON, 1999) Cabe esse monitoramento a equipe técnica que abordaremos mais adiante. Muito embora os Conselhos utilizem de poucas reuniões, são eles que se preocupam com assuntos e crises em curto prazo. Para bom andamento da Organização Social, o Conselho em sua maioria divide-se em Conselho Diretor e Conselho Fiscal, sendo escolhidos perante a Assembléia Geral e com definições específicas. 22
  • 24. b) Diretoria Executiva: Subordinado ao Conselho, a Diretoria Executiva assume a responsabilidade administrativa da Organização. É composta pelo Presidente, Vice Presidente, Tesoureiro e Secretário. A diretoria executiva é quem define os cargos e as funções, elabora o orçamento anual e estratégico e o de trabalho a serem desenvolvidos pelos demais setores, emitem parecer sobre operações de créditos bem como venda ou compra de imóveis. c) Conselho Fiscal: Também subordinado ao Conselho, auxilia a diretoria executiva na administração, analisa e fiscaliza as ações da diretoria executiva, aprovam orçamentos, confere balanços e demais atos administrativos e financeiros. d) Secretaria: É órgão de administração da Entidade, composta por dois ou mais secretárias (os). Nomeados pela Diretoria Executiva. Entre suas atividades principais, está: à coordenação de projetos, contratação serviços de terceiros e representatividade da Entidade ativamente em juízo ou fora dele. e) O Administrador: Profissional normalmente formado em administração de empresa, com praticas administrativas em gestão nas empresas privadas e públicas, embora com o crescimento do setor, esse administrador passa a ter perfil voltado para a demanda especificas dessas organizações. É remunerado pelo seu trabalho. Será o elo entre a equipe técnica e os Conselhos. Terá como objetivo principal concentrar tempo e esforço na missão, nos objetivos, na estratégia e nos planos operacionais. f) Equipe Técnica ou Setores: A equipe técnica em uma Organização Social ou ONG exerce papel importante, pois estarão diretamente ligados aos projetos, cabendo a ela redigir com clareza e objetivo os documentos, que a partir deles será posto em discussão pelo Conselho para tomada de decisões e revisão da estratégia. Os profissionais que compõem a equipe técnica são remunerados e vivem a uma jornada de trabalho normal como qualquer outro colaborador do setor privado. Porém entre equipe técnica e o Conselho existe a pessoa do administrador. O organograma a seguir demonstra a estrutura da Instituição Lar Monsenhor Filippo, representada pela figura 7 23
  • 25. ASSEMBLÉIA GERAL CONSELHO DIRETORIA EXECUTIVA CONSELHO FISCAL SECRETARIA ADMINSITRADOR ADMINSITRADOR EQUIPE TECNICA SETORES Figura 7 - Organograma Estrutural do Lar Monsenhor Filippo Fonte: Os autores, 2008. 3.2.2 Terceiro Setor e Ações de Parcerias Para entender essas denominações é preciso conhecer o papel de cada um dentro da sociedade, o primeiro setor é o Estado, que de certa forma deveria ser responsável pelas questões sociais, garantindo a todos os cidadãos o bem estar social, o segundo setor é o privado que é responsável pelas questões individuais. Com enfraquecimento do Estado em resolver os inúmeros problemas sociais, o setor privado começou a encontrar meios para amenizar tais problemas através de inúmeras instituições que compõem o chamado Terceiro Setor. De modo geral o Estado começa a reconhecer que as ONGs tomaram uma postura de liderança nesse meio, acumulando vários recursos como experiências e conhecimentos sobre como superar os problemas sociais e que as qualificam como parceiros do Estado e de inúmeras empresas, reforçando a tendência de modernização e de aumento da profissionalização para as instituições integrantes do setor, que passaram a investir em melhorias de qualidade, transparência de ação e resultados, aumento da visibilidade e da credibilidade. Através de ações como as de parcerias entre Estado, empresas e sociedade se têm a grande importância de pensar e agir de maneira igualitária chegando ao consenso de que dessa forma alcançarão objetivos em prol de interesses comuns. 24
  • 26. Hoje em dia qualquer indivíduo, independente de raça, religião e posição social é chamado a colaborar de forma significativa com a justiça social, no entanto trilhar esse caminho com as próprias pernas se torna difícil, é preciso construir alianças. Parceria tem sido um termo bastante utilizado e difundido, buscando caracterizar o que seria um novo modelo de relação entre as várias organizações da sociedade: Ongs, governos, agências multilaterais, fundações, igrejas, sindicatos, empresas, entidades assistenciais. Sua virtude viria do fato de enfatizar a atuação motivada por interesses comuns, ao invés do relacionamento pautado pelo conflito e pela concorrência. Cooperação e parceria têm sido declaradas ao público tanto como uma necessidade, quanto como um modo de atuação e, ainda, como um valor em si mesmo. (VALARELLI, 2007) No Brasil, cidadania e solidariedade são culturas ainda muito imaturas, há setores em que o Estado encara como uma intromissão da sociedade, assim como há setores em que a sociedade não aceita a intromissão do Estado, pois se acredita que ocorrerá uma espécie de manipulação. Estima-se que ações de parceria podem amenizar tais problemas como restrições e até mesmo desconfianças entre ambas as partes. A parceria é uma arte; construí-la envolve habilidades e talento. É preciso respeitar cada um dos componentes envolvidos e verificar claramente o que não está sendo exposto nas conversas iniciais. É preciso saber ouvir e habilmente descobrir pontos de identidade e espaços nos quais as soma dos talentos e das possibilidades individuais resultará em benefício para todos os participantes. (BARREIRA, 2008) Uma pesquisa realizada pelo IPEA/DISOC (2006) demonstra que as empresas no ano de 2004 optaram em realizar parcerias com organizações sem fins lucrativos, que de certa forma é de suma importância, pois é como a Instituição Lar Monsenhor Filippo é estruturalmente constituída. Esse dado é representado a seguir através do gráfico 2. 57% Organizações sem fins lucrativos 60% 50% Comunidades atendidas Empresas privadas 38% 40% 27% 30% 14% 20% 7% Órgãos governamentais 10% Outras parcerias 0% 1 25 Gráfico 2 - Com Quem as Empresa Realizaram Parcerias em 2004 Fonte: IPEA/DISOC (2006)
  • 27. Identificar e valorizar a ajuda humanitária que os cidadãos têm a oferecer, não tira a responsabilidade que o Estado tem de cumprir seus deveres, mas sim os de reconhecer que tais parcerias com a sociedade ajudam a ampliar e a enriquecer recursos em benefício da própria sociedade. 3.2.3 Efetiva Participação das Empresas no Terceiro Setor Neste cenário as empresas passaram ser peças fundamentais para o fortalecimento e realização de grandes obras sociais, gerindo seus próprios projetos ou de projetos idealizados por organizações sem fins lucrativos sendo eles em várias áreas de atuação como saúde, educação, esporte e cursos profissionalizantes. É relevante citar que várias empresas de grande ou pequeno porte que mantém vínculos com o Terceiro Setor, como: Amsted Maxion Equipamentos e Fundição Ferroviária, com vários projetos, entre eles o programa Formare que tem como objetivo desenvolver as potencialidades de jovens de baixa renda para integrá-los à sociedade como profissionais e cidadãos, a BASF com o projeto Crescer que promove a inclusão profissional de adolescentes de baixa renda das comunidades de São Bernardo do Campo e Guaratinguetá. (Os autores, 2008) Dados que comprovam a crescente participação das empresas no Terceiro Setor, foram realizados pelo IPEA/DISOC (2006), pesquisas feitas por regiões e por Estados respectivamente que podem ser observados nos gráficos 3 e 4. 80% 70% 75% 69% 65% 68% 61% 59% 55% 60% 50% 50% 45% 50% 40% Série1 Série2 30% 20% 10% 0% Sudeste Nordeste Sul Centro- Norte Oeste Gráfico 3 - Participação das Empresas em Ações Sociais Por Região Fonte: IPEA/DISOC (2006) 26
  • 28. 100% 81%78% 76% 80% 60% 74%73% 69% 68% 63% 62%61% 63% 56% 54% 40% 20% 0% 1 MG SC BA AM DF CE PE RJ SP PR PA RS GO Gráfico 4 - Participação das Empresas em Ações Sociais Por Estado. Fonte: IPEA/DISOC (2006) A participação das empresas nesse meio confere uma nova percepção empresarial até então caracterizada apenas como filantropia que na verdade se marcava pelas doações e assistências aos empregados, seus familiares e às comunidades em torno das organizações. 3.3 Gestão do Terceiro Setor Encontra-se no minidicionário Antônio Olinto (2001, p.427) vários significados para a palavra gestão: ato de gerir; gerenciar; administrar. Muito embora seja preciso fazer distinção da gestão no terceiro com a gestão das empresas públicas e privadas, para o terceiro setor devem-se considerar demandas especificas, pois o setor aparece como alternativa para solucionar problemas sociais, uma vez que o Estado é incapaz de criar condições de subsistência para a população, e em especial a mais carente. Para tanto há necessidade de que os gestores tenham clara em mente que o trabalho só pode ser realizado com eficácia (cumprir o objetivo determinado), eficiência (é a melhor forma de fazer algo com os recursos disponíveis), e efetividade (atingindo a meta segundo a necessidade) (DOMENEGHETTI 2001, p.117). 3.3.1 Funções Gerenciais As funções gerenciais abordadas são muito utilizadas na gestão dos setores privado e público. Trata-se do ciclo: planejar, organizar, dirigir e controlar. Assim define Domeneghetti (2001, p. 117, 118). 27
  • 29. • Planejar: é ação de determinar a finalidade e os objetivos do setor, que variam de acordo com a Missão da entidade [...]. • Organizar: é ação de agrupar os voluntários em setores, definir atribuições, funções e responsabilidade, de modo a atender a clientela e atingir os objetivos. • Direcionar: é a ação que o gestor, presidente ou coordenador, junto com a diretoria, exercem para conduzir e motivar os voluntários nos empenho de suas tarefas. • Controlar: comparar os objetivos estabelecidos com os resultados atingidos [...]. 3.3.2 Captação de Recursos Em se tratando de lucratividade, retorno do investimento, novas aplicações, o terceiro setor vem quebrar um paradigma de escala de valores. Do ponto de vistas das empresas privadas, todo seu planejamento, gira em torno de um mercado com objetivo de oferecer o melhor produto/serviço e a ter satisfação do cliente e conseqüentemente almejarem o lucro esperado. Nesse caso o dinheiro é um fim esperado. Já em Organizações do terceiro setor, o dinheiro é um meio para se oferecer o bem estar social, como saúde, educação e lazer. Como afirma Hudson (1999, p.275) o terceiro setor tem habilidades para levantar recurso de varias fontes diferentes, como membros doadores, lojas, investimentos, subsídios, contratos de venda e serviço. Essas captações de recursos são distribuídos pelos setores Públicos e Privados, bem como recursos vindos de pessoas físicas. Quem diz é o próprio relatório estatístico do mapa terceiro setor, [...] 95% das organizações recebem apenas financiamento nacional e 0,8% recebe apenas investimento internacional [...]. (Mapa, 2005) Existem muitos artigos que afirmam ser o Terceiro Setor é financiado pelo Estado no Brasil. Não é isto que as organizações cadastradas no Mapa dizem: apenas 21% recebem recurso público (Estado), ao passo que 46% trabalham com a geração de recurso próprio e 33% conta com investimento privado. Essa informação pode ser mais bem entendida através do gráfico 5. 28
  • 30. 46% 50% 33% 40% 21% 30% Próprios Privados 20% Públicos 10% 0% 1 Gráfico 5 - Origem de Recursos Fonte: Mapa do Terceiro Setor (2005) Existem várias formas de captar recursos para o terceiro setor, observam-se algumas a seguir (Os autores) a) Captação de recursos setor público: O reconhecimento de que o terceiro setor é um grande canal de comunicação à realidade social, amplia a representação política de forma democrática, uma vez que todo cidadão pode participar como funcionário, dirigente, voluntário ou usuário. A captação de recursos nesse setor é feita de várias maneiras como, por exemplo: Captação através de fundos públicos; recursos orçamentais; contratos e convênios além de títulos e certificados que são fornecidos pelo Poder Público como Certificado de Fins Filantrópicos e declaração de utilidade pública, que viabiliza os direitos a Organização como, por exemplo, ser isenta da cota patronal de INSS e de depositar FGTS, além de permitir que pessoas físicas e jurídicas deduzam IR sobre a doação. Segundo Hudson (1999, p. 276), o governo fornece fundos para as organizações do terceiro setor por alguns motivos: • Podem ser menos dispendiosas e mais eficientes do que os fornecedores do setor público e privado; • São criativas e trabalha bem na busca de idéias; • Podem engajar grupos de usuários que estão às vezes fora do alcance das agencias governamentais; 29
  • 31. • Tem facilidade para obter apoio político e financeiro de várias fontes; • Usam mão de obra voluntária • São acessíveis e podem ajudar no desenvolvimento de políticas; • É um meio de o governo agir numa questão políticas. b) Captação de recursos setor privado: Captar recursos com setor privado pressupõe um desafio ainda maior, pois a empresa que faz o investimento precisa saber quando e como os resultados de seu investimento social trarão retorno para a sociedade, já que uma boa imagem também faz parte da estratégia do marketing social. Camargo et al (2001) Assim define os beneficio de marketing social: • Boa forma de resoluções de problemas sociais; • Produtos com igual qualidade e preço (na prática de responsabilidade social torna-se o diferencial de escolha entre marcas) • Clientes pagam mais por produtos relacionados à causa que eles consideram importantes • Criam imagem positiva para a empresa Em recente pesquisa realizada pelo Instituto Pesquisa Economia Aplicada (IPEA, 2006). Mostra que entre 2000 e 2004, empresas privadas brasileiras realizaram ações sociais em benefício das comunidades. Neste período, a participação empresarial na área social aumentou 10 pontos percentuais, passando de 59% para 69%. São aproximadamente 600 mil empresas que atuam voluntariamente. Em 2004, elas aplicaram cerca de R$ 4,7 bilhões, o que correspondia a 0,27% do PIB brasileiro naquele ano. c) Captando recursos com pessoas físicas: Para terceiro setor, essas relações com as pessoas físicas não podem sem vista apenas como caixas automáticas de dinheiro, são pessoas que gostam de serem prestigiadas, por isso convidá-las para reuniões anuais, inspecionar trabalhos realizados durante ano, pode criar relacionamento mais forte, e com isso tornar a parceira um laço forte e duradouro (DOMENEGHETTI 2001, p. 76). Exemplos: Doações feitas através da Campanha do Devoto por pessoas físicas e pela assinatura da revista de Aparecida, o Santuário Nacional de Aparecida mantêm as obras e os mais de 800 funcionários que lá trabalham. Outro exemplo a “Canção Nova” que através dos “sócios comprometidos” mantém no ar a rádio e a TV Canção Nova. 30
  • 32. Vale lembrar que a rádio e TV Canção Nova não mantém comerciais em suas programações, e que além dos sócios comprometidos ela também possui o DAVI (Departamento de Áudios Visuais) que produz CD´s, livros, camisetas, etc., agregando valores a sua imagem e a sua missão e sem dúvida tornando-se uma grande potência entre os meios de comunicação (Os autores, 2008). As doações de pessoas físicas para maioria das organizações não são suficientemente e conclui: Entretanto, isso não significa que as instituições não possam contar com as pessoas físicas; muito pelo contrário, elas são pioneiras do Terceiro Setor. Ou seja, o trabalho voluntário é uma das formas mais antigas de filantropia (CAMARGO et. al., 2001). d) O Voluntariado: Com fim da ditadura militar e o avanço da democracia, o país entrou no processo de desenvolvimento, abertura de mercado, avanço tecnológico, corte nos gastos públicos, privatizações de empresas, controle do orçamento, abertura às importações, equilíbrio da balança comercial pelo incentivo as exportações e por fim a globalização. Porém a grande massa da população excluída ficou a margem da real preocupação dos Governantes. Betinho em 1993 foi sem dúvida a grande voz que surgiu no Brasil, chamando a atenção de toda sociedade para essa preocupação e foi através dele que surgiu a Campanha Ação da cidadania contra a Fome, a Miséria e pela Vida. A partir dele houve surgimentos de outros movimentos, convidando a população a participar e desenvolver a cidadania. Com advento contra a exclusão social, o brasileiro descobre que é possível trabalhar para diminuir a situação de miséria em que se encontra a população menos favorecida, percebe-se que é hora de exercer sua cidadania. Nasce aqui o voluntário. O voluntário é aquele que se preocupa com a dignidade de seu semelhante, e através de suas energias, doa seu tempo, seu talento, para construir uma vida digna, onde a pessoa humana tem seu valor e seus direitos são respeitados. A maior recompensa que qualquer voluntário pode receber é ver a transformação que a oportunidade pode fazer na vida daquele (a) que antes era excluído. Para exercer esse trabalho o voluntário possui motivações sejam elas emocionais, religiosas, e até mesmo político, pois à vontade de ajudar o próximo acaba atendendo até os seus desejos pessoais. (Os autores, 2008). Portanto o voluntário exerce um papel fundamental dentro da Organização Social ou uma ONG, pois é do conhecimento de todos que o Estado não está suficiente capacitado para atender a demanda e o sucesso depende da participação do terceiro setor, que representa uma transformação estrutural profunda na sociedade civil. 31
  • 33. O trabalho voluntário é de uma magnitude tão grande que em 1998 o então Presidente da República Fernando Henrique Cardoso, sancionou a lei 9.608 que trata da Lei do Voluntariado, dividida em cinco artigos e um parágrafo. (Brasil, 1998). Em se tratando de voluntariado deve levar em conta o voluntário profissional, aquele que se dispõe à doação de suas capacidades profissionais a serviço da comunidade, representada pela organização. Esse voluntário, porém precisa obter muito mais satisfação em suas realizações, por justamente não receber nenhum tipo de remuneração. Nesse sentido a Organização Social, deve ter muito clara sua missão e o planejamento estratégico bem delineado para além de assumir o bem estar da comunidade que o cerca, também valorizar o trabalho voluntário desse profissional. Os profissionais Liberais, médicos, arquitetos, advogados, psicólogos, ligados a alguma instituição fazem o trabalho voluntário, muitas vezes atendendo em seus consultórios uma parcela desses menos favorecidos que não poderiam pagar pelos seus serviços profissionais. (CAMARGO, 2001, p. 135) Em se tratando do profissional assalariado, que busca o terceiro setor como horizonte promissor, os dados recentes do Relatório Estatístico do Mapa do Terceiro Setor (2005) diz: “O único levantamento nacional de organizações sociais foi realizado pelo IBGE em parceria com IPEA, GIFE e a Abong. Desse levantamento identificou se que 275.895 organizações juntas empregam 1.541.290 assalariados”. O mesmo relatório aponta que foi cadastrado até julho de 2005 um total de 4.589 Organizações Sociais. Deste total de 4.589 Organizações Sociais, 3479 responderam à pesquisa: “Se separado por tipo de relação empregatícia temos que os voluntários representam 61% dos recursos humano, seguido de funcionários com 30%, ou seja, o número de voluntário no Mapa do Terceiro Setor é quase o dobro dos contratados”. (Mapa, 2005). Para um melhor entendimento desses números, observa-se com mais detalhes no gráfico 6. 32
  • 34. 70% 61% Voluntários 60% Funcionários 50% 30% 40% Prestadores de serviços Comissionados 30% 20% 4% 10% 3% 1% Estagiários 0% 1 Gráfico 6 - Recursos Humanos (relação empregatícia) Fonte: Mapa do Terceiro Setor (2005) A Responsabilidade Social surge como novo modelo de gestão que pode ser entendido como forma das empresas se relacionarem com todos os tipos de públicos, seja interno ou externo, sempre com ética e transparência visando alcançar o desenvolvimento sustentável, promove a inclusão social garantindo assim dignidade e cidadania para as gerações futuras. Atualmente as empresas vêm alcançando resultados positivos com responsabilidade social seja com parcerias com entidades do Terceiro Setor, ou através de suas próprias fundações demonstrando o grande valor deste segmento que certamente veio para ficar. O Terceiro Setor passou a ser peça fundamental para a realização de obras sociais junto às empresas, por isso vem se profissionalizando e modernizando suas funções gerenciais, ampliando os recursos humanos e materiais para o enfrentamento da exclusão social e à melhoria da qualidade de vida para todos. 33
  • 35. 4. METODOLOGIA 4.1 Tipo de estudo A metodologia aplicada será uma pesquisa qualitativa com aplicação de um estudo de caso que dará embasamento para as analises e discussão do trabalho. 4.2 Local do estudo O Lar Monsenhor Filippo é uma instituição que está situada na cidade de Potim, Estado de São Paulo. 4.3 População de estudo A Pesquisa será aplicada na Entidade Lar Monsenhor Filippo, com os profissionais que diariamente trabalham nos diversos projetos existentes: • Uma Coordenadora Pedagógica: elaborar propostas pedagógicas; executar e garantir a eficácia dos projetos; elaborar o planejamento anual; aquisição e conservação dos materiais; incentiva e motiva os pais e alunos e promove as comemorações cívicas e deveres sociais da Entidade. • Uma Assistente Social: triagem para seleção de vagas; plantão social; visitas domiciliares; encaminhamento aos serviços sociais da rede municipal. • Uma Psicóloga: acompanhamento e orientação direta aos adolescentes. Pais das que utilizam serviços oferecidos pelo Lar. • Dez Professores educação infantil: tem como finalidade o desenvolvimento integral da criança até seis anos de idade, em seus aspectos físicos, psicológico, intelectual e social, complementando a ação da família e da comunidade. (portal MEC,2008) • Sete pais que utilizam os serviços prestados pelas atividades da Entidade. 4.4 Instrumentos de coleta de dados O procedimento utilizado nesse trabalho será: Questionário com 10 perguntas, destinada a um público selecionado, que diariamente participa das atividades do Lar. 34
  • 36. 4.5 Análises de dados O trabalho será da seguinte forma: A - Analisar algumas questões da pesquisa quantitativa realizada pelo Lar Monsenhor Filippo em 2004 com a população da cidade. B - Analisar a pesquisa qualitativa para saber o que pensam os entrevistados a respeito da Entidade. C - A integração das pesquisas qualitativa e quantitativa. 35
  • 37. 5 RESULTADOS E DISCUSSÃO A Diretoria Entidade Lar Monsenhor Filippo no ano de 2004 realizou uma pesquisa de opinião publica na cidade de Potim, entre os dias 21 e 22 de janeiro de 2004. A pesquisa teve como objetivo geral conhecer a opinião dos munícipes e identificar os serviços que a população deseja para a instituição. Observa-se a presença feminina, pois cada vez mais é assegurado seu lugar na sociedade, e nesse caso especifico é a mulher que leva os filhos para entidade sai para o trabalho e volta para pegá-lo no final da tarde. 35% 65% Feminino Masculino Gráfico 7 - Número de entrevistados Fonte: Lar Monsenhor Filippo 2004. É de grande relevância observar a idade dos entrevistados, para entender onde a entidade Lar Monsenhor Filippo tem seu maior resultado. 28% 30% 25% 20% 33 a 40 Anos 26 a 32 Anos 41 a 50 Anos 20% 17% 16% 12% 15% 10% 19 a 25 Anos Acima de 51 Anos 5% 2% 5% 16 a 18 Anos Em branco 0% 1 Gráfico 8 – Faixa etária dos entrevistados Fonte: Lar Monsenhor Filippo 2004 36
  • 38. Constata-se que creche é a atividade mais conhecida, pois ela é a única na cidade totalmente gratuita, e com estrutura para acolher bem as crianças durante o período integral. Em seguida a escolinha de futebol é a mais lembrada atualmente mais de 70 adolescentes participam. 25% 20% 21% Creche Escolinha de Futebol 17% 12% 15% 11% 10% 8% 8% 8% 10% 5% 5% PSF Dentista Horta Terceira Idade Pré-escola Fisioterapia Outras 0% 1 Gráfico 9 : Atividade do Lar mais conhecida pelos entrevistados Fonte: Lar Monsenhor Filippo 2004 Entre os entrevistados é grande o número daqueles que diretamente foram beneficiados por alguma atividade do Lar, em todos esses anos de prestação de serviço oferecido pela Entidade. 33% 67% Beneficiados Não-beneficiados Gráfico 10 – Número de beneficiados Fonte: Lar Monsenhor Filippo 2004 37
  • 39. As atividades que mais se destacam são creche e PSF (Programa saúde da Família); respectivamente, seguido pela escolinha de futebol. Isso demonstra a importância da Entidade na cidade. 35% 35% Creche PSF 30% 25% 22% 20% 15% 14% Pré-escola 9% 8% 7% 10% Escolinha de Futebol Dentista 5% 5% Terceira Idade Outras 0% 1 Gráfico 11 – Atividades que mais se destacaram entre as famílias. Fonte: Lar Monsenhor Filippo 2004. Quando a pergunta se direciona para qual atividade seria bom para o lar, a área de assistência social fica com 31%, assim distribuídos: oficina de arte 11%; geração de renda para mulheres 5,30%; lazer e esporte 12%; reciclagem 0,70%; fabrica 0,5% e atividades com adolescentes 1,50%. A educação vem em seguida com 23,7% assim distribuídos: creche 4,50%; cursos profissionalizantes 12,50%; curso de inglês 5,50%; alfabetização terceira idade, 20%; internato 0,4% e faculdade 0,2% . Saúde: hospital 3,40%; médicos 1,50%; dentistas 0,70%; fonoaudióloga 0,20%; melhorar PSF 0,70%. Outros: baile 1,70%; atividades existentes são suficiente 20%; não se preocupa com a questão 0,40%; melhorar a administração 0,70%; não sabe 12% e não respondeu 4%. 38
  • 40. 31% 40% Assistencia Social Educação Saúde Outros 23% 6% Gráfico 12 – Melhor atividade para o Lar. Fonte: Lar Monsenhor Filippo 2004 A administração do Lar sem atuação dos Freis, segundo os entrevistados. Percebe-se que a administração da Entidade sem a presença dos Freis ficaria pior para 43% e péssima para 33% dos entrevistados, podemos então concluir que 76% deles são a favor dos Freis na administração. 43% 45% 40% 35% Pior 33% 30% 25% 20% 15% 10% Péssimo Indiferente 16% Bem Melhor 3% 3% 2% 5% 0% Melhor Não Sabe Gráfico 13 – Presença dos Freis na administração. Fonte: Lar Monsenhor Filippo 2004. Perguntado qual seria a missão da Entidade Lar Monsenhor Filippo os entrevistados assim respondem: educação para as crianças atinge 55% dos entrevistados, acompanhado pela assistência social com 12, %; educação e saúde com 10%. 39
  • 41. 10% 12% 55% Educação para Crianças Assistencia Social Educação/Saúde Gráfico 14 - Qual a missão da Entidade Lar Monsenhor Filippo Fonte: Lar Monsenhor Filippo 2004. Os números expressivos para educação e saúde, devem-se ao fato da Entidade, desenvolver essas atividades com maior expressão, seja a educação (creche e pré-escola) e a saúde o PSF (Programa Saúde da Família). 5.1 Resultado da Pesquisa Atual O Objetivo da pesquisa qualitativa é descobrir o que esperam e pensam a respeito da Entidade os profissionais que trabalham na mesma. O cenário da pesquisa de campo é a própria Entidade, onde será entregue a pesquisa qualitativa aos profissionais e aos pais que utilizam os serviços prestados pela entidade. Foram entregues 20 questionários contendo 10 perguntas para um público selecionado, conforme mencionado na metodologia. O período da pesquisa foi entre os meses de junho e julho de 2008. Entre os 20 questionários entregues, oito (8) foram devolvidos, sendo que três (3) não responderam todas as questões. Os outros doze (12) não retornaram. Para apresentação as amostras serão ao sujeito da pesquisa, nesse caso oito (8) entrevistados. O questionário encontra-se no anexo I. 40
  • 42. Pergunta nº. 01 Quando se fala em Lar Monsenhor Filippo, o que lhe vêem a mente num primeiro momento? Quantidade resposta por pessoa 02 01 01 01 01 01 01 Total 08 Respostas: “Projetos Sociais” “Ambiente familiar, religioso” “Creche, terceira idade e escolinha de futebol” “Acolher pessoas carentes” “Lugar educativo” “Assistente Social” “Entidade Filantrópica e assistência Social” Percebe-se nas respostas que a idéia Lar, trata-se de um lugar acolhedor, familiar e com presença forte no setor social, e fato dos Freis Franciscanos morarem nela, destaca-se a religiosidade da Entidade. Pergunta nº. 02 Em pesquisa realizada em fevereiro de 2004 pelo Lar Monsenhor Filipo, 55% dos entrevistados disseram que a missão do Lar é Educação, seguida pela área de Assistência Social com 12,8%. Em sua opinião porque esses dois itens receberam maior destaque? Quantidade resposta Respostas: por pessoa 01 “População carente utiliza essas duas áreas” 02 “Por causa serviço social que anos a entidade trabalha, ou seja, tradição” 02 “Devido ao trabalho realizado com menores infratores no regime internato feito no passado” 02 “Devido à creche e pré-escola” 01 “O município é carente nessas duas áreas” Total 08 Percebe-se que os que foi realizado no passado pela entidade, como regime internato e a creche, favorecem os dados da pesquisa. A entidade esta há muitos anos presente na história da cidade, ajudando a população principalmente através da educação. Pergunta nº. 03 A atuação dos Freis Franciscanos esta bem enraizada na cultura dos entrevistados, com percentual de 76% a favor da presença destes religiosos na administração do Lar, por que esse índice é tão alto? 41
  • 43. Quantidade resposta por pessoa 02 01 01 01 01 01 Total 01 08 Respostas: “Devido à confiança, respeito e credibilidade que eles passam a população” “Por que estudam mais, por isso são melhores administradores” “ Por causa da Tradição” “Ótimo trabalho realizado desde o inicio” “Competência e segurança” “Pela responsabilidade que tem em sua missão de Franciscanos” “Por serem Franciscanos” Os Freis há muitos anos sempre vestiram a famosa batina marrom, o que impunha muito respeito a que com eles fossem falar. Por estarem desde anos de 1955, eles acabaram criando vinculo com os moradores da cidade. Pergunta nº. 04 – Em sua opinião qual é a maior contribuição que o Lar pode trazer a comunidade de Potim nesses 66 anos de existência? Quantidade resposta por pessoa 01 01 01 01 01 01 01 01 Total 08 Respostas: “Creche com segurança” “Educação para crianças” “Sempre estar com portas abertas para população” “Acolher jovens” “Acolher os idosos” “Dar alimentação” “Educação e assistência social” “Proteger as crianças contra violência domestica e sexual” As respostas fortalecem a missão da Entidade, que há anos trabalha nesse sentido da família em seu todo, seja a criança, jovem e o idoso. A entidade acolhe não somente o lado psicossocial, mas também no sentido de alimentação, ou seja, muitas crianças talvez só se alimentem com dignidade quando estão aos cuidados da Entidade. Pergunta nº. 05 Diante de seu perfil profissional, quais as atividades que o Lar pode oferecer as crianças de 06 a 10 anos? 42
  • 44. Quantidade resposta por pessoa 01 01 01 01 01 01 Respostas: “Momentos de lazer e entretenimento” “Cinema – com filmes educativos” “Informática e esporte” “As atividades existentes são suficiente, o que falta é apoio” “Atividades extras aulas para crianças que estudam” “Com espaço suficiente, precisa de profissionais especializados” “Ampliar creche” “Informática e estudo de outra língua” 01 01 Total 08 Percebe-se que o acolhimento a criança em todos seus aspectos é o que o lar pode oferecer. Importante notar é que elas estarão diariamente ocupadas, portanto longe das drogas e qualquer tipo de violência. Pergunta n° 06 Numa visão de cidadania, quais são os benefícios que essas crianças levarão para vida, participando de alguma atividade na Entidade? Quantidade resposta por pessoa 01 01 01 01 01 01 01 01 Total Respostas: “Não respondeu” “Por estarem fora das ruas, terão um futuro melhor” “Com educação terão melhor trabalho, e com esporte melhor saúde” “Serão melhores cidadãos” “Terão melhora auto-estima” “Saberão viver em grupo, e partilhar as coisas” “Uma cultura diferente” “Serão adultos menos estressados, pois tiveram uma infância sadia” 08 Percebe-se que essas crianças ocupadas com atividades diversas poderão fazer uma vida diferente quando adultas, seja pela oportunidade de estarem longe das drogas e violência, seja pelo que levarão de recordação pelos momentos vividos na entidade. Pergunta n°. 07. A situação de desemprego na cidade de Potim contribui para o aumento da desigualdade e exclusão social. Diante dessa situação qual o maior desafio da Entidade? 43
  • 45. Quantidade resposta por pessoa 03 01 01 01 01 01 Total 08 Respostas “Não respondeu” “Angariar recursos financeiros” “Aumentar auto-estima das pessoas desempregadas” “Trabalho voltado para famílias de baixa renda” “Melhorar as parcerias, governos Municipal, Estadual e Federal” “Educação para reverter o quando existente” Percebe-se que a necessidade de trabalho do serviço social para assistir as famílias, criando alternativas para aumentar a renda da mesma. Pergunta nº.08. O lar é uma Entidade Filantrópica sem fins lucrativos, portanto, como ela consegue manter suas atividades, uma vez que não gera receitas? Quantidade resposta por pessoa 03 02 01 01 01 Total 08 Respostas: “Doações, bingos e rifas” “Convenio com Governo Estadual e Federal” “Parcerias com empresas” “Parceira com Congregação Santíssimo Redentor” “Não respondeu” Percebe-se que o Lar procura todos os meios para manter suas atividades, porem as atividades que mais destacam, são justamente aquelas em que envolvem as pessoas da própria entidade e a comunidade nesse caso os trabalhos referentes a bingos e rifas. Pergunta n°. 09 Qual é em sua opinião a maior dificuldade da Entidade hoje em ter parcerias, seja ela no setor publico ou privado? Quantidade resposta por pessoa 03 01 01 01 01 01 Total 08 Respostas: “Não respondeu” “Muita burocracia” “Maior empenho da diretoria da Entidade” “Falta de interesse dos governos” “Não ter na cidade empresas” “Projetos consistentes e duradouros” 44
  • 46. Percebe-se que as parcerias são maior problema para Entidade hoje poder aumentar seus projetos, seja pela falta de interesse dos governos ou pela oportunidade de empresas instaladas no município, uma vez que hoje apenas quatro pequenas empresas estão em atividade na cidade. Chama a atenção, “maior empenho da diretoria”, que não possui profissional especializado para esse tipo de atividade. Pergunta nº. 10. O que você sugere para futura empresa parceira da Entidade? Quantidade resposta por pessoa 01 02 01 01 01 01 01 Total 08 Respostas: “Respeito aos contratos” “Não respondeu” “Mais participação” “Investimento e capacitação nos profissionais” “Investimento e divulgação do projeto” “Celebração de parceria duradoura com projeto proposto” “Divulgação da Entidade junto aos meios de comunicação” Percebe-se que um projeto sólido é base para parceria, e além investir, o acompanhamento se faz necessário tanto para Entidade, quanto a empresa por meio da divulgação. 5.2 Integração entre a Pesquisa Qualitativa e Quantitativa A integração entre as pesquisas tem por finalidade uma maior compreensão do problema estudado. As vantagens de se integrar os dois métodos está, de um lado, na explicação de todos os dados da pesquisa, de outro, na oportunidade de prevenir a interferência da subjetividade do pesquisador nas conclusões obtidas. (PORTELA, 2008). Ao analisar algumas questões da pesquisa quantitativa feita em 2004, percebemos que a população envolvida (gráfico 8), possui uma visão assistencialista sobre a Entidade, conforme notamos no gráfico 12. Já o gráfico 14 percebe-se o sentimento forte para uma educação de qualidade, justamente o que falta na cidade. Essa cultura assistencialista acontece devido à grande procura por tais benefícios que a Entidade oferece através de suas atividades, gráfico 10 e 11 respectivamente. Levamos em consideração que a cidade de Potim não possui qualquer tipo de política pública de inclusão social ou de investimento, fazendo crescer ainda mais a demanda e a procura pela Entidade. Aliados a esses fatores acrescentam: 45
  • 47. A presença dos Freis junto a Entidade, conforme o gráfico 13 mostra que a religiosidade Franciscana, em ajudar o próximo, conforme as regras de São Francisco de Assis encontrou respaldo na comunidade de Potim desde a fundação da Entidade. Em passado recente era comum ver os “Freis” transitando pelas ruas das cidades usando suas túnicas marrons, impondo respeito e admiração pelos trabalhos que sempre realizaram na Entidade. Quando mudamos o foco para a pesquisa qualitativa, percebemos a mesma cultura assistencialista presente no cotidiano da Entidade. As perguntas 01, 02 e 04 respectivamente mostram essa idéia. Esse fato leva-nos a entender que as pessoas entrevistadas que trabalham na Entidade deveriam ter bem claro em mente os conceitos de cidadania, desenvolvimento social e ambiental, porém não é isso que ficou marcado em suas respostas. O mesmo acontece com a resposta da pergunta número 05 sobre o perfil profissional dos entrevistados. Não há um retorno específico para esses temas. Porém vale lembrar que a Entidade possui dois trabalhos de regaste a cidadania e inclusão digital. Primeiro projeto Oásis que acolhe adolescentes em conflito com a lei, através de medidas sócio-educativas: Liberdade Assistida e Prestação de Serviço à comunidade em convênio com a Febem (Fundação do Bem Estar do Menor) (os autores). E segundo o projeto de informática com apoio do CDI. Esses dois trabalhos e seus resultados se querem foram mencionados. Então como levar cidadania às crianças, jovens e idosos se cercado por um ciclo assistencialista que é por demais vicioso? Aqui se faz urgente à implantação de nosso projeto “Pequeno cidadão”, porém a Entidade precisa rever seus conceitos. Os paradigmas existentes precisam ser quebrados, pois a visão assistencialista e imediatista, de resolver os problemas de forma paliativa, sem atacar a causa que esta impregnada de uma maneira muito forte na mentalidade da Entidade. Portanto quebrar paradigmas pressupõe trocas de valores e costumes, estar abertos a novos caminhos com um novo pensar. Nesse sentido é preciso entender que a Entidade Lar Monsenhor Filippo, é uma ferramenta importante no que chamamos Terceiro Setor, na era da globalização. As políticas sociais e de investimento são uma obrigação dos governos, em suas esferas, Federal, Estadual e Municipal, porém sabemos que o Estado em sua forma, não consegue suprir as necessidades urgentes. O terceiro setor, portanto é uma via de grande responsabilidade para os programas de desenvolvimento social, pois é através deles que se chega aos menos favorecidos, excluídos. A Entidade Lar Monsenhor Filippo, portanto é o grande canal para esses programas. 46
  • 48. Em outra ponta esta as empresas que através de uma nova visão de administração não mais almejando somente o lucro, mas participando da responsabilidade de mudar a estrutura existente através do desenvolvimento sustentável esta de forma abrindo novas frentes de trabalho aquecendo a economia e através de parceiras com terceiro setor, estão suprindo a lacuna deixada pelo Estado. A não abertura para esse novo conceito social poderá levar a Entidade a fechar suas portas, pois a cultura assistencialista de antigos paradigmas está com dias contados, em seu lugar surge à defesa dos direitos do exercício da cidadania. Esse portando é a solução do projeto “Pequeno cidadão”, dar um novo sentido de desenvolvimento social, seja para própria entidade, seja para a população da cidade de Potim. 6 PROJETO PEQUENO CIDADÃO Para o fechamento de nosso trabalho, será apresentada a seguir uma síntese do projeto “Pequeno cidadão”. Seu objetivo é garantir o desenvolvimento biopsicossocial das crianças despertando-as para o pleno exercício da cidadania, espírito crítico diante da visão do mundo e do homem que sonha, cria, constrói e transforma sua realidade. Após visitas à entidade e reuniões para discussão das idéias, nasce de forma conjunta esse projeto que em curto prazo será custeado com verbas recebidas por meio de doações feitas no exterior. Seu funcionamento iniciará ainda no segundo semestre de 2008, como projeto experimental, sujeitos à avaliações e reformas para sua adaptação diante da demanda assistida. A meta é que esteja completo para que, em 2009, alguma empresa da região possa custear o projeto e assim estar exercendo sua responsabilidade social. Seus objetivos específicos são variados, porém merecem destaque os seguintes pontos: Assistir a criança, que é privada dos cuidados maternos e familiares em razão do trabalho da mãe fora do lar; Prevenir o abandono da criança; Desenvolver a socialização das crianças por meio de sua participação e inserção nas mais diversificadas práticas sociais livres de qualquer discriminação; Preparar, orientar e acompanhar a criança e familiares na travessia da fase da infância, puberdade e adolescência; Desenvolver trabalhos em parceria com as famílias, orientando a formação e execução de seu projeto de vida, crescimento humano, espiritual e profissional; Diminuição da evasão escolar; 47
  • 49. Prática de esportes; Em se tratando da metodologia interventiva assim será estabelecida: Serviço Social Pedagógicas Atividades Esportivas Nutrição O Serviço Social tem suas atividades voltadas para seguintes pontos: Observação da criança em suas atividades; Relatórios e Avaliações; Acompanhamento e orientação à criança, pais e professores; Atendimentos em grupo e/ou individualizados; Participação nas reuniões de pais; Participação no planejamento e orientações técnicas em atividades relacionadas à psicologia; Participação na elaboração do Projeto Pedagógico; Ministrar palestras abordando temas como: sexualidade, comportamento, auto-estima, puberdade, adolescência, dependência química, entre outros. Os trabalhos pedagógicos serão realizados por um profissional da área nos seguintes pontos: Calendário específico: para exploração de datas comemorativas e outros eventos em conjunto com os projetos desenvolvidos pela entidade: Rotina para atividades diárias que incluem: auxílio nas tarefas escolares; orientação de estudos; educação religiosa; datas comemorativas; Atividades artísticas: exploração dos diversos materiais disponíveis na natureza. Ex: Folhas, galhos, grãos, explorando suas propriedades, maleabilidade, resistência, cor; Atividades musicais: reflexões e estudo gerais dos diversos estilos musicais e dos timbres no meio natural e social, percepção rítmica, música como produto cultural do ser humano e importante forma de conhecer e representar o mundo. Seleção, formação, ensaios e apresentação de coral. Inclusão Digital – Informática: Aprendizagem do funcionamento do computador, aulas de informática e cidadania. Conhecimento básico: Word, Excel, Power Point, Internet e atividades educativas do Projeto Informática e cidadania. 48
  • 50. Expressão Corporal: atividades de Teatro, oficinas trabalhando imaginação, percepção, emoção, comunicação, improvisação, dramatização; Cidadania: atividade em Roda-atividade reflexiva do grupo organizado em roda – círculo, discussão de temas do cotidiano escolhidos com o grupo levando o mesmo a descobrir causas e propor soluções às problemáticas levantadas e iniciativas concretas; trabalhar a solidariedade, criticidade, caridade, interação social, os valores... Contatos e visitas a entidades sociais, movimentos pela vida, escoteiros, ONGS, oficinas de reciclagem. Em se tratando do lazer desse projeto, um profissional da área de educação física, estabelecerá atividades de futebol, handebol, vôlei, e atividades físicas. Para o pleno funcionamento do projeto, a participação de profissionais qualificados será o grande suporte para seu desenvolvimento. Para tanto as necessidades de capacitação e treinamento dos funcionários envolvidos no projeto, será baseado nas relações humanas e perspectivas dos educadores; elaboração do Projeto educativo anual, programação junto aos monitores do planejamento de atividades mensais e orientação nas semanais, reunião semanal com monitores. Preparação, seleção, organização e distribuição do material pedagógico e controle de freqüência e dos diários e das atividades e boletins formativos, relatório mensal de atividades, participação na elaboração do calendário anual. O Projeto Pequeno cidadão, funcionará em dois horários, na parte da manhã, atendendo as crianças que estudam a tarde e outro programa à tarde para crianças que estudam pela manhã que oferecerá ainda alimentação, para os envolvidos no projeto da seguinte maneira: Serão servidas duas refeições: Turma da manhã: café da manhã e almoço; Turma da tarde: almoço e lanche da tarde Tudo isso para que as crianças saiam da escola e se encaminhem direto para a Entidade, onde também terão noção de higiene e limpeza. Os recursos humanos existentes no Lar Monsenhor Fillipo hoje são: 01 Psicólogo 01 Assistente Social 01 Coordenadora Pedagógica 49
  • 51. 01 Nutricionista 01 Instrutor de Esportes 01 Ajudante Geral 02 Cozinheiras 01 Monitor 01 Professor 01 Religioso Havendo necessidade para outros profissionais, estes serão contratados. Espaço físico existente na Entidade lar Monsenhor Fillipo: 01 sala de aula 01 quadra 01 campo de futebol 01 vestiário feminino 01 vestiário masculino 02 banheiros femininos 02 banheiros masculinos 01 refeitório 01 cozinha 01 biblioteca 01 laboratório de informática A seguir será apresentada a planilha elaborada pela administração do Lar Monsenhor Filipo, para atender 50 crianças. Como o espaço físico do Lar é amplo, praticamente não haverá gastos nesse sentido uma vez que o espaço físico atende todas as exigências para o desenvolvimento das atividades. 50
  • 52. 6.1 Recursos e Custos RECURSOS E CUSTOS Humanos Custo Fixo Pessoal Período Valor Mensal Assistente Social 20h/semanais 630,00 Psicóloga 20h/semanais 630,00 Nutricionista 20h/semanais 630,00 Pedagogos 25/h semanais 1.295,00 Professor de Educação 10h/ semanais 700,00 Física 01 Professor de Artes 10h/semanais 600,00 01 Professor de Música 10h/semanais 600,00 01 Professor de Língua Inglesa 10h/semanais 600,00 02 Serviços Gerais 40h/semanais 1.240,00 02 Cozinheiras 40h/semanais 1.240,00 Encargos Sociais 1.189,82 Previsão de Férias e 13º 1.587,64 TOTAL MENSAL DO CUSTO FIXO 10.942,56 R e c u r s os M a t e r i a i s Custo Variável Valor Mensal Variável Material Material Didático e 610,00 Pedagógico Gêneros Alimentícios 2.100,00 Combustível p/ Cozinha 315,00 Material de Higiene e 170,00 Limpeza Material de Primeiros 50,00 Socorros Material de Esporte 500,00 Automóvel 150,00 Combustível p/ Automóvel 292,00 Energia Elétrica 172,00 Telefone 245,00 TOTAL MENSAL DO CUSTO VARIÁVEL 4.604,00 Número Material p/ Aquisição Custo Único 01 Televisão Custo Único 650,00 01 Aparelho de DVD Custo Único 300,00 50 Pratos de Inox Custo Único 1.250,00 06 Jogos de Talheres Inox Custo Único 500,00 02 Armários Custo Único 780,00 02 Mesas de Professor Custo Único 400,00 02 Quadros Branco Custo Único 300,00 25 Carteiras Custo Único 3.600,00 01 Computador p/ Pesquisa em Custo Único 2.500,00 Sala TOTAL DO CUSTO ÚNICO 10.280,00 Recursos Físicos Disponíveis Número Espaços Recursos Número 01 01 01 02 01
  • 53. 02 01 01 01 02 02 01 01 01 01 01 01 Salas p/ Realização de atividades Sala p/ Atendimento de Serv. Social Sala p/ Atendimento Psicológico Sala de Vídeo Banheiro Masculino e Feminino Vestiário Masculino e Feminino Quadra de Areia Quadra de Cimento Campo de Futebol Cozinha Refeitório Laboratório de Informática TOTAL INICIAL PARA IMPLANTAÇÃO TOTAL MENSAL PARA FUNCIONAMENTO 25.826,56 15.546,56 52
  • 54. 6.2 Cronograma Anual de Desembolso Mensal Pessoal, Material e Encargos Sociais 2009 JANEIRO 15.930.49 FEVEREIRO 15.546,56 MARÇO 15.546,56 ABRIL 15.546,56 MAIO 15.546,56 JUNHO 15.546,56 JULHO 15.546,56 AGOSTO 15.546,56 SETEMBRO 15.546,56 OUTUBRO 15.546,56 NOVEMBRO 15.546,56 DEZEMBRO 15.546,56 Fonte: Administração do Lar Monsenhor Filippo, 2008 53
  • 55. 7 CONSIDERAÇÕES FINAIS Após o estudo foi possível observar que atualmente o tema Responsabilidade Social vem sendo muito difundido no meio acadêmico e principalmente dentro das organizações privadas, pode-se afirmar que é o comprometimento das empresas em adotar atitudes éticas sempre com transparência e colaborar para o desenvolvimento social. A Filantropia difere-se da Responsabilidade Social porque é um desejo individual e baseado no assistencialismo em ajudar os mais pobres e desfavorecidos, por outro lado a Responsabilidade Social promove a inclusão social trazendo a civilidade às pessoas. Atualmente as empresa têm sido chamadas a serem socialmente responsáveis estabelecendo o comprometimento com a sociedade em garantir qualidade de vida aos mais necessitados, visando alcançar uma sociedade em que a inclusão social, dignidade, cidadania deixe de ser apenas simples palavras do nosso dicionário e se tornem atitudes, gestos e oportunidades para pessoas. Nesse sentido a sociedade tornará um ambiente mais justo e harmonioso para viver. É importantíssimo salientar que as empresas contribuem muito para o estabelecimento dessa nova era e que parcerias com entidades do Terceiro Setor realizadas com transparências são caminhos que devem ser trilhados para o desenvolvimento de Responsabilidade Social Empresarial. Observou-se também que a gestão do Terceiro Setor passou por significativas melhorias, quanto às funções gerenciais como planejar, organizar, direcionar e controlar reforçando a tendência de modernização e profissionalização para as instituições integrantes do setor, investindo em melhorias de qualidade, transparência de ação e resultados, aumentando assim sua credibilidade. A prática desse novo modelo de gestão deve ser assumida pelas empresas como parte estratégica transformando-se em uma poderosa ferramenta, que lhe permite estar sempre à frente de seus concorrentes. 7.1 Proposição do Plano de Melhorias De acordo com os resultados obtidos através das pesquisas, percebe-se que a entidade Lar Monsenhor Filippo vive uma concepção de gestão assistencialista, portanto sugerimos algumas atitudes com o intuito de mudar essa realidade em médio prazo. São atividades simples e com baixo custo, porém um instrumento eficaz para o avanço do profissionalismo na entidade. As atitudes que devem ser tomadas são: Com o público interno: Diretoria, funcionários, profissionais da área e os pais. 54
  • 56. • Buscar um profissional qualificado para a captação de recursos financeiros; • Promover cursos, palestras e seminários sobre temas como cidadania, desenvolvimento social e ambiental, sobre terceiro setor, filosofia do voluntariado, etc. • Estudo de caso de instituições que passaram por essas mudanças; • Visitas as fundações filantrópicas. Com público externo: • Promover encontros com outras organizações para troca de experiências; • Fortalecer vínculos com as associações de bairro, igrejas e demais segmentos da cidade visando divulgar os projetos da entidade e buscar novas parcerias; e possíveis voluntários; • Ampliar a parceria da Prefeitura junto aos projetos existentes na entidade seja em recursos financeiros ou recursos humanos; • Divulgação juntos aos fornecedores sobre os trabalhos realizados pela entidade. 55
  • 57. REFERÊNCIAS ALBUQUERQUE, Antônio Carlos Carneiro de. Terceiro Setor. História e Gestão de Organizações, São Paulo, Summus, 2006. ASHLEY, Patricia Almeida et al. Ética e Responsabilidade Social nos Negócios. São Paulo: Editora Saraiva, 2002. BARREIRA, Carmen. Parcerias Noções Gerais. Uma questão para pensar: parcerias e alianças estratégicas. 2008. Disponível em : http://www.rits.org.br/gestao_teste/ge_testes/ge_mat01_parc_parctxtpag00.cfm. Acesso em 22/06/2008. Brasil. Lei 9.608. Lei Voluntário de Gestão. Disponível <Htpp/www.planalto.gov.br/ccivi/-03/Leis/L9790> –acesso em 30/03/2008 em CAMARGO, Mariângela, et al Gestão do Terceiros Setor no Brasil. 2ª ed. São Paulo: Futura, 2001. Diretoria Executiva, Estatuto Lar Monsenhor Filippo, 2004. DOMENEGHETTI, Ana Maria Martins de Souza. Voluntariado. São Paulo: Esfera, 2001 Emprega Brasil, Ipsos Opinion. Os Benefícios da Responsabilidade Social para sua Empresa e Sociedade. Disponível em: http://www.empregabrasil.org.br/respsocial.asp acesso em 13/09/2008. HUDSON M KIke. Administrando Organizações do terceiro Setor. São Paulo: Makron Books, 1999. INSTITUTO AKATU - INSTITUTO ETHOS. Responsabilidade Social Empresarial. Um Retrato da realidade brasileira. Novembro 2003. KARKOTLI, Gilson. Responsabilidade Social Empresarial. Petrópolis, RJ. Vozes, 2006. Lei Voluntário de Gestão. Disponível 03/Leis/L9790> –acesso em 30/03/2008 em <Htpp/www.planalto.gov.br/ccivi/- MARIANO, A; ARRUDA. E. Relatório Estatístico do Mapa do 3º Setor. Disponível em: <http://www.mapa.org.br> Acesso em: 06/04/2008. MELO NETO, Francisco Paulo de; FRÓES, César. Gestão da Responsabilidade Social Corporativa. O Caso Brasileiro. Rio de Janeiro: Qualitymark, 2001. 56
  • 58. OLINTO, Antonio. Minidicionário Antonio Olinto da Língua Portuguesa. Organização Ubiratan Rosa, São Paulo: Moderna, 2000. PORTELA, Girlene Lima. Abordagens Teórico-metodológicas: Pesquisa quantitativa ou qualitativa? Eis a questão. Disponível em: http://www.uefs.br/disciplinas/let318/abordagens_metodologicas.rtf. Acesso em 24/09/2008. SEBRAE; Responsabilidade Social nas Micro e Pequenas Empresas do Estado de São Paulo/ [Marco Aurélio Bedê, ( coordenador)] – 1. ed. São Paulo: SEBRAE, 2005. Secretaria educação básica. Educação Infantil. Disponivel em http://portal.mec.gov.br/seb/index.php?option=content&task=view&id=180&Itemid=569 acesso em 12/10/2008 – SOARES, Luiz Henrique Proença. Presidente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada. Pesquisa ação social das empresas no Brasil – IPEA/DISOC- 2006. http://www.ipea.org.gov Acesso em 29/08/2007. VALARELLI, Leandro Lamas. Parcerias. Noções Gerais, RETS Revista do Terceiro Setor, São Paulo, n° 09, p.15, 2003. 57
  • 59. ANEXO I 01 - Quando se fala em Lar Monsenhor Filippo, o que lhe vêem a mente num primeiro momento? 02 - Em pesquisa realizada em fevereiro de 2004 pelo Lar Monsenhor Filipo, 55% dos entrevistados disseram que a missão do Lar é a educação, seguida pela área de assistência social com 12 %. Em sua opinião porque esses dois itens receberam maior destaque? 03 - A atuação dos Freis Franciscanos esta bem presente na cultura dos entrevistados com percentual de 76% a favor da presença destes religiosos na administração do Lar. Por que esse índice é tão alto? 04 - Em sua opinião qual a maior contribuição que o Lar pode trazer a comunidade de Potim, nesses 66 anos de existência? 05 - Diante de seu perfil profissional, quais as atividades que o Lar pode oferecer as crianças de 06 a 10 anos? 06 - Numa visão de cidadania, quais são os benefícios que essas crianças levarão para vida, participando de alguma atividade na Entidade? 07 - A situação de desemprego na cidade de Potim contribui para o aumento da desigualdade e exclusão social. Diante dessa situação qual o maior desafio da Entidade? 08 - O lar é uma Entidade Filantrópica sem fins lucrativos, portanto, como ela consegue manter suas atividades, uma vez que não gera receitas? 09 - Qual é em sua opinião a maior dificuldade da Entidade hoje em ter parcerias, seja ela no setor publico ou privado? 10 - O que você sugere para futura empresa parceira da Entidade? 58