O documento descreve o movimento artístico futurista que surgiu na Itália em 1909. Detalha seus principais características como a ênfase no dinamismo, velocidade e modernidade. Apresenta alguns dos principais artistas do movimento como Boccioni, Balla e Carrà, descrevendo brevemente suas obras e estilo pictórico. Resume as diferentes fases por que o futurismo passou ao longo do século XX.
1. Guilherme Dias, Sandra Cristina, Talyta Silva
| Trabalho Bimestral de Artes | Junho de 2015
Futurismo
3º EJA - E.E.M.J.P.
2. TRABALHO BIMESTRAL DEARTES – FUTURISMO, PÁGINA1
Índice
Índice .............................................................................................................Error! Bookmark not defined.
O que é o Futurismo?......................................................................................................................................2
O Futurismo e suas características.........................................................................................................3
O Futurismo e seus artistas percursores ............................................................................................4
Giacomo Balla (1871-1958)............................................................................................................................5
Carlo Carrà (1881-1966)...................................................................................................................................6
Retrato de Marinetti, Carlos Carrà, (1912)...................................................................7
Umberto Boccioni (1882-1916)...................................................................................................................8
Fases do Futurismo..........................................................................................................................................10
Conclusão Final...................................................................................................................................................11
Bibliografia............................................................................................................................................................12
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O que é o Futurismo?
O Futurismo é um movimento artístico e literário, iniciado na Itália, em
fevereiro de 1909, pelo poeta Italiano Filippo Tommaso Marinetti. O primeiro
manifesto futurista teve o seguinte slogan: Les mots en liberté ("Liberdade para
as palavras")
Em reação violenta contra a tradição, exaltou os aspectos dinâmicos da vida
contemporânea: a velocidade e a mecanização. Os Poetas procuravam produzir
uma nova escrita, sem as pontuações e as relações sintáticas habituais,
eliminando dos textos todos os aspectos da forma e do significado tradicional.
A pintura futurista foi explicitada pelo cubismo e pela abstração, mas o uso de
cores vivas e contrastes e a sobreposição das imagens pretendia dar a ideia de
dinâmica, deformação e não- materializaçãopor que passam os objetos e o
espaço quando ocorre a ação. Para os artistas do futurismo os objetos não se
concluem no contorno aparente e os seus aspectos interpenetram-se
continuamente a um só tempo. Procura-se neste estilo expressar o movimento
atual, registrando a velocidade descrita pelas figuras em movimento no espaço.
O artista futurista não está interessado em pintar um automóvel, mas captar a
forma plástica a velocidade descrita por ele no espaço.
Na Itália, temos como principais percursores do futurismo o pintor e escultor
Umberto Boccioni, o escritor, poeta, editor, ideólogo, jornalista e ativista
político italiano Filippo Tommaso Godoy Marinetti.
No Brasil, o futurismo foi influenciado por artistas como Oswald de Andrade e
Anita Malfatti, que tiveram contato com o Manifesto Futurista e com Marinetti
em viagens à Europa já em 1912. Após uma interrupção forçada pela Grande
Guerra, o contato foi retomado. Foi certamente uma das influências da Semana
de Arte Moderna de 1922, e seus conceitos de desprezo o passado para criar o
futuro e não à cópia e veneração pela originalidade caiu como uma luva no desejo
dos jovens artistas de parar de copiar os modelos europeus e criar uma arte
brasileira. Oswald, principalmente, percebeu-se que o Brasil e toda a sua
diversidade cultural, desde as variadas culturas autóctones dos índios até à
cultura negra, representavam uma vantagem e que com elas se podia construir
uma identidade e renovar as letras e as artes.
Os adeptos do movimento rejeitavam o moralismo e o passado, e suas obras
baseavam-se fortemente na velocidade e nos desenvolvimentos tecnológicos do
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final do século XIX. Os primeiros futuristas europeus também exaltavam a
guerra e a violência. O Futurismo desenvolveu-se em todas as artes e influenciou
diversos artistas que depois fundaram outros movimentos modernistas.
O Futurismo e suas
características
Muitas características fizeram o futurismo ter grande destaque entre as outras
artes da época, entre elas são:
Dinamicidade;
Aspectos mecânicos;
Velocidade abstrata;
Uso de elementos geométricos;
Esquemas sucessivos de representação do objeto pictórico, como
exposição fotográfica múltipla;
Movimentos animados pela fragmentação das figuras representadas,
conforme o modernismo. (No final da fase fica próximo ao cubismo);
O grupo pretendia fortalecer a sociedade italiana através de uma
pregação patriótica que incluía a aceitação e exaltação da tecnologia -
associação com o Fascismo.
Para os futuristas, a palavra chave era o dinamismo, considerado uma força
universal e que deveria estar presente em todas as artes, reunindo ao mesmo
tempo, os elementos som, luz e movimento.
A expressão plástica que mais os caracteriza é a simultaneidade, ou seja, a
multiplicidade de imagens reunidas em uma só obra. Naquele momento, a
transgressão das regras alterava a visão da natureza. De fato, os futuristas
expressavam a violência e representavam a dinâmica do teatro da nova vida, e,
para tanto, distorcem a imagem do espectador, reproduzindo no quadro,
imagens sequenciadas como numa fita de cinema.
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O Futurismo e seus artistas
percursores
A pintura futurista foi influenciada pelo cubismo e pelo abstracionismo, mas
a utilização de cores vivas (divisionismo), estridentes e violentas, contrastes e a
sobreposição das imagens que pretendiam dar a ideia de dinamismo –
deformação e desmaterialização por que passam os objetos e o espaço quando
ocorre a ação. Para isso recorreram à decomposição geométrica das formas,
através de linhas quebradas em ângulo agudo (mais dinâmico), ou linhas
sinuosas. Para os futuristas, os objetos não se esgotam no contorno aparente e os
seus aspectos interpenetram-se continuamente a um só tempo. Procura-se neste
estilo expressar o movimento real, registrando a velocidade descrita pelas figuras
em movimento no espaço, obtendo-se uma expressividade dinâmica
transmissora de emoções fortes, ação, coragem… O artista futurista não está
interessado em pintar um automóvel, mas captar a forma plástica a velocidade
descrita por ele no espaço.
Os seus primeiros seguidores foram Umberto Boccioni, Carlo Carrá e Luigi
Russolo, que lançaram um manifesto no teatro Chiasella em Turim, em 8 de
março de 1910.
Dentre eles, existem muitos outros artistas que se destacaram entre essa arte,
tais como:
Anitta Malfatti (Pintora, gravadora e desenhista Brasileira);
Luigi Russolo (Pintor e compositor Italiano);
Carlos Carrá (Pintor Italiano);
Antônio Sant’Elia (Arquiteto Italiano);
Giacomo Balla (Pintor e escultor Italiano);
Ambrogio Pasati (Pintor Italiano);
Fortunato Depero (Pintor Italiano);
Vladimir Mayakovsky (Poeta e dramaturgo Russo);
Filippo Tommaso Marinetti (Escritor, poeta, editor, ideólogo,
jornalista e ativista político Italiano);
Fernando Pessoa (Escritor Português);
Émile Verhaeren (Poeta Belga);
Jean Salvat Papasseit (Poeta Espanhol)
Oswald de Andrade (Escritor e dramaturgo Brasileiro).
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Giacomo Balla (1871-1958)
Na sua obra o pintor italiano tentou endeusar os novos avanços científicos e
técnicos por meio de representações totalmente desnaturalizadas, embora sem
chegar a uma total abstração. Mesmo assim, mostrou grande preocupação com o
dinamismo das formas, com a situação da luz e a integração do espectro
cromático. A formação académica de Balla restringiu-se a um curso noturno de
desenho, de dois meses de duração, na Academia Albertina de Turim, a sua
cidade natal.
Em 1895 o pintor mudou-se para Roma. Cinco anos mais tarde, fez uma viagem
a Paris, onde entrou em contato com a obra dos impressionistas e
neoimpressionistas e participou em várias exposições. De volta a Roma,
conheceu Marinetti, Boccioni e Severini. Um ano mais tarde, juntava-se a eles
para assinar o Manifesto Técnico da Pintura Futurista. Apresentou em 1912 o seu
primeiro quadro futurista intitulado Cão na Coleira ou Cão Atrelado. Dissolvido
o movimento, Balla retornou às suas pinturas realistas e voltou-se para a
escultura e a cenografia.
Velocidade Abstrata – O carro passou, Giacomo Balla, (1913)
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Carlo Carrà (1881-1966)
Junto com Giorgio De Chirico, ele separa-se e vai, finalmente ao futurismo para
se dedicar àquilo que eles próprios dariam o nome de Pintura Metafísica.
Enquanto ganhava o seu sustento como
pintor-decorador frequentava as aulas de pintura na Academia Brera, em Milão.
Em 1900 fez a sua primeira viagem a Paris, contratado para a decoração da
Exposição Mundial. De lá mudou-se para Londres. Ao voltar, retomou as aulas
na Academia Brera e conheceu Boccioni e o poeta Marinetti. Um ano mais tarde
assinou o Primeiro Manifesto Futurista, redigido pelo poeta italiano e publicado
no jornal Le Figaro. Nessa época iniciou os seus primeiros estudos e esboços de
Ritmo dos Objetos e Comboios, por definição as suas obras mais futuristas.
Numa segunda viagem a Paris entrou em contato com Apollinaire, Modigliani e
Picasso. A partir desse momento começaram a aparecer as referências cubistas
nas suas obras. Carrà não deixou de comparecer às exposições futuristas de
Paris, Londres e Berlim, mas já em 1915 separou-se definitivamente do
grupo. Juntou-se a Giorgio De Chirico e realizou a sua primeira pintura
metafísica. Nas suas últimas obras retornou ao cubismo. Publicou vários
trabalhos, entre eles La Pittura Metafísica (1919) e La Mia Vita (1943).
Representante do futurismo e mais tarde da pintura metafísica, influenciou a
arte do seu país nas décadas de 1920 e 1930.
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Umberto Boccioni (1882-1916)
A sua obra manteve-se sob a influência do cubismo, mas incorporando os
conceitos de dinamismo e simultaneidade: formas e espaços que se movem ao
mesmo tempo e em direções contrárias. Nascido em Reggio di Calábria, Boccioni
mudou-se ainda muito jovem para Roma, onde estudou em diferentes
academias. Conheceu os pintores Balla e Severini. No início, mostrou-se
interessado na pintura impressionista, e principalmente na obra de Cézanne. Fez
então algumas viagens a Paris, São Petersburgo e Milão. Ao voltar, entrou em
contato com Carrà e Marinetti e um ano depois encontrava-se entre os autores
do Manifesto Futurista de Pintura, do qual foi um dos principais teóricos. Foi
com a intenção de procurar as bases dessa nova estética que ele viajou a Paris,
onde se encontrou com Picasso e Braque.
Ao retornar, publicou o Manifesto Técnico da Pintura Futurista, no qual foram
registrados os princípios teóricos da arte futurista: condenação do passado,
desprezo pela representação naturalista, indiferença em relação aos críticos de
arte e rejeição dos conceitos de harmonia e bom gosto aplicados à pintura.
Em 1912, participou da primeira exposição futurista. Um ano mais tarde, com
sua obra Dinamismo de um Jogador de Futebol, Boccioni conseguiu finalmente
fazer a representação do movimento por meio de cores e planos desordenados,
como num pseudofotograma. Durante a Primeira Guerra Mundial, o pintor
alistou-se como voluntário e ao voltar publicou o livro Pittura, Scultura
Futurista, Dinâmico Plástico (Pintura, Escultura Futurista, Dinamismo Plástico).
Morreu dois anos depois, em 1916, na cidade de Verona.
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A carga dos lanceiros, Umberto Boccioni, (1915)
A cidade se levanta, Umberto Boccioni, (1910)
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Fases do Futurismo
Ano de 1909 e a Primeira Grande Guerra: Formação e definição do
movimento em Itália, e divulgação pela Europa, nomeadamente na Rússia
(Futurismo Russo e Raionismo), e Inglaterra (Vorticismo);
Entre as Grandes Guerras (1918-1944): Alargamento do Futurismo a
outras modalidades plásticas, como o design industrial, o estilismo e o
cinema. Mussolini aproveitou os ideais dinâmicos e revolucionários para
propagar o regime;
Anos 1947 a 1950: Restringiu-se à França onde houve um a breve
tentativa de restabelecimento desta corrente.
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Conclusão Final
Conclui-se que o futurismo foi mais um movimento ideológico com
defenestração de ideias, do que com diretrizes e técnicas. O movimento era
revolucionário, com uma nova forma de ver mundo, e acima disso de querer
mudá-lo, representa-lo, um desejo pelo novo, pelo dinâmico, pela percepção do
movimento, por sentir esse movimento, e expressar essa sensação.
O movimento nasce de uma era em transformação, a era da máquina, ou a era
do detergente ou ainda a segunda revolução industrial.
A primeira revolução traz a tecnologia para fábrica e está, a era do detergente,
para dentro do lar, a representação disso são os aparelhos domésticos, o
barbeador elétrico, radio, telefone, televisão. O acesso a fontes de energia é
quase ilimitada e é contrabalançado pela possibilidade de tornar inabitável o
planeta. Aqui os objetos passam ser “descartáveis” e são criados muitos produtos
sintéticos como o detergente.
O automóvel, antes era um símbolo do poder e poucos tinham o controle,
entretanto com o advento dos carros mais facilmente compráveis, tornou se
possível e moda, para as classes possuir e controlar pessoalmente suas unidades.
É nesse contexto de revolução que explica-se o ideal futurista, o ideal do
movimento que agora poderia ser sentido, do novo, da máquina, agora presente
no cotidiano de todos. A forma de ver a guerra compreende-se pela época
conturbada que precede a primeira guerra mundial e pela fase da Itália
nacionalista. O futurismo foi agressivo e radical, mas de certa forma também foi
muito audacioso. Nos termos de Banham “ Marinetti foi capaz de dar a um
sentimento muito difundido de desgosto pelo velho e desejo do novo, uma
orientação positiva e um ponto de ligação no mundo de fato: Marinetti mandou
sua geração para as ruas, com seus manifestos, a fim de revolucionar sua cultura,
da mesma forma como os Manifestos políticos dos quais ele tomou a forma
literalmente haviam ordenado que os homens saíssem às ruas a fim de
revolucionar sua política. ”