SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 40
Baixar para ler offline
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS
INSTITUTO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS
DEPARTAMENTO DE MICROBIOLOGIA
Ana Luísa Paiva Amaral
MICRORGANISMOS INDICADORES DE QUALIDADE DE
ÁGUA
Belo Horizonte
2007
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS
INSTITUTO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS
DEPARTAMENTO DE MICROBIOLOGIA
Ana Luísa Paiva Amaral
MICRORGANISMOS INDICADORES DE QUALIDADE DE
ÁGUA
Monografia apresentada ao Programa de
Pós-Graduação em Microbiologia do
Instituto de Ciências Biológicas da
Universidade Federal de Minas Gerais
para obtenção do Título de Especialista.
ORIENTADOR:
Prof. Dr. Carlos Augusto Rosa
(Laboratório de Ecologia e Biotecnologia de leveduras / Departamento de
Microbiologia / ICB / UFMG)
Belo Horizonte
2007
Agradecimentos
Agradeço a Deus por me guiar nesta jornada, possibilitando cumprir mais esta
tarefa.
Ao meu orientador Prof. Dr. Carlos Augusto Rosa pelo exemplo de profissional,
pela paciência, amizade e incentivo, que foram de grande importância para a
realização deste trabalho.
A Adriana Oliveira Medeiros, revisora desta monografia.
Aos professores do curso de Especialização em Microbiologia.
Aos colegas do curso de pós-graduação em Microbiologia pelo incentivo e
convivência agradável.
Aos meus pais pelo apoio incondicional para que este projeto se concretizasse.
1
SUMÁRIO
1. Resumo .................................................................................................. 2
2. Objetivo .................................................................................................. 3
3. Relevância e Justificativa ....................................................................... 4
4. Microrganismos de interesse sanitário ................................................... 6
4.1. Grupo Coliforme .................................................................................. 6
4.1.1. Escherichia coli ................................................................................. 7
4.2. Enterococcus spp. ............................................................................... 9
4.3. Pseudomonas aeruginosa ................................................................... 10
4.4. Staphylococcus aureus ....................................................................... 11
4.5. Clostridium perfringens ........................................................................ 12
4.6. Bactérias Heterotróficas ...................................................................... 13
4.7. Presença de leveduras em ambientes aquáticos ................................ 14
5. Água para consumo ............................................................................... 18
5.1. Águas minerais .................................................................................... 20
6. Contaminação microbiológica de corpos d’água naturais e os
potenciais riscos à saúde humana .............................................................
21
7. Conclusão ............................................................................................... 23
8. Referências bibliográficas ...................................................................... 24
2
1. RESUMO
Diante de um problema crescente que vem sendo a utilização errônea
dos recursos hídricos, surge a necessidade de um estudo maior a respeito
desse bem natural tão necessário a sobrevivência do planeta.
A integridade dos ecossistemas aquáticos vem sofrendo os impactos
causados pelas atividades humanas e suas comunidades estão sujeitas às
diversas alterações ambientais. A população microbiana aquática reflete as
condições terrestres circundantes e as atividades ali exercidas, e os órgãos
administrativos utilizam essa população, com alguns indicadores para
classificar os corpos d’água.
A quantificação de microrganismos de interesse sanitário como os
coliformes é de grande importância para a saúde pública, uma vez que sua
presença indica contaminação por material fecal. Os microrganismos da
microbiota intestinal indígena podem causar doenças e se tornar uma ameaça
para o indivíduo quando ocorre um eventual desequilíbrio do ecossistema
digestivo ou quando estes microrganismos alcançam sítios estéreis do corpo.
Os enterococos têm sido propostos como indicadores também, devido à
alta concentração nas fezes e alta taxa de sobrevivência no ambiente. A
Pseudomonas aeruginosa por conta de sua versatilidade, é padrão de
potabilidade no Brasil. Estafilococos responsáveis por infecções e produção de
toxinas, clostridios devido à resistência aos tratamentos convencionais de
água.
Bactérias heterotróficas, só representam riscos se encontradas em altas
concentrações, mas sua enumeração é utilizada como um parâmetro
complementar aos coliformes. Assim como as leveduras, que só apresentam
altas taxas onde os níveis de poluição orgânica são elevados.
Sendo a água de importância vital ao indivíduo, a garantia de sua
potabilidade e de suas condições higiênico-sanitárias é de grande importância
para toda a população. Sob o aspecto da saúde pública, a água potável deve
estar isenta de microrganismos do grupo coliforme, que podem ou não ser de
origem fecal.
3
2. OBJETIVO
_______________________________________________________________
- Através de revisão bibliográfica, indicar os principais microrganismos
indicadores de qualidade de água, suas respectivas características e
ocorrência.
4
3. RELEVÂNCIA E JUSTIFICATIVA
Cada vez mais tem se chamado a atenção para a utilização racional dos
recursos hídricos do nosso planeta, uma vez que, se não houver um controle
maior deste bem natural, a procura será cada vez maior do que a demanda. O
planeta Terra tem 75% de superfície líquida, sendo 97% de água salgada, 2%
de geleiras, e 1% de água doce. O Brasil tem 8% da água doce do planeta,
cerca de 112 bilhões de metros cúbicos. Aproximadamente 80% das águas
nacionais estão na Amazônia, onde só se encontram 5% dos brasileiros. Os
outros 20% das águas nacionais têm de abastecer 95% da população
(CREA,1988).
A integridade ecológica dos ecossistemas aquáticos continentais vem
sofrendo com maior intensidade os impactos causados pelas atividades
humanas nas últimas décadas e suas comunidades estão sujeitas às diversas
alterações ambientais sendo, em muitos ambientes, substancialmente
reduzidas ou mesmo eliminadas. Assim, a demanda crescente e contínua pelos
recursos aquáticos, causadas pelo crescimento populacional, urbanização,
industrialização e irrigação podem levar a uma rápida e contínua degradação
deste ambiente (MEDEIROS, 2005).
A vida aquática inclui interações entre os microrganismos, e entre os
microrganismos e a fauna e flora constituintes do mesmo ambiente. Muitas
espécies realizam alterações bioquímicas que reciclam os elementos e
nutrientes da água, desempenhando assim um papel importante na
manutenção do fluxo de nutrientes e ocupando posição-chave na cadeia
alimentar do ambiente aquático.
A população microbiana aquática reflete as condições terrestres
circundantes, mostrando os efeitos de práticas domésticas, agrícolas e
industriais, conduzindo assim a uma degradação da qualidade da água
decorrente do impacto das atividades humanas. Os microrganismos
encontrados em ambiente aquático são determinados pelas condições físicas e
químicas que ocorrem naquele ambiente, e essas condições variam de um
local para o outro e em relação a fatores como temperatura, luminosidade, pH
e nutrientes. Algumas espécies microbianas são nativas em áreas ecológicas
específicas, enquanto outras são transitórias, provenientes de atividades
5
humanas que geram um impacto na biodiversidade. Por exemplo, em águas
que recebem esgotos domésticos com grande quantidade de nutrientes
orgânicos, podem ser encontradas bactérias do grupo coliforme, como a
Escherichia coli. A presença deste microrganismo na água pode indicar risco
potencial a saúde, uma vez que o mesmo é proveniente do intestino grosso do
homem e de animais de sangue quente, indicando assim contaminação fecal,
isto acontece também com outras bactérias como os estreptococos fecais, e
também vírus intestinais como o causador da Hepatite A ou poliomielite
(GREENBERG et al., 1992).
Os órgãos administrativos utilizam esses parâmetros para classificar os
corpos d’água quanto ao seu destino, uso e quanto a sua condição sanitária.
(BRASIL, 2005). Pode-se citar também fatores prejudiciais ao crescimento
microbiano como o lançamento de efluentes industriais em cursos d’água, com
elevados níveis de metais pesados. Pesquisas que levem em consideração as
interações entre os ecossistemas aquáticos e terrestres são fundamentais para
a conservação dos recursos hídricos e sua diversidade biológica (MEDEIROS,
2005).
No presente trabalho serão tratados como tema as águas naturais e
potáveis e os diversos fatores que possam influenciá-las de maneiras
maléficas, limitar-se-á ao estudo de bactérias, fungos e leveduras. Serão
levados em consideração microrganismos presentes no ambiente aquático
como contaminantes. Serão observados também os limites estabelecidos pelo
Conselho Nacional do Meio Ambiente, Resolução 274 (2000) e 357(2005), para
lazer e recreação de contato primário, e esclarecendo alguns critérios para
considerar a potabilidade da água de acordo com a portaria nº 518 do
Ministério da Saúde (2004).
Serão citados ainda alguns microrganismos como Enterococcus spp.,
Pseudomonas aeruginosa, Staphylococcus aureus, Clostridium perfringens,
Escherichia coli, bactérias heterotróficas, fungos filamentosos e leveduras.
6
4. MICRORGANISMOS DE INTERESSE SANITÁRIO
_______________________________________________________________
4.1. Bactérias do grupo Coliforme
A quantificação bacteriana em corpos d’água é de grande interesse para
saúde pública, uma vez que a detecção de altos níveis bacterianos esta
freqüentemente associada com elevados níveis de patógenos para humanos
(USEPA, 1986). A maioria dos microrganismos patogênicos, causadores de
doenças transmitidas pela água, é predominantemente de origem fecal e são
conhecidas como patógenos entéricos.
Microrganismos enteropatógenos geralmente aparecem em
concentrações muito baixas em águas ambientais quando comparada à
diversificada microbiota existente. Pelo fato de que os microrganismos
patogênicos usualmente aparecem de forma intermitente e em baixo número
na água, podem ser pesquisados outros grupos que estão presentes
juntamente com os patogênicos nas fezes. Shibata et al. (2004), afirmam que
os microrganismos tipicamente utilizados como indicadores são aqueles
encontrados em elevadas concentrações nas fezes humanas.
Os coliformes fecais, um subgrupo dos coliformes totais representados
principalmente pela espécie Escherichia coli, têm sido extensivamente
utilizados no monitoramento da qualidade de águas e são considerados os
mais específicos indicadores de qualidade de águas destinadas a potabilidade
e balneabilidade (LÓPEZ-PILA & SZEWZYK, 2000; YOUN-JOO et al., 2002;
ALM et al., 2003; NOGUEIRA, et al., 2003; LEBARON et al., 2005). O grupo
coliforme é constituído por bactérias pertencentes aos gêneros Citrobacter,
Escherichia, Enterobacter e Klebsiella (NOGUEIRA et al., 2003). São bacilos
aeróbios ou anaeróbios facultativos, Gram negativos e não formadores de
esporos, oxidase-negativos, capazes de desenvolver na presença de sais
biliares ou agentes tensoativos que fermentam a lactose com produção de
ácido, gás e aldeído a 35,0 ± 0,5ºC em 24-48 horas, e que podem apresentar a
enzima ß-galactosidase. Embora estes microrganismos estejam relacionados
com contaminação fecal, podem também ser encontrados em outros locais,
oriundos de vegetais e do solo, observado, principalmente, para os gêneros
7
Citrobacter, Enterobacter e Klebsiella (GELDREICH, 1975; CABELLI, et al.,
1979; 1983; HAGLER & MENDONÇA-HAGLER, 1988; BAUDISOVÁ, 1997).
Além disso, alguns estudos sugerem que as altas temperaturas tropicais, a
elevada radiação solar e a presença de predadores podem diminuir a
sobrevivência destes microrganismos que deixam de exercer uma função de
indicadores de presença de patógenos em tais condições (FUJIOKA et al.,
1999; ROSA et al., 1990; BYAMUKAMA et al., 2000, WHITMAN et al., 2004).
Diversos fatores podem interferir sobre a enumeração dos coliformes,
como pH, temperatura e outros organismos presentes na água. Pseudomonas
aeruginosa é conhecida por interferir sobre a contagem colimétrica e acredita-
se que a síntese do pigmento piocianina esteja ligada com este fenômeno
(GUILHERME & SILVA, 2000). A qualidade bacteriológica de águas
recreacionais é avaliada pelos mesmos indicadores recomendados para águas
destinadas ao consumo humano, isto é, coliformes totais e coliformes fecais
(YOSHPE-PURER et al., 1987).
4.1.1. Escherichia coli
Os coliformes fecais, um subgrupo dos coliformes totais representados
principalmente pela espécie Escherichia coli, estão mais especificamente
relacionados com contaminação fecal oriundos de animais de sangue quente.
Entretanto, sua utilização como indicador de poluição fecal tem sido
questionada, pois a metodologia usualmente empregada para detectar essas
bactérias, é realizada à temperatura de 44,5 ± 0,2 ºC como fator seletivo.
Porém esta temperatura permite o isolamento de outros coliformes
termotolerantes, não necessariamente provenientes de contaminação fecal
(CABELLI et al., 1979; 1983; HAGLER & MENDONÇA HAGLER, 1988;
ELMUND et al., 1999; BYAMUKAMA et al., 2000; SCOTT et al., 2002).
Países localizados em regiões de clima temperado têm utilizado, com
sucesso, E. coli como indicadores de poluição fecal. Porém, a adequação de E.
coli como indicadores de poluição fecal em regiões tropicais e subtropicais não
tem sido propriamente demonstrada (CHAO et al., 2003). Isto porque, vários
trabalhos mostram que E. coli tem sido encontrada nos solos e corpos d’ água,
8
onde estudo destes ambientes tem mostrado que é improvável que a fonte
destas bactérias seja contaminação fecal humana. Algumas pesquisas
sugerem que estas bactérias originaram-se de outros animais que residiram na
área e que desenvolveram mecanismos para manter populações de células
viáveis por longo período de tempo em condições tropicais (BYAPPANAHALLI
& FUJIOKA, 1998; FUJIOKA et al., 1999; SOLO-GABRIELE et al., 2000;
DESMARAIS et al., 2002; CHAO et al., 2003; WINFIEKD & GROSIMAN, 2003).
Carrillo et al. (1985) e Hagler et al. (1993) isolaram E. coli de águas naturais
preservadas de contaminação fecal, como as águas de bromélias e de chuvas
em florestas tropicais.
Embora existam ainda algumas divergências quanto ao seu uso, as
bactérias do grupo coliforme têm demonstrado eficiência no monitoramento de
águas doces em relação à presença de contaminação fecal. Além disso, os
órgãos administrativos utilizam estes parâmetros para classificar os corpos
d’água quanto a seu destino, uso e quanto à sua condição sanitária (BRASIL,
2005). Sabe-se que os coliformes não têm a capacidade de crescer em baixas
concentrações de carbono orgânico, as altas temperaturas tropicais e a
elevada radiação solar diminuem o seu potencial de sobrevivência na água, e
assim deixam de exercer uma função de indicadores de presença de
patógenos em tais condições (HAGLER et al., 1986; ROSA, et al., 1990).
Segundo KUHNERT et al. (2000), existe uma grande diversidade de
linhagens de Escherichia coli comensal pertencentes a diferentes sorotipos, e
que podem ser isoladas das fezes de indivíduos saudáveis. Estas linhagens
são eliminadas maciçamente no ambiente e podem contaminar os alimentos, a
superfície de corpos d’água e os sedimentos, geralmente sem causar nenhum
efeito adverso a saúde humana. A E. coli comensal da microbiota intestinal é
considerada inofensiva para o hospedeiro e é um patógeno oportunista.
Segundo BERG (1996), a microbiota normal associada ao trato digestivo é
responsável por três funções importantes para a saúde do hospedeiro. Essas
funções são as seguintes: resistência à colonização devido à inibição da
multiplicação de microrganismos exógenos; imunomodulação que permite uma
resposta imune mais rápida e adequada durante uma agressão infecciosa; e
contribuição nutricional que fornece vitaminas, substratos energéticos e
reguladores na forma de ácidos graxos voláteis. Somente em algumas raras
9
circunstâncias as linhagens de E.coli comensal podem tornar-se uma ameaça
para o indivíduo saudável (KUHNERT et al., 2000). Para Santos et al. (2003),
os microrganismos da microbiota intestinal indígena podem causar doença e
tornar uma ameaça para o indivíduo quando ocorre um eventual desequilíbrio
do ecossistema digestivo ou quando estes microrganismos alcançam sítios
estéreis do corpo. Este desequilíbrio pode ser devido a uma imunossupressão
do indivíduo ou terapias com antimicrobianos. Pacientes com sistema imune
debilitado são incapazes de conter os microrganismos comensais do seu
habitat natural após o rompimento da barreira natural entre o intestino e outros
sítios estéreis do corpo (KUHNERT et al., 2000).
4.2. Enterococcus spp.
Os enterococos são um subgrupo dos estreptococos diferenciados por
sua habilidade de crescer em 6,5% de NaCl, em pH 9,6, e entre 10 a 45ºC
(BLANCH et al., 2003). Os enterococos são bactérias encontradas no trato
intestinal do homem e dos animais, e são comumente isolados de ambientes
contaminados pelo material fecal humano e animal, como exemplo esgoto
urbano, água e solos que recebem fertilizantes de origem animal, além de
produtos alimentícios derivados de animais (KUHN et al., 2003). Os
enterococos adquiriram recentemente particular relevância médica devido ao
aumento de doenças, principalmente nasocomiais, causadas por eles
(BLANCH et al., 2003; ANDRE et al., 2005).
Até o presente, estão descritas 30 espécies pertencentes ao gênero
Enterococcus. E. faecalis é a espécie dominante encontrada em fezes
humanas, mas E. faecium, E. hirae, E. avium e E. durans também tem sido
isoladas. Em bovinos, E. faecium é a espécie predominante isolada, mas E.
faecalis, E. hirae e E. casseliflavus também são encontradas (ANDRE et al.,
2005). Devido a alta concentração nas fezes e alta taxa de sobrevivência no
ambiente, enterococos tem sido proposto como indicador de contaminação
fecal complementar aos coliformes fecais (USEPA, 2000; ANDREA et al., 2002;
KÜHN et al., 2003; NOBLE et al., 2003). Mcfeters et al. (1974) estudaram a
sobrevivência de bactérias indicadoras e de patógenos entéricos em águas de
10
poços, observando que o grupo coliforme morre mais rapidamente que o grupo
enterococo, e diante disto utilizou-o como indicador para avaliação da
qualidade de água em seu trabalho.
4.3. Pseudomonas aeruginosa
O gênero Pseudomonas compreende bactérias unicelulares, Gram
negativas, que são bastonetes retos ou curvos medindo 0.5 a 1.0 µm X 1.5 a
4.0 µm. As células são móveis por um ou vários flagelos polares. Não é
conhecida a formação de esporos neste gênero. As bactérias são catalase-
positivas e aeróbias estritas, exceto por algumas que são denitrificantes
(GARRITY et al., 2001).
Pseudomonas aeruginosa é capaz de crescer e multiplicar em diversos
ambientes incluindo água, esgoto, solo, plantas e animais (KIMATA et al.,
2004; PIRNAY et al., 2005). A espécie Pseudomonas aeruginosa é um
patógeno oportunista importante na etiologia de muitas doenças infecciosas
nos humanos, e também está envolvido em infecções hospitalares. Numerosos
casos de foliculite, dermatite, e infecções de orelha e do trato urinário são
atribuídos a P. aeruginosa, adquirida por meio de recreação em águas
contaminadas (ESIOBU et al., 2004). Devido a isto, vários trabalhos que
avaliam a presença desta espécie em ambientes aquáticos foram realizados
(PELLETT et al., 1983; KIMATA et al., 2004; ESIOBU et al., 2004; RUIZ et al.,
2004; PIRNAY et al., 2005).
No Brasil, a bactéria é padrão de potabilidade em águas minerais. Por
conta da sua grande versatilidade metabólica, a bactéria teria vantagens sobre
os demais microrganismos na água (VASCONCELOS, et al. 2006).
Pseudomonas aeruginosa é considerado um microrganismo metabolicamente
mais versátil que os coliformes, capaz de persistir por mais tempo na água e
tende a resistir aos agentes cáusticos do ambiente por mecanismos ainda
desconhecidos (Smith & Iglewski, 2003).
A atividade antimicrobiana de Pseudomonas aeruginosa sobre os
coliformes foi verificada em um estudo sobre o antagonismo entre
Pseudomonas aeruginosa e bactérias indicadoras de contaminação fecal em
11
água (VASCONCELOS, 2006). O estudo sugere também a importância da
investigação de fenômenos de antagonismo entre Pseudomonas aeruginosa e
o grupo coliforme e consequentemente, sua implicação nas análises
colimétricas, determinando até que ponto as análises colimétricas podem ser
comprometidas.
4.4. Staphylococcus aureus
Os estafilococos são células esféricas gram-positivas que normalmente
se dispõem em cachos irregulares semelhantes a cachos de uva. Crescem
rapidamente em vários meios de cultura e mostram-se metabolicamente ativos,
fermentando carboidratos e produzindo pigmentos que variam de branco a
amarelo intenso. Alguns são membros da microbiota normal da pele e mucosa
dos humanos; outros provocam supuração, formação de abscessos, várias
infecções piogênicas e até mesmo septicemia fatal.
Tradicionalmente os estafilococos são divididos em duas categorias:
coagulase positivos e coagulase negativos. Essa divisão é baseada na
capacidade de coagular o plasma que é uma propriedade considerada, há
longo tempo, como importante marcador de patogenicidade (TORTORA, 2006).
O S. aureus produz uma série de enzimas que podem contribuir para a sua
patogenicidade, tais como a coagulase, catalase, desoxirribonuclease (DNAse),
lipase, termonuclease (TNase), bem como a toxina hemolítica, cuja produção
está associada com sua virulência. Seu alto poder de colonizar várias partes do
corpo, pode dar origem a infecções assintomáticas, facilitando assim a
disseminação de várias doenças (SCHAECHTER et al., 2002).
Os estafilococos desenvolvem rapidamente resistência a numerosos
agentes antimicrobianos, portanto, constituem problemas terapêuticos difíceis.
Os estafilococos produzem catalase, o que os diferencia dos estreptococos. Os
estafilococos fermentam lentamente muitos carboidratos, produzindo ácido
láctico, mas não gás. O tipo mais comum de intoxicação alimentar é causado
por uma enterotoxina estafilocócica termoestável (TORTORA, 2006).
Alguns estudos sobre o monitoramento de águas recreacionais sugerem
além da contagem de coliformes, uma abordagem sobre alguns
12
microrganismos indicadores de origem não-fecal, como contagem de bactérias
heterotróficas, leveduras e Staphylococcus aureus (HAGLER, 1986).
Staphylococcus aureus é um importante patógeno de enfermidades que
resultam em infecções ou em produção de toxinas. É o principal agente
etiológico de doenças transmitidas por água contaminada por animais, pessoas
doentes, e portadores assintomáticos (TOOD, 1977; VERHOEF, 1981).
Algumas espécies de estafilococos coagulase negativo, normal da microbiota
humana, tem sido isolados de amostras clínicas originárias de vários tipos de
infecções. Este patógeno oportunista tem sido frequentemente encontrado em
águas de piscinas cloradas e águas de praias inclusive nos locais onde o índice
de coliformes satisfaz o padrão de balneabilidade (HAGLER, 1990). A
contagem de S. aureus pode ser um bom monitoramento para evitar infecções
de pele e de olhos, uma vez que esse microrganismo se mostra resistente em
águas cloradas e salinas (HAGLER, 1990).
4.5. Clostridium perfringens
Clostridium perfringens é uma bactéria anaeróbia, em forma de
bastonete, Gram positiva, esporogênica, sulfito redutora, amplamente
distribuída na natureza e considerada como parte da microbiota intestinal
normal do homem e de animais (HATHEWAY et al. 1980). As células
vegetativas de C. perfringens encontram no intestino condições adequadas
para sua esporulação, o que não ocorre facilmente em meios de cultura,
utilizados para crescimento in vitro (LABBE, 1980). Os esporos são eliminados
nas fezes e, dessa forma, chegam ao meio aquático onde apresentam
excepcional longevidade, em função da grande resistência a condições
ambientais desfavoráveis. Por esse motivo, são úteis na detecção de
contaminação fecal remota, em situações nas quais outros indicadores, como
Escherichia coli e estreptococos fecais, já não se encontrariam presentes. O
uso de C. perfringens como um indicador de qualidade de água tem sido objeto
de vários estudos.
De acordo com Medema et al. (1997), os esporos de C. perfringens
sobrevivem mais tempo nas águas fluviais que os oocistos do protozoário
13
Cryptosporidium parvum, podendo, desta forma, ser considerado um indicador
útil da presença deste parasita, responsável por inúmeros surtos de doenças
intestinais de origem hídrica e resistente ao tratamento convencional da água.
O monitoramento de C. perfringens em água tratada pode fornecer subsídios
para se avaliar a eficiência na remoção de organismos patogênicos resistentes,
tais como oocistos de Cryptosporidium ou cistos de Giardia, em sistemas de
tratamento de água.
4.6. Bactérias Heterotróficas
O termo bactérias heterotróficas inclui todas as bactérias que usam
nutrientes orgânicos para o seu crescimento. Estas bactérias são
universalmente presentes em todos os tipos de água, alimento, solo, vegetação
e ar. A contagem de bactérias heterotróficas representa diversos
microrganismos isolados a partir de um método particular, que incluem
algumas variáveis como meio de cultura, tempo e temperatura de incubação, e
a forma de inoculação no meio (ALLEN, 2004).
A enumeração de alguns gêneros de microrganismos pelo método de
contagem de bactérias heterotróficas pode variar muito de acordo com o meio
de cultura escolhido, temperatura de incubação, tempo de incubação, origem
da água (rios, reservatórios de águas superficiais, água tratada), e estação do
ano. Todos os gêneros de bactérias heterotróficas encontrados em águas são
comuns também em alimentos, e são ingeridos pelo homem diariamente. Altas
concentrações de carboidratos e proteínas ajudam a multiplicação desses
microrganismos nos alimentos, mas não em água, onde sua concentração é
significativamente menor, caracterizando assim os alimentos como um risco
maior à saúde do que a ingestão de água (ALLEN, 2004).
Para considerarmos as bactérias heterotróficas como um risco à saúde,
elas devem estar em altas concentrações para serem capazes de infectar uma
pessoa idosa. A capacidade de um microrganismo de causar uma enfermidade
frequentemente está associada ao seu fator de virulência.
Alguns estudos afirmam que contagens de bactérias heterotróficas entre
500-1000 UFC/mL em águas potáveis pode interferir nas análises de
14
coliformes, a portaria nº 518 do Ministério da Saúde estabelece que em 20%
das amostras mensais para análise de coliformes totais nos sistemas de
distribuição, deve ser efetuada a contagem de bactérias heterotróficas e, uma
vez excedidas 500 unidades formadoras de colônia (UFC) por mL, devem ser
providenciadas imediata recoleta, inspeção local e, se constatada
irregularidade, outras providências cabíveis.
A determinação da contagem de bactérias heterotróficas pode ser usada
para monitorar a eficácia dos processos de tratamento de água potável e
verificar mudanças indesejáveis na qualidade durante a sua distribuição e
estoque, mas não por razões de risco para a saúde.
4.7. Presença de leveduras em ambientes aquáticos
As leveduras são microrganismos predominantemente unicelulares,
imóveis e englobam um grupo funcional de organismos heterotróficos que
colonizam substratos contendo fontes de carbono. Com relação à faixa de
temperatura são classificadas como mesófilas crescendo preferencialmente
entre 18 e 45ºC. Taxonomicamente pertencem a 100 gêneros entre as classes
Ascomicetos e Basidiomicetos (KURTZMAN & FELL, 1998).
Estudos sobre a diversidade e distribuição de leveduras em ambientes
aquáticos e terrestres, animais e frutos no Brasil, têm mostrado que diferentes
habitas possuem comunidades distintas de leveduras sendo encontrados
diversos biótipos ainda não descritos, e possivelmente espécies novas.
Pesquisas envolvendo leveduras de ambientes tropicais vêm sendo conduzidas
com uma freqüência ainda inferior a desejável, pois muitos ambientes são
devastados antes mesmo de se conhecer a microbiota (HAGLER et al., 1995).
Apesar de inúmeros trabalhos feitos com objetivo de caracterizar as leveduras
presentes em ambientes aquáticos, existem poucos dados referentes a sua
ocorrência em lagos e rios em regiões tropicais, sendo a maioria dos trabalhos
desenvolvidos em regiões temperadas.
Segundo Hagler & Ahearn (1987) em lagos não poluídos são
encontradas contagens geralmente abaixo de 10 unidades formadoras de
colônia (UFC) de leveduras por 100 mL. Lagos mesotróficos possuem
15
contagens entre 10 e 50 UFC/100 mL. Águas que estão recebendo descargas
de poluentes, mas que ainda são seguras para uso recreacional, possuem
contagens entre 50 e 100 UFC por 100 mL. E, finalmente, águas eutrofizadas
apresentam contagens acima de 100 UFC/100 mL.
Tem sido observada uma correlação entre os níveis de poluição
orgânica e as populações de leveduras. Cooke (1963, 1965) observou a
existência de uma grande diversidade de leveduras em todos os estágios de
tratamento de esgoto e que estas ocorriam em altas densidades em águas
naturais que recebiam efluentes de esgotos domésticos. Quinn (1984) sugere
que a presença de elevado número de leveduras poderia ser utilizada como um
bom indicador de enriquecimento orgânico periódico ou localizado em
ambientes aquáticos. A composição da microbiota fúngica em um corpo d’água
pode ser influenciada por vários parâmetros físicos e químicos, como por
exemplo, temperatura, pH, oxigênio dissolvido e fosfatos totais dissolvidos
(WOOLLETT et al., 1970; SIMARD & BLACKWOOD, 1971 a, b; QUINN, 1984;
HAGLER et al., 1986; FUJITA et al., 1987; ROSA et al., 1990, 1995; MORAIS
et al., 1996).
Segundo Bärlocher (1982) ecossistemas aquáticos com dados físicos e
químicos semelhantes apresentam elevado grau de similaridade quanto à
diversidade de espécies de fungos. Rosa et al. (1995) e Morais et al. (1996)
não encontraram correlação significativa entre a freqüência de espécies de
leveduras e as variáveis físico-químicas para os lagos da região de Lagoa
Santa, Minas Gerais. Medeiros (2002) em estudo realizado em lagos e rios da
Bacia do rio Doce encontrou correlação significativa entre as contagens de
leveduras e as concentrações de fósforo solúvel reativo e nitrato no lago Dom
Helvécio. Na lagoa Carioca as contagens de leveduras apresentaram
correlação com temperatura, pH, amônia e luz.
Um elevado número de espécies de leveduras tem sido freqüentemente
isolado em ambientes aquáticos, observando-se o predomínio dos gêneros
Aureobasidium, Candida, Cryptococcus, Rhodotorula, Saccharomyces e
Trichosporon, sendo que a maioria das espécies destes gêneros está
associada a plantas, solos ou fontes de poluição orgânica (MEDEIROS, 2005).
As leveduras pertencentes ao gênero Cryptococcus e as leveduras negras
principalmente a espécie Aureobasidium pullulans são conhecidas por serem
16
os tipos predominantes em ambientes aquáticos com pouca ou nenhuma
poluição, já os gêneros Candida e Rhodotorula são predominantes em águas
contendo esgotos domésticos. Odds (1988) relata como isoladas do trato
gastrointestinal humano, as espécies Candida albicans, C. glabrata, C.
guilliermondii, C. parapsilosis e C. tropicalis. A espécie C. albicans é a levedura
oportunista, associada ao homem, mais amplamente estudada. Alguns relatos
demonstram ainda o isolamento dessa espécie em anfíbios (ODDS, 1988) e,
de acordo com a literatura revista por esse autor, C. albicans é
comprovadamente encontrada em 58 espécies animais incluindo primatas,
mamíferos selvagens e domesticados, além de pássaros.
Algumas pesquisas mostraram que densidades altas de C. albicans
estavam associadas com contaminação fecal humana recente em águas doces
de regiões temperadas, mas baixas taxas de isolamento ou até sua ausência
tem sido observada em locais poluídos, sendo encontrada em águas tropicais,
mesmo na ausência de contaminação fecal (VALDEZ-COLAZO et al., 1987).
Águas poluídas por efluentes industriais apresentam microbiota fúngica
característica, relacionada com a fonte poluidora. O gênero Saccharomyces
constitui um exemplo típico, sendo freqüentemente isolado de locais próximos
à indústria de vinho, cerveja e pão (AHEARN et al., 1968). Ambientes aquáticos
que recebem efluentes industriais podem ser habitados por microrganismos,
com a habilidade de degradar dejetos tóxicos e sobreviver em ambientes
hostis, fazendo deles grandes candidatos para serem utilizados em processos
de biorremediação (SLÁVIKOVÁ & VADKERTIOVÁ, 1997 a, b).
Segundo Hagler et al. (1995) o estudo de diversidade e distribuição de
leveduras em ambientes aquáticos indicam que habitas diferentes possuem
comunidades de leveduras características, revelando muitos biótipos diferentes
que provavelmente representam novas espécies. Uma grande diversidade de
populações de leveduras tem sido encontrada em ambientes aquáticos porem,
estas parecem originar de ambientes terrestres incluindo esgotos (HAGLER et
al., 1995). Medeiros (2002) em trabalho realizado na bacia do rio Doce
encontrou a maior diversidade de espécies de leveduras nos ambientes
aquáticos que recebiam maior carga de material alóctone. Candida krusei, C.
parapsilosis e C. guilliermondii foram predominantes nos ambientes onde foi
observada a maior diversidade de espécies de leveduras e que recebiam
17
grande quantidade de esgoto doméstico. Estes microrganismos provavelmente
entraram nos corpos d’ água carreados pelas chuvas encontrando ambientes
favoráveis para sua sobrevivência. Segundo Hagler & Ahearn (1987), poucas
espécies de leveduras são específicas de habitas aquáticos sendo que
diferentes populações destes microrganismos podem ser encontradas em água
doce originadas de ambientes terrestres e esgotos.
18
5. ÁGUA PARA CONSUMO
_______________________________________________________________
A água é um recurso natural imprescindível às diversas atividades do
homem e indispensável para sua própria sobrevivência. A água necessária
para suprir todas as exigências do mundo moderno provém de mananciais de
superfície ou subterrâneos (SILVA & SALGUEIRO, 2001).
No entanto, a qualidade da água dos nossos rios, lagoas e outros
reservatórios está comprometida pelos poluentes que nela são lançados,
provenientes de esgotos domésticos ou efluentes industriais, ou de outras
fontes decorrentes do carreamento de contaminantes pela água de chuva que
escoa pela superfície do solo ou pavimentação (SOARES & MAIA, 1999).
Assim, a contaminação das águas de abastecimento contribui para o aumento
das doenças transmitidas ao homem.
Sendo a água de importância vital ao indivíduo, a garantia de sua
potabilidade e de suas condições higiênico-sanitárias é de grande importância
para toda a população (SIQUEIRA, 2005). Somente 30% da população mundial
tem garantia de água tratada, sendo que os 70% restantes dependem de poços
e outras fontes de abastecimento passíveis de contaminação (MACEDO,
2001).
O uso de água subterrânea contaminada, não tratada ou desinfetada foi
responsável por 44% dos surtos de doenças de veiculação hídrica nos Estados
Unidos, entre 1981 e 1988 (CRAUN, 1991). Cerca de 34.000 pessoas morrem
no mundo diariamente de doenças relacionadas com a água, tais como
diarréia. No Brasil, 65% das internações hospitalares são devidas a doenças
veiculadas pela água (MCT, 2001).
O Ministério da Saúde do Brasil, através da Portaria nº 518 de 25/03/04,
regulamenta as normas de potabilidade de águas para consumo humano: os
níveis de qualidade proíbem a presença de Escherichia coli ou coliformes
termotolerantes em amostras de 100 mL de água para consumo humano e,
para água tratada no sistema de distribuição ausência em 100 mL para
Escherichia coli ou coliformes termotolerantes e inclusive para coliformes totais
(BRASIL, 2004). Portanto, sob o aspecto de Saúde Pública, a água potável
deve estar isenta de microrganismos do grupo coliforme, que é na realidade um
19
grupo heterogêneo de bactérias, que podem ou não ser de origem fecal
(CARDOSO, 2003).
Na impossibilidade de se controlar a presença de todos os
microrganismos na água, utiliza-se a detecção e enumeração de
microrganismos chamados indicadores (VARNERLI, 2002). É importante notar
que a qualidade microbiológica da água não é definida somente pela qualidade
de organismos presentes, mas pelas diferentes espécies de organismos
presentes (VIEIRA, 2000). Geralmente são utilizados como indicadores de
deficiência de saneamento as bactérias do grupo coliforme, sendo a
Escherichia coli o mais importante indicador na contagem desses
microrganismos, e estes microrganismos normalmente estão associados a
microrganismos de origem intestinal.
Conforme Franco & Landgraf (1996) microrganismos indicadores vêm
sendo utilizados na avaliação da qualidade microbiológica da água há longo
tempo. Microrganismos indicadores são grupos ou espécies de microrganismos
que, quando presentes em um alimento ou água pode fornecer informações
sobre a ocorrência de contaminação de origem fecal, sobre a provável
presença de patógenos ou sobre a deterioração potencial do alimento
(FRANCO & LANDGRAF, 1996).
A água domiciliar destinada ao consumo humano, deve ser potável e
para isso deverá atender aos padrões de qualidade das águas destinadas ao
abastecimento, que são estabelecidas pela portaria vigente (MACÊDO, 2001).
Mas a sua contaminação pode ocorrer na fonte, durante a distribuição ou nos
reservatórios das cidades analisadas. As causas mais freqüentes de
contaminação muitas vezes vêm das caixas d’água abertas ou mal fechadas e
sobretudo, à carência de hábitos de higiene pessoal e ambiental. Além disso, a
água pode ser contaminada devido ao fenômeno da aderência de bactérias às
superfícies (canos, torneiras) que causam a formação de um biofilme, a partir
do qual estas mesmas bactérias podem regularmente ser liberadas nesta água
(SIQUEIRA & OKURA, 2005).
Sendo assim, é imprescindível a constante limpeza das redes internas
de abastecimento, como cisternas, caixas d’água, torneiras e bebedouros, para
garantir que a qualidade das águas vai ser mantida até o seu consumo.
20
5.1. Águas minerais
Atribui-se ao sabor e odores causados pela adição de flúor e cloro nas
águas de abastecimento público, o aumento do consumo de águas
engarrafadas. Tal aumento de procura por fontes alternativas de água para
consumo primário tem despertado interesse acerca da qualidade destas
(AMARAL, 2005). A água é um importante veículo de transmissão de doenças
e entre os relatos a este respeito encontra-se na literatura o surto de cólera
ocorrido no ano de 1974 em Portugal, que levou a 2.467 internações e 48
mortes (BLAKE et al., 1977a). Destes, 82 pacientes ingeriram água mineral
engarrafada e 36 casos tinham visitado uma clínica abastecida pela mesma
forma utilizada para o engarrafamento, cujo lençol freático estava contaminado
com Vibrio cholera (BLAKE et al., 1977b).
O monitoramento de patógenos específicos é impraticável e, por este
motivo, supõe-se que indicadores podem estar presentes em maior número e
sobreviver tanto quanto microrganismos patogênicos (BURGE & HUNTER,
1990). McFeters et al. (1974) estudaram a sobrevivência de bactérias
indicadoras e de patógenos entéricos em águas de poços, observando que, o
grupo coliforme, morre mais rapidamente que o grupo enterococo. Payment e
Franco (1993) estudaram a correlação entre cistos de Giardia lamblia, oocistos
de Criptosporidium, vírus entéricos humanos e potenciais indicadores como
colifagos e Clostridium perfringens em amostras de várias etapas de
tratamento de água; C. perfringens apresentou-se como o melhor indicador da
eficiência do tratamento para remoção e inativação desses patógenos.
Em um estudo feito na cidade de Jaboticabal/SP, encontram-se
enterococos em 40 amostras analisadas, e clostridios sulfito-redutores em 7
das 225 amostras analisadas, totalizado 18% e 3% respectivamente, fora do
padrão de potabilidade estabelecido na Resolução RDC-54/00 (BRASIL, 2000),
que consiste na ausência em 100 mL. Confirmou-se também que as
embalagens de 20L continham mais enterococos do que as embalagens de
0,2L e 1,5L, da mesma marca e também mais do que os galões das outras
marcas (AMARAL, 2005).
De acordo com Bischofberger et al. (1990), as embalagens plásticas
facilitam a aderência e a colonização, devido à rugosidade das paredes e
21
embalagens retornáveis podem manter resíduos de detergente que,
dependendo de sua natureza, servem como fonte de nutrientes para as
bactérias; tal fato pode explicar a qualidade microbiológica de águas minerais
acondicionadas em galões de 20L.
Deve-se conduzir a captação, o processamento, embalagem e
estocagem da água mineral sob rigorosas práticas higiênicas, de forma a
prevenir ou minimizar quaisquer fontes potenciais de contaminação.
22
6. CONTAMINAÇÃO MICROBIOLÓGICA DE CORPOS D´ÁGUA NATURAIS
E OS POTENCIAIS RISCOS À SAÚDE HUMANA
_______________________________________________________________
As águas naturais possuem um valor inestimável para indicar as
condições ambientais de um determinado ecossistema. A avaliação dos
recursos hídricos, bem como o gerenciamento e planejamento ambiental, não
pode ser realizada sem este tipo de estudo (PIMENTEL, 2001).
Os ambientes aquáticos são utilizados em todo o mundo com distintas
finalidades, entre as quais se destacam o abastecimento de água, a geração
de energia, a irrigação, a navegação, a aqüicultura, recreação e a harmonia
paisagística (LOPEZ-PILA et al., 2000; MORAES & JORDÃO, 2002; LEBARON
et al., 2005). O grande interesse na qualidade da água a ser usada pela
população está na associação entre a água contaminada e a transmissão de
doenças infecciosas.
As águas são classificadas de acordo com suas características
qualitativas para determinado uso que será feito das mesmas, isto é, as
exigências quanto ao grau de pureza variam de acordo com o fim a que se
destinará. Os padrões bacteriológicos de qualidade da água são baseados
especificamente na proteção do consumidor, evitando então as doenças de
veiculação hídrica (NOGUEIRA et al., 2003).
Os agentes patogênicos podem entrar em corpos d’água utilizados para
recreação através de descargas de esgoto “in natura” ou inadequadamente
tratados, águas de arraste das chuvas em regiões urbanas ou rurais, dejetos
de animais domésticos ou silvestres e, possivelmente, por meio dos próprios
indivíduos que utilizam estas águas para recreação, aumentando o risco de
transmissão de doenças para os banhistas (PAUL et al., 1995; WIGGINS,
1996; DOMBECK et al., 2000). Segundo ALM et al. (2003), a contaminação
fecal em águas destinadas ao banho pode ser arriscada para os usuários, pois
as fezes podem conter bactérias, vírus e protozoários que podem ser ingeridos
e causar doença intestinal. Além disso, estes autores relatam que a agitação
da água em conseqüência das atividades recreacionais também pode
ressuspender bactérias do sedimento, apresentando um risco para as pessoas
que se divertem no local de banho. Assim, quanto maior a contaminação, maior
23
a probabilidade da água conter microrganismos patogênicos de origem
entérica, tais como Salmonella spp., Shigella spp., vírus da hepatite A, vírus
Norwalk causadores de doenças como gastroenterites, hepatite A, poliomielite,
dentre outras (GREENBERG, et al.,1992; DOMBECK et al., 2000).
A utilização de reservas ecológicas para fins recreacionais pode muitas
vezes ser feita de maneira inadequada, comprometendo a qualidade da água a
ser utilizada pelos turistas, a identificação dos tipos patogênicos de E. coli pode
possibilitar uma avaliação da diversidade ecológica e o grau de virulência
desses microrganismos que circulam em lagoas. É importante ressaltar que
uma série de doenças pode ser veiculada pela água, tais como:
gastroenterites, hepatites, poliomielites, doenças parasitárias e fúngicas
(MELO, 2006). Escherichia coli diarreogênica é o grupo de bactérias mais
comumente detectado nos estudos em países em desenvolvimento, causando
cerca de 30 a 40% de episódios de diarréia aguda em crianças (O’RYAN et al.,
2005).
De 1999 a 2000, 59 surtos de doenças nos Estados Unidos foram
atribuídos a exposição das pessoas em águas recreacionais, e 61% desses
surtos foram de gastroenterites (ALM et al., 2003). Pode-se concluir que a
recreação de contato primário ou secundário em locais inadequados pode atrair
vários riscos de contrair doenças para os banhistas.
24
7. CONCLUSÕES
Sabendo que o planeta possui apenas 1% de água doce, que a
contaminação de corpos d’água naturais por lançamento de efluentes é
constante, e que apenas 30% da população mundial tem garantia de água
tratada, sendo que os 70% restantes dependem de poços e outras fontes
passíveis de contaminação. E que o uso de água contaminada é responsável
por milhares de surtos de doenças e até a morte, surge um pensamento de que
é preciso uma mudança e que esta precisa ser feita o mais rápido possível.
Mas pouco se tem feito para se estabelecer políticas que equacionem os
problemas advindos da utilização inadequada dos recursos hídricos. É
necessário perceber a necessidade da utilização racional dos recursos
hídricos, essa percepção deve ser feita por governantes, estabelecendo leis
que tornem o tratamento de efluentes domésticos e industriais obrigatórios,
antes que estes atinjam nossos mananciais, criando programas de
conscientização da população, que assim será orientada a proteção de um
bem tão necessário a todos.
25
8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
AHEARN, D. G.; ROTH Jr. J. J.; MEYERS, S. O. Ecology and characterization
of yeasts from aquatic regions of south Florida. Mar. Biol., v. 1, p.291-308,
1968.
ALLEN, M. J.; EDBERG, S. C.; REASONER, D.J. Heterotrophic plate count
bacteria – what is their significance in drinking water? Int. J. Food Microbiol.
v.92, p.265-274, 2004.
ALM, E.W., BURKE, J., SPAIN, A. Fecal indicator bacteria are abundant in wet
sand at freshwater beaches. Wat. Res. v. 37, p. 3978-3982, 2003.
AMARAL, L.A.; MUTTON, M.J.R.; GIACOMETTI, L. Qualidade microbiológica
de águas minerais vendidas no município de Jaboticabal, SP. Rev. Hig. Alim.
São Paulo. V.19,n.3, p. 58-62, 2005.
ANDRE, P., METZGER, C.; PETEY, S.; MULLER, D.; VIDON, D. J. M.
Chemiluminescence of enterococci isolates from freshwater. FEMS Microbiol.
Lett. v. 245, p. 123-129, 2005.
ANDREA, L. W.; HARTAL, P. G.; GODFREY, D. G.; HILL, J. L.; SEGARS, W. I.
Potential of Enterococcus faecalis as a human fecal indicator for Microbial
source Tracking. J. Environ. Qual., v. 31, p. 1286-1293, 2002.
BÄRLOCHER, F.; OERTLI, J.J. Colonization of conifer needles by aquatic
hyphomycetes. Can. J. Botany. 56 (1). 57-62, 1978.
BAUDISOVÁ, D. Evaluation of Escherichia coli as the main indicator of faecal
pollution. Wat. Sci. Tech., v.35, p.336-336, 1997.
BERG, R.D. The indigenous gastrointestinal microflora. Trends Microbiol. v.4.,
p.430-435, 1996.
26
BISCHOFBERGER, T.; CHA, S.K.; SCHMITT, R.; KÖNIG, B.; SCHMIDT-
LORENZ, W. The bacterial flora of non-carbonated, natural mineral water from
the springs to reservoir and glass and plastic bottles. Int. J. Food Microbiol.,
v.11, p.51-72, 1990.
BLAKE, P. A.; ROSENBERG, M. L.; COSTA, J. B.; FERREIRA, P. S.;
GUIMARÃES, C. L.; GANGAROSA, E. J. Cholera im Portugal, 1974. I. Modes
of transmission. Am. J. Epidemiol., v. 105, p.337-343, 1977a.
BLAKE, P. A.; ROSENBERG, M. L.; FLORENCIA, J.; COSTA, J. B.;
QUINTINO, L. P.; GANGAROSA, E. J. Cholera in Portugal. II. Transmission by
bottle mineral water. Am. J. Epidemiol., v.105, p. 344-348, 1977b.
BLANCH, A. R.; CAPLIN, J. L.; IVERSEN, A.; KÜHN, I.; MANERO, A.;
TAYLOR, H. D.; VILANOVA, X. Comparison of enterococcal populations related
to urban and hospital wastewater in various climatic and geographic European
regions. J. Appl. Microbiol., v. 94, p. 994-1002, 2003.
BRASIL, Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA). Resolução nº 357,
de 17 de março de 2005.
BRASIL, Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA). Resolução nº 274,
de 29 de novembro de 2000.
BRASIL, Ministério da Saúde. Portaria nº 518, de 25 de março de 2004.
BRASIL, Resolução – RDC nº 54, Diário Oficial (Jun. 15, 2000).
BURGE, S. H.; HUNTER, P. R. The survival of enteropathogenic bacteria in
bottle mineral water. Rev. Ital. D’igiene, v. 50, p. 401-406, 1990.
27
BYAMUKAMA, D.; KANSIIME, F.; MACH, R.L.; FARNELEITHER, H.
Determination of Escherichia coli contamination with chromocult coliform ágar
showed a high level of discrimination efficiency for dirrering fecal pollution levels
in tropical water of Kampala, Uganda. Appl. Environ. Microbiol., v.66, p.864-
868, 2000.
BYAPPANAHALLI, M.N., FUJIOKA R.S. Evidence that tropical soil environment
can support the growth of Escherichia coli. Wat. Sci. Technol, v.38, p.171-174,
1998.
CABELLI, V.J.; DUFOUR, A.P.; LEVINE, M.A.; McCABE, L.J.; HABERMAN,
P.W. Relantionsheap of microbial indicators to health effects at marine bathing
beaches. Am. J. Public Heath., v.69, p.690-696, 1979.
CABELLI, V.J.; DUFOUR, A.P.; LEVINE, M.A.; McCABE, L.J.; HABERMAN,
P.W. Marine recreacional water quality criterion consistent with indicator
conceptor on risk analysis. J. Wat. Poll. Cont. Fed., v.55, p.1306-1314, 1983.
CARDOSO, A.L.S.P. Incidência de coliformes e Salmonella sp em água
proveniente de abatedouro avícola. Rev.Hig. Alim. v.17, n.111, p.73-78, 2003.
CARRILLO, M.; ESTRADA, E.; HAZEN, T.C.; Survival and enumeration of the
fecal indicators Bifidobacterium adolescentis and Escherichia coli in a tropical
rain forest watershed. Appl. Environ. Microbiol. Aug;50(2):468-76, 1985.
CHAO, K. K.; CHAO, C. C.; CHAO, W. L. Suitability of the traditional microbial
indicator and their enumerationg methods in the assessment of fecal pollution of
subtropical freshwater environments. J. Microbiol. Immunol. Infect. v. 36, p.
288-293, 2003.
COOKE, W. B. A laboratory guide to fungi in polluted water, sewage, and
sewage treatment systems. Cincinnat: PHS Publication. 1963.
28
COOKE, W. B. The enumeration of yeasts population in sewage treatment
plant. Mycologia, v. 57, p.969-703, 1965.
CRAUN, G.F. Causes of waterborne diseases in the United States. Wat. Sci
Technol, 1991, v.24, p.17-20.
CREA. Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia do Estado
do Paraná. Rev. do Crea. Curitiba, v.1, n.1, p.18-24, set.1998.
DESMARAIS, T. R.; SOLO-GABRIELE, H. M.; PALMER, C. J. Influence of soil
on fecal indicators organisms in a tidally influenced subtropical environment.
Appl. Environ. Microbiol. v. 68, p. 1165-1172, 2002.
DOMBECK, P.E., JOHNSON, L.A., ZIMMERLEY, S.T., SADOWSKY, M.J. Use
of Repetitive DNA Sequences and the PCR to Differentiate Escherichia coli
isolates from Human and Animal Sources. App. Environ. Microbiol. v. 66(6), p.
2572-2577, 2000.
ELMUND, G.K.; ALLEN, M.J.; RICE. E.W. Comparison of Escherichia coli, and
Fecal coliform populations as indicators of wastewater treatment efficiency.
Wat. Environ. Resear., v.71, p.332-339, 1999.
ESIOBU, N.; MOHAMMED, R.; ECHEVERRY, A.; GREEN, M.; BONILLA, T.;
HARTZ, A.; McCORQUODALE, D.; ROGERSON, A. The application of peptide
nucleic acid probes for rapid detection and enumeration of eubacteria,
Staphylococcus aureus and Pseudomonas aeruginosa in recreational beaches
of S. Florida. J. Microbiol. Methods, v. 57, p. 157-162, 2004.
FRANCO, B.D. de M.; LANDGRAF, M. Microbiologia dos alimentos. São Paulo:
Editora Atheneu, 1996.
FUJIOKA, R.; SIAN-DENTON, C.; BORJA, M., CASTRO, J.; MORPHEW K.
Soil: the enviromental source of Escherichia coli and Enterococci in Guam’s
streams. J. Appl. Microbiol., v.85, p.83-89, 1999
29
FUJITA, T.; KOMEMUSHI, S.; YAMAGATA, K. Relationship between
environmental factors, yeasts and coliforms in the Yodo river. J. Ferment.
Technol., v. 65, p.193-197, 1987.
GARRITY, G. M.; BOONE, D. R.; CASTENHOLZ, R. W. Bergey´s manual of
systematic bacteriology, 2 ed., Hardcover, 2001. 721 pp.
GELDREICH, E.E. Microbiol criteria concepts for coastal bathing waters. Ocean
Manage, v.3, p.225-248, 1975.
GREENBERG, A.E.; CLESCERI, L.S.; EATON, A.D. American Public Health
Standart Methods for the examination of water and wastewater. 18ed. Victor
graphics Inc., Baltimore, 1992.
GUILHERME, E.F.M.; SILVA, J.A.M. Pseudomonas aeruginosa como indicador
de contaminação hídrica, Rev. Hig. Alim. v.14, n.76, p.43-47, 2000.
HAGLER, A.N.; MENDONÇA-HAGLER, L.; SANTOS, E.; FARAGE, S.; SILVA
FILHO, J.B.; SCHRANK, A.; DE OLIVEIRA, R.B.; Microbial pollution indicators
in Brazilian tropical and subtropical marine surfaces waters. Sci. total Environ.,
v.12, n.58, p. 151-160, 1986.
HAGLER, A. N. & AHEARN, D. G. Ecology of aquatic yeasts. In: ROSE, A. H;
HARISON, J.S. The yeasts: Biology of yeasts, v.1, p.181-205. 2
ed
. London:
Academic Press, 1987.
HAGLER, A. N. & MENDONÇA-HAGLER, L. C. Microbiologia sanitária. In
ROITMAN, I.; TRAVASSOS, L. R.; AZEVEDO, J. L. Tratado de microbiologia,
Manole. São Paulo, Brasil, 1988.
HAGLER, A. N., MENDONÇA-HAGLER, L. C. S., GUIMARÃES, V. F.,
ARAÚJO, M. A. DE, Staphylococcus aureus and fecal streptococci in fresh and
marine surface waters of Rio de Janeiro, Brazil. Rev. Microbiol. São Paulo,
21(2): 141-147, 1990.
30
HAGLER, A. N.; ROSA. C. A.; MORAIS, P. B.; MENDONÇA-HAGLER L. C.;
FRANCO G. M. O.; ARAUJO F. V.; SOARES C. A. G. Yeasts and coliforms
bactéria of water accumulated in bromelias of mangrove and sand dune
ecosystems of southeast Brazil. Can. J. Microbiol., v. 39, p.973-977, 1993.
HAGLER, A. N.; MENDONÇA HAGLER, L. C.; ROSA, C. A.; MORAIS, P. B.
Yeasts as an example of microbial diversity in Brazilian ecosystems. Oecol.
Brasil., v. 1, p. 225-244. 1995.
HATHEWAY, C. L.; WHALEY, D. N. A.; DOWELL JR., V. R. Epidemiological
aspects of Clostridium perfringens foodborne illness. Food Technol. 34 (4), 77-
79, 1980.
KIMATA, N.; NISHINO, T.; SUZUKI, S.; KOGURE, K. Pseudomonas
aeruginosa isolated from marine environments in Tokyo bay. Microbial. Ecol., v.
47, p. 41-47. 2004.
KÜHN, I.; IVERSEN, A.; BURMAN, L. G.; OLSSON-LILJEQUIST, B.;
FRANKLIN, A.; FINN, M.; AARESTRUP, F.; SEYFARTH, A. M.; BLANCH, A.
R.; VILANOVA, X.; TAYLOR, H.; CAPLIN, J.; MORENO, M. A.; DOMINGUEZ,
L.; HERRERO, I. A.; MöLLBY, R. Comparison of enterococcal populations in
animals, humans, and the environment – a European study. Int. J. Food
Microbiol., v. 88, p. 133-145. 2003.
KUHNERT, P.; BOERLIN, P.; FREY, J.; Target genes for virulences
assessment of Escherichia coli isolates from water, food and the environment.
FEMS Microbiol. Rev. v.24, p.107-117. 2000.
KURTZMAN, C. P. & FELL, J. W. The yeast: a taxonomic study. 4
ed
.
Amsterdan: Elsevier Science B. V., 1998. 1055p.
LABBE, R. Relationship between sporulation and enterotoxin production in
Clostridium perfringens type. A. Food Technol. 34 (4), 88-90, 1980.
31
LEBARON, P., HENRY, A., LEPEUPLE, A.S., PENA, G., SERVAIS, P. An
operational method for the real-time monitoring of E. coli numbers in bathing
waters. Mar. Poll. Bull. v.50, p.652- 659, 2005.
LÓPEZ-PILA, J.M., SZEWZYK, R. Estimating the infection risk in recreational
waters from the faecal indicator concentration and from the ratio between
pathogens and indicators. Wat. Res. v. 34(17), p.4195-4200, 2000.
MACÊDO, J.S.B.de. Águas e Águas. São Paulo: Livraria Varela, 2001.
McFETERS, G.A.;.BISSONNETTE, G.K.; H]JEZESKI, J.J.; THOMSOM, C.A.;
STUART, D.G. Comparative survival of indicator bacteria and enteric pathogens
in well water. Appl. Microbiol. v.27, n.5, p.823-829, 1974.
MCT- MINISTÉRIO DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA. Panorama dos Recursos
Hídricos Centro de Gestão e Estudos Estratégicos, 2001. Disponível em:
http://www.ana.gov.br/
MEDEIROS, A. O. Caracterização dos indicadores de qualidade de água e da
diversidade de leveduras em ambientes aquáticos da bacia do rio Doce, Minas
Gerais, Brasil. Belo Horizonte. Departamento de Microbiologia da UFMG, 2002.
92p. (Dissertação de Mestrado).
MEDEIROS, A.O. Influência de impactos antrópicos em fungos isolados em
ambientes aquáticos. Belo Horizonte. Departamento de Microbiologia da
UFMG, 2005. 141p. (Tese de Doutorado).
MEDEMA, G.J.; BAHAR, M.; SCHETS, F.M. Survival of Cryptosporidium
parvum, Escherichia coli, faecal enterococci and Clostridium perfringens in river
water: Influence of temperature and autochthonous microorganisms. Wat. Sci.
Technol. 35 (11-12), 249-252, 1997.
MELO, S.K. DE,. Fatores de virulência e resistência a antibióticos em amostras
de Escherichia coli isoladas de lagoas do Parque Estadual do Rio Doce, Minas
32
Gerais. Ouro Preto. Departamento de Engenharia Ambiental, UFOP, 2006. 98p.
(Tese de Mestrado).
MORAES, D.S.L., JORDÃO, B.Q. Water resources deterioration and its impact
on human health. Rev. Saúde Pública. v. 36(3), p. 370-374, 2002.
MORAIS, P.B.; RESENDE, M.A.; ROSA, C. A.; BARBOSA, F.A.R. Ocurrence
and dial distribution of yeast in a Paleo-karstic lake of Sotheastern Brazil. Rev.
Microbiol., v.27, p.182-188, 1996.
NOBLE, R. T.; MOORE, D. F.; LEECASTER, M. K.; MCGEE, C. D.;
WEISBERG, S. B. Comparison of total coliform, fecal coliform, and
enterococcus bacterial indicator response for ocean recreational water quality
testing. Water Res., v. 37, p. 1637-1643, 2003.
NOGUEIRA, G., NAKAMURA, C.V., TOGNIM, M.C.B., FILHO, B.A.A., DIAS,
B.P.F. Qualidade microbiológica de água potável de comunidades urbanas e
rurais, Paraná. Rev. Saúde Pública. v. 37(2), p.232-236, 2003.
ODDS, F. C. Candida and candidoses. Ecology of Candida and epidemiology of
candidoses. 2
ed
. London: Ballière Tindall, 1988. 468p.
O’RYAN, M., PRADO, V., PICkERING, L.K. A Millennium Update on Pediatric
Diarrheal Illness in the Developing World. Pediatr. Infect. Dis. J. v.16, p. 125-
136. 2005.
PAUL, J.H., ROSE, J.B., JIANG, S., KELLOGG, C., SHINN, E.A. Occurrence of
fecal indicator bacteria in surfaces waters and the subsurface aquifer in Key
Largo, Florida. Appl. Environm. Microbiol. v. 61(6), p. 2235-2241, 1995.
33
PAYMENT, P.; FRANCO, E. Clostridium perfringens and somatic coliphages as
indicators of the efficiency of drinking water treatment for viruses and protozoan
cysts. Appl. Environm. Microbiol. v. 59, n.8, p.2418-2424, 1993.
PELLETT, S.; BIGLEY, D. V.; GRIMES, D. J. Distributi n of Pseudomonas
aeruginosa in a Riverine Ecosystem. Appl. Environ. Microbiol., v. 45, p. 328-
332. 1983.
PIMENTEL, H.S. Caracterização Geoquímica das águas na serra de Ouro
Preto, Minas Gerais. Departamento de Geologia, Universidade Federal de Ouro
Preto, Ouro Preto, MG. Dissertação de Mestrado, 112 p., 2001.
PIRNAY, J. P.; MATTHIJS, S.; HURI, C.; CHABLAIN, P.; BILOCQ, F.;
ELDERE, J. V.; DE VOS, D.; ZIZI, M. ; TRIEST, L. ; CORNELIS, P. Global
Pseudomonas aeruginosa biodiversity as reflected in a Belgian river. Environ.
Microbiol., v.1, p. 1-12, 2005.
QUINN, J. P. Sesonal occurrence of yeasts and other fungi in freshwater lake.
Trans. Br. Mycol. Soc., v.83, p.53-58, 1984.
ROSA, C. A.; RESENDE, M. A.; FRANZOT, S. P.; MORAIS, P. B.; BARBOSA,
F. A. R. Distribuição de leveduras e coliformes em um lago do Karst do planalto
de Lagoa Santa, MG-Brazil. Rev. Microbiol., v.21, p.19-24, 1990.
ROSA, C. A.; REZENDE, M. A; BARBOSA, F. A. R; MORAIS, P. B; FRANZOT,
S. P. Yeast diversity in a mesotrophic lake on the karstic plateu of Lagoa Santa,
MG-Brazil. Hydrobiologia, v.308, p.103-108, 1995.
RUIZ, L.; DOMÍNGUEZ, A.; RUIZ, N.; VIÑAS, M. Relationship between clinical
and environmental isolates of Pseudomonas aeruginosa in a hospital setting.
Arch. Med. Res., v. 35, p. 251-257, 2004.
34
SANTOS, S.G.; SERUFO,J.G.; SILVA, R.A.P.; MARRA, B.A.; REIS, C.M.F.;
HAMDAN, J.S.; NICOLI, J.R.; CARVALHO, M.A.R.; FARIAS, L.M. Microbiologic
profile of intra-abdominal infections at Belo Horironte, Brazil. Am. J. Infect.
Control. v.31(3), p.135-143, 2003.
SCHAECHTER, M.; ENGLEBERG, N.C.; EISENSTEIN, B.I.; MEDOFF, G.
Microbiologia – mecanismo das doenças infecciosas. Ed. Guanabara Koogan,
3.ed, Rio de Janeiro/RJ, 2002).
SCOTT T. M.; ROSE, J. B.; JENKINS, T. M.; FARRAH, S. R.; LUKASIK, J.
Microbial Source Tracking: current methodology and future directions. Appl.
Environ. Microbiol., v. 68, p. 5796-5803, 2002
SHIBATA, T., SOLO-GABRIELE, H.M., FLEMING, L.E., ELMIR, S. Monitoring
marine recreational water quality using multiple microbial indicators in a urban
tropical environment. Wat. Res. v. 38, p. 3119-3131, 2004.
SILVA, D.F. da; TERRA, J.H.; SILVA, N. da; JUNQUEIRA, V.C.A. Ocorrência
de esporos de Clostridium perfringens em amostras de águas brutas e tratadas,
na cidade de Campinas, São Paulo, Brasil. Rev. Hig. Alim. São Paulo, v.20, n.
144, p.106-109, 2006.
SILVA, E.F.; SALGUEIRO, A.A. - Avaliação da qualidade bacteriológica de
água e poços na Região Metropolitana de Recife-PE. Rev. Hig. Alim. São
Paulo, v.15, n.90/91, p.73-78, 2001.
SIMARD, R. E; BLACKWOOD, A. C. Yeasts from the St. Lawrence river. Can.
J. Microbiol., v.17, p. 197-203, 1971a.
SIMARD, R. E; BLACKWOOD, A. C. Ecological studies on yeasts in the St.
Lawrence river. Can. J. Microbiol., v.17, p.197-203, 1971b.
35
SIQUEIRA, K.B.; OKURA, M.H. Enumeração de coliformes totais e coliformes
termotolerantes em água de abastecimento e de minas. Rev. Hig. Alim. São
Paulo, v.19, n.135, p.86-91, 2005.
SLÁVIKOVÁ E. & VADKERTIOVÁ R. Yeast and yeast-like organisms ocurring
in the river morava. F. Technol. Biotechnol., v.35, p.293-297, 1997 a.
SLÁVIKOVÁ E. & VADKERTIOVÁ R. Sesonal occurrence of yeasts and yeast-
like organismos in the river Danube. Ant. Van Leeuw., v.72, p.77-80, 1997 b.
SMITH, R.S.; IGLEWSKI, B.H. P.aeruginosa quorum-sensing systems and
virulence. Curr. Opin. Microbiol., v.6, n.1, p.56-60, 2003.
SOARES, J.B.; MAIA, A.C.F. – Água: microbiologia e tratamento. Edições UFC,
1999, p.61-62.
SOLO-GABRIELE, H.M.; WOLFERT M.A., DESMARAIS, T. R.; PALMER, C. J.
sources of Escherichia coli in a coastal subtropical envionment. Appl. Environ.
Microbiol., v. 66, p. 230-237. 2000.
TOOD, E.C.D. Food borne and water borne disease in Canada. Ann Sum. T.
Food Prot., 45:865, 1977.
TORTORA, G. J.; FUNKE, B. R.; CASE, C. L. Microbiologia. 8ªed. São Paulo:
Artmed, 2006.
USEPA - UNITED STATES ENVIRONMENTAL PROTECTION AGENCY.
Ambient water quality criteria for bacteria EPA-440/5-84-002. U.S. Environm.
Protect. Age. Washington, D.C. 1986.
USEPA - STATES ENVIRONMENTAL PROTECTION AGENCY. 2000. DRAFT
Implementation Guidance for Ambient Water Quality Criteria for Bacteria –
1986. U. S. Environm. Protect. Age. Washington, DC, EPA-823-D-00-001.
36
VALDEZ-COLAZO, L.; SCHULTZ, A. J.; HAZEN, T. C. Survival of Candida
albicans in tropical marine and fresh waters. Appl. Environ. Microbiol., v. 53, p.
1.762-1.767, 1987.
VARNELI, B. Enumeração de coliformes totais e Escherichia coli em água de
abastecimento e de efluentes da Ilha do Mel/PR utilizando-se placas Petrifilm
TM EC e HS. Rev. Hig. Alim. São Paulo, v.16, n.95, p.48-52, abr. 2002.
VASCONCELOS, U.; MEDEIROS, L.V.; ANDRADE, M.A.G. de; CALAZANS,
G.M.T . Evidência do antagonismo entre Pseudomonas aeruginosa e bactérias
indicadoras de contaminação fecal em água, Rev. Hig. Alim. v.20, n.140, p.127-
130, 2006.
VERHOEF, J.; VERBRUGH, S. Host determinants in staphylococcal disease.
Am. Rev. Med., 32:107-122, 1981.
VIEIRA, R.M.R.;Validação é ferramenta para implantação da qualidade total.
Controle de contaminação, São Paulo, v.4, n.17, p.36-39, maio/jun. 2000.
WIGGINS, B.A. Discriminate analysis of antibiotic resistance patterns in fecal
streptococci, a method to differentiate human and animal source of fecal
pollution in natural water. Appl. Environm. Microbiol. v. 62, p. 3997-4002, 1996.
WHITMAN, R. L.; NEVERS, M. B.; KORINEK, G. C.; BYAPPANAHALLI, M. N.
Solar and temporal effects on Escherichia coli concentration at a lake Michgan
swimming beach. Appl. Environ. Microbiol., v. 70, p. 4276-4285, 2004.
WINFIELD, M. D. & GROISMAN, E. A. Role of nonhost environments in the
lifestyles of Salmonella and Escherichia coli. Appl. Environ. Microbiol. v. 69, p.
3687-3694, 2003.
WOOLLET, L.; HEDRICK, L. R.; TARVER, M. A stastitical evaluation of the
ecology of yeasts in polluted water. Ant. Van Leeuw., v. 36, p. 437-444, 1970.
37
YOSPHE-PURER, Y., GOLDERMAN, S. Occurrence of Staphylococcus aureus
and Pseudomonas aeruginosa in Israeli Coastal Water. Appl. Environm.
Microbiol. p. 1138-1141, 1987.
YOUN-JOO A.N., KAMPBELL, D.H., BREIDENBACH, G.P. Escherichia coli and
total coliforms in water and sediments at marinas. Environm. Poll. v.120, p.771-
778, 2002.

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

Apostila recursos hidridicos
Apostila recursos hidridicosApostila recursos hidridicos
Apostila recursos hidridicos
i_ramos
 
Trabalho isa janaina e kaka alterado apresentar
Trabalho isa janaina e kaka alterado apresentarTrabalho isa janaina e kaka alterado apresentar
Trabalho isa janaina e kaka alterado apresentar
JOSE JULIARDO SOARES MONTE
 
439729511 metodos-e-tecnicas-de-pesquisa-em-bacias-hidrograficas
439729511 metodos-e-tecnicas-de-pesquisa-em-bacias-hidrograficas439729511 metodos-e-tecnicas-de-pesquisa-em-bacias-hidrograficas
439729511 metodos-e-tecnicas-de-pesquisa-em-bacias-hidrograficas
rejanr
 
Projeto enem biologia 30.10.2014
Projeto enem biologia 30.10.2014Projeto enem biologia 30.10.2014
Projeto enem biologia 30.10.2014
Nahya Paola Souza
 
Presente Rural Dec15 - Probioticos - Tilapia
Presente Rural Dec15 - Probioticos - TilapiaPresente Rural Dec15 - Probioticos - Tilapia
Presente Rural Dec15 - Probioticos - Tilapia
Otavio Serino Castro
 
3ª p.d 2013 (ciências - 5º ano)
3ª p.d   2013 (ciências - 5º ano)3ª p.d   2013 (ciências - 5º ano)
3ª p.d 2013 (ciências - 5º ano)
Cidinha Paulo
 

Mais procurados (20)

Apostila recursos hidridicos
Apostila recursos hidridicosApostila recursos hidridicos
Apostila recursos hidridicos
 
Artigo bioterra v17_n1_06
Artigo bioterra v17_n1_06Artigo bioterra v17_n1_06
Artigo bioterra v17_n1_06
 
Trabalho isa janaina e kaka alterado apresentar
Trabalho isa janaina e kaka alterado apresentarTrabalho isa janaina e kaka alterado apresentar
Trabalho isa janaina e kaka alterado apresentar
 
Plantas macrófitas
Plantas macrófitasPlantas macrófitas
Plantas macrófitas
 
Ciências do Ambiente - Cap 2 - Meio aquático: Características e poluição
Ciências do Ambiente - Cap 2 - Meio aquático: Características e poluiçãoCiências do Ambiente - Cap 2 - Meio aquático: Características e poluição
Ciências do Ambiente - Cap 2 - Meio aquático: Características e poluição
 
439729511 metodos-e-tecnicas-de-pesquisa-em-bacias-hidrograficas
439729511 metodos-e-tecnicas-de-pesquisa-em-bacias-hidrograficas439729511 metodos-e-tecnicas-de-pesquisa-em-bacias-hidrograficas
439729511 metodos-e-tecnicas-de-pesquisa-em-bacias-hidrograficas
 
Projeto enem biologia 30.10.2014
Projeto enem biologia 30.10.2014Projeto enem biologia 30.10.2014
Projeto enem biologia 30.10.2014
 
AGROECOLOGIA
AGROECOLOGIAAGROECOLOGIA
AGROECOLOGIA
 
Taa 1
Taa 1Taa 1
Taa 1
 
Saneamento ambiental - manual
Saneamento ambiental - manualSaneamento ambiental - manual
Saneamento ambiental - manual
 
Ficha8.ºano
Ficha8.ºanoFicha8.ºano
Ficha8.ºano
 
Relatório pré encontro de educação ambiental
Relatório pré encontro de educação ambientalRelatório pré encontro de educação ambiental
Relatório pré encontro de educação ambiental
 
Pôster+ac..
Pôster+ac..Pôster+ac..
Pôster+ac..
 
Presente Rural Dec15 - Probioticos - Tilapia
Presente Rural Dec15 - Probioticos - TilapiaPresente Rural Dec15 - Probioticos - Tilapia
Presente Rural Dec15 - Probioticos - Tilapia
 
34 1 29-38
34 1 29-3834 1 29-38
34 1 29-38
 
Revisao de ecologia para o enem
Revisao de ecologia para o enemRevisao de ecologia para o enem
Revisao de ecologia para o enem
 
Artigo bioterra v18_n2_03
Artigo bioterra v18_n2_03Artigo bioterra v18_n2_03
Artigo bioterra v18_n2_03
 
QUÍMICA PROF. JURANDIR SOARES
QUÍMICA PROF. JURANDIR SOARESQUÍMICA PROF. JURANDIR SOARES
QUÍMICA PROF. JURANDIR SOARES
 
3ª p.d 2013 (ciências - 5º ano)
3ª p.d   2013 (ciências - 5º ano)3ª p.d   2013 (ciências - 5º ano)
3ª p.d 2013 (ciências - 5º ano)
 
Trabalho henri
Trabalho henriTrabalho henri
Trabalho henri
 

Semelhante a 25 (5)

Cartilha-Educacao-Ambiental-para-a-Conservacao-de-Nascentes.pdf
Cartilha-Educacao-Ambiental-para-a-Conservacao-de-Nascentes.pdfCartilha-Educacao-Ambiental-para-a-Conservacao-de-Nascentes.pdf
Cartilha-Educacao-Ambiental-para-a-Conservacao-de-Nascentes.pdf
wvisvaldo
 
Apostila recursos hidridicos
Apostila recursos hidridicosApostila recursos hidridicos
Apostila recursos hidridicos
i_ramos
 
IlzoCostaPessoa
IlzoCostaPessoaIlzoCostaPessoa
IlzoCostaPessoa
IFRR
 
Meio ambiente, aspectos conceituais e legais
Meio ambiente, aspectos conceituais e legaisMeio ambiente, aspectos conceituais e legais
Meio ambiente, aspectos conceituais e legais
Tamires De Sousa Silva
 
161 publicacao07102011101118 ciranda das águas
161 publicacao07102011101118 ciranda das águas161 publicacao07102011101118 ciranda das águas
161 publicacao07102011101118 ciranda das águas
Daniel Oliveira Galdino
 
A água e o tratamento da água
A água e o tratamento da águaA água e o tratamento da água
A água e o tratamento da água
ISJ
 

Semelhante a 25 (5) (20)

Saneamento básico
Saneamento básicoSaneamento básico
Saneamento básico
 
Trabalho de geografia
Trabalho de geografiaTrabalho de geografia
Trabalho de geografia
 
Cartilha-Educacao-Ambiental-para-a-Conservacao-de-Nascentes.pdf
Cartilha-Educacao-Ambiental-para-a-Conservacao-de-Nascentes.pdfCartilha-Educacao-Ambiental-para-a-Conservacao-de-Nascentes.pdf
Cartilha-Educacao-Ambiental-para-a-Conservacao-de-Nascentes.pdf
 
Apostila recursos hidridicos
Apostila recursos hidridicosApostila recursos hidridicos
Apostila recursos hidridicos
 
AGROECOLOGIA
AGROECOLOGIAAGROECOLOGIA
AGROECOLOGIA
 
Saneamento Ambiental
Saneamento AmbientalSaneamento Ambiental
Saneamento Ambiental
 
IlzoCostaPessoa
IlzoCostaPessoaIlzoCostaPessoa
IlzoCostaPessoa
 
Relatório de estágio
Relatório de estágioRelatório de estágio
Relatório de estágio
 
Eco ii micorbiologia da água. indicadores2010
Eco ii micorbiologia da água. indicadores2010Eco ii micorbiologia da água. indicadores2010
Eco ii micorbiologia da água. indicadores2010
 
Meio ambiente, aspectos conceituais e legais
Meio ambiente, aspectos conceituais e legaisMeio ambiente, aspectos conceituais e legais
Meio ambiente, aspectos conceituais e legais
 
Microbiologia Agrícola UFMT - Aula 009
Microbiologia Agrícola UFMT - Aula 009Microbiologia Agrícola UFMT - Aula 009
Microbiologia Agrícola UFMT - Aula 009
 
preservacao.pdf
preservacao.pdfpreservacao.pdf
preservacao.pdf
 
Anexo i cartilha nascentesprotegidas
Anexo i   cartilha nascentesprotegidasAnexo i   cartilha nascentesprotegidas
Anexo i cartilha nascentesprotegidas
 
161 publicacao07102011101118 ciranda das águas
161 publicacao07102011101118 ciranda das águas161 publicacao07102011101118 ciranda das águas
161 publicacao07102011101118 ciranda das águas
 
Artigo bioterra v17_n2_07
Artigo bioterra v17_n2_07Artigo bioterra v17_n2_07
Artigo bioterra v17_n2_07
 
Artigo_Bioterra_V23_N1_01
Artigo_Bioterra_V23_N1_01Artigo_Bioterra_V23_N1_01
Artigo_Bioterra_V23_N1_01
 
Apresentação luiz di bernardo 1- seminário cianobactérias
Apresentação   luiz di bernardo 1- seminário cianobactériasApresentação   luiz di bernardo 1- seminário cianobactérias
Apresentação luiz di bernardo 1- seminário cianobactérias
 
A água e o tratamento da água
A água e o tratamento da águaA água e o tratamento da água
A água e o tratamento da água
 
Ensino Médio - Meio ambiente e Sustentabilidade - Aula 1.pdf
Ensino Médio - Meio ambiente e Sustentabilidade - Aula 1.pdfEnsino Médio - Meio ambiente e Sustentabilidade - Aula 1.pdf
Ensino Médio - Meio ambiente e Sustentabilidade - Aula 1.pdf
 
O impacto da eutrofização
O impacto da eutrofizaçãoO impacto da eutrofização
O impacto da eutrofização
 

25 (5)

  • 1. UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS INSTITUTO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS DEPARTAMENTO DE MICROBIOLOGIA Ana Luísa Paiva Amaral MICRORGANISMOS INDICADORES DE QUALIDADE DE ÁGUA Belo Horizonte 2007
  • 2. UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS INSTITUTO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS DEPARTAMENTO DE MICROBIOLOGIA Ana Luísa Paiva Amaral MICRORGANISMOS INDICADORES DE QUALIDADE DE ÁGUA Monografia apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Microbiologia do Instituto de Ciências Biológicas da Universidade Federal de Minas Gerais para obtenção do Título de Especialista. ORIENTADOR: Prof. Dr. Carlos Augusto Rosa (Laboratório de Ecologia e Biotecnologia de leveduras / Departamento de Microbiologia / ICB / UFMG) Belo Horizonte 2007
  • 3. Agradecimentos Agradeço a Deus por me guiar nesta jornada, possibilitando cumprir mais esta tarefa. Ao meu orientador Prof. Dr. Carlos Augusto Rosa pelo exemplo de profissional, pela paciência, amizade e incentivo, que foram de grande importância para a realização deste trabalho. A Adriana Oliveira Medeiros, revisora desta monografia. Aos professores do curso de Especialização em Microbiologia. Aos colegas do curso de pós-graduação em Microbiologia pelo incentivo e convivência agradável. Aos meus pais pelo apoio incondicional para que este projeto se concretizasse.
  • 4. 1 SUMÁRIO 1. Resumo .................................................................................................. 2 2. Objetivo .................................................................................................. 3 3. Relevância e Justificativa ....................................................................... 4 4. Microrganismos de interesse sanitário ................................................... 6 4.1. Grupo Coliforme .................................................................................. 6 4.1.1. Escherichia coli ................................................................................. 7 4.2. Enterococcus spp. ............................................................................... 9 4.3. Pseudomonas aeruginosa ................................................................... 10 4.4. Staphylococcus aureus ....................................................................... 11 4.5. Clostridium perfringens ........................................................................ 12 4.6. Bactérias Heterotróficas ...................................................................... 13 4.7. Presença de leveduras em ambientes aquáticos ................................ 14 5. Água para consumo ............................................................................... 18 5.1. Águas minerais .................................................................................... 20 6. Contaminação microbiológica de corpos d’água naturais e os potenciais riscos à saúde humana ............................................................. 21 7. Conclusão ............................................................................................... 23 8. Referências bibliográficas ...................................................................... 24
  • 5. 2 1. RESUMO Diante de um problema crescente que vem sendo a utilização errônea dos recursos hídricos, surge a necessidade de um estudo maior a respeito desse bem natural tão necessário a sobrevivência do planeta. A integridade dos ecossistemas aquáticos vem sofrendo os impactos causados pelas atividades humanas e suas comunidades estão sujeitas às diversas alterações ambientais. A população microbiana aquática reflete as condições terrestres circundantes e as atividades ali exercidas, e os órgãos administrativos utilizam essa população, com alguns indicadores para classificar os corpos d’água. A quantificação de microrganismos de interesse sanitário como os coliformes é de grande importância para a saúde pública, uma vez que sua presença indica contaminação por material fecal. Os microrganismos da microbiota intestinal indígena podem causar doenças e se tornar uma ameaça para o indivíduo quando ocorre um eventual desequilíbrio do ecossistema digestivo ou quando estes microrganismos alcançam sítios estéreis do corpo. Os enterococos têm sido propostos como indicadores também, devido à alta concentração nas fezes e alta taxa de sobrevivência no ambiente. A Pseudomonas aeruginosa por conta de sua versatilidade, é padrão de potabilidade no Brasil. Estafilococos responsáveis por infecções e produção de toxinas, clostridios devido à resistência aos tratamentos convencionais de água. Bactérias heterotróficas, só representam riscos se encontradas em altas concentrações, mas sua enumeração é utilizada como um parâmetro complementar aos coliformes. Assim como as leveduras, que só apresentam altas taxas onde os níveis de poluição orgânica são elevados. Sendo a água de importância vital ao indivíduo, a garantia de sua potabilidade e de suas condições higiênico-sanitárias é de grande importância para toda a população. Sob o aspecto da saúde pública, a água potável deve estar isenta de microrganismos do grupo coliforme, que podem ou não ser de origem fecal.
  • 6. 3 2. OBJETIVO _______________________________________________________________ - Através de revisão bibliográfica, indicar os principais microrganismos indicadores de qualidade de água, suas respectivas características e ocorrência.
  • 7. 4 3. RELEVÂNCIA E JUSTIFICATIVA Cada vez mais tem se chamado a atenção para a utilização racional dos recursos hídricos do nosso planeta, uma vez que, se não houver um controle maior deste bem natural, a procura será cada vez maior do que a demanda. O planeta Terra tem 75% de superfície líquida, sendo 97% de água salgada, 2% de geleiras, e 1% de água doce. O Brasil tem 8% da água doce do planeta, cerca de 112 bilhões de metros cúbicos. Aproximadamente 80% das águas nacionais estão na Amazônia, onde só se encontram 5% dos brasileiros. Os outros 20% das águas nacionais têm de abastecer 95% da população (CREA,1988). A integridade ecológica dos ecossistemas aquáticos continentais vem sofrendo com maior intensidade os impactos causados pelas atividades humanas nas últimas décadas e suas comunidades estão sujeitas às diversas alterações ambientais sendo, em muitos ambientes, substancialmente reduzidas ou mesmo eliminadas. Assim, a demanda crescente e contínua pelos recursos aquáticos, causadas pelo crescimento populacional, urbanização, industrialização e irrigação podem levar a uma rápida e contínua degradação deste ambiente (MEDEIROS, 2005). A vida aquática inclui interações entre os microrganismos, e entre os microrganismos e a fauna e flora constituintes do mesmo ambiente. Muitas espécies realizam alterações bioquímicas que reciclam os elementos e nutrientes da água, desempenhando assim um papel importante na manutenção do fluxo de nutrientes e ocupando posição-chave na cadeia alimentar do ambiente aquático. A população microbiana aquática reflete as condições terrestres circundantes, mostrando os efeitos de práticas domésticas, agrícolas e industriais, conduzindo assim a uma degradação da qualidade da água decorrente do impacto das atividades humanas. Os microrganismos encontrados em ambiente aquático são determinados pelas condições físicas e químicas que ocorrem naquele ambiente, e essas condições variam de um local para o outro e em relação a fatores como temperatura, luminosidade, pH e nutrientes. Algumas espécies microbianas são nativas em áreas ecológicas específicas, enquanto outras são transitórias, provenientes de atividades
  • 8. 5 humanas que geram um impacto na biodiversidade. Por exemplo, em águas que recebem esgotos domésticos com grande quantidade de nutrientes orgânicos, podem ser encontradas bactérias do grupo coliforme, como a Escherichia coli. A presença deste microrganismo na água pode indicar risco potencial a saúde, uma vez que o mesmo é proveniente do intestino grosso do homem e de animais de sangue quente, indicando assim contaminação fecal, isto acontece também com outras bactérias como os estreptococos fecais, e também vírus intestinais como o causador da Hepatite A ou poliomielite (GREENBERG et al., 1992). Os órgãos administrativos utilizam esses parâmetros para classificar os corpos d’água quanto ao seu destino, uso e quanto a sua condição sanitária. (BRASIL, 2005). Pode-se citar também fatores prejudiciais ao crescimento microbiano como o lançamento de efluentes industriais em cursos d’água, com elevados níveis de metais pesados. Pesquisas que levem em consideração as interações entre os ecossistemas aquáticos e terrestres são fundamentais para a conservação dos recursos hídricos e sua diversidade biológica (MEDEIROS, 2005). No presente trabalho serão tratados como tema as águas naturais e potáveis e os diversos fatores que possam influenciá-las de maneiras maléficas, limitar-se-á ao estudo de bactérias, fungos e leveduras. Serão levados em consideração microrganismos presentes no ambiente aquático como contaminantes. Serão observados também os limites estabelecidos pelo Conselho Nacional do Meio Ambiente, Resolução 274 (2000) e 357(2005), para lazer e recreação de contato primário, e esclarecendo alguns critérios para considerar a potabilidade da água de acordo com a portaria nº 518 do Ministério da Saúde (2004). Serão citados ainda alguns microrganismos como Enterococcus spp., Pseudomonas aeruginosa, Staphylococcus aureus, Clostridium perfringens, Escherichia coli, bactérias heterotróficas, fungos filamentosos e leveduras.
  • 9. 6 4. MICRORGANISMOS DE INTERESSE SANITÁRIO _______________________________________________________________ 4.1. Bactérias do grupo Coliforme A quantificação bacteriana em corpos d’água é de grande interesse para saúde pública, uma vez que a detecção de altos níveis bacterianos esta freqüentemente associada com elevados níveis de patógenos para humanos (USEPA, 1986). A maioria dos microrganismos patogênicos, causadores de doenças transmitidas pela água, é predominantemente de origem fecal e são conhecidas como patógenos entéricos. Microrganismos enteropatógenos geralmente aparecem em concentrações muito baixas em águas ambientais quando comparada à diversificada microbiota existente. Pelo fato de que os microrganismos patogênicos usualmente aparecem de forma intermitente e em baixo número na água, podem ser pesquisados outros grupos que estão presentes juntamente com os patogênicos nas fezes. Shibata et al. (2004), afirmam que os microrganismos tipicamente utilizados como indicadores são aqueles encontrados em elevadas concentrações nas fezes humanas. Os coliformes fecais, um subgrupo dos coliformes totais representados principalmente pela espécie Escherichia coli, têm sido extensivamente utilizados no monitoramento da qualidade de águas e são considerados os mais específicos indicadores de qualidade de águas destinadas a potabilidade e balneabilidade (LÓPEZ-PILA & SZEWZYK, 2000; YOUN-JOO et al., 2002; ALM et al., 2003; NOGUEIRA, et al., 2003; LEBARON et al., 2005). O grupo coliforme é constituído por bactérias pertencentes aos gêneros Citrobacter, Escherichia, Enterobacter e Klebsiella (NOGUEIRA et al., 2003). São bacilos aeróbios ou anaeróbios facultativos, Gram negativos e não formadores de esporos, oxidase-negativos, capazes de desenvolver na presença de sais biliares ou agentes tensoativos que fermentam a lactose com produção de ácido, gás e aldeído a 35,0 ± 0,5ºC em 24-48 horas, e que podem apresentar a enzima ß-galactosidase. Embora estes microrganismos estejam relacionados com contaminação fecal, podem também ser encontrados em outros locais, oriundos de vegetais e do solo, observado, principalmente, para os gêneros
  • 10. 7 Citrobacter, Enterobacter e Klebsiella (GELDREICH, 1975; CABELLI, et al., 1979; 1983; HAGLER & MENDONÇA-HAGLER, 1988; BAUDISOVÁ, 1997). Além disso, alguns estudos sugerem que as altas temperaturas tropicais, a elevada radiação solar e a presença de predadores podem diminuir a sobrevivência destes microrganismos que deixam de exercer uma função de indicadores de presença de patógenos em tais condições (FUJIOKA et al., 1999; ROSA et al., 1990; BYAMUKAMA et al., 2000, WHITMAN et al., 2004). Diversos fatores podem interferir sobre a enumeração dos coliformes, como pH, temperatura e outros organismos presentes na água. Pseudomonas aeruginosa é conhecida por interferir sobre a contagem colimétrica e acredita- se que a síntese do pigmento piocianina esteja ligada com este fenômeno (GUILHERME & SILVA, 2000). A qualidade bacteriológica de águas recreacionais é avaliada pelos mesmos indicadores recomendados para águas destinadas ao consumo humano, isto é, coliformes totais e coliformes fecais (YOSHPE-PURER et al., 1987). 4.1.1. Escherichia coli Os coliformes fecais, um subgrupo dos coliformes totais representados principalmente pela espécie Escherichia coli, estão mais especificamente relacionados com contaminação fecal oriundos de animais de sangue quente. Entretanto, sua utilização como indicador de poluição fecal tem sido questionada, pois a metodologia usualmente empregada para detectar essas bactérias, é realizada à temperatura de 44,5 ± 0,2 ºC como fator seletivo. Porém esta temperatura permite o isolamento de outros coliformes termotolerantes, não necessariamente provenientes de contaminação fecal (CABELLI et al., 1979; 1983; HAGLER & MENDONÇA HAGLER, 1988; ELMUND et al., 1999; BYAMUKAMA et al., 2000; SCOTT et al., 2002). Países localizados em regiões de clima temperado têm utilizado, com sucesso, E. coli como indicadores de poluição fecal. Porém, a adequação de E. coli como indicadores de poluição fecal em regiões tropicais e subtropicais não tem sido propriamente demonstrada (CHAO et al., 2003). Isto porque, vários trabalhos mostram que E. coli tem sido encontrada nos solos e corpos d’ água,
  • 11. 8 onde estudo destes ambientes tem mostrado que é improvável que a fonte destas bactérias seja contaminação fecal humana. Algumas pesquisas sugerem que estas bactérias originaram-se de outros animais que residiram na área e que desenvolveram mecanismos para manter populações de células viáveis por longo período de tempo em condições tropicais (BYAPPANAHALLI & FUJIOKA, 1998; FUJIOKA et al., 1999; SOLO-GABRIELE et al., 2000; DESMARAIS et al., 2002; CHAO et al., 2003; WINFIEKD & GROSIMAN, 2003). Carrillo et al. (1985) e Hagler et al. (1993) isolaram E. coli de águas naturais preservadas de contaminação fecal, como as águas de bromélias e de chuvas em florestas tropicais. Embora existam ainda algumas divergências quanto ao seu uso, as bactérias do grupo coliforme têm demonstrado eficiência no monitoramento de águas doces em relação à presença de contaminação fecal. Além disso, os órgãos administrativos utilizam estes parâmetros para classificar os corpos d’água quanto a seu destino, uso e quanto à sua condição sanitária (BRASIL, 2005). Sabe-se que os coliformes não têm a capacidade de crescer em baixas concentrações de carbono orgânico, as altas temperaturas tropicais e a elevada radiação solar diminuem o seu potencial de sobrevivência na água, e assim deixam de exercer uma função de indicadores de presença de patógenos em tais condições (HAGLER et al., 1986; ROSA, et al., 1990). Segundo KUHNERT et al. (2000), existe uma grande diversidade de linhagens de Escherichia coli comensal pertencentes a diferentes sorotipos, e que podem ser isoladas das fezes de indivíduos saudáveis. Estas linhagens são eliminadas maciçamente no ambiente e podem contaminar os alimentos, a superfície de corpos d’água e os sedimentos, geralmente sem causar nenhum efeito adverso a saúde humana. A E. coli comensal da microbiota intestinal é considerada inofensiva para o hospedeiro e é um patógeno oportunista. Segundo BERG (1996), a microbiota normal associada ao trato digestivo é responsável por três funções importantes para a saúde do hospedeiro. Essas funções são as seguintes: resistência à colonização devido à inibição da multiplicação de microrganismos exógenos; imunomodulação que permite uma resposta imune mais rápida e adequada durante uma agressão infecciosa; e contribuição nutricional que fornece vitaminas, substratos energéticos e reguladores na forma de ácidos graxos voláteis. Somente em algumas raras
  • 12. 9 circunstâncias as linhagens de E.coli comensal podem tornar-se uma ameaça para o indivíduo saudável (KUHNERT et al., 2000). Para Santos et al. (2003), os microrganismos da microbiota intestinal indígena podem causar doença e tornar uma ameaça para o indivíduo quando ocorre um eventual desequilíbrio do ecossistema digestivo ou quando estes microrganismos alcançam sítios estéreis do corpo. Este desequilíbrio pode ser devido a uma imunossupressão do indivíduo ou terapias com antimicrobianos. Pacientes com sistema imune debilitado são incapazes de conter os microrganismos comensais do seu habitat natural após o rompimento da barreira natural entre o intestino e outros sítios estéreis do corpo (KUHNERT et al., 2000). 4.2. Enterococcus spp. Os enterococos são um subgrupo dos estreptococos diferenciados por sua habilidade de crescer em 6,5% de NaCl, em pH 9,6, e entre 10 a 45ºC (BLANCH et al., 2003). Os enterococos são bactérias encontradas no trato intestinal do homem e dos animais, e são comumente isolados de ambientes contaminados pelo material fecal humano e animal, como exemplo esgoto urbano, água e solos que recebem fertilizantes de origem animal, além de produtos alimentícios derivados de animais (KUHN et al., 2003). Os enterococos adquiriram recentemente particular relevância médica devido ao aumento de doenças, principalmente nasocomiais, causadas por eles (BLANCH et al., 2003; ANDRE et al., 2005). Até o presente, estão descritas 30 espécies pertencentes ao gênero Enterococcus. E. faecalis é a espécie dominante encontrada em fezes humanas, mas E. faecium, E. hirae, E. avium e E. durans também tem sido isoladas. Em bovinos, E. faecium é a espécie predominante isolada, mas E. faecalis, E. hirae e E. casseliflavus também são encontradas (ANDRE et al., 2005). Devido a alta concentração nas fezes e alta taxa de sobrevivência no ambiente, enterococos tem sido proposto como indicador de contaminação fecal complementar aos coliformes fecais (USEPA, 2000; ANDREA et al., 2002; KÜHN et al., 2003; NOBLE et al., 2003). Mcfeters et al. (1974) estudaram a sobrevivência de bactérias indicadoras e de patógenos entéricos em águas de
  • 13. 10 poços, observando que o grupo coliforme morre mais rapidamente que o grupo enterococo, e diante disto utilizou-o como indicador para avaliação da qualidade de água em seu trabalho. 4.3. Pseudomonas aeruginosa O gênero Pseudomonas compreende bactérias unicelulares, Gram negativas, que são bastonetes retos ou curvos medindo 0.5 a 1.0 µm X 1.5 a 4.0 µm. As células são móveis por um ou vários flagelos polares. Não é conhecida a formação de esporos neste gênero. As bactérias são catalase- positivas e aeróbias estritas, exceto por algumas que são denitrificantes (GARRITY et al., 2001). Pseudomonas aeruginosa é capaz de crescer e multiplicar em diversos ambientes incluindo água, esgoto, solo, plantas e animais (KIMATA et al., 2004; PIRNAY et al., 2005). A espécie Pseudomonas aeruginosa é um patógeno oportunista importante na etiologia de muitas doenças infecciosas nos humanos, e também está envolvido em infecções hospitalares. Numerosos casos de foliculite, dermatite, e infecções de orelha e do trato urinário são atribuídos a P. aeruginosa, adquirida por meio de recreação em águas contaminadas (ESIOBU et al., 2004). Devido a isto, vários trabalhos que avaliam a presença desta espécie em ambientes aquáticos foram realizados (PELLETT et al., 1983; KIMATA et al., 2004; ESIOBU et al., 2004; RUIZ et al., 2004; PIRNAY et al., 2005). No Brasil, a bactéria é padrão de potabilidade em águas minerais. Por conta da sua grande versatilidade metabólica, a bactéria teria vantagens sobre os demais microrganismos na água (VASCONCELOS, et al. 2006). Pseudomonas aeruginosa é considerado um microrganismo metabolicamente mais versátil que os coliformes, capaz de persistir por mais tempo na água e tende a resistir aos agentes cáusticos do ambiente por mecanismos ainda desconhecidos (Smith & Iglewski, 2003). A atividade antimicrobiana de Pseudomonas aeruginosa sobre os coliformes foi verificada em um estudo sobre o antagonismo entre Pseudomonas aeruginosa e bactérias indicadoras de contaminação fecal em
  • 14. 11 água (VASCONCELOS, 2006). O estudo sugere também a importância da investigação de fenômenos de antagonismo entre Pseudomonas aeruginosa e o grupo coliforme e consequentemente, sua implicação nas análises colimétricas, determinando até que ponto as análises colimétricas podem ser comprometidas. 4.4. Staphylococcus aureus Os estafilococos são células esféricas gram-positivas que normalmente se dispõem em cachos irregulares semelhantes a cachos de uva. Crescem rapidamente em vários meios de cultura e mostram-se metabolicamente ativos, fermentando carboidratos e produzindo pigmentos que variam de branco a amarelo intenso. Alguns são membros da microbiota normal da pele e mucosa dos humanos; outros provocam supuração, formação de abscessos, várias infecções piogênicas e até mesmo septicemia fatal. Tradicionalmente os estafilococos são divididos em duas categorias: coagulase positivos e coagulase negativos. Essa divisão é baseada na capacidade de coagular o plasma que é uma propriedade considerada, há longo tempo, como importante marcador de patogenicidade (TORTORA, 2006). O S. aureus produz uma série de enzimas que podem contribuir para a sua patogenicidade, tais como a coagulase, catalase, desoxirribonuclease (DNAse), lipase, termonuclease (TNase), bem como a toxina hemolítica, cuja produção está associada com sua virulência. Seu alto poder de colonizar várias partes do corpo, pode dar origem a infecções assintomáticas, facilitando assim a disseminação de várias doenças (SCHAECHTER et al., 2002). Os estafilococos desenvolvem rapidamente resistência a numerosos agentes antimicrobianos, portanto, constituem problemas terapêuticos difíceis. Os estafilococos produzem catalase, o que os diferencia dos estreptococos. Os estafilococos fermentam lentamente muitos carboidratos, produzindo ácido láctico, mas não gás. O tipo mais comum de intoxicação alimentar é causado por uma enterotoxina estafilocócica termoestável (TORTORA, 2006). Alguns estudos sobre o monitoramento de águas recreacionais sugerem além da contagem de coliformes, uma abordagem sobre alguns
  • 15. 12 microrganismos indicadores de origem não-fecal, como contagem de bactérias heterotróficas, leveduras e Staphylococcus aureus (HAGLER, 1986). Staphylococcus aureus é um importante patógeno de enfermidades que resultam em infecções ou em produção de toxinas. É o principal agente etiológico de doenças transmitidas por água contaminada por animais, pessoas doentes, e portadores assintomáticos (TOOD, 1977; VERHOEF, 1981). Algumas espécies de estafilococos coagulase negativo, normal da microbiota humana, tem sido isolados de amostras clínicas originárias de vários tipos de infecções. Este patógeno oportunista tem sido frequentemente encontrado em águas de piscinas cloradas e águas de praias inclusive nos locais onde o índice de coliformes satisfaz o padrão de balneabilidade (HAGLER, 1990). A contagem de S. aureus pode ser um bom monitoramento para evitar infecções de pele e de olhos, uma vez que esse microrganismo se mostra resistente em águas cloradas e salinas (HAGLER, 1990). 4.5. Clostridium perfringens Clostridium perfringens é uma bactéria anaeróbia, em forma de bastonete, Gram positiva, esporogênica, sulfito redutora, amplamente distribuída na natureza e considerada como parte da microbiota intestinal normal do homem e de animais (HATHEWAY et al. 1980). As células vegetativas de C. perfringens encontram no intestino condições adequadas para sua esporulação, o que não ocorre facilmente em meios de cultura, utilizados para crescimento in vitro (LABBE, 1980). Os esporos são eliminados nas fezes e, dessa forma, chegam ao meio aquático onde apresentam excepcional longevidade, em função da grande resistência a condições ambientais desfavoráveis. Por esse motivo, são úteis na detecção de contaminação fecal remota, em situações nas quais outros indicadores, como Escherichia coli e estreptococos fecais, já não se encontrariam presentes. O uso de C. perfringens como um indicador de qualidade de água tem sido objeto de vários estudos. De acordo com Medema et al. (1997), os esporos de C. perfringens sobrevivem mais tempo nas águas fluviais que os oocistos do protozoário
  • 16. 13 Cryptosporidium parvum, podendo, desta forma, ser considerado um indicador útil da presença deste parasita, responsável por inúmeros surtos de doenças intestinais de origem hídrica e resistente ao tratamento convencional da água. O monitoramento de C. perfringens em água tratada pode fornecer subsídios para se avaliar a eficiência na remoção de organismos patogênicos resistentes, tais como oocistos de Cryptosporidium ou cistos de Giardia, em sistemas de tratamento de água. 4.6. Bactérias Heterotróficas O termo bactérias heterotróficas inclui todas as bactérias que usam nutrientes orgânicos para o seu crescimento. Estas bactérias são universalmente presentes em todos os tipos de água, alimento, solo, vegetação e ar. A contagem de bactérias heterotróficas representa diversos microrganismos isolados a partir de um método particular, que incluem algumas variáveis como meio de cultura, tempo e temperatura de incubação, e a forma de inoculação no meio (ALLEN, 2004). A enumeração de alguns gêneros de microrganismos pelo método de contagem de bactérias heterotróficas pode variar muito de acordo com o meio de cultura escolhido, temperatura de incubação, tempo de incubação, origem da água (rios, reservatórios de águas superficiais, água tratada), e estação do ano. Todos os gêneros de bactérias heterotróficas encontrados em águas são comuns também em alimentos, e são ingeridos pelo homem diariamente. Altas concentrações de carboidratos e proteínas ajudam a multiplicação desses microrganismos nos alimentos, mas não em água, onde sua concentração é significativamente menor, caracterizando assim os alimentos como um risco maior à saúde do que a ingestão de água (ALLEN, 2004). Para considerarmos as bactérias heterotróficas como um risco à saúde, elas devem estar em altas concentrações para serem capazes de infectar uma pessoa idosa. A capacidade de um microrganismo de causar uma enfermidade frequentemente está associada ao seu fator de virulência. Alguns estudos afirmam que contagens de bactérias heterotróficas entre 500-1000 UFC/mL em águas potáveis pode interferir nas análises de
  • 17. 14 coliformes, a portaria nº 518 do Ministério da Saúde estabelece que em 20% das amostras mensais para análise de coliformes totais nos sistemas de distribuição, deve ser efetuada a contagem de bactérias heterotróficas e, uma vez excedidas 500 unidades formadoras de colônia (UFC) por mL, devem ser providenciadas imediata recoleta, inspeção local e, se constatada irregularidade, outras providências cabíveis. A determinação da contagem de bactérias heterotróficas pode ser usada para monitorar a eficácia dos processos de tratamento de água potável e verificar mudanças indesejáveis na qualidade durante a sua distribuição e estoque, mas não por razões de risco para a saúde. 4.7. Presença de leveduras em ambientes aquáticos As leveduras são microrganismos predominantemente unicelulares, imóveis e englobam um grupo funcional de organismos heterotróficos que colonizam substratos contendo fontes de carbono. Com relação à faixa de temperatura são classificadas como mesófilas crescendo preferencialmente entre 18 e 45ºC. Taxonomicamente pertencem a 100 gêneros entre as classes Ascomicetos e Basidiomicetos (KURTZMAN & FELL, 1998). Estudos sobre a diversidade e distribuição de leveduras em ambientes aquáticos e terrestres, animais e frutos no Brasil, têm mostrado que diferentes habitas possuem comunidades distintas de leveduras sendo encontrados diversos biótipos ainda não descritos, e possivelmente espécies novas. Pesquisas envolvendo leveduras de ambientes tropicais vêm sendo conduzidas com uma freqüência ainda inferior a desejável, pois muitos ambientes são devastados antes mesmo de se conhecer a microbiota (HAGLER et al., 1995). Apesar de inúmeros trabalhos feitos com objetivo de caracterizar as leveduras presentes em ambientes aquáticos, existem poucos dados referentes a sua ocorrência em lagos e rios em regiões tropicais, sendo a maioria dos trabalhos desenvolvidos em regiões temperadas. Segundo Hagler & Ahearn (1987) em lagos não poluídos são encontradas contagens geralmente abaixo de 10 unidades formadoras de colônia (UFC) de leveduras por 100 mL. Lagos mesotróficos possuem
  • 18. 15 contagens entre 10 e 50 UFC/100 mL. Águas que estão recebendo descargas de poluentes, mas que ainda são seguras para uso recreacional, possuem contagens entre 50 e 100 UFC por 100 mL. E, finalmente, águas eutrofizadas apresentam contagens acima de 100 UFC/100 mL. Tem sido observada uma correlação entre os níveis de poluição orgânica e as populações de leveduras. Cooke (1963, 1965) observou a existência de uma grande diversidade de leveduras em todos os estágios de tratamento de esgoto e que estas ocorriam em altas densidades em águas naturais que recebiam efluentes de esgotos domésticos. Quinn (1984) sugere que a presença de elevado número de leveduras poderia ser utilizada como um bom indicador de enriquecimento orgânico periódico ou localizado em ambientes aquáticos. A composição da microbiota fúngica em um corpo d’água pode ser influenciada por vários parâmetros físicos e químicos, como por exemplo, temperatura, pH, oxigênio dissolvido e fosfatos totais dissolvidos (WOOLLETT et al., 1970; SIMARD & BLACKWOOD, 1971 a, b; QUINN, 1984; HAGLER et al., 1986; FUJITA et al., 1987; ROSA et al., 1990, 1995; MORAIS et al., 1996). Segundo Bärlocher (1982) ecossistemas aquáticos com dados físicos e químicos semelhantes apresentam elevado grau de similaridade quanto à diversidade de espécies de fungos. Rosa et al. (1995) e Morais et al. (1996) não encontraram correlação significativa entre a freqüência de espécies de leveduras e as variáveis físico-químicas para os lagos da região de Lagoa Santa, Minas Gerais. Medeiros (2002) em estudo realizado em lagos e rios da Bacia do rio Doce encontrou correlação significativa entre as contagens de leveduras e as concentrações de fósforo solúvel reativo e nitrato no lago Dom Helvécio. Na lagoa Carioca as contagens de leveduras apresentaram correlação com temperatura, pH, amônia e luz. Um elevado número de espécies de leveduras tem sido freqüentemente isolado em ambientes aquáticos, observando-se o predomínio dos gêneros Aureobasidium, Candida, Cryptococcus, Rhodotorula, Saccharomyces e Trichosporon, sendo que a maioria das espécies destes gêneros está associada a plantas, solos ou fontes de poluição orgânica (MEDEIROS, 2005). As leveduras pertencentes ao gênero Cryptococcus e as leveduras negras principalmente a espécie Aureobasidium pullulans são conhecidas por serem
  • 19. 16 os tipos predominantes em ambientes aquáticos com pouca ou nenhuma poluição, já os gêneros Candida e Rhodotorula são predominantes em águas contendo esgotos domésticos. Odds (1988) relata como isoladas do trato gastrointestinal humano, as espécies Candida albicans, C. glabrata, C. guilliermondii, C. parapsilosis e C. tropicalis. A espécie C. albicans é a levedura oportunista, associada ao homem, mais amplamente estudada. Alguns relatos demonstram ainda o isolamento dessa espécie em anfíbios (ODDS, 1988) e, de acordo com a literatura revista por esse autor, C. albicans é comprovadamente encontrada em 58 espécies animais incluindo primatas, mamíferos selvagens e domesticados, além de pássaros. Algumas pesquisas mostraram que densidades altas de C. albicans estavam associadas com contaminação fecal humana recente em águas doces de regiões temperadas, mas baixas taxas de isolamento ou até sua ausência tem sido observada em locais poluídos, sendo encontrada em águas tropicais, mesmo na ausência de contaminação fecal (VALDEZ-COLAZO et al., 1987). Águas poluídas por efluentes industriais apresentam microbiota fúngica característica, relacionada com a fonte poluidora. O gênero Saccharomyces constitui um exemplo típico, sendo freqüentemente isolado de locais próximos à indústria de vinho, cerveja e pão (AHEARN et al., 1968). Ambientes aquáticos que recebem efluentes industriais podem ser habitados por microrganismos, com a habilidade de degradar dejetos tóxicos e sobreviver em ambientes hostis, fazendo deles grandes candidatos para serem utilizados em processos de biorremediação (SLÁVIKOVÁ & VADKERTIOVÁ, 1997 a, b). Segundo Hagler et al. (1995) o estudo de diversidade e distribuição de leveduras em ambientes aquáticos indicam que habitas diferentes possuem comunidades de leveduras características, revelando muitos biótipos diferentes que provavelmente representam novas espécies. Uma grande diversidade de populações de leveduras tem sido encontrada em ambientes aquáticos porem, estas parecem originar de ambientes terrestres incluindo esgotos (HAGLER et al., 1995). Medeiros (2002) em trabalho realizado na bacia do rio Doce encontrou a maior diversidade de espécies de leveduras nos ambientes aquáticos que recebiam maior carga de material alóctone. Candida krusei, C. parapsilosis e C. guilliermondii foram predominantes nos ambientes onde foi observada a maior diversidade de espécies de leveduras e que recebiam
  • 20. 17 grande quantidade de esgoto doméstico. Estes microrganismos provavelmente entraram nos corpos d’ água carreados pelas chuvas encontrando ambientes favoráveis para sua sobrevivência. Segundo Hagler & Ahearn (1987), poucas espécies de leveduras são específicas de habitas aquáticos sendo que diferentes populações destes microrganismos podem ser encontradas em água doce originadas de ambientes terrestres e esgotos.
  • 21. 18 5. ÁGUA PARA CONSUMO _______________________________________________________________ A água é um recurso natural imprescindível às diversas atividades do homem e indispensável para sua própria sobrevivência. A água necessária para suprir todas as exigências do mundo moderno provém de mananciais de superfície ou subterrâneos (SILVA & SALGUEIRO, 2001). No entanto, a qualidade da água dos nossos rios, lagoas e outros reservatórios está comprometida pelos poluentes que nela são lançados, provenientes de esgotos domésticos ou efluentes industriais, ou de outras fontes decorrentes do carreamento de contaminantes pela água de chuva que escoa pela superfície do solo ou pavimentação (SOARES & MAIA, 1999). Assim, a contaminação das águas de abastecimento contribui para o aumento das doenças transmitidas ao homem. Sendo a água de importância vital ao indivíduo, a garantia de sua potabilidade e de suas condições higiênico-sanitárias é de grande importância para toda a população (SIQUEIRA, 2005). Somente 30% da população mundial tem garantia de água tratada, sendo que os 70% restantes dependem de poços e outras fontes de abastecimento passíveis de contaminação (MACEDO, 2001). O uso de água subterrânea contaminada, não tratada ou desinfetada foi responsável por 44% dos surtos de doenças de veiculação hídrica nos Estados Unidos, entre 1981 e 1988 (CRAUN, 1991). Cerca de 34.000 pessoas morrem no mundo diariamente de doenças relacionadas com a água, tais como diarréia. No Brasil, 65% das internações hospitalares são devidas a doenças veiculadas pela água (MCT, 2001). O Ministério da Saúde do Brasil, através da Portaria nº 518 de 25/03/04, regulamenta as normas de potabilidade de águas para consumo humano: os níveis de qualidade proíbem a presença de Escherichia coli ou coliformes termotolerantes em amostras de 100 mL de água para consumo humano e, para água tratada no sistema de distribuição ausência em 100 mL para Escherichia coli ou coliformes termotolerantes e inclusive para coliformes totais (BRASIL, 2004). Portanto, sob o aspecto de Saúde Pública, a água potável deve estar isenta de microrganismos do grupo coliforme, que é na realidade um
  • 22. 19 grupo heterogêneo de bactérias, que podem ou não ser de origem fecal (CARDOSO, 2003). Na impossibilidade de se controlar a presença de todos os microrganismos na água, utiliza-se a detecção e enumeração de microrganismos chamados indicadores (VARNERLI, 2002). É importante notar que a qualidade microbiológica da água não é definida somente pela qualidade de organismos presentes, mas pelas diferentes espécies de organismos presentes (VIEIRA, 2000). Geralmente são utilizados como indicadores de deficiência de saneamento as bactérias do grupo coliforme, sendo a Escherichia coli o mais importante indicador na contagem desses microrganismos, e estes microrganismos normalmente estão associados a microrganismos de origem intestinal. Conforme Franco & Landgraf (1996) microrganismos indicadores vêm sendo utilizados na avaliação da qualidade microbiológica da água há longo tempo. Microrganismos indicadores são grupos ou espécies de microrganismos que, quando presentes em um alimento ou água pode fornecer informações sobre a ocorrência de contaminação de origem fecal, sobre a provável presença de patógenos ou sobre a deterioração potencial do alimento (FRANCO & LANDGRAF, 1996). A água domiciliar destinada ao consumo humano, deve ser potável e para isso deverá atender aos padrões de qualidade das águas destinadas ao abastecimento, que são estabelecidas pela portaria vigente (MACÊDO, 2001). Mas a sua contaminação pode ocorrer na fonte, durante a distribuição ou nos reservatórios das cidades analisadas. As causas mais freqüentes de contaminação muitas vezes vêm das caixas d’água abertas ou mal fechadas e sobretudo, à carência de hábitos de higiene pessoal e ambiental. Além disso, a água pode ser contaminada devido ao fenômeno da aderência de bactérias às superfícies (canos, torneiras) que causam a formação de um biofilme, a partir do qual estas mesmas bactérias podem regularmente ser liberadas nesta água (SIQUEIRA & OKURA, 2005). Sendo assim, é imprescindível a constante limpeza das redes internas de abastecimento, como cisternas, caixas d’água, torneiras e bebedouros, para garantir que a qualidade das águas vai ser mantida até o seu consumo.
  • 23. 20 5.1. Águas minerais Atribui-se ao sabor e odores causados pela adição de flúor e cloro nas águas de abastecimento público, o aumento do consumo de águas engarrafadas. Tal aumento de procura por fontes alternativas de água para consumo primário tem despertado interesse acerca da qualidade destas (AMARAL, 2005). A água é um importante veículo de transmissão de doenças e entre os relatos a este respeito encontra-se na literatura o surto de cólera ocorrido no ano de 1974 em Portugal, que levou a 2.467 internações e 48 mortes (BLAKE et al., 1977a). Destes, 82 pacientes ingeriram água mineral engarrafada e 36 casos tinham visitado uma clínica abastecida pela mesma forma utilizada para o engarrafamento, cujo lençol freático estava contaminado com Vibrio cholera (BLAKE et al., 1977b). O monitoramento de patógenos específicos é impraticável e, por este motivo, supõe-se que indicadores podem estar presentes em maior número e sobreviver tanto quanto microrganismos patogênicos (BURGE & HUNTER, 1990). McFeters et al. (1974) estudaram a sobrevivência de bactérias indicadoras e de patógenos entéricos em águas de poços, observando que, o grupo coliforme, morre mais rapidamente que o grupo enterococo. Payment e Franco (1993) estudaram a correlação entre cistos de Giardia lamblia, oocistos de Criptosporidium, vírus entéricos humanos e potenciais indicadores como colifagos e Clostridium perfringens em amostras de várias etapas de tratamento de água; C. perfringens apresentou-se como o melhor indicador da eficiência do tratamento para remoção e inativação desses patógenos. Em um estudo feito na cidade de Jaboticabal/SP, encontram-se enterococos em 40 amostras analisadas, e clostridios sulfito-redutores em 7 das 225 amostras analisadas, totalizado 18% e 3% respectivamente, fora do padrão de potabilidade estabelecido na Resolução RDC-54/00 (BRASIL, 2000), que consiste na ausência em 100 mL. Confirmou-se também que as embalagens de 20L continham mais enterococos do que as embalagens de 0,2L e 1,5L, da mesma marca e também mais do que os galões das outras marcas (AMARAL, 2005). De acordo com Bischofberger et al. (1990), as embalagens plásticas facilitam a aderência e a colonização, devido à rugosidade das paredes e
  • 24. 21 embalagens retornáveis podem manter resíduos de detergente que, dependendo de sua natureza, servem como fonte de nutrientes para as bactérias; tal fato pode explicar a qualidade microbiológica de águas minerais acondicionadas em galões de 20L. Deve-se conduzir a captação, o processamento, embalagem e estocagem da água mineral sob rigorosas práticas higiênicas, de forma a prevenir ou minimizar quaisquer fontes potenciais de contaminação.
  • 25. 22 6. CONTAMINAÇÃO MICROBIOLÓGICA DE CORPOS D´ÁGUA NATURAIS E OS POTENCIAIS RISCOS À SAÚDE HUMANA _______________________________________________________________ As águas naturais possuem um valor inestimável para indicar as condições ambientais de um determinado ecossistema. A avaliação dos recursos hídricos, bem como o gerenciamento e planejamento ambiental, não pode ser realizada sem este tipo de estudo (PIMENTEL, 2001). Os ambientes aquáticos são utilizados em todo o mundo com distintas finalidades, entre as quais se destacam o abastecimento de água, a geração de energia, a irrigação, a navegação, a aqüicultura, recreação e a harmonia paisagística (LOPEZ-PILA et al., 2000; MORAES & JORDÃO, 2002; LEBARON et al., 2005). O grande interesse na qualidade da água a ser usada pela população está na associação entre a água contaminada e a transmissão de doenças infecciosas. As águas são classificadas de acordo com suas características qualitativas para determinado uso que será feito das mesmas, isto é, as exigências quanto ao grau de pureza variam de acordo com o fim a que se destinará. Os padrões bacteriológicos de qualidade da água são baseados especificamente na proteção do consumidor, evitando então as doenças de veiculação hídrica (NOGUEIRA et al., 2003). Os agentes patogênicos podem entrar em corpos d’água utilizados para recreação através de descargas de esgoto “in natura” ou inadequadamente tratados, águas de arraste das chuvas em regiões urbanas ou rurais, dejetos de animais domésticos ou silvestres e, possivelmente, por meio dos próprios indivíduos que utilizam estas águas para recreação, aumentando o risco de transmissão de doenças para os banhistas (PAUL et al., 1995; WIGGINS, 1996; DOMBECK et al., 2000). Segundo ALM et al. (2003), a contaminação fecal em águas destinadas ao banho pode ser arriscada para os usuários, pois as fezes podem conter bactérias, vírus e protozoários que podem ser ingeridos e causar doença intestinal. Além disso, estes autores relatam que a agitação da água em conseqüência das atividades recreacionais também pode ressuspender bactérias do sedimento, apresentando um risco para as pessoas que se divertem no local de banho. Assim, quanto maior a contaminação, maior
  • 26. 23 a probabilidade da água conter microrganismos patogênicos de origem entérica, tais como Salmonella spp., Shigella spp., vírus da hepatite A, vírus Norwalk causadores de doenças como gastroenterites, hepatite A, poliomielite, dentre outras (GREENBERG, et al.,1992; DOMBECK et al., 2000). A utilização de reservas ecológicas para fins recreacionais pode muitas vezes ser feita de maneira inadequada, comprometendo a qualidade da água a ser utilizada pelos turistas, a identificação dos tipos patogênicos de E. coli pode possibilitar uma avaliação da diversidade ecológica e o grau de virulência desses microrganismos que circulam em lagoas. É importante ressaltar que uma série de doenças pode ser veiculada pela água, tais como: gastroenterites, hepatites, poliomielites, doenças parasitárias e fúngicas (MELO, 2006). Escherichia coli diarreogênica é o grupo de bactérias mais comumente detectado nos estudos em países em desenvolvimento, causando cerca de 30 a 40% de episódios de diarréia aguda em crianças (O’RYAN et al., 2005). De 1999 a 2000, 59 surtos de doenças nos Estados Unidos foram atribuídos a exposição das pessoas em águas recreacionais, e 61% desses surtos foram de gastroenterites (ALM et al., 2003). Pode-se concluir que a recreação de contato primário ou secundário em locais inadequados pode atrair vários riscos de contrair doenças para os banhistas.
  • 27. 24 7. CONCLUSÕES Sabendo que o planeta possui apenas 1% de água doce, que a contaminação de corpos d’água naturais por lançamento de efluentes é constante, e que apenas 30% da população mundial tem garantia de água tratada, sendo que os 70% restantes dependem de poços e outras fontes passíveis de contaminação. E que o uso de água contaminada é responsável por milhares de surtos de doenças e até a morte, surge um pensamento de que é preciso uma mudança e que esta precisa ser feita o mais rápido possível. Mas pouco se tem feito para se estabelecer políticas que equacionem os problemas advindos da utilização inadequada dos recursos hídricos. É necessário perceber a necessidade da utilização racional dos recursos hídricos, essa percepção deve ser feita por governantes, estabelecendo leis que tornem o tratamento de efluentes domésticos e industriais obrigatórios, antes que estes atinjam nossos mananciais, criando programas de conscientização da população, que assim será orientada a proteção de um bem tão necessário a todos.
  • 28. 25 8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS AHEARN, D. G.; ROTH Jr. J. J.; MEYERS, S. O. Ecology and characterization of yeasts from aquatic regions of south Florida. Mar. Biol., v. 1, p.291-308, 1968. ALLEN, M. J.; EDBERG, S. C.; REASONER, D.J. Heterotrophic plate count bacteria – what is their significance in drinking water? Int. J. Food Microbiol. v.92, p.265-274, 2004. ALM, E.W., BURKE, J., SPAIN, A. Fecal indicator bacteria are abundant in wet sand at freshwater beaches. Wat. Res. v. 37, p. 3978-3982, 2003. AMARAL, L.A.; MUTTON, M.J.R.; GIACOMETTI, L. Qualidade microbiológica de águas minerais vendidas no município de Jaboticabal, SP. Rev. Hig. Alim. São Paulo. V.19,n.3, p. 58-62, 2005. ANDRE, P., METZGER, C.; PETEY, S.; MULLER, D.; VIDON, D. J. M. Chemiluminescence of enterococci isolates from freshwater. FEMS Microbiol. Lett. v. 245, p. 123-129, 2005. ANDREA, L. W.; HARTAL, P. G.; GODFREY, D. G.; HILL, J. L.; SEGARS, W. I. Potential of Enterococcus faecalis as a human fecal indicator for Microbial source Tracking. J. Environ. Qual., v. 31, p. 1286-1293, 2002. BÄRLOCHER, F.; OERTLI, J.J. Colonization of conifer needles by aquatic hyphomycetes. Can. J. Botany. 56 (1). 57-62, 1978. BAUDISOVÁ, D. Evaluation of Escherichia coli as the main indicator of faecal pollution. Wat. Sci. Tech., v.35, p.336-336, 1997. BERG, R.D. The indigenous gastrointestinal microflora. Trends Microbiol. v.4., p.430-435, 1996.
  • 29. 26 BISCHOFBERGER, T.; CHA, S.K.; SCHMITT, R.; KÖNIG, B.; SCHMIDT- LORENZ, W. The bacterial flora of non-carbonated, natural mineral water from the springs to reservoir and glass and plastic bottles. Int. J. Food Microbiol., v.11, p.51-72, 1990. BLAKE, P. A.; ROSENBERG, M. L.; COSTA, J. B.; FERREIRA, P. S.; GUIMARÃES, C. L.; GANGAROSA, E. J. Cholera im Portugal, 1974. I. Modes of transmission. Am. J. Epidemiol., v. 105, p.337-343, 1977a. BLAKE, P. A.; ROSENBERG, M. L.; FLORENCIA, J.; COSTA, J. B.; QUINTINO, L. P.; GANGAROSA, E. J. Cholera in Portugal. II. Transmission by bottle mineral water. Am. J. Epidemiol., v.105, p. 344-348, 1977b. BLANCH, A. R.; CAPLIN, J. L.; IVERSEN, A.; KÜHN, I.; MANERO, A.; TAYLOR, H. D.; VILANOVA, X. Comparison of enterococcal populations related to urban and hospital wastewater in various climatic and geographic European regions. J. Appl. Microbiol., v. 94, p. 994-1002, 2003. BRASIL, Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA). Resolução nº 357, de 17 de março de 2005. BRASIL, Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA). Resolução nº 274, de 29 de novembro de 2000. BRASIL, Ministério da Saúde. Portaria nº 518, de 25 de março de 2004. BRASIL, Resolução – RDC nº 54, Diário Oficial (Jun. 15, 2000). BURGE, S. H.; HUNTER, P. R. The survival of enteropathogenic bacteria in bottle mineral water. Rev. Ital. D’igiene, v. 50, p. 401-406, 1990.
  • 30. 27 BYAMUKAMA, D.; KANSIIME, F.; MACH, R.L.; FARNELEITHER, H. Determination of Escherichia coli contamination with chromocult coliform ágar showed a high level of discrimination efficiency for dirrering fecal pollution levels in tropical water of Kampala, Uganda. Appl. Environ. Microbiol., v.66, p.864- 868, 2000. BYAPPANAHALLI, M.N., FUJIOKA R.S. Evidence that tropical soil environment can support the growth of Escherichia coli. Wat. Sci. Technol, v.38, p.171-174, 1998. CABELLI, V.J.; DUFOUR, A.P.; LEVINE, M.A.; McCABE, L.J.; HABERMAN, P.W. Relantionsheap of microbial indicators to health effects at marine bathing beaches. Am. J. Public Heath., v.69, p.690-696, 1979. CABELLI, V.J.; DUFOUR, A.P.; LEVINE, M.A.; McCABE, L.J.; HABERMAN, P.W. Marine recreacional water quality criterion consistent with indicator conceptor on risk analysis. J. Wat. Poll. Cont. Fed., v.55, p.1306-1314, 1983. CARDOSO, A.L.S.P. Incidência de coliformes e Salmonella sp em água proveniente de abatedouro avícola. Rev.Hig. Alim. v.17, n.111, p.73-78, 2003. CARRILLO, M.; ESTRADA, E.; HAZEN, T.C.; Survival and enumeration of the fecal indicators Bifidobacterium adolescentis and Escherichia coli in a tropical rain forest watershed. Appl. Environ. Microbiol. Aug;50(2):468-76, 1985. CHAO, K. K.; CHAO, C. C.; CHAO, W. L. Suitability of the traditional microbial indicator and their enumerationg methods in the assessment of fecal pollution of subtropical freshwater environments. J. Microbiol. Immunol. Infect. v. 36, p. 288-293, 2003. COOKE, W. B. A laboratory guide to fungi in polluted water, sewage, and sewage treatment systems. Cincinnat: PHS Publication. 1963.
  • 31. 28 COOKE, W. B. The enumeration of yeasts population in sewage treatment plant. Mycologia, v. 57, p.969-703, 1965. CRAUN, G.F. Causes of waterborne diseases in the United States. Wat. Sci Technol, 1991, v.24, p.17-20. CREA. Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia do Estado do Paraná. Rev. do Crea. Curitiba, v.1, n.1, p.18-24, set.1998. DESMARAIS, T. R.; SOLO-GABRIELE, H. M.; PALMER, C. J. Influence of soil on fecal indicators organisms in a tidally influenced subtropical environment. Appl. Environ. Microbiol. v. 68, p. 1165-1172, 2002. DOMBECK, P.E., JOHNSON, L.A., ZIMMERLEY, S.T., SADOWSKY, M.J. Use of Repetitive DNA Sequences and the PCR to Differentiate Escherichia coli isolates from Human and Animal Sources. App. Environ. Microbiol. v. 66(6), p. 2572-2577, 2000. ELMUND, G.K.; ALLEN, M.J.; RICE. E.W. Comparison of Escherichia coli, and Fecal coliform populations as indicators of wastewater treatment efficiency. Wat. Environ. Resear., v.71, p.332-339, 1999. ESIOBU, N.; MOHAMMED, R.; ECHEVERRY, A.; GREEN, M.; BONILLA, T.; HARTZ, A.; McCORQUODALE, D.; ROGERSON, A. The application of peptide nucleic acid probes for rapid detection and enumeration of eubacteria, Staphylococcus aureus and Pseudomonas aeruginosa in recreational beaches of S. Florida. J. Microbiol. Methods, v. 57, p. 157-162, 2004. FRANCO, B.D. de M.; LANDGRAF, M. Microbiologia dos alimentos. São Paulo: Editora Atheneu, 1996. FUJIOKA, R.; SIAN-DENTON, C.; BORJA, M., CASTRO, J.; MORPHEW K. Soil: the enviromental source of Escherichia coli and Enterococci in Guam’s streams. J. Appl. Microbiol., v.85, p.83-89, 1999
  • 32. 29 FUJITA, T.; KOMEMUSHI, S.; YAMAGATA, K. Relationship between environmental factors, yeasts and coliforms in the Yodo river. J. Ferment. Technol., v. 65, p.193-197, 1987. GARRITY, G. M.; BOONE, D. R.; CASTENHOLZ, R. W. Bergey´s manual of systematic bacteriology, 2 ed., Hardcover, 2001. 721 pp. GELDREICH, E.E. Microbiol criteria concepts for coastal bathing waters. Ocean Manage, v.3, p.225-248, 1975. GREENBERG, A.E.; CLESCERI, L.S.; EATON, A.D. American Public Health Standart Methods for the examination of water and wastewater. 18ed. Victor graphics Inc., Baltimore, 1992. GUILHERME, E.F.M.; SILVA, J.A.M. Pseudomonas aeruginosa como indicador de contaminação hídrica, Rev. Hig. Alim. v.14, n.76, p.43-47, 2000. HAGLER, A.N.; MENDONÇA-HAGLER, L.; SANTOS, E.; FARAGE, S.; SILVA FILHO, J.B.; SCHRANK, A.; DE OLIVEIRA, R.B.; Microbial pollution indicators in Brazilian tropical and subtropical marine surfaces waters. Sci. total Environ., v.12, n.58, p. 151-160, 1986. HAGLER, A. N. & AHEARN, D. G. Ecology of aquatic yeasts. In: ROSE, A. H; HARISON, J.S. The yeasts: Biology of yeasts, v.1, p.181-205. 2 ed . London: Academic Press, 1987. HAGLER, A. N. & MENDONÇA-HAGLER, L. C. Microbiologia sanitária. In ROITMAN, I.; TRAVASSOS, L. R.; AZEVEDO, J. L. Tratado de microbiologia, Manole. São Paulo, Brasil, 1988. HAGLER, A. N., MENDONÇA-HAGLER, L. C. S., GUIMARÃES, V. F., ARAÚJO, M. A. DE, Staphylococcus aureus and fecal streptococci in fresh and marine surface waters of Rio de Janeiro, Brazil. Rev. Microbiol. São Paulo, 21(2): 141-147, 1990.
  • 33. 30 HAGLER, A. N.; ROSA. C. A.; MORAIS, P. B.; MENDONÇA-HAGLER L. C.; FRANCO G. M. O.; ARAUJO F. V.; SOARES C. A. G. Yeasts and coliforms bactéria of water accumulated in bromelias of mangrove and sand dune ecosystems of southeast Brazil. Can. J. Microbiol., v. 39, p.973-977, 1993. HAGLER, A. N.; MENDONÇA HAGLER, L. C.; ROSA, C. A.; MORAIS, P. B. Yeasts as an example of microbial diversity in Brazilian ecosystems. Oecol. Brasil., v. 1, p. 225-244. 1995. HATHEWAY, C. L.; WHALEY, D. N. A.; DOWELL JR., V. R. Epidemiological aspects of Clostridium perfringens foodborne illness. Food Technol. 34 (4), 77- 79, 1980. KIMATA, N.; NISHINO, T.; SUZUKI, S.; KOGURE, K. Pseudomonas aeruginosa isolated from marine environments in Tokyo bay. Microbial. Ecol., v. 47, p. 41-47. 2004. KÜHN, I.; IVERSEN, A.; BURMAN, L. G.; OLSSON-LILJEQUIST, B.; FRANKLIN, A.; FINN, M.; AARESTRUP, F.; SEYFARTH, A. M.; BLANCH, A. R.; VILANOVA, X.; TAYLOR, H.; CAPLIN, J.; MORENO, M. A.; DOMINGUEZ, L.; HERRERO, I. A.; MöLLBY, R. Comparison of enterococcal populations in animals, humans, and the environment – a European study. Int. J. Food Microbiol., v. 88, p. 133-145. 2003. KUHNERT, P.; BOERLIN, P.; FREY, J.; Target genes for virulences assessment of Escherichia coli isolates from water, food and the environment. FEMS Microbiol. Rev. v.24, p.107-117. 2000. KURTZMAN, C. P. & FELL, J. W. The yeast: a taxonomic study. 4 ed . Amsterdan: Elsevier Science B. V., 1998. 1055p. LABBE, R. Relationship between sporulation and enterotoxin production in Clostridium perfringens type. A. Food Technol. 34 (4), 88-90, 1980.
  • 34. 31 LEBARON, P., HENRY, A., LEPEUPLE, A.S., PENA, G., SERVAIS, P. An operational method for the real-time monitoring of E. coli numbers in bathing waters. Mar. Poll. Bull. v.50, p.652- 659, 2005. LÓPEZ-PILA, J.M., SZEWZYK, R. Estimating the infection risk in recreational waters from the faecal indicator concentration and from the ratio between pathogens and indicators. Wat. Res. v. 34(17), p.4195-4200, 2000. MACÊDO, J.S.B.de. Águas e Águas. São Paulo: Livraria Varela, 2001. McFETERS, G.A.;.BISSONNETTE, G.K.; H]JEZESKI, J.J.; THOMSOM, C.A.; STUART, D.G. Comparative survival of indicator bacteria and enteric pathogens in well water. Appl. Microbiol. v.27, n.5, p.823-829, 1974. MCT- MINISTÉRIO DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA. Panorama dos Recursos Hídricos Centro de Gestão e Estudos Estratégicos, 2001. Disponível em: http://www.ana.gov.br/ MEDEIROS, A. O. Caracterização dos indicadores de qualidade de água e da diversidade de leveduras em ambientes aquáticos da bacia do rio Doce, Minas Gerais, Brasil. Belo Horizonte. Departamento de Microbiologia da UFMG, 2002. 92p. (Dissertação de Mestrado). MEDEIROS, A.O. Influência de impactos antrópicos em fungos isolados em ambientes aquáticos. Belo Horizonte. Departamento de Microbiologia da UFMG, 2005. 141p. (Tese de Doutorado). MEDEMA, G.J.; BAHAR, M.; SCHETS, F.M. Survival of Cryptosporidium parvum, Escherichia coli, faecal enterococci and Clostridium perfringens in river water: Influence of temperature and autochthonous microorganisms. Wat. Sci. Technol. 35 (11-12), 249-252, 1997. MELO, S.K. DE,. Fatores de virulência e resistência a antibióticos em amostras de Escherichia coli isoladas de lagoas do Parque Estadual do Rio Doce, Minas
  • 35. 32 Gerais. Ouro Preto. Departamento de Engenharia Ambiental, UFOP, 2006. 98p. (Tese de Mestrado). MORAES, D.S.L., JORDÃO, B.Q. Water resources deterioration and its impact on human health. Rev. Saúde Pública. v. 36(3), p. 370-374, 2002. MORAIS, P.B.; RESENDE, M.A.; ROSA, C. A.; BARBOSA, F.A.R. Ocurrence and dial distribution of yeast in a Paleo-karstic lake of Sotheastern Brazil. Rev. Microbiol., v.27, p.182-188, 1996. NOBLE, R. T.; MOORE, D. F.; LEECASTER, M. K.; MCGEE, C. D.; WEISBERG, S. B. Comparison of total coliform, fecal coliform, and enterococcus bacterial indicator response for ocean recreational water quality testing. Water Res., v. 37, p. 1637-1643, 2003. NOGUEIRA, G., NAKAMURA, C.V., TOGNIM, M.C.B., FILHO, B.A.A., DIAS, B.P.F. Qualidade microbiológica de água potável de comunidades urbanas e rurais, Paraná. Rev. Saúde Pública. v. 37(2), p.232-236, 2003. ODDS, F. C. Candida and candidoses. Ecology of Candida and epidemiology of candidoses. 2 ed . London: Ballière Tindall, 1988. 468p. O’RYAN, M., PRADO, V., PICkERING, L.K. A Millennium Update on Pediatric Diarrheal Illness in the Developing World. Pediatr. Infect. Dis. J. v.16, p. 125- 136. 2005. PAUL, J.H., ROSE, J.B., JIANG, S., KELLOGG, C., SHINN, E.A. Occurrence of fecal indicator bacteria in surfaces waters and the subsurface aquifer in Key Largo, Florida. Appl. Environm. Microbiol. v. 61(6), p. 2235-2241, 1995.
  • 36. 33 PAYMENT, P.; FRANCO, E. Clostridium perfringens and somatic coliphages as indicators of the efficiency of drinking water treatment for viruses and protozoan cysts. Appl. Environm. Microbiol. v. 59, n.8, p.2418-2424, 1993. PELLETT, S.; BIGLEY, D. V.; GRIMES, D. J. Distributi n of Pseudomonas aeruginosa in a Riverine Ecosystem. Appl. Environ. Microbiol., v. 45, p. 328- 332. 1983. PIMENTEL, H.S. Caracterização Geoquímica das águas na serra de Ouro Preto, Minas Gerais. Departamento de Geologia, Universidade Federal de Ouro Preto, Ouro Preto, MG. Dissertação de Mestrado, 112 p., 2001. PIRNAY, J. P.; MATTHIJS, S.; HURI, C.; CHABLAIN, P.; BILOCQ, F.; ELDERE, J. V.; DE VOS, D.; ZIZI, M. ; TRIEST, L. ; CORNELIS, P. Global Pseudomonas aeruginosa biodiversity as reflected in a Belgian river. Environ. Microbiol., v.1, p. 1-12, 2005. QUINN, J. P. Sesonal occurrence of yeasts and other fungi in freshwater lake. Trans. Br. Mycol. Soc., v.83, p.53-58, 1984. ROSA, C. A.; RESENDE, M. A.; FRANZOT, S. P.; MORAIS, P. B.; BARBOSA, F. A. R. Distribuição de leveduras e coliformes em um lago do Karst do planalto de Lagoa Santa, MG-Brazil. Rev. Microbiol., v.21, p.19-24, 1990. ROSA, C. A.; REZENDE, M. A; BARBOSA, F. A. R; MORAIS, P. B; FRANZOT, S. P. Yeast diversity in a mesotrophic lake on the karstic plateu of Lagoa Santa, MG-Brazil. Hydrobiologia, v.308, p.103-108, 1995. RUIZ, L.; DOMÍNGUEZ, A.; RUIZ, N.; VIÑAS, M. Relationship between clinical and environmental isolates of Pseudomonas aeruginosa in a hospital setting. Arch. Med. Res., v. 35, p. 251-257, 2004.
  • 37. 34 SANTOS, S.G.; SERUFO,J.G.; SILVA, R.A.P.; MARRA, B.A.; REIS, C.M.F.; HAMDAN, J.S.; NICOLI, J.R.; CARVALHO, M.A.R.; FARIAS, L.M. Microbiologic profile of intra-abdominal infections at Belo Horironte, Brazil. Am. J. Infect. Control. v.31(3), p.135-143, 2003. SCHAECHTER, M.; ENGLEBERG, N.C.; EISENSTEIN, B.I.; MEDOFF, G. Microbiologia – mecanismo das doenças infecciosas. Ed. Guanabara Koogan, 3.ed, Rio de Janeiro/RJ, 2002). SCOTT T. M.; ROSE, J. B.; JENKINS, T. M.; FARRAH, S. R.; LUKASIK, J. Microbial Source Tracking: current methodology and future directions. Appl. Environ. Microbiol., v. 68, p. 5796-5803, 2002 SHIBATA, T., SOLO-GABRIELE, H.M., FLEMING, L.E., ELMIR, S. Monitoring marine recreational water quality using multiple microbial indicators in a urban tropical environment. Wat. Res. v. 38, p. 3119-3131, 2004. SILVA, D.F. da; TERRA, J.H.; SILVA, N. da; JUNQUEIRA, V.C.A. Ocorrência de esporos de Clostridium perfringens em amostras de águas brutas e tratadas, na cidade de Campinas, São Paulo, Brasil. Rev. Hig. Alim. São Paulo, v.20, n. 144, p.106-109, 2006. SILVA, E.F.; SALGUEIRO, A.A. - Avaliação da qualidade bacteriológica de água e poços na Região Metropolitana de Recife-PE. Rev. Hig. Alim. São Paulo, v.15, n.90/91, p.73-78, 2001. SIMARD, R. E; BLACKWOOD, A. C. Yeasts from the St. Lawrence river. Can. J. Microbiol., v.17, p. 197-203, 1971a. SIMARD, R. E; BLACKWOOD, A. C. Ecological studies on yeasts in the St. Lawrence river. Can. J. Microbiol., v.17, p.197-203, 1971b.
  • 38. 35 SIQUEIRA, K.B.; OKURA, M.H. Enumeração de coliformes totais e coliformes termotolerantes em água de abastecimento e de minas. Rev. Hig. Alim. São Paulo, v.19, n.135, p.86-91, 2005. SLÁVIKOVÁ E. & VADKERTIOVÁ R. Yeast and yeast-like organisms ocurring in the river morava. F. Technol. Biotechnol., v.35, p.293-297, 1997 a. SLÁVIKOVÁ E. & VADKERTIOVÁ R. Sesonal occurrence of yeasts and yeast- like organismos in the river Danube. Ant. Van Leeuw., v.72, p.77-80, 1997 b. SMITH, R.S.; IGLEWSKI, B.H. P.aeruginosa quorum-sensing systems and virulence. Curr. Opin. Microbiol., v.6, n.1, p.56-60, 2003. SOARES, J.B.; MAIA, A.C.F. – Água: microbiologia e tratamento. Edições UFC, 1999, p.61-62. SOLO-GABRIELE, H.M.; WOLFERT M.A., DESMARAIS, T. R.; PALMER, C. J. sources of Escherichia coli in a coastal subtropical envionment. Appl. Environ. Microbiol., v. 66, p. 230-237. 2000. TOOD, E.C.D. Food borne and water borne disease in Canada. Ann Sum. T. Food Prot., 45:865, 1977. TORTORA, G. J.; FUNKE, B. R.; CASE, C. L. Microbiologia. 8ªed. São Paulo: Artmed, 2006. USEPA - UNITED STATES ENVIRONMENTAL PROTECTION AGENCY. Ambient water quality criteria for bacteria EPA-440/5-84-002. U.S. Environm. Protect. Age. Washington, D.C. 1986. USEPA - STATES ENVIRONMENTAL PROTECTION AGENCY. 2000. DRAFT Implementation Guidance for Ambient Water Quality Criteria for Bacteria – 1986. U. S. Environm. Protect. Age. Washington, DC, EPA-823-D-00-001.
  • 39. 36 VALDEZ-COLAZO, L.; SCHULTZ, A. J.; HAZEN, T. C. Survival of Candida albicans in tropical marine and fresh waters. Appl. Environ. Microbiol., v. 53, p. 1.762-1.767, 1987. VARNELI, B. Enumeração de coliformes totais e Escherichia coli em água de abastecimento e de efluentes da Ilha do Mel/PR utilizando-se placas Petrifilm TM EC e HS. Rev. Hig. Alim. São Paulo, v.16, n.95, p.48-52, abr. 2002. VASCONCELOS, U.; MEDEIROS, L.V.; ANDRADE, M.A.G. de; CALAZANS, G.M.T . Evidência do antagonismo entre Pseudomonas aeruginosa e bactérias indicadoras de contaminação fecal em água, Rev. Hig. Alim. v.20, n.140, p.127- 130, 2006. VERHOEF, J.; VERBRUGH, S. Host determinants in staphylococcal disease. Am. Rev. Med., 32:107-122, 1981. VIEIRA, R.M.R.;Validação é ferramenta para implantação da qualidade total. Controle de contaminação, São Paulo, v.4, n.17, p.36-39, maio/jun. 2000. WIGGINS, B.A. Discriminate analysis of antibiotic resistance patterns in fecal streptococci, a method to differentiate human and animal source of fecal pollution in natural water. Appl. Environm. Microbiol. v. 62, p. 3997-4002, 1996. WHITMAN, R. L.; NEVERS, M. B.; KORINEK, G. C.; BYAPPANAHALLI, M. N. Solar and temporal effects on Escherichia coli concentration at a lake Michgan swimming beach. Appl. Environ. Microbiol., v. 70, p. 4276-4285, 2004. WINFIELD, M. D. & GROISMAN, E. A. Role of nonhost environments in the lifestyles of Salmonella and Escherichia coli. Appl. Environ. Microbiol. v. 69, p. 3687-3694, 2003. WOOLLET, L.; HEDRICK, L. R.; TARVER, M. A stastitical evaluation of the ecology of yeasts in polluted water. Ant. Van Leeuw., v. 36, p. 437-444, 1970.
  • 40. 37 YOSPHE-PURER, Y., GOLDERMAN, S. Occurrence of Staphylococcus aureus and Pseudomonas aeruginosa in Israeli Coastal Water. Appl. Environm. Microbiol. p. 1138-1141, 1987. YOUN-JOO A.N., KAMPBELL, D.H., BREIDENBACH, G.P. Escherichia coli and total coliforms in water and sediments at marinas. Environm. Poll. v.120, p.771- 778, 2002.