3. PORTUGUÊS INSTRUMENTAL
I – Texto
II – Linguagem e Comunicação
III – Técnicas Redacionais
IV – Noções Gramaticais
4. A ARTE DE ESCREVER
Há, portanto, uma arte de escrever - que é a redação.
Não é uma prerrogativa dos literatos, senão uma atividade
social indispensável, para a qual falta, não obstante, muitas
vezes, uma preparação preliminar.
A arte de falar, necessita à exposição oral, é mais
fácil na medida em que se beneficia da prática da fala
cotidiana, de cujos elementos parte em princípio.
O que há de comum, antes de tudo, entre a exposição
oral e a escrita é a necessidade da boa composição, isto é,
uma distribuição metódica e compreensível de idéias.
Impõe-se igualmente a visualização de um objetivo
definido. Ninguém é capaz de escrever bem, se não sabe
bem o que vai escrever.
5. Justamente por causa disso, as condições para a
redação no exercício da vida profissional ou no
intercâmbio amplo dentro da sociedade são muito diversas
das da redação escolar. A convicção do que vamos dizer, a
importância que há em dizê-lo, o domínio de um assunto
da nossa especialidade tiram à redação o caráter negativo
de mero exercício formal, como tem na escola.
Qualquer um de nós senhor de um assunto é, em
princípio, capaz de escrever sobre ele. Não há um jeito
especial para a redação, ao contrário do que muita gente
pensa. Há apenas uma falta de preparação inicial, que o
esforço e a prática vencem.
6. Por outro lado, a arte de escrever, na medida em que
consubstancia a nossa capacidade de expressão do pensar
e do sentir, tem de firmar raízes na nossa própria
personalidade e decorre, em grande parte, de um trabalho
nosso para desenvolver a personalidade por este ângulo.
(...)
A arte de escrever precisa assentar numa atividade
preliminar já radicada, que parte do ensino escolar e de um
hábito de leitura inteligentemente conduzido; depende
muito, portanto, de nós mesmos, de uma disciplina mental
adquirida pela autocrítica e pela observação cuidadosa do
que outros com bom resultado escreveram.
CAMARA JR., Joaquim Mattoso. Manual de expressão oral & escrita. Ed.
Petrópolis: vozes, 1983.
8. Tipos de Linguagem
Verbal – usa como código a língua oral
ou escrita.
Não-verbal – usa outros códigos
diferentes da palavra (cor, forma, mo
9. Elementos Básicos da Comunicação
Referente
Emissor mensagem Receptor
Canal
Código
10. Níveis da Linguagem:
Informal ou Coloquial: usado entre amigos, conhecidos,
familiares (...)
Formal ou Culto: usado em situações de maior cerimônia.
(uso gramatical)
Exemplos:
Aquela ali é uma perua.
Aquela senhora ali está muito enfeitada.
Aconteceu um rebu na escola e o pau quebrou.
Houve uma confusão no colégio e muitos brigaram.
12. Evite à repetição
Com o objetivo de evitar a repetição vocabular, usam-se as seguintes
técnicas: substituição, omissão, e ampliação.
Substituição
1. Pronominalização:
a) Pronomes pessoais
Os documentos solicitados por V. Sª. já os enviamos.
b) Pronomes demonstrativos
As apólices são importantes. Quem disse isso foi o presidente do
Banco central.
13. c) Pronomes indefinidos
No Rio, há muitos despachantes, mas, felizmente,
todos têm uma especialidade.
e) Pronomes adverbiais
Devagar se vai ao longe, mas quando se chega lá não
se encontra mais ninguém.
f) Pronomes numerais
Chegaram rasgados o homem e a mulher, mas logo
verificaram que os dois estavam muito feridos.
14. 2. Uso de sinônimos ou hiperônimos:
Os alunos das escolas particulares estão em greve, pois esse foi o
caminho que os estudantes encontraram para protestar contra as altas
mensalidades.
Logo depois de o cabo e o sargento terem sido vítimas de um acidente,
os militares foram levados ao hospital.
3. Termos resumitivos:
O governo, o secretário de segurança e os policiais,
ninguém tomou qualquer providência.
4. Nominalização:
Verificam-se os resultados.
A verificação dos resultados
15. Omissão
O soldado pretendia casar-se no final de semana. (?)
Decidiu deixar o quartel e procurar a noiva.
Os irmãos foram encontrados. A jovem estava muito
nervosa; o irmão, tranqüilo.
Ampliação
Comprei esta casa no ano passado. Agora, esta bela
residência já custa dez vezes mais.
16. Evite a ambiguidade
A ambiguidade deve ser evitada em documentos oficiais
ou comerciais. As causas estruturais mais comuns são:
Mau uso da coordenação:
Pedro e Paulo vão desquitar-se
Má colocação de palavras:
O aluno enjoado saiu da sala
Mau uso de pronomes relativos:
Conheci o prefeito e o local de que gosto.
17. Não distinção de pronome relativo e conjunção integrante:
O jogador falou com a secretária que mora perto daqui.
Mau uso de possessivos:
João encontrou Maria e lhe disse que sua prima estava
doente
Mau uso de formas nominais:
O advogado encontrou o réu entrando no tribunal.
19. USO DAS CONJUNÇÕES
Ligam orações independentes (coordenadas) ou dependentes
(subordinadas) e apresentam vários valores semânticos:
Coordenadas: soma, adversidade, alternância, conclusão,
explicação.
Os documentos foram enviados, mas o diretor não os
recebeu.
Subordinadas: Causa, comparação, concessão, condição,
conformidade, consequência, finalidade, proporção, tempo.
O professor falou tanto que ficou rouco.
20. Uso da vírgula
No interior de uma oração
1. Para destacar elementos intercalados, como:
a) uma conjunção
Trabalhamos bastante, logo, devermos ser remunerados.
c) um posto
Marcos, o capitão do time, foi o primeiro a entrar.
d) uma expressão explicativa.
Ninguém se responsabilizou pelo atentado; isso, aliás, já
se tornou comum naquele país.
21. 2. Para destacar um adjunto adverbial que venha no início da frase.
No final das aulas, os alunos saíram apressadamente do colégio.
3. Para isolar o vocativo.
Professor, posso sair mais cedo?
4. Para separar, nas datas, o nome do lugar.
Jundiaí, 10 de janeiro de 1990.
5. Para indicar a supressão de uma palavra que está subtendida.
Todos os convidados chegam ao salão á hora marcada; com eles,
o nosso diretor-presidente.
22. No interior de um período
1. Para separar orações coordenadas assindéticas.
Vim, Vi ,Venci.
2. Para separar orações coordenadas sindética
Estudou bastante, mas não conseguiu aprovação.
3. Para isolar as orações intercaladas.
É preciso muita ordem, dizia ele, para chegarmos a
alguma conclusão.
23. 3. Para isolar as orações intercaladas.
É preciso muita ordem, dizia ele, para chegarmos a alguma conclusão.
4. Para separar as orações subordinadas adverbiais, sobretudo quando
vêm antes da principal.
Quando saímos, chuva já tinha começado.
5. Para separar as orações adverbiais reduzidas quando vêm antes da
principal.
Dado o sinal, todos partiram alegres.
6. Para isolar as orações subordinadas adjetivas explicativas.
O velho capitão, que ainda tinha o passo firme, recebeu-nos a bordo.
24. Uso do acento da crase
1. Regra geral para identificação da crase:
Só craseamos mediante palavra feminina.
Exemplos:
Eu conheço a diretora. Eu conheço o diretor.
Eu me referi à diretora. Eu me referi ao diretor.
Fui à cidade. Fui ao bairro.
25. 2. Nunca ocorre a crase:
a) Diante de palavra masculina: Não assisto a filme de terror.
b) Diante de verbos: Estou disposto a estudar.
c) Em expressões de palavras repetidas:
Ficamos frente a frente.
d) Diante de pronomes que repelem o artigo:
Dirijo-me a V. Sª. / Fiz alusão a ela.
26. 3. Sempre ocorre a crase:
a) Antes de hora:
Chegou à uma hora em ponto. / Saí às quatro horas.
b) Diante da palavra: à moda de (mesmo subentendida):
Fez um gol à Ronaldinho.
c) Nas expressões adverbiais femininas:
Chegaram à noite. / Agia às escondidas.
d) Nas locuções conjuntivas:
à medida que; à proporção que
27. Uso do pronome relativo
Que – usa-se para substituir nomes diferentes de pessoa.
Não li o livro que você me indicou.
Quem – usada para pessoa.
Não conheço a menina de quem você me falou.
O qual (flexões) – emprega-se para pessoa ou coisa.
Esta é a passagem a qual você comprou.
Onde – Usada para lugar
Esta é a casa onde moro.
Cujo (flexões) – substitui termos indicadores de posse.
Feliz o pai cujos filhos são ajuizados.
28. Conexão
Obs.: Vem precedido de preposição se a regência determinar.
a) Este é o rapaz. Você se referiu ao rapaz.
Este é o rapaz a quem você se referiu.
b) Estas são as opiniões. Penso nas opiniões.
Estas são as opiniões em que penso.
c) Esta é a pessoa. Eu me hospedei na casa da pessoa.
Esta é a pessoa em cuja casa me hospedei.
d) Não conheço o lugar. Você está no lugar.
Não conheço o lugar onde você está.