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Variedades da
língua portuguesa
9º ANO
Aula 38 – 2º Bimestre
Língua
Portuguesa
Etapa Ensino Fundamental
Anos Finais
● Variedades
linguísticas;
● Norma-padrão;
● Leitura e análise de
texto.
● Compreender o que são
as variedades linguísticas;
● Reconhecer o que é a
norma-padrão e seus
usos;
● Ler um texto e analisar o
objetivo do autor.
Conteúdo Objetivos
Para começar
Vosmecê, você, cê
Já pensou no quanto a língua
que falamos muda? O cê que
usamos hoje (Cê vai na festa
amanhã?) vem de você, que já
foi vosmecê, que era a forma
contraída de vossemecê, que,
por sua vez, era a forma
contraída de Vossa Mercê.
Para começar
1. O que é falar corretamente para
você?
2. Na sua opinião, é possível falar
de forma diferente em diferentes
situações?
3. Já reparou como pessoas de cada
região do país falam diferente da
forma como você fala português?
Técnica Lemov
Todos escrevem
Foco no conteúdo
Ingridienti
5 denti di ái.
3 cuié di ói.
1 cabêsss di repôi.
1 cuié di mastumati
Sá agosto.
Receita mineira: Môi de repôi nu ái i ói
Modi fazê
Casca o ái, pica o ái i soca o ái cum sá.
Quenta o ói na caçarola i foga o ái socado
no ói quentim. Pica o repôi beeemmm
finim. Foga o repôi no ói quentim junto
cum o ái fogado. Põim a mastumati i méxi
cum a cuié pra fazê o môi. Sirva cum rôis i
meléti. Isso é bom dimais da conta sô.
Na prática
Você deve ter achado a receita
engraçada, e é mesmo, já que há
exageros na reprodução da forma
de falar do mineiro. Ela, portanto,
foi feita como texto de humor.
Entretanto, com certeza, você já
identificou tanto os ingredientes
dessa receita como as orientações
do modo de fazer. Então, agora,
reescreva-a, de acordo com a
norma-padrão.
Na prática Correção
Ingredientes
5 dentes de alho.
3 colheres de óleo.
1 cabeça de repolho.
1 colher de massa
de tomate.
Sal a gosto.
Modo de fazer
Descasque o alho, pique o alho e soque o
alho com sal. Esquente o óleo na
caçarola e refogue o alho socado no óleo
quente. Pique o repolho bem fininho.
Refogue o repolho no óleo quente junto
com o alho refogado. Ponha a massa de
tomate e mexa com a colher para fazer o
molho. Sirva com arroz e omelete. Isso é
muito bom.
Foco no conteúdo
O texto que acabamos de ler ilustra uma
variação não padrão da língua portuguesa
que falamos no Brasil. Há muitas variedades
como essa pelo país. Essas variedades são
chamadas pelo linguista Marcos Bagno
(2007) de português não padrão (ou PNP).
Ou seja, existe uma variação chamada de
português padrão e muitas outras que são
não padrão. Vamos conhecer a seguir a
variedade padrão.
Uma língua e suas variedades
Variedades
linguísticas
São variações que
uma língua apresenta
em razão das condições
sociais, culturais e
regionais nas quais é
utilizada. (Cereja &
Magalhães, 2008)
Foco no conteúdo
Vosmecê não se chateie em
ir às compras por ocasião
dos anos de nosso
pequeno. Antecipei-lhe o
presente. Comprei um
suntuoso relógio e dei-lho.
Norma-padrão da língua
A norma-padrão é uma
variedade, entre tantas da
língua portuguesa, que foi
escolhida como “língua
modelo”. Ela segue
prescrições da gramática.
É a variante aceitável em certas situações em que
outras não são aceitas e adotada pelos grupos de
maior prestígio social. Contudo, também pode variar
dependendo do momento histórico e da sociedade.
Foco no conteúdo
A língua que falamos no dia a dia acontece
a partir da nossa necessidade de nos
relacionarmos uns com os outros. Uma
conversa, um pedido de informação, uma
orientação, a defesa de um argumento –
esses são apenas alguns exemplos de
situações que exigem de nós respostas no
exato momento da interação. Isso quer
dizer que a fala não passa por esboço,
reescrita e revisão, como podemos fazer
com o texto.
Nossa língua, nosso
repertório
A linguagem informal
revela o domínio sobre
a língua que adquirimos
ao longo da nossa vida,
no convívio social. Ela é
o produto de tudo que
é falado ao nosso redor,
na nossa cultura.
A língua que falamos
Na prática Correção
Analise as situações a seguir e indique quais delas pedem
linguagem informal (LI) e quais pedem a norma-padrão (NP).
No dia a dia, vivemos situações que aceitam a linguagem informal e
outras que pedem a norma-padrão.
1. Entrevista de emprego.
2. Conversa com amigos do bairro.
3. Um bilhete para alguém da família.
4. Um e-mail para o diretor da escola.
5. O discurso de um presidente.
6. Uma mensagem de Whatsapp no grupo da família.
1. Entrevista de emprego. NP
2. Conversa com amigos do bairro. LI
3. Um bilhete para alguém da família. LI
4. Um e-mail para o diretor da escola. NP
5. O discurso de um presidente. NP
6. Uma mensagem de WhatsApp no grupo da família. LI
Foco no conteúdo
Você vai ler agora um texto que caiu na prova do ENEM (2012).
Observe o uso que os personagens da história fazem das palavras.
Aprendi a brincar de palavras...
Cabeludinho
Quando a Vó me recebeu nas férias, ela me apresentou aos amigos:
Este é meu neto. Ele foi estudar no Rio e voltou de ateu. Ela disse
que eu voltei de ateu. Aquela preposição deslocada me fantasiava
de ateu. Como quem dissesse no Carnaval: aquele menino está
fantasiado de palhaço. Minha avó entendia de regências verbais. Ela
falava de sério. Mas todo-mundo riu. Porque aquela preposição
deslocada podia fazer de uma informação um chiste. E fez.
Foco no conteúdo
E mais: eu acho que buscar a beleza nas palavras é uma solenidade
de amor. E pode ser instrumento de rir. De outra feita, no meio da
pelada um menino gritou: Disilimina esse, Cabeludinho. Eu não
disiliminei ninguém. Mas aquele verbo novo trouxe um perfume de
poesia à nossa quadra. Aprendi nessas férias a brincar de palavras
mais do que trabalhar com elas. Comecei a não gostar de palavra
engavetada. Aquela que não pode mudar de lugar. Aprendi a gostar
mais das palavras pelo que elas entoam do que pelo que elas
informam. Por depois ouvi um vaqueiro a cantar com saudade: Ai
morena, não me escreve/que eu não sei a ler. Aquele a preposto ao
verbo ler, ao meu ouvir, ampliava a solidão do vaqueiro.
BARROS, M. Memórias inventadas: a infância. SP: Planeta, 2003.
Na prática
Manuel de Barros é um escritor brasileiro que nos
presenteia com textos incríveis e poéticos com o
tema da memória. Nessa história, ele puxa da
memória uma experiência com a língua que
começou com uma situação vivida com a avó.
E você, consegue se lembrar de algum
episódio da sua vida, ou seja, de alguma
memória, que tenha relação com a criação
de palavras ou com o uso diferente de
palavras que já existem?
Correção
Respostas pessoais
Foco no conteúdo
Agora, veja o enunciado.
No texto, o autor desenvolve uma reflexão sobre diferentes
possibilidades de uso da língua e sobre os sentidos que esses
usos podem produzir, a exemplo das expressões “voltou de
ateu”, “disilimina esse” e “eu não sei a ler”. Com essa reflexão,
o autor destaca:
Como vemos no enunciado, o exercício indica que o autor faz uma
reflexão sobre a língua e suas possibilidades de uso e dá exemplos.
Na sequência o exercício oferece cinco alternativas, para que você
identifique qual é a correta entre elas.
Na prática
Antes, porém...
Vamos fazer de conta que você está
fazendo a prova do ENEM, o Exame
Nacional do Ensino Médio, e precisa
responder a essa pergunta. Qual
alternativa você acredita que é a
correta?
Anote sua resposta. Na sequência
vamos analisar cada uma das
alternativas.
(“Pra mim, parece
bom!” – tradução livre)
Foco no conteúdo
a. os desvios linguísticos cometidos pelos personagens do texto.
b. a importância de certos fenômenos gramaticais para o conhecimento da
língua portuguesa.
c. a distinção clara entre a norma culta e as outras variedades linguísticas.
d. o relato fiel de episódios vividos por Cabeludinho durante as suas férias.
e. a valorização da dimensão lúdica e poética presente nos usos coloquiais
da linguagem.
No texto, o autor desenvolve uma reflexão sobre diferentes possibilidades
de uso da língua e sobre os sentidos que esses usos podem produzir, a
exemplo das expressões “voltou de ateu”, “disilimina esse” e “eu não sei a
ler”. Com essa reflexão, o autor destaca:
Foco no conteúdo
A alternativa a fala de
“desvios linguísticos”, ou seja,
erros, como se o autor
estivesse julgando como certo
ou errado a fala dos outros.
Mas isso não acontece no texto.
A alternativa b fala da
“importância de fenômenos
gramaticais”. Mas o narrador
não analisa esses fenômenos, e
sim as possibilidades de uso da
língua.
A alternativa c fala sobre
“distinção”, ou seja,
diferenciação entre norma culta e
variedades linguísticas, quer
dizer, formas diferentes de falar
a mesma língua. Mas isso não é
mencionado no texto.
A alternativa d fala de “relato
fiel de episódios vividos”, mas os
destaques do narrador não são
sobre os episódios, e sim sobre
as palavras.
Foco no conteúdo
A alternativa E é a correta! Na
alternativa é destacada a “valorização da
dimensão lúdica” e, no texto, o narrador
fala de “brincar de palavras”, afirmando
que elas são “instrumentos de rir”, e isso
é lúdico, ou seja, algo divertido. Ele
também fala que o verbo disilimina,
usado por um menino, “trouxe um
perfume de poesia à nossa quadra”, e a
alternativa fala de “poética presente nos
usos coloquiais da linguagem”. Acertou?
Foco no conteúdo
O texto que acabamos de analisar é um
exemplo de como a língua falada pode ser
dinâmica e de como podemos usá-la de
maneiras diferentes. Além disso, podemos
notar o respeito e o amor que o narrador
tem pela língua. Isso é muito importante,
porque falar diferente não significa
necessariamente falar errado (ponto de
vista defendido por muitos linguistas). Mas
existe preconceito, por parte de muitas
pessoas, contra quem usa outra variedade
da língua que não a padrão.
Preconceito
linguístico...
Vamos tratar deste
assunto em breve,
na aula 43.
Aplicando
Norma-padrão é linguagem
formal ou informal? E as demais
variedades linguísticas são
formais ou informais?
Linguagem formal e
informal
Assista ao vídeo a partir do
QR Code e entenda a
diferença entre linguagem
formal e informal. Depois,
a partir do que você
aprendeu nesta aula,
responda:
O que aprendemos hoje?
● Entendemos o que é a norma-padrão e
quando devemos usá-la;
● Compreendemos o que são as variedades
linguísticas;
● Lemos um texto e analisamos o objetivo do
autor por meio de um exercício.
Referências
BAGNO, Marcos. Preconceito linguístico: o que é, como se faz.
49ª edição. São Paulo: Loyola, 2007.
CEREJA, W. R.; MAGALHÃES. T. C. Gramática: texto, reflexão e
uso. 3ª edição. São Paulo: Atual, 2008.
Referências
Lista de imagens e vídeos
Slide 3 – https://cutt.ly/wwqkBxnT
Slide 4 – https://cutt.ly/ZwqJpKfa
Slide 6 – https://cutt.ly/xwqROiLn
Slide 9 – https://cutt.ly/2wqE1N0w
Slide 14 - https://cutt.ly/swqRK9Nx
Slide 17 - https://cutt.ly/PwqRJ27b
Slide 19 – https://cutt.ly/lwqEFLUZ
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  • 1. Variedades da língua portuguesa 9º ANO Aula 38 – 2º Bimestre Língua Portuguesa Etapa Ensino Fundamental Anos Finais
  • 2. ● Variedades linguísticas; ● Norma-padrão; ● Leitura e análise de texto. ● Compreender o que são as variedades linguísticas; ● Reconhecer o que é a norma-padrão e seus usos; ● Ler um texto e analisar o objetivo do autor. Conteúdo Objetivos
  • 3. Para começar Vosmecê, você, cê Já pensou no quanto a língua que falamos muda? O cê que usamos hoje (Cê vai na festa amanhã?) vem de você, que já foi vosmecê, que era a forma contraída de vossemecê, que, por sua vez, era a forma contraída de Vossa Mercê.
  • 4. Para começar 1. O que é falar corretamente para você? 2. Na sua opinião, é possível falar de forma diferente em diferentes situações? 3. Já reparou como pessoas de cada região do país falam diferente da forma como você fala português? Técnica Lemov Todos escrevem
  • 5. Foco no conteúdo Ingridienti 5 denti di ái. 3 cuié di ói. 1 cabêsss di repôi. 1 cuié di mastumati Sá agosto. Receita mineira: Môi de repôi nu ái i ói Modi fazê Casca o ái, pica o ái i soca o ái cum sá. Quenta o ói na caçarola i foga o ái socado no ói quentim. Pica o repôi beeemmm finim. Foga o repôi no ói quentim junto cum o ái fogado. Põim a mastumati i méxi cum a cuié pra fazê o môi. Sirva cum rôis i meléti. Isso é bom dimais da conta sô.
  • 6. Na prática Você deve ter achado a receita engraçada, e é mesmo, já que há exageros na reprodução da forma de falar do mineiro. Ela, portanto, foi feita como texto de humor. Entretanto, com certeza, você já identificou tanto os ingredientes dessa receita como as orientações do modo de fazer. Então, agora, reescreva-a, de acordo com a norma-padrão.
  • 7. Na prática Correção Ingredientes 5 dentes de alho. 3 colheres de óleo. 1 cabeça de repolho. 1 colher de massa de tomate. Sal a gosto. Modo de fazer Descasque o alho, pique o alho e soque o alho com sal. Esquente o óleo na caçarola e refogue o alho socado no óleo quente. Pique o repolho bem fininho. Refogue o repolho no óleo quente junto com o alho refogado. Ponha a massa de tomate e mexa com a colher para fazer o molho. Sirva com arroz e omelete. Isso é muito bom.
  • 8. Foco no conteúdo O texto que acabamos de ler ilustra uma variação não padrão da língua portuguesa que falamos no Brasil. Há muitas variedades como essa pelo país. Essas variedades são chamadas pelo linguista Marcos Bagno (2007) de português não padrão (ou PNP). Ou seja, existe uma variação chamada de português padrão e muitas outras que são não padrão. Vamos conhecer a seguir a variedade padrão. Uma língua e suas variedades Variedades linguísticas São variações que uma língua apresenta em razão das condições sociais, culturais e regionais nas quais é utilizada. (Cereja & Magalhães, 2008)
  • 9. Foco no conteúdo Vosmecê não se chateie em ir às compras por ocasião dos anos de nosso pequeno. Antecipei-lhe o presente. Comprei um suntuoso relógio e dei-lho. Norma-padrão da língua A norma-padrão é uma variedade, entre tantas da língua portuguesa, que foi escolhida como “língua modelo”. Ela segue prescrições da gramática. É a variante aceitável em certas situações em que outras não são aceitas e adotada pelos grupos de maior prestígio social. Contudo, também pode variar dependendo do momento histórico e da sociedade.
  • 10. Foco no conteúdo A língua que falamos no dia a dia acontece a partir da nossa necessidade de nos relacionarmos uns com os outros. Uma conversa, um pedido de informação, uma orientação, a defesa de um argumento – esses são apenas alguns exemplos de situações que exigem de nós respostas no exato momento da interação. Isso quer dizer que a fala não passa por esboço, reescrita e revisão, como podemos fazer com o texto. Nossa língua, nosso repertório A linguagem informal revela o domínio sobre a língua que adquirimos ao longo da nossa vida, no convívio social. Ela é o produto de tudo que é falado ao nosso redor, na nossa cultura. A língua que falamos
  • 11. Na prática Correção Analise as situações a seguir e indique quais delas pedem linguagem informal (LI) e quais pedem a norma-padrão (NP). No dia a dia, vivemos situações que aceitam a linguagem informal e outras que pedem a norma-padrão. 1. Entrevista de emprego. 2. Conversa com amigos do bairro. 3. Um bilhete para alguém da família. 4. Um e-mail para o diretor da escola. 5. O discurso de um presidente. 6. Uma mensagem de Whatsapp no grupo da família. 1. Entrevista de emprego. NP 2. Conversa com amigos do bairro. LI 3. Um bilhete para alguém da família. LI 4. Um e-mail para o diretor da escola. NP 5. O discurso de um presidente. NP 6. Uma mensagem de WhatsApp no grupo da família. LI
  • 12. Foco no conteúdo Você vai ler agora um texto que caiu na prova do ENEM (2012). Observe o uso que os personagens da história fazem das palavras. Aprendi a brincar de palavras... Cabeludinho Quando a Vó me recebeu nas férias, ela me apresentou aos amigos: Este é meu neto. Ele foi estudar no Rio e voltou de ateu. Ela disse que eu voltei de ateu. Aquela preposição deslocada me fantasiava de ateu. Como quem dissesse no Carnaval: aquele menino está fantasiado de palhaço. Minha avó entendia de regências verbais. Ela falava de sério. Mas todo-mundo riu. Porque aquela preposição deslocada podia fazer de uma informação um chiste. E fez.
  • 13. Foco no conteúdo E mais: eu acho que buscar a beleza nas palavras é uma solenidade de amor. E pode ser instrumento de rir. De outra feita, no meio da pelada um menino gritou: Disilimina esse, Cabeludinho. Eu não disiliminei ninguém. Mas aquele verbo novo trouxe um perfume de poesia à nossa quadra. Aprendi nessas férias a brincar de palavras mais do que trabalhar com elas. Comecei a não gostar de palavra engavetada. Aquela que não pode mudar de lugar. Aprendi a gostar mais das palavras pelo que elas entoam do que pelo que elas informam. Por depois ouvi um vaqueiro a cantar com saudade: Ai morena, não me escreve/que eu não sei a ler. Aquele a preposto ao verbo ler, ao meu ouvir, ampliava a solidão do vaqueiro. BARROS, M. Memórias inventadas: a infância. SP: Planeta, 2003.
  • 14. Na prática Manuel de Barros é um escritor brasileiro que nos presenteia com textos incríveis e poéticos com o tema da memória. Nessa história, ele puxa da memória uma experiência com a língua que começou com uma situação vivida com a avó. E você, consegue se lembrar de algum episódio da sua vida, ou seja, de alguma memória, que tenha relação com a criação de palavras ou com o uso diferente de palavras que já existem? Correção Respostas pessoais
  • 15. Foco no conteúdo Agora, veja o enunciado. No texto, o autor desenvolve uma reflexão sobre diferentes possibilidades de uso da língua e sobre os sentidos que esses usos podem produzir, a exemplo das expressões “voltou de ateu”, “disilimina esse” e “eu não sei a ler”. Com essa reflexão, o autor destaca: Como vemos no enunciado, o exercício indica que o autor faz uma reflexão sobre a língua e suas possibilidades de uso e dá exemplos. Na sequência o exercício oferece cinco alternativas, para que você identifique qual é a correta entre elas.
  • 16. Na prática Antes, porém... Vamos fazer de conta que você está fazendo a prova do ENEM, o Exame Nacional do Ensino Médio, e precisa responder a essa pergunta. Qual alternativa você acredita que é a correta? Anote sua resposta. Na sequência vamos analisar cada uma das alternativas. (“Pra mim, parece bom!” – tradução livre)
  • 17. Foco no conteúdo a. os desvios linguísticos cometidos pelos personagens do texto. b. a importância de certos fenômenos gramaticais para o conhecimento da língua portuguesa. c. a distinção clara entre a norma culta e as outras variedades linguísticas. d. o relato fiel de episódios vividos por Cabeludinho durante as suas férias. e. a valorização da dimensão lúdica e poética presente nos usos coloquiais da linguagem. No texto, o autor desenvolve uma reflexão sobre diferentes possibilidades de uso da língua e sobre os sentidos que esses usos podem produzir, a exemplo das expressões “voltou de ateu”, “disilimina esse” e “eu não sei a ler”. Com essa reflexão, o autor destaca:
  • 18. Foco no conteúdo A alternativa a fala de “desvios linguísticos”, ou seja, erros, como se o autor estivesse julgando como certo ou errado a fala dos outros. Mas isso não acontece no texto. A alternativa b fala da “importância de fenômenos gramaticais”. Mas o narrador não analisa esses fenômenos, e sim as possibilidades de uso da língua. A alternativa c fala sobre “distinção”, ou seja, diferenciação entre norma culta e variedades linguísticas, quer dizer, formas diferentes de falar a mesma língua. Mas isso não é mencionado no texto. A alternativa d fala de “relato fiel de episódios vividos”, mas os destaques do narrador não são sobre os episódios, e sim sobre as palavras.
  • 19. Foco no conteúdo A alternativa E é a correta! Na alternativa é destacada a “valorização da dimensão lúdica” e, no texto, o narrador fala de “brincar de palavras”, afirmando que elas são “instrumentos de rir”, e isso é lúdico, ou seja, algo divertido. Ele também fala que o verbo disilimina, usado por um menino, “trouxe um perfume de poesia à nossa quadra”, e a alternativa fala de “poética presente nos usos coloquiais da linguagem”. Acertou?
  • 20. Foco no conteúdo O texto que acabamos de analisar é um exemplo de como a língua falada pode ser dinâmica e de como podemos usá-la de maneiras diferentes. Além disso, podemos notar o respeito e o amor que o narrador tem pela língua. Isso é muito importante, porque falar diferente não significa necessariamente falar errado (ponto de vista defendido por muitos linguistas). Mas existe preconceito, por parte de muitas pessoas, contra quem usa outra variedade da língua que não a padrão. Preconceito linguístico... Vamos tratar deste assunto em breve, na aula 43.
  • 21. Aplicando Norma-padrão é linguagem formal ou informal? E as demais variedades linguísticas são formais ou informais? Linguagem formal e informal Assista ao vídeo a partir do QR Code e entenda a diferença entre linguagem formal e informal. Depois, a partir do que você aprendeu nesta aula, responda:
  • 22. O que aprendemos hoje? ● Entendemos o que é a norma-padrão e quando devemos usá-la; ● Compreendemos o que são as variedades linguísticas; ● Lemos um texto e analisamos o objetivo do autor por meio de um exercício.
  • 23. Referências BAGNO, Marcos. Preconceito linguístico: o que é, como se faz. 49ª edição. São Paulo: Loyola, 2007. CEREJA, W. R.; MAGALHÃES. T. C. Gramática: texto, reflexão e uso. 3ª edição. São Paulo: Atual, 2008.
  • 24. Referências Lista de imagens e vídeos Slide 3 – https://cutt.ly/wwqkBxnT Slide 4 – https://cutt.ly/ZwqJpKfa Slide 6 – https://cutt.ly/xwqROiLn Slide 9 – https://cutt.ly/2wqE1N0w Slide 14 - https://cutt.ly/swqRK9Nx Slide 17 - https://cutt.ly/PwqRJ27b Slide 19 – https://cutt.ly/lwqEFLUZ