SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 103
Baixar para ler offline
Matemática 2
Cálculo Diferencial em IRn
Capı́tulo I
Licenciatura em
Engenharia de Sistemas / ISEP
(2019/2020)
1 / 103 Departamento Matemática (ISEP) Matemática 2 (Capı́tulo I)
Conteúdo
1 Funções de Duas Variáveis
Definição
Domı́nio e Contradomı́nio
Interpretação Geométrica
Curvas de Nı́vel
2 Funções de n Variáveis
3 Derivadas Parciais
4 Diferencial Total
5 Derivadas de Funções Compostas
6 Derivadas de Funções Definidas Implicitamente
7 Máximos e Mı́nimos de Funções de Duas Variáveis
2 / 103 Departamento Matemática (ISEP) Matemática 2 (Capı́tulo I)
Funções de Duas Variáveis
Exemplos de Funções de Duas Variáveis
1 A temperatura T num determinado ponto da superfı́cie terrestre,
num dado momento, depende da
longitude x e da
latitude y do ponto.
Assim T é uma função de duas variáveis, x e y. Indicamos esta
dependência funcional escrevendo:
T = f(x, y)
2 O volume V de um cilindro depende do
raio do cı́rculo base r e da
altura h do cilindro.
Esta relação é escrita pela equação V = πr2h. Dizemos que V é
uma função de r e h e escrevemos:
V(r, h) = πr2
h
3 / 103 Departamento Matemática (ISEP) Matemática 2 (Capı́tulo I)
Funções de Duas Variáveis Definição
Definição
A função f de duas variáveis é uma regra que atribui a cada par
ordenado de números reais (x, y), pertencentes a um conjunto D, um
único valor real, representado por f(x, y).
O conjunto D é o domı́nio de f.
O conjunto de valores que a função f pode tomar, ou seja,
D0 = {f(x, y)|(x, y) ∈ D} é o contradomı́nio de f.
Escrevemos, z = f(x, y) para representar explicitamente o valor da
função num ponto genérico (x, y).
As variáveis x e y são as variáveis independentes;
A variável z é a variável dependente.
4 / 103 Departamento Matemática (ISEP) Matemática 2 (Capı́tulo I)
Funções de Duas Variáveis Domı́nio e Contradomı́nio
Uma função de duas variáveis é uma função para a qual o
domı́nio é um subconjunto de IR2
e o contradomı́nio é um
subconjunto de IR.
5 / 103 Departamento Matemática (ISEP) Matemática 2 (Capı́tulo I)
Funções de Duas Variáveis
Exemplo 1: Considerem-se as funções seguintes
f(x, y) =
p
x + y + 1
x − 1
, g(x, y) = x ln(y2 − x),
h(x, y) =
p
9 − x2 − y2
Calcule f(3, 2), g(8, 4), h(0, 0) e os domı́nios de f, de g e de h.
Represente graficamente os domı́nios.
Resolução:
f(3, 2) =
√
3 + 2 + 1
3 − 1
=
√
6
2
.
g(8, 4) = 8 ln(42
− 8) = 8 ln 8.
h(0, 0) =
√
9 = 3.
6 / 103 Departamento Matemática (ISEP) Matemática 2 (Capı́tulo I)
Funções de Duas Variáveis
Exemplo 1 (Cont.):
Domı́nio de f(x, y) =
p
x + y + 1
x − 1
.
Df =
n
(x, y) ∈ IR2
: x + y + 1 ≥ 0 ∧ x 6= 1
o
Como pretendemos representar graficamente o domı́nio,
devemos escrever a expressão x + y + 1 ≥ 0 de modo adequado.
SEMPRE QUE NA INEQUAÇÃO NENHUMA DAS VARIÁVEIS
ESTÁ AO QUADRADO, RESOLVE-SE A INEQUAÇÃO EM
ORDEM A y.
Df =
n
(x, y) ∈ IR2
: y ≥ −x − 1 ∧ x 6= 1
o
7 / 103 Departamento Matemática (ISEP) Matemática 2 (Capı́tulo I)
Funções de Duas Variáveis
Exemplo 1 (Cont.):
Df = {(x, y) ∈ IR2
: y ≥ −x − 1 ∧ x 6= 1}
Para representar este domı́nio, faça-se:
Represente-se a reta y = −x − 1,
Considera-se a região acima da reta, incluindo a reta (porque o
sinal é ≥), (Nota: se fosse y ≤ −x − 1, considerava-se a região abaixo da reta),
Retiram-se os pontos correspondentes à reta x = 1.
x
y
y = −x − 1
0
1
8 / 103 Departamento Matemática (ISEP) Matemática 2 (Capı́tulo I)
Funções de Duas Variáveis
Exemplo 1 (Cont.):
Domı́nio de g(x, y) = x ln(y2 − x).
Dg =
n
(x, y) ∈ IR2
: y2
− x > 0
o
Como pretendemos representar graficamente o domı́nio,
devemos escrever a expressão y2 − x > 0 de modo adequado.
SEMPRE QUE NA INEQUAÇÃO SÓ UMA DAS VARIÁVEIS
ESTÁ AO QUADRADO, RESOLVE-SE A INEQUAÇÃO EM
ORDEM À OUTRA VARIÁVEL.
Dg =
n
(x, y) ∈ IR2
: x < y2
o
9 / 103 Departamento Matemática (ISEP) Matemática 2 (Capı́tulo I)
Funções de Duas Variáveis
Exemplo 1 (Cont.):
Dg =
n
(x, y) ∈ IR2
: x < y2
o
Para representar este domı́nio, faça-se:
Represente-se a parábola x = y2,
Considera-se a região exterior à parábola, excluindo a parábola
(porque o sinal é <),
0 x
y
x = y2
10 / 103 Departamento Matemática (ISEP) Matemática 2 (Capı́tulo I)
Funções de Duas Variáveis
Exemplo 1 (Cont.):
Domı́nio de h(x, y) =
p
9 − x2 − y2.
Dh =
n
(x, y) ∈ IR2
: 9 − x2
− y2
≥ 0
o
Como pretendemos representar graficamente o domı́nio,
devemos escrever a expressão 9 − x2 − y2 ≥ 0 de modo
adequado.
SEMPRE QUE NA INEQUAÇÃO AMBAS AS VARIÁVEIS ESTÃO
AO QUADRADO, ISOLAM-SE AS VARIÁVEIS NO PRIMEIRO
MEMBRO.
Dh =
n
(x, y) ∈ IR2
: x2
+ y2
≤ 9
o
11 / 103 Departamento Matemática (ISEP) Matemática 2 (Capı́tulo I)
Funções de Duas Variáveis
Exemplo 1 (Cont.):
Dh =
n
(x, y) ∈ IR2
: x2
+ y2
≤ 9
o
Para representar este domı́nio, faça-se:
Represente-se a circunferência x2 + y2 = 9,
Considera-se a região interior à circunferência, incluindo a
circunferência ,
−3 3
x
y
0
12 / 103 Departamento Matemática (ISEP) Matemática 2 (Capı́tulo I)
Funções de Duas Variáveis
Exemplo 2: Determine a represente graficamente o domı́nio da
função,
f(x, y) = arcsen(x + y)
Resolução:
Df =
n
(x, y) ∈ IR2
: −1 ≤ y + x ≤ 1
o
Como pretendemos representar graficamente o domı́nio, devemos
escrever a expressão −1 ≤ y + x ≤ 1 de modo adequado. Neste
caso, como temos duas desigualdades, devemos representá-las em
sistema,

y + x ≤ 1
−1 ≤ y + x
=

y + x ≤ 1
y + x ≥ −1
SEMPRE QUE NA INEQUAÇÃO NENHUMA DAS VARIÁVEIS ESTÁ
AO QUADRADO, RESOLVE-SE A INEQUAÇÃO EM ORDEM A y.
13 / 103 Departamento Matemática (ISEP) Matemática 2 (Capı́tulo I)
Funções de Duas Variáveis
Exemplo 2 (Cont.): 
y ≤ −x + 1
y ≥ −x − 1
Para representar este domı́nio, faça-se:
Represente-se as retas y = −x + 1 (1) e y = −x − 1 (2),
Considera-se a região acima da reta (2) e abaixo da reta (1). (As
retas pertencem ao domı́nio).
x
y
y = −x − 1 y = −x + 1
0
14 / 103 Departamento Matemática (ISEP) Matemática 2 (Capı́tulo I)
Funções de Duas Variáveis
Exemplo 3: Determine a represente graficamente o domı́nio da
função,
f(x, y) =
r
y − 1
x + 2
+ ln(9 − x2
− y2
)
Resolução:
Df =

(x, y) ∈ IR2
:
y − 1
x + 2
≥ 0 ∧ x + 2 6= 0 ∧ 9 − x2
− y2
 0

Como pretendemos representar graficamente o domı́nio, devemos
escrever a expressão 9 − x2 − y2  0 de modo adequado.
SEMPRE QUE NA INEQUAÇÃO AMBAS AS VARIÁVEIS ESTÃO AO
QUADRADO, ISOLAM-SE AS VARIÁVEIS NO PRIMEIRO MEMBRO.
Df =

(x, y) ∈ IR2
:
y − 1
x + 2
≥ 0 ∧ x + 2 6= 0 ∧ x2
+ y2
 9

15 / 103 Departamento Matemática (ISEP) Matemática 2 (Capı́tulo I)
Funções de Duas Variáveis
Exemplo 3 (Cont.): Temos de resolvar a inequação,
y − 1
x + 2
≥ 0.
Note-se que pretendemos obter os valores de x e y que tornam a
desigualdade verdadeira.
Uma fração toma o valor positivo se o numerador e o denominador
forem ambos positivos, ou se o numerador e o denominador
forem ambos negativos, logo,
y − 1
x + 2
≥ 0 ⇔ (y − 1 ≥ 0 ∧ x + 2  0) ∨ (y − 1 ≤ 0 ∧ x + 2  0)
⇔ (y ≥ 1 ∧ x  −2) ∨ (y ≤ 1 ∧ x  −2)
O domı́nio é,
Df =

(x, y) ∈ IR2
: ((y ≥ 1 ∧ x  −2) ∨ (y ≤ 1 ∧ x  −2)) ∧
∧ x2 + y2  9
16 / 103 Departamento Matemática (ISEP) Matemática 2 (Capı́tulo I)
Funções de Duas Variáveis
Exemplo 3 (Cont.): Segue-se a representação gráfica do domı́nio,
Df =

(x, y) ∈ IR2
: ((y ≥ 1 ∧ x  −2) ∨ (y ≤ 1 ∧ x  −2)) ∧
∧ x2 + y2  9
−2
1
x
y
0
17 / 103 Departamento Matemática (ISEP) Matemática 2 (Capı́tulo I)
Funções de Duas Variáveis
Exemplo 4: Determine a represente graficamente o domı́nio da
função,
f(x, y) =
e
q
− x
y
4 − y2
+ ln(x2
+ y − 1)
Resolução:
Df =

(x, y) ∈ IR2
: −
x
y
≥ 0 ∧ 4 − y2
6= 0 ∧ x2
+ y − 1  0

Como pretendemos representar graficamente o domı́nio, devemos
escrever a expressão x2 + y − 1  0 de modo adequado.
SEMPRE QUE NA INEQUAÇÃO SÓ UMA DAS VARIÁVEIS ESTÁ AO
QUADRADO, RESOLVE-SE A INEQUAÇÃO EM ORDEM À OUTRA
VARIÁVEL.
Df =

(x, y) ∈ IR2
: −
x
y
≥ 0 ∧ 4 − y2
6= 0 ∧ y  −x2
+ 1

18 / 103 Departamento Matemática (ISEP) Matemática 2 (Capı́tulo I)
Funções de Duas Variáveis
Exemplo 4 (Cont.): Temos de resolvar a inequação −
x
y
≥ 0 e a
equação 4 − y2 6= 0.
−
x
y
≥ 0 ⇔
x
y
≤ 0.
Note-se que pretendemos obter os valores de x e y que tornam a
desigualdade verdadeira.
Uma fração toma o valor negativo se o numerador for positivo
e o denominador negativo, ou se o numerador for negativo e
o denominador for positivo, logo,
x
y
≤ 0 ⇔ (x ≥ 0 ∧ y  0) ∨ (x ≤ 0 ∧ y  0)
4 − y2 6= 0 ⇔ y2 6= 4 ⇔ y 6= ±2
19 / 103 Departamento Matemática (ISEP) Matemática 2 (Capı́tulo I)
Funções de Duas Variáveis
Exemplo 4 (Cont.): O domı́nio é,
Df =

(x, y) ∈ IR2
: ((x ≥ 0 ∧ y  0) ∨ (x ≤ 0 ∧ y  0)) ∧
∧ y 6= ±2 ∧ y  −x2 + 1
Segue-se a sua representação gráfica,
x
y
0
y = 2
y = −2
20 / 103 Departamento Matemática (ISEP) Matemática 2 (Capı́tulo I)
Funções de Duas Variáveis Interpretação Geométrica
Seja f uma função com duas variáveis (x, y) ∈ D. A representação
gráfica de f permite visualizar o seu comportamento.
O gráfico de f consiste no conjunto de todos os pontos
(x, y, z) ∈ IR3
tais que z = f(x, y) e (x, y) ∈ D.
O gráfico de f é uma superfı́cie S de equação z = f(x, y).
O gráfico S de f localiza-se na parte superior ou na parte inferior
relativamente ao seu domı́nio D no plano xOy.
21 / 103 Departamento Matemática (ISEP) Matemática 2 (Capı́tulo I)
Funções de Duas Variáveis Interpretação Geométrica
(a) f(x, y) =
p
9 − x2 − y2 (b) g(x, y) = (x2
+ 2y2
)e−x2
−y2
(c) h(x, y) = sin x +sin y (d) i(x, y) =
sin x sin y
xy
22 / 103 Departamento Matemática (ISEP) Matemática 2 (Capı́tulo I)
Funções de Duas Variáveis Curvas de Nı́vel
Curvas de Nı́vel
As curvas de nı́vel de uma função f de duas variáveis são as curvas
de equação f(x, y) = k (k ∈ D0
f ).
Para cada k, constitui o conjunto de todos os pontos no domı́nio
de f para os quais f toma um dado valor k.
Mostram onde o gráfico de f tem altura k.
Resultam da intersecção do gráfico de f com o plano horizontal
z = k, projectada no plano xOy.
Mapa de Contornos
Um mapa de contornos de uma função f de duas variáveis é a
representação gráfica das curvas de nı́vel de f para os diferentes
valores de k.
23 / 103 Departamento Matemática (ISEP) Matemática 2 (Capı́tulo I)
Funções de Duas Variáveis Curvas de Nı́vel
24 / 103 Departamento Matemática (ISEP) Matemática 2 (Capı́tulo I)
Funções de Duas Variáveis Curvas de Nı́vel
25 / 103 Departamento Matemática (ISEP) Matemática 2 (Capı́tulo I)
Funções de Duas Variáveis Curvas de Nı́vel
26 / 103 Departamento Matemática (ISEP) Matemática 2 (Capı́tulo I)
Funções de Duas Variáveis Curvas de Nı́vel
27 / 103 Departamento Matemática (ISEP) Matemática 2 (Capı́tulo I)
Funções de Duas Variáveis Curvas de Nı́vel
Exemplo 5: As curvas de nı́vel da função h(x, y) = 4x2 + y2 são
4x2
+ y2
= k ⇔
x2
k/4
+
y2
k
= 1
que para k  0 representa a famı́lia de elipses de semi-eixos
√
k/2 e
√
k. A figura mostra o mapa de contornos desta função.
28 / 103 Departamento Matemática (ISEP) Matemática 2 (Capı́tulo I)
Funções de Duas Variáveis Curvas de Nı́vel
Exemplo 6: Represente as curvas de nı́vel da função
f(x, y) = 6 − 3x − 2y para os valores k = −6, 0, 6, 12.
Resolução:
A representação gráfica da função é um plano de equação
z = 6 − 3x − 2y;
A interceção desse plano com planos paralelos ao plano XOY,
planos de equação z = k, (k ∈ IR), são retas;
Para obter as equações das retas faça-se, k = 6 − 3x − 2y;
Para k = −6, 0, 6, 12, obtemos as retas:
k = −6 ⇒ y = −3
2 x + 6 k = 0 ⇒ y = −3
2 x + 3
k = 6 ⇒ y = −3
2 x k = 12 ⇒ y = −3
2 x − 3
29 / 103 Departamento Matemática (ISEP) Matemática 2 (Capı́tulo I)
Funções de Duas Variáveis Curvas de Nı́vel
Exemplo 6 (Cont.): Na figura está representado o mapa de
contornos.
k
=
−
6
k
=
0
k
=
6
k
=
1
2
x
y
0
30 / 103 Departamento Matemática (ISEP) Matemática 2 (Capı́tulo I)
Funções de Duas Variáveis Curvas de Nı́vel
Exemplo 7: Represente as curvas de nı́vel da função
g(x, y) =
p
9 − x2 − y2 para os valores k = 0, 1, 2, 3.
Resolução:
A representação gráfica da função é uma semi-esfera de equação
z =
p
9 − x2 − y2;
A interceção dessa semi-esfera com planos paralelos ao plano
XOY, planos de equação z = k, (k ∈ IR), são circunferências;
Para obter as equações das circunferências faça-se,
k =
p
9 − x2 − y2;
Para k = 0, 1, 2, 3, obtemos as circunferências:
k = 0 ⇒ x2 + y2 = 9 k = 1 ⇒ x2 + y2 = 8
k = 2 ⇒ x2 + y2 = 5 k = 3 ⇒ x2 + y2 = 0
31 / 103 Departamento Matemática (ISEP) Matemática 2 (Capı́tulo I)
Funções de Duas Variáveis Curvas de Nı́vel
Exemplo 7 (Cont.): Na figura está representado o mapa de
contornos.
k
=
3
k
=
0
k = 1
k
=
2
x
y
0
32 / 103 Departamento Matemática (ISEP) Matemática 2 (Capı́tulo I)
Funções de Duas Variáveis
Funções Multivariável
Uma função de n variáveis, f, consiste numa regra que atribui a cada
n-uplo (x1, ..., xn) num domı́nio D ⊂ IRn
, um único número real
representado por f(x1, ..., xn).
Exemplos:
A temperatura T num ponto da superfı́cie terrestre, num dado
momento, depende da longitude x, da latitude y e do tempo t,
então podemos escrever:
T = f(x, y, t)
Determinar o domı́nio da função f(x, y, z) = ln(z − y) + xy sin z.
D = {(x, y, z) ∈ IR3
: z − y  0} = {(x, y, z) ∈ IR3
: z  y}
D consiste em todos os pontos do espaço acima do plano z = y.
33 / 103 Departamento Matemática (ISEP) Matemática 2 (Capı́tulo I)
Derivadas Parciais
Derivadas Parciais
Definição: Se f é uma função de duas variáveis, as suas derivadas
parciais são:
f0
x (x, y) = lim
h→0
f(x + h, y) − f(x, y)
h
f0
y (x, y) = lim
h→0
f(x, y + h) − f(x, y)
h
Notações para Derivadas Parciais
Se z = f(x, y), escrevemos
f0
x (x, y) = f0
x =
∂
∂x
f(x, y) =
∂f
∂x
=
∂z
∂x
f0
y (x, y) = f0
y =
∂
∂y
f(x, y) =
∂f
∂y
=
∂z
∂y
34 / 103 Departamento Matemática (ISEP) Matemática 2 (Capı́tulo I)
Derivadas Parciais
Regras de Cálculo para as Derivadas Parciais de z = f(x, y)
1 Para encontrar f0
x , consideramos y como uma constante e
derivamos f(x, y) em ordem a x.
2 Para encontrar f0
y , consideramos x como uma constante e
derivamos f(x, y) em ordem a y.
Exemplo 8:
Se f(x, y) = xy − 2x + 6y, calcular f0
x (x, y) e f0
y (x, y).
Resolução:
Considerando y como uma constante e derivando f(x, y) em
ordem a x, vem f0
x (x, y) = y − 2
Considerando x como uma constante e derivando f(x, y) em
ordem a y, vem f0
y (x, y) = x + 6
35 / 103 Departamento Matemática (ISEP) Matemática 2 (Capı́tulo I)
Derivadas Parciais
Exemplo 9: Se f(x, y) = x3 + x2y3 − 2y2, calcular f0
x (2, 1) e f0
y (2, 1).
Resolução:
Considerando y como uma constante e derivando f(x, y) em
ordem a x, vem
f0
x (x, y) = 3x2
+ 2xy3
; f0
x (2, 1) = 3 × 22
+ 2 × 2 × 13
= 16
Considerando x como uma constante e derivando f(x, y) em
ordem a y, vem
f0
y (x, y) = 3x2
y2
− 4y; f0
y (2, 1) = 3 × 22
× 12
− 4 × 1 = 8
36 / 103 Departamento Matemática (ISEP) Matemática 2 (Capı́tulo I)
Derivadas Parciais
A generalização das derivadas parciais para funções com mais de
duas variáveis é direta. Ou seja, as regras e notações definidas para
funções de duas variáveis também se aplicam a funções com mais de
duas variáveis.
Exemplo 10: Determinar
∂f
∂x
,
∂f
∂y
e
∂f
∂z
se f(x, y, z) = exy ln z.
Resolução:
∂f
∂x
= yexy
ln z, considerando y e z como constantes.
∂f
∂y
= xexy
ln z, considerando x e z como constantes.
∂f
∂z
=
exy
z
, considerando x e y como constantes.
37 / 103 Departamento Matemática (ISEP) Matemática 2 (Capı́tulo I)
Derivadas Parciais
Se z = f(x, y) for uma função de duas variáveis, então as suas
derivadas parciais de 1a ordem também são funções de duas
variáveis, e então podemos considerar as suas derivadas,
denominadas derivadas parciais de 2a ordem de f.
1 Derivadas em ordem a x e em ordem a y de
∂f
∂x
:
∂
∂x

∂f
∂x

=
∂2
f
∂x2
=
∂2
z
∂x2
∂
∂y

∂f
∂x

=
∂2
f
∂x∂y
=
∂2
z
∂x∂y
2 Derivadas em ordem a y e em ordem a x de
∂f
∂y
:
∂
∂y

∂f
∂y

=
∂2
f
∂y2
=
∂2
z
∂y2
∂
∂x

∂f
∂y

=
∂2
f
∂y∂x
=
∂2
z
∂y∂x
38 / 103 Departamento Matemática (ISEP) Matemática 2 (Capı́tulo I)
Derivadas Parciais
Exemplo 11: Determinar todas as derivadas parciais de 2a ordem da
função
f(x, y) = ln(xy) − x3
+ x2
y2
+ y
Resolução:
Existem quatro derivadas parciais de 2a ordem:
∂2f
∂x2
,
∂2f
∂x∂y
,
∂2f
∂y∂x
,
∂2f
∂y2
Comecemos por calcular as derivadas de 1a ordem:
∂f
∂x
=
1
x
− 3x2
+ 2xy2
∂f
∂y
=
1
y
+ 2yx2
+ 1
39 / 103 Departamento Matemática (ISEP) Matemática 2 (Capı́tulo I)
Derivadas Parciais
Exemplo 11 (Cont.):
As derivadas de 2a ordem são:
1
∂2f
∂x2
=
∂
∂x

∂f
∂x

=
∂
∂x

1
x
− 3x2
+ 2xy2

= −
1
x2
− 6x + 2y2
2
∂2f
∂y2
=
∂
∂y

∂f
∂y

=
∂
∂y

1
y
+ 2x2
y + 1

= −
1
y2
+ 2x2
3
∂2f
∂x∂y
=
∂
∂y

∂f
∂x

=
∂
∂y

1
x
− 3x2
+ 2xy2

= 4xy
4
∂2f
∂y∂x
=
∂
∂x

∂f
∂y

=
∂
∂x

1
y
+ 2x2
y + 1

= 4xy
40 / 103 Departamento Matemática (ISEP) Matemática 2 (Capı́tulo I)
Derivadas Parciais
Exemplo 12: Determine as derivadas parciais de 1a ordem da função,
h(x, y, z) = x2x+y2
+ y ln
z
x

Resolução:
∂h
∂x
= 2 x2x+y2
ln x + (2x + y2
)x2x+y2−1
+ y
− z
x2
z
x
=
2 x2x+y2
ln x + (2x + y2
)x2x+y2−1
−
y
x
∂h
∂y
= 2y x2x+y2
ln x + ln
z
x

∂h
∂z
= y
1
x
z
x
=
y
z
Notas:
Na primeira parte da derivada em ordem a x, usou-se a fórmula (uv
)0
;
Na derivada de um quociente só se usa a regra

u
v
0
, se o denominar não for uma constante, caso seja, usa-se a
regra

u
k
0
=
u0
k
(k constante).
41 / 103 Departamento Matemática (ISEP) Matemática 2 (Capı́tulo I)
Derivadas Parciais
Exemplo 13: Determine as derivadas parciais de 1a ordem da função,
f(x, y, z, t) = x y z2
tg(yt)
Resolução:
∂h
∂x
= y z2
tg(yt)
∂h
∂y
= x z2
tg(yt) + y t x z2
sec2
(yt)
∂h
∂z
= 2x y z tg(yt)
∂h
∂z
= x y2
z2
sec2
(yt)
Nota:
Nos produtos em que um dos fatores é constante, usa-se a fórmula (k u) = k u0
, e NÃO se usa a fórmula (uv)0
.
Por exemplo, (xyz2
tg(yt))0
x = yz2
tg(yt)x0
, ou seja, a constante fica inalterável e só se deriva a função.
42 / 103 Departamento Matemática (ISEP) Matemática 2 (Capı́tulo I)
Derivadas Parciais
Exemplo 14: Calcule a derivada indicada,
z = arctg
y
x

;
∂z
∂x
|(2,3)
Resolução:
∂z
∂x
=
−
y
x2
1 +
y
x
2
∂z
∂x
|(2,3) =
−
3
4
1 +

3
2
2
= −
3
13
Nota:
Quando se pretende calcular a derivada de uma função num determinado ponto, não é necessário, nem devemos,
simplificar a derivada antes de substituir no ponto (perdemos tempo e corremos o risco de nos enganarmos).
43 / 103 Departamento Matemática (ISEP) Matemática 2 (Capı́tulo I)
Derivadas Parciais
Exemplo 15: Considere a função u = y ln

x
1 − y

− yz−x+3y .
Calcule
∂2u
∂x∂z
|(1,2,1).
Determine
∂3u
∂x∂z∂y
.
Resolução: Simplifique-se a função,
u = y ln

x
1 − y

− yz−x+3y ⇔
u = y[ln x − ln(1 − y)] − yz−x+3y ⇔
u = y ln x − y ln(1 − y)] − yz−x+3y
44 / 103 Departamento Matemática (ISEP) Matemática 2 (Capı́tulo I)
Derivadas Parciais
Exemplo 15 (Cont.):
Para calcular
∂2u
∂x∂z
, primeiro deriva-se a função em ordem a x,
depois deriva-se o resultado obtido em ordem a z.
∂u
∂x
=
y
x
+ yz−x+3y
ln y
∂2u
∂x∂z
= yz−x+3y
(ln y)2
∂2u
∂x∂z
|(1,2,1) = (ln 2)2
26
45 / 103 Departamento Matemática (ISEP) Matemática 2 (Capı́tulo I)
Derivadas Parciais
Exemplo 15 (Cont.):
Para calcular
∂3u
∂x∂z∂y
, primeiro deriva-se a função em ordem a x,
depois deriva-se o resultado obtido em ordem a z e finalmente
deriva-se o resultado obtido em ordem a y.
∂u
∂x
=
y
x
+ yz−x+3y
ln y
∂2u
∂x∂z
= yz−x+3y
(ln y)2
∂3u
∂x∂z∂y
=
2 ln y
1
y
yz−x+3y
+(ln y)2
h
3 yz−x+3y
ln y + (z − x + 3y) yz−x+3y−1
i
46 / 103 Departamento Matemática (ISEP) Matemática 2 (Capı́tulo I)
Diferencial Total
Uma função derivável z = f(x, y) sofrerá um acréscimo (ou
redução) se se variar cada uma das suas variáveis
independentes, mantendo as demais constantes (acréscimo
parcial), ou se as variarmos ao mesmo tempo (acréscimo total).
A variação total da função z = f(x, y) é dada por:
∆z = f(x + ∆x, y + ∆y) − f(x, y)
Definimos ∆x = dx e ∆y = dy como os diferenciais das variáveis
independentes x e y. O Diferencial Total, dz, da função é definido
por:
Diferencial Total
dz =
∂z
∂x
dx +
∂z
∂y
dy
e representa uma aproximação da variação total da função, ou seja,
dz ≈ ∆z
A generalização é direta para funções de mais de duas variáveis.
47 / 103 Departamento Matemática (ISEP) Matemática 2 (Capı́tulo I)
Diferencial Total
48 / 103 Departamento Matemática (ISEP) Matemática 2 (Capı́tulo I)
Diferencial Total
Exemplo 16: Considere a função z = f(x, y) = x2 + 3xy − y2.
1 Determine o diferencial dz.
2 Se x varia de 2 para 2.05 e y varia de 3 para 2.96, compare os
valores de ∆z e dz.
Resolução:
1 dz =
∂z
∂x
dx +
∂z
∂y
dy = (2x + 3y)dx + (3x − 2y)dy
2 Sejam x = 2, dx = ∆x = 0.05, y = 3 e dy = ∆y = −0.04, então
dz = (2 × 2 + 3 × 3) × 0.05 + (3 × 2 − 2 × 3)(−0.04) = 0.65
O incremento de z é
∆z = f(2.05, 2.96) − f(2, 3) = 0.6449
Verifica-se
∆z ≈ dz
49 / 103 Departamento Matemática (ISEP) Matemática 2 (Capı́tulo I)
Diferencial Total
Exemplo 17: Aplicando o conceito de diferencial total, calcule um
valor aproximado de
√
9.02 + ln 0.99.
Resolução:
Considere-se:
f(x, y) =
√
x + ln y
x = 9 e ∆x = dx = 0.02
y = 1 e ∆y = dy = −0.01
Como o diferencial total aproxima a variação total da função, dadas as
variações das variáveis independentes, tem-se
√
9.02 + ln 0.99 = f(9.02, 0.99) ≈ f(9, 1) + df(9, 1)
50 / 103 Departamento Matemática (ISEP) Matemática 2 (Capı́tulo I)
Diferencial Total
Exemplo 17 (Cont.):
Sabemos que f(9, 1) = 3.
O diferencial total é dado por:
df =
∂f
∂x
dx +
∂f
∂y
dy =
1
2
√
x
dx +
1
y
dy
df(9, 1) =
1
6
× 0.02 + 1 × (−0.01) = −
1
150
≈ −0.0067
Assim,
√
9.02 + ln 0.99 = f(9.02, 0.99) ≈ 3 −
1
150
=
449
150
≈ 2.99333
Nota:
√
9.02 + ln 0.99 = f(9.02, 0.99) ≈ 2.99328
51 / 103 Departamento Matemática (ISEP) Matemática 2 (Capı́tulo I)
Diferencial Total
Exemplo 18: Usando o conceito de diferencial total, determine um
valor aproximado de f(0.99, 1.02, −0.02), sendo
f(x, y, z) = ln
√
x exy + 3xz
Resolução:
Pretendemos calcular um valor aproximado da função no ponto
(0.99, 1.02, −0.02).
Consideremos que as coordenadas do ponto (0.99, 1.02, −0.02),
resultaram de pequenas perturbações do ponto (1, 1, 0).
Considere-se o ponto e as perturbações das suas coordenadas:
x = 1 ⇒ dx = −0.01, (x + dx = 0.99)
y = 1 ⇒ dy = +0.02, (y + dy = 1.02)
z = 0 ⇒ dz = −0.02, (z + dz = −0.02)
52 / 103 Departamento Matemática (ISEP) Matemática 2 (Capı́tulo I)
Diferencial Total
Exemplo 18 (Cont.):
O valor do diferencial total é um valor aproximado da variação
total da função, como resultado de variações/perturbações nas
variáveis independentes.
O valor da função nas variáveis perturbadas é aproximadamente
igual ao valor da função nas variáveis não perturbadas, somado
ao valor aproximado da perturbação provocada na função
(diferencial).
Assim,
f(0.99, 1.02, −0.02) ≈ f(1, 1, 0) + df(1, 1, 0)
53 / 103 Departamento Matemática (ISEP) Matemática 2 (Capı́tulo I)
Diferencial Total
Exemplo 18 (Cont.): Calcule-se as derivadas de 1a ordem da função
no ponto (1, 1, 0):
∂f
∂x
=
1
2
exy + xyexy + 3z
x exy + 3xz
⇒
∂f
∂x
|(1,1,0) = 1.
∂f
∂y
=
1
2
x2exy
x exy + 3xz
⇒
∂f
∂y
|(1,1,0) =
1
2
.
∂f
∂z
=
1
2
3x
x exy + 3xz
⇒
∂f
∂z
|(1,1,0) =
3
2e
.
A fórmula do diferencial num ponto é,
df(1, 1, 0) =
∂f
∂x
|(1,1,0) dx +
∂f
∂y
|(1,1,0) dy +
∂f
∂z
|(1,1,0) dz
Fica,
df(1, 1, 0) = 1 dx +
1
2
dy +
3
2e
dz
54 / 103 Departamento Matemática (ISEP) Matemática 2 (Capı́tulo I)
Diferencial Total
Exemplo 18 (Cont.): Substituindo os acréscimos das variáveis
independentes,
df(1, 1, 0) = 1 ×

−
1
100

+
1
2
×

2
100

+
3
2e
×

−
2
100

= −
3
100e
Como f(1, 1, 0) =
1
2
, a resposta à pergunta é,
f(0.99, 1.02, −0.02) ≈ f(1, 1, 0) + df(1, 1, 0) =
1
2
−
3
100 × e
Como curiosidade,
f(0.99, 1.02, −0.02) ≈ 0.4888
1
2
−
3
100 × e
≈ 0.4890
55 / 103 Departamento Matemática (ISEP) Matemática 2 (Capı́tulo I)
Diferencial Total
Exemplo 19: Usando o conceito de diferencial total, determine um
valor aproximado de ln(3.01) − (2.01 − sen(0.01)).
Resolução:
Consideremos a função,
f(x, y, z) = ln x − (y − senz) = ln x − y + senz
Pretendemos calcular um valor aproximado de f(3.01, 2.01, 0.01).
Consideremos que as coordenadas do ponto (3.01, 2.01, 0.01),
resultaram de pequenas perturbações do ponto (3, 2, 0).
Considere-se o ponto e as perturbações das suas coordenadas:
x = 3 ⇒ dx = +0.01, (x + dx = 3.01)
y = 2 ⇒ dy = +0.01, (y + dy = 2.01)
z = 0 ⇒ dz = +0.01, (z + dz = 0.01)
56 / 103 Departamento Matemática (ISEP) Matemática 2 (Capı́tulo I)
Diferencial Total
Exemplo 19 (Cont.):
O valor do diferencial total é um valor aproximado da variação
total da função, como resultado de variações/perturbações nas
variáveis independentes.
O valor da função nas variáveis perturbadas é aproximadamente
igual ao valor da função nas variáveis não perturbadas, somado
ao valor aproximado da perturbação provocada na função
(diferencial).
Assim,
f(3.01, 2.01, 0.01) ≈ f(3, 2, 0) + df(3, 2, 0)
57 / 103 Departamento Matemática (ISEP) Matemática 2 (Capı́tulo I)
Diferencial Total
Exemplo 19 (Cont.): Calcule-se as derivadas de 1a ordem da função
no ponto (3, 2, 0):
∂f
∂x
=
1
x
⇒
∂f
∂x
|(3,2,0) =
1
3
.
∂f
∂y
= −1 ⇒
∂f
∂y
|(3,2,0) = −1.
∂f
∂z
= cos z ⇒
∂f
∂z
|(3,2,0) = 1.
A fórmula do diferencial num ponto é,
df(3, 2, 0) =
∂f
∂x
|(3,2,0) dx +
∂f
∂y
|(3,2,0) dy +
∂f
∂z
|(3,2,0) dz
Fica,
df(3, 2, 0) =
1
3
dx + (−1) dy + 1 dz
58 / 103 Departamento Matemática (ISEP) Matemática 2 (Capı́tulo I)
Diferencial Total
Exemplo 19 (Cont.): Substituindo os acréscimos das variáveis
independentes,
df(3, 2, 0) =
1
3
×

1
100

+ (−1) ×

1
100

+ 1 ×

1
100

=
1
100
Como f(3, 2, 0) = ln 3 − 2, a resposta à pergunta é,
f(3.01, 2.01, 0.01) ≈ f(3, 2, 0)+df(3, 2, 0) = ln 3−2+
1
100
= ln 3−
199
100
Como curiosidade,
f(3.01, 2.01, 0.01) ≈ −0.8981
ln 3 −
199
100
≈ −0.8914
59 / 103 Departamento Matemática (ISEP) Matemática 2 (Capı́tulo I)
Derivadas de Funções Compostas
Recorde-se que se y = f(x) e x = g(t), ou seja,
se f for uma função da variável x e
se x for uma função da variável t
então dizemos que f é uma função composta pois o argumento da
função é ainda uma função. Indiretamente podemos, então, dizer que
f é uma função de t, y = f(g(t)).
y 7−→ x 7−→ t
Se f e g forem funções deriváveis então podemos calcular a derivada
de f em ordem a t:
Regra da Cadeia (Funções de uma Variável)
dy
dt
=
dy
dx
dx
dt
60 / 103 Departamento Matemática (ISEP) Matemática 2 (Capı́tulo I)
Derivadas de Funções Compostas
Exemplo 20: Sejam
y = 2x2
+ 1 e x = t3
+ 3
calcular
dy
dt
.
Resolução:
dy
dx
= 4x
dx
dt
= 3t2
logo a derivada de f em ordem a t é dada por:
dy
dt
=
dy
dx
dx
dt
= 4x × 3t2
= 4(t3
+ 3) × 3t2
= 12t2
(t3
+ 3)
61 / 103 Departamento Matemática (ISEP) Matemática 2 (Capı́tulo I)
Derivadas de Funções Compostas
Suponhamos que z = f(x, y) e x = g(t) e y = h(t), ou seja,
se z for uma função de duas variáveis x e y e
se x e y forem funções da variável t
então dizemos que z é uma função composta e indiretamente
podemos dizer que z é uma função de t, z = f(g(t), h(t)).
z%x7−
→t
y7−
→t
A variável z é a variável dependente, t é a variável independente e x e
y são as variáveis intermediárias.
Regra da Cadeia (Funções de duas Variáveis) (Caso I)
Seja z = f(x, y) uma função em x e y derivável, onde x = g(t) e
y = h(t), ambas funções deriváveis em t. Então z é derivável em t e
z%x7−
→t
y7−
→t
dz
dt
=
∂z
∂x
dx
dt
+
∂z
∂y
dy
dt
62 / 103 Departamento Matemática (ISEP) Matemática 2 (Capı́tulo I)
Derivadas de Funções Compostas
Exemplo 21: Seja z = x2y + 3xy4, onde x = sin(2t) e y = cos t,
calcular
dz
dt
em t = 0.
Resolução: z%x7−
→t
y7−
→t
Pela regra da cadeia vem
dz
dt
=
∂z
∂x
dx
dt
+
∂z
∂y
dy
dt
= (2xy + 3y4)(2 cos(2t)) + (x2 + 12xy3)(− sin t)
Como queremos calcular a derivada num ponto não é necessário
substituir x e y por t. Assim: t = 0 =⇒ x = sin 0 = 0 e y = cos 0 = 1.
Logo
dz
dt
|t=0 = (0 + 3)(2 cos(0)) + (0 + 0)(− sin 0) = 6
63 / 103 Departamento Matemática (ISEP) Matemática 2 (Capı́tulo I)
Derivadas de Funções Compostas
Suponhamos que z = f(x, y) tal que quer x, quer y são funções
de duas variáveis: x = g(s, t) e y = h(s, t), ou seja,
se z for uma função de duas variáveis x e y e
se x e y forem funções de duas variáveis s e t
então dizemos que z é uma função composta e indiretamente
podemos dizer que z é uma função de s e t.
A variável z é a variável dependente, s e t são as variáveis
independente e x e y são as variáveis intermediárias.
Regra da Cadeia (Funções de duas Variáveis) (Caso II)
Seja z = f(x, y) uma função em x e y derivável, onde x = g(s, t) e
y = h(s, t), ambas funções deriváveis em s e t. Então,
z%
x
%s
t

y
%s
t
∂z
∂t
=
∂z
∂x
∂x
∂t
+
∂z
∂y
∂y
∂t
;
∂z
∂s
=
∂z
∂x
∂x
∂s
+
∂z
∂y
∂y
∂s
64 / 103 Departamento Matemática (ISEP) Matemática 2 (Capı́tulo I)
Derivadas de Funções Compostas
Exemplo 22:
Seja z = ex sin y, onde x = st2 e y = s2t, determinar
∂z
∂s
e
∂z
∂t
.
Resolução: z%
x
%s
t

y
%s
t
Pela regra da cadeia vem
∂z
∂s
=
∂z
∂x
∂x
∂s
+
∂z
∂y
∂y
∂s
= (ex
sin y)(t2
) + (ex
cos y)(2st) =
= t2est2
sin(s2t) + 2stest2
cos(s2t)
∂z
∂t
=
∂z
∂x
∂x
∂t
+
∂z
∂y
∂y
∂t
= (ex
sin y)(2st) + (ex
cos y)(s2
) =
= 2stest2
sin(s2t) + s2est2
cos(s2t)
65 / 103 Departamento Matemática (ISEP) Matemática 2 (Capı́tulo I)
Derivadas de Funções Compostas
Exemplo 23: Seja z = arctan
y
x

, onde x = ln(u2) e y = euv ,
determinar
∂z
∂u
e
∂z
∂v
no ponto (1, 0).
Resolução:
Se P = (1, 0) então u = 1 e v = 0, logo x = 0 e y = 1.
Calculemos as diferentes derivadas;
∂z
∂x
=
−y/x2
1 + y2/x2
= −
y
x2 + y2
;
∂z
∂x
|P = −1
∂z
∂y
=
1/x
1 + y2/x2
=
x
x2 + y2
;
∂z
∂y
|P = 0
dx
du
=
2
u
;
dx
du
|P = 2 ;
∂y
∂u
= veuv
;
∂y
∂u
|P = 0
∂y
∂v
= ueuv
;
∂y
∂v
|P = 1
66 / 103 Departamento Matemática (ISEP) Matemática 2 (Capı́tulo I)
Derivadas de Funções Compostas
Exemplo 23 (Cont.):
z%x7→u

y
%u
v
Pela regra da cadeia vem
∂z
∂u
=
∂z
∂x
dx
du
+
∂z
∂y
∂y
∂u
;
∂z
∂u
|P = −1 × 2 + 0 × 0 = −2
∂z
∂v
=
∂z
∂y
∂y
∂v
;
∂z
∂v
|P = 0 × 1 = 0
67 / 103 Departamento Matemática (ISEP) Matemática 2 (Capı́tulo I)
Derivadas de Funções Definidas Implicitamente
Suponhamos que uma equação da forma F(x, y) = 0 define y
implicitamente como uma função de x, ou seja, y = f(x), ∀x ∈ Df .
Derivada de Funções definidas Implicitamente
dy
dx
= −
∂F
∂x
∂F
∂y
Exemplo 24: Seja y = f(x) definida implicitamente por
x2y − 3xy3 = 0. Determine a derivada de y em ordem a x.
Resolução:
Seja F(x, y) = x2y − 3xy3, então
∂F
∂x
= 2xy − 3y3
e
∂F
∂y
= x2
− 27xy2
. Logo
dy
dx
= −
2xy − 3y3
x2 − 27xy2
.
68 / 103 Departamento Matemática (ISEP) Matemática 2 (Capı́tulo I)
Derivadas de Funções Definidas Implicitamente
Suponhamos que uma equação da forma F(x, y, z) = 0 define z
implicitamente como uma função de x e de y, ou seja, z = f(x, y)
∀(x, y) ∈ Df
Derivadas Parciais de Funções definidas Implicitamente
∂z
∂x
= −
∂F
∂x
∂F
∂z
∂z
∂y
= −
∂F
∂y
∂F
∂z
69 / 103 Departamento Matemática (ISEP) Matemática 2 (Capı́tulo I)
Derivadas de Funções Definidas Implicitamente
Exemplo 25: Determinar
∂z
∂x
e
∂z
∂y
se x3 + y3 + z3 + 6xyz = 1.
Resolução: Seja F(x, y, z) = x3 + y3 + z3 + 6xyz − 1.
Então
∂z
∂x
= −
∂F
∂x
∂F
∂z
= −
3x2 + 6yz
3z2 + 6xy
= −
x2 + 2yz
z2 + 2xy
e
∂z
∂y
= −
∂F
∂y
∂F
∂z
= −
3y2 + 6xz
3z2 + 6xy
= −
y2 + 2xz
z2 + 2xy
70 / 103 Departamento Matemática (ISEP) Matemática 2 (Capı́tulo I)
Derivadas de Funções Definidas Implicitamente
Exemplo 26: Considere as funções,
w = f(x, y, z) = (3x − 2)2y−2 +
y arctg
√
2z − 1

x
, sendo
P(1, 1, 1) um ponto da curva;
y = g(u, v) definida por y =
√
2u + v + 1 − ln y.
Calcule
∂3w
∂y∂z∂x
.
Mostre que
∂y
∂u
− 2
∂y
∂v
= 0.
Sendo w = f(x, y, z), x = eu, y = g(u, v) e u = sen(z − 1),
calcule
∂w
∂u
|P, aplicando o teorema da derivada da função
composta.
71 / 103 Departamento Matemática (ISEP) Matemática 2 (Capı́tulo I)
Derivadas de Funções Definidas Implicitamente
Exemplo 26 (Cont.):
Resolução:
Para calcular
∂3w
∂y∂z∂x
, primeiro deriva-se a função em ordem a y,
depois deriva-se o resultado obtido em ordem a z e finalmente
deriva-se o resultado obtido em ordem a x.
∂w
∂y
= 2(3x − 2)2y−2
ln(3x − 2) +
arctg(
√
2z − 1)
x
∂2w
∂y∂z
=
1
x
×
2
2
√
2z−1
1 + (
√
2z − 1)2
=
1
2xz
√
2z − 1
∂3w
∂y∂z∂x
= −
2z
√
2z − 1
4x2z2(2z − 1)
= −
1
2x2z
√
2z − 1
72 / 103 Departamento Matemática (ISEP) Matemática 2 (Capı́tulo I)
Derivadas de Funções Definidas Implicitamente
Exemplo 26 (Cont.):
A função y = f(u, v) é uma função de duas variáveis, definida na
forma implı́cita.
Faça-se, F(y, u, v) = y −
√
2u + v + 1 + ln y.
∂y
∂u
= −
∂F
∂u
∂F
∂y
= −
−
2
2
√
2u + v + 1
1 +
1
y
=
y
√
2u + v + 1(y + 1)
∂y
∂v
=
∂F
∂v
∂F
∂y
= −
−
1
2
√
2u + v + 1
1 +
1
y
=
y
2
√
2u + v + 1(y + 1)
Facilmente se prova que
∂y
∂u
− 2
∂y
∂v
= 0.
73 / 103 Departamento Matemática (ISEP) Matemática 2 (Capı́tulo I)
Derivadas de Funções Definidas Implicitamente
Exemplo 26 (Cont.):
Trata-se de uma função composta,
w
x
y
z
u
u
v
u
Já vimos que a função y = g(u, v) está definida na forma
implı́cita.
Podemos considerar que z é uma função de u porque
u = sen(z − 1) ⇔ z = arcsen u + 1
A derivada de w em ordem a u é dada por,
∂w
∂u
=
∂w
∂x
dx
du
+
∂w
∂y
∂y
∂u
+
∂w
∂z
dz
du
74 / 103 Departamento Matemática (ISEP) Matemática 2 (Capı́tulo I)
Derivadas de Funções Definidas Implicitamente
Exemplo 26 (Cont.):
O exercı́cio pede o cálculo da derivada no ponto P(1, 1, 1), ou seja
x = 1, y = 1 e z = 1.
Precisamos de calcular os correspondentes valores de u e de v.
x = 1 ⇒ u = ln 1 ⇒ u = 0, porque x = eu;
y = 1 ∧ u = 0 ⇒ 1 =
√
2 × 0 + v + 1 − ln 1 ⇒ v = 0, porque
y =
√
2u + v + 1 − ln y.
A derivada pedida é dada por,
∂w
∂u
|P =
∂w
∂x
|P
dx
du
|u=0 +
∂w
∂y
|P
∂y
∂u
|u=0,v=0 +
∂w
∂z
|P
dz
du
|u=0
75 / 103 Departamento Matemática (ISEP) Matemática 2 (Capı́tulo I)
Derivadas de Funções Definidas Implicitamente
Exemplo 26 (Cont.):
Resolução: Calculemos todas as derivadas no ponto,
∂w
∂x
= 3(2y−2)(3x−2)2y−3
−
y arctg
√
2z − 1
x2
⇒
∂w
∂x
|P = −arctg 1 = −
π
4
dx
du
= eu
⇒
dx
du
|u=0 = 1
∂w
∂y
|P = arctg 1 =
π
4
∂y
∂u
|u=0,v=0 =
1
2
∂w
∂z
=
y
x
×
2
2
√
2z−1
1 + (
√
2z − 1)2
⇒
∂w
∂z
|P =
1
2
dz
du
=
1
√
1 − u2
⇒
dz
du
|u=0 = 1
∂w
∂u
|P = −
π
4
× 1 +
π
4
×
1
2
+
1
2
× 1 =
1
2
−
π
4
76 / 103 Departamento Matemática (ISEP) Matemática 2 (Capı́tulo I)
Derivadas de Funções Definidas Implicitamente
Exemplo 27: Considere a função
z = f(x, y) = ln
p
3x + y

+ arctg x2y

Calcule o valor aproximado de f(0.99, −1.98).
Sendo z = f(x, y), x = ln(et) e y = 2u cos(u + t), calcule
∂z
∂t
|{t=1,u=−1}, aplicando o teorema da derivada da função
composta.
Resolução:
Pretendemos calcular um valor aproximado da função no ponto
(0.99, −1.98).
Consideremos que as coordenadas do ponto (0.99, −1.98),
resultaram de pequenas perturbações do ponto (1, −2).
x = 1 ⇒ dx = −0.01, (x + dx = 0.99)
y = −2 ⇒ dy = +0.02, (y + dy = −1.98)
77 / 103 Departamento Matemática (ISEP) Matemática 2 (Capı́tulo I)
Derivadas de Funções Definidas Implicitamente
Exemplo 27 (Cont.): Então,
f(0.99, −1.98) ≈ f(1, −2) + df(1, −2)
Para calcular o diferencial no ponto, calcule-se primeiro, as derivadas
de 1a ordem da função no ponto (1, −2):
∂f
∂x
=
1
2
×
3
3x + y
+
2y x2y−1
1 + x4y
⇒
∂f
∂x
|(1,−2) = −
1
2
∂f
∂y
=
1
2
×
1
3x + y
+
2x2y ln x
1 + x4y
⇒
∂f
∂y
|(1,−2) =
1
2
A fórmula do diferencial num ponto é,
df(1, −2) =
∂f
∂x
|(1,−2) dx +
∂f
∂y
|(1,−2) dy
Fica,
df(1, −2) = −
1
2
dx +
1
2
dy
78 / 103 Departamento Matemática (ISEP) Matemática 2 (Capı́tulo I)
Derivadas de Funções Definidas Implicitamente
Exemplo 27 (Cont.): Substituindo os acréscimos das variáveis
independentes,
df(1, −2) = −
1
2

−
1
100

+
1
2

2
100

Como f(1, −2) =
π
4
, a resposta à pergunta é,
f(0.99, −1.98) ≈ f(1, −2) + df(1, −2) =
π
4
+
3
200
Como curiosidade,
f(0.99, −1.98) ≈ 0.80027
π
4
−
1
200
≈ 0.80040
79 / 103 Departamento Matemática (ISEP) Matemática 2 (Capı́tulo I)
Derivadas de Funções Definidas Implicitamente
Exemplo 27 (Cont.): Trata-se de uma função composta,
z
x
y
t
u
t
A derivada de z em ordem a t é dada por,
dz
dt
=
∂z
∂x
dx
dt
+
∂z
∂y
∂y
∂t
O exercı́cio pede o cálculo da derivada para t = 1 ∧ u = −1.
Precisamos de calcular os correspondentes valores de x e de y.
t = 1 ⇒ x = ln(e × 1) ⇒ x = 1;
t = 1 ∧ u = −1 ⇒ y = −2 cos(0) ⇔ y = −2.
Seja P = (1, −2), a derivada pedida é dada por,
dz
dt
|{t=1,u=−1} =
∂z
∂x
|P
dx
dt
|t=1 +
∂z
∂y
|P
∂y
∂t
|{t=1,u=−1}
80 / 103 Departamento Matemática (ISEP) Matemática 2 (Capı́tulo I)
Derivadas de Funções Definidas Implicitamente
Exemplo 27 (Cont.): Calculemos todas as derivadas no ponto,
∂z
∂x
|P = −
1
2
dx
dt
=
1
t
⇒
dx
dt
|t=1 = 1
∂z
∂y
|P =
1
2
∂y
∂t
= −2usen(u + t) ⇒
∂y
∂t
|{t=1,u=−1} = 0
dz
dt
|{t=1,u=−1} = −
1
2
× 1 +
1
2
× 0 = −
1
2
81 / 103 Departamento Matemática (ISEP) Matemática 2 (Capı́tulo I)
Derivadas de Funções Definidas Implicitamente
Exemplo 28: Considere as funções u = u(x, y) e v = v(x, y)
definidas pelas equações:
u = y ln

x + 2
y + 3

− 21−x+3y v + tg2
2x2y

= 1 − v3 ln x
Calcule
∂3u
∂x2∂y
.
Determine a expressão de dv.
Sendo z =
v
u
, em que u e v são as funções definidas, mostre que
∂z
∂x
| x=1
y=0
+
∂z
∂y
| x=1
y=0
= 1 + ln 4, aplicando o teorema da derivada
da função composta.
82 / 103 Departamento Matemática (ISEP) Matemática 2 (Capı́tulo I)
Derivadas de Funções Definidas Implicitamente
Exemplo 28 (Cont.):
Antes de começar a calcular a derivada pedida, simplifiquemos a
função dada,
u = y [ln(x + 2) − ln(y + 3)] − 21−x+3y
= y ln(x + 2) − y ln(y + 3) − 21−x+3y
∂u
∂x
=
y
x + 2
+ 21−x+3y
ln 2
∂2
u
∂x2
= −
y
(x + 2)2
− 21−x+3y
(ln 2)2
∂3
u
∂x2∂y
= −
1
(x + 2)2
− 3 × 21−x+3y
(ln 2)3
83 / 103 Departamento Matemática (ISEP) Matemática 2 (Capı́tulo I)
Derivadas de Funções Definidas Implicitamente
Exemplo 28 (Cont.):
A definição de diferencial é, dv =
∂v
∂x
dx +
∂v
∂y
dy.
A função v = v(x, y) está definida na forma implı́cita, logo,
faça-se,
F(v, x, y) = v + tg2
(2x2
y) − 1 + v3
ln x
As fórmulas são,
∂v
∂x
= −
∂F
∂x
∂F
∂v
= −
2tg(2x2y)sec2(2x2y) 4xy + v3
x
1 + 3v2 ln x
∂v
∂y
= −
∂F
∂y
∂F
∂v
= −
2tg(2x2y)sec2(2x2y) 2x2
1 + 3v2 ln x
84 / 103 Departamento Matemática (ISEP) Matemática 2 (Capı́tulo I)
Derivadas de Funções Definidas Implicitamente
Exemplo 28 (Cont.): A resposta é,
dv = −
8x2ytg(2x2y)sec2(2x2y) + v3
x(1 + 3v2 ln x)
dx+
+ −
2tg(2x2y)sec2(2x2y) 2x2
1 + 3v2 ln x
dy
Trata-se de uma função composta,
z
u
v
x
y
x
y
As derivada pedidas são,
∂z
∂x
=
∂z
∂u
∂u
∂x
+
∂z
∂v
∂v
∂x
∂z
∂y
=
∂z
∂u
∂u
∂y
+
∂z
∂v
∂v
∂y
85 / 103 Departamento Matemática (ISEP) Matemática 2 (Capı́tulo I)
Derivadas de Funções Definidas Implicitamente
Exemplo 28 (Cont.): O exercı́cio pede o cálculo da derivada para
x = 1 ∧ y = 0. Precisamos de calcular os correspondentes valores de
u e de v.
x = 1 ∧ y = 0 ⇒ u = 0 − 21−1+0 ⇒ u = −1;
x = 1 ∧ y = 0 ∧ u = −1 ⇒ v + tg2
(0) = 1 − v3 ln 1 ⇒ v = 1.
As derivadas pedidas são dadas por,
∂z
∂x
| x=1
y=0
u=-1
v=1
=
∂z
∂u
| u=-1
v=1
∂u
∂x
| x=1
y=0
+
∂z
∂v
| u=-1
v=1
∂v
∂x
| x=1
y=0
∂z
∂y
| x=1
y=0
u=-1
v=1
=
∂z
∂u
| u=-1
v=1
∂u
∂y
| x=1
y=0
+
∂z
∂v
| u=-1
v=1
∂v
∂y
| x=1
y=0
86 / 103 Departamento Matemática (ISEP) Matemática 2 (Capı́tulo I)
Derivadas de Funções Definidas Implicitamente
Exemplo 28 (Cont.): Calculemos todas as derivadas no ponto,
∂z
∂u
= −
v
u2
⇒
∂z
∂u
| u=-1
v=1
= −1
∂u
∂x
| x=1
y=0
= ln 2
∂z
∂v
=
1
u
⇒
∂z
∂v
| u=-1
v=1
= −1
∂v
∂x
| x=1
y=0
= −1
∂u
∂y
= ln(x +2)−ln(y +3)−
y
y + 3
−3×21−x+3y
ln 2 ⇒
∂u
∂y
| x=1
y=0
= −3 ln 2
∂v
∂y
| x=1
y=0
= 0
∂z
∂x
| x=1
y=0
+
∂z
∂y
| x=1
y=0
= (−1)×ln 2+(−1)×(−1)+(−1)×(−3 ln 2)+(−1)×0 =
= 1 + ln 4
87 / 103 Departamento Matemática (ISEP) Matemática 2 (Capı́tulo I)
Máximos e Mı́nimos de Funções de Duas Variáveis
Valores Máximos e Mı́nimos de Funções de duas Variáveis
88 / 103 Departamento Matemática (ISEP) Matemática 2 (Capı́tulo I)
Máximos e Mı́nimos de Funções de Duas Variáveis
Uma função f de duas variáveis de domı́nio D, tem um
máximo global em (a, b) se
f(x, y) ≤ f(a, b); ∀(x, y) ∈ D
O número f(a, b) chama-se valor máximo.
máximo local em (a, b) se
f(x, y) ≤ f(a, b)
para todos os pontos (x, y) numa vizinhança de (a, b), ou seja,
pertencentes a um disco de centro (a, b).
O número f(a, b) chama-se valor máximo local.
89 / 103 Departamento Matemática (ISEP) Matemática 2 (Capı́tulo I)
Máximos e Mı́nimos de Funções de Duas Variáveis
Uma função f de duas variáveis de domı́nio D, tem um
mı́nimo global em (a, b) se
f(x, y) ≥ f(a, b); ∀(x, y) ∈ D
O número f(a, b) chama-se valor mı́nimo.
mı́nimo local em (a, b) se
f(x, y) ≥ f(a, b)
para todos os pontos (x, y) numa vizinhança de (a, b), ou seja,
pertencentes a um disco de centro (a, b).
O número f(a, b) chama-se valor mı́nimo local.
90 / 103 Departamento Matemática (ISEP) Matemática 2 (Capı́tulo I)
Máximos e Mı́nimos de Funções de Duas Variáveis
Teorema
Se f tem um máximo ou mı́nimo local em (a, b) e se as derivadas
parciais de 1a ordem existirem, então
∂f
∂x
|(a,b) = 0 e
∂f
∂y
|(a,b) = 0
Definição
Um ponto (a, b) chama-se ponto crı́tico (ou ponto estacionário) se:
∂f
∂x
|(a,b) = 0;
∂f
∂y
|(a,b) = 0 OU
Uma das derivadas parciais não existe.
Assim, se f tem um máximo ou mı́nimo local em (a, b), então (a, b) é
um ponto crı́tico de f.
91 / 103 Departamento Matemática (ISEP) Matemática 2 (Capı́tulo I)
Máximos e Mı́nimos de Funções de Duas Variáveis
Tal como acontece em funções univariável, nem todos os pontos
crı́ticos são máximos ou mı́nimos locais.
Exemplo 29: Seja f(x, y) = x2 + y2 − 2x − 6y + 14.
As derivadas parciais são:
∂f
∂x
= 2x − 2 e
∂f
∂y
= 2y − 6
Se igualarmos estas derivadas a zero obtemos o ponto crı́tico (1, 3).
De facto trata-se de um mı́nimo local (e também global).
92 / 103 Departamento Matemática (ISEP) Matemática 2 (Capı́tulo I)
Máximos e Mı́nimos de Funções de Duas Variáveis
Exemplo 30: Encontrar os valores extremos de f(x, y) = y2 − x2.
As derivadas parciais são:
∂f
∂x
= −2x e
∂f
∂y
= 2y
Se igualarmos estas derivadas a zero obtemos o ponto crı́tico (0, 0).
Neste caso o ponto crı́tico nem é um máximo, nem um mı́nimo local,
pois em qualquer disco centrado em (0, 0) tem pontos com valores
positivos e pontos com valores negativos.
93 / 103 Departamento Matemática (ISEP) Matemática 2 (Capı́tulo I)
Máximos e Mı́nimos de Funções de Duas Variáveis
Como determinar os extremos locais?
Definição
Seja f = f(x, y), se existirem as derivadas parciais de primeira e
segunda ordens em (a, b), então
H = H(a, b) =
∂2f
∂x2
|(a,b)
∂2f
∂x∂y
|(a,b)
∂2f
∂y∂x
|(a,b)
∂2f
∂y2
|(a,b)
chama-se Determinante Hessiano.
94 / 103 Departamento Matemática (ISEP) Matemática 2 (Capı́tulo I)
Máximos e Mı́nimos de Funções de Duas Variáveis
Teste do Determinante Hessiano
Suponhamos que:
as segundas derivadas parciais de f são contı́nuas num disco de
centro em (a, b);
∂f
∂x
|(a,b) = 0 e
∂f
∂y
|(a,b) = 0, [(a, b) é um ponto crı́tico de f].
Seja H = H(a, b) o determinante Hessiano.
Se H  0 e
∂2f
∂x2
|(a,b)  0, então f(a, b) é um mı́nimo local;
Se H  0 e
∂2f
∂x2
|(a,b)  0, então f(a, b) é um máximo local;
Se H  0 então f(a, b) não é nem mı́nimo nem máximo local,
denomina-se ponto sela.
Se H = 0 o teste é inconclusivo.
95 / 103 Departamento Matemática (ISEP) Matemática 2 (Capı́tulo I)
Máximos e Mı́nimos de Funções de Duas Variáveis
Exemplo 31: Encontrar os valores máximos e mı́nimos locais da
função f(x, y) = x4 + y4 − 4xy + 1.
Resolução: Calculemos primeiros os pontos crı́ticos:
∂f
∂x
= 4x3
− 4y e
∂f
∂y
= 4y3
− 4x
Se igualarmos estas derivadas a zero obtemos:
x3 − y = 0 e y3 − x = 0
Substitua-se y = x3 na segunda equação:
x9 − x = x(x8 − 1) = x(x4 − 1)(x4 + 1) =
x(x2 − 1)(x2 + 1)(x4 + 1) = x(x − 1)(x + 1)(x2 + 1)(x4 + 1) = 0
Logo as raı́zes são: −1, 0, 1.
Assim os três pontos crı́ticos são (−1, −1), (0, 0) e (1, 1).
96 / 103 Departamento Matemática (ISEP) Matemática 2 (Capı́tulo I)
Máximos e Mı́nimos de Funções de Duas Variáveis
Exemplo 31 (Cont.): Calcule-se as segundas derivadas e H(x, y):
∂2f
∂x2
= 12x2 ∂2f
∂x∂y
=
∂2f
∂y∂x
= −4
∂2f
∂y2
= 12y2
O determinante Hessiano é
H = H(x, y) =
12x2 −4
−4 12y2 = 144x2
y2
− 16
H(−1, −1) = 128  0 e
∂2f
∂x2
|(−1,−1) = 12  0, logo f(−1, −1) é
um mı́nimo local;
H(0, 0) = −16  0, logo f(0, 0) não é nem máximo nem mı́nimo
local (ponto sela);
H(1, 1) = 128  0 e
∂2f
∂x2
|(1,1) = 12  0, logo f(−1, −1) é um
mı́nimo local.
97 / 103 Departamento Matemática (ISEP) Matemática 2 (Capı́tulo I)
Máximos e Mı́nimos de Funções de Duas Variáveis
Exemplo 31 (Cont.): A figura representa o gráfico da função
f(x, y) = x4 + y4 − 4xy + 1.
98 / 103 Departamento Matemática (ISEP) Matemática 2 (Capı́tulo I)
Máximos e Mı́nimos de Funções de Duas Variáveis
Exemplo 32: Pretende-se construir uma caixa retangular sem tampa
a partir de 12m2 de cartão. Encontrar o volume máximo da caixa.
Resolução: Sejam o comprimento, largura e altura da caixa (em
metros) representadas por x, y e z respetivamente.
99 / 103 Departamento Matemática (ISEP) Matemática 2 (Capı́tulo I)
Máximos e Mı́nimos de Funções de Duas Variáveis
Exemplo 32 (cont.): O volume da caixa é dado por
V = xyz
Podemos expressar V como uma função de duas variáveis x e y
usando o fato de que a área dos quatros lados e da base é dada por:
2xz + 2yz + xy = 12
Resolvendo esta equação em ordem a z, obtemos:
z =
12 − xy
2(x + y)
Logo o volume da caixa é dado por:
V = xy
12 − xy
2(x + y)
=
12xy − x2y2
2(x + y)
100 / 103 Departamento Matemática (ISEP) Matemática 2 (Capı́tulo I)
Máximos e Mı́nimos de Funções de Duas Variáveis
Exemplo 32 (cont.): Calcule-se as derivadas parciais de V:
∂V
∂x
=
y2(12 − 2xy − x2)
2(x + y)2
;
∂V
∂y
=
x2(12 − 2xy − y2)
2(x + y)2
Igualando as derivadas a zero vem (note-se que para x = 0 e y = 0
vinha V = 0):
12 − 2xy − x2 = 0 ; 12 − 2xy − y2 = 0
Implica que x2 = y2 e logo x = y. (Note-se que x e y são valores
positivos).
Se substituirmos x = y am ambas equações obtemos:
12 − 3x2
= 0 ⇔ x = 2 ∧ y = 2
101 / 103 Departamento Matemática (ISEP) Matemática 2 (Capı́tulo I)
Máximos e Mı́nimos de Funções de Duas Variáveis
Exemplo 32 (cont.): Calcule-se z:
z =
12 − 2 × 2
2(2 + 2)
= 1
Assim o ponto crı́tico é (2, 2, 1). Para aplicar o teste do determinante
Hessiano:
∂2V
∂x2
= −
y2(y2 + 12)
(x + y)3
;
∂2V
∂x2 (2,2) = −1
∂2V
∂y2
= −
x2(x2 + 12)
(x + y)3
;
∂2V
∂y2 (2,2) = −1
∂2V
∂x∂y
=
∂2V
∂y∂x
= −
y(xy2 + 3x2y + x3 − 12x)
(x + y)3
;
∂2V
∂x∂y (2,2) = −
1
2
102 / 103 Departamento Matemática (ISEP) Matemática 2 (Capı́tulo I)
Máximos e Mı́nimos de Funções de Duas Variáveis
Exemplo 32 (cont.): O determinante Hessiano é
H = H(2, 2) =
−1 −1
2
−1
2 −1
=
3
4
Como
H(2, 2)  0 e
∂2V
∂x2 (2,2) = −1  0,
verifica-se que existe um máximo local em x = 2, y = 2 e z = 1.
Sendo então o volume máximo dado por
V = 2 × 2 × 1 = 4m3
103 / 103 Departamento Matemática (ISEP) Matemática 2 (Capı́tulo I)

Mais conteúdo relacionado

Semelhante a Cap1 _ Funções_Multivariavel.pdf

Semelhante a Cap1 _ Funções_Multivariavel.pdf (20)

www.aulaparticularonline.net.br - Matemática - Função Afim
www.aulaparticularonline.net.br - Matemática -  Função Afimwww.aulaparticularonline.net.br - Matemática -  Função Afim
www.aulaparticularonline.net.br - Matemática - Função Afim
 
Amii a complexa_2011
Amii a complexa_2011Amii a complexa_2011
Amii a complexa_2011
 
Www.uff.br gma informacoes disciplinas_calc 03 -a- 2012-2_lista 7
Www.uff.br gma informacoes disciplinas_calc 03 -a- 2012-2_lista 7Www.uff.br gma informacoes disciplinas_calc 03 -a- 2012-2_lista 7
Www.uff.br gma informacoes disciplinas_calc 03 -a- 2012-2_lista 7
 
Função 2o grau
Função 2o grauFunção 2o grau
Função 2o grau
 
SLIDEScal2 (3).pdf
SLIDEScal2 (3).pdfSLIDEScal2 (3).pdf
SLIDEScal2 (3).pdf
 
CÁLCULO II.pptx
CÁLCULO II.pptxCÁLCULO II.pptx
CÁLCULO II.pptx
 
Teste cálculo Jan2020 resolvido
Teste cálculo Jan2020 resolvidoTeste cálculo Jan2020 resolvido
Teste cálculo Jan2020 resolvido
 
1 ano função afim
1 ano   função afim1 ano   função afim
1 ano função afim
 
Matematica aplic economia_201101
Matematica  aplic economia_201101Matematica  aplic economia_201101
Matematica aplic economia_201101
 
ficha-de trabalho derivadas parciais3.pdf
ficha-de trabalho derivadas parciais3.pdfficha-de trabalho derivadas parciais3.pdf
ficha-de trabalho derivadas parciais3.pdf
 
03 calculo diferencial-parte2
03 calculo diferencial-parte203 calculo diferencial-parte2
03 calculo diferencial-parte2
 
Apostila pré cálculo
Apostila pré cálculoApostila pré cálculo
Apostila pré cálculo
 
Func log
Func logFunc log
Func log
 
Func log
Func logFunc log
Func log
 
Cálculo diferencial e integral de várias variáveis unid iii
Cálculo diferencial e integral de várias variáveis   unid iiiCálculo diferencial e integral de várias variáveis   unid iii
Cálculo diferencial e integral de várias variáveis unid iii
 
aula7p.pdf
aula7p.pdfaula7p.pdf
aula7p.pdf
 
Calc2 lista04
Calc2 lista04Calc2 lista04
Calc2 lista04
 
Função
FunçãoFunção
Função
 
Funcao exponencial
Funcao exponencialFuncao exponencial
Funcao exponencial
 
Cadeno 1 integrais duplos e intregrais de linha
Cadeno 1 integrais duplos e intregrais de linhaCadeno 1 integrais duplos e intregrais de linha
Cadeno 1 integrais duplos e intregrais de linha
 

Último

Portfolio_Trilha_Meio_Ambiente_e_Sociedade.pdf
Portfolio_Trilha_Meio_Ambiente_e_Sociedade.pdfPortfolio_Trilha_Meio_Ambiente_e_Sociedade.pdf
Portfolio_Trilha_Meio_Ambiente_e_Sociedade.pdfjanainadfsilva
 
Libras Jogo da memória em LIBRAS Memoria
Libras Jogo da memória em LIBRAS MemoriaLibras Jogo da memória em LIBRAS Memoria
Libras Jogo da memória em LIBRAS Memorialgrecchi
 
A horta do Senhor Lobo que protege a sua horta.
A horta do Senhor Lobo que protege a sua horta.A horta do Senhor Lobo que protege a sua horta.
A horta do Senhor Lobo que protege a sua horta.silves15
 
A poesia - Definições e Característicass
A poesia - Definições e CaracterísticassA poesia - Definições e Característicass
A poesia - Definições e CaracterísticassAugusto Costa
 
Dicionário de Genealogia, autor Gilber Rubim Rangel
Dicionário de Genealogia, autor Gilber Rubim RangelDicionário de Genealogia, autor Gilber Rubim Rangel
Dicionário de Genealogia, autor Gilber Rubim RangelGilber Rubim Rangel
 
Slides Lição 5, Betel, Ordenança para uma vida de vigilância e oração, 2Tr24....
Slides Lição 5, Betel, Ordenança para uma vida de vigilância e oração, 2Tr24....Slides Lição 5, Betel, Ordenança para uma vida de vigilância e oração, 2Tr24....
Slides Lição 5, Betel, Ordenança para uma vida de vigilância e oração, 2Tr24....LuizHenriquedeAlmeid6
 
Rotas Transaarianas como o desrto prouz riqueza
Rotas Transaarianas como o desrto prouz riquezaRotas Transaarianas como o desrto prouz riqueza
Rotas Transaarianas como o desrto prouz riquezaronaldojacademico
 
análise de redação completa - Dissertação
análise de redação completa - Dissertaçãoanálise de redação completa - Dissertação
análise de redação completa - DissertaçãoMaiteFerreira4
 
Música Meu Abrigo - Texto e atividade
Música   Meu   Abrigo  -   Texto e atividadeMúsica   Meu   Abrigo  -   Texto e atividade
Música Meu Abrigo - Texto e atividadeMary Alvarenga
 
VARIEDADES LINGUÍSTICAS - 1. pptx
VARIEDADES        LINGUÍSTICAS - 1. pptxVARIEDADES        LINGUÍSTICAS - 1. pptx
VARIEDADES LINGUÍSTICAS - 1. pptxMarlene Cunhada
 
PLANOS E EIXOS DO CORPO HUMANO.educacao física pptx
PLANOS E EIXOS DO CORPO HUMANO.educacao física pptxPLANOS E EIXOS DO CORPO HUMANO.educacao física pptx
PLANOS E EIXOS DO CORPO HUMANO.educacao física pptxSamiraMiresVieiradeM
 
2° ano_PLANO_DE_CURSO em PDF referente ao 2° ano do Ensino fundamental
2° ano_PLANO_DE_CURSO em PDF referente ao 2° ano do Ensino fundamental2° ano_PLANO_DE_CURSO em PDF referente ao 2° ano do Ensino fundamental
2° ano_PLANO_DE_CURSO em PDF referente ao 2° ano do Ensino fundamentalAntônia marta Silvestre da Silva
 
Ficha de trabalho com palavras- simples e complexas.pdf
Ficha de trabalho com palavras- simples e complexas.pdfFicha de trabalho com palavras- simples e complexas.pdf
Ficha de trabalho com palavras- simples e complexas.pdfFtimaMoreira35
 
PRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdf
PRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdfPRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdf
PRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdfprofesfrancleite
 
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...azulassessoria9
 
Slides Lição 5, CPAD, Os Inimigos do Cristão, 2Tr24, Pr Henrique.pptx
Slides Lição 5, CPAD, Os Inimigos do Cristão, 2Tr24, Pr Henrique.pptxSlides Lição 5, CPAD, Os Inimigos do Cristão, 2Tr24, Pr Henrique.pptx
Slides Lição 5, CPAD, Os Inimigos do Cristão, 2Tr24, Pr Henrique.pptxLuizHenriquedeAlmeid6
 
JOGO FATO OU FAKE - ATIVIDADE LUDICA(1).pptx
JOGO FATO OU FAKE - ATIVIDADE LUDICA(1).pptxJOGO FATO OU FAKE - ATIVIDADE LUDICA(1).pptx
JOGO FATO OU FAKE - ATIVIDADE LUDICA(1).pptxTainTorres4
 
o ciclo do contato Jorge Ponciano Ribeiro.pdf
o ciclo do contato Jorge Ponciano Ribeiro.pdfo ciclo do contato Jorge Ponciano Ribeiro.pdf
o ciclo do contato Jorge Ponciano Ribeiro.pdfCamillaBrito19
 
ENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdf
ENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdfENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdf
ENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdfLeloIurk1
 
CRUZADINHA - Leitura e escrita dos números
CRUZADINHA   -   Leitura e escrita dos números CRUZADINHA   -   Leitura e escrita dos números
CRUZADINHA - Leitura e escrita dos números Mary Alvarenga
 

Último (20)

Portfolio_Trilha_Meio_Ambiente_e_Sociedade.pdf
Portfolio_Trilha_Meio_Ambiente_e_Sociedade.pdfPortfolio_Trilha_Meio_Ambiente_e_Sociedade.pdf
Portfolio_Trilha_Meio_Ambiente_e_Sociedade.pdf
 
Libras Jogo da memória em LIBRAS Memoria
Libras Jogo da memória em LIBRAS MemoriaLibras Jogo da memória em LIBRAS Memoria
Libras Jogo da memória em LIBRAS Memoria
 
A horta do Senhor Lobo que protege a sua horta.
A horta do Senhor Lobo que protege a sua horta.A horta do Senhor Lobo que protege a sua horta.
A horta do Senhor Lobo que protege a sua horta.
 
A poesia - Definições e Característicass
A poesia - Definições e CaracterísticassA poesia - Definições e Característicass
A poesia - Definições e Característicass
 
Dicionário de Genealogia, autor Gilber Rubim Rangel
Dicionário de Genealogia, autor Gilber Rubim RangelDicionário de Genealogia, autor Gilber Rubim Rangel
Dicionário de Genealogia, autor Gilber Rubim Rangel
 
Slides Lição 5, Betel, Ordenança para uma vida de vigilância e oração, 2Tr24....
Slides Lição 5, Betel, Ordenança para uma vida de vigilância e oração, 2Tr24....Slides Lição 5, Betel, Ordenança para uma vida de vigilância e oração, 2Tr24....
Slides Lição 5, Betel, Ordenança para uma vida de vigilância e oração, 2Tr24....
 
Rotas Transaarianas como o desrto prouz riqueza
Rotas Transaarianas como o desrto prouz riquezaRotas Transaarianas como o desrto prouz riqueza
Rotas Transaarianas como o desrto prouz riqueza
 
análise de redação completa - Dissertação
análise de redação completa - Dissertaçãoanálise de redação completa - Dissertação
análise de redação completa - Dissertação
 
Música Meu Abrigo - Texto e atividade
Música   Meu   Abrigo  -   Texto e atividadeMúsica   Meu   Abrigo  -   Texto e atividade
Música Meu Abrigo - Texto e atividade
 
VARIEDADES LINGUÍSTICAS - 1. pptx
VARIEDADES        LINGUÍSTICAS - 1. pptxVARIEDADES        LINGUÍSTICAS - 1. pptx
VARIEDADES LINGUÍSTICAS - 1. pptx
 
PLANOS E EIXOS DO CORPO HUMANO.educacao física pptx
PLANOS E EIXOS DO CORPO HUMANO.educacao física pptxPLANOS E EIXOS DO CORPO HUMANO.educacao física pptx
PLANOS E EIXOS DO CORPO HUMANO.educacao física pptx
 
2° ano_PLANO_DE_CURSO em PDF referente ao 2° ano do Ensino fundamental
2° ano_PLANO_DE_CURSO em PDF referente ao 2° ano do Ensino fundamental2° ano_PLANO_DE_CURSO em PDF referente ao 2° ano do Ensino fundamental
2° ano_PLANO_DE_CURSO em PDF referente ao 2° ano do Ensino fundamental
 
Ficha de trabalho com palavras- simples e complexas.pdf
Ficha de trabalho com palavras- simples e complexas.pdfFicha de trabalho com palavras- simples e complexas.pdf
Ficha de trabalho com palavras- simples e complexas.pdf
 
PRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdf
PRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdfPRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdf
PRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdf
 
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
 
Slides Lição 5, CPAD, Os Inimigos do Cristão, 2Tr24, Pr Henrique.pptx
Slides Lição 5, CPAD, Os Inimigos do Cristão, 2Tr24, Pr Henrique.pptxSlides Lição 5, CPAD, Os Inimigos do Cristão, 2Tr24, Pr Henrique.pptx
Slides Lição 5, CPAD, Os Inimigos do Cristão, 2Tr24, Pr Henrique.pptx
 
JOGO FATO OU FAKE - ATIVIDADE LUDICA(1).pptx
JOGO FATO OU FAKE - ATIVIDADE LUDICA(1).pptxJOGO FATO OU FAKE - ATIVIDADE LUDICA(1).pptx
JOGO FATO OU FAKE - ATIVIDADE LUDICA(1).pptx
 
o ciclo do contato Jorge Ponciano Ribeiro.pdf
o ciclo do contato Jorge Ponciano Ribeiro.pdfo ciclo do contato Jorge Ponciano Ribeiro.pdf
o ciclo do contato Jorge Ponciano Ribeiro.pdf
 
ENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdf
ENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdfENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdf
ENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdf
 
CRUZADINHA - Leitura e escrita dos números
CRUZADINHA   -   Leitura e escrita dos números CRUZADINHA   -   Leitura e escrita dos números
CRUZADINHA - Leitura e escrita dos números
 

Cap1 _ Funções_Multivariavel.pdf

  • 1. Matemática 2 Cálculo Diferencial em IRn Capı́tulo I Licenciatura em Engenharia de Sistemas / ISEP (2019/2020) 1 / 103 Departamento Matemática (ISEP) Matemática 2 (Capı́tulo I)
  • 2. Conteúdo 1 Funções de Duas Variáveis Definição Domı́nio e Contradomı́nio Interpretação Geométrica Curvas de Nı́vel 2 Funções de n Variáveis 3 Derivadas Parciais 4 Diferencial Total 5 Derivadas de Funções Compostas 6 Derivadas de Funções Definidas Implicitamente 7 Máximos e Mı́nimos de Funções de Duas Variáveis 2 / 103 Departamento Matemática (ISEP) Matemática 2 (Capı́tulo I)
  • 3. Funções de Duas Variáveis Exemplos de Funções de Duas Variáveis 1 A temperatura T num determinado ponto da superfı́cie terrestre, num dado momento, depende da longitude x e da latitude y do ponto. Assim T é uma função de duas variáveis, x e y. Indicamos esta dependência funcional escrevendo: T = f(x, y) 2 O volume V de um cilindro depende do raio do cı́rculo base r e da altura h do cilindro. Esta relação é escrita pela equação V = πr2h. Dizemos que V é uma função de r e h e escrevemos: V(r, h) = πr2 h 3 / 103 Departamento Matemática (ISEP) Matemática 2 (Capı́tulo I)
  • 4. Funções de Duas Variáveis Definição Definição A função f de duas variáveis é uma regra que atribui a cada par ordenado de números reais (x, y), pertencentes a um conjunto D, um único valor real, representado por f(x, y). O conjunto D é o domı́nio de f. O conjunto de valores que a função f pode tomar, ou seja, D0 = {f(x, y)|(x, y) ∈ D} é o contradomı́nio de f. Escrevemos, z = f(x, y) para representar explicitamente o valor da função num ponto genérico (x, y). As variáveis x e y são as variáveis independentes; A variável z é a variável dependente. 4 / 103 Departamento Matemática (ISEP) Matemática 2 (Capı́tulo I)
  • 5. Funções de Duas Variáveis Domı́nio e Contradomı́nio Uma função de duas variáveis é uma função para a qual o domı́nio é um subconjunto de IR2 e o contradomı́nio é um subconjunto de IR. 5 / 103 Departamento Matemática (ISEP) Matemática 2 (Capı́tulo I)
  • 6. Funções de Duas Variáveis Exemplo 1: Considerem-se as funções seguintes f(x, y) = p x + y + 1 x − 1 , g(x, y) = x ln(y2 − x), h(x, y) = p 9 − x2 − y2 Calcule f(3, 2), g(8, 4), h(0, 0) e os domı́nios de f, de g e de h. Represente graficamente os domı́nios. Resolução: f(3, 2) = √ 3 + 2 + 1 3 − 1 = √ 6 2 . g(8, 4) = 8 ln(42 − 8) = 8 ln 8. h(0, 0) = √ 9 = 3. 6 / 103 Departamento Matemática (ISEP) Matemática 2 (Capı́tulo I)
  • 7. Funções de Duas Variáveis Exemplo 1 (Cont.): Domı́nio de f(x, y) = p x + y + 1 x − 1 . Df = n (x, y) ∈ IR2 : x + y + 1 ≥ 0 ∧ x 6= 1 o Como pretendemos representar graficamente o domı́nio, devemos escrever a expressão x + y + 1 ≥ 0 de modo adequado. SEMPRE QUE NA INEQUAÇÃO NENHUMA DAS VARIÁVEIS ESTÁ AO QUADRADO, RESOLVE-SE A INEQUAÇÃO EM ORDEM A y. Df = n (x, y) ∈ IR2 : y ≥ −x − 1 ∧ x 6= 1 o 7 / 103 Departamento Matemática (ISEP) Matemática 2 (Capı́tulo I)
  • 8. Funções de Duas Variáveis Exemplo 1 (Cont.): Df = {(x, y) ∈ IR2 : y ≥ −x − 1 ∧ x 6= 1} Para representar este domı́nio, faça-se: Represente-se a reta y = −x − 1, Considera-se a região acima da reta, incluindo a reta (porque o sinal é ≥), (Nota: se fosse y ≤ −x − 1, considerava-se a região abaixo da reta), Retiram-se os pontos correspondentes à reta x = 1. x y y = −x − 1 0 1 8 / 103 Departamento Matemática (ISEP) Matemática 2 (Capı́tulo I)
  • 9. Funções de Duas Variáveis Exemplo 1 (Cont.): Domı́nio de g(x, y) = x ln(y2 − x). Dg = n (x, y) ∈ IR2 : y2 − x > 0 o Como pretendemos representar graficamente o domı́nio, devemos escrever a expressão y2 − x > 0 de modo adequado. SEMPRE QUE NA INEQUAÇÃO SÓ UMA DAS VARIÁVEIS ESTÁ AO QUADRADO, RESOLVE-SE A INEQUAÇÃO EM ORDEM À OUTRA VARIÁVEL. Dg = n (x, y) ∈ IR2 : x < y2 o 9 / 103 Departamento Matemática (ISEP) Matemática 2 (Capı́tulo I)
  • 10. Funções de Duas Variáveis Exemplo 1 (Cont.): Dg = n (x, y) ∈ IR2 : x < y2 o Para representar este domı́nio, faça-se: Represente-se a parábola x = y2, Considera-se a região exterior à parábola, excluindo a parábola (porque o sinal é <), 0 x y x = y2 10 / 103 Departamento Matemática (ISEP) Matemática 2 (Capı́tulo I)
  • 11. Funções de Duas Variáveis Exemplo 1 (Cont.): Domı́nio de h(x, y) = p 9 − x2 − y2. Dh = n (x, y) ∈ IR2 : 9 − x2 − y2 ≥ 0 o Como pretendemos representar graficamente o domı́nio, devemos escrever a expressão 9 − x2 − y2 ≥ 0 de modo adequado. SEMPRE QUE NA INEQUAÇÃO AMBAS AS VARIÁVEIS ESTÃO AO QUADRADO, ISOLAM-SE AS VARIÁVEIS NO PRIMEIRO MEMBRO. Dh = n (x, y) ∈ IR2 : x2 + y2 ≤ 9 o 11 / 103 Departamento Matemática (ISEP) Matemática 2 (Capı́tulo I)
  • 12. Funções de Duas Variáveis Exemplo 1 (Cont.): Dh = n (x, y) ∈ IR2 : x2 + y2 ≤ 9 o Para representar este domı́nio, faça-se: Represente-se a circunferência x2 + y2 = 9, Considera-se a região interior à circunferência, incluindo a circunferência , −3 3 x y 0 12 / 103 Departamento Matemática (ISEP) Matemática 2 (Capı́tulo I)
  • 13. Funções de Duas Variáveis Exemplo 2: Determine a represente graficamente o domı́nio da função, f(x, y) = arcsen(x + y) Resolução: Df = n (x, y) ∈ IR2 : −1 ≤ y + x ≤ 1 o Como pretendemos representar graficamente o domı́nio, devemos escrever a expressão −1 ≤ y + x ≤ 1 de modo adequado. Neste caso, como temos duas desigualdades, devemos representá-las em sistema, y + x ≤ 1 −1 ≤ y + x = y + x ≤ 1 y + x ≥ −1 SEMPRE QUE NA INEQUAÇÃO NENHUMA DAS VARIÁVEIS ESTÁ AO QUADRADO, RESOLVE-SE A INEQUAÇÃO EM ORDEM A y. 13 / 103 Departamento Matemática (ISEP) Matemática 2 (Capı́tulo I)
  • 14. Funções de Duas Variáveis Exemplo 2 (Cont.): y ≤ −x + 1 y ≥ −x − 1 Para representar este domı́nio, faça-se: Represente-se as retas y = −x + 1 (1) e y = −x − 1 (2), Considera-se a região acima da reta (2) e abaixo da reta (1). (As retas pertencem ao domı́nio). x y y = −x − 1 y = −x + 1 0 14 / 103 Departamento Matemática (ISEP) Matemática 2 (Capı́tulo I)
  • 15. Funções de Duas Variáveis Exemplo 3: Determine a represente graficamente o domı́nio da função, f(x, y) = r y − 1 x + 2 + ln(9 − x2 − y2 ) Resolução: Df = (x, y) ∈ IR2 : y − 1 x + 2 ≥ 0 ∧ x + 2 6= 0 ∧ 9 − x2 − y2 0 Como pretendemos representar graficamente o domı́nio, devemos escrever a expressão 9 − x2 − y2 0 de modo adequado. SEMPRE QUE NA INEQUAÇÃO AMBAS AS VARIÁVEIS ESTÃO AO QUADRADO, ISOLAM-SE AS VARIÁVEIS NO PRIMEIRO MEMBRO. Df = (x, y) ∈ IR2 : y − 1 x + 2 ≥ 0 ∧ x + 2 6= 0 ∧ x2 + y2 9 15 / 103 Departamento Matemática (ISEP) Matemática 2 (Capı́tulo I)
  • 16. Funções de Duas Variáveis Exemplo 3 (Cont.): Temos de resolvar a inequação, y − 1 x + 2 ≥ 0. Note-se que pretendemos obter os valores de x e y que tornam a desigualdade verdadeira. Uma fração toma o valor positivo se o numerador e o denominador forem ambos positivos, ou se o numerador e o denominador forem ambos negativos, logo, y − 1 x + 2 ≥ 0 ⇔ (y − 1 ≥ 0 ∧ x + 2 0) ∨ (y − 1 ≤ 0 ∧ x + 2 0) ⇔ (y ≥ 1 ∧ x −2) ∨ (y ≤ 1 ∧ x −2) O domı́nio é, Df = (x, y) ∈ IR2 : ((y ≥ 1 ∧ x −2) ∨ (y ≤ 1 ∧ x −2)) ∧ ∧ x2 + y2 9 16 / 103 Departamento Matemática (ISEP) Matemática 2 (Capı́tulo I)
  • 17. Funções de Duas Variáveis Exemplo 3 (Cont.): Segue-se a representação gráfica do domı́nio, Df = (x, y) ∈ IR2 : ((y ≥ 1 ∧ x −2) ∨ (y ≤ 1 ∧ x −2)) ∧ ∧ x2 + y2 9 −2 1 x y 0 17 / 103 Departamento Matemática (ISEP) Matemática 2 (Capı́tulo I)
  • 18. Funções de Duas Variáveis Exemplo 4: Determine a represente graficamente o domı́nio da função, f(x, y) = e q − x y 4 − y2 + ln(x2 + y − 1) Resolução: Df = (x, y) ∈ IR2 : − x y ≥ 0 ∧ 4 − y2 6= 0 ∧ x2 + y − 1 0 Como pretendemos representar graficamente o domı́nio, devemos escrever a expressão x2 + y − 1 0 de modo adequado. SEMPRE QUE NA INEQUAÇÃO SÓ UMA DAS VARIÁVEIS ESTÁ AO QUADRADO, RESOLVE-SE A INEQUAÇÃO EM ORDEM À OUTRA VARIÁVEL. Df = (x, y) ∈ IR2 : − x y ≥ 0 ∧ 4 − y2 6= 0 ∧ y −x2 + 1 18 / 103 Departamento Matemática (ISEP) Matemática 2 (Capı́tulo I)
  • 19. Funções de Duas Variáveis Exemplo 4 (Cont.): Temos de resolvar a inequação − x y ≥ 0 e a equação 4 − y2 6= 0. − x y ≥ 0 ⇔ x y ≤ 0. Note-se que pretendemos obter os valores de x e y que tornam a desigualdade verdadeira. Uma fração toma o valor negativo se o numerador for positivo e o denominador negativo, ou se o numerador for negativo e o denominador for positivo, logo, x y ≤ 0 ⇔ (x ≥ 0 ∧ y 0) ∨ (x ≤ 0 ∧ y 0) 4 − y2 6= 0 ⇔ y2 6= 4 ⇔ y 6= ±2 19 / 103 Departamento Matemática (ISEP) Matemática 2 (Capı́tulo I)
  • 20. Funções de Duas Variáveis Exemplo 4 (Cont.): O domı́nio é, Df = (x, y) ∈ IR2 : ((x ≥ 0 ∧ y 0) ∨ (x ≤ 0 ∧ y 0)) ∧ ∧ y 6= ±2 ∧ y −x2 + 1 Segue-se a sua representação gráfica, x y 0 y = 2 y = −2 20 / 103 Departamento Matemática (ISEP) Matemática 2 (Capı́tulo I)
  • 21. Funções de Duas Variáveis Interpretação Geométrica Seja f uma função com duas variáveis (x, y) ∈ D. A representação gráfica de f permite visualizar o seu comportamento. O gráfico de f consiste no conjunto de todos os pontos (x, y, z) ∈ IR3 tais que z = f(x, y) e (x, y) ∈ D. O gráfico de f é uma superfı́cie S de equação z = f(x, y). O gráfico S de f localiza-se na parte superior ou na parte inferior relativamente ao seu domı́nio D no plano xOy. 21 / 103 Departamento Matemática (ISEP) Matemática 2 (Capı́tulo I)
  • 22. Funções de Duas Variáveis Interpretação Geométrica (a) f(x, y) = p 9 − x2 − y2 (b) g(x, y) = (x2 + 2y2 )e−x2 −y2 (c) h(x, y) = sin x +sin y (d) i(x, y) = sin x sin y xy 22 / 103 Departamento Matemática (ISEP) Matemática 2 (Capı́tulo I)
  • 23. Funções de Duas Variáveis Curvas de Nı́vel Curvas de Nı́vel As curvas de nı́vel de uma função f de duas variáveis são as curvas de equação f(x, y) = k (k ∈ D0 f ). Para cada k, constitui o conjunto de todos os pontos no domı́nio de f para os quais f toma um dado valor k. Mostram onde o gráfico de f tem altura k. Resultam da intersecção do gráfico de f com o plano horizontal z = k, projectada no plano xOy. Mapa de Contornos Um mapa de contornos de uma função f de duas variáveis é a representação gráfica das curvas de nı́vel de f para os diferentes valores de k. 23 / 103 Departamento Matemática (ISEP) Matemática 2 (Capı́tulo I)
  • 24. Funções de Duas Variáveis Curvas de Nı́vel 24 / 103 Departamento Matemática (ISEP) Matemática 2 (Capı́tulo I)
  • 25. Funções de Duas Variáveis Curvas de Nı́vel 25 / 103 Departamento Matemática (ISEP) Matemática 2 (Capı́tulo I)
  • 26. Funções de Duas Variáveis Curvas de Nı́vel 26 / 103 Departamento Matemática (ISEP) Matemática 2 (Capı́tulo I)
  • 27. Funções de Duas Variáveis Curvas de Nı́vel 27 / 103 Departamento Matemática (ISEP) Matemática 2 (Capı́tulo I)
  • 28. Funções de Duas Variáveis Curvas de Nı́vel Exemplo 5: As curvas de nı́vel da função h(x, y) = 4x2 + y2 são 4x2 + y2 = k ⇔ x2 k/4 + y2 k = 1 que para k 0 representa a famı́lia de elipses de semi-eixos √ k/2 e √ k. A figura mostra o mapa de contornos desta função. 28 / 103 Departamento Matemática (ISEP) Matemática 2 (Capı́tulo I)
  • 29. Funções de Duas Variáveis Curvas de Nı́vel Exemplo 6: Represente as curvas de nı́vel da função f(x, y) = 6 − 3x − 2y para os valores k = −6, 0, 6, 12. Resolução: A representação gráfica da função é um plano de equação z = 6 − 3x − 2y; A interceção desse plano com planos paralelos ao plano XOY, planos de equação z = k, (k ∈ IR), são retas; Para obter as equações das retas faça-se, k = 6 − 3x − 2y; Para k = −6, 0, 6, 12, obtemos as retas: k = −6 ⇒ y = −3 2 x + 6 k = 0 ⇒ y = −3 2 x + 3 k = 6 ⇒ y = −3 2 x k = 12 ⇒ y = −3 2 x − 3 29 / 103 Departamento Matemática (ISEP) Matemática 2 (Capı́tulo I)
  • 30. Funções de Duas Variáveis Curvas de Nı́vel Exemplo 6 (Cont.): Na figura está representado o mapa de contornos. k = − 6 k = 0 k = 6 k = 1 2 x y 0 30 / 103 Departamento Matemática (ISEP) Matemática 2 (Capı́tulo I)
  • 31. Funções de Duas Variáveis Curvas de Nı́vel Exemplo 7: Represente as curvas de nı́vel da função g(x, y) = p 9 − x2 − y2 para os valores k = 0, 1, 2, 3. Resolução: A representação gráfica da função é uma semi-esfera de equação z = p 9 − x2 − y2; A interceção dessa semi-esfera com planos paralelos ao plano XOY, planos de equação z = k, (k ∈ IR), são circunferências; Para obter as equações das circunferências faça-se, k = p 9 − x2 − y2; Para k = 0, 1, 2, 3, obtemos as circunferências: k = 0 ⇒ x2 + y2 = 9 k = 1 ⇒ x2 + y2 = 8 k = 2 ⇒ x2 + y2 = 5 k = 3 ⇒ x2 + y2 = 0 31 / 103 Departamento Matemática (ISEP) Matemática 2 (Capı́tulo I)
  • 32. Funções de Duas Variáveis Curvas de Nı́vel Exemplo 7 (Cont.): Na figura está representado o mapa de contornos. k = 3 k = 0 k = 1 k = 2 x y 0 32 / 103 Departamento Matemática (ISEP) Matemática 2 (Capı́tulo I)
  • 33. Funções de Duas Variáveis Funções Multivariável Uma função de n variáveis, f, consiste numa regra que atribui a cada n-uplo (x1, ..., xn) num domı́nio D ⊂ IRn , um único número real representado por f(x1, ..., xn). Exemplos: A temperatura T num ponto da superfı́cie terrestre, num dado momento, depende da longitude x, da latitude y e do tempo t, então podemos escrever: T = f(x, y, t) Determinar o domı́nio da função f(x, y, z) = ln(z − y) + xy sin z. D = {(x, y, z) ∈ IR3 : z − y 0} = {(x, y, z) ∈ IR3 : z y} D consiste em todos os pontos do espaço acima do plano z = y. 33 / 103 Departamento Matemática (ISEP) Matemática 2 (Capı́tulo I)
  • 34. Derivadas Parciais Derivadas Parciais Definição: Se f é uma função de duas variáveis, as suas derivadas parciais são: f0 x (x, y) = lim h→0 f(x + h, y) − f(x, y) h f0 y (x, y) = lim h→0 f(x, y + h) − f(x, y) h Notações para Derivadas Parciais Se z = f(x, y), escrevemos f0 x (x, y) = f0 x = ∂ ∂x f(x, y) = ∂f ∂x = ∂z ∂x f0 y (x, y) = f0 y = ∂ ∂y f(x, y) = ∂f ∂y = ∂z ∂y 34 / 103 Departamento Matemática (ISEP) Matemática 2 (Capı́tulo I)
  • 35. Derivadas Parciais Regras de Cálculo para as Derivadas Parciais de z = f(x, y) 1 Para encontrar f0 x , consideramos y como uma constante e derivamos f(x, y) em ordem a x. 2 Para encontrar f0 y , consideramos x como uma constante e derivamos f(x, y) em ordem a y. Exemplo 8: Se f(x, y) = xy − 2x + 6y, calcular f0 x (x, y) e f0 y (x, y). Resolução: Considerando y como uma constante e derivando f(x, y) em ordem a x, vem f0 x (x, y) = y − 2 Considerando x como uma constante e derivando f(x, y) em ordem a y, vem f0 y (x, y) = x + 6 35 / 103 Departamento Matemática (ISEP) Matemática 2 (Capı́tulo I)
  • 36. Derivadas Parciais Exemplo 9: Se f(x, y) = x3 + x2y3 − 2y2, calcular f0 x (2, 1) e f0 y (2, 1). Resolução: Considerando y como uma constante e derivando f(x, y) em ordem a x, vem f0 x (x, y) = 3x2 + 2xy3 ; f0 x (2, 1) = 3 × 22 + 2 × 2 × 13 = 16 Considerando x como uma constante e derivando f(x, y) em ordem a y, vem f0 y (x, y) = 3x2 y2 − 4y; f0 y (2, 1) = 3 × 22 × 12 − 4 × 1 = 8 36 / 103 Departamento Matemática (ISEP) Matemática 2 (Capı́tulo I)
  • 37. Derivadas Parciais A generalização das derivadas parciais para funções com mais de duas variáveis é direta. Ou seja, as regras e notações definidas para funções de duas variáveis também se aplicam a funções com mais de duas variáveis. Exemplo 10: Determinar ∂f ∂x , ∂f ∂y e ∂f ∂z se f(x, y, z) = exy ln z. Resolução: ∂f ∂x = yexy ln z, considerando y e z como constantes. ∂f ∂y = xexy ln z, considerando x e z como constantes. ∂f ∂z = exy z , considerando x e y como constantes. 37 / 103 Departamento Matemática (ISEP) Matemática 2 (Capı́tulo I)
  • 38. Derivadas Parciais Se z = f(x, y) for uma função de duas variáveis, então as suas derivadas parciais de 1a ordem também são funções de duas variáveis, e então podemos considerar as suas derivadas, denominadas derivadas parciais de 2a ordem de f. 1 Derivadas em ordem a x e em ordem a y de ∂f ∂x : ∂ ∂x ∂f ∂x = ∂2 f ∂x2 = ∂2 z ∂x2 ∂ ∂y ∂f ∂x = ∂2 f ∂x∂y = ∂2 z ∂x∂y 2 Derivadas em ordem a y e em ordem a x de ∂f ∂y : ∂ ∂y ∂f ∂y = ∂2 f ∂y2 = ∂2 z ∂y2 ∂ ∂x ∂f ∂y = ∂2 f ∂y∂x = ∂2 z ∂y∂x 38 / 103 Departamento Matemática (ISEP) Matemática 2 (Capı́tulo I)
  • 39. Derivadas Parciais Exemplo 11: Determinar todas as derivadas parciais de 2a ordem da função f(x, y) = ln(xy) − x3 + x2 y2 + y Resolução: Existem quatro derivadas parciais de 2a ordem: ∂2f ∂x2 , ∂2f ∂x∂y , ∂2f ∂y∂x , ∂2f ∂y2 Comecemos por calcular as derivadas de 1a ordem: ∂f ∂x = 1 x − 3x2 + 2xy2 ∂f ∂y = 1 y + 2yx2 + 1 39 / 103 Departamento Matemática (ISEP) Matemática 2 (Capı́tulo I)
  • 40. Derivadas Parciais Exemplo 11 (Cont.): As derivadas de 2a ordem são: 1 ∂2f ∂x2 = ∂ ∂x ∂f ∂x = ∂ ∂x 1 x − 3x2 + 2xy2 = − 1 x2 − 6x + 2y2 2 ∂2f ∂y2 = ∂ ∂y ∂f ∂y = ∂ ∂y 1 y + 2x2 y + 1 = − 1 y2 + 2x2 3 ∂2f ∂x∂y = ∂ ∂y ∂f ∂x = ∂ ∂y 1 x − 3x2 + 2xy2 = 4xy 4 ∂2f ∂y∂x = ∂ ∂x ∂f ∂y = ∂ ∂x 1 y + 2x2 y + 1 = 4xy 40 / 103 Departamento Matemática (ISEP) Matemática 2 (Capı́tulo I)
  • 41. Derivadas Parciais Exemplo 12: Determine as derivadas parciais de 1a ordem da função, h(x, y, z) = x2x+y2 + y ln z x Resolução: ∂h ∂x = 2 x2x+y2 ln x + (2x + y2 )x2x+y2−1 + y − z x2 z x = 2 x2x+y2 ln x + (2x + y2 )x2x+y2−1 − y x ∂h ∂y = 2y x2x+y2 ln x + ln z x ∂h ∂z = y 1 x z x = y z Notas: Na primeira parte da derivada em ordem a x, usou-se a fórmula (uv )0 ; Na derivada de um quociente só se usa a regra u v 0 , se o denominar não for uma constante, caso seja, usa-se a regra u k 0 = u0 k (k constante). 41 / 103 Departamento Matemática (ISEP) Matemática 2 (Capı́tulo I)
  • 42. Derivadas Parciais Exemplo 13: Determine as derivadas parciais de 1a ordem da função, f(x, y, z, t) = x y z2 tg(yt) Resolução: ∂h ∂x = y z2 tg(yt) ∂h ∂y = x z2 tg(yt) + y t x z2 sec2 (yt) ∂h ∂z = 2x y z tg(yt) ∂h ∂z = x y2 z2 sec2 (yt) Nota: Nos produtos em que um dos fatores é constante, usa-se a fórmula (k u) = k u0 , e NÃO se usa a fórmula (uv)0 . Por exemplo, (xyz2 tg(yt))0 x = yz2 tg(yt)x0 , ou seja, a constante fica inalterável e só se deriva a função. 42 / 103 Departamento Matemática (ISEP) Matemática 2 (Capı́tulo I)
  • 43. Derivadas Parciais Exemplo 14: Calcule a derivada indicada, z = arctg y x ; ∂z ∂x |(2,3) Resolução: ∂z ∂x = − y x2 1 + y x 2 ∂z ∂x |(2,3) = − 3 4 1 + 3 2 2 = − 3 13 Nota: Quando se pretende calcular a derivada de uma função num determinado ponto, não é necessário, nem devemos, simplificar a derivada antes de substituir no ponto (perdemos tempo e corremos o risco de nos enganarmos). 43 / 103 Departamento Matemática (ISEP) Matemática 2 (Capı́tulo I)
  • 44. Derivadas Parciais Exemplo 15: Considere a função u = y ln x 1 − y − yz−x+3y . Calcule ∂2u ∂x∂z |(1,2,1). Determine ∂3u ∂x∂z∂y . Resolução: Simplifique-se a função, u = y ln x 1 − y − yz−x+3y ⇔ u = y[ln x − ln(1 − y)] − yz−x+3y ⇔ u = y ln x − y ln(1 − y)] − yz−x+3y 44 / 103 Departamento Matemática (ISEP) Matemática 2 (Capı́tulo I)
  • 45. Derivadas Parciais Exemplo 15 (Cont.): Para calcular ∂2u ∂x∂z , primeiro deriva-se a função em ordem a x, depois deriva-se o resultado obtido em ordem a z. ∂u ∂x = y x + yz−x+3y ln y ∂2u ∂x∂z = yz−x+3y (ln y)2 ∂2u ∂x∂z |(1,2,1) = (ln 2)2 26 45 / 103 Departamento Matemática (ISEP) Matemática 2 (Capı́tulo I)
  • 46. Derivadas Parciais Exemplo 15 (Cont.): Para calcular ∂3u ∂x∂z∂y , primeiro deriva-se a função em ordem a x, depois deriva-se o resultado obtido em ordem a z e finalmente deriva-se o resultado obtido em ordem a y. ∂u ∂x = y x + yz−x+3y ln y ∂2u ∂x∂z = yz−x+3y (ln y)2 ∂3u ∂x∂z∂y = 2 ln y 1 y yz−x+3y +(ln y)2 h 3 yz−x+3y ln y + (z − x + 3y) yz−x+3y−1 i 46 / 103 Departamento Matemática (ISEP) Matemática 2 (Capı́tulo I)
  • 47. Diferencial Total Uma função derivável z = f(x, y) sofrerá um acréscimo (ou redução) se se variar cada uma das suas variáveis independentes, mantendo as demais constantes (acréscimo parcial), ou se as variarmos ao mesmo tempo (acréscimo total). A variação total da função z = f(x, y) é dada por: ∆z = f(x + ∆x, y + ∆y) − f(x, y) Definimos ∆x = dx e ∆y = dy como os diferenciais das variáveis independentes x e y. O Diferencial Total, dz, da função é definido por: Diferencial Total dz = ∂z ∂x dx + ∂z ∂y dy e representa uma aproximação da variação total da função, ou seja, dz ≈ ∆z A generalização é direta para funções de mais de duas variáveis. 47 / 103 Departamento Matemática (ISEP) Matemática 2 (Capı́tulo I)
  • 48. Diferencial Total 48 / 103 Departamento Matemática (ISEP) Matemática 2 (Capı́tulo I)
  • 49. Diferencial Total Exemplo 16: Considere a função z = f(x, y) = x2 + 3xy − y2. 1 Determine o diferencial dz. 2 Se x varia de 2 para 2.05 e y varia de 3 para 2.96, compare os valores de ∆z e dz. Resolução: 1 dz = ∂z ∂x dx + ∂z ∂y dy = (2x + 3y)dx + (3x − 2y)dy 2 Sejam x = 2, dx = ∆x = 0.05, y = 3 e dy = ∆y = −0.04, então dz = (2 × 2 + 3 × 3) × 0.05 + (3 × 2 − 2 × 3)(−0.04) = 0.65 O incremento de z é ∆z = f(2.05, 2.96) − f(2, 3) = 0.6449 Verifica-se ∆z ≈ dz 49 / 103 Departamento Matemática (ISEP) Matemática 2 (Capı́tulo I)
  • 50. Diferencial Total Exemplo 17: Aplicando o conceito de diferencial total, calcule um valor aproximado de √ 9.02 + ln 0.99. Resolução: Considere-se: f(x, y) = √ x + ln y x = 9 e ∆x = dx = 0.02 y = 1 e ∆y = dy = −0.01 Como o diferencial total aproxima a variação total da função, dadas as variações das variáveis independentes, tem-se √ 9.02 + ln 0.99 = f(9.02, 0.99) ≈ f(9, 1) + df(9, 1) 50 / 103 Departamento Matemática (ISEP) Matemática 2 (Capı́tulo I)
  • 51. Diferencial Total Exemplo 17 (Cont.): Sabemos que f(9, 1) = 3. O diferencial total é dado por: df = ∂f ∂x dx + ∂f ∂y dy = 1 2 √ x dx + 1 y dy df(9, 1) = 1 6 × 0.02 + 1 × (−0.01) = − 1 150 ≈ −0.0067 Assim, √ 9.02 + ln 0.99 = f(9.02, 0.99) ≈ 3 − 1 150 = 449 150 ≈ 2.99333 Nota: √ 9.02 + ln 0.99 = f(9.02, 0.99) ≈ 2.99328 51 / 103 Departamento Matemática (ISEP) Matemática 2 (Capı́tulo I)
  • 52. Diferencial Total Exemplo 18: Usando o conceito de diferencial total, determine um valor aproximado de f(0.99, 1.02, −0.02), sendo f(x, y, z) = ln √ x exy + 3xz Resolução: Pretendemos calcular um valor aproximado da função no ponto (0.99, 1.02, −0.02). Consideremos que as coordenadas do ponto (0.99, 1.02, −0.02), resultaram de pequenas perturbações do ponto (1, 1, 0). Considere-se o ponto e as perturbações das suas coordenadas: x = 1 ⇒ dx = −0.01, (x + dx = 0.99) y = 1 ⇒ dy = +0.02, (y + dy = 1.02) z = 0 ⇒ dz = −0.02, (z + dz = −0.02) 52 / 103 Departamento Matemática (ISEP) Matemática 2 (Capı́tulo I)
  • 53. Diferencial Total Exemplo 18 (Cont.): O valor do diferencial total é um valor aproximado da variação total da função, como resultado de variações/perturbações nas variáveis independentes. O valor da função nas variáveis perturbadas é aproximadamente igual ao valor da função nas variáveis não perturbadas, somado ao valor aproximado da perturbação provocada na função (diferencial). Assim, f(0.99, 1.02, −0.02) ≈ f(1, 1, 0) + df(1, 1, 0) 53 / 103 Departamento Matemática (ISEP) Matemática 2 (Capı́tulo I)
  • 54. Diferencial Total Exemplo 18 (Cont.): Calcule-se as derivadas de 1a ordem da função no ponto (1, 1, 0): ∂f ∂x = 1 2 exy + xyexy + 3z x exy + 3xz ⇒ ∂f ∂x |(1,1,0) = 1. ∂f ∂y = 1 2 x2exy x exy + 3xz ⇒ ∂f ∂y |(1,1,0) = 1 2 . ∂f ∂z = 1 2 3x x exy + 3xz ⇒ ∂f ∂z |(1,1,0) = 3 2e . A fórmula do diferencial num ponto é, df(1, 1, 0) = ∂f ∂x |(1,1,0) dx + ∂f ∂y |(1,1,0) dy + ∂f ∂z |(1,1,0) dz Fica, df(1, 1, 0) = 1 dx + 1 2 dy + 3 2e dz 54 / 103 Departamento Matemática (ISEP) Matemática 2 (Capı́tulo I)
  • 55. Diferencial Total Exemplo 18 (Cont.): Substituindo os acréscimos das variáveis independentes, df(1, 1, 0) = 1 × − 1 100 + 1 2 × 2 100 + 3 2e × − 2 100 = − 3 100e Como f(1, 1, 0) = 1 2 , a resposta à pergunta é, f(0.99, 1.02, −0.02) ≈ f(1, 1, 0) + df(1, 1, 0) = 1 2 − 3 100 × e Como curiosidade, f(0.99, 1.02, −0.02) ≈ 0.4888 1 2 − 3 100 × e ≈ 0.4890 55 / 103 Departamento Matemática (ISEP) Matemática 2 (Capı́tulo I)
  • 56. Diferencial Total Exemplo 19: Usando o conceito de diferencial total, determine um valor aproximado de ln(3.01) − (2.01 − sen(0.01)). Resolução: Consideremos a função, f(x, y, z) = ln x − (y − senz) = ln x − y + senz Pretendemos calcular um valor aproximado de f(3.01, 2.01, 0.01). Consideremos que as coordenadas do ponto (3.01, 2.01, 0.01), resultaram de pequenas perturbações do ponto (3, 2, 0). Considere-se o ponto e as perturbações das suas coordenadas: x = 3 ⇒ dx = +0.01, (x + dx = 3.01) y = 2 ⇒ dy = +0.01, (y + dy = 2.01) z = 0 ⇒ dz = +0.01, (z + dz = 0.01) 56 / 103 Departamento Matemática (ISEP) Matemática 2 (Capı́tulo I)
  • 57. Diferencial Total Exemplo 19 (Cont.): O valor do diferencial total é um valor aproximado da variação total da função, como resultado de variações/perturbações nas variáveis independentes. O valor da função nas variáveis perturbadas é aproximadamente igual ao valor da função nas variáveis não perturbadas, somado ao valor aproximado da perturbação provocada na função (diferencial). Assim, f(3.01, 2.01, 0.01) ≈ f(3, 2, 0) + df(3, 2, 0) 57 / 103 Departamento Matemática (ISEP) Matemática 2 (Capı́tulo I)
  • 58. Diferencial Total Exemplo 19 (Cont.): Calcule-se as derivadas de 1a ordem da função no ponto (3, 2, 0): ∂f ∂x = 1 x ⇒ ∂f ∂x |(3,2,0) = 1 3 . ∂f ∂y = −1 ⇒ ∂f ∂y |(3,2,0) = −1. ∂f ∂z = cos z ⇒ ∂f ∂z |(3,2,0) = 1. A fórmula do diferencial num ponto é, df(3, 2, 0) = ∂f ∂x |(3,2,0) dx + ∂f ∂y |(3,2,0) dy + ∂f ∂z |(3,2,0) dz Fica, df(3, 2, 0) = 1 3 dx + (−1) dy + 1 dz 58 / 103 Departamento Matemática (ISEP) Matemática 2 (Capı́tulo I)
  • 59. Diferencial Total Exemplo 19 (Cont.): Substituindo os acréscimos das variáveis independentes, df(3, 2, 0) = 1 3 × 1 100 + (−1) × 1 100 + 1 × 1 100 = 1 100 Como f(3, 2, 0) = ln 3 − 2, a resposta à pergunta é, f(3.01, 2.01, 0.01) ≈ f(3, 2, 0)+df(3, 2, 0) = ln 3−2+ 1 100 = ln 3− 199 100 Como curiosidade, f(3.01, 2.01, 0.01) ≈ −0.8981 ln 3 − 199 100 ≈ −0.8914 59 / 103 Departamento Matemática (ISEP) Matemática 2 (Capı́tulo I)
  • 60. Derivadas de Funções Compostas Recorde-se que se y = f(x) e x = g(t), ou seja, se f for uma função da variável x e se x for uma função da variável t então dizemos que f é uma função composta pois o argumento da função é ainda uma função. Indiretamente podemos, então, dizer que f é uma função de t, y = f(g(t)). y 7−→ x 7−→ t Se f e g forem funções deriváveis então podemos calcular a derivada de f em ordem a t: Regra da Cadeia (Funções de uma Variável) dy dt = dy dx dx dt 60 / 103 Departamento Matemática (ISEP) Matemática 2 (Capı́tulo I)
  • 61. Derivadas de Funções Compostas Exemplo 20: Sejam y = 2x2 + 1 e x = t3 + 3 calcular dy dt . Resolução: dy dx = 4x dx dt = 3t2 logo a derivada de f em ordem a t é dada por: dy dt = dy dx dx dt = 4x × 3t2 = 4(t3 + 3) × 3t2 = 12t2 (t3 + 3) 61 / 103 Departamento Matemática (ISEP) Matemática 2 (Capı́tulo I)
  • 62. Derivadas de Funções Compostas Suponhamos que z = f(x, y) e x = g(t) e y = h(t), ou seja, se z for uma função de duas variáveis x e y e se x e y forem funções da variável t então dizemos que z é uma função composta e indiretamente podemos dizer que z é uma função de t, z = f(g(t), h(t)). z%x7− →t y7− →t A variável z é a variável dependente, t é a variável independente e x e y são as variáveis intermediárias. Regra da Cadeia (Funções de duas Variáveis) (Caso I) Seja z = f(x, y) uma função em x e y derivável, onde x = g(t) e y = h(t), ambas funções deriváveis em t. Então z é derivável em t e z%x7− →t y7− →t dz dt = ∂z ∂x dx dt + ∂z ∂y dy dt 62 / 103 Departamento Matemática (ISEP) Matemática 2 (Capı́tulo I)
  • 63. Derivadas de Funções Compostas Exemplo 21: Seja z = x2y + 3xy4, onde x = sin(2t) e y = cos t, calcular dz dt em t = 0. Resolução: z%x7− →t y7− →t Pela regra da cadeia vem dz dt = ∂z ∂x dx dt + ∂z ∂y dy dt = (2xy + 3y4)(2 cos(2t)) + (x2 + 12xy3)(− sin t) Como queremos calcular a derivada num ponto não é necessário substituir x e y por t. Assim: t = 0 =⇒ x = sin 0 = 0 e y = cos 0 = 1. Logo dz dt |t=0 = (0 + 3)(2 cos(0)) + (0 + 0)(− sin 0) = 6 63 / 103 Departamento Matemática (ISEP) Matemática 2 (Capı́tulo I)
  • 64. Derivadas de Funções Compostas Suponhamos que z = f(x, y) tal que quer x, quer y são funções de duas variáveis: x = g(s, t) e y = h(s, t), ou seja, se z for uma função de duas variáveis x e y e se x e y forem funções de duas variáveis s e t então dizemos que z é uma função composta e indiretamente podemos dizer que z é uma função de s e t. A variável z é a variável dependente, s e t são as variáveis independente e x e y são as variáveis intermediárias. Regra da Cadeia (Funções de duas Variáveis) (Caso II) Seja z = f(x, y) uma função em x e y derivável, onde x = g(s, t) e y = h(s, t), ambas funções deriváveis em s e t. Então, z% x %s t y %s t ∂z ∂t = ∂z ∂x ∂x ∂t + ∂z ∂y ∂y ∂t ; ∂z ∂s = ∂z ∂x ∂x ∂s + ∂z ∂y ∂y ∂s 64 / 103 Departamento Matemática (ISEP) Matemática 2 (Capı́tulo I)
  • 65. Derivadas de Funções Compostas Exemplo 22: Seja z = ex sin y, onde x = st2 e y = s2t, determinar ∂z ∂s e ∂z ∂t . Resolução: z% x %s t y %s t Pela regra da cadeia vem ∂z ∂s = ∂z ∂x ∂x ∂s + ∂z ∂y ∂y ∂s = (ex sin y)(t2 ) + (ex cos y)(2st) = = t2est2 sin(s2t) + 2stest2 cos(s2t) ∂z ∂t = ∂z ∂x ∂x ∂t + ∂z ∂y ∂y ∂t = (ex sin y)(2st) + (ex cos y)(s2 ) = = 2stest2 sin(s2t) + s2est2 cos(s2t) 65 / 103 Departamento Matemática (ISEP) Matemática 2 (Capı́tulo I)
  • 66. Derivadas de Funções Compostas Exemplo 23: Seja z = arctan y x , onde x = ln(u2) e y = euv , determinar ∂z ∂u e ∂z ∂v no ponto (1, 0). Resolução: Se P = (1, 0) então u = 1 e v = 0, logo x = 0 e y = 1. Calculemos as diferentes derivadas; ∂z ∂x = −y/x2 1 + y2/x2 = − y x2 + y2 ; ∂z ∂x |P = −1 ∂z ∂y = 1/x 1 + y2/x2 = x x2 + y2 ; ∂z ∂y |P = 0 dx du = 2 u ; dx du |P = 2 ; ∂y ∂u = veuv ; ∂y ∂u |P = 0 ∂y ∂v = ueuv ; ∂y ∂v |P = 1 66 / 103 Departamento Matemática (ISEP) Matemática 2 (Capı́tulo I)
  • 67. Derivadas de Funções Compostas Exemplo 23 (Cont.): z%x7→u y %u v Pela regra da cadeia vem ∂z ∂u = ∂z ∂x dx du + ∂z ∂y ∂y ∂u ; ∂z ∂u |P = −1 × 2 + 0 × 0 = −2 ∂z ∂v = ∂z ∂y ∂y ∂v ; ∂z ∂v |P = 0 × 1 = 0 67 / 103 Departamento Matemática (ISEP) Matemática 2 (Capı́tulo I)
  • 68. Derivadas de Funções Definidas Implicitamente Suponhamos que uma equação da forma F(x, y) = 0 define y implicitamente como uma função de x, ou seja, y = f(x), ∀x ∈ Df . Derivada de Funções definidas Implicitamente dy dx = − ∂F ∂x ∂F ∂y Exemplo 24: Seja y = f(x) definida implicitamente por x2y − 3xy3 = 0. Determine a derivada de y em ordem a x. Resolução: Seja F(x, y) = x2y − 3xy3, então ∂F ∂x = 2xy − 3y3 e ∂F ∂y = x2 − 27xy2 . Logo dy dx = − 2xy − 3y3 x2 − 27xy2 . 68 / 103 Departamento Matemática (ISEP) Matemática 2 (Capı́tulo I)
  • 69. Derivadas de Funções Definidas Implicitamente Suponhamos que uma equação da forma F(x, y, z) = 0 define z implicitamente como uma função de x e de y, ou seja, z = f(x, y) ∀(x, y) ∈ Df Derivadas Parciais de Funções definidas Implicitamente ∂z ∂x = − ∂F ∂x ∂F ∂z ∂z ∂y = − ∂F ∂y ∂F ∂z 69 / 103 Departamento Matemática (ISEP) Matemática 2 (Capı́tulo I)
  • 70. Derivadas de Funções Definidas Implicitamente Exemplo 25: Determinar ∂z ∂x e ∂z ∂y se x3 + y3 + z3 + 6xyz = 1. Resolução: Seja F(x, y, z) = x3 + y3 + z3 + 6xyz − 1. Então ∂z ∂x = − ∂F ∂x ∂F ∂z = − 3x2 + 6yz 3z2 + 6xy = − x2 + 2yz z2 + 2xy e ∂z ∂y = − ∂F ∂y ∂F ∂z = − 3y2 + 6xz 3z2 + 6xy = − y2 + 2xz z2 + 2xy 70 / 103 Departamento Matemática (ISEP) Matemática 2 (Capı́tulo I)
  • 71. Derivadas de Funções Definidas Implicitamente Exemplo 26: Considere as funções, w = f(x, y, z) = (3x − 2)2y−2 + y arctg √ 2z − 1 x , sendo P(1, 1, 1) um ponto da curva; y = g(u, v) definida por y = √ 2u + v + 1 − ln y. Calcule ∂3w ∂y∂z∂x . Mostre que ∂y ∂u − 2 ∂y ∂v = 0. Sendo w = f(x, y, z), x = eu, y = g(u, v) e u = sen(z − 1), calcule ∂w ∂u |P, aplicando o teorema da derivada da função composta. 71 / 103 Departamento Matemática (ISEP) Matemática 2 (Capı́tulo I)
  • 72. Derivadas de Funções Definidas Implicitamente Exemplo 26 (Cont.): Resolução: Para calcular ∂3w ∂y∂z∂x , primeiro deriva-se a função em ordem a y, depois deriva-se o resultado obtido em ordem a z e finalmente deriva-se o resultado obtido em ordem a x. ∂w ∂y = 2(3x − 2)2y−2 ln(3x − 2) + arctg( √ 2z − 1) x ∂2w ∂y∂z = 1 x × 2 2 √ 2z−1 1 + ( √ 2z − 1)2 = 1 2xz √ 2z − 1 ∂3w ∂y∂z∂x = − 2z √ 2z − 1 4x2z2(2z − 1) = − 1 2x2z √ 2z − 1 72 / 103 Departamento Matemática (ISEP) Matemática 2 (Capı́tulo I)
  • 73. Derivadas de Funções Definidas Implicitamente Exemplo 26 (Cont.): A função y = f(u, v) é uma função de duas variáveis, definida na forma implı́cita. Faça-se, F(y, u, v) = y − √ 2u + v + 1 + ln y. ∂y ∂u = − ∂F ∂u ∂F ∂y = − − 2 2 √ 2u + v + 1 1 + 1 y = y √ 2u + v + 1(y + 1) ∂y ∂v = ∂F ∂v ∂F ∂y = − − 1 2 √ 2u + v + 1 1 + 1 y = y 2 √ 2u + v + 1(y + 1) Facilmente se prova que ∂y ∂u − 2 ∂y ∂v = 0. 73 / 103 Departamento Matemática (ISEP) Matemática 2 (Capı́tulo I)
  • 74. Derivadas de Funções Definidas Implicitamente Exemplo 26 (Cont.): Trata-se de uma função composta, w x y z u u v u Já vimos que a função y = g(u, v) está definida na forma implı́cita. Podemos considerar que z é uma função de u porque u = sen(z − 1) ⇔ z = arcsen u + 1 A derivada de w em ordem a u é dada por, ∂w ∂u = ∂w ∂x dx du + ∂w ∂y ∂y ∂u + ∂w ∂z dz du 74 / 103 Departamento Matemática (ISEP) Matemática 2 (Capı́tulo I)
  • 75. Derivadas de Funções Definidas Implicitamente Exemplo 26 (Cont.): O exercı́cio pede o cálculo da derivada no ponto P(1, 1, 1), ou seja x = 1, y = 1 e z = 1. Precisamos de calcular os correspondentes valores de u e de v. x = 1 ⇒ u = ln 1 ⇒ u = 0, porque x = eu; y = 1 ∧ u = 0 ⇒ 1 = √ 2 × 0 + v + 1 − ln 1 ⇒ v = 0, porque y = √ 2u + v + 1 − ln y. A derivada pedida é dada por, ∂w ∂u |P = ∂w ∂x |P dx du |u=0 + ∂w ∂y |P ∂y ∂u |u=0,v=0 + ∂w ∂z |P dz du |u=0 75 / 103 Departamento Matemática (ISEP) Matemática 2 (Capı́tulo I)
  • 76. Derivadas de Funções Definidas Implicitamente Exemplo 26 (Cont.): Resolução: Calculemos todas as derivadas no ponto, ∂w ∂x = 3(2y−2)(3x−2)2y−3 − y arctg √ 2z − 1 x2 ⇒ ∂w ∂x |P = −arctg 1 = − π 4 dx du = eu ⇒ dx du |u=0 = 1 ∂w ∂y |P = arctg 1 = π 4 ∂y ∂u |u=0,v=0 = 1 2 ∂w ∂z = y x × 2 2 √ 2z−1 1 + ( √ 2z − 1)2 ⇒ ∂w ∂z |P = 1 2 dz du = 1 √ 1 − u2 ⇒ dz du |u=0 = 1 ∂w ∂u |P = − π 4 × 1 + π 4 × 1 2 + 1 2 × 1 = 1 2 − π 4 76 / 103 Departamento Matemática (ISEP) Matemática 2 (Capı́tulo I)
  • 77. Derivadas de Funções Definidas Implicitamente Exemplo 27: Considere a função z = f(x, y) = ln p 3x + y + arctg x2y Calcule o valor aproximado de f(0.99, −1.98). Sendo z = f(x, y), x = ln(et) e y = 2u cos(u + t), calcule ∂z ∂t |{t=1,u=−1}, aplicando o teorema da derivada da função composta. Resolução: Pretendemos calcular um valor aproximado da função no ponto (0.99, −1.98). Consideremos que as coordenadas do ponto (0.99, −1.98), resultaram de pequenas perturbações do ponto (1, −2). x = 1 ⇒ dx = −0.01, (x + dx = 0.99) y = −2 ⇒ dy = +0.02, (y + dy = −1.98) 77 / 103 Departamento Matemática (ISEP) Matemática 2 (Capı́tulo I)
  • 78. Derivadas de Funções Definidas Implicitamente Exemplo 27 (Cont.): Então, f(0.99, −1.98) ≈ f(1, −2) + df(1, −2) Para calcular o diferencial no ponto, calcule-se primeiro, as derivadas de 1a ordem da função no ponto (1, −2): ∂f ∂x = 1 2 × 3 3x + y + 2y x2y−1 1 + x4y ⇒ ∂f ∂x |(1,−2) = − 1 2 ∂f ∂y = 1 2 × 1 3x + y + 2x2y ln x 1 + x4y ⇒ ∂f ∂y |(1,−2) = 1 2 A fórmula do diferencial num ponto é, df(1, −2) = ∂f ∂x |(1,−2) dx + ∂f ∂y |(1,−2) dy Fica, df(1, −2) = − 1 2 dx + 1 2 dy 78 / 103 Departamento Matemática (ISEP) Matemática 2 (Capı́tulo I)
  • 79. Derivadas de Funções Definidas Implicitamente Exemplo 27 (Cont.): Substituindo os acréscimos das variáveis independentes, df(1, −2) = − 1 2 − 1 100 + 1 2 2 100 Como f(1, −2) = π 4 , a resposta à pergunta é, f(0.99, −1.98) ≈ f(1, −2) + df(1, −2) = π 4 + 3 200 Como curiosidade, f(0.99, −1.98) ≈ 0.80027 π 4 − 1 200 ≈ 0.80040 79 / 103 Departamento Matemática (ISEP) Matemática 2 (Capı́tulo I)
  • 80. Derivadas de Funções Definidas Implicitamente Exemplo 27 (Cont.): Trata-se de uma função composta, z x y t u t A derivada de z em ordem a t é dada por, dz dt = ∂z ∂x dx dt + ∂z ∂y ∂y ∂t O exercı́cio pede o cálculo da derivada para t = 1 ∧ u = −1. Precisamos de calcular os correspondentes valores de x e de y. t = 1 ⇒ x = ln(e × 1) ⇒ x = 1; t = 1 ∧ u = −1 ⇒ y = −2 cos(0) ⇔ y = −2. Seja P = (1, −2), a derivada pedida é dada por, dz dt |{t=1,u=−1} = ∂z ∂x |P dx dt |t=1 + ∂z ∂y |P ∂y ∂t |{t=1,u=−1} 80 / 103 Departamento Matemática (ISEP) Matemática 2 (Capı́tulo I)
  • 81. Derivadas de Funções Definidas Implicitamente Exemplo 27 (Cont.): Calculemos todas as derivadas no ponto, ∂z ∂x |P = − 1 2 dx dt = 1 t ⇒ dx dt |t=1 = 1 ∂z ∂y |P = 1 2 ∂y ∂t = −2usen(u + t) ⇒ ∂y ∂t |{t=1,u=−1} = 0 dz dt |{t=1,u=−1} = − 1 2 × 1 + 1 2 × 0 = − 1 2 81 / 103 Departamento Matemática (ISEP) Matemática 2 (Capı́tulo I)
  • 82. Derivadas de Funções Definidas Implicitamente Exemplo 28: Considere as funções u = u(x, y) e v = v(x, y) definidas pelas equações: u = y ln x + 2 y + 3 − 21−x+3y v + tg2 2x2y = 1 − v3 ln x Calcule ∂3u ∂x2∂y . Determine a expressão de dv. Sendo z = v u , em que u e v são as funções definidas, mostre que ∂z ∂x | x=1 y=0 + ∂z ∂y | x=1 y=0 = 1 + ln 4, aplicando o teorema da derivada da função composta. 82 / 103 Departamento Matemática (ISEP) Matemática 2 (Capı́tulo I)
  • 83. Derivadas de Funções Definidas Implicitamente Exemplo 28 (Cont.): Antes de começar a calcular a derivada pedida, simplifiquemos a função dada, u = y [ln(x + 2) − ln(y + 3)] − 21−x+3y = y ln(x + 2) − y ln(y + 3) − 21−x+3y ∂u ∂x = y x + 2 + 21−x+3y ln 2 ∂2 u ∂x2 = − y (x + 2)2 − 21−x+3y (ln 2)2 ∂3 u ∂x2∂y = − 1 (x + 2)2 − 3 × 21−x+3y (ln 2)3 83 / 103 Departamento Matemática (ISEP) Matemática 2 (Capı́tulo I)
  • 84. Derivadas de Funções Definidas Implicitamente Exemplo 28 (Cont.): A definição de diferencial é, dv = ∂v ∂x dx + ∂v ∂y dy. A função v = v(x, y) está definida na forma implı́cita, logo, faça-se, F(v, x, y) = v + tg2 (2x2 y) − 1 + v3 ln x As fórmulas são, ∂v ∂x = − ∂F ∂x ∂F ∂v = − 2tg(2x2y)sec2(2x2y) 4xy + v3 x 1 + 3v2 ln x ∂v ∂y = − ∂F ∂y ∂F ∂v = − 2tg(2x2y)sec2(2x2y) 2x2 1 + 3v2 ln x 84 / 103 Departamento Matemática (ISEP) Matemática 2 (Capı́tulo I)
  • 85. Derivadas de Funções Definidas Implicitamente Exemplo 28 (Cont.): A resposta é, dv = − 8x2ytg(2x2y)sec2(2x2y) + v3 x(1 + 3v2 ln x) dx+ + − 2tg(2x2y)sec2(2x2y) 2x2 1 + 3v2 ln x dy Trata-se de uma função composta, z u v x y x y As derivada pedidas são, ∂z ∂x = ∂z ∂u ∂u ∂x + ∂z ∂v ∂v ∂x ∂z ∂y = ∂z ∂u ∂u ∂y + ∂z ∂v ∂v ∂y 85 / 103 Departamento Matemática (ISEP) Matemática 2 (Capı́tulo I)
  • 86. Derivadas de Funções Definidas Implicitamente Exemplo 28 (Cont.): O exercı́cio pede o cálculo da derivada para x = 1 ∧ y = 0. Precisamos de calcular os correspondentes valores de u e de v. x = 1 ∧ y = 0 ⇒ u = 0 − 21−1+0 ⇒ u = −1; x = 1 ∧ y = 0 ∧ u = −1 ⇒ v + tg2 (0) = 1 − v3 ln 1 ⇒ v = 1. As derivadas pedidas são dadas por, ∂z ∂x | x=1 y=0 u=-1 v=1 = ∂z ∂u | u=-1 v=1 ∂u ∂x | x=1 y=0 + ∂z ∂v | u=-1 v=1 ∂v ∂x | x=1 y=0 ∂z ∂y | x=1 y=0 u=-1 v=1 = ∂z ∂u | u=-1 v=1 ∂u ∂y | x=1 y=0 + ∂z ∂v | u=-1 v=1 ∂v ∂y | x=1 y=0 86 / 103 Departamento Matemática (ISEP) Matemática 2 (Capı́tulo I)
  • 87. Derivadas de Funções Definidas Implicitamente Exemplo 28 (Cont.): Calculemos todas as derivadas no ponto, ∂z ∂u = − v u2 ⇒ ∂z ∂u | u=-1 v=1 = −1 ∂u ∂x | x=1 y=0 = ln 2 ∂z ∂v = 1 u ⇒ ∂z ∂v | u=-1 v=1 = −1 ∂v ∂x | x=1 y=0 = −1 ∂u ∂y = ln(x +2)−ln(y +3)− y y + 3 −3×21−x+3y ln 2 ⇒ ∂u ∂y | x=1 y=0 = −3 ln 2 ∂v ∂y | x=1 y=0 = 0 ∂z ∂x | x=1 y=0 + ∂z ∂y | x=1 y=0 = (−1)×ln 2+(−1)×(−1)+(−1)×(−3 ln 2)+(−1)×0 = = 1 + ln 4 87 / 103 Departamento Matemática (ISEP) Matemática 2 (Capı́tulo I)
  • 88. Máximos e Mı́nimos de Funções de Duas Variáveis Valores Máximos e Mı́nimos de Funções de duas Variáveis 88 / 103 Departamento Matemática (ISEP) Matemática 2 (Capı́tulo I)
  • 89. Máximos e Mı́nimos de Funções de Duas Variáveis Uma função f de duas variáveis de domı́nio D, tem um máximo global em (a, b) se f(x, y) ≤ f(a, b); ∀(x, y) ∈ D O número f(a, b) chama-se valor máximo. máximo local em (a, b) se f(x, y) ≤ f(a, b) para todos os pontos (x, y) numa vizinhança de (a, b), ou seja, pertencentes a um disco de centro (a, b). O número f(a, b) chama-se valor máximo local. 89 / 103 Departamento Matemática (ISEP) Matemática 2 (Capı́tulo I)
  • 90. Máximos e Mı́nimos de Funções de Duas Variáveis Uma função f de duas variáveis de domı́nio D, tem um mı́nimo global em (a, b) se f(x, y) ≥ f(a, b); ∀(x, y) ∈ D O número f(a, b) chama-se valor mı́nimo. mı́nimo local em (a, b) se f(x, y) ≥ f(a, b) para todos os pontos (x, y) numa vizinhança de (a, b), ou seja, pertencentes a um disco de centro (a, b). O número f(a, b) chama-se valor mı́nimo local. 90 / 103 Departamento Matemática (ISEP) Matemática 2 (Capı́tulo I)
  • 91. Máximos e Mı́nimos de Funções de Duas Variáveis Teorema Se f tem um máximo ou mı́nimo local em (a, b) e se as derivadas parciais de 1a ordem existirem, então ∂f ∂x |(a,b) = 0 e ∂f ∂y |(a,b) = 0 Definição Um ponto (a, b) chama-se ponto crı́tico (ou ponto estacionário) se: ∂f ∂x |(a,b) = 0; ∂f ∂y |(a,b) = 0 OU Uma das derivadas parciais não existe. Assim, se f tem um máximo ou mı́nimo local em (a, b), então (a, b) é um ponto crı́tico de f. 91 / 103 Departamento Matemática (ISEP) Matemática 2 (Capı́tulo I)
  • 92. Máximos e Mı́nimos de Funções de Duas Variáveis Tal como acontece em funções univariável, nem todos os pontos crı́ticos são máximos ou mı́nimos locais. Exemplo 29: Seja f(x, y) = x2 + y2 − 2x − 6y + 14. As derivadas parciais são: ∂f ∂x = 2x − 2 e ∂f ∂y = 2y − 6 Se igualarmos estas derivadas a zero obtemos o ponto crı́tico (1, 3). De facto trata-se de um mı́nimo local (e também global). 92 / 103 Departamento Matemática (ISEP) Matemática 2 (Capı́tulo I)
  • 93. Máximos e Mı́nimos de Funções de Duas Variáveis Exemplo 30: Encontrar os valores extremos de f(x, y) = y2 − x2. As derivadas parciais são: ∂f ∂x = −2x e ∂f ∂y = 2y Se igualarmos estas derivadas a zero obtemos o ponto crı́tico (0, 0). Neste caso o ponto crı́tico nem é um máximo, nem um mı́nimo local, pois em qualquer disco centrado em (0, 0) tem pontos com valores positivos e pontos com valores negativos. 93 / 103 Departamento Matemática (ISEP) Matemática 2 (Capı́tulo I)
  • 94. Máximos e Mı́nimos de Funções de Duas Variáveis Como determinar os extremos locais? Definição Seja f = f(x, y), se existirem as derivadas parciais de primeira e segunda ordens em (a, b), então H = H(a, b) = ∂2f ∂x2 |(a,b) ∂2f ∂x∂y |(a,b) ∂2f ∂y∂x |(a,b) ∂2f ∂y2 |(a,b) chama-se Determinante Hessiano. 94 / 103 Departamento Matemática (ISEP) Matemática 2 (Capı́tulo I)
  • 95. Máximos e Mı́nimos de Funções de Duas Variáveis Teste do Determinante Hessiano Suponhamos que: as segundas derivadas parciais de f são contı́nuas num disco de centro em (a, b); ∂f ∂x |(a,b) = 0 e ∂f ∂y |(a,b) = 0, [(a, b) é um ponto crı́tico de f]. Seja H = H(a, b) o determinante Hessiano. Se H 0 e ∂2f ∂x2 |(a,b) 0, então f(a, b) é um mı́nimo local; Se H 0 e ∂2f ∂x2 |(a,b) 0, então f(a, b) é um máximo local; Se H 0 então f(a, b) não é nem mı́nimo nem máximo local, denomina-se ponto sela. Se H = 0 o teste é inconclusivo. 95 / 103 Departamento Matemática (ISEP) Matemática 2 (Capı́tulo I)
  • 96. Máximos e Mı́nimos de Funções de Duas Variáveis Exemplo 31: Encontrar os valores máximos e mı́nimos locais da função f(x, y) = x4 + y4 − 4xy + 1. Resolução: Calculemos primeiros os pontos crı́ticos: ∂f ∂x = 4x3 − 4y e ∂f ∂y = 4y3 − 4x Se igualarmos estas derivadas a zero obtemos: x3 − y = 0 e y3 − x = 0 Substitua-se y = x3 na segunda equação: x9 − x = x(x8 − 1) = x(x4 − 1)(x4 + 1) = x(x2 − 1)(x2 + 1)(x4 + 1) = x(x − 1)(x + 1)(x2 + 1)(x4 + 1) = 0 Logo as raı́zes são: −1, 0, 1. Assim os três pontos crı́ticos são (−1, −1), (0, 0) e (1, 1). 96 / 103 Departamento Matemática (ISEP) Matemática 2 (Capı́tulo I)
  • 97. Máximos e Mı́nimos de Funções de Duas Variáveis Exemplo 31 (Cont.): Calcule-se as segundas derivadas e H(x, y): ∂2f ∂x2 = 12x2 ∂2f ∂x∂y = ∂2f ∂y∂x = −4 ∂2f ∂y2 = 12y2 O determinante Hessiano é H = H(x, y) = 12x2 −4 −4 12y2 = 144x2 y2 − 16 H(−1, −1) = 128 0 e ∂2f ∂x2 |(−1,−1) = 12 0, logo f(−1, −1) é um mı́nimo local; H(0, 0) = −16 0, logo f(0, 0) não é nem máximo nem mı́nimo local (ponto sela); H(1, 1) = 128 0 e ∂2f ∂x2 |(1,1) = 12 0, logo f(−1, −1) é um mı́nimo local. 97 / 103 Departamento Matemática (ISEP) Matemática 2 (Capı́tulo I)
  • 98. Máximos e Mı́nimos de Funções de Duas Variáveis Exemplo 31 (Cont.): A figura representa o gráfico da função f(x, y) = x4 + y4 − 4xy + 1. 98 / 103 Departamento Matemática (ISEP) Matemática 2 (Capı́tulo I)
  • 99. Máximos e Mı́nimos de Funções de Duas Variáveis Exemplo 32: Pretende-se construir uma caixa retangular sem tampa a partir de 12m2 de cartão. Encontrar o volume máximo da caixa. Resolução: Sejam o comprimento, largura e altura da caixa (em metros) representadas por x, y e z respetivamente. 99 / 103 Departamento Matemática (ISEP) Matemática 2 (Capı́tulo I)
  • 100. Máximos e Mı́nimos de Funções de Duas Variáveis Exemplo 32 (cont.): O volume da caixa é dado por V = xyz Podemos expressar V como uma função de duas variáveis x e y usando o fato de que a área dos quatros lados e da base é dada por: 2xz + 2yz + xy = 12 Resolvendo esta equação em ordem a z, obtemos: z = 12 − xy 2(x + y) Logo o volume da caixa é dado por: V = xy 12 − xy 2(x + y) = 12xy − x2y2 2(x + y) 100 / 103 Departamento Matemática (ISEP) Matemática 2 (Capı́tulo I)
  • 101. Máximos e Mı́nimos de Funções de Duas Variáveis Exemplo 32 (cont.): Calcule-se as derivadas parciais de V: ∂V ∂x = y2(12 − 2xy − x2) 2(x + y)2 ; ∂V ∂y = x2(12 − 2xy − y2) 2(x + y)2 Igualando as derivadas a zero vem (note-se que para x = 0 e y = 0 vinha V = 0): 12 − 2xy − x2 = 0 ; 12 − 2xy − y2 = 0 Implica que x2 = y2 e logo x = y. (Note-se que x e y são valores positivos). Se substituirmos x = y am ambas equações obtemos: 12 − 3x2 = 0 ⇔ x = 2 ∧ y = 2 101 / 103 Departamento Matemática (ISEP) Matemática 2 (Capı́tulo I)
  • 102. Máximos e Mı́nimos de Funções de Duas Variáveis Exemplo 32 (cont.): Calcule-se z: z = 12 − 2 × 2 2(2 + 2) = 1 Assim o ponto crı́tico é (2, 2, 1). Para aplicar o teste do determinante Hessiano: ∂2V ∂x2 = − y2(y2 + 12) (x + y)3 ; ∂2V ∂x2 (2,2) = −1 ∂2V ∂y2 = − x2(x2 + 12) (x + y)3 ; ∂2V ∂y2 (2,2) = −1 ∂2V ∂x∂y = ∂2V ∂y∂x = − y(xy2 + 3x2y + x3 − 12x) (x + y)3 ; ∂2V ∂x∂y (2,2) = − 1 2 102 / 103 Departamento Matemática (ISEP) Matemática 2 (Capı́tulo I)
  • 103. Máximos e Mı́nimos de Funções de Duas Variáveis Exemplo 32 (cont.): O determinante Hessiano é H = H(2, 2) = −1 −1 2 −1 2 −1 = 3 4 Como H(2, 2) 0 e ∂2V ∂x2 (2,2) = −1 0, verifica-se que existe um máximo local em x = 2, y = 2 e z = 1. Sendo então o volume máximo dado por V = 2 × 2 × 1 = 4m3 103 / 103 Departamento Matemática (ISEP) Matemática 2 (Capı́tulo I)