1. Matemática 2
Cálculo Diferencial em IRn
Capı́tulo I
Licenciatura em
Engenharia de Sistemas / ISEP
(2019/2020)
1 / 103 Departamento Matemática (ISEP) Matemática 2 (Capı́tulo I)
2. Conteúdo
1 Funções de Duas Variáveis
Definição
Domı́nio e Contradomı́nio
Interpretação Geométrica
Curvas de Nı́vel
2 Funções de n Variáveis
3 Derivadas Parciais
4 Diferencial Total
5 Derivadas de Funções Compostas
6 Derivadas de Funções Definidas Implicitamente
7 Máximos e Mı́nimos de Funções de Duas Variáveis
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3. Funções de Duas Variáveis
Exemplos de Funções de Duas Variáveis
1 A temperatura T num determinado ponto da superfı́cie terrestre,
num dado momento, depende da
longitude x e da
latitude y do ponto.
Assim T é uma função de duas variáveis, x e y. Indicamos esta
dependência funcional escrevendo:
T = f(x, y)
2 O volume V de um cilindro depende do
raio do cı́rculo base r e da
altura h do cilindro.
Esta relação é escrita pela equação V = πr2h. Dizemos que V é
uma função de r e h e escrevemos:
V(r, h) = πr2
h
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4. Funções de Duas Variáveis Definição
Definição
A função f de duas variáveis é uma regra que atribui a cada par
ordenado de números reais (x, y), pertencentes a um conjunto D, um
único valor real, representado por f(x, y).
O conjunto D é o domı́nio de f.
O conjunto de valores que a função f pode tomar, ou seja,
D0 = {f(x, y)|(x, y) ∈ D} é o contradomı́nio de f.
Escrevemos, z = f(x, y) para representar explicitamente o valor da
função num ponto genérico (x, y).
As variáveis x e y são as variáveis independentes;
A variável z é a variável dependente.
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5. Funções de Duas Variáveis Domı́nio e Contradomı́nio
Uma função de duas variáveis é uma função para a qual o
domı́nio é um subconjunto de IR2
e o contradomı́nio é um
subconjunto de IR.
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6. Funções de Duas Variáveis
Exemplo 1: Considerem-se as funções seguintes
f(x, y) =
p
x + y + 1
x − 1
, g(x, y) = x ln(y2 − x),
h(x, y) =
p
9 − x2 − y2
Calcule f(3, 2), g(8, 4), h(0, 0) e os domı́nios de f, de g e de h.
Represente graficamente os domı́nios.
Resolução:
f(3, 2) =
√
3 + 2 + 1
3 − 1
=
√
6
2
.
g(8, 4) = 8 ln(42
− 8) = 8 ln 8.
h(0, 0) =
√
9 = 3.
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7. Funções de Duas Variáveis
Exemplo 1 (Cont.):
Domı́nio de f(x, y) =
p
x + y + 1
x − 1
.
Df =
n
(x, y) ∈ IR2
: x + y + 1 ≥ 0 ∧ x 6= 1
o
Como pretendemos representar graficamente o domı́nio,
devemos escrever a expressão x + y + 1 ≥ 0 de modo adequado.
SEMPRE QUE NA INEQUAÇÃO NENHUMA DAS VARIÁVEIS
ESTÁ AO QUADRADO, RESOLVE-SE A INEQUAÇÃO EM
ORDEM A y.
Df =
n
(x, y) ∈ IR2
: y ≥ −x − 1 ∧ x 6= 1
o
7 / 103 Departamento Matemática (ISEP) Matemática 2 (Capı́tulo I)
8. Funções de Duas Variáveis
Exemplo 1 (Cont.):
Df = {(x, y) ∈ IR2
: y ≥ −x − 1 ∧ x 6= 1}
Para representar este domı́nio, faça-se:
Represente-se a reta y = −x − 1,
Considera-se a região acima da reta, incluindo a reta (porque o
sinal é ≥), (Nota: se fosse y ≤ −x − 1, considerava-se a região abaixo da reta),
Retiram-se os pontos correspondentes à reta x = 1.
x
y
y = −x − 1
0
1
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9. Funções de Duas Variáveis
Exemplo 1 (Cont.):
Domı́nio de g(x, y) = x ln(y2 − x).
Dg =
n
(x, y) ∈ IR2
: y2
− x > 0
o
Como pretendemos representar graficamente o domı́nio,
devemos escrever a expressão y2 − x > 0 de modo adequado.
SEMPRE QUE NA INEQUAÇÃO SÓ UMA DAS VARIÁVEIS
ESTÁ AO QUADRADO, RESOLVE-SE A INEQUAÇÃO EM
ORDEM À OUTRA VARIÁVEL.
Dg =
n
(x, y) ∈ IR2
: x < y2
o
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10. Funções de Duas Variáveis
Exemplo 1 (Cont.):
Dg =
n
(x, y) ∈ IR2
: x < y2
o
Para representar este domı́nio, faça-se:
Represente-se a parábola x = y2,
Considera-se a região exterior à parábola, excluindo a parábola
(porque o sinal é <),
0 x
y
x = y2
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11. Funções de Duas Variáveis
Exemplo 1 (Cont.):
Domı́nio de h(x, y) =
p
9 − x2 − y2.
Dh =
n
(x, y) ∈ IR2
: 9 − x2
− y2
≥ 0
o
Como pretendemos representar graficamente o domı́nio,
devemos escrever a expressão 9 − x2 − y2 ≥ 0 de modo
adequado.
SEMPRE QUE NA INEQUAÇÃO AMBAS AS VARIÁVEIS ESTÃO
AO QUADRADO, ISOLAM-SE AS VARIÁVEIS NO PRIMEIRO
MEMBRO.
Dh =
n
(x, y) ∈ IR2
: x2
+ y2
≤ 9
o
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12. Funções de Duas Variáveis
Exemplo 1 (Cont.):
Dh =
n
(x, y) ∈ IR2
: x2
+ y2
≤ 9
o
Para representar este domı́nio, faça-se:
Represente-se a circunferência x2 + y2 = 9,
Considera-se a região interior à circunferência, incluindo a
circunferência ,
−3 3
x
y
0
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13. Funções de Duas Variáveis
Exemplo 2: Determine a represente graficamente o domı́nio da
função,
f(x, y) = arcsen(x + y)
Resolução:
Df =
n
(x, y) ∈ IR2
: −1 ≤ y + x ≤ 1
o
Como pretendemos representar graficamente o domı́nio, devemos
escrever a expressão −1 ≤ y + x ≤ 1 de modo adequado. Neste
caso, como temos duas desigualdades, devemos representá-las em
sistema,
y + x ≤ 1
−1 ≤ y + x
=
y + x ≤ 1
y + x ≥ −1
SEMPRE QUE NA INEQUAÇÃO NENHUMA DAS VARIÁVEIS ESTÁ
AO QUADRADO, RESOLVE-SE A INEQUAÇÃO EM ORDEM A y.
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14. Funções de Duas Variáveis
Exemplo 2 (Cont.):
y ≤ −x + 1
y ≥ −x − 1
Para representar este domı́nio, faça-se:
Represente-se as retas y = −x + 1 (1) e y = −x − 1 (2),
Considera-se a região acima da reta (2) e abaixo da reta (1). (As
retas pertencem ao domı́nio).
x
y
y = −x − 1 y = −x + 1
0
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15. Funções de Duas Variáveis
Exemplo 3: Determine a represente graficamente o domı́nio da
função,
f(x, y) =
r
y − 1
x + 2
+ ln(9 − x2
− y2
)
Resolução:
Df =
(x, y) ∈ IR2
:
y − 1
x + 2
≥ 0 ∧ x + 2 6= 0 ∧ 9 − x2
− y2
0
Como pretendemos representar graficamente o domı́nio, devemos
escrever a expressão 9 − x2 − y2 0 de modo adequado.
SEMPRE QUE NA INEQUAÇÃO AMBAS AS VARIÁVEIS ESTÃO AO
QUADRADO, ISOLAM-SE AS VARIÁVEIS NO PRIMEIRO MEMBRO.
Df =
(x, y) ∈ IR2
:
y − 1
x + 2
≥ 0 ∧ x + 2 6= 0 ∧ x2
+ y2
9
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16. Funções de Duas Variáveis
Exemplo 3 (Cont.): Temos de resolvar a inequação,
y − 1
x + 2
≥ 0.
Note-se que pretendemos obter os valores de x e y que tornam a
desigualdade verdadeira.
Uma fração toma o valor positivo se o numerador e o denominador
forem ambos positivos, ou se o numerador e o denominador
forem ambos negativos, logo,
y − 1
x + 2
≥ 0 ⇔ (y − 1 ≥ 0 ∧ x + 2 0) ∨ (y − 1 ≤ 0 ∧ x + 2 0)
⇔ (y ≥ 1 ∧ x −2) ∨ (y ≤ 1 ∧ x −2)
O domı́nio é,
Df =
(x, y) ∈ IR2
: ((y ≥ 1 ∧ x −2) ∨ (y ≤ 1 ∧ x −2)) ∧
∧ x2 + y2 9
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17. Funções de Duas Variáveis
Exemplo 3 (Cont.): Segue-se a representação gráfica do domı́nio,
Df =
(x, y) ∈ IR2
: ((y ≥ 1 ∧ x −2) ∨ (y ≤ 1 ∧ x −2)) ∧
∧ x2 + y2 9
−2
1
x
y
0
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18. Funções de Duas Variáveis
Exemplo 4: Determine a represente graficamente o domı́nio da
função,
f(x, y) =
e
q
− x
y
4 − y2
+ ln(x2
+ y − 1)
Resolução:
Df =
(x, y) ∈ IR2
: −
x
y
≥ 0 ∧ 4 − y2
6= 0 ∧ x2
+ y − 1 0
Como pretendemos representar graficamente o domı́nio, devemos
escrever a expressão x2 + y − 1 0 de modo adequado.
SEMPRE QUE NA INEQUAÇÃO SÓ UMA DAS VARIÁVEIS ESTÁ AO
QUADRADO, RESOLVE-SE A INEQUAÇÃO EM ORDEM À OUTRA
VARIÁVEL.
Df =
(x, y) ∈ IR2
: −
x
y
≥ 0 ∧ 4 − y2
6= 0 ∧ y −x2
+ 1
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19. Funções de Duas Variáveis
Exemplo 4 (Cont.): Temos de resolvar a inequação −
x
y
≥ 0 e a
equação 4 − y2 6= 0.
−
x
y
≥ 0 ⇔
x
y
≤ 0.
Note-se que pretendemos obter os valores de x e y que tornam a
desigualdade verdadeira.
Uma fração toma o valor negativo se o numerador for positivo
e o denominador negativo, ou se o numerador for negativo e
o denominador for positivo, logo,
x
y
≤ 0 ⇔ (x ≥ 0 ∧ y 0) ∨ (x ≤ 0 ∧ y 0)
4 − y2 6= 0 ⇔ y2 6= 4 ⇔ y 6= ±2
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20. Funções de Duas Variáveis
Exemplo 4 (Cont.): O domı́nio é,
Df =
(x, y) ∈ IR2
: ((x ≥ 0 ∧ y 0) ∨ (x ≤ 0 ∧ y 0)) ∧
∧ y 6= ±2 ∧ y −x2 + 1
Segue-se a sua representação gráfica,
x
y
0
y = 2
y = −2
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21. Funções de Duas Variáveis Interpretação Geométrica
Seja f uma função com duas variáveis (x, y) ∈ D. A representação
gráfica de f permite visualizar o seu comportamento.
O gráfico de f consiste no conjunto de todos os pontos
(x, y, z) ∈ IR3
tais que z = f(x, y) e (x, y) ∈ D.
O gráfico de f é uma superfı́cie S de equação z = f(x, y).
O gráfico S de f localiza-se na parte superior ou na parte inferior
relativamente ao seu domı́nio D no plano xOy.
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22. Funções de Duas Variáveis Interpretação Geométrica
(a) f(x, y) =
p
9 − x2 − y2 (b) g(x, y) = (x2
+ 2y2
)e−x2
−y2
(c) h(x, y) = sin x +sin y (d) i(x, y) =
sin x sin y
xy
22 / 103 Departamento Matemática (ISEP) Matemática 2 (Capı́tulo I)
23. Funções de Duas Variáveis Curvas de Nı́vel
Curvas de Nı́vel
As curvas de nı́vel de uma função f de duas variáveis são as curvas
de equação f(x, y) = k (k ∈ D0
f ).
Para cada k, constitui o conjunto de todos os pontos no domı́nio
de f para os quais f toma um dado valor k.
Mostram onde o gráfico de f tem altura k.
Resultam da intersecção do gráfico de f com o plano horizontal
z = k, projectada no plano xOy.
Mapa de Contornos
Um mapa de contornos de uma função f de duas variáveis é a
representação gráfica das curvas de nı́vel de f para os diferentes
valores de k.
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24. Funções de Duas Variáveis Curvas de Nı́vel
24 / 103 Departamento Matemática (ISEP) Matemática 2 (Capı́tulo I)
25. Funções de Duas Variáveis Curvas de Nı́vel
25 / 103 Departamento Matemática (ISEP) Matemática 2 (Capı́tulo I)
26. Funções de Duas Variáveis Curvas de Nı́vel
26 / 103 Departamento Matemática (ISEP) Matemática 2 (Capı́tulo I)
27. Funções de Duas Variáveis Curvas de Nı́vel
27 / 103 Departamento Matemática (ISEP) Matemática 2 (Capı́tulo I)
28. Funções de Duas Variáveis Curvas de Nı́vel
Exemplo 5: As curvas de nı́vel da função h(x, y) = 4x2 + y2 são
4x2
+ y2
= k ⇔
x2
k/4
+
y2
k
= 1
que para k 0 representa a famı́lia de elipses de semi-eixos
√
k/2 e
√
k. A figura mostra o mapa de contornos desta função.
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29. Funções de Duas Variáveis Curvas de Nı́vel
Exemplo 6: Represente as curvas de nı́vel da função
f(x, y) = 6 − 3x − 2y para os valores k = −6, 0, 6, 12.
Resolução:
A representação gráfica da função é um plano de equação
z = 6 − 3x − 2y;
A interceção desse plano com planos paralelos ao plano XOY,
planos de equação z = k, (k ∈ IR), são retas;
Para obter as equações das retas faça-se, k = 6 − 3x − 2y;
Para k = −6, 0, 6, 12, obtemos as retas:
k = −6 ⇒ y = −3
2 x + 6 k = 0 ⇒ y = −3
2 x + 3
k = 6 ⇒ y = −3
2 x k = 12 ⇒ y = −3
2 x − 3
29 / 103 Departamento Matemática (ISEP) Matemática 2 (Capı́tulo I)
30. Funções de Duas Variáveis Curvas de Nı́vel
Exemplo 6 (Cont.): Na figura está representado o mapa de
contornos.
k
=
−
6
k
=
0
k
=
6
k
=
1
2
x
y
0
30 / 103 Departamento Matemática (ISEP) Matemática 2 (Capı́tulo I)
31. Funções de Duas Variáveis Curvas de Nı́vel
Exemplo 7: Represente as curvas de nı́vel da função
g(x, y) =
p
9 − x2 − y2 para os valores k = 0, 1, 2, 3.
Resolução:
A representação gráfica da função é uma semi-esfera de equação
z =
p
9 − x2 − y2;
A interceção dessa semi-esfera com planos paralelos ao plano
XOY, planos de equação z = k, (k ∈ IR), são circunferências;
Para obter as equações das circunferências faça-se,
k =
p
9 − x2 − y2;
Para k = 0, 1, 2, 3, obtemos as circunferências:
k = 0 ⇒ x2 + y2 = 9 k = 1 ⇒ x2 + y2 = 8
k = 2 ⇒ x2 + y2 = 5 k = 3 ⇒ x2 + y2 = 0
31 / 103 Departamento Matemática (ISEP) Matemática 2 (Capı́tulo I)
32. Funções de Duas Variáveis Curvas de Nı́vel
Exemplo 7 (Cont.): Na figura está representado o mapa de
contornos.
k
=
3
k
=
0
k = 1
k
=
2
x
y
0
32 / 103 Departamento Matemática (ISEP) Matemática 2 (Capı́tulo I)
33. Funções de Duas Variáveis
Funções Multivariável
Uma função de n variáveis, f, consiste numa regra que atribui a cada
n-uplo (x1, ..., xn) num domı́nio D ⊂ IRn
, um único número real
representado por f(x1, ..., xn).
Exemplos:
A temperatura T num ponto da superfı́cie terrestre, num dado
momento, depende da longitude x, da latitude y e do tempo t,
então podemos escrever:
T = f(x, y, t)
Determinar o domı́nio da função f(x, y, z) = ln(z − y) + xy sin z.
D = {(x, y, z) ∈ IR3
: z − y 0} = {(x, y, z) ∈ IR3
: z y}
D consiste em todos os pontos do espaço acima do plano z = y.
33 / 103 Departamento Matemática (ISEP) Matemática 2 (Capı́tulo I)
34. Derivadas Parciais
Derivadas Parciais
Definição: Se f é uma função de duas variáveis, as suas derivadas
parciais são:
f0
x (x, y) = lim
h→0
f(x + h, y) − f(x, y)
h
f0
y (x, y) = lim
h→0
f(x, y + h) − f(x, y)
h
Notações para Derivadas Parciais
Se z = f(x, y), escrevemos
f0
x (x, y) = f0
x =
∂
∂x
f(x, y) =
∂f
∂x
=
∂z
∂x
f0
y (x, y) = f0
y =
∂
∂y
f(x, y) =
∂f
∂y
=
∂z
∂y
34 / 103 Departamento Matemática (ISEP) Matemática 2 (Capı́tulo I)
35. Derivadas Parciais
Regras de Cálculo para as Derivadas Parciais de z = f(x, y)
1 Para encontrar f0
x , consideramos y como uma constante e
derivamos f(x, y) em ordem a x.
2 Para encontrar f0
y , consideramos x como uma constante e
derivamos f(x, y) em ordem a y.
Exemplo 8:
Se f(x, y) = xy − 2x + 6y, calcular f0
x (x, y) e f0
y (x, y).
Resolução:
Considerando y como uma constante e derivando f(x, y) em
ordem a x, vem f0
x (x, y) = y − 2
Considerando x como uma constante e derivando f(x, y) em
ordem a y, vem f0
y (x, y) = x + 6
35 / 103 Departamento Matemática (ISEP) Matemática 2 (Capı́tulo I)
36. Derivadas Parciais
Exemplo 9: Se f(x, y) = x3 + x2y3 − 2y2, calcular f0
x (2, 1) e f0
y (2, 1).
Resolução:
Considerando y como uma constante e derivando f(x, y) em
ordem a x, vem
f0
x (x, y) = 3x2
+ 2xy3
; f0
x (2, 1) = 3 × 22
+ 2 × 2 × 13
= 16
Considerando x como uma constante e derivando f(x, y) em
ordem a y, vem
f0
y (x, y) = 3x2
y2
− 4y; f0
y (2, 1) = 3 × 22
× 12
− 4 × 1 = 8
36 / 103 Departamento Matemática (ISEP) Matemática 2 (Capı́tulo I)
37. Derivadas Parciais
A generalização das derivadas parciais para funções com mais de
duas variáveis é direta. Ou seja, as regras e notações definidas para
funções de duas variáveis também se aplicam a funções com mais de
duas variáveis.
Exemplo 10: Determinar
∂f
∂x
,
∂f
∂y
e
∂f
∂z
se f(x, y, z) = exy ln z.
Resolução:
∂f
∂x
= yexy
ln z, considerando y e z como constantes.
∂f
∂y
= xexy
ln z, considerando x e z como constantes.
∂f
∂z
=
exy
z
, considerando x e y como constantes.
37 / 103 Departamento Matemática (ISEP) Matemática 2 (Capı́tulo I)
38. Derivadas Parciais
Se z = f(x, y) for uma função de duas variáveis, então as suas
derivadas parciais de 1a ordem também são funções de duas
variáveis, e então podemos considerar as suas derivadas,
denominadas derivadas parciais de 2a ordem de f.
1 Derivadas em ordem a x e em ordem a y de
∂f
∂x
:
∂
∂x
∂f
∂x
=
∂2
f
∂x2
=
∂2
z
∂x2
∂
∂y
∂f
∂x
=
∂2
f
∂x∂y
=
∂2
z
∂x∂y
2 Derivadas em ordem a y e em ordem a x de
∂f
∂y
:
∂
∂y
∂f
∂y
=
∂2
f
∂y2
=
∂2
z
∂y2
∂
∂x
∂f
∂y
=
∂2
f
∂y∂x
=
∂2
z
∂y∂x
38 / 103 Departamento Matemática (ISEP) Matemática 2 (Capı́tulo I)
39. Derivadas Parciais
Exemplo 11: Determinar todas as derivadas parciais de 2a ordem da
função
f(x, y) = ln(xy) − x3
+ x2
y2
+ y
Resolução:
Existem quatro derivadas parciais de 2a ordem:
∂2f
∂x2
,
∂2f
∂x∂y
,
∂2f
∂y∂x
,
∂2f
∂y2
Comecemos por calcular as derivadas de 1a ordem:
∂f
∂x
=
1
x
− 3x2
+ 2xy2
∂f
∂y
=
1
y
+ 2yx2
+ 1
39 / 103 Departamento Matemática (ISEP) Matemática 2 (Capı́tulo I)
41. Derivadas Parciais
Exemplo 12: Determine as derivadas parciais de 1a ordem da função,
h(x, y, z) = x2x+y2
+ y ln
z
x
Resolução:
∂h
∂x
= 2 x2x+y2
ln x + (2x + y2
)x2x+y2−1
+ y
− z
x2
z
x
=
2 x2x+y2
ln x + (2x + y2
)x2x+y2−1
−
y
x
∂h
∂y
= 2y x2x+y2
ln x + ln
z
x
∂h
∂z
= y
1
x
z
x
=
y
z
Notas:
Na primeira parte da derivada em ordem a x, usou-se a fórmula (uv
)0
;
Na derivada de um quociente só se usa a regra
u
v
0
, se o denominar não for uma constante, caso seja, usa-se a
regra
u
k
0
=
u0
k
(k constante).
41 / 103 Departamento Matemática (ISEP) Matemática 2 (Capı́tulo I)
42. Derivadas Parciais
Exemplo 13: Determine as derivadas parciais de 1a ordem da função,
f(x, y, z, t) = x y z2
tg(yt)
Resolução:
∂h
∂x
= y z2
tg(yt)
∂h
∂y
= x z2
tg(yt) + y t x z2
sec2
(yt)
∂h
∂z
= 2x y z tg(yt)
∂h
∂z
= x y2
z2
sec2
(yt)
Nota:
Nos produtos em que um dos fatores é constante, usa-se a fórmula (k u) = k u0
, e NÃO se usa a fórmula (uv)0
.
Por exemplo, (xyz2
tg(yt))0
x = yz2
tg(yt)x0
, ou seja, a constante fica inalterável e só se deriva a função.
42 / 103 Departamento Matemática (ISEP) Matemática 2 (Capı́tulo I)
43. Derivadas Parciais
Exemplo 14: Calcule a derivada indicada,
z = arctg
y
x
;
∂z
∂x
|(2,3)
Resolução:
∂z
∂x
=
−
y
x2
1 +
y
x
2
∂z
∂x
|(2,3) =
−
3
4
1 +
3
2
2
= −
3
13
Nota:
Quando se pretende calcular a derivada de uma função num determinado ponto, não é necessário, nem devemos,
simplificar a derivada antes de substituir no ponto (perdemos tempo e corremos o risco de nos enganarmos).
43 / 103 Departamento Matemática (ISEP) Matemática 2 (Capı́tulo I)
44. Derivadas Parciais
Exemplo 15: Considere a função u = y ln
x
1 − y
− yz−x+3y .
Calcule
∂2u
∂x∂z
|(1,2,1).
Determine
∂3u
∂x∂z∂y
.
Resolução: Simplifique-se a função,
u = y ln
x
1 − y
− yz−x+3y ⇔
u = y[ln x − ln(1 − y)] − yz−x+3y ⇔
u = y ln x − y ln(1 − y)] − yz−x+3y
44 / 103 Departamento Matemática (ISEP) Matemática 2 (Capı́tulo I)
45. Derivadas Parciais
Exemplo 15 (Cont.):
Para calcular
∂2u
∂x∂z
, primeiro deriva-se a função em ordem a x,
depois deriva-se o resultado obtido em ordem a z.
∂u
∂x
=
y
x
+ yz−x+3y
ln y
∂2u
∂x∂z
= yz−x+3y
(ln y)2
∂2u
∂x∂z
|(1,2,1) = (ln 2)2
26
45 / 103 Departamento Matemática (ISEP) Matemática 2 (Capı́tulo I)
46. Derivadas Parciais
Exemplo 15 (Cont.):
Para calcular
∂3u
∂x∂z∂y
, primeiro deriva-se a função em ordem a x,
depois deriva-se o resultado obtido em ordem a z e finalmente
deriva-se o resultado obtido em ordem a y.
∂u
∂x
=
y
x
+ yz−x+3y
ln y
∂2u
∂x∂z
= yz−x+3y
(ln y)2
∂3u
∂x∂z∂y
=
2 ln y
1
y
yz−x+3y
+(ln y)2
h
3 yz−x+3y
ln y + (z − x + 3y) yz−x+3y−1
i
46 / 103 Departamento Matemática (ISEP) Matemática 2 (Capı́tulo I)
47. Diferencial Total
Uma função derivável z = f(x, y) sofrerá um acréscimo (ou
redução) se se variar cada uma das suas variáveis
independentes, mantendo as demais constantes (acréscimo
parcial), ou se as variarmos ao mesmo tempo (acréscimo total).
A variação total da função z = f(x, y) é dada por:
∆z = f(x + ∆x, y + ∆y) − f(x, y)
Definimos ∆x = dx e ∆y = dy como os diferenciais das variáveis
independentes x e y. O Diferencial Total, dz, da função é definido
por:
Diferencial Total
dz =
∂z
∂x
dx +
∂z
∂y
dy
e representa uma aproximação da variação total da função, ou seja,
dz ≈ ∆z
A generalização é direta para funções de mais de duas variáveis.
47 / 103 Departamento Matemática (ISEP) Matemática 2 (Capı́tulo I)
49. Diferencial Total
Exemplo 16: Considere a função z = f(x, y) = x2 + 3xy − y2.
1 Determine o diferencial dz.
2 Se x varia de 2 para 2.05 e y varia de 3 para 2.96, compare os
valores de ∆z e dz.
Resolução:
1 dz =
∂z
∂x
dx +
∂z
∂y
dy = (2x + 3y)dx + (3x − 2y)dy
2 Sejam x = 2, dx = ∆x = 0.05, y = 3 e dy = ∆y = −0.04, então
dz = (2 × 2 + 3 × 3) × 0.05 + (3 × 2 − 2 × 3)(−0.04) = 0.65
O incremento de z é
∆z = f(2.05, 2.96) − f(2, 3) = 0.6449
Verifica-se
∆z ≈ dz
49 / 103 Departamento Matemática (ISEP) Matemática 2 (Capı́tulo I)
50. Diferencial Total
Exemplo 17: Aplicando o conceito de diferencial total, calcule um
valor aproximado de
√
9.02 + ln 0.99.
Resolução:
Considere-se:
f(x, y) =
√
x + ln y
x = 9 e ∆x = dx = 0.02
y = 1 e ∆y = dy = −0.01
Como o diferencial total aproxima a variação total da função, dadas as
variações das variáveis independentes, tem-se
√
9.02 + ln 0.99 = f(9.02, 0.99) ≈ f(9, 1) + df(9, 1)
50 / 103 Departamento Matemática (ISEP) Matemática 2 (Capı́tulo I)
52. Diferencial Total
Exemplo 18: Usando o conceito de diferencial total, determine um
valor aproximado de f(0.99, 1.02, −0.02), sendo
f(x, y, z) = ln
√
x exy + 3xz
Resolução:
Pretendemos calcular um valor aproximado da função no ponto
(0.99, 1.02, −0.02).
Consideremos que as coordenadas do ponto (0.99, 1.02, −0.02),
resultaram de pequenas perturbações do ponto (1, 1, 0).
Considere-se o ponto e as perturbações das suas coordenadas:
x = 1 ⇒ dx = −0.01, (x + dx = 0.99)
y = 1 ⇒ dy = +0.02, (y + dy = 1.02)
z = 0 ⇒ dz = −0.02, (z + dz = −0.02)
52 / 103 Departamento Matemática (ISEP) Matemática 2 (Capı́tulo I)
53. Diferencial Total
Exemplo 18 (Cont.):
O valor do diferencial total é um valor aproximado da variação
total da função, como resultado de variações/perturbações nas
variáveis independentes.
O valor da função nas variáveis perturbadas é aproximadamente
igual ao valor da função nas variáveis não perturbadas, somado
ao valor aproximado da perturbação provocada na função
(diferencial).
Assim,
f(0.99, 1.02, −0.02) ≈ f(1, 1, 0) + df(1, 1, 0)
53 / 103 Departamento Matemática (ISEP) Matemática 2 (Capı́tulo I)
54. Diferencial Total
Exemplo 18 (Cont.): Calcule-se as derivadas de 1a ordem da função
no ponto (1, 1, 0):
∂f
∂x
=
1
2
exy + xyexy + 3z
x exy + 3xz
⇒
∂f
∂x
|(1,1,0) = 1.
∂f
∂y
=
1
2
x2exy
x exy + 3xz
⇒
∂f
∂y
|(1,1,0) =
1
2
.
∂f
∂z
=
1
2
3x
x exy + 3xz
⇒
∂f
∂z
|(1,1,0) =
3
2e
.
A fórmula do diferencial num ponto é,
df(1, 1, 0) =
∂f
∂x
|(1,1,0) dx +
∂f
∂y
|(1,1,0) dy +
∂f
∂z
|(1,1,0) dz
Fica,
df(1, 1, 0) = 1 dx +
1
2
dy +
3
2e
dz
54 / 103 Departamento Matemática (ISEP) Matemática 2 (Capı́tulo I)
55. Diferencial Total
Exemplo 18 (Cont.): Substituindo os acréscimos das variáveis
independentes,
df(1, 1, 0) = 1 ×
−
1
100
+
1
2
×
2
100
+
3
2e
×
−
2
100
= −
3
100e
Como f(1, 1, 0) =
1
2
, a resposta à pergunta é,
f(0.99, 1.02, −0.02) ≈ f(1, 1, 0) + df(1, 1, 0) =
1
2
−
3
100 × e
Como curiosidade,
f(0.99, 1.02, −0.02) ≈ 0.4888
1
2
−
3
100 × e
≈ 0.4890
55 / 103 Departamento Matemática (ISEP) Matemática 2 (Capı́tulo I)
56. Diferencial Total
Exemplo 19: Usando o conceito de diferencial total, determine um
valor aproximado de ln(3.01) − (2.01 − sen(0.01)).
Resolução:
Consideremos a função,
f(x, y, z) = ln x − (y − senz) = ln x − y + senz
Pretendemos calcular um valor aproximado de f(3.01, 2.01, 0.01).
Consideremos que as coordenadas do ponto (3.01, 2.01, 0.01),
resultaram de pequenas perturbações do ponto (3, 2, 0).
Considere-se o ponto e as perturbações das suas coordenadas:
x = 3 ⇒ dx = +0.01, (x + dx = 3.01)
y = 2 ⇒ dy = +0.01, (y + dy = 2.01)
z = 0 ⇒ dz = +0.01, (z + dz = 0.01)
56 / 103 Departamento Matemática (ISEP) Matemática 2 (Capı́tulo I)
57. Diferencial Total
Exemplo 19 (Cont.):
O valor do diferencial total é um valor aproximado da variação
total da função, como resultado de variações/perturbações nas
variáveis independentes.
O valor da função nas variáveis perturbadas é aproximadamente
igual ao valor da função nas variáveis não perturbadas, somado
ao valor aproximado da perturbação provocada na função
(diferencial).
Assim,
f(3.01, 2.01, 0.01) ≈ f(3, 2, 0) + df(3, 2, 0)
57 / 103 Departamento Matemática (ISEP) Matemática 2 (Capı́tulo I)
58. Diferencial Total
Exemplo 19 (Cont.): Calcule-se as derivadas de 1a ordem da função
no ponto (3, 2, 0):
∂f
∂x
=
1
x
⇒
∂f
∂x
|(3,2,0) =
1
3
.
∂f
∂y
= −1 ⇒
∂f
∂y
|(3,2,0) = −1.
∂f
∂z
= cos z ⇒
∂f
∂z
|(3,2,0) = 1.
A fórmula do diferencial num ponto é,
df(3, 2, 0) =
∂f
∂x
|(3,2,0) dx +
∂f
∂y
|(3,2,0) dy +
∂f
∂z
|(3,2,0) dz
Fica,
df(3, 2, 0) =
1
3
dx + (−1) dy + 1 dz
58 / 103 Departamento Matemática (ISEP) Matemática 2 (Capı́tulo I)
60. Derivadas de Funções Compostas
Recorde-se que se y = f(x) e x = g(t), ou seja,
se f for uma função da variável x e
se x for uma função da variável t
então dizemos que f é uma função composta pois o argumento da
função é ainda uma função. Indiretamente podemos, então, dizer que
f é uma função de t, y = f(g(t)).
y 7−→ x 7−→ t
Se f e g forem funções deriváveis então podemos calcular a derivada
de f em ordem a t:
Regra da Cadeia (Funções de uma Variável)
dy
dt
=
dy
dx
dx
dt
60 / 103 Departamento Matemática (ISEP) Matemática 2 (Capı́tulo I)
61. Derivadas de Funções Compostas
Exemplo 20: Sejam
y = 2x2
+ 1 e x = t3
+ 3
calcular
dy
dt
.
Resolução:
dy
dx
= 4x
dx
dt
= 3t2
logo a derivada de f em ordem a t é dada por:
dy
dt
=
dy
dx
dx
dt
= 4x × 3t2
= 4(t3
+ 3) × 3t2
= 12t2
(t3
+ 3)
61 / 103 Departamento Matemática (ISEP) Matemática 2 (Capı́tulo I)
62. Derivadas de Funções Compostas
Suponhamos que z = f(x, y) e x = g(t) e y = h(t), ou seja,
se z for uma função de duas variáveis x e y e
se x e y forem funções da variável t
então dizemos que z é uma função composta e indiretamente
podemos dizer que z é uma função de t, z = f(g(t), h(t)).
z%x7−
→t
y7−
→t
A variável z é a variável dependente, t é a variável independente e x e
y são as variáveis intermediárias.
Regra da Cadeia (Funções de duas Variáveis) (Caso I)
Seja z = f(x, y) uma função em x e y derivável, onde x = g(t) e
y = h(t), ambas funções deriváveis em t. Então z é derivável em t e
z%x7−
→t
y7−
→t
dz
dt
=
∂z
∂x
dx
dt
+
∂z
∂y
dy
dt
62 / 103 Departamento Matemática (ISEP) Matemática 2 (Capı́tulo I)
63. Derivadas de Funções Compostas
Exemplo 21: Seja z = x2y + 3xy4, onde x = sin(2t) e y = cos t,
calcular
dz
dt
em t = 0.
Resolução: z%x7−
→t
y7−
→t
Pela regra da cadeia vem
dz
dt
=
∂z
∂x
dx
dt
+
∂z
∂y
dy
dt
= (2xy + 3y4)(2 cos(2t)) + (x2 + 12xy3)(− sin t)
Como queremos calcular a derivada num ponto não é necessário
substituir x e y por t. Assim: t = 0 =⇒ x = sin 0 = 0 e y = cos 0 = 1.
Logo
dz
dt
|t=0 = (0 + 3)(2 cos(0)) + (0 + 0)(− sin 0) = 6
63 / 103 Departamento Matemática (ISEP) Matemática 2 (Capı́tulo I)
64. Derivadas de Funções Compostas
Suponhamos que z = f(x, y) tal que quer x, quer y são funções
de duas variáveis: x = g(s, t) e y = h(s, t), ou seja,
se z for uma função de duas variáveis x e y e
se x e y forem funções de duas variáveis s e t
então dizemos que z é uma função composta e indiretamente
podemos dizer que z é uma função de s e t.
A variável z é a variável dependente, s e t são as variáveis
independente e x e y são as variáveis intermediárias.
Regra da Cadeia (Funções de duas Variáveis) (Caso II)
Seja z = f(x, y) uma função em x e y derivável, onde x = g(s, t) e
y = h(s, t), ambas funções deriváveis em s e t. Então,
z%
x
%s
t
y
%s
t
∂z
∂t
=
∂z
∂x
∂x
∂t
+
∂z
∂y
∂y
∂t
;
∂z
∂s
=
∂z
∂x
∂x
∂s
+
∂z
∂y
∂y
∂s
64 / 103 Departamento Matemática (ISEP) Matemática 2 (Capı́tulo I)
65. Derivadas de Funções Compostas
Exemplo 22:
Seja z = ex sin y, onde x = st2 e y = s2t, determinar
∂z
∂s
e
∂z
∂t
.
Resolução: z%
x
%s
t
y
%s
t
Pela regra da cadeia vem
∂z
∂s
=
∂z
∂x
∂x
∂s
+
∂z
∂y
∂y
∂s
= (ex
sin y)(t2
) + (ex
cos y)(2st) =
= t2est2
sin(s2t) + 2stest2
cos(s2t)
∂z
∂t
=
∂z
∂x
∂x
∂t
+
∂z
∂y
∂y
∂t
= (ex
sin y)(2st) + (ex
cos y)(s2
) =
= 2stest2
sin(s2t) + s2est2
cos(s2t)
65 / 103 Departamento Matemática (ISEP) Matemática 2 (Capı́tulo I)
66. Derivadas de Funções Compostas
Exemplo 23: Seja z = arctan
y
x
, onde x = ln(u2) e y = euv ,
determinar
∂z
∂u
e
∂z
∂v
no ponto (1, 0).
Resolução:
Se P = (1, 0) então u = 1 e v = 0, logo x = 0 e y = 1.
Calculemos as diferentes derivadas;
∂z
∂x
=
−y/x2
1 + y2/x2
= −
y
x2 + y2
;
∂z
∂x
|P = −1
∂z
∂y
=
1/x
1 + y2/x2
=
x
x2 + y2
;
∂z
∂y
|P = 0
dx
du
=
2
u
;
dx
du
|P = 2 ;
∂y
∂u
= veuv
;
∂y
∂u
|P = 0
∂y
∂v
= ueuv
;
∂y
∂v
|P = 1
66 / 103 Departamento Matemática (ISEP) Matemática 2 (Capı́tulo I)
67. Derivadas de Funções Compostas
Exemplo 23 (Cont.):
z%x7→u
y
%u
v
Pela regra da cadeia vem
∂z
∂u
=
∂z
∂x
dx
du
+
∂z
∂y
∂y
∂u
;
∂z
∂u
|P = −1 × 2 + 0 × 0 = −2
∂z
∂v
=
∂z
∂y
∂y
∂v
;
∂z
∂v
|P = 0 × 1 = 0
67 / 103 Departamento Matemática (ISEP) Matemática 2 (Capı́tulo I)
68. Derivadas de Funções Definidas Implicitamente
Suponhamos que uma equação da forma F(x, y) = 0 define y
implicitamente como uma função de x, ou seja, y = f(x), ∀x ∈ Df .
Derivada de Funções definidas Implicitamente
dy
dx
= −
∂F
∂x
∂F
∂y
Exemplo 24: Seja y = f(x) definida implicitamente por
x2y − 3xy3 = 0. Determine a derivada de y em ordem a x.
Resolução:
Seja F(x, y) = x2y − 3xy3, então
∂F
∂x
= 2xy − 3y3
e
∂F
∂y
= x2
− 27xy2
. Logo
dy
dx
= −
2xy − 3y3
x2 − 27xy2
.
68 / 103 Departamento Matemática (ISEP) Matemática 2 (Capı́tulo I)
69. Derivadas de Funções Definidas Implicitamente
Suponhamos que uma equação da forma F(x, y, z) = 0 define z
implicitamente como uma função de x e de y, ou seja, z = f(x, y)
∀(x, y) ∈ Df
Derivadas Parciais de Funções definidas Implicitamente
∂z
∂x
= −
∂F
∂x
∂F
∂z
∂z
∂y
= −
∂F
∂y
∂F
∂z
69 / 103 Departamento Matemática (ISEP) Matemática 2 (Capı́tulo I)
71. Derivadas de Funções Definidas Implicitamente
Exemplo 26: Considere as funções,
w = f(x, y, z) = (3x − 2)2y−2 +
y arctg
√
2z − 1
x
, sendo
P(1, 1, 1) um ponto da curva;
y = g(u, v) definida por y =
√
2u + v + 1 − ln y.
Calcule
∂3w
∂y∂z∂x
.
Mostre que
∂y
∂u
− 2
∂y
∂v
= 0.
Sendo w = f(x, y, z), x = eu, y = g(u, v) e u = sen(z − 1),
calcule
∂w
∂u
|P, aplicando o teorema da derivada da função
composta.
71 / 103 Departamento Matemática (ISEP) Matemática 2 (Capı́tulo I)
72. Derivadas de Funções Definidas Implicitamente
Exemplo 26 (Cont.):
Resolução:
Para calcular
∂3w
∂y∂z∂x
, primeiro deriva-se a função em ordem a y,
depois deriva-se o resultado obtido em ordem a z e finalmente
deriva-se o resultado obtido em ordem a x.
∂w
∂y
= 2(3x − 2)2y−2
ln(3x − 2) +
arctg(
√
2z − 1)
x
∂2w
∂y∂z
=
1
x
×
2
2
√
2z−1
1 + (
√
2z − 1)2
=
1
2xz
√
2z − 1
∂3w
∂y∂z∂x
= −
2z
√
2z − 1
4x2z2(2z − 1)
= −
1
2x2z
√
2z − 1
72 / 103 Departamento Matemática (ISEP) Matemática 2 (Capı́tulo I)
73. Derivadas de Funções Definidas Implicitamente
Exemplo 26 (Cont.):
A função y = f(u, v) é uma função de duas variáveis, definida na
forma implı́cita.
Faça-se, F(y, u, v) = y −
√
2u + v + 1 + ln y.
∂y
∂u
= −
∂F
∂u
∂F
∂y
= −
−
2
2
√
2u + v + 1
1 +
1
y
=
y
√
2u + v + 1(y + 1)
∂y
∂v
=
∂F
∂v
∂F
∂y
= −
−
1
2
√
2u + v + 1
1 +
1
y
=
y
2
√
2u + v + 1(y + 1)
Facilmente se prova que
∂y
∂u
− 2
∂y
∂v
= 0.
73 / 103 Departamento Matemática (ISEP) Matemática 2 (Capı́tulo I)
74. Derivadas de Funções Definidas Implicitamente
Exemplo 26 (Cont.):
Trata-se de uma função composta,
w
x
y
z
u
u
v
u
Já vimos que a função y = g(u, v) está definida na forma
implı́cita.
Podemos considerar que z é uma função de u porque
u = sen(z − 1) ⇔ z = arcsen u + 1
A derivada de w em ordem a u é dada por,
∂w
∂u
=
∂w
∂x
dx
du
+
∂w
∂y
∂y
∂u
+
∂w
∂z
dz
du
74 / 103 Departamento Matemática (ISEP) Matemática 2 (Capı́tulo I)
75. Derivadas de Funções Definidas Implicitamente
Exemplo 26 (Cont.):
O exercı́cio pede o cálculo da derivada no ponto P(1, 1, 1), ou seja
x = 1, y = 1 e z = 1.
Precisamos de calcular os correspondentes valores de u e de v.
x = 1 ⇒ u = ln 1 ⇒ u = 0, porque x = eu;
y = 1 ∧ u = 0 ⇒ 1 =
√
2 × 0 + v + 1 − ln 1 ⇒ v = 0, porque
y =
√
2u + v + 1 − ln y.
A derivada pedida é dada por,
∂w
∂u
|P =
∂w
∂x
|P
dx
du
|u=0 +
∂w
∂y
|P
∂y
∂u
|u=0,v=0 +
∂w
∂z
|P
dz
du
|u=0
75 / 103 Departamento Matemática (ISEP) Matemática 2 (Capı́tulo I)
76. Derivadas de Funções Definidas Implicitamente
Exemplo 26 (Cont.):
Resolução: Calculemos todas as derivadas no ponto,
∂w
∂x
= 3(2y−2)(3x−2)2y−3
−
y arctg
√
2z − 1
x2
⇒
∂w
∂x
|P = −arctg 1 = −
π
4
dx
du
= eu
⇒
dx
du
|u=0 = 1
∂w
∂y
|P = arctg 1 =
π
4
∂y
∂u
|u=0,v=0 =
1
2
∂w
∂z
=
y
x
×
2
2
√
2z−1
1 + (
√
2z − 1)2
⇒
∂w
∂z
|P =
1
2
dz
du
=
1
√
1 − u2
⇒
dz
du
|u=0 = 1
∂w
∂u
|P = −
π
4
× 1 +
π
4
×
1
2
+
1
2
× 1 =
1
2
−
π
4
76 / 103 Departamento Matemática (ISEP) Matemática 2 (Capı́tulo I)
77. Derivadas de Funções Definidas Implicitamente
Exemplo 27: Considere a função
z = f(x, y) = ln
p
3x + y
+ arctg x2y
Calcule o valor aproximado de f(0.99, −1.98).
Sendo z = f(x, y), x = ln(et) e y = 2u cos(u + t), calcule
∂z
∂t
|{t=1,u=−1}, aplicando o teorema da derivada da função
composta.
Resolução:
Pretendemos calcular um valor aproximado da função no ponto
(0.99, −1.98).
Consideremos que as coordenadas do ponto (0.99, −1.98),
resultaram de pequenas perturbações do ponto (1, −2).
x = 1 ⇒ dx = −0.01, (x + dx = 0.99)
y = −2 ⇒ dy = +0.02, (y + dy = −1.98)
77 / 103 Departamento Matemática (ISEP) Matemática 2 (Capı́tulo I)
78. Derivadas de Funções Definidas Implicitamente
Exemplo 27 (Cont.): Então,
f(0.99, −1.98) ≈ f(1, −2) + df(1, −2)
Para calcular o diferencial no ponto, calcule-se primeiro, as derivadas
de 1a ordem da função no ponto (1, −2):
∂f
∂x
=
1
2
×
3
3x + y
+
2y x2y−1
1 + x4y
⇒
∂f
∂x
|(1,−2) = −
1
2
∂f
∂y
=
1
2
×
1
3x + y
+
2x2y ln x
1 + x4y
⇒
∂f
∂y
|(1,−2) =
1
2
A fórmula do diferencial num ponto é,
df(1, −2) =
∂f
∂x
|(1,−2) dx +
∂f
∂y
|(1,−2) dy
Fica,
df(1, −2) = −
1
2
dx +
1
2
dy
78 / 103 Departamento Matemática (ISEP) Matemática 2 (Capı́tulo I)
80. Derivadas de Funções Definidas Implicitamente
Exemplo 27 (Cont.): Trata-se de uma função composta,
z
x
y
t
u
t
A derivada de z em ordem a t é dada por,
dz
dt
=
∂z
∂x
dx
dt
+
∂z
∂y
∂y
∂t
O exercı́cio pede o cálculo da derivada para t = 1 ∧ u = −1.
Precisamos de calcular os correspondentes valores de x e de y.
t = 1 ⇒ x = ln(e × 1) ⇒ x = 1;
t = 1 ∧ u = −1 ⇒ y = −2 cos(0) ⇔ y = −2.
Seja P = (1, −2), a derivada pedida é dada por,
dz
dt
|{t=1,u=−1} =
∂z
∂x
|P
dx
dt
|t=1 +
∂z
∂y
|P
∂y
∂t
|{t=1,u=−1}
80 / 103 Departamento Matemática (ISEP) Matemática 2 (Capı́tulo I)
82. Derivadas de Funções Definidas Implicitamente
Exemplo 28: Considere as funções u = u(x, y) e v = v(x, y)
definidas pelas equações:
u = y ln
x + 2
y + 3
− 21−x+3y v + tg2
2x2y
= 1 − v3 ln x
Calcule
∂3u
∂x2∂y
.
Determine a expressão de dv.
Sendo z =
v
u
, em que u e v são as funções definidas, mostre que
∂z
∂x
| x=1
y=0
+
∂z
∂y
| x=1
y=0
= 1 + ln 4, aplicando o teorema da derivada
da função composta.
82 / 103 Departamento Matemática (ISEP) Matemática 2 (Capı́tulo I)
83. Derivadas de Funções Definidas Implicitamente
Exemplo 28 (Cont.):
Antes de começar a calcular a derivada pedida, simplifiquemos a
função dada,
u = y [ln(x + 2) − ln(y + 3)] − 21−x+3y
= y ln(x + 2) − y ln(y + 3) − 21−x+3y
∂u
∂x
=
y
x + 2
+ 21−x+3y
ln 2
∂2
u
∂x2
= −
y
(x + 2)2
− 21−x+3y
(ln 2)2
∂3
u
∂x2∂y
= −
1
(x + 2)2
− 3 × 21−x+3y
(ln 2)3
83 / 103 Departamento Matemática (ISEP) Matemática 2 (Capı́tulo I)
84. Derivadas de Funções Definidas Implicitamente
Exemplo 28 (Cont.):
A definição de diferencial é, dv =
∂v
∂x
dx +
∂v
∂y
dy.
A função v = v(x, y) está definida na forma implı́cita, logo,
faça-se,
F(v, x, y) = v + tg2
(2x2
y) − 1 + v3
ln x
As fórmulas são,
∂v
∂x
= −
∂F
∂x
∂F
∂v
= −
2tg(2x2y)sec2(2x2y) 4xy + v3
x
1 + 3v2 ln x
∂v
∂y
= −
∂F
∂y
∂F
∂v
= −
2tg(2x2y)sec2(2x2y) 2x2
1 + 3v2 ln x
84 / 103 Departamento Matemática (ISEP) Matemática 2 (Capı́tulo I)
85. Derivadas de Funções Definidas Implicitamente
Exemplo 28 (Cont.): A resposta é,
dv = −
8x2ytg(2x2y)sec2(2x2y) + v3
x(1 + 3v2 ln x)
dx+
+ −
2tg(2x2y)sec2(2x2y) 2x2
1 + 3v2 ln x
dy
Trata-se de uma função composta,
z
u
v
x
y
x
y
As derivada pedidas são,
∂z
∂x
=
∂z
∂u
∂u
∂x
+
∂z
∂v
∂v
∂x
∂z
∂y
=
∂z
∂u
∂u
∂y
+
∂z
∂v
∂v
∂y
85 / 103 Departamento Matemática (ISEP) Matemática 2 (Capı́tulo I)
86. Derivadas de Funções Definidas Implicitamente
Exemplo 28 (Cont.): O exercı́cio pede o cálculo da derivada para
x = 1 ∧ y = 0. Precisamos de calcular os correspondentes valores de
u e de v.
x = 1 ∧ y = 0 ⇒ u = 0 − 21−1+0 ⇒ u = −1;
x = 1 ∧ y = 0 ∧ u = −1 ⇒ v + tg2
(0) = 1 − v3 ln 1 ⇒ v = 1.
As derivadas pedidas são dadas por,
∂z
∂x
| x=1
y=0
u=-1
v=1
=
∂z
∂u
| u=-1
v=1
∂u
∂x
| x=1
y=0
+
∂z
∂v
| u=-1
v=1
∂v
∂x
| x=1
y=0
∂z
∂y
| x=1
y=0
u=-1
v=1
=
∂z
∂u
| u=-1
v=1
∂u
∂y
| x=1
y=0
+
∂z
∂v
| u=-1
v=1
∂v
∂y
| x=1
y=0
86 / 103 Departamento Matemática (ISEP) Matemática 2 (Capı́tulo I)
88. Máximos e Mı́nimos de Funções de Duas Variáveis
Valores Máximos e Mı́nimos de Funções de duas Variáveis
88 / 103 Departamento Matemática (ISEP) Matemática 2 (Capı́tulo I)
89. Máximos e Mı́nimos de Funções de Duas Variáveis
Uma função f de duas variáveis de domı́nio D, tem um
máximo global em (a, b) se
f(x, y) ≤ f(a, b); ∀(x, y) ∈ D
O número f(a, b) chama-se valor máximo.
máximo local em (a, b) se
f(x, y) ≤ f(a, b)
para todos os pontos (x, y) numa vizinhança de (a, b), ou seja,
pertencentes a um disco de centro (a, b).
O número f(a, b) chama-se valor máximo local.
89 / 103 Departamento Matemática (ISEP) Matemática 2 (Capı́tulo I)
90. Máximos e Mı́nimos de Funções de Duas Variáveis
Uma função f de duas variáveis de domı́nio D, tem um
mı́nimo global em (a, b) se
f(x, y) ≥ f(a, b); ∀(x, y) ∈ D
O número f(a, b) chama-se valor mı́nimo.
mı́nimo local em (a, b) se
f(x, y) ≥ f(a, b)
para todos os pontos (x, y) numa vizinhança de (a, b), ou seja,
pertencentes a um disco de centro (a, b).
O número f(a, b) chama-se valor mı́nimo local.
90 / 103 Departamento Matemática (ISEP) Matemática 2 (Capı́tulo I)
91. Máximos e Mı́nimos de Funções de Duas Variáveis
Teorema
Se f tem um máximo ou mı́nimo local em (a, b) e se as derivadas
parciais de 1a ordem existirem, então
∂f
∂x
|(a,b) = 0 e
∂f
∂y
|(a,b) = 0
Definição
Um ponto (a, b) chama-se ponto crı́tico (ou ponto estacionário) se:
∂f
∂x
|(a,b) = 0;
∂f
∂y
|(a,b) = 0 OU
Uma das derivadas parciais não existe.
Assim, se f tem um máximo ou mı́nimo local em (a, b), então (a, b) é
um ponto crı́tico de f.
91 / 103 Departamento Matemática (ISEP) Matemática 2 (Capı́tulo I)
92. Máximos e Mı́nimos de Funções de Duas Variáveis
Tal como acontece em funções univariável, nem todos os pontos
crı́ticos são máximos ou mı́nimos locais.
Exemplo 29: Seja f(x, y) = x2 + y2 − 2x − 6y + 14.
As derivadas parciais são:
∂f
∂x
= 2x − 2 e
∂f
∂y
= 2y − 6
Se igualarmos estas derivadas a zero obtemos o ponto crı́tico (1, 3).
De facto trata-se de um mı́nimo local (e também global).
92 / 103 Departamento Matemática (ISEP) Matemática 2 (Capı́tulo I)
93. Máximos e Mı́nimos de Funções de Duas Variáveis
Exemplo 30: Encontrar os valores extremos de f(x, y) = y2 − x2.
As derivadas parciais são:
∂f
∂x
= −2x e
∂f
∂y
= 2y
Se igualarmos estas derivadas a zero obtemos o ponto crı́tico (0, 0).
Neste caso o ponto crı́tico nem é um máximo, nem um mı́nimo local,
pois em qualquer disco centrado em (0, 0) tem pontos com valores
positivos e pontos com valores negativos.
93 / 103 Departamento Matemática (ISEP) Matemática 2 (Capı́tulo I)
94. Máximos e Mı́nimos de Funções de Duas Variáveis
Como determinar os extremos locais?
Definição
Seja f = f(x, y), se existirem as derivadas parciais de primeira e
segunda ordens em (a, b), então
H = H(a, b) =
∂2f
∂x2
|(a,b)
∂2f
∂x∂y
|(a,b)
∂2f
∂y∂x
|(a,b)
∂2f
∂y2
|(a,b)
chama-se Determinante Hessiano.
94 / 103 Departamento Matemática (ISEP) Matemática 2 (Capı́tulo I)
95. Máximos e Mı́nimos de Funções de Duas Variáveis
Teste do Determinante Hessiano
Suponhamos que:
as segundas derivadas parciais de f são contı́nuas num disco de
centro em (a, b);
∂f
∂x
|(a,b) = 0 e
∂f
∂y
|(a,b) = 0, [(a, b) é um ponto crı́tico de f].
Seja H = H(a, b) o determinante Hessiano.
Se H 0 e
∂2f
∂x2
|(a,b) 0, então f(a, b) é um mı́nimo local;
Se H 0 e
∂2f
∂x2
|(a,b) 0, então f(a, b) é um máximo local;
Se H 0 então f(a, b) não é nem mı́nimo nem máximo local,
denomina-se ponto sela.
Se H = 0 o teste é inconclusivo.
95 / 103 Departamento Matemática (ISEP) Matemática 2 (Capı́tulo I)
96. Máximos e Mı́nimos de Funções de Duas Variáveis
Exemplo 31: Encontrar os valores máximos e mı́nimos locais da
função f(x, y) = x4 + y4 − 4xy + 1.
Resolução: Calculemos primeiros os pontos crı́ticos:
∂f
∂x
= 4x3
− 4y e
∂f
∂y
= 4y3
− 4x
Se igualarmos estas derivadas a zero obtemos:
x3 − y = 0 e y3 − x = 0
Substitua-se y = x3 na segunda equação:
x9 − x = x(x8 − 1) = x(x4 − 1)(x4 + 1) =
x(x2 − 1)(x2 + 1)(x4 + 1) = x(x − 1)(x + 1)(x2 + 1)(x4 + 1) = 0
Logo as raı́zes são: −1, 0, 1.
Assim os três pontos crı́ticos são (−1, −1), (0, 0) e (1, 1).
96 / 103 Departamento Matemática (ISEP) Matemática 2 (Capı́tulo I)
97. Máximos e Mı́nimos de Funções de Duas Variáveis
Exemplo 31 (Cont.): Calcule-se as segundas derivadas e H(x, y):
∂2f
∂x2
= 12x2 ∂2f
∂x∂y
=
∂2f
∂y∂x
= −4
∂2f
∂y2
= 12y2
O determinante Hessiano é
H = H(x, y) =
12x2 −4
−4 12y2 = 144x2
y2
− 16
H(−1, −1) = 128 0 e
∂2f
∂x2
|(−1,−1) = 12 0, logo f(−1, −1) é
um mı́nimo local;
H(0, 0) = −16 0, logo f(0, 0) não é nem máximo nem mı́nimo
local (ponto sela);
H(1, 1) = 128 0 e
∂2f
∂x2
|(1,1) = 12 0, logo f(−1, −1) é um
mı́nimo local.
97 / 103 Departamento Matemática (ISEP) Matemática 2 (Capı́tulo I)
98. Máximos e Mı́nimos de Funções de Duas Variáveis
Exemplo 31 (Cont.): A figura representa o gráfico da função
f(x, y) = x4 + y4 − 4xy + 1.
98 / 103 Departamento Matemática (ISEP) Matemática 2 (Capı́tulo I)
99. Máximos e Mı́nimos de Funções de Duas Variáveis
Exemplo 32: Pretende-se construir uma caixa retangular sem tampa
a partir de 12m2 de cartão. Encontrar o volume máximo da caixa.
Resolução: Sejam o comprimento, largura e altura da caixa (em
metros) representadas por x, y e z respetivamente.
99 / 103 Departamento Matemática (ISEP) Matemática 2 (Capı́tulo I)
100. Máximos e Mı́nimos de Funções de Duas Variáveis
Exemplo 32 (cont.): O volume da caixa é dado por
V = xyz
Podemos expressar V como uma função de duas variáveis x e y
usando o fato de que a área dos quatros lados e da base é dada por:
2xz + 2yz + xy = 12
Resolvendo esta equação em ordem a z, obtemos:
z =
12 − xy
2(x + y)
Logo o volume da caixa é dado por:
V = xy
12 − xy
2(x + y)
=
12xy − x2y2
2(x + y)
100 / 103 Departamento Matemática (ISEP) Matemática 2 (Capı́tulo I)
101. Máximos e Mı́nimos de Funções de Duas Variáveis
Exemplo 32 (cont.): Calcule-se as derivadas parciais de V:
∂V
∂x
=
y2(12 − 2xy − x2)
2(x + y)2
;
∂V
∂y
=
x2(12 − 2xy − y2)
2(x + y)2
Igualando as derivadas a zero vem (note-se que para x = 0 e y = 0
vinha V = 0):
12 − 2xy − x2 = 0 ; 12 − 2xy − y2 = 0
Implica que x2 = y2 e logo x = y. (Note-se que x e y são valores
positivos).
Se substituirmos x = y am ambas equações obtemos:
12 − 3x2
= 0 ⇔ x = 2 ∧ y = 2
101 / 103 Departamento Matemática (ISEP) Matemática 2 (Capı́tulo I)
102. Máximos e Mı́nimos de Funções de Duas Variáveis
Exemplo 32 (cont.): Calcule-se z:
z =
12 − 2 × 2
2(2 + 2)
= 1
Assim o ponto crı́tico é (2, 2, 1). Para aplicar o teste do determinante
Hessiano:
∂2V
∂x2
= −
y2(y2 + 12)
(x + y)3
;
∂2V
∂x2 (2,2) = −1
∂2V
∂y2
= −
x2(x2 + 12)
(x + y)3
;
∂2V
∂y2 (2,2) = −1
∂2V
∂x∂y
=
∂2V
∂y∂x
= −
y(xy2 + 3x2y + x3 − 12x)
(x + y)3
;
∂2V
∂x∂y (2,2) = −
1
2
102 / 103 Departamento Matemática (ISEP) Matemática 2 (Capı́tulo I)
103. Máximos e Mı́nimos de Funções de Duas Variáveis
Exemplo 32 (cont.): O determinante Hessiano é
H = H(2, 2) =
−1 −1
2
−1
2 −1
=
3
4
Como
H(2, 2) 0 e
∂2V
∂x2 (2,2) = −1 0,
verifica-se que existe um máximo local em x = 2, y = 2 e z = 1.
Sendo então o volume máximo dado por
V = 2 × 2 × 1 = 4m3
103 / 103 Departamento Matemática (ISEP) Matemática 2 (Capı́tulo I)