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CASO CLÍNICO
Discente: Raí Silva Gomes
Docente: Prof. Dr. Nilton Ghiotti de Siqueira
Universidade Federal do Acre
Centro de Ciências da Saúde e do Desporto
Curso de Medicina
ANAMNESE
Identificação: G.F.S., 35 anos, sexo feminino,
branca, católica, solteira, natural e residente de
Xapuri/AC.
Queixa Principal: “caroço no pescoço”.
História da doença atual: Paciente relata que em 2009 percebeu nódulo na tireoide de
aproximadamente 1,0 cm. À época refere também picos de ansiedade e irritabilidade,
insônia, ganho de peso e aumento do apetite, suores e calor excessivo, além de perda de
força muscular aos mínimos esforços. Procurou a UBS de Xapuri/AC, e, após
avaliação médica é encaminhada para a realização de exames complementares.
Retorno com exames...
Evento em 2010...
Interrogatório complementar: Refere ganho de peso (não quantificada) e
palpitações. Nega cefaleia, diarreia, alterações na fonação e outros
sintomas.
História patológica pregressa: Nega alergias, cirurgias, internações
prévias, transfusões sanguíneas e/ou comorbidades.
História social: Etilista social, sedentária, dieta rica em proteínas animais,
gorduras, frituras e doces. Refere acesso ao saneamento básico. Nega
tabagismo. Nega uso de drogas ilícitas.
História fisiológica: Vida sexual ativa (relações casuais). Uso esporádico
do preservativo.
EXAME
FÍSICO
Paciente em bom estado geral, lúcida e orientada em tempo e espaço, hidrata, normocorada, eupneica
(FR = 18 irpm), normocárdica (FC = 85 bcpm), normotensa (120X70 mmHg), anictérica, acianótica,
afebril (36,4 ºC), fácies atípica e mucosas normocoradas.
Cabeça e pescoço: Pescoço – mobilidade preservada, abaulamento na região anterior, ausência de
retrações, cicatrizes, traqueia centrada, ausência de turgência de jugular e sem linfonodomegalias.
Tireoide - nódulo palpável no lobo D da tireoide, medindo aprox 3 cm, consistência fibroelastica,
superfície lisa, indolor à palpação, ausência de flogose, mobilidade preservada à deglutição e
ausência de sopro tireoidiano.
Aparelho cardiovascular: RCR em 2T, BNF, sem sopros. Ictus de VE no 5ª EIE e não propulsivo.
Aparelho respiratório: Murmúrio vesicular universalmente audível, sem ruídos adventícios. Tórax
simétrico, SpO2 = 98%.
Abdome: plano, flácido, ausência de circulação colateral, ruídos hidroaéreos preservados (25
RHA/min), timpânico à percussão. Abdome indolor à palpação superficial e profunda. Ausência de
massas palpáveis e/ou visíveis, sem sinal de ascite. Baço impalpável. Hepatimetria: 7 cm em LD e 8
cm em LE. Espaço de Traube livre.
EXAME FÍSICO ATUAL…
EXAMES
COMPLEMENTARES
Exames Complementares
Laboratório
1. ANTI-TPO: 7,79 UI/mL (até 34 UI/mL)
2. TSH: 0,970 µUI/mL (0,4 a 4,3 µUI/mL)
3. ANTICORPOS ANTI-TIREOGLOBULINA: 15,6 UI/mL (10 a 115 UI/mL)
4. PTH: 22 pg/mL (12 a 88 pg/mL)
5. HEMOGRAMA - HB (14 g/dL); HT (41,3%); plaquetas (300.000
mm3); leucograma (normal)
6. TAP/INR: 12 seg; 1,0
Exames Complementares
Imagens – USG
Exames Complementares
Imagens – USG
Exames
Complementares
Imagens – USG
HIPÓTESE DIAGNÓSTICA
HIPÓTESES
Com base na clínica e exames.....
• Benigno?
• Maligno?
HIPÓTESES
Hashimoto
Bócio coloide (uni ou multinodular)
Cisto coloide
02
01
03
Adenoma
04
Carcinoma
05
Sarcoma
06
Metástase
07
CONDUTA
TRATAMENTO CIRÚRGICO
Lobectomia tireoidiana direita
(tireoidectomia parcial a D)
RELATÓRIO CIRÚRGICO
NÓDULOS
TIREOIDIANOS
Nódulos Tireoidianos
INTRODUÇÃO
• Definição: Aumento do volume tireoidiano (às custa do
parênquima);
• Epidemiologia: 4 a 7% à palpação (6% das mulheres e 1%
dos homens); 19 a 67% à ultrassonografia.
• 80% dos indivíduos têm ou terão pelo menos um nódulo até
os 80 anos de idade
Nódulos Tireoidianos
INTRODUÇÃO
• As causas mais comuns são:
• Benignos (95%);
• Malignos (5%).
Nódulos Tireoidianos
DIAGNÓSTICO
Palpação
Nódulos Tireoidianos
DIAGNÓSTICO
• Todo nódulo de tireoide deve ser investigado
com métodos complementares?
SIM!
Nódulos Tireoidianos
DIAGNÓSTICO
1. TSH;
2. T4 e T3 livres;
3. Anti-TPO;
4. Calcitonina (controverso).
Nódulos Tireoidianos
DIAGNÓSTICO
Nódulos Tireoidianos
DIAGNÓSTICO
• Qual é o valor da ultrassonografia no diagnóstico e
seguimento dos pacientes portadores de doença
nodular da tireoide?
É o principal método de imagem no diagnóstico dos nódulos tireoidiano.
Nódulos Tireoidianos
DIAGNÓSTICO
• Como selecionar os pacientes com doença
nodular da tireoide que devem ou não ser
submetidos à PAAF?
Distinguir a natureza maligna ou benigna.
 > 1 cm + eutireoidismo
 < 1 cm + suspeita
Esquema da conduta preconizada para o paciente com nódulo de tireoide
TRATAMENTO CIRÚRGICO
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  • 3. Identificação: G.F.S., 35 anos, sexo feminino, branca, católica, solteira, natural e residente de Xapuri/AC. Queixa Principal: “caroço no pescoço”.
  • 4. História da doença atual: Paciente relata que em 2009 percebeu nódulo na tireoide de aproximadamente 1,0 cm. À época refere também picos de ansiedade e irritabilidade, insônia, ganho de peso e aumento do apetite, suores e calor excessivo, além de perda de força muscular aos mínimos esforços. Procurou a UBS de Xapuri/AC, e, após avaliação médica é encaminhada para a realização de exames complementares. Retorno com exames... Evento em 2010...
  • 5. Interrogatório complementar: Refere ganho de peso (não quantificada) e palpitações. Nega cefaleia, diarreia, alterações na fonação e outros sintomas. História patológica pregressa: Nega alergias, cirurgias, internações prévias, transfusões sanguíneas e/ou comorbidades. História social: Etilista social, sedentária, dieta rica em proteínas animais, gorduras, frituras e doces. Refere acesso ao saneamento básico. Nega tabagismo. Nega uso de drogas ilícitas. História fisiológica: Vida sexual ativa (relações casuais). Uso esporádico do preservativo.
  • 7. Paciente em bom estado geral, lúcida e orientada em tempo e espaço, hidrata, normocorada, eupneica (FR = 18 irpm), normocárdica (FC = 85 bcpm), normotensa (120X70 mmHg), anictérica, acianótica, afebril (36,4 ºC), fácies atípica e mucosas normocoradas. Cabeça e pescoço: Pescoço – mobilidade preservada, abaulamento na região anterior, ausência de retrações, cicatrizes, traqueia centrada, ausência de turgência de jugular e sem linfonodomegalias. Tireoide - nódulo palpável no lobo D da tireoide, medindo aprox 3 cm, consistência fibroelastica, superfície lisa, indolor à palpação, ausência de flogose, mobilidade preservada à deglutição e ausência de sopro tireoidiano. Aparelho cardiovascular: RCR em 2T, BNF, sem sopros. Ictus de VE no 5ª EIE e não propulsivo. Aparelho respiratório: Murmúrio vesicular universalmente audível, sem ruídos adventícios. Tórax simétrico, SpO2 = 98%. Abdome: plano, flácido, ausência de circulação colateral, ruídos hidroaéreos preservados (25 RHA/min), timpânico à percussão. Abdome indolor à palpação superficial e profunda. Ausência de massas palpáveis e/ou visíveis, sem sinal de ascite. Baço impalpável. Hepatimetria: 7 cm em LD e 8 cm em LE. Espaço de Traube livre. EXAME FÍSICO ATUAL…
  • 9. Exames Complementares Laboratório 1. ANTI-TPO: 7,79 UI/mL (até 34 UI/mL) 2. TSH: 0,970 µUI/mL (0,4 a 4,3 µUI/mL) 3. ANTICORPOS ANTI-TIREOGLOBULINA: 15,6 UI/mL (10 a 115 UI/mL) 4. PTH: 22 pg/mL (12 a 88 pg/mL) 5. HEMOGRAMA - HB (14 g/dL); HT (41,3%); plaquetas (300.000 mm3); leucograma (normal) 6. TAP/INR: 12 seg; 1,0
  • 14. HIPÓTESES Com base na clínica e exames..... • Benigno? • Maligno?
  • 15. HIPÓTESES Hashimoto Bócio coloide (uni ou multinodular) Cisto coloide 02 01 03 Adenoma 04 Carcinoma 05 Sarcoma 06 Metástase 07
  • 17. TRATAMENTO CIRÚRGICO Lobectomia tireoidiana direita (tireoidectomia parcial a D)
  • 20. Nódulos Tireoidianos INTRODUÇÃO • Definição: Aumento do volume tireoidiano (às custa do parênquima); • Epidemiologia: 4 a 7% à palpação (6% das mulheres e 1% dos homens); 19 a 67% à ultrassonografia. • 80% dos indivíduos têm ou terão pelo menos um nódulo até os 80 anos de idade
  • 21. Nódulos Tireoidianos INTRODUÇÃO • As causas mais comuns são: • Benignos (95%); • Malignos (5%).
  • 23. Nódulos Tireoidianos DIAGNÓSTICO • Todo nódulo de tireoide deve ser investigado com métodos complementares? SIM!
  • 24. Nódulos Tireoidianos DIAGNÓSTICO 1. TSH; 2. T4 e T3 livres; 3. Anti-TPO; 4. Calcitonina (controverso).
  • 26. Nódulos Tireoidianos DIAGNÓSTICO • Qual é o valor da ultrassonografia no diagnóstico e seguimento dos pacientes portadores de doença nodular da tireoide? É o principal método de imagem no diagnóstico dos nódulos tireoidiano.
  • 27. Nódulos Tireoidianos DIAGNÓSTICO • Como selecionar os pacientes com doença nodular da tireoide que devem ou não ser submetidos à PAAF? Distinguir a natureza maligna ou benigna.  > 1 cm + eutireoidismo  < 1 cm + suspeita
  • 28. Esquema da conduta preconizada para o paciente com nódulo de tireoide