2. • O Novo Acordo Ortográfico da Língua
Portuguesa está em vigor desde janeiro de
2009, mas passou a ser obrigatório em 2013.
• O objetivo da mudança é unificar a ortografia
oficial de oito países que tem o português
como idioma oficial – Brasil, Portugal, Angola,
Moçambique, Cabo-Verde, Guiné-Bissau, São
Tomé e Príncipe e Timor Leste.
3.
4. História: Do latim ao português atual
Celtas
Iberos
Púnico-fenício
Lígures
Gregos
5. Latim
• O latim era no início um idioma rude que
pertencia a agricultores e pastores.
6. Evolução da língua portuguesa:
• Latim lusitânico, língua falada na Lusitânia deste
a implantação do latim até o séc. V;
• Romance lusitânico, língua falada na Lusitânia do
séc. VI ao séc. IX;
• Português proto-histórico, língua falada na
Lusitânia do séc. IX ao final do séc. XII;
• Português arcaico, princípios do séc. XIII à
primeira metade do séc. XIV, a língua começa a
ser codificada gramaticalmente;
• Português moderno, se estende da segunda
metade do séc. XIV aos nossos dias.
8. O que é a reforma ortográfica?
• É um tratado internacional cujo objetivo é
unificar a ortografia do português para uso
dos 200 milhões de falantes nativos da língua
no mundo.
9. Por quê?
• Por causa disso:
"A adopção de uma única ortografia entre
países de língua portuguesa pode ser
óptima."
10. - Do ponto de vista da ortografia, existem diferenças
bastante relevantes na língua portuguesa. E não apenas
entre os dois países. Nas outras seis nações que falam e
escrevem o português (Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau,
Moçambique, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste) ocorre o
mesmo.
- Para acabar com essas diferenças, foi criado, em 1990,
um acordo.
"A existência de duas grafias oficiais acarreta problemas na
redação de documentos em tratados internacionais e na
publicação de obras de interesse público", defendia o
filólogo Antônio Houaiss, o principal responsável pelo
processo de unificação aqui no Brasil.
11. • É importante ressaltar que a pronúncia, o
vocabulário e a sintaxe permanecem
exatamente como estão. A novidade é a
unificação da grafia de algumas palavras.
12. Mas por que demorou tanto para se
colocar em prática o acordo?
• Originalmente, o combinado era que todos os
membros da Comunidade dos Países de Língua
Portuguesa (CPLP) deveriam ratificar o acordo para que
ele tivesse valor.
• Em 2004, porém, os chefes de Estado da CPLP
decidiram que bastava a aprovação de três nações para
a reforma ortográfica entrar em vigor.
• O Brasil, no entanto, definiu que mudaria o jeito de
escrever somente se Portugal também o fizesse (e o
"sim" de Lisboa às novas normas só veio no ano de
2007).
13. Países participantes do acordo em
Lisboa:
• Angola
• Brasil
• Cabo Verde
• Guiné-Bissau
• Moçambique
• Portugal
• São Tomé e Príncipe
14. Onde se fala português:
• O português é a língua oficial de Portugal,
Brasil, Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau,
Moçambique, São Tomé e Príncipe e Timor-
Leste.
16. Alfabeto
• O acréscimo das letras K, W e Y.
• O alfabeto passa a ter 26 letras, em vez das 23
que tinha antes.
A B C D E F G H I J K L M N O P Q R S T U V W Y Z
17. Exemplos:
• km (quilômetro),
• KLM (companhia aérea),
• K (potássio),
• W (watt),
• www (sigla de world wide web, expressão que é
sinônimo para a rede mundial de
computadores).
Em palavras estrangeiras incorporadas à língua.
Exemplo: sexy, show, download, megabyte.
18. Novo acordo ortográfico: acento
circunflexo
• Nada muda na acentuação dos
verbos ter, vir e seus derivados.
• Eles continuam com o acento circunflexo no
plural (eles têm, eles vêm)
19.
20.
21. O acento agudo desaparece das palavras da língua
portuguesa em três casos, como se pode ver a seguir:
22.
23.
24. Acento diferencial
• O acento diferencial é utilizado para permitir a identificação mais
fácil de palavras homófonas, ou seja, que têm a mesma pronúncia.
Atualmente, usamos o acento diferencial - agudo ou circunflexo -
em vocábulos como pára (forma verbal), a fim de não confundir
com para (a preposição), entre vários outros exemplos.
• Com a entrada em vigor do acordo, o acento diferencial não será
mais usado nesse caso e também nos que estão a seguir:
• péla (do verbo pelar) e pela (a união da preposição com o artigo);
• pólo (o substantivo) e polo (a união antiga e popular de por e lo);
• pélo (do verbo pelar) e pêlo (o substantivo);
• pêra (o substantivo) e péra (o substantivo arcaico que significa
pedra), em oposição a pera (a preposição arcaica que
significa para).
25. No entanto:
• duas palavras obrigatoriamente continuarão recebendo
o acento diferencial:
• pôr (verbo) mantém o circunflexo para que não seja
confundido com a preposição por;
• pôde (o verbo conjugado no passado) também
mantém o circunflexo para que não haja confusão com
pode (o mesmo verbo conjugado no presente).
Observação: já em fôrma/forma, o acento é
facultativo.
26. Uso do hífen:
• O hífen deixa de ser empregado nas seguintes
situações:
- quando o prefixo termina em vogal e o
segundo elemento começa com as
consoantes s ou r. Nesse caso, a consoante
obrigatoriamente passa a ser duplicada;
- quando o prefixo termina em vogal e o
segundo elemento começa com uma vogal
diferente.
27.
28. No entanto:
• O hífen permanece quando o prefixo termina
com r (hiper, inter e super) e a primeira letra
do segundo elemento também é r.
Exemplos: hiper-requintado, super-resistente.
29. Trema, um sinal a menos
• O trema, sinal gráfico de dois pontos usado
em cima do u para indicar que essa letra, nos
grupos que, qui, gue e gui, é pronunciada,
será abolido.
• É simples assim: ele deixa de existir na língua
portuguesa. Vale lembrar, porém, que a
pronúncia continua a mesma.
30.
31.
32. No entanto:
• O acordo prevê que o trema seja mantido em
nomes próprios de origem estrangeira, bem
como em seus derivados.
Exemplos: Bündchen, Müller, mülleriano.
33.
34. Uso de Vogais Átonas E e I
Sufixo (-ano) + i
• Havaí – havaiano (antes havaeano)
• Itália – italiano (antes italeano)
Sufixo (-ano) + e átono
• Acre – acriano (antes acreano)
• Açores – açoriano (antes açoreano)
35. Mudanças na acentuação e no uso do
trema
• Os ditongos abertos tônicos éi e ói perdem o
acento agudo quando caem na penúltima
sílaba (paroxítonas):
Idéia (s) - ideia (s)
Jóia (s) – joia (s)
Geléia (s) – geleia (s)
Apóia (s) – apoia (s)
36. E por que o acento agudo não saiu
dessas palavras?
• Anéis
• Herói (s)
• Fiéis
• Anzóis
Porque são oxítonas (acento tônico na última
sílaba)!
37. Cai o acento circunflexo de palavras
paroxítonas terminadas em ôo e em
êem.
• Vôo – voo
• Dêem – deem
• Enjôo – enjoo
• Vêem – veem
• Crêem – creem
• Abençôo – abençoo
• Lêem - leem
38. Atenção:
• As flexões dos verbos ter e vir na 3ª pessoa do
plural no presente do indicativo mantêm o
acento.
• Têm
• Vêm
Diferente da 3ª pessoa do singular: tem e vem.
39. Não se usa acento gráfico (´ou ^) em palavras
paroxítonas para diferenciá-las de outras palavras
com a mesma grafia (homógrafas).
• Pára (flexão de parar) e para (preposição) - PARA
• Péla (s) (subst. Fem), pelas (flexão de pelar) e pela (s) (contração
por + a(s)) – PELA (S)
• Pélo (flexão de pelar), pêlo (subst. Masc.) e pelo (contração por + o)
– PELO (S)
• Péra (s) (subst. Fem. = pedra), pêra (s) (subst. Fem.) e pera (prep.
= para) – PERA (S)
• Pólo (s) (subst. Masc.) e polo (s) (combinação de por + lo (s)) –
POLO (S)
40. Atenção:
• O verbo pôr (infinitivo) e pôde (flexão na 3ª
pessoa do singular do pretérito perfeito do
verbo poder) mantêm o acento, diferente das
preposições por e da flexão da 3ª pessoa do
singular do presente do indicativo pode)
41. Perdem o acento agudo as vogais tônicas i e u
de palavras paroxítonas, quando antecedidas
de ditongos:
• Boiúno – boiuno
• Feiúra – feiura
• Baiúca – baiuca
• Alauíta – alauita
ATENÇÃO: Mantém o acento agudo quando a palavra é
proparoxítona (feiíssimo, bauínia) ou oxítona (tuiuiú, teiú,
teiús)
42. Verbos arguir e redarguir
• Nestes verbos, deixa-se de usar o acento agudo no u tônico quando na
flexão este acento cai em sílaba do seu radical (flexões rizotônicas).
Exemplo:
Argúo – arguo
Redargúo – redarguo
Argúis – arguis
Redargúis – redarguis
Argúi – argui
Redargúi – redargui
Argúem – arguem
Redargúem – redarguem
Argúa – argua
Redargúa – redargua
Argúa – argua
Redargúa – redargua
Argúas – arguas
43. Exceções
• Palavras que antes eram escritas com hífen, e
sofreram o processo de aglutinação:
Girassol
Madressilva
Mandachuva
Pontapé
Paraquedas
Paraquedistas
Passatempo
44. Os nomes de lugares geográficos
(topônimos) com prefixos Grão e Grã, ou
quando o primeiro elemento é verbal, e
quando os elementos estão ligados por
artigos, usa-se hífen:
• Grão-Pará
• Grã-Bretanha
• Passa-Quatro (primeiro elemento verbal)
• Trás-os-Montes (primeiro elemento verbal e
artigo de ligamento)
• Todos-os-Santos (elementos ligados por artigo)
45. Têm hífen palavras compostas que
designam espécies botânicas e
zoológicas:
• Couve-flor
• Erva-doce
• Andorinha-do-mar
• Bem-te-vi
• Leão-marinho
46. Usa-se hífen (não travessão) entre elementos
que formam não uma palavra, mas um
encadeamento vocabular:
• Ponte Rio-Niterói
• Liberdade-Igualdade-Fraternidade
47. Não se usa hífen:
• Locuções substantivas:
Café da manhã
Fim de semana
Cão de guarda
53. Locuções que usam hífen por terem
sidos consagradas pelo uso:
• Água-de-colônia
• Arco-da-velha
• Cor-de-rosa
• Mais-que-perfeito
• Pé-de-meia
• Ao Deus-dará
• À queima-roupa
54. Mudanças no uso do
hífen em palavras
compostas por
prefixação e
recomposição
55. Geralmente, palavras compostas com prefixos
ou falsos prefixos usa-se hífen se o segundo
elemento começa por h:
• Anti-histórico
• Super-homem
• Multi-horário
• Mini-habitação
56. Porém, quando se usam prefixos des-
e in- caem o h e o hífen:
• Desumano
• Inabitável
• Desonra
• Inábil
57. Também com os prefixos co- e re-
caem o h e o hífen:
• Coabitar
• Coerdar
• Reabilitar
• Reabitar
58. Passa a se usar hífen entre o prefixo e o segundo
elemento quando o prefixo termina na mesma
vogal pela qual começa o segundo elemento:
• Antiinflamatório -> anti-inflamatório
• Teleeducação -> tele-educação
• Neoortodoxia -> neo-ortodoxia
59. Nos prefixos terminados em a, já
era uso vigente, agora consolidado
pela regra:
• Contra-almirante
• Extra-articular
• Ultra-alto
60. Exceção:
• O prefixo co- se aglutina com segundo
elemento começado por o:
Cooptar
Coobrigação
61. Exceção: O prefixo re- se aglutina com
palavras começadas por e.
• Reeleição
• Reestudar
• Reerguer
62. Usa-se hífen com circum- e pan- quando
seguidos de elemento que começa por vogal, m
e n, além do já citado h:
• Circum-navegação
• Circum-meridiano
• Pan-africano
63. Prefixos hiper-, inter-, super-, ciber- e nuper- com o
segundo elemento começando com letra r ou h:
• Hiper-requintado
• Inter-resistente
• Super-radical
• Inter-hospitalar
64. E não se usa hífen em outros casos nos quais o
prefixo termina em consoante e o segundo
elemento começa em vogal ou consoante
diferente de r ou h:
• Subsequência
• Sublinear
• Interativo
• Hiperativo
• Superabundante
• Hiperacidez
• interlocução
65. Quando o prefixo ou falso prefixo termina em
vogal e o segundo elemento começa por r ou s
não se usa mais hífen e a consoante r ou s é
duplicada:
• Ultra-som -> ultrassom
• Eco-sistema -> ecossistema
• Mini-saia -> minissaia
• Contra-regra -> contrarregra
• Co-seno -> cosseno
• Semi-reta -> semirreta
• Anti-semita -> antissemita
66. Não se usa hífen quando o prefixo ou falso
prefixo termina em vogal e o segundo elemento
começa por vogal diferente ou consoante (se
esta for r ou s, como visto antes, se duplica)
• Auto-escola-> autoescola
• Extra-escolar -> extraescolar
• Co-piloto -> copiloto
• Supra-estrutura -> supraestrutura
• Auto-imune -> autoimune
• Contra-ordem -> contraordem
67. Sempre se usa hífen com os seguintes
prefixos e falsos prefixos:
• Ex-
• Sota-
• Vice-
• Vizo-
• Pré-
• Pró-
• Pós-
68. Usa-se hífen nas formas verbais com
pronomes átonos:
• Diga-me
• Vestir-se
• Vingá-lo
• Dizer-lhes
69. Atenção!
• Se a quebra de linha ocorre onde há um hífen
gramatical, recomenda-se repetir o hífen no
início da linha seguinte.
70. Fonte Bibliográfica
•CUNHA, Celso & CINTRA, Lindley. Nova
Gramática do Português Contemporâneo. Rio de Janeiro:
Lexikon, 6ª ed..2013.
•SGARIONI, Mariana. Novo acordo ortográfico: mudanças no
jeito de escrever. Disponível em:
http://revistaescola.abril.com.br/lingua-portuguesa/pratica-
pedagogica/novo-jeito-escrever-424059.shtml
•NOVA ESCOLA. Disponível em:
http://revistaescola.abril.com.br/novo-acordo-ortografico/