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1
UNIVERSIDADE PAULISTA- UNIP
Interativa
Curso de Pós-Graduação Formação em Educação à Distância
JOSÉ NILTON DA SILVA
DESAFIOS DOS PROFESSORES INICIANTES NA
EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA - EAD
SÃO PAULO
2017
2
UNIVERSIDADE PAULISTA- UNIP
Interativa
Curso de Pós-Graduação Formação em Educação à Distância
JOSÉ NILTON DA SILVA
DESAFIOS DOS PROFESSORES INICIANTES NA
EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA - EAD
Monografia apresentada à UNIP - Universidade
Paulista como parte dos requisitos para conclusão do
curso de Pós-Graduação Formação em Educação à
Distância.
Orientador: Nonato Assis de Miranda
SÃO PAULO
2017
3
UNIVERSIDADE PAULISTA- UNIP
Interativa
Curso de Pós-Graduação Formação em Educação à Distância
JOSÉ NILTON DA SILVA
DESAFIOS DOS PROFESSORES INICIANTES NA
EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA - EAD
Monografia apresentada à UNIP - Universidade
Paulista como parte dos requisitos para conclusão do
curso de Pós-Graduação Formação em Educação à
Distância.
Orientador: Nonato Assis de Miranda
Professor (a) Avaliador (a):
Aprovado em __/__/___ Nota: _____________________
SÃO PAULO
2017
4
DEDICATÓRIA
Dedico aos colegas que me auxiliaram e
aqueles que acharam que minhas metas
jamais seriam atingidas.
5
AGRADECIMENTOS
Agradeço a todos que trilharam comigo o caminho árduo que é viver.
6
EPÍGRAFE
Ensinar é aprender duas vezes...
(Joseph Joubert )
7
RESUMO
A educação a distância (EAD) possui um papel de fundamental importância na
educação, atingindo de uma forma especial, a formação dos professores. Esta
modalidade de ensino resulta da evolução tecnológica e da busca de conhecimento
constante, o que torna este trabalho relevante, capaz de mostrar a importância da
EAD no curso de formação de professores. A complexidade do processo de
construção do conhecimento exige, portanto, professores que possam dar respostas
qualitativas na docência em Educação a Distância, uma vez que planejar suas aulas
sem modernizar, selecionar e definir os conteúdos é apenas um dos aspectos
essenciais para a sistematização do saber. Como qualquer estrutura social, a nova
visão de aprender a distância está em sintonia com a vida contemporânea e são os
próprios estudantes que estão se tornando os agentes “ativos” destas mudanças. 138
A formação de professores em educação a distância Revista Inter saberes | ano3 n.
6, p. 134 - 140 | jul-dez 2008 | ISSN 1809-7286 Resinificar todas as práticas
pedagógicas e, sobretudo, em atender as solicitações diversificadas de cada aluno na
sua realidade profissional, poderá ser um novo marco para o professor na travessia
que a modalidade exige.Com o desenvolvimento das Tecnologias de Informação e
Comunicação e o incentivo na forma de legislação, as Instituições de Ensino Superior
buscam disponibilizar a uma grande demanda de estudantes interessados cursos que
venham a atender às suas necessidades, sejam elas profissionais ou pessoais.
Visando atendê-los, estas instituições contratam novos profissionais de educação e
passam a capacitá-los para que atuem em ambiente de virtualidade. Diante deste
docente entram em conflito sua formação pedagógica tradicional em detrimento a uma
nova realidade educacional e as dificuldades na utilização das novas tecnologias para
transmitir aos educandos os conhecimentos necessários a sua aprendizagem. Cabe
então a este trabalho discorrer sobre os paradigmas envolvidos, a realidade do Ensino
a Distância e os reflexos no professor que está sendo preparado nesta nova
modalidade.
Palavras-chave: Aprendizagem, Ensino a Distância, Formação, Modalidade,
Professor.
8
ABSTRACT
With the development of Information and Communication Technologies and
encouragement in the form of legislation, higher education institutions seeking to
provide a high demand of students interested courses that will meet your needs,
whether professional or personal. Aiming to serve them, these institutions hire new
education professionals and begin to empower them to act in virtual environment.
Given this conflict teaching their traditional pedagogical training in detriment to a new
educational reality and the difficulties in using new technologies to convey to students
the knowledge necessary for their learning. It is then up to this discourse work on
paradigms involved, the reality of the Distance Education and reflections on the
teacher being prepared in this new mode.
Keywords: Training, Distance Education, Training, Higher Education.
9
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO...................................................................................................................10
1. ENSINO TRADICIONAL E ENSINO A DISTÂNCIA.....................................................13
1.1. Paradigmas ...........................................................................................................20
1.2. Realidade do Ensino .............................................................................................22
2. FORMAÇÃO E CAPACITAÇÃO....................................................................................23
2.1. Diferenças..............................................................................................................23
2.2. Reflexos.................................................................................................................26
3. CONSIDERAÇÕES FINAIS ..........................................................................................31
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA.......................................................................................33
10
INTRODUÇÃO
Trata-se, portanto, de uma nova forma metodológica de expressar o pensamento e a
interação de uma perspectiva centrada no ensino a distância, para eliminar a
transformação reducionista de uma nova modalidade pedagógica, que possa eliminar
a reprodução simples e a transmissão de conhecimentos. Nosso ponto de partida é o
de que a Educação a Distância não deve ser pensada como um sistema fechado.
Como prática social e política, precisa ser refletida com outras práticas, em
determinados contextos históricos, socioeconômicos e culturais. O que caracteriza a
EAD é a prescindibilidade da presença do aluno (no ato de comunicação), muitas
vezes representada pelo texto e compreendida como um sistema complexo, em
relação aos processos de transformação que decorrem das experiências e das
interrelações entre sujeito objeto, e meio (MORAES, 1997, p. 22).
Esse trabalho tem como objetivo principal apresentara utilização e a importância da
Educação a Distância na formação de professores. Especificamente, apontar a
aplicabilidade da EaD na formação e capacitação destes profissionais. Inicialmente,
mostrar-se-á neste estudo um breve histórico da educação a distância: surgimento,
evolução e conceitos. Posteriormente, será apresentado abrangência da EaD na
formação de professores: metodologia desta modalidade de ensino e expansão das
experiências de cursos de formação de professores e, por fim, será analisado e
discutido Resultados da pesquisa exploratória.
De acordo com a Lei nº 9.394 de Dezembro de 1996, conhecida como Lei de Diretrizes
e Bases da Educação (LDB) formalizou um programa de formação básica para os
profissionais de educação nos mais diferentes níveis de Ensino. No artigo 61 desta
mesma lei, foca diretamente neste processo de formação estabelecendo parâmetros
para sua devida capacitação. Quando tratamos do Artigo 63, podemos analisar que
as Instituições de Ensino Superior (IES) também apresentam um papel fundamental
neste trabalho.
11
Toda esta legislação está diretamente ligada a Educação no sentido mais tradicional
do Ensino. Para os profissionais que atendem seus educandos em salas de aula física.
Mas não pensem que a LDB deixou de tratar do Ensino a Distância. O Artigo 80 trata
das instituições de Ensino a Distância e seu §3º fornece liberdade para a construção,
controle e avaliação a cargo das próprias IES. Somente no Decreto nº 6.303, de
Dezembro de 2007, que foi aprofundada estas questões, mas sem tratar da formação
dos professores que atuam dentro desta modalidade de Ensino.
Tendo como base este contexto, este trabalho visa discutir a formação do profissional
de Ensino Superior no âmbito da modalidade de Ensino a Distância (EAD). Através
de pensamento empírico é possível deduzir que sua formação acadêmica não é muito
diferente da recebida pelos profissionais de Ensino com características mais
tradicionalistas, por esta razão este não é o foco observado por esta obra, mas
visando responder as seguintes questões: O profissional de Ensino Superior está
adequadamente capacitado para a produção de conteúdo para o Ensino a Distância?
Em meio a uma cultura de virtualidade e ferramental multimídia, será que este
profissional está habilitado a execução de sua habilidade vinda de uma formação
tradicional? E as IES? Qual a oferta de adaptação de seu corpo docente a esta nova
realidade de Ensino?
Para responder estas questões, bastam confrontarmos as metodologias de Ensino
utilizadas para capacitar os professores, buscando gerar um diálogo entre suas
diferenças, sejam elas legislativas, pedagógicas ou mesmo de habitat (ambiente
virtual x sala de aula).
Desta forma, o objetivo geral deste trabalho é realizar uma atualização bibliográfica
sobre o tema proposto através de artigos muitas vezes desconhecidos nos meios
acadêmicos, mas que trazem à tona uma reflexão necessária sobre a realidade
educacional do EAD. De modo específico, a obra busca coletar artigos para reflexão
acadêmica do discurso sobre a capacitação dos profissionais de educação; analisar
os artigos coletados visando à construção de um diálogo entre autores sobre a
formação profissional acadêmica; e fornecer uma atualização da bibliografia ligada à
área de educação.
Visando a melhor compreensão dos dados que serão apresentados, organizou-se
este trabalho na seguinte estrutura:
12
Capítulo 1, intitulado “Ensino Tradicional e Ensino a Distância”, visando apresentar os
principais paradigmas com relação às metodologias de Ensino, qual legislação que
atende a ambas e a realidade escolar;
No Capítulo 2, aqui apresentado como “Formação e Capacitação”, será exposto como
os profissionais de Ensino são formados e sua devida capacitação, observando o foco
no Ensino a Distância;
Já o Capítulo 3 expõe as considerações finais sobre o trabalho e se as questões
anteriormente expostas foram respondidas.
Espera-se que o presente trabalho agregue conhecimento aos interessados e que
sirva de contribuição acadêmica para futuras obras monográficas.
13
1. ENSINO TRADICIONAL E ENSINO A DISTÂNCIA
Mesmo atualmente, precisamente no ano de 2015, a Educação Tradicional é uma
constante na maior parte das salas de aula do Brasil. Muito se tem dito e metodologias
são empregadas como forma de atualizar a didática pedagógica, infelizmente com
resultado abaixo do esperado ou por dificuldades de motivar os profissionais de
educação na aplicação de novos conceitos de atuação. Já passamos pelo Liberal –
Tecnicista (escola que visava à aquisição de habilidades e o desenvolvimento de
potencialidades que viessem a se integrar com a necessidade social a nível global),
Projeto SMART (metodologia pedagógica que une didática tradicional com os ideais
de trabalho do construtivismo) e alcançamos o Construtivismo (corrente pedagógica
voltada na construção de ferramentas concretas para o desenvolvimento da
aprendizagem do indivíduo), mas o Ensino Tradicional continua como a prática
exercida na maior parte das instituições de Educação, sejam elas formadoras através
da Educação Infantil, Ensino Fundamental, Ensino Médio, Ensino Técnico ou Ensino
Superior.
Com a Lei nº 9.394/96 (Lei de Diretrizes e Bases da Educação Brasileira – LDB), foi
formalizada a modalidade de Ensino a Distância (EAD) e como forma de incentivar as
Instituições de Ensino Superior (IES) a sua aplicação foi regularizada a necessidade
de práticas no EAD de 20% do currículo do curso presencial de graduação, como
consta na Portaria MEC nº 2.253/01, reformulada pela portaria MEC nº 4.059/04. Sua
prática, apesar de ter a disposição uma infindável quantidade de recursos de
características multimídia (som, imagem, texto, uso da internet e interatividade)
quando tratamos da formação do profissional que deverá atuar na constituição de
material ainda apresenta traços de Ensino Tradicionalista, focado na leitura e em
respostas prontas assimiladas pela repetição. Desta forma, questiona-se, o que é o
Ensino Tradicional? Quais suas similaridades ou diferenças com o Ensino a
Distância?
14
O professor Doutor Moacir Gadotti, em artigo publicado na Revista Escola: Espaço de
Formação dos Profissionais de Educação, em 2006, cita:
“Enraizada na sociedade de classes escravista da Idade Antiga, destinada
a uma pequena minoria, a educação tradicional iniciou seu declínio já no movimento
renascentista, mas ela sobrevive até hoje, apesar da extensão média da
escolaridade trazida pela educação burguesa. ”
Desta forma, é possível identificar que o Ensino Tradicional possuiu raízes históricas
focadas na burguesia, ou sendo, a educação não atingia muitas vezes a população
que mais precisava nela, tornando-se um artigo para poucos. Com os anos, o
crescimento do Brasil obrigou aos seus governantes a incluírem as demais classes
para atender a necessidades de pessoas mais capacitadas para exercerem o
trabalho, visando o desenvolvimento econômico. Por isso, investiram-se nos
Magistérios, colégios dedicados a formação de profissionais da educação para o
Ensino Tradicional.
Foi neste período que o Ensino Tradicional, também conhecido como Método
Tradicional ou Pedagogia Tradicional, passou a ter uma nova conceituação, como
descreve em seu artigo para a revista digital Infoescola o autor Robison Sá em 2014:
“O termo pedagogia tradicional, como bem o conhecemos através dos
cursos de formação inicial e continuada, adveio do estudo das concepções antigas
de educação. Essa teoria ou concepção pedagógica formou-se a partir dos pontos
recorrentes nas práticas de ensino evidentes ao longo da história da educação. Daí
o termo Pedagogia Tradicional, para explicitar a sua recorrência, a sua gênese
histórico-cronológica."
(SÁ, Robison. Concepção Pedagógica Tradicional. Em
http://www.infoescola.com/pedagogia/concepcao-pedagogica-tradicional/)
Tenhamos então como concepções antigas, por exemplo, a Concepção da Educação
Bancária descrita por Paulo Freire, em sua obra Pedagogia do Oprimido, publicada
em 1978, em que o professor é o principal ator o processo de ensino e aprendizagem,
caracterizada pelo ato de memorização do educando dos conteúdos apresentados
através de aulas expositivas. Neste cenário, o professor possui o controle de tudo,
mas não gera transformação do aluno, pois o mesmo não interfere na realidade a seu
redor e não atua de modo participativo na construção de seu conhecimento.
15
Diferente do Ensino Tradicional, o Ensino a Distância se configura com a seguinte
conceituação, conforme apresenta o Ministério da Educação e Cultura - MEC:
“Educação a distância é a modalidade educacional na qual alunos e
professores estão separados, física ou temporalmente e, por isso, faz-se necessária
a utilização de meios e tecnologias de informação e comunicação. Essa modalidade
é regulada por uma legislação específica e pode ser implantada na educação básica
(educação de jovens e adultos, educação profissional técnica de nível médio) e na
educação superior”
(O que é Educação a Distância. Em
http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=12823:o-
que-e-educacao-a-distancia&catid=355&Itemid=230)
José Moran, um dos maiores estudiosos sobre o Ensino a Distância (EaD), nos
apresenta de forma mais direta em um de seus artigos, publicado em 2013 para a
Escola de Comunicação e Artes da Universidade de São Paulo (ECA-USP):
“Educação a distância é o processo de ensino-aprendizagem, mediado por
tecnologias, onde professores e alunos estão separados espacial e/ou
temporalmente. ”
(MORAN, José. O que é educação a distância. Em
http://www2.eca.usp.br/moran/wp-content/uploads/2013/12/dist.pdf)
Diferente da abordagem de Ensino tradicional, o Ensino a Distância busca atingir a
todas as massas e abrangem as mais diversas classes sociais. Quando inserida no
prisma do Ensino Superior, o EaD se torna uma ferramenta de inclusão, atendendo
com plenitude os alunos localizados em pontos distantes e aqueles que possuem
problemas de acessibilidade ao conhecimento, seja por questões de mobilidade ou
enfermidade, bastando para isso o uso integrado e tecnologias que possibilitem a
atuação do professor como mediador no processo e construção do conhecimento pelo
aluno. Ou sendo, o aluno torna-se o principal ator de seu aprendizado, enquanto o
professor tem o papel e auxiliá-lo na construção do caminho que o tornará disciplinado
para que possa refletir criticamente sobre os conteúdos ministrados, seja por livros-
texto ou através de videoaulas.
16
No processo de ensino e em diversas outras classes da vida social, encontramos
modelos tradicionais e modernos para todos os moldes a serem seguidos nos dias
atuais, segundo FARIA & SILVEIRA, 2007, apud Everett Rogers:
“(...) duas classes de normas: tradicionais e modernas. Nos
sistemas onde prevalecem as normas tradicionais, os
indivíduos dificilmente se oriental para a mudança. Nos
sistemas sociais com normas modernas (desenvolvimento
tecnológico, tendências científicas, racionais, cosmopolitas e
capacidade empática) há uma atitude positiva para a mudança.
”
Na educação não é diferente essa teoria, pois encontramos um molde de educação
tradicional e moderna, tal como a teoria citada, grupos tradicionais tem pouca ou
grande resistência a mudanças de seus paradigmas e conceitos, principalmente
quando nos referimos da educação na modalidade a distância. Já os indivíduos que
optam por seguir a educação moderna estão em constante busca do conhecimento
por meio de diversos instrumentos, desde os livros e apostilas impressas até o mais
moderno e-book em seu tablet ou Iped.
Muitos educadores, acostumados ao modelo tradicional de ensino, preferem continuar
lecionando suas aulas ao modelo tão comum de abordagem didática, onde no
mercado de trabalho dos dias atuais, é bastante requisitado um profissional inovador,
no entanto uma minoria desses profissionais é considerada inovadores, a grande
parte desses, apenas buscam o aprimoramento em tempos tardios, pois são
“obrigados” devido à pressão do sistema ou necessidades econômicas. FARIA &
SILVEIRA, 2007, p.3.
É extremamente importante, ou até mesmo dizendo primordial, que para que o
professor melhore suas competências profissionais e métodos de ensino, este
necessita estar em constante aprendizado e reciclagem dos conteúdos que deverá
abordar aos seus alunos, refletindo assim sobre suas ações como docente. (KENSKI,
2003, p. 88)
O professor em toda e qualquer modalidade de ensino precisa articular seus
conhecimentos teóricos aos práticos, visando o aluno como sendo o foco principal
17
para aprendizagem neste processo, para tanto, o professor necessita, primeiramente,
encontrar sua personalidade para ministrar seus conhecimentos.
Segundo argumentos de MORAN, 2000, p. 138, o professor é um ser ativo no
processo de ensino e para tanto precisa encontrar sua “personalidade” em tal
momento, ele deve traçar linhas de ação pedagógica, ou seja, por meio de tentativas,
conquistar aos poucos sua afinidade com a prática pedagógica, claro que sempre
respeito as diversas formas e maneiras de se lecionar, lembrando que cada aula
temos um desafio novo e, dependendo deste, uma metodologia nova, visando sempre
a construção do aprendizado coletivo.
A apresentação, segundo MORAN, 2000, reflete, na íntegra, a atuação dos
professores no processo de ensino aprendizagem, principalmente no que tange a
personalidade do professor do ensino presencial. Muitos professores, nos dias atuais,
acreditam única e fielmente, no ensino presencial, visando o contato que existe entre
o aluno e o conteúdo no contexto da sala de aula presencial, sendo que muitos destes
professores sentem-se bastante à vontade para trabalhar com seus alunos neste
processo de ensino.
O professor do ensino presencial deve gerencial o ambiente de ensino a fim de
proporcionar a interação entre os alunos, de forma grupal, para que o processo de
ensino-aprendizagem seja efetivo e significativo para os estudantes, pois segundo
MORAN, 2000, p. 139:
“Podemos transformar uma parte das aulas em processos
contínuos de informação, comunicação e de pesquisa, onde
vamos construindo o conhecimento equilibrando o individual e
o grupal, entre o professor-coordenador-facilitador e os alunos-
participantes ativos. ”
Em todo o processo de ensino-aprendizagem é fundamental a presença do professor
coordenando e gerindo toda a organização dos conteúdos a serem ministrados aos
alunos, sendo essencial que o docente tenha em mente os objetivos de tudo o que
será transmitido, visar o público-alvo e todos os demais requisitos para o êxito da
atividade programada previamente.
18
O planejamento do processo de ensino-aprendizagem deve ser bem planejado e
organizado pelo professor, independente da modalidade em que se dará esse
processo, seja ela presencial ou a distância. O aluno deverá estar inserido em todos
os momentos da aula, tendo em mente que todos são atores protagonistas no
processo de ensino, visamos nesse tópico a construção do conhecimento de forma
coletiva (alunos e professores). Para que o planejamento obtenha êxito em sua
execução, o docente precisa estar apto a usar as tecnologias disponíveis ao seu favor.
(GOMES, 2006)
No ensino de educação a distância encontramos professores extremamente dispostos
a contribuir para o crescimento desta modalidade de ensino, por meio dos mais
diversos aparelhos disponíveis pela tecnologia atual, professores que amam a
inovação e querem, dia após dia atualizarem-se nesse ramo. Segundo FARIA &
SILVEIRA, 2007, p. 3:
“Na educação, quem inova: o professor, o pesquisador, o
técnico, o aluno, a instituição escolar ou o Estado? Costuma-
se enfatizar as inovações que afetam os setores dominantes
da sociedade. Essa inovação se dá de acordo com a visão de
mundo dos agentes inovadores, de acordo com a concepção
daqueles que defendem o papel da educação nos processos
de mudança dos padrões culturais e de práticas sociais. ”
Muitos professores acostumados a ministrar aulas na modalidade presencial de
ensino, dependendo da sua formação acadêmica, pode apresentar resistências
quanto ao conceito e funcionamento da educação a distância ou qualquer outro curso
que envolva esta nova modalidade de ensino, contudo há também docentes que tem
interesse em adequarem-se às inovações do século XXI, visando novas
oportunidades no mercado de trabalho em sua área de atuação, podemos desta forma
pensar em um professor inovador, segundo FARIA & SILVEIRA, 2007, p. 3:
,
“A estrutura de um sistema social influencia na difusão da
comunicação sobre o comportamento inovador, que se
caracteriza por seu espírito aventureiro, sua curiosidade de
tentar coisas novas e de aceitar correr riscos. O inovador é o
19
primeiro a adotar novas ideias num sistema social, devido a
sua instrução, seu status social ou situação financeira, sendo
em geral, parte da minoria. ”
Muitas pessoas, temendo às consequências do “novo” tendem a manterem-se em sua
mesma posição, não apresentando as características de um indivíduo inovador,
conforme apresentado acima. Da mesma forma muitos professores do ensino
presencial, acostumados a trabalharem com o ensino tradicional ou dificuldades de
compreender sistemas de informações (informática) ou não acreditarem nesses
sistemas mantém-se sempre neste mesmo padrão de ensino.
É interessante observarmos que grande parte dos docentes atuantes no ensino
superior participam de muitos eventos em sua área específica de atuação, não se
preocupando em buscar aprimoramento didático-pedagógico para complementação
da prática docente.
Muitos professores possuem autoconfiança em sua carreira profissional simplesmente
por deterem parte do conhecimento prático ou teórico de conteúdos absorvidos
durante o período de graduação ou capacitação profissional, sendo que somente
esses requisitos não são necessários para a prática de uma docência eficaz para a
formação de novos profissionais para o mercado (PRETTO; RICCIO e ROCHA, 2010,
p. 161).
Tendo em mente que a formação do professor universitário deve estar pautada em
conceitos de cunho pedagógicos, a atualização e constante renovação dos conteúdos
pertinentes à sua área de atuação docente precisam estar em contínua reciclagem. O
docente, independente do campo específico que atua, seja ele bacharelado ou
licenciatura, necessita repensar seus métodos didáticos.
A docência do ensino superior para educação a distância requer extrema diligência
do professor no Ambiente Virtual de Aprendizagem, ressalto nesta afirmação que é
importante que o docente esteja preparado didaticamente para assumir as aulas
nessa modalidade de ensino. Vale ressaltar que, tal como em uma aula de ensino
presencial, o aluno da EaD poderá ter o ensino aprendizagem consolidado, embasado
na metodologia de ensino do instrutor, no entanto este é um dos pontos essenciais.
20
1.1. Paradigmas
Neste ponto, valem ressaltar alguns dos paradigmas vivenciados por ambas as
metodologias:
• O conceito de sala de aula, apesar das distinções entre ambas, ainda
adotam critérios advindos do Ensino Tradicional, divididos por turmas
conforme as grades curriculares e com base em uma formação
continuada. Muito se tem questionado sobre forma correta de se
estabelecer a grade curricular e se o formato de continuidade realmente
atende a necessidade de aprendizagem dos alunos. Conceitos como o
apresentado pela “Escola da Ponte de Portugal” acreditam na autonomia
do educando na construção de seu saber, abandonando a linearidade
pela escolha do aluno daquilo que ele acredita ser mais promissor a sua
educação. A obra “A Escola com que sempre sonhei sem imaginar que
pudesse existir”, publicada em 2001 pela editora Edições Asa de
Portugal e Papirus Editora de Campinas/SP, no Brasil, expõem os
estudos do psicanalista e professor Rubens Alves, que exerceu grande
influência sobre a questão e levou grandes discussões sobre o papel do
aluno no processo de ensino e aprendizagem;
• A disponibilidade de salas de aulas e horários para comportar o Ensino
Tradicional favoreceram a expansão do EaD, mas levaram a má
compreensão dos interessados pelo assunto de que era uma
modalidade facilitadora no processo educativo, o que levaria a uma
grande onda de aprovações sem reflexo real no desenvolvimento
intelectual e crítico do estudante. Apesar da grade curricular ser
estruturada de maneira similar ao do Ensino Tradicional, principalmente
quando tratado do Ensino Superior, acaba por demonstrar maiores
necessidades e pré requisitos necessários para que os educandos
possam se adaptar à realidade do Ensino a distância, como por exemplo
prévio conhecimento da principal ferramenta transmissora dos
conteúdos (a tecnologia, que pode ser pela TV, Computador, internet,
21
entre outros meios), um perfil mais disciplinado por parte do aluno já que
o mesmo estará interagindo diretamente com uma ferramenta e não com
o professor, sendo seu contato com o educador em segundo plano por
meio de chats, fóruns ou e-mail, que nem sempre atendem ao mesmo
tempo as expectativas do graduando. Isso demonstra uma dificuldade
maior no processo de aprendizagem por necessitar de prévia
preparação do estudante para o uso da ferramenta de Ensino.
• O perfil do estudante também se alterou com o passar dos anos, não
atendendo muito bem aos conceitos pedagógicos constituídos, sejam os
mais tradicionais ou os atuais, por apresentar ideias e necessidades
diferentes a de seus educadores ou instituições de ensino, sejam
superiores ou não. Consequentemente, principalmente no Ensino
Superior, os alunos se aglomeram em salas de aula (presenciais,
semipresenciais ou virtuais) visando somente atender aos anseios
mercadológicos que necessita de profissionais para tarefas especificas
(Educação para o Trabalho) e que se tornaram demanda para cursos de
curta duração como os Tecnólogos.
• Ambos os cursos apresentam dificuldades técnicas quando tratamos
da formação de seus profissionais e educação, sejam pela difícil
acessibilidade as informações ou a constante mudança no
enquadramento didático utilizado pelas instituições de ensino, que
advém diretamente dos Conselhos Federais e Estaduais de Educação e
são apresentados como modismo profissional, inseridos em concursos
e seletivas de forma mais rápida do que os professores tem de assimilar
as novidades. Não bastasse a questão técnica, ainda temos. As
dificuldades no uso das novas tecnologias que não são acompanhadas
pelos docentes, seja na instituição de softwares para inserção de
conteúdos em plataforma virtual ou como apoio para o trabalho
acadêmico, como faltas e notas.
22
1.2. Realidade do Ensino
Dentro deste contexto cabe ainda analisar qual a realidade do Ensino atual. Indiferente
se o Ensino é a distância ou tradicional, ambos acabam por ter de atender alunos com
deficiências de ensino e que precisar de muito jogo de cintura para atender as políticas
públicas:
Magno de Aguiar Maranhão, educador e consultor da área de Educação, em um
debate sobre docência, publicado em 2012 para o blog “Pós-graduando” diz:
“A falta de um projeto em curto, médio e longo prazo, em primeiro lugar.
Temos um plano nacional de educação que deveríamos seguir e, como signatários
de tratados internacionais, temos metas a alcançar. Mas a prática se torna difícil,
porque agimos sem planejamento. O governo atual, como os anteriores, na maioria
das vezes só faz tapar buracos, liberar recursos emergenciais para este ou aquele
nível de ensino e, desse modo, continua andando em círculos. Deveríamos
obedecer a um planejamento, com estimativas de crescimento de demanda,
previsão de gastos, mas isso não ocorre. Claro que há estudos extensos sobre isso
etc. Contudo, eles parecem ser ignorados na hora em que se formulam as políticas
públicas. Um outro problema é a miopia dos órgãos responsáveis pela educação,
que não percebem que a educação é um processo, um todo, no qual não cabem
ações fragmentadas, pois elas só fazem resolver problemas pontuais que
ressurgem adiante. Isto porque todos os níveis de ensino estão estreitamente
ligados. Uma hora, fala-se na educação infantil, e no quanto ela é importante para
melhorar o desempenho dos alunos no ensino fundamental. Logo depois, o assunto
é esquecido e as atenções são centradas no ensino superior. Quando se constata
o baixo nível cultural dos alunos que estão entrando nas universidades, o governo
se volta então para as mazelas do ensino médio, esquecendo que ele apenas reflete
a situação dramática do ensino fundamental. Enquanto agirmos desta forma
descoordenada, não chegaremos a lugar nenhum. (...)”
(MARANHÂO, Magno de Aguiar. A realidade da educação no Brasil. Em
http://posgraduando.com/blog/a-realidade-da-educacao-no-brasil)
Ou sendo, além de atender as necessidades educacionais é necessário que o Ensino
ainda precise atender políticas públicas muitas vezes não seguidas pelos
governantes, mas cobradas das Instituições de Ensino visando atender a resultados.
23
Apesar destas dificuldades tanto o Ensino Tradicional quanto o Ensino a Distância têm
enfrentado desafios e crescido, sempre com o apoio de seu principal profissional: o
professor.
2. FORMAÇÃO E CAPACITAÇÃO
Não é mistério algum que a formação dos docentes advenha do Ensino Tradicional,
mas de que estes profissionais da educação se encontram capacitados para a nova
realidade da educação, tendo em frente o grande desenvolvimento do Ensino a
Distância? Para compreender melhor esta questão faz-se necessário explorar com
maior minúcia a formação do educador, focalizada no Ensino Superior.
2.1. Diferenças
A formação pedagógica se concentra nas Instituições de Ensino que formarão o novo
professor. Marcos Masseto, em sua obra Docência na Universidade, de 2002, expõe
o pretérito da formação docente:
“Nas primeiras escolas do Brasil, os cursos eram seriados, com programas
fechados e disciplinas destinadas a formar professores competentes em uma
determinada área ou especialidade. Já vigorava o sistema de aprendizado no qual
o docente deveria transmitir aquilo que sabia, para o aluno que nada conhecia. O
resultado da aprendizagem era avaliado pelo mesmo profissional, que dizia se o
aluno estava apto ou não para exercer determinada profissão. Em caso positivo, o
aluno recebia um diploma que certificava sua competência profissional, caso
contrário, repetia o curso (...)”
(MASETTO, M. (org) Docência na Universidade. 4. ed. Campinas: Papirus,
2002)
Analisando a declaração, nota-se que o sistema se baseava em replicar a metodologia
e a lógica exercida pelo Ensino Tradicionalista, sem qualquer questionamento do
24
indivíduo sobre sua capacidade de interferir no mundo a seu redor ou constituição de
competências visando à construção de habilidades pedagógicas, muitas vezes
gerando inseguranças e incertezas no processo de aprendizagem.
Paulo Freire, na obra Pedagogia da Autonomia, de 1996, nos permite refletir e criticar
esta situação com uma única frase:
“quem forma se forma e reforma ao formar, e quem é formado forma-se e
forma ao ser formado”
(FREIRE, 1996, p. 67).
O processo de aprendizagem que ocorre no durante a formação do docente é de
extrema importância e impacta diretamente no como este profissional de educação irá
desempenham seu papel na formação dos seus alunos. Por esta razão, quando bem
estruturada, permite a este indivíduo capacidade adaptativa adequada às
necessidades de mudança de seu cotidiano como educador.
E não basta tratar somente da formação pedagógica, pois o Ensino Superior parece
atentar-se somente a o grau de conhecimento do profissional, comprometendo a parte
didática do trabalho docente:
“A necessidade do professor universitário conhecer didática, psicologia de
aprendizagem, planejamento de currículos, enfim, tudo que se relaciona com o
processo ensino-aprendizagem são muito raramente discutidas nas universidades.
Há mesmo quem afirme que a única pré-condição para ser professor universitário é
o domínio do conteúdo que irá ensinar. ”
(TEIXEIRA, O Significado da Competência. 2008, p. 04)
Desta forma, nota-se que o docente de Ensino Superior comumente advém do
Mercado Profissional de Trabalho, principalmente aqueles que vão lecionar para
cursos de graduação de Gestão, como Administração, Ciências Contábeis, cursos
tecnólogos, como Gestão Financeira, Gestão de Recursos Humanos entre outros,
onde o conhecimento das informações a serem transmitidas, juntamente com a
experiência de Mercado são mais valorizados pelas Instituições de Ensino Superior.
25
Como consequência, acaba-se por replicar o contexto de aulas expositivas e pouca
didática a qual este docente foi “bombardeado” em sua formação. Não se está dizendo
que não existem professores capacitados, mas que em sua maioria, esta formação
leva a falhas que mais tardes se tornam deficiências na transmissão dos
conhecimentos deste profissional.
A doutora em Educação Selma Garrido Pimenta, apresenta a questão na obra
Docência no Ensino Superior, publicada em 2005, no qual aponta a necessidade de
uma formação mais completa:
“Nos processos de formação de professores, é preciso considerar a
importância dos saberes das áreas de conhecimento (ninguém ensina o que não
sabe), dos saberes pedagógicos (pois o ensinar é uma prática educativa que tem
diferentes e diversas direções de sentido na formação do humano), dos saberes
didáticos (que tratam da articulação da teoria da educação e da teoria de ensino
para ensinar nas situações contextualizadas), dos saberes da experiência do sujeito
professor (que dizem do modo como nos apropriamos do ser professor em nossa
vida). Esses saberes se dirigem às situações de ensinar e com elas dialogam,
revendo-se, redirecionando-se, ampliando-se e criando. ”
(PIMENTA, Selma Garrido. Docência no Ensino Superior. 2005, p. 71)
E no Ensino a Distância? Como ocorre o processo de formação do docente? Diante
das Tecnologias de Informação e Comunicação, também conhecidas como TIC´s, o
professor apresente nesta modalidade de Ensino seu papel mais fundamental, pois
este profissional necessita de constante atualização não somente de seus
conhecimentos e habilidades, mas atualizar-se também no desenvolvimento da
ferramenta utilizada para transmitir os conteúdos para os estudantes, buscando
sempre a utilização de recursos multimídias.
No EaD, este professor passa de docente para “Professor Tutor” ou “Tutor Online”,
onde tende a desempenhar inúmeras funções que garantam não somente a
autonomia do seu aluno em frente a grade curricular, mas que também aja como
motivador do processo educativo, e apresentar competências que garantam agilidade
na resolução de situações novas.
26
Para tratar destas competências, o autor Mathias Gonzales, na sua obra
“Fundamentos da Tutoria em Educação a Distância”, de 2005, resume:
“Cabe ao professor tutor mediar todo o desenvolvimento do curso. É ele que
responde a todas as dúvidas apresentadas pelos estudantes, no que diz respeito
ao conteúdo da disciplina oferecida. A ele cabe também mediar a participação dos
estudantes em chats, estimulá-los a participar e a cumprir suas tarefas, e avaliar a
participação de cada um. As dúvidas de cada um devem ser divulgadas a todos os
participantes em um ambiente apropriado. Para isso, o professor-tutor tem que se
relacionar constantemente com o orientador de ambiente para que essas
mensagens, contendo as dúvidas dos estudantes sobre o conteúdo, sejam
trabalhadas e divulgadas em local apropriado [...]. Pode-se também atribuir ao
professor-tutor a responsabilidade de avaliar os alunos sob sua tutela [...]. ”
(GONZALES, Mathias. Fundamentos da Tutoria em Educação a Distância.
São Paulo: Avercamp, 2005)
Desta forma, verifica-se que este professor/tutor necessita de amplo conhecimento
das ferramentas que utiliza (ambiente virtual de aprendizagem), ter interesse na
utilização de recursos tecnológicos como chats, e-mails e fóruns, além de ter um
contato estreito com o Conteudista (indivíduo responsável pelo conteúdo desenvolvido
por uma equipe técnica e multidisciplinar) que está migrando os recursos para a
plataforma de ensino visando a mais completa interação com as informações que
devem ser assimiladas pelos alunos.
Ressaltando que não basta somente a este professor possuir conhecimentos técnicos,
faz-se necessário que ele possua a didática para sua atuação e traga proximidade
com sua dialética com o estudante virtual.
2.2. Reflexos
Os maiores reflexos quando tratamos da formação do professor no EaD diz respeito
a crescente discussão sobre a atenção que a Instituição de Ensino Superior tem dados
a seus profissionais de tutoria.
27
Isso ocorre, devido a formação deste docente é basicamente a mesma ofertada pelo
Ensino Tradicional e acaba por carregar deficiências que afetam diretamente o
desempenho pedagógico na atuação virtual. Um professor despreparado para realizar
suas atividades pode ser prejudicial para o curso, causando um aumento considerável
no índice de desistência pelos alunos.
O docente do EaD é um mediador no processo de ensino e aprendizagem e este
processo deve ser bem estruturado pois suas falhas impactam diretamente no
desenvolvimento do processo de assimilado dos conteúdos e dificulta a construção
da autonomia e reflexão pelo estudante virtual.
A grande procura pelo EaD como forma de estudo tem feito com as Instituições de
Ensino Superior a construírem programas de capacitação para a formação de
docentes visando experimentá-los nas práticas de Ensino e Aprendizagem no Ensino
a Distância.
A questão da atualização do profissional docente sempre foi de bastante impacto
quando tratamos de Educação e no desenvolvimento dos cursos em EaD isto se
tornou um grande desafio, pois não bastava somente fornecer projetos de atualização
curricular, necessitando também capacitar este profissional a uso de tecnologias de
informação e comunicação, além de gerar gradativamente uma mudança cultural que
permita vislumbrar novos horizontes no ato de lecionar.
Não basta que o professor tente transportar para o meio digital o trabalho praticado
no meio presencial. Técnicas e metodologias passam a não funcionarem de forma
adequada, pois a disposição das tecnologias educacionais voltadas para o ambiente
virtual visa expandir e permitir aos novos estudantes que contribuam na construção
de seu conhecimento de maneira mais dinâmica.
Deste modo, o professor e Instituições de Ensino Superior precisam se adequar a um
novo padrão pedagógico. Para isso, faz-se necessários investimentos em capacitação
e formação continuada de seus profissionais docentes.
O CVA (Comunidade Virtual de Aprendizagem), núcleo estabelecido virtualmente por
uma rede de Instituições Católicas de Ensino Superior (entre elas a Faculdade São
Camilo, PUC-SP, PUC-Campinas, UNISINOS, entre outras), que publica
periodicamente a revista “Colabor@” apresentou em sua edição de Novembro de
28
2001, artigo escrito por alguns Doutores e Mestres da PUC-RS, intitulado:
Capacitação Docente em EAD como Implantação de uma Cultura Virtual, onde se
discute a capacitação do profissional de educação para o trabalho docente em
ambiente virtual:
“Embora a capacitação docente em EAD seja considerada por nós uma
estratégia vital para o trabalho na modalidade virtual, ela não é portadora de
soluções definitivas, pois implica não só em componentes técnicos, mas também
em componentes ideológicos, sociais e econômicos de várias ordens que estão,
ainda, para serem construídos. ”
(Doutores e Mestres PUC-RS. Capacitação docente em EAD como
implantação de uma cultura virtual. Revista digital Colabor@ - CVA-Ricesu, 2001)
E esta mudança precisa ser construída gradativamente durante o processo de
capacitação, causando ao docente uma ação de sensibilização, inserindo-o no mesmo
ambiente onde estarão seus alunos, interagindo com os conteúdos em contexto
multidisciplinar. Permite ao profissional experimentar o papel de orientador no
processo construtivo do conhecimento e de formador de autodidatismo por parte de
seu educando.
Mas este processo de capacitação precisa ser monitorado para que se registre as
principais dificuldades na acessibilidade as plataformas virtuais de aprendizagem, as
alterações necessárias visando adaptar os conteúdos didáticos as tecnologias de
informação e comunicação, possibilitando ao professor identificar o ponto de vista do
estudante antes mesmo de sua participação em um curso.
Conclui-se então a importância dos cursos de capacitação de docentes na formação
para o EaD:
“Os cursos propiciam, em um primeiro momento, a
informação e a vivência das possibilidades de novos ambientes de aprendizagem;
em segundo lugar, a vivência e planejamento das ações previstas para aluno e
professor, tendo presente a necessária empatia -para que cada um se coloque no
lugar do outro; em terceiro, a promoção, pelo próprio professor, de experiências de
aprendizagem a distância, mediadas por ambientes virtuais, altamente interativos. ”
(Doutores e Mestres PUC-RS. Capacitação docente em EAD como implantação de
uma cultura virtual. Revista digital Colabor@ - CVA-Ricesu, 2001)
Infelizmente, mesmo com o fornecimento de programas de capacitação de docentes
é comum que muitos professores tenham dificuldade em se adaptar a esta nova
29
realidade (a do EaD) e apresentem dificuldades não somente no uso das plataformas
virtuais de aprendizagem, como também no uso das tecnologias de informação e
comunicação como computadores e internet, ou na produção de conteúdo para este
novo ambiente, pois ainda está amarrado a uma velha estrutura educacional
tradicional.
O maior reflexo demonstrado nas informações até o presente momento apresentadas
está na necessidade da participação dos docentes destes programas de capacitação
e formação, visando deste modo sanar um possível déficit de conhecimento de cunho
didático, possibilitando a transformação do aprendizado tradicional em estrutura
dinâmica e interativa, conteúdos que possam ser utilizados e que gerem não somente
reflexão por parte do educando, mas que o possibilite a seu auto gerenciamento
pedagógico, ou sendo, aprender a aprender em um ambiente virtual.
Tendo isso em mente as Instituições de Ensino Superior atendendo a legislação e
suas necessidades operacionais, apresenta programas de capacitação aos
profissionais de educação, que devem participar de maneira focada para absorver os
conhecimentos ali transmitidos.
Este interesse vai tornar este profissional devidamente capacitado e abrir um novo
leque de possibilidades para que sua atuação em ambiente de virtualidade não seja
passiva, mas participativa e inserida nas necessidades dos estudantes, da mesma
forma que atenda ao contexto sócio cultural em que se espelha.
No artigo publicado na revista digital Colabor@, pela PUCRS em 2001, PUCRS
VIRTUAL: Capacitação do docente em EAD como implantação de uma cultura virtual,
são listadas a forma como deve ocorrer este processo de capacitação, visando deste
modo destacar a necessidade de apoio e monitoramento durante este processo:
• Aulas laboratório: Ações teórico pedagógicas que visam a discussão de
temas que atendam a necessidade do EaD, buscando referencial teórico
e cultural para a mudança cultural do docente.
• Oficinas: A execução prática das teorias vistas e analisadas
anteriormente nas aulas laboratório. Sua finalidade está na construção
de conteúdos e ambientes de aprendizagem favoráveis aos educandos
que garanta a autonomia e interação, formatado pelo docente, visando
30
a relação professor x aluno e o desenvolvimento prático no uso das
tecnologias de informação e comunicação.
• Atividades Independentes: Atividades que permitam ao profissional de
educação a ações coletivas ou individuais que o sensibilizem na
construção de atividades cooperativas e interativas.
• Avaliação: Momento final em que são analisados os resultados obtidos
durante o processo de capacitação deste professor, sendo avaliado itens
como a utilização do método, conteúdo, clima de interação, resultado da
inserção no EaD, entre outros.
Um aspecto importante da capacitação dos docentes por parte das Instituições de
Ensino Superior é a questão de que este profissional passa a carregar consigo está
vivência, isso se reflete em empregabilidade. Desta forma, uma proposta de curso de
capacitação para o Ensino a Distância, deixa de ser somente uma proposta de
treinamento atuando diretamente no desenvolvimento profissional de seus
participantes.
E em um mercado bastante aquecido pela procura de se estudar em qualquer local e
horário, a busca por professores que atendam a este novo perfil é bem grande,
favorecendo aos melhores capacitados. Outro ponto é o diferencial dos honorários,
que permite com que haja maior busca por parte dos docentes à capacitação.
Mas não vejam que a capacitação existe para atender as necessidades legislativas
ou para atender a demanda de estudantes interessados. As Instituições de Ensino
Superior investem muito em capital intelectual para a construção de materiais
didáticos adequados a aprendizagem dos educadores.
31
3. CONSIDERAÇÕES FINAIS
O conceito de aprendente autônomo ou independente, capaz de autogerir seus
estudos, é muito recente, da mesma forma que o estudante autônomo é considerado
uma exceção nas nossas universidades. Vivenciar a ação comunicativa e dialógica, e
aprender com ela, é um privilégio dos professores que atuam na Educação a
Distância. Não é fácil inovar. É neste ponto que queremos articular os dois aspectos:
inovação e formação docente. Por sua vez, o domínio da ferramenta que permite a
mediação, ocorre entre um educador qualificado e estudantes, mediante uma ação
pedagógica que vai possibilitar o significado. Não basta situar um acontecimento e/ou
fenômeno em seu contexto; é preciso perceber também como este o modifica e até o
explica. Segundo Morin (1996, p. 51), é preciso perceber os fenômenos
multidimensionalmente, como unidades complexas e, neste sentido, o ser humano e
a sociedade são, portanto, multidimensionais. Não podemos, pois, simplificar o que é
complexo. Estes desafios mostram-se fecundos e estão requerendo um
aprofundamento constante, que contribua para a integração dos dois sistemas (de
ensino presencial e a distância) se a intenção é garantir as relações entre inovações
e posturas docentes no ensino superior. Como exposto neste trabalho, a capacitação
e a formação dos docentes de cursos no Ensino Superior, com foco na modalidade
de Ensino a Distância, possui alta relevância e apresenta muito material para
discussão.
O ensino a distância, atualmente, tem recebido uma atenção especial por parte da
sociedade, facilitando a todos quede outra forma não poderiam cursar uma graduação
ou pós-graduação. Respondendo a problemática levantada, a Pedagogia e a
tecnologia são entendidas como processos sociais e sempre andaram juntas no
processo de socialização, de forma que o desenvolvimento de altas tecnologias tem
alcançado a esfera educacional,
Muitos trabalhos vêm sendo desenvolvidos para se aprofundar sobre o tema, sempre
com a preocupação de elucidar o funcionamento operacional destes programas der
capacitação e compreender a bagagem de conhecimento carregada pelo docente que
deixa o abrigo seguro do Ensino Tradicional e tem de se atualizar para desenvolver
atividades em âmbito virtual, confrontando as Tecnologias de Informação e
32
Comunicação utilizadas pelas Instituições de Ensino Superior, visando atender uma
nova demanda de mercado.
Desta forma, o interesse deste profissional de educação também se torna uma
variável importante para que o sucesso de uma capacitação funcione, já que existe a
necessidade de mudança cultural na forma pedagógica em que este docente atua.
Confrontar o Ensino Tradicional e o Ensino a Distância acaba por propiciar discursos
de segregação onde o que devesse considerar que os conhecimentos anteriormente
constituídos durante o processo de formação didática do professor, mesmo porque
não pode haver dissociação entre ambos, já que na construção do conteúdo para o
ambiente virtual o educador vai se utilizar de seus conhecimentos prévios e adaptar
muito deles as novas tecnologias, sempre levando em conta a forma como isso vai
impactar no desenvolvimento da aprendizagem dos estudantes em ambiente de
virtualidade.
Portanto, a capacitação e a formação de profissionais de educação, aqui tratados
especificamente dos docentes de instituições de ensino superior, apresenta-se como
importante fator na qualidade da transmissão de conhecimentos no Ensino a
Distância.
33
REFERÊNCIAS
http:// http://unesdoc.unesco.org/images/0018/001846/184682por.pdf
FARIA, Mônica Alves de; SILVEIRA, Regina Coeli da. EAD: O professor e a inovação
tecnológica. Revista Brasileira de Aprendizagem Aberta e a Distância, v. 1, 2007.
FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia: saberes necessários à prática educativa.
34. ed. Rio de Janeiro: Editora Paz e Terra, 1996.
FREIRE, Paulo. Pedagogia do Oprimido. 6. ed. Rio de Janeiro: Editora Paz e Terra,
1978.
GADOTTI, Moacir. Perspectivas Atuais da Educação. In Escola: Espaço de formação
dos profissionais da Educação. Araras – São Paulo, p. 209-2015, 2006.
GOMES, Silvane Guimarães Silva. Teoria e prática do sistema de acompanhamento
em EAD. e-Tec Brasil–Tópicos em Educação a Distância, 2006.
GONZALES, Mathias. Fundamentos da Tutoria em Educação a Distância. São Paulo:
Avercamp, 2005
HERRLEIN, Dra. Maria Bernadette Petersen. MEDEIROS, Dra. Marilú Fontoura de.
MEDEIROS, Dr. Gilberto Mucilo de.
KENSKI, Vani Moreira. Tecnologias e ensino presencial e a distância. Campinas, SP.:
Papirus, 2003. – (Série Prática Pedagógicas). Lei nº 9.394/96 – Lei de Diretrizes e
Bases da Educação.
MARANHÂO, Magno de Aguiar. A realidade da educação no Brasil. Extraído em
20/07/2015.
MASETTO, M. (org) Docência na Universidade. 4. ed. Campinas: Papirus, 2002.
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18/07/2015.
34
MORAN, José Manuel. Ensino e aprendizagem inovadores com tecnologias.
Informática na educação: teoria & prática, v. 3, n. 1, 2000.
MORAN, José. O que é educação a distância. Extraído em 18/07/2015.
MOREIRA, Jéssica. Escola da Ponte radicaliza a ideia de autonomia dos estudantes.
Extraído em 19/07/2015.
PILETTI, Claudino. Didática Geral. Série Educação – Nova Ortografia. Edição
Revisada. 24º Edição. São Paulo. Editora Ática, 2010.
PIMENTA, Selma Garrido. Docência no ensino superior. 2. ed. São Paulo: Cortez,
2005.
Portaria MEC nº 4.059/04 – Modalidade Semipresencial.
PRETTO, Nelson De Luca; RICCIO, Nicia Cristina Rocha. A formação continuada de
professores universitários e as tecnologias digitais.
SÁ, Robison. Concepção Pedagógica Tradicional. Extraído em 16/07/2015.
TEIXEIRA, G. Significado da competência. Extraído em 11/08/2015.

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Monografia Pós Graduação EaD

  • 1. 1 UNIVERSIDADE PAULISTA- UNIP Interativa Curso de Pós-Graduação Formação em Educação à Distância JOSÉ NILTON DA SILVA DESAFIOS DOS PROFESSORES INICIANTES NA EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA - EAD SÃO PAULO 2017
  • 2. 2 UNIVERSIDADE PAULISTA- UNIP Interativa Curso de Pós-Graduação Formação em Educação à Distância JOSÉ NILTON DA SILVA DESAFIOS DOS PROFESSORES INICIANTES NA EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA - EAD Monografia apresentada à UNIP - Universidade Paulista como parte dos requisitos para conclusão do curso de Pós-Graduação Formação em Educação à Distância. Orientador: Nonato Assis de Miranda SÃO PAULO 2017
  • 3. 3 UNIVERSIDADE PAULISTA- UNIP Interativa Curso de Pós-Graduação Formação em Educação à Distância JOSÉ NILTON DA SILVA DESAFIOS DOS PROFESSORES INICIANTES NA EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA - EAD Monografia apresentada à UNIP - Universidade Paulista como parte dos requisitos para conclusão do curso de Pós-Graduação Formação em Educação à Distância. Orientador: Nonato Assis de Miranda Professor (a) Avaliador (a): Aprovado em __/__/___ Nota: _____________________ SÃO PAULO 2017
  • 4. 4 DEDICATÓRIA Dedico aos colegas que me auxiliaram e aqueles que acharam que minhas metas jamais seriam atingidas.
  • 5. 5 AGRADECIMENTOS Agradeço a todos que trilharam comigo o caminho árduo que é viver.
  • 6. 6 EPÍGRAFE Ensinar é aprender duas vezes... (Joseph Joubert )
  • 7. 7 RESUMO A educação a distância (EAD) possui um papel de fundamental importância na educação, atingindo de uma forma especial, a formação dos professores. Esta modalidade de ensino resulta da evolução tecnológica e da busca de conhecimento constante, o que torna este trabalho relevante, capaz de mostrar a importância da EAD no curso de formação de professores. A complexidade do processo de construção do conhecimento exige, portanto, professores que possam dar respostas qualitativas na docência em Educação a Distância, uma vez que planejar suas aulas sem modernizar, selecionar e definir os conteúdos é apenas um dos aspectos essenciais para a sistematização do saber. Como qualquer estrutura social, a nova visão de aprender a distância está em sintonia com a vida contemporânea e são os próprios estudantes que estão se tornando os agentes “ativos” destas mudanças. 138 A formação de professores em educação a distância Revista Inter saberes | ano3 n. 6, p. 134 - 140 | jul-dez 2008 | ISSN 1809-7286 Resinificar todas as práticas pedagógicas e, sobretudo, em atender as solicitações diversificadas de cada aluno na sua realidade profissional, poderá ser um novo marco para o professor na travessia que a modalidade exige.Com o desenvolvimento das Tecnologias de Informação e Comunicação e o incentivo na forma de legislação, as Instituições de Ensino Superior buscam disponibilizar a uma grande demanda de estudantes interessados cursos que venham a atender às suas necessidades, sejam elas profissionais ou pessoais. Visando atendê-los, estas instituições contratam novos profissionais de educação e passam a capacitá-los para que atuem em ambiente de virtualidade. Diante deste docente entram em conflito sua formação pedagógica tradicional em detrimento a uma nova realidade educacional e as dificuldades na utilização das novas tecnologias para transmitir aos educandos os conhecimentos necessários a sua aprendizagem. Cabe então a este trabalho discorrer sobre os paradigmas envolvidos, a realidade do Ensino a Distância e os reflexos no professor que está sendo preparado nesta nova modalidade. Palavras-chave: Aprendizagem, Ensino a Distância, Formação, Modalidade, Professor.
  • 8. 8 ABSTRACT With the development of Information and Communication Technologies and encouragement in the form of legislation, higher education institutions seeking to provide a high demand of students interested courses that will meet your needs, whether professional or personal. Aiming to serve them, these institutions hire new education professionals and begin to empower them to act in virtual environment. Given this conflict teaching their traditional pedagogical training in detriment to a new educational reality and the difficulties in using new technologies to convey to students the knowledge necessary for their learning. It is then up to this discourse work on paradigms involved, the reality of the Distance Education and reflections on the teacher being prepared in this new mode. Keywords: Training, Distance Education, Training, Higher Education.
  • 9. 9 SUMÁRIO INTRODUÇÃO...................................................................................................................10 1. ENSINO TRADICIONAL E ENSINO A DISTÂNCIA.....................................................13 1.1. Paradigmas ...........................................................................................................20 1.2. Realidade do Ensino .............................................................................................22 2. FORMAÇÃO E CAPACITAÇÃO....................................................................................23 2.1. Diferenças..............................................................................................................23 2.2. Reflexos.................................................................................................................26 3. CONSIDERAÇÕES FINAIS ..........................................................................................31 REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA.......................................................................................33
  • 10. 10 INTRODUÇÃO Trata-se, portanto, de uma nova forma metodológica de expressar o pensamento e a interação de uma perspectiva centrada no ensino a distância, para eliminar a transformação reducionista de uma nova modalidade pedagógica, que possa eliminar a reprodução simples e a transmissão de conhecimentos. Nosso ponto de partida é o de que a Educação a Distância não deve ser pensada como um sistema fechado. Como prática social e política, precisa ser refletida com outras práticas, em determinados contextos históricos, socioeconômicos e culturais. O que caracteriza a EAD é a prescindibilidade da presença do aluno (no ato de comunicação), muitas vezes representada pelo texto e compreendida como um sistema complexo, em relação aos processos de transformação que decorrem das experiências e das interrelações entre sujeito objeto, e meio (MORAES, 1997, p. 22). Esse trabalho tem como objetivo principal apresentara utilização e a importância da Educação a Distância na formação de professores. Especificamente, apontar a aplicabilidade da EaD na formação e capacitação destes profissionais. Inicialmente, mostrar-se-á neste estudo um breve histórico da educação a distância: surgimento, evolução e conceitos. Posteriormente, será apresentado abrangência da EaD na formação de professores: metodologia desta modalidade de ensino e expansão das experiências de cursos de formação de professores e, por fim, será analisado e discutido Resultados da pesquisa exploratória. De acordo com a Lei nº 9.394 de Dezembro de 1996, conhecida como Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB) formalizou um programa de formação básica para os profissionais de educação nos mais diferentes níveis de Ensino. No artigo 61 desta mesma lei, foca diretamente neste processo de formação estabelecendo parâmetros para sua devida capacitação. Quando tratamos do Artigo 63, podemos analisar que as Instituições de Ensino Superior (IES) também apresentam um papel fundamental neste trabalho.
  • 11. 11 Toda esta legislação está diretamente ligada a Educação no sentido mais tradicional do Ensino. Para os profissionais que atendem seus educandos em salas de aula física. Mas não pensem que a LDB deixou de tratar do Ensino a Distância. O Artigo 80 trata das instituições de Ensino a Distância e seu §3º fornece liberdade para a construção, controle e avaliação a cargo das próprias IES. Somente no Decreto nº 6.303, de Dezembro de 2007, que foi aprofundada estas questões, mas sem tratar da formação dos professores que atuam dentro desta modalidade de Ensino. Tendo como base este contexto, este trabalho visa discutir a formação do profissional de Ensino Superior no âmbito da modalidade de Ensino a Distância (EAD). Através de pensamento empírico é possível deduzir que sua formação acadêmica não é muito diferente da recebida pelos profissionais de Ensino com características mais tradicionalistas, por esta razão este não é o foco observado por esta obra, mas visando responder as seguintes questões: O profissional de Ensino Superior está adequadamente capacitado para a produção de conteúdo para o Ensino a Distância? Em meio a uma cultura de virtualidade e ferramental multimídia, será que este profissional está habilitado a execução de sua habilidade vinda de uma formação tradicional? E as IES? Qual a oferta de adaptação de seu corpo docente a esta nova realidade de Ensino? Para responder estas questões, bastam confrontarmos as metodologias de Ensino utilizadas para capacitar os professores, buscando gerar um diálogo entre suas diferenças, sejam elas legislativas, pedagógicas ou mesmo de habitat (ambiente virtual x sala de aula). Desta forma, o objetivo geral deste trabalho é realizar uma atualização bibliográfica sobre o tema proposto através de artigos muitas vezes desconhecidos nos meios acadêmicos, mas que trazem à tona uma reflexão necessária sobre a realidade educacional do EAD. De modo específico, a obra busca coletar artigos para reflexão acadêmica do discurso sobre a capacitação dos profissionais de educação; analisar os artigos coletados visando à construção de um diálogo entre autores sobre a formação profissional acadêmica; e fornecer uma atualização da bibliografia ligada à área de educação. Visando a melhor compreensão dos dados que serão apresentados, organizou-se este trabalho na seguinte estrutura:
  • 12. 12 Capítulo 1, intitulado “Ensino Tradicional e Ensino a Distância”, visando apresentar os principais paradigmas com relação às metodologias de Ensino, qual legislação que atende a ambas e a realidade escolar; No Capítulo 2, aqui apresentado como “Formação e Capacitação”, será exposto como os profissionais de Ensino são formados e sua devida capacitação, observando o foco no Ensino a Distância; Já o Capítulo 3 expõe as considerações finais sobre o trabalho e se as questões anteriormente expostas foram respondidas. Espera-se que o presente trabalho agregue conhecimento aos interessados e que sirva de contribuição acadêmica para futuras obras monográficas.
  • 13. 13 1. ENSINO TRADICIONAL E ENSINO A DISTÂNCIA Mesmo atualmente, precisamente no ano de 2015, a Educação Tradicional é uma constante na maior parte das salas de aula do Brasil. Muito se tem dito e metodologias são empregadas como forma de atualizar a didática pedagógica, infelizmente com resultado abaixo do esperado ou por dificuldades de motivar os profissionais de educação na aplicação de novos conceitos de atuação. Já passamos pelo Liberal – Tecnicista (escola que visava à aquisição de habilidades e o desenvolvimento de potencialidades que viessem a se integrar com a necessidade social a nível global), Projeto SMART (metodologia pedagógica que une didática tradicional com os ideais de trabalho do construtivismo) e alcançamos o Construtivismo (corrente pedagógica voltada na construção de ferramentas concretas para o desenvolvimento da aprendizagem do indivíduo), mas o Ensino Tradicional continua como a prática exercida na maior parte das instituições de Educação, sejam elas formadoras através da Educação Infantil, Ensino Fundamental, Ensino Médio, Ensino Técnico ou Ensino Superior. Com a Lei nº 9.394/96 (Lei de Diretrizes e Bases da Educação Brasileira – LDB), foi formalizada a modalidade de Ensino a Distância (EAD) e como forma de incentivar as Instituições de Ensino Superior (IES) a sua aplicação foi regularizada a necessidade de práticas no EAD de 20% do currículo do curso presencial de graduação, como consta na Portaria MEC nº 2.253/01, reformulada pela portaria MEC nº 4.059/04. Sua prática, apesar de ter a disposição uma infindável quantidade de recursos de características multimídia (som, imagem, texto, uso da internet e interatividade) quando tratamos da formação do profissional que deverá atuar na constituição de material ainda apresenta traços de Ensino Tradicionalista, focado na leitura e em respostas prontas assimiladas pela repetição. Desta forma, questiona-se, o que é o Ensino Tradicional? Quais suas similaridades ou diferenças com o Ensino a Distância?
  • 14. 14 O professor Doutor Moacir Gadotti, em artigo publicado na Revista Escola: Espaço de Formação dos Profissionais de Educação, em 2006, cita: “Enraizada na sociedade de classes escravista da Idade Antiga, destinada a uma pequena minoria, a educação tradicional iniciou seu declínio já no movimento renascentista, mas ela sobrevive até hoje, apesar da extensão média da escolaridade trazida pela educação burguesa. ” Desta forma, é possível identificar que o Ensino Tradicional possuiu raízes históricas focadas na burguesia, ou sendo, a educação não atingia muitas vezes a população que mais precisava nela, tornando-se um artigo para poucos. Com os anos, o crescimento do Brasil obrigou aos seus governantes a incluírem as demais classes para atender a necessidades de pessoas mais capacitadas para exercerem o trabalho, visando o desenvolvimento econômico. Por isso, investiram-se nos Magistérios, colégios dedicados a formação de profissionais da educação para o Ensino Tradicional. Foi neste período que o Ensino Tradicional, também conhecido como Método Tradicional ou Pedagogia Tradicional, passou a ter uma nova conceituação, como descreve em seu artigo para a revista digital Infoescola o autor Robison Sá em 2014: “O termo pedagogia tradicional, como bem o conhecemos através dos cursos de formação inicial e continuada, adveio do estudo das concepções antigas de educação. Essa teoria ou concepção pedagógica formou-se a partir dos pontos recorrentes nas práticas de ensino evidentes ao longo da história da educação. Daí o termo Pedagogia Tradicional, para explicitar a sua recorrência, a sua gênese histórico-cronológica." (SÁ, Robison. Concepção Pedagógica Tradicional. Em http://www.infoescola.com/pedagogia/concepcao-pedagogica-tradicional/) Tenhamos então como concepções antigas, por exemplo, a Concepção da Educação Bancária descrita por Paulo Freire, em sua obra Pedagogia do Oprimido, publicada em 1978, em que o professor é o principal ator o processo de ensino e aprendizagem, caracterizada pelo ato de memorização do educando dos conteúdos apresentados através de aulas expositivas. Neste cenário, o professor possui o controle de tudo, mas não gera transformação do aluno, pois o mesmo não interfere na realidade a seu redor e não atua de modo participativo na construção de seu conhecimento.
  • 15. 15 Diferente do Ensino Tradicional, o Ensino a Distância se configura com a seguinte conceituação, conforme apresenta o Ministério da Educação e Cultura - MEC: “Educação a distância é a modalidade educacional na qual alunos e professores estão separados, física ou temporalmente e, por isso, faz-se necessária a utilização de meios e tecnologias de informação e comunicação. Essa modalidade é regulada por uma legislação específica e pode ser implantada na educação básica (educação de jovens e adultos, educação profissional técnica de nível médio) e na educação superior” (O que é Educação a Distância. Em http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=12823:o- que-e-educacao-a-distancia&catid=355&Itemid=230) José Moran, um dos maiores estudiosos sobre o Ensino a Distância (EaD), nos apresenta de forma mais direta em um de seus artigos, publicado em 2013 para a Escola de Comunicação e Artes da Universidade de São Paulo (ECA-USP): “Educação a distância é o processo de ensino-aprendizagem, mediado por tecnologias, onde professores e alunos estão separados espacial e/ou temporalmente. ” (MORAN, José. O que é educação a distância. Em http://www2.eca.usp.br/moran/wp-content/uploads/2013/12/dist.pdf) Diferente da abordagem de Ensino tradicional, o Ensino a Distância busca atingir a todas as massas e abrangem as mais diversas classes sociais. Quando inserida no prisma do Ensino Superior, o EaD se torna uma ferramenta de inclusão, atendendo com plenitude os alunos localizados em pontos distantes e aqueles que possuem problemas de acessibilidade ao conhecimento, seja por questões de mobilidade ou enfermidade, bastando para isso o uso integrado e tecnologias que possibilitem a atuação do professor como mediador no processo e construção do conhecimento pelo aluno. Ou sendo, o aluno torna-se o principal ator de seu aprendizado, enquanto o professor tem o papel e auxiliá-lo na construção do caminho que o tornará disciplinado para que possa refletir criticamente sobre os conteúdos ministrados, seja por livros- texto ou através de videoaulas.
  • 16. 16 No processo de ensino e em diversas outras classes da vida social, encontramos modelos tradicionais e modernos para todos os moldes a serem seguidos nos dias atuais, segundo FARIA & SILVEIRA, 2007, apud Everett Rogers: “(...) duas classes de normas: tradicionais e modernas. Nos sistemas onde prevalecem as normas tradicionais, os indivíduos dificilmente se oriental para a mudança. Nos sistemas sociais com normas modernas (desenvolvimento tecnológico, tendências científicas, racionais, cosmopolitas e capacidade empática) há uma atitude positiva para a mudança. ” Na educação não é diferente essa teoria, pois encontramos um molde de educação tradicional e moderna, tal como a teoria citada, grupos tradicionais tem pouca ou grande resistência a mudanças de seus paradigmas e conceitos, principalmente quando nos referimos da educação na modalidade a distância. Já os indivíduos que optam por seguir a educação moderna estão em constante busca do conhecimento por meio de diversos instrumentos, desde os livros e apostilas impressas até o mais moderno e-book em seu tablet ou Iped. Muitos educadores, acostumados ao modelo tradicional de ensino, preferem continuar lecionando suas aulas ao modelo tão comum de abordagem didática, onde no mercado de trabalho dos dias atuais, é bastante requisitado um profissional inovador, no entanto uma minoria desses profissionais é considerada inovadores, a grande parte desses, apenas buscam o aprimoramento em tempos tardios, pois são “obrigados” devido à pressão do sistema ou necessidades econômicas. FARIA & SILVEIRA, 2007, p.3. É extremamente importante, ou até mesmo dizendo primordial, que para que o professor melhore suas competências profissionais e métodos de ensino, este necessita estar em constante aprendizado e reciclagem dos conteúdos que deverá abordar aos seus alunos, refletindo assim sobre suas ações como docente. (KENSKI, 2003, p. 88) O professor em toda e qualquer modalidade de ensino precisa articular seus conhecimentos teóricos aos práticos, visando o aluno como sendo o foco principal
  • 17. 17 para aprendizagem neste processo, para tanto, o professor necessita, primeiramente, encontrar sua personalidade para ministrar seus conhecimentos. Segundo argumentos de MORAN, 2000, p. 138, o professor é um ser ativo no processo de ensino e para tanto precisa encontrar sua “personalidade” em tal momento, ele deve traçar linhas de ação pedagógica, ou seja, por meio de tentativas, conquistar aos poucos sua afinidade com a prática pedagógica, claro que sempre respeito as diversas formas e maneiras de se lecionar, lembrando que cada aula temos um desafio novo e, dependendo deste, uma metodologia nova, visando sempre a construção do aprendizado coletivo. A apresentação, segundo MORAN, 2000, reflete, na íntegra, a atuação dos professores no processo de ensino aprendizagem, principalmente no que tange a personalidade do professor do ensino presencial. Muitos professores, nos dias atuais, acreditam única e fielmente, no ensino presencial, visando o contato que existe entre o aluno e o conteúdo no contexto da sala de aula presencial, sendo que muitos destes professores sentem-se bastante à vontade para trabalhar com seus alunos neste processo de ensino. O professor do ensino presencial deve gerencial o ambiente de ensino a fim de proporcionar a interação entre os alunos, de forma grupal, para que o processo de ensino-aprendizagem seja efetivo e significativo para os estudantes, pois segundo MORAN, 2000, p. 139: “Podemos transformar uma parte das aulas em processos contínuos de informação, comunicação e de pesquisa, onde vamos construindo o conhecimento equilibrando o individual e o grupal, entre o professor-coordenador-facilitador e os alunos- participantes ativos. ” Em todo o processo de ensino-aprendizagem é fundamental a presença do professor coordenando e gerindo toda a organização dos conteúdos a serem ministrados aos alunos, sendo essencial que o docente tenha em mente os objetivos de tudo o que será transmitido, visar o público-alvo e todos os demais requisitos para o êxito da atividade programada previamente.
  • 18. 18 O planejamento do processo de ensino-aprendizagem deve ser bem planejado e organizado pelo professor, independente da modalidade em que se dará esse processo, seja ela presencial ou a distância. O aluno deverá estar inserido em todos os momentos da aula, tendo em mente que todos são atores protagonistas no processo de ensino, visamos nesse tópico a construção do conhecimento de forma coletiva (alunos e professores). Para que o planejamento obtenha êxito em sua execução, o docente precisa estar apto a usar as tecnologias disponíveis ao seu favor. (GOMES, 2006) No ensino de educação a distância encontramos professores extremamente dispostos a contribuir para o crescimento desta modalidade de ensino, por meio dos mais diversos aparelhos disponíveis pela tecnologia atual, professores que amam a inovação e querem, dia após dia atualizarem-se nesse ramo. Segundo FARIA & SILVEIRA, 2007, p. 3: “Na educação, quem inova: o professor, o pesquisador, o técnico, o aluno, a instituição escolar ou o Estado? Costuma- se enfatizar as inovações que afetam os setores dominantes da sociedade. Essa inovação se dá de acordo com a visão de mundo dos agentes inovadores, de acordo com a concepção daqueles que defendem o papel da educação nos processos de mudança dos padrões culturais e de práticas sociais. ” Muitos professores acostumados a ministrar aulas na modalidade presencial de ensino, dependendo da sua formação acadêmica, pode apresentar resistências quanto ao conceito e funcionamento da educação a distância ou qualquer outro curso que envolva esta nova modalidade de ensino, contudo há também docentes que tem interesse em adequarem-se às inovações do século XXI, visando novas oportunidades no mercado de trabalho em sua área de atuação, podemos desta forma pensar em um professor inovador, segundo FARIA & SILVEIRA, 2007, p. 3: , “A estrutura de um sistema social influencia na difusão da comunicação sobre o comportamento inovador, que se caracteriza por seu espírito aventureiro, sua curiosidade de tentar coisas novas e de aceitar correr riscos. O inovador é o
  • 19. 19 primeiro a adotar novas ideias num sistema social, devido a sua instrução, seu status social ou situação financeira, sendo em geral, parte da minoria. ” Muitas pessoas, temendo às consequências do “novo” tendem a manterem-se em sua mesma posição, não apresentando as características de um indivíduo inovador, conforme apresentado acima. Da mesma forma muitos professores do ensino presencial, acostumados a trabalharem com o ensino tradicional ou dificuldades de compreender sistemas de informações (informática) ou não acreditarem nesses sistemas mantém-se sempre neste mesmo padrão de ensino. É interessante observarmos que grande parte dos docentes atuantes no ensino superior participam de muitos eventos em sua área específica de atuação, não se preocupando em buscar aprimoramento didático-pedagógico para complementação da prática docente. Muitos professores possuem autoconfiança em sua carreira profissional simplesmente por deterem parte do conhecimento prático ou teórico de conteúdos absorvidos durante o período de graduação ou capacitação profissional, sendo que somente esses requisitos não são necessários para a prática de uma docência eficaz para a formação de novos profissionais para o mercado (PRETTO; RICCIO e ROCHA, 2010, p. 161). Tendo em mente que a formação do professor universitário deve estar pautada em conceitos de cunho pedagógicos, a atualização e constante renovação dos conteúdos pertinentes à sua área de atuação docente precisam estar em contínua reciclagem. O docente, independente do campo específico que atua, seja ele bacharelado ou licenciatura, necessita repensar seus métodos didáticos. A docência do ensino superior para educação a distância requer extrema diligência do professor no Ambiente Virtual de Aprendizagem, ressalto nesta afirmação que é importante que o docente esteja preparado didaticamente para assumir as aulas nessa modalidade de ensino. Vale ressaltar que, tal como em uma aula de ensino presencial, o aluno da EaD poderá ter o ensino aprendizagem consolidado, embasado na metodologia de ensino do instrutor, no entanto este é um dos pontos essenciais.
  • 20. 20 1.1. Paradigmas Neste ponto, valem ressaltar alguns dos paradigmas vivenciados por ambas as metodologias: • O conceito de sala de aula, apesar das distinções entre ambas, ainda adotam critérios advindos do Ensino Tradicional, divididos por turmas conforme as grades curriculares e com base em uma formação continuada. Muito se tem questionado sobre forma correta de se estabelecer a grade curricular e se o formato de continuidade realmente atende a necessidade de aprendizagem dos alunos. Conceitos como o apresentado pela “Escola da Ponte de Portugal” acreditam na autonomia do educando na construção de seu saber, abandonando a linearidade pela escolha do aluno daquilo que ele acredita ser mais promissor a sua educação. A obra “A Escola com que sempre sonhei sem imaginar que pudesse existir”, publicada em 2001 pela editora Edições Asa de Portugal e Papirus Editora de Campinas/SP, no Brasil, expõem os estudos do psicanalista e professor Rubens Alves, que exerceu grande influência sobre a questão e levou grandes discussões sobre o papel do aluno no processo de ensino e aprendizagem; • A disponibilidade de salas de aulas e horários para comportar o Ensino Tradicional favoreceram a expansão do EaD, mas levaram a má compreensão dos interessados pelo assunto de que era uma modalidade facilitadora no processo educativo, o que levaria a uma grande onda de aprovações sem reflexo real no desenvolvimento intelectual e crítico do estudante. Apesar da grade curricular ser estruturada de maneira similar ao do Ensino Tradicional, principalmente quando tratado do Ensino Superior, acaba por demonstrar maiores necessidades e pré requisitos necessários para que os educandos possam se adaptar à realidade do Ensino a distância, como por exemplo prévio conhecimento da principal ferramenta transmissora dos conteúdos (a tecnologia, que pode ser pela TV, Computador, internet,
  • 21. 21 entre outros meios), um perfil mais disciplinado por parte do aluno já que o mesmo estará interagindo diretamente com uma ferramenta e não com o professor, sendo seu contato com o educador em segundo plano por meio de chats, fóruns ou e-mail, que nem sempre atendem ao mesmo tempo as expectativas do graduando. Isso demonstra uma dificuldade maior no processo de aprendizagem por necessitar de prévia preparação do estudante para o uso da ferramenta de Ensino. • O perfil do estudante também se alterou com o passar dos anos, não atendendo muito bem aos conceitos pedagógicos constituídos, sejam os mais tradicionais ou os atuais, por apresentar ideias e necessidades diferentes a de seus educadores ou instituições de ensino, sejam superiores ou não. Consequentemente, principalmente no Ensino Superior, os alunos se aglomeram em salas de aula (presenciais, semipresenciais ou virtuais) visando somente atender aos anseios mercadológicos que necessita de profissionais para tarefas especificas (Educação para o Trabalho) e que se tornaram demanda para cursos de curta duração como os Tecnólogos. • Ambos os cursos apresentam dificuldades técnicas quando tratamos da formação de seus profissionais e educação, sejam pela difícil acessibilidade as informações ou a constante mudança no enquadramento didático utilizado pelas instituições de ensino, que advém diretamente dos Conselhos Federais e Estaduais de Educação e são apresentados como modismo profissional, inseridos em concursos e seletivas de forma mais rápida do que os professores tem de assimilar as novidades. Não bastasse a questão técnica, ainda temos. As dificuldades no uso das novas tecnologias que não são acompanhadas pelos docentes, seja na instituição de softwares para inserção de conteúdos em plataforma virtual ou como apoio para o trabalho acadêmico, como faltas e notas.
  • 22. 22 1.2. Realidade do Ensino Dentro deste contexto cabe ainda analisar qual a realidade do Ensino atual. Indiferente se o Ensino é a distância ou tradicional, ambos acabam por ter de atender alunos com deficiências de ensino e que precisar de muito jogo de cintura para atender as políticas públicas: Magno de Aguiar Maranhão, educador e consultor da área de Educação, em um debate sobre docência, publicado em 2012 para o blog “Pós-graduando” diz: “A falta de um projeto em curto, médio e longo prazo, em primeiro lugar. Temos um plano nacional de educação que deveríamos seguir e, como signatários de tratados internacionais, temos metas a alcançar. Mas a prática se torna difícil, porque agimos sem planejamento. O governo atual, como os anteriores, na maioria das vezes só faz tapar buracos, liberar recursos emergenciais para este ou aquele nível de ensino e, desse modo, continua andando em círculos. Deveríamos obedecer a um planejamento, com estimativas de crescimento de demanda, previsão de gastos, mas isso não ocorre. Claro que há estudos extensos sobre isso etc. Contudo, eles parecem ser ignorados na hora em que se formulam as políticas públicas. Um outro problema é a miopia dos órgãos responsáveis pela educação, que não percebem que a educação é um processo, um todo, no qual não cabem ações fragmentadas, pois elas só fazem resolver problemas pontuais que ressurgem adiante. Isto porque todos os níveis de ensino estão estreitamente ligados. Uma hora, fala-se na educação infantil, e no quanto ela é importante para melhorar o desempenho dos alunos no ensino fundamental. Logo depois, o assunto é esquecido e as atenções são centradas no ensino superior. Quando se constata o baixo nível cultural dos alunos que estão entrando nas universidades, o governo se volta então para as mazelas do ensino médio, esquecendo que ele apenas reflete a situação dramática do ensino fundamental. Enquanto agirmos desta forma descoordenada, não chegaremos a lugar nenhum. (...)” (MARANHÂO, Magno de Aguiar. A realidade da educação no Brasil. Em http://posgraduando.com/blog/a-realidade-da-educacao-no-brasil) Ou sendo, além de atender as necessidades educacionais é necessário que o Ensino ainda precise atender políticas públicas muitas vezes não seguidas pelos governantes, mas cobradas das Instituições de Ensino visando atender a resultados.
  • 23. 23 Apesar destas dificuldades tanto o Ensino Tradicional quanto o Ensino a Distância têm enfrentado desafios e crescido, sempre com o apoio de seu principal profissional: o professor. 2. FORMAÇÃO E CAPACITAÇÃO Não é mistério algum que a formação dos docentes advenha do Ensino Tradicional, mas de que estes profissionais da educação se encontram capacitados para a nova realidade da educação, tendo em frente o grande desenvolvimento do Ensino a Distância? Para compreender melhor esta questão faz-se necessário explorar com maior minúcia a formação do educador, focalizada no Ensino Superior. 2.1. Diferenças A formação pedagógica se concentra nas Instituições de Ensino que formarão o novo professor. Marcos Masseto, em sua obra Docência na Universidade, de 2002, expõe o pretérito da formação docente: “Nas primeiras escolas do Brasil, os cursos eram seriados, com programas fechados e disciplinas destinadas a formar professores competentes em uma determinada área ou especialidade. Já vigorava o sistema de aprendizado no qual o docente deveria transmitir aquilo que sabia, para o aluno que nada conhecia. O resultado da aprendizagem era avaliado pelo mesmo profissional, que dizia se o aluno estava apto ou não para exercer determinada profissão. Em caso positivo, o aluno recebia um diploma que certificava sua competência profissional, caso contrário, repetia o curso (...)” (MASETTO, M. (org) Docência na Universidade. 4. ed. Campinas: Papirus, 2002) Analisando a declaração, nota-se que o sistema se baseava em replicar a metodologia e a lógica exercida pelo Ensino Tradicionalista, sem qualquer questionamento do
  • 24. 24 indivíduo sobre sua capacidade de interferir no mundo a seu redor ou constituição de competências visando à construção de habilidades pedagógicas, muitas vezes gerando inseguranças e incertezas no processo de aprendizagem. Paulo Freire, na obra Pedagogia da Autonomia, de 1996, nos permite refletir e criticar esta situação com uma única frase: “quem forma se forma e reforma ao formar, e quem é formado forma-se e forma ao ser formado” (FREIRE, 1996, p. 67). O processo de aprendizagem que ocorre no durante a formação do docente é de extrema importância e impacta diretamente no como este profissional de educação irá desempenham seu papel na formação dos seus alunos. Por esta razão, quando bem estruturada, permite a este indivíduo capacidade adaptativa adequada às necessidades de mudança de seu cotidiano como educador. E não basta tratar somente da formação pedagógica, pois o Ensino Superior parece atentar-se somente a o grau de conhecimento do profissional, comprometendo a parte didática do trabalho docente: “A necessidade do professor universitário conhecer didática, psicologia de aprendizagem, planejamento de currículos, enfim, tudo que se relaciona com o processo ensino-aprendizagem são muito raramente discutidas nas universidades. Há mesmo quem afirme que a única pré-condição para ser professor universitário é o domínio do conteúdo que irá ensinar. ” (TEIXEIRA, O Significado da Competência. 2008, p. 04) Desta forma, nota-se que o docente de Ensino Superior comumente advém do Mercado Profissional de Trabalho, principalmente aqueles que vão lecionar para cursos de graduação de Gestão, como Administração, Ciências Contábeis, cursos tecnólogos, como Gestão Financeira, Gestão de Recursos Humanos entre outros, onde o conhecimento das informações a serem transmitidas, juntamente com a experiência de Mercado são mais valorizados pelas Instituições de Ensino Superior.
  • 25. 25 Como consequência, acaba-se por replicar o contexto de aulas expositivas e pouca didática a qual este docente foi “bombardeado” em sua formação. Não se está dizendo que não existem professores capacitados, mas que em sua maioria, esta formação leva a falhas que mais tardes se tornam deficiências na transmissão dos conhecimentos deste profissional. A doutora em Educação Selma Garrido Pimenta, apresenta a questão na obra Docência no Ensino Superior, publicada em 2005, no qual aponta a necessidade de uma formação mais completa: “Nos processos de formação de professores, é preciso considerar a importância dos saberes das áreas de conhecimento (ninguém ensina o que não sabe), dos saberes pedagógicos (pois o ensinar é uma prática educativa que tem diferentes e diversas direções de sentido na formação do humano), dos saberes didáticos (que tratam da articulação da teoria da educação e da teoria de ensino para ensinar nas situações contextualizadas), dos saberes da experiência do sujeito professor (que dizem do modo como nos apropriamos do ser professor em nossa vida). Esses saberes se dirigem às situações de ensinar e com elas dialogam, revendo-se, redirecionando-se, ampliando-se e criando. ” (PIMENTA, Selma Garrido. Docência no Ensino Superior. 2005, p. 71) E no Ensino a Distância? Como ocorre o processo de formação do docente? Diante das Tecnologias de Informação e Comunicação, também conhecidas como TIC´s, o professor apresente nesta modalidade de Ensino seu papel mais fundamental, pois este profissional necessita de constante atualização não somente de seus conhecimentos e habilidades, mas atualizar-se também no desenvolvimento da ferramenta utilizada para transmitir os conteúdos para os estudantes, buscando sempre a utilização de recursos multimídias. No EaD, este professor passa de docente para “Professor Tutor” ou “Tutor Online”, onde tende a desempenhar inúmeras funções que garantam não somente a autonomia do seu aluno em frente a grade curricular, mas que também aja como motivador do processo educativo, e apresentar competências que garantam agilidade na resolução de situações novas.
  • 26. 26 Para tratar destas competências, o autor Mathias Gonzales, na sua obra “Fundamentos da Tutoria em Educação a Distância”, de 2005, resume: “Cabe ao professor tutor mediar todo o desenvolvimento do curso. É ele que responde a todas as dúvidas apresentadas pelos estudantes, no que diz respeito ao conteúdo da disciplina oferecida. A ele cabe também mediar a participação dos estudantes em chats, estimulá-los a participar e a cumprir suas tarefas, e avaliar a participação de cada um. As dúvidas de cada um devem ser divulgadas a todos os participantes em um ambiente apropriado. Para isso, o professor-tutor tem que se relacionar constantemente com o orientador de ambiente para que essas mensagens, contendo as dúvidas dos estudantes sobre o conteúdo, sejam trabalhadas e divulgadas em local apropriado [...]. Pode-se também atribuir ao professor-tutor a responsabilidade de avaliar os alunos sob sua tutela [...]. ” (GONZALES, Mathias. Fundamentos da Tutoria em Educação a Distância. São Paulo: Avercamp, 2005) Desta forma, verifica-se que este professor/tutor necessita de amplo conhecimento das ferramentas que utiliza (ambiente virtual de aprendizagem), ter interesse na utilização de recursos tecnológicos como chats, e-mails e fóruns, além de ter um contato estreito com o Conteudista (indivíduo responsável pelo conteúdo desenvolvido por uma equipe técnica e multidisciplinar) que está migrando os recursos para a plataforma de ensino visando a mais completa interação com as informações que devem ser assimiladas pelos alunos. Ressaltando que não basta somente a este professor possuir conhecimentos técnicos, faz-se necessário que ele possua a didática para sua atuação e traga proximidade com sua dialética com o estudante virtual. 2.2. Reflexos Os maiores reflexos quando tratamos da formação do professor no EaD diz respeito a crescente discussão sobre a atenção que a Instituição de Ensino Superior tem dados a seus profissionais de tutoria.
  • 27. 27 Isso ocorre, devido a formação deste docente é basicamente a mesma ofertada pelo Ensino Tradicional e acaba por carregar deficiências que afetam diretamente o desempenho pedagógico na atuação virtual. Um professor despreparado para realizar suas atividades pode ser prejudicial para o curso, causando um aumento considerável no índice de desistência pelos alunos. O docente do EaD é um mediador no processo de ensino e aprendizagem e este processo deve ser bem estruturado pois suas falhas impactam diretamente no desenvolvimento do processo de assimilado dos conteúdos e dificulta a construção da autonomia e reflexão pelo estudante virtual. A grande procura pelo EaD como forma de estudo tem feito com as Instituições de Ensino Superior a construírem programas de capacitação para a formação de docentes visando experimentá-los nas práticas de Ensino e Aprendizagem no Ensino a Distância. A questão da atualização do profissional docente sempre foi de bastante impacto quando tratamos de Educação e no desenvolvimento dos cursos em EaD isto se tornou um grande desafio, pois não bastava somente fornecer projetos de atualização curricular, necessitando também capacitar este profissional a uso de tecnologias de informação e comunicação, além de gerar gradativamente uma mudança cultural que permita vislumbrar novos horizontes no ato de lecionar. Não basta que o professor tente transportar para o meio digital o trabalho praticado no meio presencial. Técnicas e metodologias passam a não funcionarem de forma adequada, pois a disposição das tecnologias educacionais voltadas para o ambiente virtual visa expandir e permitir aos novos estudantes que contribuam na construção de seu conhecimento de maneira mais dinâmica. Deste modo, o professor e Instituições de Ensino Superior precisam se adequar a um novo padrão pedagógico. Para isso, faz-se necessários investimentos em capacitação e formação continuada de seus profissionais docentes. O CVA (Comunidade Virtual de Aprendizagem), núcleo estabelecido virtualmente por uma rede de Instituições Católicas de Ensino Superior (entre elas a Faculdade São Camilo, PUC-SP, PUC-Campinas, UNISINOS, entre outras), que publica periodicamente a revista “Colabor@” apresentou em sua edição de Novembro de
  • 28. 28 2001, artigo escrito por alguns Doutores e Mestres da PUC-RS, intitulado: Capacitação Docente em EAD como Implantação de uma Cultura Virtual, onde se discute a capacitação do profissional de educação para o trabalho docente em ambiente virtual: “Embora a capacitação docente em EAD seja considerada por nós uma estratégia vital para o trabalho na modalidade virtual, ela não é portadora de soluções definitivas, pois implica não só em componentes técnicos, mas também em componentes ideológicos, sociais e econômicos de várias ordens que estão, ainda, para serem construídos. ” (Doutores e Mestres PUC-RS. Capacitação docente em EAD como implantação de uma cultura virtual. Revista digital Colabor@ - CVA-Ricesu, 2001) E esta mudança precisa ser construída gradativamente durante o processo de capacitação, causando ao docente uma ação de sensibilização, inserindo-o no mesmo ambiente onde estarão seus alunos, interagindo com os conteúdos em contexto multidisciplinar. Permite ao profissional experimentar o papel de orientador no processo construtivo do conhecimento e de formador de autodidatismo por parte de seu educando. Mas este processo de capacitação precisa ser monitorado para que se registre as principais dificuldades na acessibilidade as plataformas virtuais de aprendizagem, as alterações necessárias visando adaptar os conteúdos didáticos as tecnologias de informação e comunicação, possibilitando ao professor identificar o ponto de vista do estudante antes mesmo de sua participação em um curso. Conclui-se então a importância dos cursos de capacitação de docentes na formação para o EaD: “Os cursos propiciam, em um primeiro momento, a informação e a vivência das possibilidades de novos ambientes de aprendizagem; em segundo lugar, a vivência e planejamento das ações previstas para aluno e professor, tendo presente a necessária empatia -para que cada um se coloque no lugar do outro; em terceiro, a promoção, pelo próprio professor, de experiências de aprendizagem a distância, mediadas por ambientes virtuais, altamente interativos. ” (Doutores e Mestres PUC-RS. Capacitação docente em EAD como implantação de uma cultura virtual. Revista digital Colabor@ - CVA-Ricesu, 2001) Infelizmente, mesmo com o fornecimento de programas de capacitação de docentes é comum que muitos professores tenham dificuldade em se adaptar a esta nova
  • 29. 29 realidade (a do EaD) e apresentem dificuldades não somente no uso das plataformas virtuais de aprendizagem, como também no uso das tecnologias de informação e comunicação como computadores e internet, ou na produção de conteúdo para este novo ambiente, pois ainda está amarrado a uma velha estrutura educacional tradicional. O maior reflexo demonstrado nas informações até o presente momento apresentadas está na necessidade da participação dos docentes destes programas de capacitação e formação, visando deste modo sanar um possível déficit de conhecimento de cunho didático, possibilitando a transformação do aprendizado tradicional em estrutura dinâmica e interativa, conteúdos que possam ser utilizados e que gerem não somente reflexão por parte do educando, mas que o possibilite a seu auto gerenciamento pedagógico, ou sendo, aprender a aprender em um ambiente virtual. Tendo isso em mente as Instituições de Ensino Superior atendendo a legislação e suas necessidades operacionais, apresenta programas de capacitação aos profissionais de educação, que devem participar de maneira focada para absorver os conhecimentos ali transmitidos. Este interesse vai tornar este profissional devidamente capacitado e abrir um novo leque de possibilidades para que sua atuação em ambiente de virtualidade não seja passiva, mas participativa e inserida nas necessidades dos estudantes, da mesma forma que atenda ao contexto sócio cultural em que se espelha. No artigo publicado na revista digital Colabor@, pela PUCRS em 2001, PUCRS VIRTUAL: Capacitação do docente em EAD como implantação de uma cultura virtual, são listadas a forma como deve ocorrer este processo de capacitação, visando deste modo destacar a necessidade de apoio e monitoramento durante este processo: • Aulas laboratório: Ações teórico pedagógicas que visam a discussão de temas que atendam a necessidade do EaD, buscando referencial teórico e cultural para a mudança cultural do docente. • Oficinas: A execução prática das teorias vistas e analisadas anteriormente nas aulas laboratório. Sua finalidade está na construção de conteúdos e ambientes de aprendizagem favoráveis aos educandos que garanta a autonomia e interação, formatado pelo docente, visando
  • 30. 30 a relação professor x aluno e o desenvolvimento prático no uso das tecnologias de informação e comunicação. • Atividades Independentes: Atividades que permitam ao profissional de educação a ações coletivas ou individuais que o sensibilizem na construção de atividades cooperativas e interativas. • Avaliação: Momento final em que são analisados os resultados obtidos durante o processo de capacitação deste professor, sendo avaliado itens como a utilização do método, conteúdo, clima de interação, resultado da inserção no EaD, entre outros. Um aspecto importante da capacitação dos docentes por parte das Instituições de Ensino Superior é a questão de que este profissional passa a carregar consigo está vivência, isso se reflete em empregabilidade. Desta forma, uma proposta de curso de capacitação para o Ensino a Distância, deixa de ser somente uma proposta de treinamento atuando diretamente no desenvolvimento profissional de seus participantes. E em um mercado bastante aquecido pela procura de se estudar em qualquer local e horário, a busca por professores que atendam a este novo perfil é bem grande, favorecendo aos melhores capacitados. Outro ponto é o diferencial dos honorários, que permite com que haja maior busca por parte dos docentes à capacitação. Mas não vejam que a capacitação existe para atender as necessidades legislativas ou para atender a demanda de estudantes interessados. As Instituições de Ensino Superior investem muito em capital intelectual para a construção de materiais didáticos adequados a aprendizagem dos educadores.
  • 31. 31 3. CONSIDERAÇÕES FINAIS O conceito de aprendente autônomo ou independente, capaz de autogerir seus estudos, é muito recente, da mesma forma que o estudante autônomo é considerado uma exceção nas nossas universidades. Vivenciar a ação comunicativa e dialógica, e aprender com ela, é um privilégio dos professores que atuam na Educação a Distância. Não é fácil inovar. É neste ponto que queremos articular os dois aspectos: inovação e formação docente. Por sua vez, o domínio da ferramenta que permite a mediação, ocorre entre um educador qualificado e estudantes, mediante uma ação pedagógica que vai possibilitar o significado. Não basta situar um acontecimento e/ou fenômeno em seu contexto; é preciso perceber também como este o modifica e até o explica. Segundo Morin (1996, p. 51), é preciso perceber os fenômenos multidimensionalmente, como unidades complexas e, neste sentido, o ser humano e a sociedade são, portanto, multidimensionais. Não podemos, pois, simplificar o que é complexo. Estes desafios mostram-se fecundos e estão requerendo um aprofundamento constante, que contribua para a integração dos dois sistemas (de ensino presencial e a distância) se a intenção é garantir as relações entre inovações e posturas docentes no ensino superior. Como exposto neste trabalho, a capacitação e a formação dos docentes de cursos no Ensino Superior, com foco na modalidade de Ensino a Distância, possui alta relevância e apresenta muito material para discussão. O ensino a distância, atualmente, tem recebido uma atenção especial por parte da sociedade, facilitando a todos quede outra forma não poderiam cursar uma graduação ou pós-graduação. Respondendo a problemática levantada, a Pedagogia e a tecnologia são entendidas como processos sociais e sempre andaram juntas no processo de socialização, de forma que o desenvolvimento de altas tecnologias tem alcançado a esfera educacional, Muitos trabalhos vêm sendo desenvolvidos para se aprofundar sobre o tema, sempre com a preocupação de elucidar o funcionamento operacional destes programas der capacitação e compreender a bagagem de conhecimento carregada pelo docente que deixa o abrigo seguro do Ensino Tradicional e tem de se atualizar para desenvolver atividades em âmbito virtual, confrontando as Tecnologias de Informação e
  • 32. 32 Comunicação utilizadas pelas Instituições de Ensino Superior, visando atender uma nova demanda de mercado. Desta forma, o interesse deste profissional de educação também se torna uma variável importante para que o sucesso de uma capacitação funcione, já que existe a necessidade de mudança cultural na forma pedagógica em que este docente atua. Confrontar o Ensino Tradicional e o Ensino a Distância acaba por propiciar discursos de segregação onde o que devesse considerar que os conhecimentos anteriormente constituídos durante o processo de formação didática do professor, mesmo porque não pode haver dissociação entre ambos, já que na construção do conteúdo para o ambiente virtual o educador vai se utilizar de seus conhecimentos prévios e adaptar muito deles as novas tecnologias, sempre levando em conta a forma como isso vai impactar no desenvolvimento da aprendizagem dos estudantes em ambiente de virtualidade. Portanto, a capacitação e a formação de profissionais de educação, aqui tratados especificamente dos docentes de instituições de ensino superior, apresenta-se como importante fator na qualidade da transmissão de conhecimentos no Ensino a Distância.
  • 33. 33 REFERÊNCIAS http:// http://unesdoc.unesco.org/images/0018/001846/184682por.pdf FARIA, Mônica Alves de; SILVEIRA, Regina Coeli da. EAD: O professor e a inovação tecnológica. Revista Brasileira de Aprendizagem Aberta e a Distância, v. 1, 2007. FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia: saberes necessários à prática educativa. 34. ed. Rio de Janeiro: Editora Paz e Terra, 1996. FREIRE, Paulo. Pedagogia do Oprimido. 6. ed. Rio de Janeiro: Editora Paz e Terra, 1978. GADOTTI, Moacir. Perspectivas Atuais da Educação. In Escola: Espaço de formação dos profissionais da Educação. Araras – São Paulo, p. 209-2015, 2006. GOMES, Silvane Guimarães Silva. Teoria e prática do sistema de acompanhamento em EAD. e-Tec Brasil–Tópicos em Educação a Distância, 2006. GONZALES, Mathias. Fundamentos da Tutoria em Educação a Distância. São Paulo: Avercamp, 2005 HERRLEIN, Dra. Maria Bernadette Petersen. MEDEIROS, Dra. Marilú Fontoura de. MEDEIROS, Dr. Gilberto Mucilo de. KENSKI, Vani Moreira. Tecnologias e ensino presencial e a distância. Campinas, SP.: Papirus, 2003. – (Série Prática Pedagógicas). Lei nº 9.394/96 – Lei de Diretrizes e Bases da Educação. MARANHÂO, Magno de Aguiar. A realidade da educação no Brasil. Extraído em 20/07/2015. MASETTO, M. (org) Docência na Universidade. 4. ed. Campinas: Papirus, 2002. MEC - Ministério da Educação e Cultura. O que é Educação a Distância. Extraído em 18/07/2015.
  • 34. 34 MORAN, José Manuel. Ensino e aprendizagem inovadores com tecnologias. Informática na educação: teoria & prática, v. 3, n. 1, 2000. MORAN, José. O que é educação a distância. Extraído em 18/07/2015. MOREIRA, Jéssica. Escola da Ponte radicaliza a ideia de autonomia dos estudantes. Extraído em 19/07/2015. PILETTI, Claudino. Didática Geral. Série Educação – Nova Ortografia. Edição Revisada. 24º Edição. São Paulo. Editora Ática, 2010. PIMENTA, Selma Garrido. Docência no ensino superior. 2. ed. São Paulo: Cortez, 2005. Portaria MEC nº 4.059/04 – Modalidade Semipresencial. PRETTO, Nelson De Luca; RICCIO, Nicia Cristina Rocha. A formação continuada de professores universitários e as tecnologias digitais. SÁ, Robison. Concepção Pedagógica Tradicional. Extraído em 16/07/2015. TEIXEIRA, G. Significado da competência. Extraído em 11/08/2015.