O documento discute a população brasileira, incluindo sua distribuição, taxas de natalidade e mortalidade, e como essas taxas mudaram ao longo do tempo devido à transição demográfica. Também aborda migrações internas e composição étnica da população.
2. Como podemos definir população?
O conceito de população faz referência ao conjunto
de pessoas que habitam a Terra ou qualquer
divisão geográfica desta.
4. Conceitos Básicos de População
População Absoluta x População Relativa
População Absoluta População Relativa
É o total de
• É o total de
habitantes dividido
habitantes de pela área que
um certo lugar. ocupam.
5. População Absoluta
Populoso é o país que A China possui a maior população
apresenta grande população absoluta entre os países do mundo,
absoluta. com aproximadamente 1 bilhão e 300
milhões de habitantes. Ou seja, de
O Brasil é o quinto país mais cada cinco habitantes do planeta
Terra, um é chinês (cerca de 20% dos
populoso do mundo. Dentro
6,5 bilhões de habitantes do planeta).
dele, os Estados mais
populosos, são:
1. São Paulo (SP) 37.000.000 hab.
2. Minas Gerais (MG) 17.800.000 hab.
3. Rio de Janeiro (RJ) 14.400.000 hab.
4. Bahia (BA) 13.000.000 hab.
5. Rio Grande do Sul (RS) 10.200.000 hab
6. Paraná (PR) 9.500.000 hab
7. População Reletiva ou Densidade
Demográfica
No caso do Brasil, a distribuição populacional é bastante
irregular, havendo concentração da população nas zonas
litorâneas, especialmente no Sudeste e na Zona da Mata
Nordestina - sendo que a região Sul também corresponde a
um núcleo muito importante. Juntas, essas três regiões
reúnem 82% da população, que se distribui em 36% do
território brasileiro.
Ocorre o contrário quando analisamos a densidade
demográfica das regiões Norte e Centro-Oeste: ela pode
chegar a ser inferior a 2 habitantes/km2, sendo que a área
dessas duas regiões corresponde a 64% do território
nacional.
8. População Reletiva ou Densidade
Demográfica
Logo, podemos concluir que o Brasil possui uma baixa
densidade demográfica, pois está muito abaixo da média
mundial. Portanto o Brasil é um país populoso e pouco
povoado; isto é, possui uma grande população absoluta,
mas uma baixa densidade demográfica.
9. Pirâmides Etárias
As pirâmides etárias são representações gráficas da população
classificada por sexo e idade. No eixo vertical (y) estão indicadas as
diversas faixas etárias, enquanto que no eixo horizontal (x) está indicada
a quantidade de população: as barras da esquerda representam a
população masculina e as barras da direita representam a população
feminina
10. Transição demográfica
Os dados fornecidos pelo último censo demográfico indicam que o Brasil continua realizando
sua transição demográfica.
Transição demográfica é a fase intermediária que se caracteriza pelo máximo
crescimento populacional dentro do ciclo evolutivo demográfico.
Fases do ciclo demográfico:
Primeira fase: caracterizada por elevadas taxas de natalidade e mortalidade, originando
baixo crescimento populacional. O Brasil abandonou essa fase no início do século XX.
Segunda fase: caracterizada por elevadas taxas de natalidade e declínio das taxas de
mortalidade, gerando elevado crescimento populacional. É a transição demográfica
propriamente dita que antecede a última etapa do ciclo, a da estabilidade. Os países
desenvolvidos concluíram essa fase nas primeiras décadas do século XX. O Brasil atingiu o auge
dessa fase na década de 50, quando as taxas de crescimento populacional se aproximaram de
3% ao ano.
Terceira fase: caracterizada por baixas taxas de natalidade e de mortalidade, gerando
baixíssimo crescimento populacional, estagnação e até mesmo taxas negativas de crescimento.
O Brasil só deverá ingressar nessa fase no início do século XXI. Por volta do ano 2050, o Brasil
estará completando o seu ciclo demográfico, como mostra as pirâmides a seguir:
11. Evolução da população do Brasil
Observe a modificação nas pirâmides etárias brasileiras:
12. Transição demográfica
O novo padrão demográfico trará profundas implicações e determinará mudanças
importantes principalmente nas áreas de saúde, educação, habitação, saneamento,
expansão urbana, transporte e previdência.
Esse padrão demográfico, que vem mudando desde fins da década de 60, é
conseqüência especialmente do declínio da mortalidade a partir da década de
40, que fez a esperança de vida subir de 41 anos em 1930 para 54 anos em 1960,
associado também ao declínio da natalidade:
13. Taxas de mortalidade
Mortalidade total é o número de pessoas que morrem a cada 1000 habitantes
durante 1 ano.
A taxa de mortalidade total no Brasil apresentou um grande declínio de 1950 a 1970,
e desde então vem caindo em pequenas proporções.
Mortalidade infantil é o número de crianças menores de 1 ano de idade que
morrem por 1000 nascidos vivos durante o período de 1 ano.
A taxa de mortalidade infantil durante os últimos dez anos do século XX
apresentou uma tendência de queda em todas as regiões.
Evolução da Mortalidade Infantil no Brasil
As causas de mortalidade infantil no Brasil se alteraram ao longo das últimas
décadas.
Nos anos 80, as principais causas de óbitos estavam relacionadas às doenças
infecto-contagiosas, que sofreram um declínio nas décadas seguintes, crescendo
em importância as causas perinatais, que são decorrentes de problemas durante a
gravidez, parto e nascimento, respondendo por mais de 50 % das causas de óbitos
no primeiro ano de vida.
14. A taxa de fecundidade
A taxa de fecundidade é o número médio de filhos
que uma mulher teria ao final de sua idade reprodutiva.
Em 1970, a mulher brasileira tinha, em média, 5,8
filhos. Trinta anos depois, esta média era de 2,3 filhos.
A combinação dos dois fatores - fecundidade alta e mortalidade em
declínio - determinou um aumento sensível na taxa média de crescimento da
população nesse período. Ela passou de 2,4% ao ano na década de 40 para 3,0% na
década de 50 e 2,9% na década de 60.
A distribuição por faixas de idade permaneceu constante e jovem entre 1940 e
1970, apesar do rápido declínio da mortalidade e de aceleração do ritmo de
crescimento populacional.
Durante todo esse período, cerca de 52% da população tinham menos de
20 anos.
16. Queda na taxa de fecundidade
No final da década de 60, começou
um processo rápido e generalizado
de queda da fecundidade, que até ali
estava limitado aos grupos sociais
mais privilegiados das regiões mais
desenvolvidas e se estendeu a todas
as classes sociais e todas as regiões.
A taxa de fecundidade caiu de 5,8
filhos por mulher em 1970 para 4,3
em 1975 e para 3,6 em 1984 - o que
corresponde a um declínio superior a
37% em apenas 15 anos, bastante
rápido se comparado a qualquer
experiência em outro país.
17. O uso de anticoncepcionais
Informações sobre o uso de anticoncepcionais no país reforçam essa certeza. Em
1986, estavam adotando algum método anticoncepcional 70% das mulheres
casadas com idade entre 15 e 44 anos, 42% das mulheres já estavam esterilizadas
(método irreversível) e 38% tomavam pílulas anticoncepcionais. São métodos
muito eficientes, que pressupõem o desejo de ter famílias menores.
18. Causas da queda da Causas da queda da
taxa de mortalidade taxa de natalidade
Urbanização:
• Descoberta de antibióticos e
vacinas; • Entrada da mulher no mercado
de trabalho;
• Assistência médica e
hospitalar foi estendida; • Custo de vida nas cidades;
• Ampliação dos sistemas de • Acesso ao uso de métodos
água e esgoto, diminuindo a contraceptivos;
insalubridade dos lugares;
Consequência: diminuição do
Consequência: aumento do
índice de crescimento natural
índice de crescimento natural
da população.
da população.
19. Etnias no Brasil
Desde o início
da colonização do Brasil a
miscigenação foi intensa. A
maioria dos
colonizadores portugueses que
vieram ao Brasil eram homens,
que mantinham relações com
índias ou escravas negras. As
mulheres brancas só vieram mais
tarde, principalmente a partir da
segunda metade do século 19,
com a imigração européia e
japonesa.
20. Migrações
A migração de nordestinos para São Paulo manteve-se em
níveis semelhantes nos períodos de 1986-1991 e 1995-2000,
verificando-se, inclusive, um aumento da participação
relativa dos nordestinos no total de migrantes do estado: de
51,7%, entre 1986-1991, para 57,7%, entre 1995-2000.
21. Há décadas prevalece no território brasileiro
o deslocamento populacional do Nordeste para o
Sudeste, sendo que esse fluxo migratório se dirige
principalmente para o Estado de São Paulo.
22. Apesar desses números, as correntes migratórias no Brasil estão
se diversificando. Os movimentos populacionais estão mais
intensos dentro do próprio estado ou da região de origem.
Contribuem para isso: (a) a falta de oportunidades de emprego no
Sudeste, o que causa o retorno de parte dos migrantes às regiões
de onde vieram, e (b) o surgimento de novos pólos de
desenvolvimento, o que atrai mão-de-obra de outras regiões.
23. Segundo os números
da Pnad (Pesquisa
Nacional por Amostras
de Domicílios) de
2006, realizada pelo
IBGE (Instituto
Brasileiro de Geografia
e Estatística), 40% da
população brasileira
(ou 74.935 milhões)
não vive no município
onde nasceu. Além
disso, 16% (ou 29.892
milhões) da população
não é natural do estado
em que reside.
24. De acordo com os dados do
IBGE, os deslocamentos
populacionais no Brasil, no
período 1995/2000,
totalizaram 5.196.093
pessoas, cifra que é 3,7%
superior aos 5.012.251
observados entre 1986/1991.
A região com mais migrantes é o
Centro-Oeste, onde 35,8% da
Cerca de 65% desse total é
população é proveniente de
composto por deslocamentos
outros estados. A região
ocorridos entre as regiões
Nordeste é a que apresenta
brasileiras (migração inter-
menor número de migrantes,
regional) e 35% no interior
com 7,6% da população
destas regiões (migração
originária de outras unidades da
intra-regional).
federação
25. Quando se considera esse número total de migrantes, constata-se
que o Sudeste ainda é o destino preferido dos brasileiros
(1.404.873)
A região Centro-Oeste, embora
tenha registrado uma variação
negativa da imigração em apenas
0,3%, apresentou um aumento da
emigração de quase 8%. Já as
regiões Nordeste e Sul
apresentaram comportamentos
diferentes das demais regiões,
principalmente o Sul, onde se
registrou um aumento de quase
16% dos fluxos imigratórios,
juntamente com uma redução de
25,7% do volume de emigrantes.
26. Com relação à região Nordeste, observou-se um
crescimento expressivo do fluxo de imigrantes (a maioria
proveniente do Sudeste), chegando a 35,5% no período de
1995/2000. Mas continua sendo a região que mais perde
população para as demais
27. Deslocamentos pendulares
O aparecimento de conglomerados de cidades deu origem a
um novo tipo de movimento migratório: um movimento
diário, que podemos chamar de deslocamentos pendulares:
pessoas que residem em um município e trabalham ou
estudam em outro, deslocando-se diariamente.
28. Esses deslocamentos se ampliam e tornam-se mais
complexos a cada dia, devido ao surgimento e à
consolidação de novos pólos secundários de atração
populacional. A incorporação de novas áreas
residenciais, a busca por emprego ou serviços e a oferta
de transportes mais eficientes em alguns pontos das
metrópoles: todos esses elementos favorecem a
consolidação desse fenômeno.
No Brasil, com base nos resultados do Censo de 2000,
tínhamos 7,4 milhões de pessoas trabalhando ou
estudando fora do município de residência.
29. Até o início da década de 1930 o crescimento da população
do Brasil contou com forte contribuição da imigração. A
partir de 1934, com a adoção da "Lei de Cotas" que
estabelecia limites à entrada de imigrantes, o aumento da
população dependeu, principalmente, do crescimento
vegetativo (cv), isto é, a diferença entre as taxas de
natalidade e a de mortalidade expressa em % (por cem) ou
%0 ( por mil) habitantes.
30. No entanto, foi depois da Segunda Guerra Mundial (1939-45)
que o crescimento tornou-se acelerado, devido à diminuição
das taxas de mortalidade. Isso é explicado por fatores como a
expansão da rede de esgoto, acesso à água encanada,
campanhas de vacinação em massa, acesso a medicamentos
básicos, etc. Entre 1940 a 1960 foi registrada a maior evolução
das taxas de crescimento populacional, atingindo em 1960 a
taxa de 2,9% a.a. (ao ano - ou 29%0 a.a.). Este período marcou
a primeira fase de transição demográfica brasileira.
31. Crescimento populacional e estrutura
etária
Nos países desenvolvidos, a estrutura etária é
caracterizada pela presença marcante da população
adulta e de uma porcentagem expressiva de idosos,
conseqüência do baixo crescimento vegetativo e da
elevada expectativa de vida. Essa situação tem levado a
reformas sociais, particularmente, no sistema
previdenciário em diversos países do mundo, já que
o envelhecimento da população obriga o Estado a
destinar boa parte de seus recursos econômicos para a
aposentadoria.
32. Nos países subdesenvolvidos os jovens superam os adultos e
os idosos, conseqüência do alto crescimento vegetativo e da
baixa expectativa de vida. Essa situação coloca os países
subdesenvolvidos numa situação de desvantagem,
particularmente os pobres que possuem famílias mais
numerosas: sustentar um número maior de filhos limita as
possibilidades do Estado e da família em oferecer uma
formação de boa qualidade, coloca a criança no mercado de
trabalho e reproduz o círculo vicioso da pobreza e da miséria
ao dificultar a possibilidade de ascensão social futura.
33. Quanto ganha o trabalhador brasileiro?
Rendimento mensal das pessoas ocupadas
Rendimento mensal é a soma dos rendimentos mensais de todos os trabalhos das
pessoas de 10 anos ou mais de idade, ocupadas.
Em 2003, 23% dos
brasileiros ocupados
viviam com 1 salário
mínimo (SM) ou menos.
Apenas 0,9% da
população recebia mais de
20 salários mínimos.
34. Qualidade de vida do brasileiro
No período de 1991 a 2000 houve um
aumento da proporção de domicílios
ligados à rede geral de água em todas
as grandes regiões.
Esse aumento, entretanto, foi muito
maior no Nordeste do que nas outras
regiões (de 53 para 66).
Apesar da melhoria do Nordeste no
período considerado, o Sudeste e o Sul
ainda apresentam as maiores
proporções de domicílios ligados à rede
geral de abastecimento de água.
E, se forem considerados apenas os
domicílios urbanos, essas proporções
são ainda maiores.
Confira nos gráficos.
35. Referências
http://www.geografiaparatodos.com.br
http://www.google.com
BRETON, Roland. Geografia das Civilizações. São
Paulo: Ática, 1990.
DAMIANI, Amélia Luisa. População e Geografia.
São Paulo: Contexto, 1998.
http://www.slideshare.net/Isabelegeografia/populao
-8027891
http://www.slideshare.net